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PRINCIPAIS AGENTES

QUÍMICOS POLUIDORES
E SEUS MECANISMOS DE AÇÃO
ENQUANTO POLUENTES
Fertilizantes agrícolas

Usados em grandes quantidades


para aumentar as colheitas, são
arrastados pela irrigação e pelas
chuvas para os lençóis
subterrâneos, lagos e rios. Eles
contêm principalmente os íons
nitrato (NO3-) e fosfato (PO4³-)
os quais causam a eutrofização*.
*Eutrofização:
Este fenômeno ocorre quando os fertilizantes e outros nutrientes entram nas águas paradas de um lago ou em um
rio de águas lentas causando um rápido crescimento de plantas superficiais, especialmente das algas.
Esses poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas aquáticas, especialmente as algas, que transformam
a água em algo semelhante a um caldo verde, fenômeno também conhecido por floração das águas. À medida que
essas plantas crescem, formam um tapete que pode cobrir a superfície, isolando a água do oxigênio do ar, com isso
ocorre a desoxigenação da água.
Pode parecer incoerente, afinal, as algas são seres que produzem o oxigênio durante a fotossíntese assim, a
quantidade de oxigênio deveria aumentar e não diminuir. De fato, as algas liberam oxigênio, mas o tapete superficial
que elas formam faz com que boa parte desse gás seja liberado para a atmosfera, sem se dissolver na água. Além do
que, a camada superficial de algas dificulta a penetração de luz. Sem o oxigênio, os peixes e outros animais
aquáticos morrem.
Agrotóxicos

A utilização de agrotóxicos é a 2ª maior causa de


contaminação dos rios no Brasil, perdendo apenas para
o esgoto doméstico. Considerando que a agricultura é
o setor que mais consome água doce no Brasil, cerca
de 70%, pode-se dizer que além de sérios problemas
para a saúde, os agrotóxicos também se transformaram
em um grave problema ambiental no país.
A água poluída com agrotóxicos irá prejudicar
diretamente a fauna e a flora aquática. Além dos
efeitos diretos, o carregamento de agrotóxicos pelos
rios e lagos, também traz alguns efeitos indiretos para
a biota aquática e para a saúde humana.
Mecanismo de ação enquanto poluentes:
Os agrotóxicos podem determinar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda
e crônica. A intoxicação aguda é aquela na qual os sintomas surgem
rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a
produtos extremamente ou altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma leve,
moderada ou grave, dependerão da quantidade de veneno absorvido. Os
sinais e sintomas são nítidos e objetivos. A intoxicação subaguda ocorre por
exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou
medianamente tóxicos e tem aparecimento mais lento. Os sintomas são
subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de
estômago e sonolência, entre outros. A intoxicação crônica caracteriza-se
por surgimento tardio, em meses ou anos, por exposição pequena ou
moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos
irreversíveis, do tipo paralisias e neoplasias.
Compostos orgânicos sintéticos
Principalmente após a Segunda Guerra Mundial, aumentou muito a
produção industrial de compostos orgânicos sintéticos: plásticos,
detergentes, solventes, tintas, inseticidas, herbicidas, produtos
farmacêuticos, aditivos alimentares etc. Muitos desses produtos dão cor ou
sabor à água, e alguns são tóxicos.
A maior parte dos compostos orgânicos são biodegradáveis, ou seja, podem
ser decompostos pelas bactérias. Existem, entretanto, alguns compostos
orgânicos sintetizados pela indústria que não são biodegradáveis. Tais
compostos também podem ser chamados de recalcitrantes* ou
biologicamente resistentes. Não sendo degradados, tais compostos vão se
acumulando na água, atingindo concentrações tão altas que geram sérios
riscos aos seres vivos.
*Recalcitrantes: Compostos de difícil destruição, que persistem no ambiente.
Compostos inorgânicos e minerais.

O descarte desses compostos pode acarretar variações danosas


na acidez, na alcalinidade, na salinidade e na toxicidade das
águas. Uma classe particularmente perigosa desses compostos
são os metais pesados (Pb, Cd, Hg, etc.).
Mecanismo de ação enquanto poluentes:
Chumbo
A intoxicação pelo Pb é conhecida há longa data e a doença que
provoca é chamada de saturnismo. Esse metal afeta principalmente o
sangue, o sistema nervoso, os rins e o aparelho gastrintestinal. No
sangue causa anemia e uma degeneração das hemácias. No sistema
nervoso verificam-se neurites nos adultos e encefalopatias nas
crianças. Lesões dos túbulos proximais caracterizam o acometimento
renal e, finalmente, a sintomatologia da intoxicação por Pb do
aparelho digestivo é expressa por dores violentas e cólica.
Os problemas renais, neurites e cólicas abdominais só aparecem com
doses altas de Pb e, geralmente, são consequentes a acidentes ou
intoxicações industriais. Portanto, afeta mais a população adulta. No
caso das poluições de ar urbano, a quantidade de Pb jamais atinge
níveis dramáticos, contudo, assim mesmo preocupa as autoridades
santitárias. Acontece que o Pb absorvido, seja pelos pulmões, seja
por via digestiva, é cumulativo. Isto quer dizer que o organismo tem
dificuldades em se livrar desse metal e há uma tendência de
acumulá-lo nos dentes e nos ossos. Com o correr do tempo, mais e
mais Pb é juntado no organismo e a sua taxa no sangue vai
aumentando.
Cádmio
O organismo humano acumula cádmio e aos 50 anos o
homem pode estar com uma carga de 20 a 30 mg,
concentrando-se nos rins e paredes das artérias.
A acumulação de cádmio no organismo acarreta vários
problemas de saúde como a doença “Itai-Itai”. Essa doença
produz problemas no metabolismo, gerando complicações:
descalcificações, reumatismos. Efeitos mais graves são
decorrentes da alta concentração de cádmio, que destrói o
tecido testicular e as hemácias sanguíneas.
O cádmio foi considerado carcinogênico e seu acúmulo no
organismo ainda é responsável pelo desenvolvimento de
hipertensão e doenças do coração, ele está em mariscos,
ostras e peixes de água salgada, alguns tipos de chá e na
fumaça do cigarro.
Ultimamente, a grande preocupação com relação à poluição
ambiental é resultante do descarte de baterias de telefones
celulares e pilhas elétricas que contém os metais tóxicos
níquel e cádmio.
Mercúrio
O mercúrio, apesar de conhecido como substância altamente tóxica, apresenta
ampla aplicação nas áreas de garimpagem para extração de ouro e no setor
industrial. E o mercúrio inorgânico é depositado nos rios e mares como
resultado de processos industriais ou mesmo como parte de seu ciclo natural,
após a biotransformação em metilmercurio, ingressa na cadeia alimentar
atingindo o ser humano através da alimentação de peixes. Trata-se, portanto, de
uma questão ambiental e de saúde publica.
O mercúrio pode ser absorvido por meio da ingestão de nutrientes sólidos e
por meio líquido. Facilmente vaporizado, é altamente absorvível em temperatura
ambiente, por inalação, pois tem destacada propriedade lipossolúvel que
permite a passagem dos alvéolos para dentro da corrente sanguínea e
hemácias, assim como ocorre transposição da barreira hematoencefálica, com
consequente depósito no Sistema Nervoso Central.
Também pode ser absorvido por meio da pele íntegra (sendo o único metal
absorvido na forma metálica), em função de uma série de características físico-
químicas peculiares, principalmente em relação à volatilidade mesmo a baixas
temperaturas e à grande resistência à oxidação pelo ar atmosférico,
permanecendo como átomo livre isolado apolar (Hgº) no ambiente.
As alterações que ocorrem no corpo humano pela intoxicação do mercúrio
metálico, também denominada hidrargirismo, são decorrentes de lesões que
podem acometer o sistema nervoso central, fígado, medula óssea, vias aéreas
superiores, pulmão, gengiva, pele, parede intestinal, glândulas salivares, coração,
músculos, placenta e rim.
Petróleo
A existência de poços de petróleo no fundo do mar e o uso de
superpetroleiros (por ocasião de suas lavagens), para o transporte
desse produto têm dado origem a acidentes que espalham
grandes quantidades de petróleo pelo mar, isso acaba causando a
morte de grandes quantidades de plantas, peixes e aves
marinhas. O óleo forma na superfície da água uma película
impermeabilizante que impede a troca de oxigênio e gás
carbônico entre a água e a atmosfera, o que provoca a asfixia dos
animais e impede a realização da fotossíntese por parte dos
vegetais do plâncton.
O litoral brasileiro vem sendo constantemente
agredido pelo homem nos últimos anos. Um
dos maiores problemas é a poluição pelo
derramamento de petróleo a partir de navios
petroleiros ou devido a acidente com estes
navios ou com oleodutos litorâneos. Os
litorais de São Paulo e Rio de Janeiro são os
mais agredidos por esse tipo de poluição,
dada a grande concentração demográfica e
industrial nestes estados, exigindo-se grandes
desembarques de petróleo nesta área. O
vazamento de petróleo no mar implica no
aparecimento da chamada "maré negra", que
mata os peixes de toda a região poluída e
escurece toda a areia da praia afetada.
Agentes químicos poluidores do ar
A poluição da atmosfera ocorre pela introdução de inúmeras
partículas suspensas no ar, alterando gradativamente as
condições naturais de vários ecossistemas, bem como danos à
saúde humana.
Entre os principais agentes geradores de poluentes estão: os
motores dos automóveis, as indústrias siderúrgicas, as fábricas de
cimento e papel, as refinarias, a incineração de lixos domésticos e
as queimadas de florestas para expansão de lavouras e pastos.
Os poluentes mais incidentes na
atmosfera, em geral nas grandes
metrópoles, estão relacionados à
emissão de gases, tais como: monóxido
de carbono (CO), com concentração
média igual a 45%; dióxido de
nitrogênio (NO2), aproximadamente
16%; dióxido de enxofre (SO2),
proporcionalmente a 19%;
hidrocarbonetos com 13% de
distribuição no ar; e 7%
compreendendo as demais partículas.
As causas da intensa degradação ambiental são visivelmente
observadas e sentidas através de processos cada dia mais evidentes,
como:
• O fenômeno de inversão térmica, em virtude do aquecimento e má
circulação de correntes de ar, com aumento significativo da
temperatura e acúmulo de partículas poluentes em suspensão.
• Retenção da radiação solar aumentando o efeito estufa, essencial à
manutenção da vida em níveis tolerantes, mas prejudicial quando
excessivo.
• Precipitações com alto teor de substâncias ácidas (enxofre e
nitrogênio) formando a chamada chuva ácida.
• E a destruição de camada de ozônio decorrente da emissão de gases
do grupo dos clorofluorcarbonetos (CFC), utilizados na fabricação de
geladeiras e plásticos, atualmente substituídos por outros compostos.
Mecanismo de ação enquanto poluentes:

Monóxido de carbono
O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro, incolor,
insípido e extremamente perigoso produzido pela queima
incompleta de combustíveis que contém átomos de carbono.
Quando inalado pelo homem, associa-se à hemoglobina
(proteína presente nos glóbulos vermelhos) e forma um
composto estável (a carboxiemoglobina), causando asfixia
pela não oxigenação dos tecidos orgânicos.
Óxidos de nitrogênio
O monóxido de nitrogênio (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são
poluentes formados, principalmente, nas câmaras de combustão de
motores de veículos onde, além do combustível, há ar que contém
grandes quantidades de nitrogênio e oxigênio que, devido à altíssima
temperatura existente, combinam-se formando os óxidos de
nitrogênio.
O NO, se permanecesse puro, seria um gás praticamente inofensivo e
não representaria perigos à saúde. Entretanto, ele se oxida facilmente
para NO2 que é um gás invisível, de odor característico e muito
irritante. A pessoa atingida sente imediatamente ardência nos olhos,
no nariz e nas mucosas em geral.
O NO2 reage com todas as partes do corpo expostas ao
ar, pele e mucosas, e provoca lesões celulares. Os
epitélios (revestimentos celulares) que mais sofrem são
aqueles das vias respiratórias, por serem mais sensíveis
do que a pele ou os epitélios da boca e da farínge, e,
portanto, ocorrem degenerações celulares e
inflamações no sistema respiratório, desde o nariz até à
profundidade dos alvéolos pulmonares.
Em caso de intoxicação grave, instalam-se edema
pulmonar, hemorragias alveolares e insuficiência
respiratória, causando morte. Se a exposição for aguda,
porém não fatal, ou houver inalação crônica de doses
nocivas, teremos doenças respiratórias de vários tipos,
dependendo da intensidade e duração da exposição.
Dióxido de Enxofre

Trata-se de um gás amarelado, com o odor característico de enxofre e


terrivelmente irritante. Em contato com superfícies úmidas,
transforma-se em ácido sulfuroso e ácido sulfúrico.
A intoxicação aguda e fatal por SO2 simplesmente queima as vias
respiratórias, desde a boca e o nariz até aos alvéolos. A destruição é
marcada por inflamação, hemorragia e necrose dos tecidos. Mas essa
situação dramática não ocorre, nem mesmo quando se queima o pior
tipo de óleo diesel com os mais altos teores de enxofre, pois a
quantidade de SO2 é pequena. Por outro lado, as quantidades de SO2
lançados no ar, sobretudo pelos canos de escapamentos de ônibus e
caminhões, provocam irritações discretas mas importantes ao longo
prazo.
O gás SO2 é muito solúvel e ao chegar na mucosa
respiratória, encontra água. Assim transforma-se em ácido
sulfuroso e/ou sulfúrico que, mesmo em quantidades
muito pequenas, ao longo do tempo lesam o aparelho
muco-ciliar e, em consequência, uma das defesas
importantes do pulmão. A doença que provoca é a
tráqueo-bronquite crônica que, depois de certo tempo é
irreversível, pois as defesas foram definitivamente
comprometidas. Deste modo teremos uma afecção
inflamatória crônica das vias aéreas superiores, cujo
portador fica predisposto a frequentes infecções
respiratórias, por exemplo broncopneumonias, porque o
ar que respiramos contém, muitas vezes, bactérias e virus.
Hidrocarbonetos

Os HCs constituem uma grande família de substâncias orgânicas compostas de


hidrogênio e carbono. Os combustíveis fósseis, a gasolina e o óleo diesel, têm
centenas de HCs alguns formados por longas cadeias de carbono.
Na queima dos combustíveis fósseis a situação persiste: os gases de emissão da
gasolina e do óleo diesel contém muitos HCs distintos, entre eles uma família
especial, a dos hidrocarbonetos policíclico aromáticos (HPAs). Dá-se o nome de
aromáticos a todos os compostos orgânicos que têm núcleo benzênico (benzeno)
na molécula. Chamam-se de policíclicos aqueles compostos que apresentam mais
de um anel em sua estrutura.
Muitos HCs não têm efeitos sobre a saúde, a não ser em concentrações altíssimas
que nunca ocorrem nas poluições atmosféricas. Entretanto, existem HCs que são
perigosos por serem irritantes, por agirem sobre a medula óssea provocando
anemia e leucopenia, isto é, diminuindo o número de glóbulos vermelhos e
brancos, e, sobretudo, por provocarem câncer.
POLUENTES ORGÂNICOS
PERSISTENTES
Poluentes Orgânicos Persistentes
Poluentes Orgânicos Persistentes (ou POPs) são substâncias químicas
sintéticas altamente tóxicas que podem ser encontradas no tecido humano e
de outros organismos vivos ao redor do mundo. Do polo norte ao fundo do
oceano, os POPs podem ser encontrados no nosso ar, na nossa água e até
mesmo na comida que comemos. Desde o surto da indústria química, uma
grande quantidade de POPs foi produzida e lançados no meio ambiente: no
ar através das chaminés das indústrias, nos rios pelos canos de eliminação
de efluentes e através de pulverizações na agricultura. Os POPs estão
presentes em alguns produtos destinados ao consumo, como
computadores, tintas e produtos domésticos, tornando a produção, a
utilização e o descarte final (lixões, aterros ou incineração) destes produtos
também fontes de contaminação ambiental.
Venenos viajantes
Uma vez lançados no meio ambiente, os POPs podem viajar largas
distâncias pelas correntes aéreas e oceânicas. Isso significa que eles
não apenas contaminam as imediações das fábricas de compostos
químicos onde são produzidos, mas também ambientes primitivos e
remotos como o ártico, as cadeias de montanhas e os oceanos. Os
POPs evaporam rapidamente em áreas quentes e não tão rapidamente
em climas mais frios. Este fato faz com que sejam encontrados em
altas concentrações em áreas primitivas geladas como o pólo norte.
Devido a fatores geográficos e meteorológicos, o Ártico é um depósito
global para contaminantes químicos, que são transportados para
longe de sua fonte.
Tóxicos, persistentes e bioacumolativos
Os POPs têm uma série de outras características danosas que combinadas conferem a estas
substâncias um efeito devastador no ambiente global. Eles são extremamente tóxicos mesmo em
concentrações muito baixas. Se acumulam (ou bioacumulam) no meio ambiente e podem levar
décadas, ou até mesmo séculos, para se decomporem. Visto que permanecem no meio ambiente por
tanto tempo, os POPs podem continuar se acumulando durante décadas após serem usados pela
primeira vez. Muitos POPs que poluem o meio ambiente são incorporados nas teias e cadeias
alimentares. Eles se acumulam e persistem nos tecidos gordurosos (ou adiposos) dos animais e do
homem, porque são solúveis em gorduras e não são facilmente degradados pelos organismos. Mesmo
baixos níveis de POPs no meio ambiente podem levar a altos níveis de contaminação nos tecidos
animais e humanos. Para muitos POPs, os níveis de concentração na gordura aumentam à medida que
um animal se alimenta de outro. Dessa forma, os níveis mais elevados de contaminação são
encontrados em animais predadores do topo das teias e cadeias alimentares, tais como ursos polares,
focas, morsas, leões e elefantes marinhos, golfinhos e baleias com dentes, aves de rapina e o homem.
Os mamíferos marinhos, particularmente, acumulam altas concentrações de POPs devido à grande
quantidade de tecido gorduroso que possuem e à capacidade reduzida de degradar alguns POPs em
comparação a outras espécies. Devido à sua natureza altamente tóxica e propagadora, os POPs são
um problema global que requer uma solução global.
Dirty dozen: a lista suja
A comunidade internacional, através do Programa das Nações
Unidas Para o Meio Ambiente (UNEP) decidiu (como resultado da
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992) que
devemos eliminar os POPs do nosso meio ambiente. Eles
priorizaram uma lista de 12 POPs altamente tóxicos que
necessitam ação urgente. Todos os elementos desta lista, ou Dirty
Dozen, como ela é conhecida pela comunidade internacional, são
organoclorados e a maioria é de agrotóxicos.
Os 12 POPs (The Dirty Dozen) apontados pela UNEP como alvos para uma ação
urgente são:
· PCBs - Bifenilas Policloradas - composto químico industrial
· Dioxinas - subproduto involuntário industrial
· Furanos - subproduto involuntário industrial
· Aldrin - agrotóxico -inseticida e para tratamento de madeira
· Clordano - agrotóxico
· DDT- agrotóxico -inseticida
· Dieldrin - agrotóxico
· Endrin - agrotóxico
· Heptacloro - agrotóxico -inseticida e para tratamento de madeira
· Hexaclorobenzeno (HCB)- agrotóxico - inseticida (pó de broca) / subproduto
industrial
· Mirex - agrotóxico - usado como formicida (combate de formigas)
· Toxafeno - agrotóxico
A maior parte dos POPs pertencentes a Dirty
Dozen identificados pela UNEP eram produzidos
pela indústria na forma de inseticidas,
fungicidas, agrotóxicos e subprodutos
industriais estando a maioria deles proibida em
muitos países. Mas alguns ainda são usados em
países em desenvolvimento (sabe-se, por
exemplo, que tanto a Índia quanto a China
fabricam, usam e exportam o DDT, um POP
proibido desde os anos 60). É vital que medidas
globais sejam adotadas urgentemente para
liquidar a produção e o uso dos POPs da Dirty
Dozen, e que planos para a eliminação futura de
todos os POPs sejam implementados. Eliminar
da cadeia produtiva processos e substâncias
perigosas é a única forma destes contaminantes
não atingirem o meio ambiente, portanto é o
único caminho a ser adotado para resolver o
problema dos POPs.
Efeitos dos POPs na saúde e no meio
amabiente
A primeira evidência que relacionou os POPs a danos à vida
selvagem foi descoberta na América do Norte nos anos 60
quando diagnosticou-se que a população de falcões peregrinos
estava diminuindo devido à contaminação por agrotóxicos.
Subsequentemente, uma lista de evidências crescente apontou os
POPs como causadores de uma série de efeitos na saúde,
especialmente em espécies predadoras no topo da cadeia
alimentar. Dentre esses efeitos, encontram-se:
· problemas na reprodução e declínio populacional
· tireoides com funcionamento anormal e outras disfunções hormonais
· feminilização de machos e masculinização de fêmeas
· sistema imunológico comprometido
· tumores e cânceres
· anormalidades comportamentais
· maior incidência de má formação fetal (teratôgenese) Agora há evidências crescentes de que os POPs estão
causando danos à saúde humana e, o que não é surpresa, que os efeitos são semelhantes aos causados na
vida selvagem:
· cânceres e tumores múltiplos
· distúrbios no aprendizado
· alterações no sistema imunológico
· problemas na reprodução, como infertilidade
· lactação diminuída em mulheres em período de amamentação
PCBs Bio Acumulação nas teias e cadeias alimentares no Ártico
· uma série de doenças como endometriose
· aumento na incidência de diabetes
A forma de exposição aos POPs mais comum aos humanos é a
nossa alimentação, mesmo considerando que os POPs podem
também vir do ar ou da água. Em particular, alimentos gordurosos
como a carne, o peixe e laticínios contêm altos níveis de POPs.
Resíduos de agrotóxicos POPs também podem ser encontrados em
vegetais e frutas que foram pulverizados durante o cultivo. Muitos
POPs danificam o sistema imunológico dos organismos vivos nos
quais se acumulam. Alguns desses contaminantes também são
conhecidos por imitar hormônios, interferir nos sistemas
endócrinos e afetar a fertilidade dos seres humanos e dos animais.
Diminuindo a fertilidade, os POPs podem ameaçar a sobrevivência
de populações inteiras de seres vivos.
Muitos POPs danificam o sistema imunológico dos organismos
vivos nos quais se acumulam. Alguns desses contaminantes
também são conhecidos por imitar hormônios, interferir nos
sistemas endócrinos e afetar a fertilidade dos seres humanos e dos
animais. Diminuindo a fertilidade, os POPs podem ameaçar a
sobrevivência de populações inteiras de seres vivos. A saúde de
trabalhadores.
Eliminação de todas as fontes de POPs
A eliminação dos POPs é um processo constante que se divide
em duas etapas, a identificação da fonte, seguida da eliminação
da fonte. Para tanto é necessário que se identifiquem as fontes
apropriadamente. Após este processo implementa-se a
eliminação gradativa, a substituição ou simplesmente a remoção
da fonte contaminante Isso se aplica tanto aos POPs produzidos
de forma intencional quanto aos produzidos de forma não-
intencional, como as dioxinas e furanos.
BIOCONCENTRAÇÃO,
BIOACUMULAÇÃO E
BIOMAGNIFICAÇÃO
Bioconcentração
O processo de bioconcentração representa o aumento da
concentração de determinada substância tóxica nos organismos,
comparado ao meio abiótico. Ou seja, é quando a velocidade de
absorção da substância tóxica por meio da água excede a
velocidade de eliminação do mesmo, gerando dessa forma, um
acúmulo nos tecidos dos organismos. Portanto, a
bioconcentração depende da concentração da substância tóxica
no ambiente e do tempo de exposição do organismo ao agente
tóxico.
Bioacumulação
A Bioacumulação é um processo que ocorre quando um composto
químico, um elemento químico ou um isótopo se acumulam em
elevadas concentrações nos organismos, independente do nível
trófico. O processo pode ocorrer de forma direta, efetuada
diretamente a partir do meio ambiente, ou indireta, quando ocorre por
meio de alimentação, frequentemente de forma simultânea, em
especial em ambientes aquáticos. A exposição de um ser vivo aquático
a uma água contaminada por metais pesados pode provocar a
absorção pelo organismo, entrando assim nos seus tecidos, e
posteriormente, ao servir de alimento a seres de um nível trófico mais
elevado, contaminará esse outro organismo, fazendo com que o
contaminante suba na cadeia alimentar.
Biomagnificação
Biomagnificação é um fenômeno que ocorre quando há acúmulo progressivamente
maior de uma substância tóxica de um nível trófico para outro ao longo da cadeia
alimentar por causa da redução da biomassa. Desse modo os consumidores
apresentam maior concentração dos produtos tóxicos que os produtores.
Um bom exemplo deste fenômeno presente na cadeia alimentar é a magnificação
de um composto químico denominado BHC(Benzeno Hexa Clorado), uma
substância que foi bastante utilizada como inseticida. Por ser uma molécula apolar,
esta ao ser ingerida pelos consumidores secundários, causa a acumulação deste
produto no tecido adiposo destes animais, pelo fato de também serem apolares.
Com isto, ocorre o efeito acumulativo, além desta substância ser responsável por
inibir a produção da enzima anidrase, responsável pela calcificação dos ovos,
causando grandes interferências e desequilíbrios ambientais.
Fontes: http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/ag_poluidores.html
http://www.brasilescola.com/biologia/agentes-poluidores-do-ar.htm
http://www.saudetotal.com.br/artigos/meioambiente/poluicao/spdoencpol.asp
http://www.cpgls.ucg.br/ArquivosUpload/1/File/V%20MOSTRA%20DE%20PRODUO
%20CIENTIFICA/SAUDE/70.pdf
http://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/1725/agrotoxicos-
efeitos-sobre-a-saude
http://www.agsolve.com.br/noticias/agrotoxicos-poluicao-invisivel-nas-aguas-no-
solo-e-no-ar
http://www.brasilescola.com/quimica/cadmio.htm
http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/25383/interacao-de-
poluentes-ou-biotoxinas-com-a-biota-bioconcentracao
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioacumula%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bioamplia%C3%A7%C3%A3o

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