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SUMÁRIO

1. MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE 02


2. IMPORTANCIA ECONOMICA DOS MINERIOS NA BAHIA 04
3. RECURSOS NATURAIS NÃO RENOVAVEIS E RENOVÁVEIS 05
4. CONCEITO DE CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS 06
5. PROTEÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS 08
6. DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA RECURSOS MINERAIS NO BRASIL E NA BAHIA 10
7. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – GESTÃO DE RESIDUOS SÓLIDOS NA MINERAÇÃO 11
8. LEGISLAÇÃO MINERAL BRASILEIRA 13
9. INICIAÇÃO A MINERALOGIA – CONCEITOS BÁSICOS 18
10. TRATAMENTO DE MINERIOS 27
11. PROPRIEDADES FISICAS E QUIMICAS DOS MINERAIS 31
12. MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS 32
13. TÉCNICAS DE OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE COMINUIÇÃO 37
14. REALIZAÇÃO DE ENSAIOS DE PROCESSO 39
15. AMOSTRAGEM 42
16. OBJETIVO 43
17. DEFINIÇÕES 43
18. ERROS DE AMOSTRAGEM 44
19. DISTRIBUIÇÃO DOS ERROS ENTRE OS DIFERENTES ESTÁGIOS DE AMOSTRAGEM 44
20. ESTABELECIMENTO DE UM PLANO DE AMOSTRAGEM 46
21. CONDIÇÕES PARA UMA BOA AMOSTRAGEM 47
22. TRATAMENTO DE AMOSTRAS EM LABORATÓRIO 47
23. CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA MINERAL (QA/QC) 52
24. CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS DA AMOSTRAGEM DE MINÉRIOS 54
REFERÊNCIAS 54

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1. MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE
A mineração está presente na vida de todos desde a Pré-História, onde pedras eram usadas para o
desenvolvimento de utensílios e armas, está intrínseca à evolução da sociedade. Ao longo do tempo
o ser humano vem evoluindo, assim como a mineração e as suas formas de extração e intensidade
do processo.
Caso você seja do setor mineral é bem provável que você já tenha ouvido falar dos grandes dilemas
que envolvem a relação conflituosa entre mineração e o meio ambiente, até mesmo você que não
trabalha ou tem envolvimento com área da mineração já deve ter ouvido notícias relacionados a
este tema.
Neste artigo você vai ver os detalhes da relação que envolve a mineração e o meio ambiente, além
de saber o que é de fato verídico e os mitos que envolvem esse assunto.
Impactos ambientais causados pela mineração
A mineração, assim como toda forma de exploração de recursos naturais provocará impactos no
meio ambiente, tanto durante a fase de exploração quanto na fase de geração de resíduos.
Durante o processo de mineração podemos dividir os principais impactos em cinco categorias:
poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, subsidência do terreno, incêndios causados pelo
carvão e rejeitos radioativos.
Desde o começo de todo processo de exploração mineral podemos notar algum impacto ambiental,
estamos falando da prospecção geológica, onde se iniciam trabalhos de amostragens, sondagens e
eventuais perfurações, podendo inclusive gerar exposições de afloramentos como consequência.
Falando especificamente do Brasil, segue abaixo alguns casos dos principais minérios extraídos e o
impacto proveniente deles.
1. Carvão – Para os casos a céu aberto, que abrangem grandes áreas, pode ocorrer a poluição nas
águas e no ar. A poluição hídrica causada pela drenagem ácida é provavelmente o impacto mais
significativo das operações de mineração e beneficiamento de carvão mineral. Causada pela
infiltração da água da chuva sobre os rejeitos, que alcançam os corpos hídricos superficiais e/ou
subterrâneos.
2. Ouro – Tem-se a presença do elemento tóxico arsênio. Alguns dos maiores desastres
relacionados a isso ocorreram em Nova Lima e Passagem de Mariana; as fábricas de óxido do
arsênio que era obtido como subproduto do minério foram estocados às margens de riachos ou
lançados diretamente nas drenagens, provocando grande comprometimento ambiental do solo e
água.
3. Chumbo, Zinco e Prata – As minas de chumbo, zinco e prata do Vale da Ribeira em São Paulo que
já não estão mais ativas, encerram suas atividades em 1995. Os materiais resultantes dos processos
de metalurgia e refino do minério de chumbo foram estocados nas margens do rio Ribeira e
recentemente foram realizados estudos na população infantil, nos municípios de Adrianópolis e
Cerro Azul no Paraná e, Ribeira e Iporanga em São Paulo, envolvendo análises de Chumbo total em
sangue e arsênio em urina. As concentrações de chumbo no sangue foram superiores aos limites
aceitos pelos padrões técnicos.
4. Agregados para Construção Civil – Na extração dos bens minerais empregados direto na
construção civil como a areia, argila e brita, os impactos ambientais causados são grandes e
descontrolados, como a degradação de ambientes de frágil equilíbrio ecológico, exemplo, dunas e
manguezais, alterando canais naturais de rios e os aspectos paisagísticos. Existe também as cavas
que em geral são usadas como lixões para o que não tiver uso na construção civil.
As principais consequências da mineração no meio ambiente são:
Um dos primeiros aspectos a ser considerado é a degradação da paisagem, algo presente em
praticamente toda forma de extração mineral.

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Os ruídos e vibrações também estão presente na maioria das minas e formas de extração,
geralmente esses ruídos e vibrações tem relação com o maquinário e o desmonte do maciço
rochoso.
O tráfego de veículos pesados para o transporte de minério, causa muito transtornos à
comunidade, como: poeira, emissão de ruídos, deterioração do sistema viário da região.
Poeira e gases também são um dos maiores transtornos sofridos pela comunidade local e aos que
trabalham diretamente na mineração. Tem origem tanto na perfuração da rocha como nas etapas
de beneficiamento e de transporte.
A contaminação das águas é algo muito recorrente e geralmente ocorre poluição por lama; tem a
poluição por compostos químicos solúveis, mas esta última é mais restrita.
Fatores de influência que agravam o impacto ambiental:
Quando se inicia a extração de um bem mineral existem alguns fatores que podem ter uma
pequena ou grande influência sobre a área de extração. Podemos chamá-los de fatores geográficos.
Alguns desses fatores geográficos tem relacionamento com à posição do jazimento, são eles:
• Densidade da população
• Topografia
• Clima
• Aspectos sócio-econômicos
Um dos principais fatores que podem impactar ao meio ambiente está ligado a escolha do método
de lavra. A escolha do método mais adequado irá depender das características da jazida e de
fatores externos.
Na lavra a céu aberto se tem os maiores riscos de comprometimento ambiental, principalmente por
ter um maior aproveitamento do corpo mineral e gerar maior quantidade de estéril, além da poeira
em suspensão, vibrações e riscos de poluição das águas.
Plano de recuperação de áreas ambientais degradadas
Nem tudo que está envolvido na relação da mineração e do meio ambiente é necessariamente algo
negativo e o PRAD está aí para provar isso. O plano de recuperação de área degradadas (PRAD) é o
conjunto de métodos, instruções e materiais necessários para a retomada de uma área degradada
ao mais próximo possível do seu estado natural. O PRAD é obrigatório para toda mina e deve ser
apresentado antes do início do processo de extração. Leia mais sobre o PRAD aqui.
Em áreas lavradas algumas medidas empregadas são a revegetação, retaludamento e instalação de
sistemas de drenagem em frente de lavra desativadas.
Em áreas de disposição de resíduos sólidos também se emprega medidas com revegetação de
taludes de barragens e depósitos de estéreis ou rejeitos, redimensionamento e reforço de
barragens de rejeito, redimensionamento ou construção de extravazores ou vertedouros em
barragens de rejeitos, entre outros.
Desafios atuais e futuros
Um bom caminho para estar sempre buscando reduzir cada vez mais os impactos causados são
trazidos de diversas formas, com o avanço da sociedade e as tecnologias. A avaliação do
desempenho ambiental é uma ferramenta que possibilita um controle empresarial dos resultados
ambientais de uma operação e coleta evidências que demonstram esses resultados à comunidade e
as demais partes interessadas.
É usado por diversas empresas de grande e médio porte na coleta de dados e divulgação através de
relatórios de desempenho. Outra ferramenta com múltiplas aplicações é a análise de riscos e pode
ser usada no planejamento de uma nova mina e na desativação de uma mina existente. A análise de
riscos prever a identificação de perigos e de situações críticas que possam acarretar acidentes ou
perdas para a empresa, comunidade e meio ambiente.
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Um dos desafios mais importantes a se pensar e que não deve ser aplicado somente ao setor
mineral é a produção mais limpa. Na mineração, o processo de produção mais limpa vai depender
diretamente de pesquisas e avanço da tecnologia. Diferentemente de outros ramos da indústria,
onde é o possível um mesmo tipo de solução para muitos processos. Na extração e o
processamento de matérias-primas minerais requerem soluções específicas para cada caso.
2. IMPORTANCIA ECONOMICA DOS MINERIOS NA BAHIA
O Norte da Bahia pode ser a região responsável por abrigar uma das mais importantes províncias
minerais do estado. Trata-se da Província Metalogenética do Norte, situada na borda norte do
Cráton de São Francisco, onde foram descobertas mineralizações de fosfato, ferro, ferro-titânio-
vanádio, níquel-cobre-cobalto, ouro, metais base e terras raras. De acordo com a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico (SDE), a Bahia é o quarto maior produtor brasileiro de bens minerais e
líder nacional na produção de barita, bentonita, cromo, diamante, magnesita, quartzo, salgema e
talco. No primeiro semestre desse ano, a Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) foi de R$
2,9 bilhões, numa variação positiva de 43% em relação ao mesmo período de 2019.
De acordo com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), autarquia ligada à SDE,
responsável pelas descobertas, a estrutura geológica da Província Metalogenética está relacionada
a uma ampla diversidade de ambiências geológicas e intrusões de corpos anorogênicos,
historicamente conhecidas como áreas altamente potenciais para mineralização. A área ainda
precisa de pesquisas complementares até que se possa afirmar ou descartar a viabilidade para
exploração.
“O trabalho desenvolvimento pela CBPM é de fundamental importância para o desenvolvimento
mineral do Estado. Quando a empresa lança um edital de oportunidades em negócios minerais, ela
poupa os investidores privados de riscos, custos e o longo tempo necessário à prospecção, à
pesquisa preliminar, à descoberta e à obtenção da respectiva Portaria de Lavra de uma jazida”,
explica o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico.
De acordo com o diretor presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, a empresa tem bloqueado
156 direitos minerários, em três blocos de pesquisas, denominados Campo Alegre de Lourdes,
Remanso e Lagoa do Alegre. “Esta nova descoberta mostra não só a riqueza do nosso solo como a
importância que a mineração vai ter no desenvolvimento da Bahia nos próximos anos. A nossa
CBPM está trabalhando para trazer novos investimentos para o estado, que gerem emprego e
renda de maneira inovadora e sustentável”, afirma.
Viabilidade do projeto
As cidades de Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes e Remanso são os
principais centros urbanos da região, interligados pelas rodovias BR-235 e BA-161, configurando
uma opção logística e acesso às cidades de Petrolina e Juazeiro. Além disso, a ferrovia
TransNordestina, um importante braço ferroviário, está programado para implantação na região e a
cidade de Petrolina conta com um aeroporto internacional. Há ainda ampla disponibilidade de água
nas proximidades do Lago da Barragem de Sobradinho e a energia elétrica é disponibilizada através
de linhas de transmissão do sistema Chesf.
Panorama
A Bahia possui atividade mineral em praticamente todo território. Ano passado, foram
comercializados 45 bens minerais, extraídos em 185 municípios por 396 produtores. As principais
áreas com atividade mineral estão situadas no semiárido baiano. Há minas de ouro em Jacobina,
Araci, Barrocas, Santaluz e Teofilândia. Cobre é encontrado em Jaguarari, Juazeiro e Curaçá. A
produção de cromo se concentra em Andorinha, Campo Formoso e Santaluz. Itagibá produz níquel,
Maracás, vanádio e em Nordestina há minas de diamante.

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3. RECURSOS NATURAIS NÃO RENOVAVEIS E RENOVÁVEIS
A preocupação com o meio ambiente e as consequências das ações humanas no planeta Terra são
temas cada vez mais constantes em diversos meios de comunicação. Contudo, apesar do aumento
da consciência ambiental, percebe-se cada vez mais também o consumismo desenfreado que as
sociedades vivem. Esse consumismo visualiza o planeta como um grande recurso natural.
Recurso Natural é toda matéria ou energia, oriundos da natureza, úteis para o homem. Exemplo:
água, petróleo, madeira, solo, entre outros. Os recursos naturais são divididos em dois tipos:
renováveis e não renováveis.
Recursos naturais renováveis são aqueles que se renovam em prazo curto comparado com o tempo
de vida humano. Alguns exemplos de recursos renováveis são: água, solo, matéria orgânica,
biocombustíveis, e vento.
Os não renováveis são aqueles que não se renovam em um prazo curto comparado com o tempo
de vida humano. Por exemplo: petróleo, carvão mineral, minérios, materiais radioativos e gás
natural.
A natureza de forma geral pode ser considerada um recurso natural renovável, pois dentro dos
ciclos biogeoquímicos existe ciclagem de nutrientes (nitrogênio, oxigênio, carbono, entre outros)
em tempo relativamente curto (comparado com o tempo de vida do homem). Analisando sob esse
aspecto pode-se concluir realmente que a natureza é um recurso natural renovável.
Porém, atualmente, é possível perceber exatamente o oposto. Com a degradação ambiental
existente, a natureza deixa de se tornar um recurso natural renovável, pois seus recursos são
consumidos de forma muito mais acelerada do que a capacidade de renovação destes.
A capacidade de um recurso natural se renovar após algum impacto se chama resiliência. A palavra
resiliência está ligada a propriedade de algo, voltar ao estado original, após sofrer alguma alteração.
Para exemplificar pode-se imaginar uma floresta no qual se faz uma extração de sementes para
venda. O impacto foi a retirada das sementes e a capacidade da floresta de produzir novas
sementes é a resiliência.
Deste modo, percebe-se que muitos recursos naturais renováveis, têm se tornado não renováveis,
devido ao não respeito da capacidade de resiliência deste recurso. Ou seja, retira-se mais do
recurso natural, do que a capacidade deste de se renovar.
Um exemplo disso é a questão da água. Apesar do planeta Terra possuir uma grande parcela da sua
superfície coberta de água, muitas pessoas sofrem com a falta de água, pois a água doce existente
muitas vezes está poluída e imprópria para o consumo.
Existem diversos outros exemplos de recursos naturais, que devido a degradação ambiental, estão
se tornando cada vez mais escassos, o que justifica que a natureza não seja um recurso natural
renovável.
Deve-se considerar o tempo que o recurso natural leva para se renovar. Por exemplo, uma floresta
cujos elementos (madeira, frutos, sementes, entre outros) são retirados em quantidade e
velocidade mais alta do que ela pode produzir estaremos tornando a floresta também um recurso
não renovável.
Essa análise leva a um questionamento: Como garantir que a resiliência de um recurso seja
respeitada?
Para que a natureza seja renovável deve-se utilizá-la de forma consciente. Esse uso é conhecido
como uso sustentável, que significa utilizar, mas garantindo a continuidade deste recurso para as
gerações futuras. A garantia dessa continuidade, ou seja, que o recurso renovável continue
renovável baseia-se na consideração da sua resiliência, pensando de forma sustentável.

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Pensar de forma sustentável em meio a uma sociedade consumista é um grande desafio, porém
não é algo utópico, pois muito já foi feito no caminho para um mundo mais sustentável e muito
ainda pode ser feito.
4. CONCEITO DE CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
É comum haver confusão entre os termos conservação e preservação. Muitas vezes usados para
significar a mesma coisa, na verdade expressam ideias que têm origem em raízes e posturas
distintas. Conservacionismo e preservacionismo são correntes ideológicas que representam
relacionamentos diferentes do ser humano com a natureza.
Um precursor do pensamento ambientalista foi John Muir, para quem a natureza tinha valor
intrínseco. Mesmo que em sua época ainda não houvesse distinção desses termos, Muir hoje seria
considerado um preservacionista, pois ficou conhecido pelo seu deslumbramento pela natureza em
geral, e compartilhou suas emoções em vários textos e livros que se tornaram marcos do
movimento ecológico que se formaria mais tarde. Compreendia a continuidade que é inerente à
natureza, como mostra esse seu trecho: “Os dias quentes e ruminantes são cheios de vida e
pensamentos de vida por vir, como as sementes que amadurecem contendo o próximo verão, ou
uma centena de verões”. Ao enfocar a natureza sem a interferência humana e sem pensar no uso
que determinados elementos poderiam representar, Muir se destaca por seu amor pelo mundo
natural.
Com o correr do tempo, o preservacionismo tornou-se sinônimo de salvar espécies, áreas naturais,
ecossistemas e biomas. Tende a compreender a proteção da natureza, independentemente do
interesse utilitário e do valor econômico que possa conter.
Conservacionismo
Já a visão conservacionista, contempla o amor pela natureza, mas permite o uso sustentável e
assume um significado de salvar a natureza para algum fim ou integrando o ser humano. Na
conservação a participação humana precisa ser de harmonia e sempre com intuito de proteção.
Por volta de 1940, Aldo Leopold deu uma grande contribuição ao conservacionismo, pois
demonstrava o amor de um preservacionista pela natureza, mas trabalhou para integrar o ser
humano às áreas naturais, atribuindo uma dimensão de maior acessibilidade e importância a elas.
Propôs o que na época foi inovador e que continua sendo recomendado até hoje: um manejo que
visasse maior proteção do que a ‘intocabilidade’. Leopold introduziu uma nova ética ambiental
como no capítulo “Land Ethics” (A Ética da Terra) em seu livro Sand County Almanaque. Precursor
da Biologia da Conservação, tratava a conservação como ciência, com os diferentes campos se
complementando, de modo a que se atingisse maior efetividade na própria proteção ambiental.
Suas idéias expressam a necessidade de se assumir novas posturas que compreendam a integração
dos elementos e a noção de longo prazo: “ … a ética da terra transforma o papel do Homo sapiens
de conquistador da comunidade da terra, a um mero membro e cidadão dela. Implica em respeito
pelos membros-companheiros, assim como respeito pela comunidade em geral”.
Uma outra tendência liderada pelo escandinavo, Arne Naess, vale ser mencionada. Conhecida como
‘ecologia profunda’, considera que o conservacionismo tem uma visão reducionista, pois, segundo
o autor, está limitado a concepções do primeiro mundo. De acordo com Naess a conservação
depende da compreensão de aspectos mais profundos, tais como:
– a ótica precisa ser abrangente para incluir todos os seres e suas inter-relações, e não apenas a
visão humana;
– é fundamental que haja maior eqüidade nas relações planetárias com posturas anti-classe, para
que a diversidade biológica possa ser verdadeiramente valorizada e consequentemente protegida
de fato;
– medidas que se opõem à poluição e à degradação ambiental devem ser levadas adiante com
seriedade e compromisso;
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– a complexidade deve ser contemplada, evitando-se visões que levam à complicação;
– a autonomia local e a descentralização das decisões podem ser chave no processo de inclusão
social e valorização da natureza.
Nessa visão de mundo tudo está integrado; tudo é importante porque tem valor próprio. O ser
humano passa, assim, a ser mais uma espécie e não mais “a espécie”. Essa linha de pensamento
tem sido chamada de holística e se afina com escritores como Kapra (Ponto de Mutação), Lovelock
(Teoria Gaia) e, no Brasil, com Boff, Brandão e outros.
Nem sempre esses pensadores são aceitos sem críticas. Lovelock, por exemplo, foi bastante
refutado no mundo científico, que dizia faltarem provas concretas para suas afirmações. No
entanto, a metáfora que criou com o planeta como um ser vivo acabou sendo respeitada e
largamente conhecida: os rios são comparados às veias, os pulmões aos oceanos e florestas, e
assim por diante. Sua ênfase é na interligação de tudo o que se encontra no planeta, estando todos
os elementos conectados. Nesse sentido, tudo precisa estar sadio para que o todo funcione e se
manifeste plenamente. Segundo Boff, a hipótese Gaia confere unidade e harmonia no universo,
constituído por uma imensa teia de relações, “de tal forma que cada um vive pelo outro, para o
outro e com o outro …” (Ecologia: Grito da Terra Grito dos Pobres, 2004).
Com a compreensão da necessidade de se proteger a natureza e devido aos altos impactos que o
modelo de desenvolvimento estava causando no equilíbrio planetário, surgiram termos como ‘eco-
desenvolvimento’, proposto por Ignacy Sachs, que posteriormente evoluíram para
‘desenvolvimento sustentável’ e ‘sustentabilidade’. Esta terminologia tem sido usada em reuniões
internacionais, inclusive na Rio-92. Existem também discussões acirradas sobre o significado dos
termos, uma vez que alguns autores não desenvolvimento e sustentabilidade ambivalentes, um
invalidando o outro ao pressupor a continuidade de uso e de impacto que certas atividades
causam. O desafio parece estar no conciliar produtividade, conforto e conservação ambiental.
Uso dos termos
Todos esses termos são relativamente novos, já que a necessidade de se conservar ou preservar só
apareceu há poucas décadas. Por isso, acabam sendo empregados sem muitos critérios até mesmo
por profissionais das áreas ambientais, jornalistas e políticos. Mesmo na legislação brasileira, os
termos são usados de maneira variada, apesar de se ter a noção das diferenças de significados.
Conservação, nas leis brasileiras, significa proteção dos recursos naturais, com a utilização racional,
garantindo sua sustentabilidade e existência para as futuras gerações.
Já preservação visa à integridade e à perenidade de algo. O termo se refere à proteção integral, a
“intocabilidade”. A preservação se faz necessária quando há risco de perda de biodiversidade, seja
de uma espécie, um ecossistema ou de um bioma como um todo.
No Brasil, a necessidade de se incluir as necessidades sociais tem sido uma constante nos
movimentos ambientalistas. Por exemplo, o envolvimento comunitário vem sendo conquistado por
meio de programas de educação ambiental direcionados a populações que vivem ao redor de
Unidades de Conservação. Primeiro como uma ferramenta de apoio à conservação, mas aos poucos
assumindo novas frentes. Em muitos contextos tem incluído alternativas de renda que visam a
melhoria da qualidade de vida humana com práticas que enfocam e valorizam a natureza local. Esta
abordagem resulta da impossibilidade e da injustiça de se pensar em conservar espécies e
ecossistemas ameaçados, quando as condições de humanas são indignas. Com base nesse novo
pensar surgiu o termo ‘socioambiental’, onde o social e o ambiental são verdadeiramente tratados
de maneira integrada.
A ideia não é abrir mão nem da conservação da natureza nem das necessidades humanas. É
contemplar a vida de forma ampla e integrada. Sendo assim, a opção de qual termo utilizar pode
variar entre preservar ou conservar, desenvolvimento mais sustentável ou medidas que visem a
sustentabilidade de um sistema amplo. Ainda há quem discuta apaixonadamente qual a tendência

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mais correta. Entretanto, a escolha muitas vezes lembra crenças religiosas, o que nem sempre vale
questionar. O importante é incentivar a reflexão e a análise das ideias que têm sido elaboradas no
Brasil e pelo mundo afora. Só assim poderemos escolher o que queremos preservar de nossos
pensamentos e atitudes e o que estamos dispostos a mudar para que possamos aumentar as
perspectivas de melhor conservar a biodiversidade brasileira.
5. PROTEÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Desde que a terra era habitada, seres humanos e outras formas de vida têm dependido de coisas
que existem livremente na natureza para sobreviver. Estas coisas incluem água (mar e de água
doce), a terra, solos, rochas, florestas (vegetação), animais (incluindo peixes), combustíveis fósseis e
minerais. Eles são chamados de Recursos Naturais e são a base da vida na Terra. Todos estes acima
mencionados são naturais, e eles existem na natureza.
Nenhum ser humano criou. Nós bater em sua oferta para sobreviver e também para funcionar
corretamente. Os recursos naturais estão todos ligados de alguma forma. Portanto, se alguém é
tirado, isso vai afetar o fornecimento ou a qualidade de todos os outros.

Reserva Natural Serra do Tombador


Por exemplo, se a água é eliminada de uma área, a vegetação, os solos, animais e até mesmo o ar
nessa área será afetada negativamente. Abaixo está uma ilustração simples de algumas grandes
coisas que nós começamos a partir de alguns recursos naturais.
Os recursos naturais podem ser consumidos diretamente ou indiretamente. Por exemplo, os seres
humanos dependem diretamente das florestas para alimentar, biomassa, saúde, recreação e maior
conforto vivo. Indiretamente florestas atuar como controle de temperatura, controle de enchentes,
proteção contra tempestades e ciclagem de nutrientes.
As matérias-primas Às vezes, os recursos naturais podem ser utilizados como matérias-primas para
produzir algo. Por exemplo, podemos usar uma árvore da floresta para produzir madeira.
A madeira é então utilizado para produzir madeira para móveis ou celulose para papel e produtos
de papel. Neste cenário, a árvore é a matéria-prima. Cada item em sua casa foi feita a partir de uma
matéria-prima que veio de um recurso natural.
A caneca de chá, eletricidade em casa, pão, roupas, você nomeá-los: cada um deles veio de um
recurso natural. Os recursos naturais vêm em muitas formas. Ele pode ser um sólido, líquido ou gás.
Ele também pode ser orgânica ou inorgânica. Ele também pode ser metálico ou não metálico. Pode
ser renovável ou não renovável. Clique ao lado para ver o que cada categoria é composta de.
Recursos naturais são elementos da natureza que são úteis ao Homem no processo de
desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Podem ser
renováveis, como a energia do Sol e do vento. Já a água, o solo e as árvores que estão sendo
considerados limitados, são chamados de potencialmente renováveis. E ainda não renováveis, como
o petróleo e minérios em geral.
O termo surgiu pela primeira vez na década 1970, por E.F. Schumacher no seu livro intitulado Small
is Beautiful.
Os recursos naturais são os materiais que vem da natureza, como florestas, solo, água, minerais e a
vida selvagem.

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E eles não podem ser feitos ou mesmo manufaturados por fabricas como os outros produtos que
são feitos pelo homem, como por exemplo o plástico.
A causa principal de preocupação hoje em dia é que nossas reservas de recursos naturais estão
sendo dissipadas muito rapidamente, devido a todo o nosso desenvolvimento populacional e ao
nosso uso dos recursos muito elevado.A forma como estamos constantemente desperdiçando a
água, em um futuro próximo pode ocorrer de não termos uma gota de água sequer para tomar.
Para garantir que o nosso planeta sobreviva e, com isso, e nós também, a principal obrigação nossa
é conservar todos os recursos naturais do planeta. Uma forma muito boa de se fazer isso é
seguindo o conceito de sustentabilidade, no qual defende toda a preservação da natureza e meio
ambiente.
Esta atitude não é assim tão complicada de ser tomada, basta somente que a pessoas se
empenhem em mudar alguns hábitos mais rotineiros da sua vida, senão as futuras gerações podem
não sobreviver.
O que Acontecerá Sem as Florestas
Dessa maneira que estamos derrubando as árvores e fazendo o uso da madeira para mobiliar as
nossas casas, o que vai acontecer se perdermos todas as nossas florestas desta maneira, acabando
com elas para fazer a construção das nossas casas ou somente para usar a madeira? Sem as nossas
florestas nós não vamos ter o que comer, nem o ar fresco para podermos respirar.
Vamos nos sufocar até a morte, já que todos nós já sabemos que as plantas verdes são as
responsáveis por nos fornecer mais oxigênio. A situação atual do meio ambiente no planeta nos
desafia a conseguir preservar os nossos recursos naturais e, e ao mesmo tempo, poder possibilitar
um bom desenvolvimento social e mais justo, permitindo com isso, que as sociedades humanas
cheguem a uma qualidade de vida melhor em todos os pontos.
A vontade de consolidar novos tipos de desenvolvimento mais sustentável no Brasil requer a
construção de opções de uso dos recursos naturais, mais sempre regida por uma boa racionalidade
ambiental e também uma ética de solidariedade.
Precisamos também perceber que estamos em uma sociedade onde é mais do fundamental partir
de uma excelente formação e de um conhecimento sólido dos mais diversos problemas e
potenciais problemas ambientais. Transformar os materiais orgânicos do lixo em um bom adubo já
é uma ótima opção a ser tomada, por que a coleta de várias cidades não tem esse tipo de ação e
jogam o lixo sempre em um aterro.
Se não praticarmos essa atitude, o resíduo orgânico pode parar em redes pluviais e esse recurso
natural se tornar impróprio para o uso. Uma outra pequena atitude porém com grandes resultados
é apagar as luzes quando sair dos cômodos, o que diminui todo o gasto de energia elétrica
desnecessário.
Ajude a Preservar o Meio Ambiente
Utilizar as torneiras somente quando for preciso e deixar o chuveiro sempre em “verão” nos dias de
calor são alternativas fáceis de serem feitas que ajudam bastante na preservação do meio
ambiente. Como o seu instrumento para promover a preservação ambiental, o ser humano tem leis
que regem a maneira de agir com o nosso meio ambiente.
Apesar de várias vezes essas leis serem bem desobedecidas, temos que usar os meios disponíveis a
fim de manter todos os recursos naturais e ambientes remanescentes. Os meios de conservação da
natureza são nomeados pela legislação brasileira como Unidades de Conservação fazendo parte
também do sistema brasileiro para proteção da natureza e são regidas pelo órgão federal IBAMA;
Compondo todo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que foi
criado em 18 de julho do ano de 2000, por meio da Lei Nº 9.985. Há várias outras medidas que são
muito urgentes, que são abandonar as sacolas plásticas oferecidas em estabelecimentos.

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Isso por que sacolas levam muito tempo para se decomporem na natureza, além também de poder
acabar matando animais por asfixia, entupir os bueiros, entre várias outras coisas. Até mesmo as
sacolas que são biodegradáveis, feitas com amido de milho, levam em média 10 anos para se
decomporem.
6. DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA RECURSOS MINERAIS NO BRASIL E NA BAHIA
"O território brasileiro é rico em minérios, sendo um dos maiores exploradores do mundo, junto à
Rússia, Estados Unidos, Canadá, China e Austrália. Isso foi possível em razão de investimentos que
propiciaram o crescimento dessa atividade nas últimas décadas.
Grande parte das empresas mineradoras não é genuinamente brasileira, tendo em vista que muitas
são associadas a outras empresas estrangeiras, oriundas principalmente dos Estados Unidos,
Canadá, Japão e Europa. As empresas estrangeiras inseriram tecnologias na extração de minérios e
promoveram um significativo aumento na produção.
Para consolidar os projetos de mineração foram necessários imensos investimentos por parte das
empresas mineradoras e também pelo governo brasileiro, o qual criou infraestrutura para sustentar
tal empreendimento, como construção de hidrelétricas, ferrovias e portos. Tudo isso para facilitar a
extração e o fluxo da produção.
As empresas estrangeiras de mineração instalaram-se no Brasil atraídas por incentivos oferecidos
pelo governo, como recursos minerais abundantes, incentivos fiscais, financiamentos bancários,
descontos em pagamentos de energia e impostos.

Serra dos Carajás


Os esforços empregados pelo governo brasileiro não têm trazido retorno satisfatório para o país,
isso porque grande parte da produção é destinada ao mercado externo, comercializada a preços
baixos. Incluindo ainda que os lucros obtidos pelas empresas estrangeiras não permanecem no
Brasil, pelo contrário, são enviados para os países de origem.
Atualmente, os principais minérios extraídos no Brasil são: ferro, bauxita (alumínio), manganês e
nióbio. O Brasil é o segundo maior produtor de ferro do mundo, com cerca de 235 milhões de
toneladas. Ele é extraído em jazidas localizadas no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais; na
Serra dos Carajás, no Pará; e no Maciço do Urucum, no Mato Grosso do Sul. O ferro é o principal
componente na fabricação do aço.
Na produção de bauxita, o Brasil é o terceiro em nível mundial, com uma produção de
aproximadamente 17,4 milhões de toneladas. Sua extração acontece, exclusivamente, na Serra do
Oriximiná, no estado do Pará. Esse minério é usado na fabricação do alumínio, importante matéria-
prima na produção de eletrodomésticos, material elétrico, entre muitos outros.
O país é o terceiro produtor mundial de manganês, com uma produção aproximada de 1,3 milhão
de toneladas ao ano. Sua extração ocorre, especialmente, em jazidas situadas na Serra dos Carajás,
Quadrilátero Ferrífero e Maciço do Urucum. Grande parte da produção tem como destino o
mercado externo, sendo absorvida principalmente pelos Estados Unidos, Europa e Japão. O
manganês tem seu uso vinculado à fabricação do aço e de diversos produtos químicos.
O território brasileiro também é rico em nióbio, com uma produção anual de 38 mil toneladas,

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volume que coloca o país em primeiro lugar no mundo na extração desse minério. As reservas de
nióbio encontram-se basicamente em Minas Gerais e Goiás. Esse minério é muito importante,
sendo usado na fabricação de turbinas de aviões, aparelhos de ressonância magnética e
supercomputadores."
A Bahia lidera a exploração de 11 tipos de minérios e metais preciosos e é o quarto maior produtor
nacional de bens minerais
Quarto maior produtor nacional de bens minerais, a Bahia lidera a exploração de 11 tipos de
minérios e metais preciosos, como quartzo, magnesita e diamante. O estado é também rico em
ouro, com 36% do total produzido, em cobre (19%) e níquel (13%) – a maior parte dessas jazidas
estão localizadas no semi árido como Jacobina, Juazeiro, Jaguarari, Campo Formoso, Barrocas,
Andorinha e Itagibá, local da única produtora de níquel sulfetado do país. É o único estado a
fabricar vanádio (Maracás) e urânio (Caetité).
O setor é responsável por quase 2% do PIB do estado. Somente em agosto, o setor gerou aos cofres
desses municípios uma arrecadação da ordem de R$ 9,4 milhões, com a cobrança da chamada
compensação financeira pela exploração mineral (CFEM) – ou royalties. Já toda a produção
comercializada no estado alcançou R$ 564 milhões. A expectativa é que a mineração baiana receba,
nos próximos anos, até US$ 12,8 bilhões em investimentos. Os projetos são relacionados à
produção de zinco, bauxita, ferro, calcário, entre outros.
Os dados são do informe executivo realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE),
com informações da Agência Nacional de Mineração (ANM) – e dá a dimensão da importância do
setor, responsável por quase 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado.
7. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – GESTÃO DE RESIDUOS SÓLIDOS NA
MINERAÇÃO
Existem dois tipos principais de resíduos da mineração: os
estéreis e os rejeitos. Os estéreis são os materiais
escavados, gerados pelas atividades de extração dos
minerais. Os rejeitos são resíduos resultantes dos processos
de beneficiamento a que são submetidos as substâncias
minerais.
Além destes, existem ainda outros resíduos, tais como: efluentes do tratamento de esgoto gerado
nas plantas de mineração, carcaças de baterias, pneus utilizados pela frota de veículos, restos de
alimentos dos refeitórios, material de higiene e escritório, entre outros. Cada tipologia de resíduos
deve receber tratamento e destinação adequada.
Quais os tipos de resíduos da mineração?
Os resíduos da mineração podem ser separados em dois tipos: os
resíduos estéreis e os rejeitos.
Os resíduos estéreis, ou resíduos sólidos de extração, consistem
normalmente em pilhas de minérios pobres, sem valor econômico,
e também em rejeitos da mineração.
Esses são gerados pelas atividades de extração ou lavra no
decapeamento da mina, ou seja, consistem basicamente de
materiais escavados e retirados para atingir os veios do minério. São geralmente dispostos em
pilhas.
Como os estéreis são compostos basicamente de fragmentos de rochas e solos, as pilhas do resíduo
não apresentam maiores problemas de segurança estrutural se projetadas seguindo técnicas
corretas de geotécnica. Com um fechamento adequado e cobertura vegetal, são integradas à
paisagem.

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Os rejeitos da mineração, ou lama, são compostos por partículas finas derivadas da rocha
explorada, e que não são aproveitados após o processo de beneficiamento, mais água. Os rejeitos
podem ser separados de acordo com a granulometria que pode ser fina (lama) ou grossa (rejeitos
granulares).
Além desses, na mineração são gerados outros resíduos, os quais necessitam de gerenciamento
também. Os mais comuns, e declarados nos Inventários Anuais de Resíduos, são:
 resíduo da construção civil;
 sucata de metais ferrosos, metais não ferrosos (latão, cobre, alumínio, etc.);
 resíduos de borracha, pneus, correias transportadoras;
 resíduos de madeira contaminado ou não contaminado, casca de árvores (madeira, lenha,
etc.), pallets, caixotes, caixas;
 óleo lubrificante;
 iodo ETE e banheiro químico;
 resíduos gerados fora do processo industrial (material de escritório, embalagens de
escritório, material de consumo etc.);
 resíduos de restaurante (restos de alimentos);
 resíduos de papel/papelão e plástico;
 embalagens: de explosivos de detonação, ráfia, big bags, metais não ferrosos (latas vazias ou
contaminadas com substâncias/produtos não perigosos), contaminadas com óleos:
lubrificante, fluido hidráulico, corte / usinagem, isolação e refrigeração, de plástico,
contaminadas com óleo combustível, contaminadas com tintas, borras de tintas e
pigmentos, bombonas, de reagentes do laboratório, de nitrato de amônia, outras
embalagens contaminadas, lona plástica, tambores metálicos.
O que é rejeito da mineração?
O rejeito de mineração consiste na sobra do processo de beneficiamento do minério. Isso quer
dizer, que tudo que sobra quando se usa água para separar o minério de ferro do material que não
tem valor comercial consiste em rejeito.
Esse tipo de processo que gera o rejeito é o mais barato de fazer o beneficiamento do minério. Já
existem processos de beneficiamento que não utilizam água, porém o custo é mais elevado.
O rejeito é composto por minérios pobres (com baixa concentração de ferro) e areia, além da água,
por isso é popularmente chamado de lama.
Esses rejeitos são depositados em barragens de contenção. O funcionamento dessas barragens se
dá da seguinte forma: um dique (feito a partir de solo compactado, blocos de rocha ou do próprio
rejeito) é construído para barrar a lama e, à medida que o reservatório vai enchendo, novas
camadas de barragem são construídas (processo chamado de alteamento).
Segurança das barragens de rejeito da mineração
A lei que tange a segurança de barragens destinadas à
acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final
ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos
industriais, é a Lei nº 12.334 de 20/09/2010 (Política Nacional
de Segurança de Barragens).
A PNSB tem como objetivo reduzir a possibilidade de acidente
e suas consequências.
De acordo com a Política Nacional de Segurança de Barragens, cabe à Agência Nacional de Águas
organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens
(SNISB) e fiscalizar a segurança das barragens.

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Como deve ser feita a gestão dos resíduos da mineração?
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída através da Lei nº 12.305, determina que as
mineradoras são obrigadas a estabelecerem um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
No PGRS a empresa demonstra a capacidade de gerir corretamente todos os resíduos gerados em
seus processos, com o objetivo de minimizar a geração, evitando poluir o meio ambiente ou causar
danos à saúde pública.
A gestão adequada de resíduos é necessária não só para gerir os dois principais tipos de resíduos
citados acima. Mas ainda os efluentes das estações de tratamento, pneus, baterias utilizadas em
veículos e no maquinário, além de sucatas e resíduos de óleo em geral, etc..
As principais formas de destinação desses resíduos são:
 reciclagem e reutilização: bombonas de plástico (vazias ou contaminadas), embalagens
vazias contaminadas (com óleo, produtos alcalinos, outras substâncias/produtos
perigosos), EPI’s, equipamentos elétricos e eletrônicos, filmes e pequenas embalagens
plásticas, lâmpadas (fluorescentes, incandescentes), óleo usado, pilhas e baterias,
pneus, resíduos de borracha, de papel/papelão/plástico, de vidro, sucatas de metais
ferrosos, sucata metais não ferrosos (latão, cobre, alumínio, etc.), de madeira
(contaminado ou não contaminado), casca de árvores (madeira, lenha, etc.) e
tambores metálicos com produtos não perigosos;
 aterro industrial: resíduos da construção civil, de ETE com material biológico não tóxico
(resíduos sanitários), de borracha, de papel/papelão/plástico, de vidro, sucatas de
metais ferrosos e não ferrosos (latão, cobre, alumínio, etc.), resíduos de madeira
(contaminado ou não contaminado), de materiais têxteis (contaminados ou não),
amianto, materiais contaminados com óleo e graxa, resíduos de varrição e tambores
metálicos com produtos não perigosos;
 coprocessamento em fornos de cimento: resíduos contaminados diversos, embalagens
vazias contaminadas, EPI’s contaminados (luvas, botas, aventais, capacetes, máscaras,
etc.), pneus, resíduos de borracha, de madeira (contaminados ou não), do sistema
separador óleo/água, material contaminado com óleo e graxa;
 aterro sanitário: EPI´s contaminados (luvas, botas, aventais, capacetes, máscaras, etc.),
resíduos de restaurante, de papel/papelão/plástico, sanitários, de vidros;
 utilização em forno industrial: resíduos de madeira (contaminado ou não), pneus,
resíduos de borracha, embalagens vazias contaminadas com óleo, EPI’s, resíduos
sanitários.
8. LEGISLAÇÃO MINERAL BRASILEIRA
Uma das perguntas que as pessoas fazem com frequência aos geólogos é: Como se faz para ser
dono de uma mina? Ou: Como alguém consegue autorização para extrair minérios, pedras
preciosas ou outra substância mineral? Antes de entrar em detalhes sobre o caminho a percorrer
até se tornar um minerador, vale citar algumas normas de abrangência maior.
- a legislação que detalha as normas sobre pesquisa, extração e comercialização de substâncias
minerais está contida no Código de Mineração, o Decreto-Lei 227, de 28 de fevereiro de 1967. Ele
trata das massas individualizadas de substâncias minerais ou fósseis, encontradas na superfície ou
no interior da terra, formando os recursos minerais do País.
- pela constituição brasileira, as riquezas minerais do país pertencem à União e não ao proprietário
da terra onde elas se encontram. Ou seja, o proprietário do solo (terreno, fazenda, sítio, etc.),
também chamado de superficiário, não é dono do subsolo.
- as regras para se obter o direito de extrair uma substância mineral não são exatamente as
mesmas em todos os casos; dependem do tipo de substância.

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- o órgão que regulamenta e fiscaliza a pesquisa, extração e comercialização de bens minerais no
país é o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), do Ministério de Minas e Energia
(este departamento vai ser muito citado daqui para frente).
- o aproveitamento das substâncias minerais pode ser feito por:
a) autorização, quando depender de alvará de autorização do diretor-geral do
Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM ();
b) licenciamento, quando depender de licença expedida conforme regulamentos
administrativos locais e de registro da licença no DNPM;
c) regime de monopólio, quando, por lei especial, depender de execução direta ou
indireta do Governo Federal.
d) concessão, quando depender de portaria de concessão do ministro de Minas e
Energia;
e) partilha, específico para a produção de petróleo a partir das camadas do pré-sal e
áreas estratégicas;
f) permissão de lavra garimpeira, quando depender de portaria de permissão do
diretor-geral do DNPM;
A produção mineral pelo regime de autorização de pesquisa
a) o Requerimento de Alvará de Autorização de Pesquisa
Se uma pessoa acredita (ou tem certeza) de que em um determinado local existem substâncias
minerais valiosas, como minério de ferro, chumbo ou cobre; pedras preciosas; rochas ornamentais
como mármores e granitos; combustíveis fósseis, como carvão; etc., e ela desejam extrair essas
substâncias, o primeiro passo é verificar se os direitos sobre aquela área já não foram requeridos
por alguém. O interessado não precisa comprar a terra, pois, como já foi dito, o superficiário não é
dono das riquezas minerais que existem em sua propriedade. Ser dono pode evitar alguns
aborrecimentos, mas, dependendo do valor do imóvel, pode ser uma despesa não recomendável
ou mesmo de custo proibitivo.
Para saber se aquela área está livre, ele deve ir ao DNPM e pedir esta informação. O DNPM está
dividido em 25 distritos, de modo que praticamente cada Estado é um distrito. Se aquele
departamento informar que a área está livre, o próximo passo é fazer um requerimento solicitando
um alvará de autorização de pesquisa, em formulário que o DNPM fornece. Isso não é coisa muito
simples, porque esse requerimento deve vir acompanhado de alguns documentos importantes. Um
deles é o mapa de delimitação da área que o interessado quer requerer, mapa que deve ser
delimitado por linhas de direção Norte-Sul e Este - Oeste, de modo que será sempre um polígono.
O interessado deve se informar também sobre qual é a extensão máxima que ele pode requerer.
Podem ser de 50, 1.000 ou 2.000 hectares (1 hectare = 10.000 m2), dependendo do tipo de
substância mineral. Para substâncias metálicas, fertilizantes, carvão, diamantes, rochas
betuminosas e pirobetuminosas, turfa e sal-gema, a área é de 2.000 hectares, mas, sobe para
10.000 se se situar na Amazônia Legal.
Nessa fase, a documentação pode ser encaminhada por qualquer cidadão brasileiro, não
necessariamente por uma empresa. Se a área pretendida for maior que o permitido, pode-se fazer
outro requerimento, em nome de parentes do interessado. Isso é legal e não caracteriza nepotismo
ou coisa do gênero, porque cada área requerida vai constituir um processo separado dos demais, e
os titulares serão tratados como são tratadas, pela Receita Federal, contribuintes da mesma família,
mas com CPF diferentes.
Além disso, se o interessado requerer, por exemplo, 250 hectares (2.500.000 m2) divididos em
cinco áreas de 50 hectares (500.000m2), cada uma delas terá um tratamento individual, mesmo
que sejam contíguas e pesquisadas em conjunto. Outro documento fundamental, nessa etapa, é o

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Plano de Pesquisa. Por mais certeza que o interessado tenha da existência do bem mineral
desejado na área, ele tem que fazer uma pesquisa que prove isso ao DNPM. Por isso é que, nessa
fase, o que se faz é requerer um alvará de autorização de pesquisa.
O Código de Mineração define pesquisa mineral como a execução dos trabalhos necessários à
definição da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento
econômico. O plano de pesquisa deve ser feito por um geólogo ou engenheiro de minas. Uma vez
pronto este documento, o mapa de localização da área e preenchido requerimento, esse processo,
com mais alguns documentos, é entregue ao DNPM, onde recebe um número de protocolo, com
um carimbo que informa o dia e a hora em que os documentos foram recebidos. Se alguém
requereu a mesma a área e entregou a documentação minutos antes, esta pessoa terá prioridade
sobre ela. Só se ela por alguma razão abandonar a área, desistir da pesquisa, ou perder o direito
adquirido. é que o outro poderá se habilitar.
b) o Alvará de Autorização de Pesquisa
Recebida a documentação, os técnicos do DNPM verificarão se está tudo em ordem, se a área
requerida não foi requerida por alguém (mesmo que parcialmente) enquanto a documentação era
preparada, se o plano de pesquisa é tecnicamente correto, etc.
Se tudo estiver certo, o requerimento é aprovado e o Diretor-Geral do DNPM emite o alvará de
autorização de pesquisa, documento que permite ao interessado entrar na área e começar a
pesquisar. Ele terá um prazo de um ano para fazer essa pesquisa; se esse período se mostrar
insuficiente, poderá requerer ao DNPM prorrogação por mais dois anos, justificando-a
devidamente.
Com o alvará na mão, é hora de conversar com o proprietário da terra, porque ele não pode
impedir a pesquisa nem a posterior extração dos bens minerais, mas também não pode ser
solenemente ignorado. Vai ser explicado a ele o que se vai fazer, que escavações serão necessárias,
se será preciso abrir estradas, cortar arames de cercas, destruir parte uma lavoura, etc. e combinar-
se-á com ele o valor da indenização por esses danos inevitáveis e/ou pela simples ocupação da
terra. Se não se chagar a um acordo, a questão é levada pelo DNPM à Justiça local, que decidirá o
valor da indenização a pagar.
Acordo feito, realiza-se a pesquisa, que não pode ser interrompida sem justa causa por mais de três
meses consecutivos ou 120 dias acumulados. Se, durante os trabalhos for descoberta a existência
de uma substância mineral útil diferente daquela que se pretendia procurar, isso deve ser
informado ao DNPM. O titular do alvará de autorização de pesquisa poderá, se for de seu interesse,
requerer ao DNPM que passe a considerar esta nova substância o objeto principal, ou mesmo
único, da pesquisa.
Terminada a pesquisa, de duas uma: ou ela comprovou a existência da substância mineral
economicamente aproveitável ou não. No primeiro caso, o relatório é aprovado; no segundo, ele é
arquivado.
Há ainda a possibilidade de o DNPM entender que o aproveitamento da jazida é temporariamente
inviável por razões técnicas ou econômicas. Nesse caso, ele recebe o relatório, mas sua decisão
sobre fica suspensa temporariamente, até que o interessado apresente novo estudo da
exequibilidade técnico-econômica da lavra. Sem ele, o relatório será arquivado.
Caso o DNPM conclua que não foram suficientes os trabalhos de pesquisa ou que houve deficiência
técnica na sua elaboração, o relatório não será aprovado, seja qual for a conclusão nele contida. Se
o relatório foi aprovado, isso significa que o DNPM reconhece que o titular da área delimitou uma
jazida, isso é, uma massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou
existente no interior da terra, e que tem valor econômico (Código de Mineração).
O interessado tem agora um ano para requerer ao ministro de Minas e Energia a autorização de
lavra, prazo esse prorrogável por mais um ano se justificado. Com o requerimento ao ministro,

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devem ser apresentados, entre outros documentos, plano de aproveitamento econômico da jazida,
com descrição das instalações de beneficiamento, e prova de disponibilidade dos recursos
financeiros, necessários para execução do plano de aproveitamento econômico e operação da
mina.
É admitida, em caráter excepcional, a extração de substâncias minerais ainda durante a fase de
pesquisa, mediante prévia autorização do DNPM, como forma de custear essa pesquisa.
c) a Portaria de Lavra
Satisfeitas as exigências legais, o ministro de Minas e Energia assinará a portaria de lavra, e o
interessado terá seis meses para iniciar os trabalhos de extração do bem mineral descoberto. Mas,
dentro deste prazo, ele poderá negociar seu direito a essa concessão, na forma estabelecida pelo
Código de Mineração.
Vem agora a fase de lavra, que é o conjunto de operações coordenadas objetivando o
aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias minerais úteis que contiver,
até o beneficiamento das mesmas.
Nessa fase, se faz a aquisição de equipamentos para a extração e tratamento do minério,
construção de depósitos e de instalações para alojamento das equipes que trabalharão no
empreendimento, compra de veículos e/ou animais para o transporte, etc. A jazida e estas
instalações todas constituem uma mina. Vê-se, portanto que mina não é a mesma coisa que jazida,
é algo maior. E que, ao contrário do que se vê na mídia com frequência, ninguém descobre uma
mina; descobre-se uma jazida. Da mesma maneira, ninguém descobre um poço de petróleo. O poço
é uma abertura na crosta que se faz para procurar petróleo ou para extraí-lo de uma jazida já
descoberta. Esta é outra confusão comum na mídia brasileira.
A partir da emissão da portaria lavra, o interessado tem que criar uma empresa brasileira (se ele já
não é uma), ou seja, o relacionamento com o governo federal passa a se dar na condição de pessoa
jurídica, não mais de pessoa física. A nova empresa deverá, todos os anos, apresentar um relatório
anual de lavra. Caso não cumpra essas exigências, a autorização de lavra poderá ser revogada. Com
o início da produção, o proprietário do solo, que até então nada ganhou, pelo contrário, talvez
tenha tidos incômodos e prejuízos, passa a ter sua recompensa. Ele começa a receber 50% do valor
total devido pelo minerador ao governo a título de compensação financeira pela exploração de
recursos minerais. Isso sem ter que investir nada no negócio.
Iniciada a produção, não há prazo definido para sua conclusão. Ela acabará quando ocorrer a
exaustão da jazida, isso é, quando não houver mais minério a extrair e quando o minerador houver
feita a recuperação da área minerada. Já não se admite que uma empresa abra grandes crateras no
solo, para, depois de retirar o minério, ir embora deixando um buraco sem serventia.
Se, no decorrer da lavra, se verificar a existência de minerais radioativos ou apropriados ao
aproveitamento de energia nuclear, que são, portanto, objeto de monopólio, isso deverá ser
comunicado ao DNPM. Nesses casos, a concessão de lavra será mantida se o valor econômico da
substância mineral a que ser refere o decreto de lavra for superior ao dos minerais nucleares
encontrados. Caso contrário, a mina poderá ser desapropriada.
A produção mineral pelo regime de licenciamento
Dissemos, no início, que a legislação mineral não era exatamente a mesma para todas as
substâncias minerais. Quando se trata de material para uso imediato na construção civil, como
areia, argila, saibro, cascalho, etc., o procedimento é bem mais simples e obedece a regras
determinadas pelas leis do município onde se encontra a jazida a ser lavrada.
A extração mineral por esse regime é direito exclusivo do proprietário do solo ou de quem ele
autorizar, exceto se a jazida situar-se em imóveis públicos. O requerente deverá entregar no DNPM
um requerimento elaborado em formulário padronizado, e a área máxima permitida é de cinquenta
hectares.
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A produção mineral pelo regime de monopólio
Segundo a Constituição Federal, são monopólio da União:
- a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos
fluidos;
- a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
- a importação e exportação de produtos e derivados básicos resultantes da lavra de
jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos e da refinação de
petróleo;
- o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados
básicos de petróleo produzidos no País, bem como o transporte, por meio de
conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;
- a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados.
Estabelece também a Constituição que as atividades econômicas relativas ao monopólio de
petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos poderão ser exercidas por empresa
constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no país, mediante contrato com a
União.
A produção mineral pelo regime de concessão
Após a descoberta do petróleo nas camadas do pré-sal, foi adotado um novo regime, chamado de
partilha (lei 12.351/2010). Por ele, a Petrobras é operadora única no pré-sal, a União tem a posse
do petróleo e, após a produção, remunera a operadora com parte do óleo produzido. É diferente
da concessão, em que o operador é o dono do petróleo.
Quando, porém, foi adotado o regime de partilha, 40% da área do pré-sal já estavam sob o regime
de concessão. Nos leilões sob o regime de partilha, a Petrobras tem sempre participação
obrigatória de 30% em cada área. Essa fórmula, concebida para favorecer a estatal no
aproveitamento de jazidas ricas e de menor risco de insucesso, mostrou-se uma arma de dois
gumes: a Petrobras tem direito a 30% de cada área, mas, por outro lado, tem a obrigação de
investir 30% também. Por isso, em 2016 foi apresentada proposta desobrigando a Petrobras dessa
participação.
Em fevereiro de 2016 a proposta estava ainda em discussão, com setores do governo contra e
outros a favor. Por isso, foi apresentada uma proposta intermediária, em que a Petrobras continua
sendo operadora única, mas decide se quer ou não participar, em determinada área, com os 30%
previstos em lei.
A produção mineral pelo regime de permissão de lavra garimpeira
O regime de extração de bens minerais por garimpeiros chama-se de permissão de lavra garimpeira
e está regulamentado pelo Decreto Nº 98.812, de 9 de janeiro de 1990.
Garimpeiro é toda pessoa física de nacionalidade brasileira que, individualmente ou em forma
associativa, atue diretamente no processo da extração de substâncias minerais garimpáveis. (Artigo
2º do Estatuto do Garimpeiro). Para ser garimpeiro, é preciso ter mais de dezoito anos de idade.
O mesmo artigo define que minerais garimpáveis são ouro, diamante, cassiterita, columbita,
tantalita, volframita, nas formas aluvionar, eluvional e coluvial, scheelita, demais gemas, rutilo,
quartzo, berilo, moscovita, espodumênio, lepidolita, feldspato, mica e outros tipos de ocorrência
que vierem a ser indicados a critério do DNPM.
Garimpo é a localidade onde é desenvolvida a atividade de extração de substâncias minerais
garimpáveis, com aproveitamento imediato do jazimento mineral que, por sua natureza, dimensão,
localização e utilização econômica, possam ser lavradas, independentemente de prévios trabalhos
de pesquisa, segundo critérios técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM.

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Vê-se, portanto, que os minerais garimpáveis podem dispensar trabalho de pesquisa. A natureza
desses depósitos, sobretudo seu pequeno volume e a distribuição irregular do bem mineral não
justificam, muitas vezes, investimento em pesquisa e maquinaria pesada, tornando-se, assim, a
lavra garimpeira a mais indicada.
A Permissão de Lavra Garimpeira é concedida pelo Diretor-Geral do DNPM, a brasileiro ou a
cooperativa de garimpeiros autorizada a funcionar como empresa de mineração, pelo prazo de até
cinco anos, sempre renovável por mais cinco, a critério do DNPM. Ela abrangerá uma área de
cinquenta hectares, exceto quando outorgada a uma cooperativa de garimpeiros, quando poderá
ser maior, sempre a critério do DNPM.
Se julgar necessários, o DNPM poderá exigir trabalhos de pesquisa, e o permissionário terá 90 dias
para apresentar projeto nesse sentido. Atendida essa exigência, será expedido o Alvará de
Autorização de Pesquisa. Com este documento, o interessado tem 90 dias para iniciar os trabalhos
de lavra, que não podem ser interrompidos por mais de 120 dias, salvo motivo justificado. Outras
exigências previstas no Código de Mineração também se aplicam aqui, como o relatório anual de
lavra.
A criação de uma área de permissão de lavra garimpeira depende de licença prévia do Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e não pode se dar em
terras indígenas. O garimpeiro pode trabalhar de cinco maneiras diferentes: como autônomo, em
regime de economia familiar, como empregado, como parceiro de outra pessoa (mediante contrato
particular de parceria registrado em cartório) ou na forma de sócio de uma cooperativa de
garimpeiros.
No caso de trabalho em regime de cooperativismo, a Cooperativa requer ao DNPM os direitos
minerários sobre a área desejada e os garimpeiros por ela representados, com documento de
identidade por ela fornecido, ali trabalham, podendo vender o produto obtido diretamente ao
consumidor final, não necessariamente à cooperativa.
9. INICIAÇÃO A MINERALOGIA – CONCEITOS BÁSICOS
Introdução
Existem inúmeras substâncias inorgânicas de origem natural, de composição e estrutura química
variada, denominadas minerais. Esses minerais, no entanto, geralmente não são encontrados
naturalmente isolados (é por isso que existem tão poucos depósitos de interesse econômico). Os
minerais são geralmente associados, formando rochas. Outras substâncias naturais, mesmo quando
não são reconhecidas como minerais, podem formar rochas — é o caso do carvão, do petróleo e
das acumulações de esqueletos de organismos animais ou vegetais (que podem ser de sílica,
composição fosfática ou carbonácea) e de vidros de origem vulcânica. A definição universal diz que
mineral é todo corpo ou substância homogênea, natural, resultante de processos inorgânicos, que
apresenta uma composição química definida ou variável dentro de limites determinados, uma
estrutura cristalina e, consequentemente, propriedades físicas características.
Rochas que compõem a crosta terrestre
De uma maneira geral, podemos considerar que todos os minerais estão presentes nas várias
rochas da crosta terrestre, mas nem todos na mesma proporção. Além disso, a grande maioria
deles são apenas raridades de colecionador, se você levar em consideração a proporção que são
encontrados na natureza em relação a outros minerais existentes na crosta terrestre. Minerais
formadores de rochas são aqueles que compõem a maioria das rochas. Entre os principais,
merecem destaque os silicatos (em todas as suas variedades, de quartzo a argila) e calcita,
pertencente aos carbonatos (FLINT, [1964]).
Em qualquer rocha existem minerais principais, que compõem sua classificação, e outros
acessórios, cuja presença não é decisiva para a referida classificação. Pode acontecer que um
mineral não seja importante para a classificação de uma rocha, embora seja para outros fins,
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científicos ou econômicos, por exemplo. Assim, o granito é uma rocha formada por três minerais
principais: quartzo, feldspato de potássio e plagioclásio e alguns minerais de ferro e/ou magnésio,
como micas ou anfibólios. Minerais como zircão, rutilo ou apatita podem aparecer como minerais
acessórios.
Embora a maioria das rochas seja composta de vários minerais, algumas delas podem ter uma única
composição mineral. Entre elas, destacam-se: gesso, anidrita, calcários calcíticos e/ou dolomíticos.
Diatomitos, radiolaritos e calcários fussulínicos também são rochas monominerálicas compostas
por esqueletos de silicato de diatomáceas (algas unicelulares) e radiolários (protozoários
microscópicos). O sal comum (NaCl), ou halita, também pode ser encontrado formando corpos
rochosos espessos que em muitos casos são explorados há séculos para o consumo de alimentos,
assim como na indústria. As minas de sal Wieliczka, na Polônia, por exemplo, estão em operação há
700 anos e são famosas por seu tamanho.
A coexistência de diferentes minerais em diferentes relações de tamanho e forma dá às rochas uma
grande variedade de aspectos (Figura 1). A diversidade de rochas está, no entanto,
fundamentalmente ligada às suas possíveis origens, sejam elas materiais derivados da cristalização
de um material fundido, o acúmulo de partículas derivadas da destruição de rochas preexistentes
ou a modificação devido à temperatura e pressão de outras rochas.

Figura 1. (a) Exemplo de textura de rocha granítica. Os pontos claros representam quartzo, os
escuros são biotitas e os avermelhados feldspatos. (b) Aspecto da rocha metamórfica xisto onde
não é possível observar minerais ao olho nu, apenas possível com o auxílio de lâminas delgadas
(micropetrografia). (c) Textura de rocha sedimentar representada por arenito; note que a
disposição dos minerais dá a característica de homogeneidade à rocha.
Fonte: (a) AKuptsova/Pixabay.com; (b) holmespj/Pixabay.com; (c) skeeze/Pixabay.com.
A textura é a relação entre os grãos dos minerais que formam uma rocha, segundo Dana (1984).
Quanto à textura, podemos observar principalmente o tamanho e a forma dos grãos que
constituem a rocha. A estrutura é a relação entre as diferentes partes de uma rocha. Quanto à
estrutura, uma rocha pode ser maciça quando estão ausentes quaisquer tipos de estruturas, ou
apresentar estruturas quando podemos identificar: bandamento, orientação de grão minerais,
amígdalas, dobras, etc.
Uma primeira classificação é feita com base na textura. Uma segunda classificação se refere à
composição mineral dessas mesmas rochas. Existem outras classificações que, em vez de usar a
composição mineral, como se pode deduzir da observação a olho nu ou ao microscópio, são
baseadas em análises químicas mais ou menos complexas, ou seja, através de procedimentos
diferentes. A classificação mais difundida, que é muito útil no campo, refere-se à proporção entre
minerais félsicos (claros) e minerais máficos (escuros).
Cada tipo de rocha tem um grupo de determinados minerais que lhe é característico. Por exemplo:
os granitos, que são formados por quartzo, feldspatos e micas; os arenitos, que são formados por
quartzo; e os mármores, que são formados por carbonatos.
Uma maneira de classificar as rochas de forma prática é atentar aos processos que as originaram,
de acordo com Dana (1984). Assim, os de origem ígnea, resultantes da cristalização de um material
fundido ou magma, podem ser separados dos de origem sedimentar, que se originam tanto do

19
acúmulo de produtos de erosão quanto da precipitação de soluções aquosas, e, finalmente, os de
rochas metamórficas que, como o nome indica, têm origem na modificação de rochas.
As rochas ígneas ou magmáticas têm sua origem na cristalização do material fundido chamado
magma. Este processo ocorre sob certas condições de pressão e na presença de uma quantidade
variável de gases dissolvidos. Esses e outros fatores controlam a aparência dos produtos
resultantes, incluindo rochas ígneas. A cristalização do magma ocorre como consequência da perda
de calor, levando à ordenação dos minerais (MELÉNDEZ, 1988).
A textura é um elemento relevante para identificar se o resfriamento de uma rocha foi rápido
(texturas vítreas e afaníticas) ou lento (textura fanerítica). Ela é a relação entre os grãos dos
minerais que formam uma rocha, indicando condições de cristalização. São condicionadas pela
temperatura, pressão litostática, pressão de voláteis e composição do magma, principalmente. A
textura porfirítica resulta de uma alteração na taxa de resfriamento, por exemplo. Um período
muito lento, no qual os fenocristais crescem, é seguido por um período mais rápido, que produz
cristais menores devido ao resfriamento abrupto, gerando uma matriz vítrea (DANA, 1984).
As rochas são afaníticas quando os cristais não podem ser distinguidos a olho nu (ou pelo menos
não todos). Já as rochas são faneríticas quando todos os cristais constituintes da rocha podem ser
observados a olho nu. Essa classificação considera a granularidade da rocha.
Rochas metamórficas
A estabilidade dos minerais que compõem uma rocha depende de temperatura, pressão e presença
de fluidos reativos. Quando as condições em que uma rocha foi formada mudam, alguns ou todos
os minerais que a compõem se desestabilizam e reagem entre si e/ou com os fluidos presentes
para formar novos minerais. Quando um grão ou cristal de um mineral é submetido a grande
pressão, ele tende a girar de tal maneira que essa pressão se torna menor. Quando a rotação é
impossível e a pressão continua a aumentar, partes do cristal se desagregam e se recristalizam em
áreas onde a tensão é menor, alterando a forma do cristal original.
Ambos os processos, recristalização e formação de novos minerais, caracterizam o metamorfismo,
conforme Meléndez (1988). Essas recristalizações e neocristalizações dão origem ao
desaparecimento das texturas preexistentes e ao desenvolvimento de novas, características das
rochas metamórficas. É importante diferenciar o termo metamorfose, reservado para a mudança
de forma dos seres vivos, do metamorfismo, usado em geologia. Da mesma forma, quando uma
rocha é transformada em outra por um processo metamórfico, dizemos que ela se metamorfiza.
Ardósia, xisto e gnaisse são rochas metamórficas da série anterior. Nas ardósias, a orientação dos
minerais planares foi produzida pela compactação e recristalização das argilas. Nos xistos, a
recristalização das micas é notória. No gnaisse, a recristalização pode ser completa e a rocha
apresenta uma textura granulada, com novos minerais, como a granada, que não estavam
presentes no sedimento que a originou, por exemplo.
Rochas sedimentares
Quando os sedimentos se acumulam na bacia, passam a sofrer uma série de processos associados à
variação de alguns fatores de grande importância: pressão, temperatura e composição da água que
ocupa os poros. O aumento da pressão tem o efeito imediato de compactar o sedimento, ou seja,
produzir um rearranjo das partículas, que giram e se movem para ocupar um volume menor. Dessa
forma, a porosidade diminui (no caso das areias) de 40% para 30%, por exemplo. O aparecimento
de cimentos ocorre como consequência da mudança combinada nas condições de pressão e
temperatura da água retida nos poros. Após certo ponto, a água não consegue mais manter
nenhum dos íons em solução e eles precipitam. Os cimentos mais comuns são os carbonatos de
cálcio e hidróxidos de ferro. A porosidade pode ser reduzida ainda mais, para apenas 15% do
volume da rocha, como consequência da precipitação do cimento que ocupa os espaços porais e

20
une o material. Tanto a compactação quanto a precipitação de cimentos, ao reduzir o volume
disponível para a água, fazem com que ela se mova.
Minerais, mineraloides e cristais
A cristalografia é a ciência que estuda formas ou estruturas cristalinas. Baseia-se no conhecimento
da Cristalografia Geométrica, que trata do estudo daforma externa dos cristais, das leis geométricas
e da representação da simetria cristalina, conforme Borges (1982). Está relacionada a:
 cristaloquímica, que estuda o arranjo estrutural de átomos ou íons e asjunções entre
partículas da estrutura cristalina;
 cristalografia estrutural, que compreende a determinação da geometria interna com o uso
de equipamentos de difração de raios-X;
 cristalofísica descritiva ou mineralogia, que estuda o comportamentodas propriedades
físicas e atômicas.
Dana (1984), define um cristal como um sólido homogêneo que possui uma ordem interna
tridimensional de longo alcance. Isso significa que ele tem uma ordem alta na escala atômica das
partículas que são integrantes, e isso externamente representa uma forma poliédrica, limitada por
faces planas.
As faces do cristal constituem o lugar geométrico dos pontos onde equilibram as forças exercidas
pelo cristal para atrair moléculas e repulsão de outro para cristalizar; em geral, os cristais não são
perfeitos e, em sua maioria, são distorcidos com imperfeições e defeitos, mas da mesma forma eles
são considerados regulares (Figura 2).

Figura 2. Exemplo de aspecto regular das faces de um cristal de ametista (a), pirita (b) e turmalina
(c) nas cores verde e rosa.
Fonte: (a) alusruvi/Pixabay.com; (b) adolfo-atm/Pixabay.com; (c) angelsover/Pixabay.com.
A cristalização é um processo pelo qual um sólido cristalino é formado. Isso pode acontecer de
diferentes maneiras, solidificando materiais fundidos de um magma (formação de minerais de
quartzo, e mica em granitos ou sublimando um gás em um sólido (formação de enxofre a partir de
gases de fumarolas vulcânicas), e por precipitação de uma solução saturada (sais em salinas), com a
formação de cristais a partir de certas reações químicas. O processo de sublimação acontece pelo
resfriamento de um determinado gás, o qual é um dos processos responsáveis pela formação de
cristais em fumarolas vulcânicas. A precipitação a partir de uma solução é um processo onde
cristais são formados pela evaporação do solvente ou pela diminuição da temperatura ou pressão.
A halita (NaCl) é um exemplo de mineral evaporítico. Os sólidos cristalinos, quando iniciam o
desenvolvimento e/ou crescimento dos cristais, adotam estruturas internas geométricas em linhas
retas e planos paralelos.
A aparência externa de um cristal depende das condições do meio, segundo Meléndez (1988):
 composição química: se o sólido é uma substância, simples ou umcomposto, pode conter
impurezas que alteram a estrutura cristalina eoutras propriedades, como consistência, cor, etc.;

21
 temperatura e pressão: ambas as variáveis influenciam a formação decristais e seu
crescimento;
 espaço e tempo: o crescimento de um cristal pode ser limitado porambos, especialmente o
primeiro, pois muitas vezes a falta de espaçoé responsável pelo aspecto imperfeito que alguns
cristais oferecem em sua aparência externa.
Dependendo de como os fatores de cristalização se combinam, diferentes tipos de substâncias
cristalinas são reconhecidos:
 macrocristalino se os cristais forem visíveis a olho nu;
 cristais microcristalinos são reconhecidos sob um microscópiopetrográfico;
 cristais criptocristalinos e estrutura cristalina são reconhecidos pordifração de raios-X.
A matéria cristalina é considerada um composto e/ou elemento que possui massa e peso, ocupa
espaço, requer a ação de uma força a ser movida e é dotado de propriedades físicas e químicas. A
matéria pode vir em três estados: gasoso, líquido e sólido. A diferença entre um estado e outro
reside no movimento de suas partículas componentes (átomos, íons e moléculas), que se mantêm.
Os gases são produzidos de maneira desordenada, os líquidos têm ordem a curta distância, e na
matéria sólida ou cristalina os elementos constituintes são repetidos de maneira ordenada e
paralela e cuja distribuição no espaço mostra certas relações de simetria (Figura 3).

Figura 3. Modelo atômico de uma estrutura cristalina (cristal).


Essa característica do estado sólido é uma característica acidental que resulta de sua peculiaridade
mais importante, que é a de apresentar um produto de estrutura cristalina da repetição periódica
de um elemento unitário, consistindo em um átomo ou um grupo de átomos e/ou moléculas. A
presença de imperfeições ou defeitos impede que a matéria cristalina real tenha a periodicidade
acima mencionada e seja produzida perfeitamente, de modo que, mais do que cristais, podemos
falar de matéria cristalina.
Como contrapartida ao estado cristalino, a matéria amorfa é definida como mineraloide. Ela é
caracterizada por não possuir ordem interna nem cristalização, não ocupar posições fixas no
espaço, pelas distâncias separadas não serem constantes, agrupando substâncias líquidas ou
sólidas. No estado amorfo, apresentam isotropia (as propriedades não variam com a direção),
devido ao crescimento livre. A matéria amorfa não é periódica, simétrica ou anisotrópica, e os
exemplos incluem âmbar, opala, obsidiana, limonitas e mercúrio líquido.
A descrição das propriedades de um sólido cristalino é explicada pela rede Bravais, que especifica
como as unidades básicas que o compõem (átomos, grupos de átomos ou moléculas) são repetidas
periodicamente em um modelo cristalino, como mencionamos anteriormente.
A propriedade característica do meio cristalino deve ser periódica, ou seja, possuir uma distribuição
simétrica das partículas em qualquer direção. A homogeneidade é uma propriedade que indica uma
fase homogênea, não separável mecanicamente em duas ou mais substâncias com propriedades
físicas e químicas diferentes e que têm as mesmas propriedades medidas em paralelo, e a
anisotropia é uma propriedade que depende da direção que é medida.

22
Dependendo dos parâmetros da célula unitária, dos comprimentos de seus lados e ângulos, são
distinguidos sete sistemas cristalinos, de acordo com Dana (1984), com identidade em termos de
distribuição de seus átomos e simetria mínima presente. Veja a seguir.
Sistema cúbico ou isométrico — Existem três eixos cristalográficos com 90° entre si: alfa = beta =
faixa = 90°. Os comprimentos dos eixos são iguais: a = b = c. Formas típicas do sistema cristalino e
seus elementos de simetria: o cubo (por exemplo, halita, fluorita), o rombododecaedro (por
exemplo, granada) e o octaedro são eixos de simetria quaternária de 3 eixos, 4 eixos ternários de
simetria e 6 eixos binários de simetria. O tetraedro é uma forma de 4 eixos ternários e 3 eixos
binários. Os minerais que pertencem ao sistema cúbico são: halita (NaCl), pirita (FeS2), galena
(PbS), que se formam entre outros cubos.
Sistema tetragonal — Existem 3 eixos cristalográficos com 90° entre si: alfa = beta = faixa = 90°. Os
parâmetros dos eixos horizontais são os mesmos, mas não são iguais ao parâmetro do eixo vertical:
a = b ≠ c. As formas típicas e seus elementos de simetria são: o zircão (ZrSiO2), pertence ao sistema
tetragonal, e forma, por exemplo, prismas limitados por pirâmides nas extremidades superior e
inferior. Exemplo: cassiterita (SnO2).
Sistema hexagonal — Existem 4 eixos cristalográficos, três com 120° no plano horizontal e um
vertical e perpendicular a eles: Y1 = Y2 = Y3 = 90°— ângulos entre os eixos horizontais e o eixo
vertical. X1 = X2 = X3 = 120° — ângulos entre os eixos horizontais. a1 = a2 = a3 ≠ c com a1, a2, a3 =
eixos horizontais e c = eixo vertical. A apatita Ca5[(F, OH, Cl)/(PO4)3] e a grafite C pertencem ao
sistema hexagonal. As formas típicas são o prisma hexagonal e o trapezoedro hexagonal com um
eixo sexternário e seis eixos binários.
Sistema trigonal — Existem três eixos cristalográficos com parâmetros iguais, os ângulos X1, X2 e X3
entre eles diferem em 90°: X1 = X2 = X3 = 90° e a1 = a2 = a3. A calcita CaCO3 e a dolomita CaMg
(CO3)2 pertencem ao sistema trigonal e frequentemente formam romboedros. Outra forma é uma
combinação de pirâmide trigonal e pinacoide com três eixos binários de simetria.
Sistema ortorrômbico — Existem três eixos cristalográficos com 90° entre si: > alfa = beta = faixa =
90°. Os parâmetros são desiguais: a ≠ b ≠ c (a é diferente de b, que é diferente de c). Exemplo:
olivina (Mg, Fe)2(SiO4). Uma forma típica é uma combinação de paralelogramo e pinacoide com
três eixos binários de simetria.
Sistema monoclínico — Existem três eixos cristalográficos, dos quais dois (um dos dois é sempre o
eixo vertical = eixo c) estão a 90° entre si: > alfa = intervalo = 90° e beta é maior que 90°. Os
parâmetros são desiguais. a ≠ b ≠ c (a é diferente para b e diferente para c). Exemplo: mica.
Sistema triclínico — Existem três eixos cristalográficos, nenhum deles a 90° entre si: > alfa é
desigual de beta é desigual de faixa é desigual de 90°. Os parâmetros são desiguais. a ≠ b ≠ c (a é
diferente de b e diferente de c). Exemplo: albita
(NaAlSi3O8) e cianita: (Al2SiO5).
Os minerais que cristalizam no sistema cúbico, ou
seja, aquele com máxima simetria, com seus átomos
ou íons igualmente distribuídos nas três direções
principais do espaço, são isótopos. Aqueles
pertencentes ao restante dos sistemas cristalinos
(hexagonal, trigonal, tetragonal, rômbico,
monoclínico e triclínico) são anisotrópicos, e as
disposições de seus elementos constituintes variam
com a direção e, portanto, sua elasticidade para as
ondas de luz também é diferente. A Figura 4, a seguir,
mostra as redes Bravais.
Figura 4. Redes Bravais.

23
Propriedades do estado cristalino
Já vimos que os átomos se ligam para obter mais estabilidade. Chamamos a ligação química de
interação, que ocorre entre os átomos quando eles se unem para dar moléculas ou redes
cristalinas. Dependendo dos átomos que estão conectados, temos diferentes tipos de ligações, ou
seja, ligação iônica, ligação covalente e ligação metálica. Existem também outras interações mais
fracas que você estudará em cursos posteriores (MELÉNDEZ, 1988).
As ligações iônicas (Figura 5) ocorrem entre átomos ou grupos atômicos que possuem carga
elétrica e denominamos íons. Nos compostos binários de dois elementos, ocorre entre um metal e
um não metal. O metal perde elétrons para dar um íon positivo, ou cátion, e o não metal ganha
elétrons para dar um íon negativo, ou ânion. Cátions ou ânions também podem ser grupos de
átomos, como veremos. Os compostos iônicos formam treliças de cristal e são sólidos.

Figura 5. Exemplo de ligação iônica, apresentando a explicação da formação desta ligação. Observe
que esse tipo de ligação química envolve atração eletrostática entre partículas com carga oposta e
interação com átomos.
A ligação iônica é formada quando íons de diferentes sinais são unidos por forças eletrostáticas
para fornecer redes cristalinas. Os íons podem ser monoatômicos ou poliatômicos. Os íons
monatômicos perdem ou ganham elétrons para obter a configuração eletrônica de gás nobre. Os
íons positivos são chamados cátions, e os íons negativos são chamados ânions. Na rede cristalina,
cada íon de um sinal é cercado por íons do sinal oposto para fornecer uma estrutura que maximiza
as forças atraentes contra as repulsivas.
A ligação covalente é típica entre átomos não metálicos (Figura 6). Caracteriza-se pelos átomos
compartilharem elétrons. Quando dois átomos são unidos por uma ligação covalente, cada átomo
compartilha um elétron com o outro átomo para dar um par de ligações, no caso mais geral. Os
compostos covalentes formam moléculas e podem ser gases, líquidos e sólidos.

Figura 6. Ilustração mostrando ligações simples, duplas e triplas covalentes, com o com-
partilhamento de elétrons.

24
Fonte: Adaptada de Nasky/Shutterstock.com.
Os elementos não metálicos, para se estabilizar, precisam ganhar elétrons para obter uma
configuração de gás nobre. Isso é fácil em compostos iônicos, porque existem metais que podem
perder elétrons. Mas o que acontece quando os não metais interagem entre si? Já que eles não
podem ganhar elétrons, porque ninguém quer perdê-los, então eles os compartilham para ganhar
elétrons sem ninguém ter que perder.
Essas estruturas que nos permitem entender como os elétrons são compartilhados nas ligações são
chamadas de estruturas de Lewis. Para desenhá-los, pintamos os elétrons de valência em torno de
cada átomo. Podemos moldar os elétrons de diferentes átomos de maneira diferente. Com círculos,
envolvemos os elétrons de um átomo e os que ele deve compartilhar para obter uma configuração
de gás nobre. Os pares na zona de interseção são os pares de ligação, e os outros pares são sem
ligação. Também podemos substituir os pares de elétrons por barras para visualizar as ligações e os
pares não ligados. Vejamos como as estruturas de Lewis de várias moléculas simples são
desenhadas, conforme a Figura 7.

Figura 7. Modelo químico de moléculas de hidrogênio (H2), cloro (Cl2), cloreto de hidrogênio (HCl),
amônia (NH3), água (H2O), metano (CH4).
Já a ligação metálica ocorre entre átomos metálicos (Figura 8). Os átomos metálicos são unidos em
estruturas cristalinas muito compactas, nas quais os elétrons de valência podem se mover muito
facilmente entre os átomos, favorecendo as propriedades características de metais, como
condutividade elétrica e térmica. Todos são sólidos, com exceção do mercúrio, que é líquido à
temperatura ambiente.

Figura 8. Exemplo de ligação metálica, mostrando íons metálicos e mar de elétrons livre. Processo
em que é aumentada a força atrativa eletrostática entre elétrons de condução e íons metálicos
carregados positivamente.
25
Os metais são caracterizados por terem estruturas muito compactas e altas densidades, seus
átomos devem estar próximos. Entre suas propriedades características estão a alta condutividade
elétrica e térmica. Como os elétrons de valência dos metais podem ser facilmente perdidos,
podemos supor um modelo no qual os átomos sejam distribuídos em estruturas cristalinas com-
pactas e os elétrons de valência se movam entre eles com facilidade — é isso que é chamado de
modelo de nuvem eletrônica.
O conhecimento das propriedades a partir do tipo de ligação química pode fornecer algumas
informações sobre as forças que causam a ligação de partículas em uma substância. Assim, por
exemplo, os pontos de fusão e ebulição das várias substâncias são indicativos da força de ligação
maior ou menor entre as partículas (átomos, íons ou moléculas) que compõem o sólido ou o
líquido. Por outro lado, se uma substância sob certas condições conduz a corrente elétrica, também
se pode pensar na existência de partículas carregadas. Outras propriedades podem ser a
solubilidade, a facilidade de deformação ou fragilidade dos sólidos, etc.
A diversidade de propriedades existentes (densidade, temperaturas de fusão e ebulição, dureza,
solubilidade em diferentes líquidos, condutividade, etc.) dificulta a classificação de todas as
substâncias em poucos grupos e qualquer regra estabelecida para isso deixará de fora substâncias
com propriedades intermediárias ou atípicas, conforme Hammond (c2001). No entanto, apesar
disso, foi possível classificar a maioria das substâncias em três grandes grupos que mostram a
existência de quatro formas fundamentais de ligação entre átomos, como veremos a seguir.
Em primeiro lugar, encontramos substâncias como cloreto de sódio, iodeto de potássio, cloreto de
magnésio, etc., que são compostos frágeis e cristalinos com altos pontos de fusão e ebulição. Em
geral, são mais ou menos solúveis em solventes do tipo água e não são solúveis em solventes do
tipo benzeno. Eles não são condutores da corrente no estado sólido, mas sim quando estão
fundidos ou em solução. A existência desse tipo de substâncias, dentre as quais mencionamos os
sais como exemplos típicos, está relacionada a uma forma de ligação que, por razões que veremos
mais adiante, é chamada de ligação iônica, designando essas substâncias como compostos iônicos.
Em segundo lugar, encontramos substâncias como oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, dióxido de
carbono, naftaleno, água, amônia, etc., muitas das quais são encontradas, em temperatura e
pressão comuns, na forma de gases compostos por moléculas de grande estabilidade, pois
geralmente resistem a altas temperaturas sem quebrar. Quando estão no estado sólido ou líquido,
geralmente têm baixos pontos de fusão e ebulição. Por outro lado, os sólidos desta classe não se
dissolvem em solventes do tipo água, fazendo-os nos do tipo benzeno, e não conduzem corrente
elétrica no estado líquido nem suas soluções. O comportamento dessas substâncias sugere a
existência de fortes ligações intramoleculares, dada a estabilidade das referidas moléculas e de
fracas ligações intermoleculares, tendo em vista a facilidade com que as moléculas podem ser
separadas. Ou seja, é revelada a existência neste tipo de substâncias de duas formas associadas de
ligação, sendo a primeira denominada de ligação covalente, e a segunda, contendo as fracas
interações intermoleculares, conhecida como forças de Van der Waals. Em alguns casos, apenas
uma dessas formas de união ocorre. Assim, foi possível solidificar os gases nobres que, em
condições normais, aparecem como gases formados por átomos soltos; nesses sólidos, apenas as
forças fracas de Van der Waals que são exercidas aqui entre partículas monatômicas estarão
presentes. Por outro lado, o diamante, carbono puro, é um exemplo de substância cujos cristais
constituem verdadeiras moléculas gigantes nas quais todas as ligações entre átomos de carbono
têm as características da ligação covalente.
Finalmente, vamos nos referir aos metais, cuja propriedade mais típica é o seu caráter condutor de
calor e eletricidade no estado sólido. Os metais constituem mais de três quartos dos elementos do
sistema periódico; portanto, não é surpreendente que exista uma grande variedade de
propriedades como dureza, ponto de fusão, etc. Muitos deles têm um brilho característico e são

26
facilmente deformáveis, ou seja, são dúcteis e maleáveis (se separam facilmente em fios e folhas).
O tipo de ligação entre os átomos de um metal é chamado, por razões óbvias, de ligação de metal.
No Quadro 1 resumimos algumas das propriedades mais importantes encontradas nas substâncias.
Quadro 1. Propriedades importantes das substâncias em função das ligações químicas
Características Substâncias Substâncias covalentes Substâncias
iônicas metálicas
Rede cristalina Rede cristalina
Rede cristalina
Estrutura Moléculas formada por átomos formada por átomos
formada por íons
não metálicos metálicos
Estado de Gás, líquido Sólido, exceto
Sólidos Sólido
agregação ou sólido mercúrio
Geralmente
Ponto de fusão Altos Muito altos Altos geralmente
baixos
Condutividade Condutoras sob Não Não condutoras, Muito boa
dissolução e fusão condutoras exceto o grafite
Geralmente Solúvel em ácidos e
insolúvel em entre eles no estado
Solúveis em água
água e fundido para formar
Solubilidade e solventes Insolúveis no geral
solúvel em ligas
polares
solventes não
polares
Apresentam
Outras Frágeis,
interações Grande dureza Dúcteis e maleáveis
propriedades higroscópicos
entre elas
Exemplos Halita (NaCl) Água (H2O) Diamante (C)
Ouro (Au)
Calcita (CaCO3) Quartzo (SiO2)
Em resumo, o estudo das propriedades das substâncias permite agrupá-las em três tipos principais,
revelando a existência de quatro formas diferentes de interação entre partículas: ligação iônica,
ligação covalente, forças intermoleculares e ligação metálica.
10.TRATAMENTO DE MINERIOS
O tratamento de minério ou beneficiamento mineral é o processo realizado desde a extração do
bem mineral até seu destino final. Neste artigo você irá entender os conceitos que englobam o
tratamento mineral, sua importância e formas de realização do beneficiamento.
Dados históricos registram que aproximadamente 400 anos antes da era Cristã, os egípcios já
recuperavam ouro de depósitos aluvionares, usando processo gravítico. As matérias-primas
minerais possíveis de serem utilizadas diretamente ou transformadas vão ser encontradas
distribuída de maneira escassa na crosta terrestre e cabe as empresas de mineração,
fundamentada nas informações geológicas, estar realizado a pesquisa mineral em busca de um
deposito de potencial interesse econômico.
Lembrando que quando o um depósito mineral apresenta condições de ser aproveitado
economicamente o mesmo é denominado jazida mineral.
O que é tratamento de minério?
O tratamento de minério consiste em operações aplicadas aos bens minerais, com o objetivo de
modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais presentes, sem modificar
a identidade química ou física dos minerais.
Há também alguns autores que defendem o conceito de que o tratamento de minério pode
envolver alterações de ordem químicas, resultantes de simples decomposição térmica ou mesmo

27
de reações típicas geradas pela presença do calor.
Conceitos que envolvem o tratamento de minério
É de fundamental importância para entender a fundo os processos que envolvem o tratamento de
minério, conhecer alguns conceitos básicos que são utilizados na mineração.
 Mineral é toda matéria inorgânica que possua uma composição química e propriedades
físicas definidas, tenha uma estrutura cristalina ordenada e seja de origem natural.
 Minério é toda rocha constituída de um mineral ou agregado de minerais contendo um ou
mais minerais valiosos, possíveis de serem aproveitados economicamente.
 Minerais-minério são os minerais valiosos, aproveitáveis como bens úteis.
 Ganga é o mineral ou conjunto de minerais não aproveitados de um minério.
 Operações de concentração baseiam-se nas diferenças de propriedades entre o mineral-
minério e os minerais de ganga.
Importância e balanceamento econômico do beneficiamento mineral
Na grande maioria das vezes o bem mineral não pode ser utilizado diretamente após ser lavrado, é
aí que entra o tratamento mineral, trazendo processos para que se possa fazer a separação do
mineral de interesse da parte que não tem valor econômico.
Na prática é impossível obter uma separação completa dos constituintes minerais. Uma regra geral
utilizada é que quanto maior o teor de concentrados, maior é a perda, logo mais baixas são as
recuperações minerais. Já que a obtenção de teores mais altos e melhores recuperações implicam
num aumento de custo do tratamento, para obtenção de maiores lucros, todos esses fatores
devem ser devidamente balanceados.
De maneira geral, os custos decorrentes de uma etapa adicional de tratamento de um determinado
bem mineral não devem ser maiores do que a agregação de valor ao produto assim obtido.
Amostragem mineral
A amostragem consiste na retirada de quantidades moduladas de material de um universo que se
deseja amostrar, de modo que essa parte retirada tenha exatamente as mesmas características que
o universo.
No passo seguinte a amostra primaria é submetida a uma série de etapas de preparação, redução
de tamanho, homogeneização e quarteamento, até obter a amostra final, com massa e
granulometria adequadas à realização de ensaios e análises.
Pode-se definir amostragem como um processo de seleção e inferência, já que a partir do
conhecimento de uma parte, tira-se conclusões sobre o todo. E a diferença entre o valor de uma
dada característica de interesse no lote e a estimativa desta característica na amostra é
denominado como erro de amostragem.
A importância da amostragem pode ser notada quando entram em cena a avaliação de depósitos
minerais, o controle de processos e a comercialização de produtos. Uma amostragem mal feita
pode acarretar prejuízos ou distorções de resultados com consequências técnicas imprevisíveis.
Operações do tratamento de minério
Cominuição (Britagem) é um conjunto de métodos de fragmentação de sólidos, no nosso caso
minérios ou rochas, com o objetivo de obter produtos em granulometrias mais finas do que as de
ocorrência original.
Existem três processos gerais para a fragmentação dos minérios e rochas, são eles: impacto,
compressão e atrito.
A fragmentação realizada por compressão do sólido entre duas superfícies, na maioria das vezes
planas, onde uma delas é fixa e a outra móvel, causando a pressão necessária. O equipamento
utilizado são as máquinas de fragmentação denominadas de britadores.

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Britador de mandíbulas Britador cônico
Cominuição (Moagem) também chamada de fragmentação fina, a moagem é a segunda etapa de
cominuição na preparação de minério. É uma etapa que dispões de mais custos, logo é
fundamental um conhecimento das leis e equipamentos para uma execução correta, diminuindo
assim os custos operacionais.
Na fragmentação fina ou moagem, temos o último estágio da cominuição, onde as partículas são
reduzidas pela combinação de impacto, compressão, abrasão e atrito. É bom salientar que é
durante esta etapa que há o maior consumo de energia na operação de cominuição. Os
equipamentos mais empregados nessa etapa são o moinho cilíndrico (bolas ou seixos), moinhos de
martelos, entre outros.

Moinho de bolas Moinho de martelos


Classificação consiste no termo usado para indicar a separação de partículas sólidas e que tem
distintas velocidades de precipitação em meio fluido. As velocidades de precipitação dependem das
propriedades do sólido como, densidade, tamanho e forma, assim como das condições da sua
superfície ou da interfase entre sólido e líquido.
Geralmente, é produzido um oversize e um undersize, assim como no peneiramento. Na
classificação a seco o “fluido” será o ar, já na classificação a úmido o fluido é a água. No caso da
classificação a úmido é usada principalmente em granulometria muito fina, onde o peneiramento
não funciona com eficiência.

Classificadores cônicos
Peneiramento é a separação de um material em duas ou mais classes, tendo seus limites inferior e
superior. Durante o peneiramento a úmido adiciona-se água ao material que está sendo peneirado
de modo a facilitar a passagem dos finos através da tela de peneiramento.
No peneiramento o material que fica retido na tela da peneira é denominado oversize e o material
passante, undersize. A determinação das faixas de tamanho das partículas é feita por meio de uma
serie de aberturas de peneiras que mantem entre si uma relação constante.

Peneira vibratória
29
Método de concentração de minerais pode ser definido como a recuperação dos minerais úteis
contidos num minério da forma mais concentrada possível. O método de concentração é escolhido
de acordo com a natureza do minério em si, assim como as diferentes propriedades dos minerais a
ser separados.
Na concentração de minérios ocorre a separação das espécies úteis, ocorre em sistemas dinâmicos,
onde a resultante das forças confere trajetórias diferentes para cada partícula, assim podendo
separá-las com base em uma propriedade denominada de diferenciadora (brilho, condução de
cargas, magnética e propriedades de superfícies).
Finalmente esses métodos de concentração podem ser divididos em métodos densitários ou
gravíticos, flotação, magnéticos e elétricos.
Densitários ou gravíticos é um processo que é preciso utilizar um fluido de densidade intermediária
comparada à das espécies minerais que se quer separar, e assim as espécies menos densas em
relação ao fluido flutuem e a mais densas afundem.
Flotação é um processo baseado na diferença de molhabilidade dos minerais pela água. E a
molhabilidade significa a tendência de um fluido espalhar ou aderir sobre uma superfície sólida,
termodinamicamente pode se definido em termos de ângulos de contato.
Magnéticos e elétricos será aplicado um campo magnético à mistura para reter as partículas
paramagnéticas e desviar as diamagnéticas. É um método que utiliza a propriedade diferenciadora
o comportamento das partículas minerais sob a ação de um campo magnético.
Os materiais minerais podem ser classificados, de acordo com a permeabilidade, magnética, em
paramagnéticos (se alinham com as linhas de forças, sendo atraídos para os pontos de maior
intensidade desse campo) e diamagnéticos (repelidos pelas linhas de força magnética).
Fluxograma do tratamento de minério
No tratamento de minério temos um fluxograma que pode representar todo esse processo. Nas
etapas de britagem, moagem, peneiramento e classificação, ocorre a redução e padronização da
granulometria do mineral de acordo com a liberação recomendada pela sua mineralogia.
Partindo para a concentração, onde ocorre a separação da ganga do metal-minério, com base em
fatores como o peso específico, susceptibilidade magnética, condutividade elétrica, química de
superfície entre outras.
Por fim, após a separação o concentrado passa pelo espessamento, filtragem e secagem até se
tornar o produto final, enquanto que o rejeito pode ser dispersado de varias formas, como disposto
em barragem de rejeito, enchimento de cavas ou galerias subterrâneas.

Fluxograma do tratamento de minério (Foto: acervo Cristal)


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11.PROPRIEDADES FISICAS E QUIMICAS DOS MINERAIS
Nas geociências os minerais são definidos como compostos sólidos formados naturalmente, ou
seja, por processos geológicos descritos por forças naturais que moldam a constituição física de um
planeta, lua, asteroide, cometa ou poeira interplanetária.
Minerais possuem estrutura cristalina, isto é, apresentam arranjo interno ordenado de seus
átomos, íons ou moléculas, que por sua vez, constituem as unidades de repetição ou blocos de
construção de um mineral. Esses blocos de construção formam padrões simétricos que se repetem
em três dimensões, ao longo do composto sólido. Eles são chamados de células unitárias, que
quando são repetidas várias vezes tridimensionalmente, formam um cristal macroscópico, melhor
dizendo, visível a olho nu. Isto é: a célula unitária representa a unidade fundamental de um mineral,
sua menor parte.
Assim podemos definir que um cristal é uma estrutura formada por um número incontável de
pequenos blocos de construção idênticos arranjados tridimensionalmente, cujo tamanho depende
da quantidade de blocos disponíveis. Podemos aqui fazer uma analogia aos blocos de plástico
LEGO®, onde diferentes objetos são criados pelo encaixe de um bloco em outro. Sendo que, no
caso dos minerais, os blocos têm dimensão submicroscópica, ou seja, atômica. Imagine que cada
bloco LEGO® também é formado por incontáveis pequenos blocos empilhados em ordem, para
cima, para baixo e para os lados, até formar o bloco maior.
Os blocos e os átomos dentro de cada bloco são repetidos em padrões conhecidos, definidos por
operações geométricas de simetria. Esses padrões fazem com que os cristais mostrem vários tipos
de formas. A cristalografia é a ciência que estuda como esses blocos e os átomos que os compõem
estão arranjados em materiais sólidos.
Apenas os compostos de origem inorgânica são considerados minerais. Compostos similares, mas
de origem orgânica, são de difícil distinção. Por exemplo, o fosfato de cálcio (Ca5(PO4)3(OH)) que
forma os nossos dentes é de origem biológica, e é absolutamente idêntico ao mineral apatita
(Ca5(PO4)3(OH)). Também é possível sintetizar em laboratório um composto similar à apatita, porém
nesse caso o composto é descrito como fosfato de cálcio sintético. Muitas vezes esse material
sintético também e descrito como apatita sintética. No entanto, os fosfatos de cálcio biológico e
sintético não são considerados minerais por definição.
Os minerais possuem uma composição química definida, quer dizer, são compostos por elementos
químicos que variam em um intervalo restrito de composição conhecida. Por exemplo, os
elementos químicos que compõem o mineral apatita são o cálcio (Ca), fósforo (P), oxigênio (O) e o
hidrogênio (H), que ocorrem em proporção definida. A fórmula química da apatita é Ca5(PO4)3(OH),
onde os números indicam a quantidade dos átomos em cada molécula (unidade de repetição ou
blocos de construção). A fórmula mínima da apatita e de qualquer mineral se aproxima de sua
célula unitária. Outros elementos químicos também podem compor a apatita; por exemplo, flúor e
cloro são comuns em sua composição e, nesse caso, sua fórmula química seria Ca5(PO4)3(F,Cl,OH). A
questão chave é: a composição química de qualquer mineral é variável, mas dentro de um intervalo
conhecido.
A cristaloquímica é a ciência que estuda a relação da composição química (fórmula química) com
estrutura cristalina dos minerais.
Os minerais são substâncias sólidas homogêneas que não podem ser fisicamente separadas em
compostos sólidos mais simples.
As rochas são sólidos naturais compostos de minerais. Apenas cerca de 20 minerais são
considerados comuns e formadores das rochas terrestres.
No entanto existem mais de 5000 tipos diferentes de minerais.
Os minerais são encontrados na superfície da Terra, bem como no seu interior mais profundo.

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Quando um novo mineral é descoberto, ele é listado pela Associação Mineralógica Internacional
(IMA).
Os minerais são utilizados para construir os mais variados objetos, que pode ser um celular ou até
mesmo um foguete espacial. Eles são fundamentais para a nossa vida.
Desde a pré-história os seres humanos não medem esforços para extrair os minerais das rochas.
A Mineralogia é a ciência que estuda os minerais. Esse estudo inclui seus processos de origem,
propriedades físicas e químicas, distribuição geográfica, classificação e utilização pelo ser humano.
Os minerais são classificados de acordo com os elementos químicos presentes na sua estrutura e na
forma como esses elementos se distribuem no seu interior. Isto é: os minerais são classificados de
acordo com sua composição química e estrutura cristalina.
Existem oito classes principais de minerais:
 Elementos nativos
 Sulfetos
 Halóides
 Óxidos/Hidróxidos
 Fosfatos
 Sulfatos
 Carbonatos
 Silicatos
São as características submicroscópicas que determinam com o quê um mineral se parece e quais
são suas propriedades físicas. A observação dessas propriedades é a forma mais rápida de se
identificar um mineral.
As propriedades físicas mais comuns utilizadas nessa tarefa são: observação do hábito (forma
externa do cristal), dureza (capacidade de um mineral riscar o outro), brilho e cor (como ele reflete
e emite luz), bem como propriedades mais complicadas, como geminação, fraturas, clivagens e
densidade.
12.MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS
Propriedades Físicas
Muitos minerais podem ser caracterizados e identificados rapidamente a partir de suas
propriedades físicas ou mediante ensaios simples.
Para a descrição das espécies, as propriedades podem ser divididas dependendo da sua origem:
 resultado da interação do mineral com a luz (brilho, diafaneidade, cor, traço, refração da
luz, entre outros);
 resultado de expor o mineral a um esforço dirigido (clivagem, partição, fratura, dureza,
tenacidade);
 dependem do estado de agregação (geminação, forma, hábito);
 ocorrem por interações elétricas e magnéticas (piezeletricidade, piroeletricidade,
magnetismo);
 outras propriedades como a densidade relativa, solubilidade em ácidos diluídos e
radioatividade.
Muitas destas propriedades são descritas em termos relativos e são testados numa amostra de
mão do mineral.

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Brilho
O termo brilho é usado para descrever a aparência geral da superfície de um mineral à luz refletida,
em outras palavras é a quantidade de luz refletida. Em geral podem ser divididos entre minerais
com brilho metálico e não metálico, tendo o brilho submetálico como termo intermediário. Nos
minerais com brilho não metálico pode-se descrever o brilho como: vítreo (Brilho do vidro),
resinoso (Aparência da resina),nacarado (Aparência iridescente de uma pérola), gorduroso
(Aparência de estar recoberto com uma camada delgada de óleo), sedoso (Aparência do brilho da
seda, resultado de um agregado de fibras finas paralelas) ou adamantino(Brilho do diamante,
relacionado com um alto índice de refração do mineral).

Brilho metálico Brilho não-metálico


Cor
A cor é uma propriedade que depende do espectro de luz que a estrutura de um mineral recebe e
reflete, sendo está propriedade de fácil avaliação. É fortemente dependente da composição
química. Mas nem sempre é uma propriedade diagnóstica, pois ela varia de acordo com a
exposição da superfície ao medio (intemperismo), com a variação de composição num mesmo
mineral (especialmente nos minerais que são descritos como soluções sólidas) e pela presença de
impurezas na estrutura. Isto é, a cor não é uma propriedade constante em muitas espécies
minerais. Mas ainda é importante porque tem minerais onde a propriedade é constante e pode
ajudar significativamente no diagnóstico da espécie (principalmente nos minerais com brilho
metálico).

Cor Cores da turmalina


Traço
É a cor do pó fino de um mineral. Usa-se o traço na identificação de minerais pois é uma
propriedade usualmente constante (embora a cor do mineral possa variar). Para avalia-lo precisa-se
de uma placa de porcelana não-polida (placa para traço) e riscar o mineral na superfície deixando
um traço de pó fino. Esta propriedade tem como limitante a dureza da placa, não pudendo ser
avalada em materiais mais duros (dureza até 6,5).

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Diafaneidade
É a quantidade de luz que alguns minerais permitirem que os atravesse. Então, em relação à
diafaneidade um mineral pode ser: transparente (o mineral transmite a luz, o contorno de um
objeto visto através é perfeitamente distinto), translúcido (a luz é transmitida difusamente, chega a
atravessar o mineral mas não podendo visualizar os objetos através dele) ou opaco (a luz não
atravessa o mineral, mesmo em suas bordas mais delgadas).
Outras propriedades dependentes de luz
Os minerais também podem apresentar diferentes comportamentos com a luz que correspondem a
outras propriedades que são mais específicas:
o jogo de cores – ao virar o mineral, podem-se ver várias cores espectrais em rápida sucessão,
a iridescência – o mineral mostra uma série de cores espectrais em seu interior ou sobre uma
superfície,
a opalescência – reflexão leitosa ou nacarada do interior de um espécime,
o acatassolamento – aparência sedosa na luz refletida, que resulta da presença de muitas inclusões
dispostas paralelamente a uma direção cristalográfica. É conhecido como acatassolamento ao feixe
de luz que forma ângulos retos com as inclusões na gema lapidada, em forma de cabuchão,
o asterismo – raios de luz em forma de estrela vistos na direção do eixo vertical do cristal,
comumente do sistema hexagonal.
o pleocroísmo – absorção seletiva da luz nas diferentes direções cristalográficas ,visível no
microscópio petrográfico usando os polarizadores de luz.
a termoluminescência – os minerais emitem luz quando aquecidos a uma temperatura abaixo do
vermelho .Os tipos mais importantes são: a triboluminescência (Os minerais se tornam luminosos
ao serem esmagados, riscados ou esfregados) e a fluorescência e fosforescência (fluorescentes
quanto se tornam luminosos durante a exposição à luz ultravioleta, aos raios X ou aos raios
catódicos; fosforescente se a luminescência perdura após desligada a fonte de excitação).
a luminescência – emissão de luz, que se pode subdividir segundo a natureza da luz emitida,
a refração da luz – parte da luz incidente é refletida e a outra refratada. A segunda implica uma
variação na velocidade da luz incidente e, por tanto, na sua direção; o que é sujeito às leis da ótica
Hábito Cristalino
A maioria das espécies minerais não ocorre como cristais bem formados, e sim em uma grande
variedade de agregados. Distintos termos são usados para descrever a aparência dos cristais:
maciço, granular, compacto, lamelar, folheado, micáceo, laminado, fibroso, acicular, radiado,
dendrítico, bandado, concêntrico, mamilar, botrioide, globular, reniforme, esferoidal, estalactítico,
concrecional, geodo, oolítico, pisolítico, drusiforme, entre outros. Este formato reflete a estrutura
cristalina.

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Estados de agregação Geminações
Clivagem
Um mineral possui clivagem quando, aplicada uma força adequada, este rompe através de planos
definidos. A clivagem pode ser catalogada como perfeita, boa, regular ou não presente, junto com o
índice de Miller da face paralela à partição. A clivagem é consistente com a simetria e ocorre ao
longo de planos de fraqueza estrutural, que apresentam ligações atômicas fracas ou um maior
espaçamento reticular.

Partição
Ocorre em planos de menor resistência estrutural quando os minerais sujeitos a tensão ou pressão
se rompem. A fraqueza pode ser resultado da pressão, da geminação ou exsolução num mineral. Os
geminados (especialmente na geminação polissintética) podem-se separar facilmente ao longo dos
planos de composição. Diferencia-se da clivagem porque não está presente em todos os cristais de
uma mesma espécie, em quanto que, se um mineral possui clivagem, cada espécime dele a exibirá.
Fratura
A fratura pode ser entendida como a forma em que um mineral se rompe quando isto não se
produz ao longo de planos de fraqueza estrutural (clivagem e partição). Os termos mais comuns
para designar o tipo de fratura são: conchoidal ou concóide, fibrosa ou estilhaçada, serrilhada ou,
desigual ou irregular.
Dureza
É a resistência que uma superfície lisa do mineral oferece ao ser riscada, e depende das forças de
união entre os átomos na estrutura interna do mineral. Em ração disto o comportamento pode
mudar dependendo do tipo de ligação (metálica, iônica ou covalente) e a direção ou facie em que o
mineral é riscado (sendo a dureza uma propriedade vetorial, direcionada). A escala relativa de
dureza criada pelo mineralogista F. Mohs em 1824 conhecida como “A escala de dureza de Mohs
agrupa dez minerais comuns como padrão de dureza e é amplamente usada:
1. Talco
2. Gipso
3. Calcita
4. Fluorita
5. Apatita
6. Feldspato – Ortoclásio
7. Quartzo

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8. Topázio
9. Corindon
10. Diamante
Além da escala relativa e por causa da relação entre a dureza e a estrutura química dos minerais, é
possível fazer as seguintes generalizações: Muitos dos minerais hidratados são moles (D<5);
halogenetos, carbonatos, sulfatos e fosfatos são relativamente moles (D<5,5); muitos dos sulfetos
são relativamente moles (D<5) sendo a pirita uma exceção (D<6-6,5); muitos dos óxidos anidros e
silicatos são duros (D>5,5).

Durezas diferentes Escala de Mohs


enacidade
É a resistência que oferece um mineral ao ser deformado (rompido, esmagado, curvado ou
rasgado), é a sua coesão. Usam-se vários termos para descrever as diferentes espécies de
tenacidade nos minerais: quebradiço, maleável, séctil, dúctil, flexível e elástico.
Propriedades Elétricas e Magnéticas
São as propriedades derivadas das interações elétricas entre os elétrons dos átomos no arranjo
cristalino (derivadas de propriedades como o spin e as propriedades das ligações atômicas) e
normalmente são descritas num mineral como a presença ou ausência da propriedade. As
propriedades mais importantes são: piezoeletricidade, piroeletricidade, e magnetismo.
Densidade
É a relação do peso de um mineral com um volume igual de água a 4ºC.

Solubilidade
Normalmente descreve a reatividade de uma espécie em presença de algum composto químico.
Radioatividade
Liberação de energia como consequência da desintegração de elementos radioativos presentes ao
longo da estrutura cristalina. Normalmente o material na vizinhança encontra-se alterado como
resultado destas interações. Muitas vezes requer um equipamento especial para sua detecção.
Identificação Macroscópica de Minerais
Os minerais podem ser identificados usando três métodos: avaliando as suas propriedades físicas
numa amostra de mão, estudando as suas propriedades óticas numa lâmina delgada num
microscópio de luz polarizada, ou através da análise química da amostra. Usualmente são usados os
três métodos para identificar um mineral com precisão, mas a primeira aproximação à natureza do
mineral é a amostra de mão. Esta análise abrange a descrição das suas propriedades físicas e a

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identificação de propriedades diagnósticas dos minerais mais comuns. O exercício de descrever um
mineral através de suas propriedades macroscópicas é o sujeito de estudo da mineralogia
descritiva, e as propriedades mais usadas neste exercício sistemático são as seguintes:
Observa-se a reflexão da luz sobre a superfície de mineral. Pode ser: Metálico,
Brilho
Submetálico, Vítreo, Gorduroso, Resinoso, Sedoso, Nacarado ou Adamantino.

Observa-se, de preferência numa borda ou aresta, a capacidade do mineral de


Diafaneidade
deixar passar a luz (transparente, translúcido ou opaco).

Cor Reporta-se a cor exibida pelo mineral exposto numa superfície fresca.

Traço Vê-se a cor do pó fino deixado na placa para traço após riscar.

De acordo aos parâmetros qualitativos da escala de dureza de Mohs, qualifica-se


Dureza
riscando o mineral com outros minerais ou objetos de dureza conhecida.

Clivagem Avalia-se a presença da propriedade e, caso existir, as direções em que ocorre.

Fratura Comenta-se caso de não apreciar plano diferenciável.

Hábito Observa-se a forma do cristal e seu estado de agregação.

Densidade
Rigorosamente deve ser medido no laboratório, mas no campo é estimada em
específica ou
relação a outras espécies de peso específico conhecido.
relativa
Estas propriedades são listadas com regularidade nas tabelas determinativas dos minerais comuns
que acompanham os livros de mineralogia que incluem a mineralogia descritiva no conteúdo.
Outras propriedades são enunciadas em relação à relevância que tem na descrição de uma espécie
específica (por exemplo o gosto salgado na halita), já que não estão presentes (ou não são
relevantes) na maioria das outras espécies minerais comuns. Estas últimas propriedades,
características em espécies específicas, são conhecidas como “propriedades diagnósticas”.
13.TÉCNICAS DE OPERAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE COMINUIÇÃO
A etapa de fragmentação de minérios tem por objetivo utilizar diferentes técnicas e equipamentos
(que serão citados a seguir) para reduzir o material vindo da mina até um tamanho que possa ser
prosseguido o beneficiamento. Geralmente a cominuição é a primeira etapa do tratamento de
minérios e visa, a partir de uma rocha, liberar o mineral valioso do mineral de ganga (sem valor) e, a
partir daí, reduzi-lo até o tamanho desejado.
A fragmentação de rochas ou minérios é um processo que pode ser muito extenso e ter várias
etapas até sua conclusão. O início desse processo é desde a fase do desmonte da rocha na lavra,
em que são gerados os primeiros blocos que devem ter um tamanho ideal para que se possa
prosseguir para a fase de britagem. Para evitar maiores gastos, o desmonte deve ser realizado com
a maior eficiência possível, utilizando os explosivos ideais para o material em questão.
Britagem
A partir desse material vindo da mina, a primeira operação a ser realizada é a britagem, que
fragmenta esses blocos utilizando britadores até que sejam reduzidos a uma fração que permita ser
feita a moagem do minério. A britagem pode ser composta, também, por múltiplas etapas
(primária, secundária, terciária e até quartenária) dependendo do material britado e para cada um
desses estágios, podem ser usados diferentes britadores.

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Na britagem primária, a razão de redução é em torno de um 1:8 com tamanho máximo na
alimentação de 1000 mm e tamanho máximo na produção de 100 mm. Se caracteriza por operar
em circuito aberto, sem descarte da fração fina (escalpe) da alimentação e emprega britadores de
grande porte. Os britadores que podem ser citados nessa fase são: O britador de mandíbulas,
britador giratório, britador de impacto e o britador de rolos dentado.
A britagem secundária pode ser também considerada o conjunto de todas as britagens posteriores
à primária. Essa fase se caracteriza por ter o descarte prévio da fração fina na alimentação para
aumentar a produção e os britadores utilizados são: britador giratório secundário, britador de
mandíbulas secundário, britador cônico, britador de martelos, britador de rolos. Além disso, nessa
etapa o tamanho máximo na alimentação é em torno de 100 mm e o tamanho máximo na
produção 10 mm.
Geralmente o último estágio de britagem é a terciária, que tem o tamanho máximo na alimentação
de 10 mm e o tamanho máximo na produção de 1 mm. A razão de redução geralmente gira em
torno de 4:1 ou 6:1 e comumente são empregados os britadores cônicos que trabalham em circuito
fechado.
A britagem quartenária normalmente não é necessária, mas dependendo da empresa e do material
que é fragmentado, ela é realizada. É uma fase que exige enorme controle de operação, então
também é feita em circuito fechado e tem o tamanho máximo na alimentação de 5 mm e tamanho
máximo na produção de 0,8 mm.
Britadores
 Britador de mandíbulas: Tem como característica o seu emprego para blocos de maiores
dimensão e dureza na britagem primária. Esse britador é composto por uma mandíbula fixa
e uma móvel que se aproxima e afasta da fixa enquanto o material desce e acontece a
fragmentação.
 Britador giratório: Também da britagem primária, esse britador é mais utilizado quando
existe uma grande quantidade de material para ser britado, tendo como vantagem a
possibilidade de ser alimentado por qualquer lado e funciona com o movimento de
aproximação e distanciamento do cone central em relação à carcaça, o que causa a quebra
do minério pelo impacto.
 Britador de impacto: Esse equipamento funciona com o movimento de barras que projetam
o material sobre placas fixas de impacto para a quebra do material. Apesar de eficiente, é
um britador de alto desgaste e custo de manutenção, sendo mais usado para materiais com
alta porcentagem de finos.
 Britador de rolo dentado: Como especificado pelo próprio nome, esse britador é composto
por um rolo dentado móvel que, através de um movimento giratório do rolo, causa a
compressão e cisalhamento do material com o impacto entre os dentes e a placa fixa. Assim
como o britador de impacto, tem um alto desgaste e é mais utilizado na cominuição de
rochas de fácil fragmentação.
 Britador cônico: Esse equipamento se assemelha ao britador giratório, mas por ser
empregado na britagem primária, contém longas superfícies paralelas no cone e no manto,
para reter o material na região por um tempo maior e, assim, fragmenta ainda mais a rocha.
 Britador de rolos: Esse equipamento é composto por dois rolos de aço que giram à mesma
velocidade em sentidos contrários, fragmentando o material. Seu emprego é direcionado
para rochas de fácil fragmentação e, além disso, esse britador tem uma grande limitação
quanto à granulometria na alimentação, já que é limitada pela distância entre os rolos.
 Britadores de impacto vertical: É um equipamento tem como diferencial a capacidade de
modificar as moléculas, dando o formato cúbico ou arredondado. O material vai para o

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interior do rotor que projeta o material em alta velocidade contra as paredes da câmara que
está revestida com o próprio material e o impacto gera a quebra das partículas.

Exemplo de britador.
Moagem
Nessa etapa, a última da fragmentação de minérios, são trabalhados os materiais finos vindos da
britagem para que sejam reduzidos ao tamanho adequado para a concentração do minério. As
partículas são reduzidas por impacto, compressão, abrasão e atrito para que seja o mineral de
interesse seja liberado para as próximas fases.
A depender do material e da operação da usina, serão empregados diferentes tipos de moinhos. Os
que são mais utilizados são: os moinhos cilíndricos, que pode ser de barras, de bolas ou seixos,
moinho de martelos, dentre outros.
Moinhos
 Moinho de barras: Nesse tipo de moinho, as barras fazem a moagem do material e pode ser
considerada uma moagem grossa ou uma britagem fina. A alimentação pode ser bem
variada, desde 0,5 mm até 50 mm.
 Moinho de bolas: Como o próprio nome já diz, esse moinho usa bolas para realizar a
fragmentação do material. Para que seja mais eficiente, uma vez que o material depositado
na alimentação tem uma granulometria mais fina em relação ao moinho de barras, as bolas
possuem um diâmetro menor uma das outras.

Exemplo de moinho.
14.REALIZAÇÃO DE ENSAIOS DE PROCESSO
A amostragem é um processo importantíssimo para vários tipos de
atividades na indústria, porém como é de nosso costume, aqui vamos
tratar sobre o mercado da mineração.
Já citamos em outros textos sobre a importância da qualidade do
nosso trabalho e quais são os impactos que trazemos para o processo
como um todo (veja em nosso texto sobre Modelagem Geológica –
clique aqui). A amostragem é um excelente exemplo desse assunto e conseguimos aprender mais
com a oportunidade que tivemos de participar do curso de Teoria Moderna da Amostragem do
Instituto Minere.
A importância da amostragem é ressaltada, principalmente, quando entram em jogo a avaliação de
depósitos minerais, o controle de processos em laboratório e indústria, e a comercialização de
produtos.

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“Uma amostragem mal conduzida pode resultar em prejuízos vultosos ou em distorções dos
resultados, de consequências técnicas imprevisíveis.”
O que é a Amostragem? Vamos alinhar alguns conceitos:
 Amostra: é uma quantidade representativa do universo que se deseja amostrar. O método
de retirada da amostra deve garantir que ela seja representativa desse universo, no que diz
respeito ao(s) parâmetro(s) de interesse. Normalmente uma amostra deve ser composta
pelo maior número possível de incrementos. Sua extração deve ser equiprobabilística.
 Amostragem: consiste na retirada de quantidades moduladas de material (incrementos) de
um todo que se deseja amostrar, para a composição da amostra primária ou global, de tal
forma que essa seja representativa do todo amostrado.
 Incremento: grupo de fragmentos extraídos de uma grande quantidade em um único
dispositivo de amostragem. Um amostra é muitas vezes a reunião de vários incrementos.
 Lote: quantidade finita de um determinado material separada para uma utilização
específica.
Resumindo, a amostragem consiste na coleta de incrementos em uma mina (subterrânea ou a céu
aberto) por exemplo, visando a correta descrição pelos Geólogos e posterior envio destes
incrementos para quarteamento, homogeneização e análise do laboratório, lá serão criadas
amostras e consequentemente lotes, obtendo assim informações detalhadas sobre a área de
interesse.
Assim, a ideia central da amostragem é obter informações sobre o todo analisando apenas uma
parte.
Você já ouviu falar sobre o caso BRE-X?.
O caso ficou tão famoso, que foi parar no cinema com o filme “Gold”.
O Bre-x é um exemplo da falta de controle na amostragem e QAQC de um empreendimento, onde
aconteceram fraudes sobre os reais resultados de um depósito mineral. Quando foram descobertas
as alterações, houve a queda nos valores da bolsa mundial, redução drástica da exploração mineral
no mundo e consequentemente a revisão e adequação dos Códigos de Mineração globais.
Daí você pode perceber o quanto o processo de amostragem e QAQC são imprescindíveis!
Mas como é feita a amostragem?
Alguns passos:
 Planejamento;
 Coleta;
 Quarteamento, homogeneização e análises;
1. No planejamento de amostragem, algumas situações devem ser observadas para uma maior
eficiência, são elas:
 Quais técnicas serão utilizadas;
 Quais equipamentos serão usados;
 Volume da amostra global;
 Pontos de amostragem de incrementos para elaboração da amostra global;
 Peso/massa da amostra final;
2. Coleta
A coleta de incrementos para elaboração da amostra primária deve seguir os passos
preestabelecidos na etapa de planejamento. Deve ser questionado:
 Qual o intervalo de amostragem de incrementos?
 Qual a quantidade de incrementos?

40
 Já deverão estar respondidas na etapa de planejamento, tornando eficiente a coletas dos
incrementos.
3. Quarteamento, homogeneização e análises
Com a amostra global coletada, o próximo passo será homogeneizá-la para obtenção da amostra
final através do quarteamento.
Quarteamento é uma técnica que visa à redução de massa das amostras – divisão da amostra
global em alíquotas com massa menor, para obtenção da amostra final de acordo com o
planejamento inicial.
Os métodos de quarteamento dividem em vários tipos, desde manuais a mecânicos (pilha cônica,
pilha longitudinal e quarteadores), o tamanho/peso da amostra global ou primária irá influenciar no
método de quarteamento.
Porém durante esses processos podem ocorrer alguns erros. Sendo eles:
1. Erros de amostragem
 Erro de ponderação: resultante da não uniformidade da densidade ou da vazão do material
amostrado;
 Erro de integração: resultante do grau de heterogeneidade de distribuição do material
amostrado;
 Erro de periodicidade: resultante de variações periódicas da qualidade do material
amostrado;
 Erro fundamental: resultante da heterogeneidade do material amostrado. Depende
fundamentalmente da massa da amostra e, em menor instância, do material amostrado. É o
erro que se comete quando a amostragem é realizada em condições ideais;
 Erro de segregação: resultante da heterogeneidade de distribuição localizada do material
amostrado;
 Erro de delimitação: resultante da configuração incorreta da delimitação da dimensão dos
incrementos;
 Erro de extração: resultante da extração efetiva dos incrementos.
2. Erros na preparação
 Perda de partículas pertencentes à amostra;
 Contaminação da amostra por material estranho;
 Alteração do parâmetro de interesse a ser medido na amostra final;
 Erros não intencionais do operador (como a mistura de subamostras provenientes de
diferentes amostras);
 Alteração intencional do parâmetro de interesse a ser medido na amostra final.
A escolha do sistema de amostragem baseia-se em vários fatores como: tamanho das partículas,
umidade, massa específica entre outros.
Mesmo que todos os cuidados ao realizar a amostragem sejam tomados, sabemos que quando se
trata de Geologia é complicado falar em homogeneidade. Um depósito é heterogêneo e para isso
deve haver um plano de amostragem adequado e procedimentos a serem seguidos.
No início deste texto, falamos sobre como uma amostragem efetuada de forma errada pode
impactar em um empreendimento minerário, talvez agora possamos ter um melhor entendimento
do que isso significa.
A amostragem é o início de várias etapas, através dela serão obtidos os resultados que podem
conduzir ao investimento em um depósito ou até mesmo ao fechamento de uma mina. Através
dela teremos resultados de teor e ao erro fundamental de cada depósito, a partir destes dados
serão feitos procedimentos de QAQC, serão criados modelos geológicos e assim poderão ser

41
estudados os melhores métodos para o planejamento de lavra, por exemplo.
15.AMOSTRAGEM
A amostragem é uma operação de fundamental importância. Através de uma amostra
convenientemente preparada, normalmente com peso da ordem de grama, são efetuadas medidas
que devem ser representativas do material amostrado, geralmente da ordem de dezenas ou até
mesmo centenas de toneladas. Apenas com este simples exemplo, pode-se compreender a
importância e a delicadeza da amostragem, assim como os cuidados que devem ser tomados para
obtenção de uma amostra representativa.
A amostragem é uma operação de se remover uma parte de um todo, de maneira a manter a
proporção e a distribuição da qualidade a ser testada (por exemplo, química, granulometria,
umidade, etc.) existente no todo.
Na indústria mineral, a amostragem é essencial para o controle de mina, controle de qualidade da
planta, controle de processo, vendas, etc. Pequenos erros podem implicar em grandes perdas
econômicas.
Quando o material a ser amostrado é homogêneo, a amostragem não apresenta nenhuma
dificuldade, pois a menor quantidade retirada de qualquer ponto é representativa. Entretanto, no
caso de minérios, nunca encontramos um material homogêneo. Os minérios são constituídos por
partículas de diversos tamanhos e de composição variada. Podem ocorrer segregações, afetando a
distribuição granulométrica e química. Desta maneira, a amostragem de minérios é um problema
complexo, que deve ser cuidadosamente estudado.
Historicamente, os primeiros estudos a respeito de amostragem, estabeleceram uma relação entre
o peso mínimo da amostra e o tamanho da partícula mais grossa a ser amostrada. Vezin (1865)
trabalhava utilizando a seguinte fórmula empírica:
m=K.d3
Onde:
m – peso da amostra [Kg];
d – tamanho das partículas mais grossas [mm];
K – constante, dependendo do grau de regularidade da distribuição do constituinte útil no
minério.
Esta fórmula foi proposta oficialmente por Brunton (1986) em um artigo baseado em considerações
dimensionais muito sólidas.
Richards (1909), achando que a fórmula de Brunton levava a pesos de amostra muito maiores do
que os normalmente utilizados propôs sem justificativas teóricas, a seguinte fórmula
extensivamente utilizadas por mais de 50 anos, e ainda em uso em algumas minas e plantas:
m=K.d2
Os valores usualmente utilizados de K dependem do coeficiente de variação do minério a ser
amostrado, conforme apresentado na tabela 1:
Tabela 1: Valores de K em função do coeficiente de variação
Distribuição Coeficiente de Variação [%] K [Kg/mm]
Muito regular e regular Até 40 0,05 a 0,2
Irregular 40 - 100 0,3 a 0,5
Muito irregular 100 - 150 0,6 a 0,8
Extremamente irregular 150 ou mais 0,8 a 1,0
Demond e Halferdahl (1922) propuseram a seguinte fórmula intermediária entre as fórmulas de
Brunton e Richards:
m ≥ K.dα

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Os valores de K e α acima são de determinação experimental.
Após 1940, com o rápido desenvolvimento da matemática estatística, vários autores
desenvolveram métodos de dimensionamento de amostragem. Em 1953, Pierre Gy apresentou o
modelo de amostragem equiprovável.

Onde:
σ* - coeficiente de variação da amostra;
c - constante caracterizando o material a ser amostrado.
O erro de amostragem equiprovável foi chamado por Pierre Gy de erro fundamental, o qual é uma
característica da amostragem efetuada em condições ideais (todo fragmento possui a mesma
probabilidade de ser retirado para constituir a amostra) e é o único erro que não se anula.
Pierre Gy desenvolveu dois modelos completos da amostragem, analisando todos os erros
envolvidos:
 Um modelo contínuo, levando em consideração a natureza contínua da variabilidade
do espaço ou tempo e de suas características, (desenvolvido em função da teoria
geoestatística de Matheron);
 Um modelo discreto, levando em consideração a natureza discreta da população de
fragmentos submetidos à amostragem.
16. OBJETIVO
a. Obtenção de um incremento discreto que represente, o melhor possível, um universo
heterogêneo, normalmente com variações contínuas de suas propriedades;
17. DEFINIÇÕES
Universo ou População
Uma população ou universo, no sentido geral, é um conjunto de elementos com pelo menos uma
característica comum (COSTA NETO, 2002).
Fonte dos dados ou parâmetros de interesse para o programa de amostragem.
Amostra
É um subconjunto de uma população, necessariamente finito, pois todos os seus elementos serão
examinados para efeito de realização do estudo estatístico desejado (COSTA NETO, 2002).
Unidade de amostragem. Parte distinta do universo, sobre a qual são feitas as medidas dos
parâmetros do universo.
Incremento
Chamamos de incremento a cada porção que tiramos do universo que se deseja amostrar, para a
composição de uma amostra. A figura 1 mostra um esquema de amostragem.

Figura 1 – Esquema de amostragem


Lote
Chamamos de lote uma quantidade finita de material separada para uma utilização específica.
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Amostragem
Entende-se por amostragem a sequência de operações que tem por objetivo tomar uma pequena
porção de uma certa quantidade de material que o represente em termos de quantidade e de suas
características qualitativas, ou seja, a massa mínima necessária para a realização de testes para
determinação de sua composição química, mineralógica, propriedades físicas, químicas, físico-
químicas, etc.
Antes de tudo, é preciso garantir que a amostra ou amostras que serão usadas sejam obtidas por
processos adequados. Se erros palmares forem cometidos no momento de selecionar os elementos
da amostra, o trabalho todo ficará comprometido e os resultados finais serão provavelmente
bastante incorretos (COSTA NETO, 2002).
O que é necessário garantir, em suma, é que a amostra seja representativa da população, ou seja, a
amostra deve ter as mesmas características básicas da população (COSTA NETO, 2002).
A amostragem pode ser aleatória (também chamada de probabilística) ou não probabilística.
Na amostragem aleatória existe igual probabilidade de que cada elemento da população venha a
ser extraído para fazer parte da amostra, portanto o universo deve estar totalmente homogêneo.
Na amostragem não probabilística as condições previstas no parágrafo anterior não são requeridas.
Uma amostragem tem grande importância já que servirá de base para determinar a forma de
processar, utilizar e comercializar determinados produtos.
Amostra primária ou global
A amostra primária ou global é a quantidade de material manipulável resultante da amostragem
propriamente dita. É a composição dos vários incrementos retirados ao longo de um determinado
tempo previamente definido.
Amostra final
É uma quantidade de material resultante da etapa de preparação da amostra primária, que possui
massa e granulometria adequadas para a realização de testes, análises químicas e/ou
instrumentais.
18. ERROS DE AMOSTRAGEM
Qualquer estágio de amostragem é acompanhado de uma série de erros, alguns de características
teóricas, outros de características operacionais.
Constituição homogênea
Uma amostra de material apresenta uma constituição homogênea quando todos os seus elementos
constitutivos (fragmentos que o compõem) são idênticos entre si, caso contrário, diz-se que possui
uma constituição heterogênea.
Heterogeneidade de constituição
A heterogeneidade na constituição de uma amostra é uma característica intrínseca e inalterável da
matéria, sobre a qual a homogeneidade não tem qualquer influência.
Distribuição homogênea
Diz-se que uma amostra de material apresenta uma distribuição homogênea quando um volume
corrente, de dimensões constantes, possui uma composição média constante.
Heterogeneidade de distribuição
A heterogeneidade de distribuição é função da própria composição heterogênea da amostra de
material. Resulta na variabilidade da distribuição preferencial e/ou localizada de determinadas
características dos materiais.
19. DISTRIBUIÇÃO DOS ERROS ENTRE OS DIFERENTES ESTÁGIOS DE AMOSTRAGEM
Supondo uma operação de amostragem bem feita e que o executante da amostragem saiba
quartear, homogeneizar e secar uma amostra. Apresenta-se a seguir os erros que podem estar

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relacionados a esta amostragem.
EF - Erro fundamental
 Resulta da heterogeneidade de constituição do material;
 Depende da massa a ser tomada para representar o todo.
ES - Erro de segregação
 Resulta da distribuição localizada da heterogeneidade;
 Advêm da formação de agregados do material antes de se efetuar a amostragem.
EG - Erro de agrupamento
 Resulta da forma de extração da amostra;
 Depende dos recipientes utilizados na coleta de amostra.
EI - Erro de integração de incrementos
 Em instalações contínuas é o erro devido à coleta de amostras em fluxos variáveis ou na
retirada de amostra de vários lotes.
ED - Erro de ponderação
 Erro cometido quando há alteração na densidade da polpa ao se retirar uma amostra de
uma instalação de tratamento contínuo.
EP - Erro de periodicidade
 Erro resultante da variação periódica da qualidade do material amostrado.
EE - Erro de delimitação
 Resulta da forma incorreta de delimitar os incrementos em termos de seus volumes.
Processo de minimização destes erros
ES - Pode ser evitado fazendo-se uma eficiente homogeneização do material a ser amostrado.
EE - Pode ser reduzido, utilizando-se ferramentas adequadas para o manuseio das amostras.
EI - Pode ser reduzido se, em um fluxo, o minério tiver composição constante ou o fluxo não for
variável. Caso ocorram tais hipóteses, deve-se aumentar o número de coletas de amostras. No caso
dos lotes diminui-se o erro aumentando-se as operações de amostragens.
ED - Deve-se regular o fluxo o mais constante possível para que o erro possa ser anulado.
EF - Tentar coletar uma massa ideal, que represente todo o universo.
Ao se preparar uma amostra para análise, a sua composição não será exatamente igual a do
material de onde foi retirada.
As causas dos erros principais são:
 O modo de retirada da amostra (técnica de amostragem);
 Operação da amostragem;
 A massa da amostra.
Os erros relacionados à técnica de amostragens são evitados, empregando-se corretamente o que
estas técnicas recomendam (quarteamento, homogeneização e secagem). Quanto aos erros
operatórios, dependerão da destreza e do cuidado do operador ao fazer a amostragem.

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A figura 2 mostra um esquema dos prováveis erros.

Figura 2 – esquema dos erros de amostragem

ERROS DE
AMOSTRAGEM

ERROS ERROS
TEÓRICOS OPERATÓRIOS

ERROS ERROS ERROS DE


QUALITATIVOS QUANTITATIVOS PONDERAÇÃO (ED)

ERROS ERROS NÃO ERROS DE


ALEATÓRIOS ALEATÓRIOS INTEGRAÇÃO (EI)

ERROS DEVIDO A ERRO DEVIDO A ERRO DE


CONSTITUIÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA AGRUPAMENTO (EG)
HETEROGENEIDADE HETEROGENEIDADE ERRO SEGREGAÇÃO

ERRO
FUNDAMENTAL (EF)

20. ESTABELECIMENTO DE UM PLANO DE AMOSTRAGEM


Antes de um material ser amostrado, faz-se necessário definir as características principais do plano
de amostragem, tendo como base o objetivo da amostragem e o conhecimento anterior sobre o
assunto.
Precisão requerida
Em geral, quanto maior a precisão requerida, maior o custo envolvido. Erros de amostragem e de
análise sempre existem, devendo ser balanceados entre si em relação ao valor intrínseco do
material, bem com em relação ao custo proveniente dos erros.
Método de retirada da amostra
As características do material determinam a técnica da retirada de amostra. Entretanto, algum
trabalho experimental pode ser necessário para a determinação do método de amostragem.
A maneira pela qual os incrementos são selecionados para a composição da amostra primária
depende do tipo de material, de como ele é transportado e também do objetivo da amostragem.
Cabe ressaltar que o método de amostragem deve ser definido antes de se estabelecer a massa da
amostra primária.

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Amostragem aleatória – é normalmente utilizada quando se dispõe de pouca informação sobre o
material a ser amostrado. Nesta amostragem, os incrementos são escolhidos de maneira que todas
as partes do material possam ter a mesma probabilidade de serem selecionados.
Amostragem sistemática – é aquela onde os incrementos são coletados a intervalos regulares,
definidos a priori. Deve-se ter em mente a possibilidade de existência de ciclos de variação do
parâmetro de interesse e desses ciclos coincidirem como os períodos de retirada dos incrementos,
nesse caso não se recomenda a utilização da amostragem sistemática.
Amostragem estratificada – é uma extensão da amostragem sistemática, envolvendo a divisão do
material em grupo, que normalmente são amostrados proporcionalmente a seus pesos.
21. CONDIÇÕES PARA UMA BOA AMOSTRAGEM
Material seco
Uma boa amostragem é feita com o minério totalmente seco ou então sob a forma de polpa. A
umidade pode favorecer a formação de agregados de partículas finas, aumentando o erro de
segregação.
Granulometria
A minimização do erro fundamental da amostragem depende basicamente do tamanho da maior
partícula do material a ser amostrado. Quanto maior for este tamanho, maior deverá ser a massa
da amostra a ser tomada.
Desta maneira, amostras cuja finalidade analítica exija pequenas massas devem conter partículas de
pequeno tamanho. Isto fica claro a partir do conceito de que um mesmo volume de amostra
poderá conter um número maior de partículas pequenas do que de partículas grandes,
preservando-se assim a representatividade da amostra.
Quantidade de amostra primária
É determinada estabelecendo-se, inicialmente, a dimensão do incremento e o número de
incrementos a serem retirados.
A amostragem é um trabalho definitivo que na maioria das vezes não pode ser repetido.
Tratamento da amostra
A amostra primária é submetida a uma série de etapas de preparação que envolve operações de
redução de granulometria, homogeneização e quarteamento, até a obtenção da amostra final, com
massa e granulometria adequada à realização de testes.
O trabalho de laboratório, tanto para análises químicas como para análises físicas, só terá valor se a
amostragem tiver sido bem feita.
22. TRATAMENTO DE AMOSTRAS EM LABORATÓRIO
Enquanto a coleta de amostras é uma operação de “campo”, por ser efetuada nos lugares onde se
encontram os materiais a serem amostrados; a operação que se segue à coleta, ou seja, a
preparação das amostras é uma operação tipicamente de laboratório, pois é feita em instalações
apropriadas.
As principais técnicas de preparação são a secagem, fragmentação e
homogeneização/quarteamento. Destas a única que estará obrigatoriamente presente em uma
sequência completa de amostragem é a homogeneização/quarteamento. De um modo geral, a
preparação de amostras cumpre as etapas, a saber:
Secagem
Alguns minerais podem ter características de natureza físico-químicas e/ou químicas alteradas
quando aquecidos a determinadas temperaturas, não necessariamente elevadas (por exemplo),
aproximadamente 110ºC. Nestes casos, o melhor procedimento é espalhar o minério sobre uma
superfície e deixá-lo a temperatura ambiente.

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Fragmentação
Operação de redução do tamanho de partícula realizada em britadores, moinhos e pulverizadores.
Homogeneização
Tem por objetivo a obtenção de uma distribuição mais uniforme dos constituintes da amostra.
Quarteamento
É a operação destinada a reduzir a quantidade em massa de uma amostra, para posterior
determinação física e/ou química.
Quarteamento pode ser feito manualmente ou através de quarteadores mecânicos, por exemplo,
do tipo Jones, ou ainda em quarteadores de polpa.
Para se determinar a massa final de uma amostra e o número de quarteamentos, utilizam-se as
seguintes fórmulas:
An= A0 . qn (1)
n
N= A0 / An = 2 (2)
Onde:
An = massa da amostra final;
A0 = massa da amostra inicial;
N = número de amostras;
n = número de quarteamentos;
q = razão = ½
Exercícios
a) Calcular o peso da amostra inicial que foi submetida a um quarteamento sabendo- se os
seguintes dados An = 315,16g e n = 4.
b) Uma amostra pesou inicialmente 5,12 Kg e ao final do processo de quarteamento apresentou
um peso de 5g. Determine o número de amostras obtidas e o número de quarteamentos
realizados.
c) Determinar quantos quarteamentos foram necessários efetuar para reduzir uma amostra inicial
de 2528 g para obter-se uma amostra final com 79 g.
Quarteamento em polpa
É uma operação destinada a redução de massa de uma polpa de minério, sendo realizada através
do quarteador de polpa como mostra a figura 3.

Figura 3 – Quarteador de polpa


Quarteamento de amostras a seco
O quarteamento de amostras a seco pode ser feito através de pilhas de homogeneização ou
quarteadores mecânicos.
Pilhas de homogeneização
A pilha de homogeneização tem por objetivo a obtenção de uma distribuição mais uniforme dos
constituintes da amostra. Antes de se iniciar a confecção deste tipo de pilha, deve-se efetuar uma
pré-homogeneização do material, através da formação de pilha cônica ou tronco de pirâmide. Este

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tipo de operação ajuda a dissipar agrupamentos de partículas de qualquer natureza, portanto,
minimiza o erro de segregação.
A pilha de homogeneização alongada é construída mediante sucessivas passagens de material
sobre a mesma. Construída a pilha, as extremidades devem ser retomadas e novamente
espalhadas.
As figuras 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10, demonstram uma sequência de amostragem manual em amostra
estática, através de formação de pilhas do tipo pirâmide, tronco pirâmide e de homogeneização
alongada.

Figura 4 - pilha tipo pirâmide. Figura 5 - pilha do tipo tronco de


pirâmide achatada.

Figura 6 - fracionamento da pilha. Figura 7 - fracionamento da pilha.

Figura 8 - início de pilha de homogeneização alongada.

Figura 9 - pilha de homogeneização alongada com as extremidades cortadas.

49
Figura 10 - redistribuição das extremidades da pilha.

Quarteadores mecânicos
Após a desaglomeração da amostra, utilizam-se quarteadores mecânicos para conseguir-se o
fracionamento da massa da amostra. O quarteador mecânico mais utilizado em laboratório é o
Quarteador Jones. As figuras 11, e mostram claramente esta operação de redução de massa com o
Quarteador Jones.

Figura 11 – quarteador vazio

Figura 12 – quarteador c/ amostra

Figura 13 – operação de quarteamento

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Figura 14 - Mesa Homogeneizadora/Divisora

Figura 15 - Mesa Divisora

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Fluxograma de preparação de amostra

Recebimento da
amostra

Redução da amostra
(quarteador de polpa/Jones

Outras análises e
Filtragem da amostra Descartar excesso
testemunho

Secagem

Desaglomeração

Quartear amostra
(quarteador tipo Jones)

Descartar excesso Testemunho

Pulverizar
(moinho Herzog)

Análise Química

Se necessário
guardar testemunho
Figura 16 – fluxograma de preparação de amostra.

23.CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA MINERAL (QA/QC)


Qa (Assurance Control) Garantia de qualidade:
 Define-se como um procedimento ou um grupo de procedimentos com a finalidade de
assegurar que um produto ou um serviço em desenvolvimento (antes que o trabalho esteja
completo) atenda aos critérios ou padrões de qualidade ou as exigências especificadas no
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
Qc (Quality Control) Controle de qualidade:

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 Define-se como um procedimento ou grupo de procedimentos com a finalidade de
assegurar que um produto ou serviço executado atenda a um conjunto definido de critérios
ou padrões de qualidade ou cumpram as exigências do cliente ou do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo
Programas Qa/Qc
Na Pesquisa Mineral devem ser implantados programas específicos de Qa/Qc para todas as etapas
da prospecção, exploração e desenvolvimento:
 Topografia;
 Sensoriamento Remoto;
 Mapeamento Geológico e Estrutural;
 Cartografia;  Geoquímica;  Geofísica;
 Sondagem;  Análises Químicas  Geoestatística;
 Geoprocessamento;
 Banco de Dados;
 Modelagem.
Para um programa eficaz de Qa/Qc, inicialmente deve-se estabelecer os critérios ou padrões
específicos que o produto ou o serviço devem seguir
Na maioria das situações existem Normas Técnicas definidas por órgãos governamentais
Em seguida são adotados os procedimentos e as ações de Qa/Qc, onde informações são coletadas e
os resultados são descritos em relatórios da qualidade de dados
Qa/Qc – Detalhes Técnicos
Origem da amostra:
 Seleção dos dados por projeto, laboratório ou escala dos dados, único grupo ou todos os
dados.
Verificação das cartas do controle da amostra:
 Cartas de padrões internos e externos assim como das análises de amostras. Diagrama de
médias calculadas e previstas do lote, e 1o a 3º desvios padrão. Comparação da variação nas
amostras duplicatas entre diferentes métodos analíticos.
Relatórios:
 Relatório automático diário, semanal ou mesmo anual. Os documentos incluem relatórios
diários do desempenho, relatórios de duplicatas fora do padrão e relatórios de grupo
amostras. Relação da análise padrão dados em cartas do controle por tipo ou pela escala dos
dados. Comparação da variação nas duplicatas entre diferentes métodos analíticos.
Qa/Qc – Detalhes Técnicos
Verificações da qualidade do laboratório:
 Verificação da exatidão dos padrões comparada com os valores previstos ou calculados pela
empresa ou laboratório. Comparação da variação de análise padrão entre laboratórios.
Verificação da rotina do laboratório e da preparação das amostras.
Representação dos dados:
 Análise estatística dos dados. Representação gráfica em Box e Whisker, QQ, Thompson-
Howarth e barra. Inclusão “da função duplicata ruim”. Os resultados são indicados em
gráficos normais ou log.
Padronização:
 Filtragem dos dados atendendo a suas exigências de gráficos e relatórios. Relatórios simples
dependem das necessidades da organização ou do local.

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24. CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS DA AMOSTRAGEM DE MINÉRIOS
Quando não se possui informações suficientes sobre a amostra, frequentemente em trabalhos de
campo e de laboratório, não é possível utilizar a fórmula de Pierry Gy. Neste caso, utiliza-se, por
exemplo, a Tabela de Richards.
Tabela 3 – Tabela de Richards. Fonte: GÓES, LUZ e POSSA (2004, p. 49)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LUZ, A. B. et al. Tratamento de minérios. 5ª Ed. Rio de Janeiro: CETEM/CNPq, 2010. 676p.
COSTA NETO, P.L.O. Estatística. 2ª Ed. São Paulo: Editora Blucher, 2002.
BORGES, F. S. Elementos de cristalografia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982. 624 p.
DANA, J. D. Manual de mineralogia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1984. 642 p.

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