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1. INTRODUÇÃO
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ACESSO
PERFURAÇÃO
SERVIÇOS DETONAÇÃO
AUXILIARES
CARREGAMENTO
➢ fornecimento energia
➢ bombeamento de água
➢ transporte de pessoal e materiais
➢ manutenção
PROCESSAMENTO
PILHA ESTOCAGEM
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4. fatores econômicos
- teor do minério, valor do mineral, distribuição de teores na jazida
- custos de mineração e beneficiamento
- taxas de produção desejadas
- considerações geográficas (disponibilidade de mão-de-obra e
materiais, infra-estrutura)
5. Fatores ambientais
- considerações geográficas
- preservação da natureza
- prevenção da poluição do ar e da água
- problemas de profundidade (pressão e tensão na rocha)
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● Teor de corte (tc) – teor capaz de pagar a lavra, tratamento, bem como custos
indiretos e financeiros, não auferindo nenhum lucro.
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Obs. O fator de conversão sempre tem valor menor que a unidade (FC <1)
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Material Kg/m % Empolamento Fc Kg/m
(in loco) (solto)
Areia seca (solta) 1780 12 0,89 1580
Areia molhada (compacta) 2100 12 0,89 1870
Arenito 2420 54 0,65 1570
Argila 1720 40 0,72 1240
Basalto 3000 49 0,67 2000
Calcário 2620 67 0,60 1570
Carvão Betuminoso 1280 35 0,74 950
Granito 2700 59 0,63 1700
Hematita 3180 18 0,85 2700
Magnetita 3280 18 0,85 2780
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4. FASES DA MINERAÇÃO
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● Lavra
Lavra é o conjunto de operações necessárias à extração mineral de
substâncias minerais úteis de uma jazida. A lavra pode ser classificada em:
subterrânea, céu aberto, ou ainda, segundo alguns autores, mista.
PLANO GERAL
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● Comercialização
A comercialização de bens minerais é uma fase essencial e depende de
muitas variáveis tais como comportamento do mercado, custos (diretos e
indiretos), incentivos governamentais, etc.
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5.1 – Objetivos
Nesta fase são escolhidos o tipo de lavra (céu aberto, subterrânea, mista),
determinada a produção, vida útil, equipamentos, equipe técnica, investimentos
necessários, desativação do empreendimento, recuperação de áreas degradadas,
etc. O planejamento se inicia na fase de pesquisa e se estende até o
encerramento dos trabalhos mineiros e envolve uma equipe multidisciplinar, tal
sua complexidade.
Sem o planejamento os trabalhos mineiros não serão bem sucedidos, não
havendo uma otimização dos serviços (lavra, tratamento, comercialização, etc.)
Toda grande empresa de mineração possui uma equipe de planejamento que
acompanha todas as etapas e sugere melhorias nos trabalhos.
Os objetivos básicos relacionados ao planejamento de lavra de mina são:
a) Extração racional de bens minerais
b) Minimizar os efeitos da degradação ambiental
c) Equilíbrio de custos e receitas
d) Minimizar ocorrências de acidentes e doenças de trabalho
5.2 – Etapas
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5.4 – Teores
Na lavra a céu aberto os teores são calculados a partir dos resultados de
análises representativas do minério. Pode-se usar diversos métodos no cálculo de
teores e reservas lavráveis. Entretanto é importante saber que existe um teor
abaixo do qual não é rentável o aproveitamento de um minério (teor crítico), que é
expresso por:
Tc = (E/P) x 100
Onde
Tc = teor crítico, expreso em %
E = somatório dos custos de extração e beneficiamento de uma tonelada de
minério, adicionado às despesas de administração e comercialização
P = preço de venda de uma tonelada do concentrado.
Também muito importante é a amostragem; uma amostragem que não seja
representativa do depósito mineral propicia um cálculo errado dos teores do
minério. Este por sua vez leva ao cálculo errado da relação estéril/minério. Isto
pode inviabilizar todo um projeto mineiro.
Os depósitos minerais não têm um teor homogêneo. Existem teores mais
elevados em determinados pontos e muito baixos em outros. Para que não seja
utilizado teores muito altos no início dos trabalhos e no final dos trabalhos reste
apenas minérios de baixos teores que às vezes não compensam
economicamente, faz-se a blendagem (mistura de minérios ricos com pobres, de
tal modo que atenda às especificações técnicas exigidas pelo comprador). Por
exemplo: na Mina Brejuí (Currais Novos/RN) o teor crítico determinado em 1971
era de 0,4% de WO3, com preço de comercialização de US$ 35/ton curtas.
Contudo em alguns setores ocorriam minérios com teores oscilando entre 0,3 e
0,4% de WO3. Fazia-se a mistura (blendagem) do material pobre (0,3 a 0,4% de
WO3) com material rico (0,6% de WO3).
Comumente são extraídos minérios com teores abaixo do crítico. Este
minério deve ser misturado com minérios ricos (blendagem) para ser
comercializado. Há entretanto um limite abaixo do qual o minério não deve ser
misturado. Este limite é conhecido por teor limite, que varia de caso para caso.
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Em alguns casos tem-se que optar por uma lavra subterrânea, em vez de
céu aberto, pois a lavra a céu aberto normalmente resulta em maiores impactos
ambientais. A escolha do método de lavra deve adequar-se às normas ambientais
específicas do país. Em particular, os regulamentos referentes à poluição das
águas podem limitar o processo de beneficiamento do material. Em determinados
casos, os efluentes podem apresentar um padrão de qualidade melhor que aquele
da alimentação da usina. Isto implicará um custo adicional, resultando no aumento
do teor de corte com a conseqüente redução das reservas.
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Nos sistemas de zig-zag com curvas de grande raio (Figura 3), o traçado de
acesso é similar ao de uma estrada de rodagem, comum. As curvas de grande
raio são utilizadas quando o transporte do material é feito via férrea. Neste tipo de
transporte declividades (greides) das rampas variam geralmente entre 1% a 2%,
não podendo exceder 3%. Para transportes por caminhões o greide normalmente
varia entre 5% e 7% e as curvas são de pequeno raio. O sistema de zig-zag
apresenta a vantagem de poder ser desenvolvida em jazidas de pequena área
horizontal e a desvantagem de baixa velocidade nos transportes de material.
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g) Sistema de Funil
É constituído por um poço inclinado ou vertical, conectado ao corpo do
minério por uma travessa, da qual partem subidas até varar a superfície. O minério
é desmontado no fundo da cava, em cones concêntricos, sendo dispensado o uso
de bancos (Figura 9). Este método é também conhecido por glory method ou hole
mill method.
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7.1 – Generalidades
O objetivo da mineração é produzir os bens minerais que a civilização
necessita para sobreviver. Para produzir esses bens é necessário extrair também
os estéreis associados, bem como, produzir rejeitos nas operações de
beneficiamento.
Lavra pode ser definida como um conjunto de operações necessárias à
extração industrial de substâncias minerais úteis (bens minerais). A lavra a céu
aberto é aquela onde os trabalhos se desenvolvem na superfície dos terrenos.
Segundo James McDivitt, (in "Minerals and Men”), o homem depende, por
ano, de 400 a 500kg de insumos do reino animal e, de acordo com o nível de
desenvolvimento do pais onde vive, consome entre 2 mil e 20 mil de produtos
advindos do reino mineral.
A mineração, entretanto, produz uma alteração no meio ambiente que é
designada de impacto ambienta!. A extensão deste impacto varia desde algo
ligeiramente perceptível até o outro extremo, altamente destrutivo, dependendo da
natureza do material extraído, dos métodos de lavra e beneficiamento
empregados, das características do sistema produtivo implantado e operado, bem
como do meio em que se encontra inserido.
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● Desbravamento
Compreende desmatamento (clearing) e destocamento (grubbing). São
usados tratores de lâminas ou tratores com escarificadores (rippers) na
destocagem e carregamento do material (árvores). Finalmente é feita a queima
do material.
● Descapeamento (decapeamento)
O descapeamento compreende as operações de retirada do material estéril
que recobre o minério a ser extraído. Pode ser prévio ou simultâneo com o
desmonte do minério mantendo um suficiente avanço para não interferir com
este. É executado por uma única ou por diversas tiras. Geralmente é mecânico,
efetuado por escavadeiras, escavadeiras de arrasto, conjugadas ou não com
escarificadores, etc. mais raramente com raspadores de cabos ou suspensos,
escavadeiras de roda, etc. Às vezes, o desmonte é hidráulico e raramente
manual. Pode impor um prévio desmonte com explosivos, após furação, o que
encarece e limita.
● Drenagem Protetora:
Antecede ou sucede ao decapeamento. Pode implicar em valetas,
executadas mecanicamente com escavadeiras, retroescavadeiras, tratores ou
com explosivos (com trincheiras). Ela deverá ser adaptada e mantida durante
toda a vida da mina. A drenagem das águas pluviais ou de infiltração nas cavas
requer, comumente, diversas captações e depósitos e bombeamentos, em
estágios.
● Desmonte:
O desmonte da rocha pode ser efetuado por diversos meios, agrupados
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● Carregamento:
Após o desmonte do material este deve ser carregado e transportado.
Caso o material desmontado seja minério, é transportado para as instalações de
beneficiamento, caso seja estéril, é transportado para o "bota fora", parte da mina
destinada à deposição de material não útil.
O carregamento pode ser manual ou mecânico. Se manual, usa-se pás ou
garfos com tiras de ferro grosso, usado em material muito duro e que já faz uma
triagem, recusando os· finos. Quando mecânico, usa-se equipamentos
apropriados com grandes capacidades, capazes também de desmontar o material
(escavadeiras) ou simplesmente fazer o carregamento (carregadeiras).
● Transporte
O material pode ser transportado de modo manual, hidráulico ou mecânico.
Podem-se utilizar veículos como carrinho de mão, vagonetas sobre trilho,
caminhões, vagões, correias transportadoras ou pode ser transportado em
tubulações sob forma de polpa (mineroduto). O tipo de transporte será escolhido
de acordo com a disponibilidade econômica, volume de material e a distância a
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ser vencida.
De acordo com o meio de transporte a ser utilizado em uma mineração, há
uma produção de poeira excessiva que deve ser controlada e eliminada ao
máximo. Quando o transporte é feito por meio de caminhões e não é tempo de
chuva, a produção de poeira nas vias de acesso é muito intensa. Para controlá-la
ou reduzi-la, caminhões pipas percorrem as vias de acesso que estão sendo
utilizadas jogando jatos de água.
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● Despejo e Compactação
O minério transportado é despejado em silos, geralmente nos engenhos de
beneficiamento. O material removido pelo descapeamento é, comumente,
diretamente despejado (pela escavadeira) em trechos já lavrados ou em bota-
foras especiais, para se evitar um oneroso transporte. Mas, por vezes, este é
levado até bota-foras distantes, principalmente no caso de estéril intercalado com
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● Restauração
É a fase final, onde se refazem as condições superficiais iniciais, permitindo
a sua posterior utilização para plantio, etc., inclusive com urbanização, em muitos
casos. É a parte integrante de todo o projeto bem elaborado.
É importante salientar, quanto aos problemas com o material estéril
removido, que o manuseio diário de material resulta em maior quantidade que o
desmontado pela produção da substância visada. Não menos importante também
é observar que a indústria mineral tem a peculiaridade de ser limitada no tempo,
isto é, os jazimentos têm vida limitada (vida útil). Por conseguinte, a recuperação
do capital investido, durante um determinado período, é de fundamental
importância.
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L = H(1/tg -1/tg )
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a) Lavras Convencionais
Basicamente a lavra a céu aberto é constituída de três tipos conforme
descritos a seguir tipos:
● Lavra em Flanco
A lavra é feita em bancos, geralmente em encostas, onde o minério
desmontado desce até um determinado nível e é levado para a usina de
tratamento. Um fator determinante na escolha deste método é a topografia do
terreno.
Os custos do sistema de transporte são menores que na lavra em cava,
pois o beneficiamento do minério extraído é realizado na parte inferior. O
transporte é geralmente feito por caminhões fora-de-estrada ou por comboios de
trens, puxados por uma ou mais locomotivas. Geralmente o desmonte é realizado
por meio de explosivos.
● Lavra em Cava
A lavra em cava diferencia-se principalmente da lavra em flanco, pelo fato
do minério, após ser desmontado, subir até determinado nível para sofrer
beneficiamento. As cavas podem ter formas diversas: circular, oval, retangular
quadrada, etc., determinada, sobretudo pela forma do corpo mineralizado. Os
custos do sistema de transporte são maiores que na lavra em flanco, pois o
minério extraído é transportado para níveis superiores para sofrer beneficiamento.
Geralmente o desmonte é realizado por meio de explosivos.
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b) Lavras Especiais
● Lavra de Pláceres
► Lavra de Matacões
Matacões são blocos soltos de rocha que podem ter seu aproveitamento a
partir de métodos especiais. Neste tipo de lavra usam-se geralmente explosivos e
pequenos equipamentos de perfuração (marteletes), podendo também ser
manual. Sua produção é pequena comparada com a lavra em maciços rochosos,
apresentando certa dificuldade, pois os equipamentos devem ser constantemente
deslocados, havendo, muitas vezes, dificuldade de posicioná-los. A seguir
mostram-se alguns passos importantes no desenvolvimento de lavra de matacões.
Inicia-se a lavra em matacões com a seleção dos matacões. Para isso
deve-se considerar a uniformidade da textura, da granulação e coloração da rocha
(a presença de intrusões e xenólitos pode prejudicar a qualidade da rocha),
presença de fraturas (em alguns casos podem ser benéficas), etc. Selecionados
os matacões a serem trabalhados inicia-se os trabalhos que envolvem em
dimensionar os blocos a serem desenvolvidos. Por fim desenvolvem-se as
furações, desmonta-se e transporta-se o bloco.
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● Lavra de Pegmatitos
A maioria das lavras de pegmatitos são executadas por garimpeiros, sendo
portanto uma lavra tipicamente rudimentar, desenvolvida, na maioria das vezes,
por métodos manuais. Poucas são as empresas de mineração que trabalham com
lavra de pegmatitos, pois os corpos são geralmente de pequenas dimensões, não
justificando, na maioria das vezes elevados investimentos.
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I II IV
IV III II I
I I
ZONAS
IV
B III
II
I
IV
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8.1 - Generalidades
No mundo moderno a mineração assume papel de importância decisiva
para o desenvolvimento, pois o minério extraído da natureza está presente em
quase todos os produtos utilizados. Entretanto esta dependência de bens minerais
gera um ônus para a sociedade, ou seja o surgimento de grandes áreas
degradadas, que após o encerramento dos trabalhos mineiros, na maioria das
vezes não permitem a sua ocupação racional.
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Pirita FeS2
Marcassita FeS2
Calcopirita CuFeS2
Bornita Cu5FeS4
Arsenopirita FeAsS
Molibdenita MoS2
Galena PbS
Tabela 5 – Sulfetos comuns, que podem gerar DAM
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil/Senado Federal. 2003. Código de Mineração e Legislação Correlata
(Coleção Ambiental – Vol. III). Secretaria Especial de Editoração e
Publicações. Brasília, 118p.
Kopezinski, I. 2000. Mineração x Meio Ambiente – Considerações legais,
principais impactos ambientais e seus processos modificadores. Editora da
Universidade/UFRGS. Porto Alegre, 103p.
Leinz, V. & Leonardos, O.H. 1977. Glossário Geológico. Companhia Editora
Nacional. São Paulo, 233p.
Maia, J. 1980. Curso de Lavra de Minas – Desenvolvimento. Fundação Gorceix.
Ouro Preto, 133p.
Rzhevsky, V.V. 1987. Opencast Mining Technology and Integrated Mechanization.
Mir Publishers. Moscow, 495p.
Shevyakov, L. s/d. Mining of Mineral Deposits. Foreign Languages Publishing
House. Moscow, 686p.
Soares, P.S.M.; Santos, M.D.C. & Possa, M.V. (Eds.) 2008. Carvão Brasileiro:
tecnologia e meio ambiente.CETEM. Rio de Janeiro,300p.
Lavra a Céu Aberto – Prof. Dwight Soares, IFPB, 2010.
Métodos de Lavra a Céu Aberto - Prof. Júlio César de Souza, UFPE, 2001.
Lavra a Céu Aberto – Prof. Júlio Cesar de Pontes, IFRN, 2008.
Métodos de Lavra a Céu Aberto – Prof. Eduardo Jorge Lira Bonates, UFCG
Fundamentos do Planejamento de Lavra – Prof. Edilson Curi, UFOP
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