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RESUMO
No presente trabalho, recorte de nossa dissertação, buscamos identificar e analisar as
dificuldades dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola pública da
rede Estadual da Paraíba, a partir dos enunciados de problemas matemáticos, em
especial os obstáculos no entendimento da Língua Materna, da Linguagem
Matemática e a influência dessas linguagens no processo de resolução de problemas
matemáticos. A investigação desenvolvida foi de caráter qualitativo, empregando-se a
abordagem da pesquisa pedagógica com um público de 21 alunos. Em nosso recorte
investigativo destacamos o trabalho com quatro problemas matemáticos, sublinhando
as dificuldades que os alunos encontraram para solucioná-los, bem como
apresentando algumas respostas elaboradas por eles. Sublinhamos, em um contexto
geral da pesquisa, o vocabulário limitado dos alunos diante do desconhecimento de
diversas palavras, sejam elas da Língua Materna ou da Linguagem Matemática,
escrita com diversos erros ortográficos e gramaticais, argumentação frágil, além das
dificuldades em diversos conhecimentos matemáticos de séries anteriores,
principalmente frações e álgebra.
INTRODUÇÃO
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Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET- RJ. E-mail:
tyego-santos@hotmail.com
que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos
países, sendo aplicada a cada três anos), é a Matemática.
Além dos problemas presentes em seu ensino, há diversas lacunas no
meio educacional, conforme aponta Sadovsky (2010) em seu livro “O ensino de
Matemática hoje: enfoques, sentidos e desafios”, no qual a pesquisadora
apresenta um questionamento pertinente sobre o seu ensino, a saber:
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seus estudos, vem sendo objeto de pesquisa de diversos estudiosos, visando
encontrar alternativas que favoreçam um processo de ensino-aprendizagem
satisfatório para esse campo de conhecimento.
Nesse sentido, a Matemática, é uma das principais áreas de
conhecimentos que possui aplicação em diversos campos do saber. Sobre a
importância desse conhecimento, Gómez-Granell (1997, p. 257) afirma que
“saber matemática é uma necessidade imperativa numa sociedade a cada dia
mais complexa e tecnológica, em que se torna difícil encontrar setores em que
esta disciplina não esteja presente”.
Dessa forma, objetivando melhorar o ensino nessa área de
conhecimento, várias foram as reformas curriculares ocorridas em nível
mundial ao longo dos anos, conforme apontado nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN) de Matemática (BRASIL, 1998). Uma alternativa proposta
pelo Conselho Nacional de Professores de Matemática (NCTM) dos Estados
Unidos foi o trabalho com a resolução de problemas “como o foco do ensino da
matemática” (BRASIL, 1998, p. 20). Esta e, outras, recomendações presentes
no documento “agenda para a ação” do NCTM, influenciaram diversas
reformas ocorridas no mundo desde 1980 (BRASIL, 1998).
E para que a resolução de problemas, como uma metodologia de
ensino, prospere em sala de aula, além de todo o trabalho planejado pelo
professor para que essa atividade ocorra de forma satisfatória, é preciso que os
alunos se familiarizem com o hábito da leitura, e mais que isso, compreenda os
vocábulos da linguagem comum e da linguagem matemática.
Essa preocupação com a questão da leitura e escrita em matemática
tem sido uma área de constantes investigações dentro da Educação
Matemática enquanto um campo de pesquisa que visa identificar problemas de
aprendizagem nessa área de conhecimento e divulgar experiências que
favoreçam a reflexão sobre os processos de ensino-aprendizagem nesse
campo de conhecimento, conforme nos assegura Almeida (2012, p.36):
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resultados de pesquisas da área, aquelas que têm se
preocupado com aspectos comunicacionais em sala de aula,
inclusive leitura e escrita.
(Grifos do autor)
ASPECTOS METODOLÓGICOS
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da polissemia da língua e, da dupla utilização dos termos na Linguagem
Matemática e Língua Materna.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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fato ocorreria. Talvez o aluno se enganou na hora de escrever a solução,
trocando a quantidade de anos que levaria para o fato acontecer com a idade
do pai, acertando apenas a idade que o filho teria quando o pai tivesse o dobro
de sua idade.
Quadro 1 – Uma solução para a questão 1.
Idade do pai Idade do filho
43 18
44 19
45 20
46 21
47 22
48 23
49 24
50 25
Assim, decorridos 7 anos, a idade do pai seria o dobro da idade do
filho. Ao discutirmos a solução desse problema com os alunos, encontro
posterior a aplicação das questões, mencionamos a importância da
organização dos dados através de uma tabela/quadro, facilitando o seu
processo resolutivo. Os alunos mencionaram que a questão era bastante fácil,
faltou apenas “prestar atenção no que a questão dizia” (fala de alguns alunos).
Consideramos importante mencionar um deslize cometido por alguns
alunos (A1, A4, A12, A19 e A21) na resolução dessa questão: eles “dobraram”
a idade do filho, mencionando que o pai não poderia ter o dobro de sua idade,
pois ele já tinha 43 anos. Destacamos que os alunos confundiram o referencial
da palavra “dobro”, pois, de acordo com o enunciado, quem terá a sua idade
dobrada será Marcelo, o pai, com relação à idade do seu filho.
Com relação ao entendimento adequado da palavra “dobro” presente
na questão, indagado em um questionário complementar ao trabalho com as
questões, 11 alunos apresentaram um entendimento adequado, 4 não
responderam e 6 alunos possuíam um entendimento inadequado da
expressão. Esse problema foi solucionado de maneira adequada por dois
alunos, 18 erraram e um não respondeu.
O segundo problema foi: (GAY, 2011, p. 51) Mariana decidiu esvaziar
a caixa-d´água de seu restaurante para limpá-la. A caixa estava cheia, e um
tempo depois de começar a esvaziá-la Mariana observou que restava um terço
de sua capacidade. Se nessa caixa-d´água cabem 6000 litros, quantos litros já
tinham sido escoados?
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Para a resolução desse problema, o conhecimento de frações era de
grande importância, principalmente o significado da expressão um terço (1/3).
Apenas o aluno A14 emitiu uma resposta adequada à questão, conforme
resolução a seguir:
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expressão. Esse problema foi solucionado de maneira adequada por um aluno,
17 erraram e três não responderam.
O terceiro problema foi: (SMOLE E DINIZ, 2001) Um menino possui 3
carrinhos com 4 rodas em cada um. Qual a idade do menino?
Consideramos importante a aplicação dessa questão por se tratar de
um problema sem solução, o que não é usual nas aulas de matemática. Além
disso, nesse componente curricular há o estigma de que todos os problemas
possuem solução e que ela é única. Dessa forma, verificamos isso pelas
respostas apresentadas pela maioria dos alunos ao raciocinarem de forma
semelhante, efetuando os seguintes cálculos:
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diante das respostas obtidas, percebemos que eles não dominam o seu
significado, haja vista que eles somavam três números iguais ou diferentes cuja
soma resultasse em 63, apontando esses números como resposta para a
questão. Conforme exemplos a seguir:
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que evitava a perda de tempo com diversas tentativas. Outra estratégia de
solução apresentada foi a utilização da divisão do número 63 por 3, obtendo o
número 21, que seria um dos três números consecutivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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ARAUJO SEGUNDO, S. I. Do Ensino-Aprendizagem da Álgebra ao Ensino de
Equações Polinomiais do 1º Grau: Representações Múltiplas. Campina
Grande: Universidade Estadual da Paraíba, 2012. (Dissertação de Mestrado).
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