Você está na página 1de 52

APOSTILA DE LAVRA A CÉU ABERTO

IFPB – CAMPINA GRANDE - PB


PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

LAVRA A CÉU ABERTO

1. INTRODUÇÃO

MINERAÇÃO: ramo da Engenharia como sendo a ciência e a arte de


conduzir as operações extrativas principais, tendo em vista:

a) Obter o melhor rendimento do trabalhador em ton/homem/dia;


b) Obter o melhor rendimento do equipamento mecanizado visando o
menor investimento;
c) Obter o menor custo por unidade produzida;
d) Obter a maior salubridade e segurança dos mineiros;
e) Evitar a lavra predatória e ambiciosa preservando as reservas futuras e
o meio ambiente.

2. CICLO BÁSICO DE MINERAÇÃO

Os ciclos básicos de mineração à céu aberto e mineração subterrânea são


praticamente os mesmos e compõem-se das seguintes operações:

1. Estabelecimento dos acessos (desenvolvimento),


2. Extração em um ciclo perfuração => detonação => carregamento,
3. Transporte do material desmontado.

1
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Esquematicamente esse ciclo pode ser descrito como:

ACESSO

PERFURAÇÃO

SERVIÇOS DETONAÇÃO
AUXILIARES

CARREGAMENTO
➢ fornecimento energia
➢ bombeamento de água
➢ transporte de pessoal e materiais
➢ manutenção

➢ sistemas de controle (topografia, supervisão, etc TRANSPORTE

PROCESSAMENTO

PILHA ESTOCAGEM

Fatores a considerar nos métodos de mineração:

A seleção do método de mineração é determinada por 4 princípios básicos:


1. segurança
2. eficiência (máxima extração)
3. economia (máximo retorno, menor custo)
4. praticabilidade

2
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Fatores que afetam a configuração geométrica do “pit” e a utilização dos


equipamentos em mineração à céu aberto:

1. Características espaciais do corpo de minério:


- tamanho
- forma (espessura, extensão vertical, regularidade)
- atitude (inclinação, mergulho)
- profundidade

2. Propriedades físicas, químicas e mecânicas do minério e encaixante:


- propriedades geomecânicas
- planos de fraqueza (juntas, estratificação, falhas)
- suscetibilidade à degradação e oxidação
- mineralogia

3. Condições hidráulicas e da água superficial

4. fatores econômicos
- teor do minério, valor do mineral, distribuição de teores na jazida
- custos de mineração e beneficiamento
- taxas de produção desejadas
- considerações geográficas (disponibilidade de mão-de-obra e
materiais, infra-estrutura)
5. Fatores ambientais
- considerações geográficas
- preservação da natureza
- prevenção da poluição do ar e da água
- problemas de profundidade (pressão e tensão na rocha)

3
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

A opção de seleção do método de lavra normalmente está entre dois


extremos:
Alta produção / baixo teor / baixo custo / alta diluição / baixa eficiênciaBaixa
produção / alto teor / alto custo / pequena diluição / alta eficiência (min. seletiva)
Na mineração à céu aberto enfatiza-se em geral a economia de escala, que
depende da movimentação de grandes volumes de rocha a baixo custo unitário
com grandes máquinas de mineração, ao invés da mineração seletiva.
Conseqüentemente utilizam-se equipamentos de carregamento e transporte de
grande capacidade. Antes de escavar o solo normalmente necessita-se da
fragmentação do material através de perfuração e detonação.
De modo geral a mineração à céu aberto proporciona um acréscimo de
produtividade no trabalho em relação à mineração em subsolo, apesar de, às
vezes, declinar no aspecto qualidade do produto (ROM).
Esse aumento de produtividade teve origem após a 2a grande guerra com a
introdução de novos explosivos, novas máquinas de perfuração, aumento da
capacidade das máquinas de desmonte, melhoria dos processos de
beneficiamento dos minerais e uso de máquinas elétricas de grande capacidade
(máquinas auxiliares, de desmonte, carregamento e transporte).
Preponderantemente se prefere minerar por métodos de superfície carvão,
cobre, ferro, argila, gesso, fosfato, calcário, areia, brita, pedras de construção e
rochas ornamentais.
Os fatores de controle que determinam a escolha do método de lavra entre
mineração à céu aberto e mineração subterrânea são os custos de mineração,
recobrimento de estéril e disseminação do teor. A relação estéril/minério é o fator
de controle no custo comparativo de mineração por métodos de desmonte à céu
aberto contra os métodos de mineração em subsolo. A relação limite (“stripping
ratio”) não deve nunca ser ultrapassada.

Existem diversos métodos e equipamentos para realização das operações


unitárias necessárias à extração dos diversos minerais de interesse econômico
sendo as principais atividades extrativas em superfície as seguintes:

4
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

- Mineração de minérios metálicos (“open pit”)


- Mineração de carvão (corte e aterro, “countor mining”, “continuos miners”)
- Mineração de brita e minerais industriais (“open pit”)
- Mineração de aluviões (desmonte hidráulico, dragagem)
- Mineração de rochas ornamentais

As propriedades geomecânicas das rochas tem influencia direta na seleção do


método de lavra mais apropriado para extração de determinado bem mineral e na
seleção do tipo de equipamento a ser utilizado. A escolha do equipamento,
método de acesso e dos sistema de explotação depende em grande parte das
propriedades físico-mecânicas da substância mineral e das rochas encaixantes,
da forma geológica do jazimento e do relevo da superfície.
As principais propriedades das rochas são: dureza, resistência, peso
específico, porosidade, fragilidade, umidade e anisotropia. Entre os fatores mais
importantes para seleção de equipamentos estão a dureza do minério e estéril,
densidade aparente e “in situ”, resistência e umidade. Com esses fatores os
ângulos de talude do “pit” final e de trabalho podem ser determinados.
Outros aspectos importantes na seleção e planejamento das atividades
extrativas à céu aberto se referem a drenagem natural da região e presença de
água subterrânea na área da mina.
Todas essas variáveis devem ser cuidadosamente analisadas para escolha
correta do método de extração e equipamentos afim de que o sistema projetado
proporcione a maior produtividade com o menor custo, respeitando as regras
básicas de segurança dos trabalhadores e preservação do meio ambiente.
Embora a maioria das pessoas não se dê conta, a mineração, ou mais
especificamente os produtos que ela gera, está presente em praticamente todas
as etapas do seu cotidiano, desde o momento em que se levantam, ao instante
em que encerram suas atividades diárias e vão repousar, para renovar as
energias.
O objeto da mineração é produzir bens minerais que a civilização necessita
para sobreviver. Todavia, para produzir os minérios necessários é forçada a lavrar

5
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

os estéreis associados, bem como, produzir rejeitos nas operações de


beneficiamento, materiais estes que além de, normalmente, não ter utilidade
alguma no momento, constituem problemas para contê-los e não deixar que
produzam impactos sobre o meio ambiente.
É obvio que não se pode eliminar a mineração da face da terra, pois a
civilização moderna depende e continuará dependendo por muito tempo ainda de
bens minerais e somente com ciência e tecnologia que o homem conseguirá
compatibilizar a mineração com a conservação do meio ambiente.

a) Recursos Minerais – são materiais rochosos que efetiva ou potencialmente


possam ser utilizados pelo homem. Também são conhecidos por bens minerais.

b) Reserva Mineral – parte de um recurso mineral representado por volumes


rochosos com determinadas características que possibilitem o seu aproveitamento
econômico. As reservas minerais são geralmente classificadas em reserva
medida, indicada e inferida, conforme seu grau de conhecimento.

c) Ocorrência Mineral – concentração anormal de um ou mais minerais, sem


interesse econômico imediato.

d) Jazida Mineral – Concentração local de uma ou mais substâncias úteis,


incluindo minerais propriamente ditos (feldspatos, micas, quartzo, gemas, etc.),
como substâncias fósseis de origem orgânica (carvão mineral, petróleo, gás
natural) ou rochas ornamentais (granito, sienito, diorito, etc.), sendo viável técnica
e economicamente a sua utilização.

e) Minério – agregado de minerais de ocorrência natural (rocha), a partir do qual


uma ou mais substâncias úteis podem ser extraídas com expectativa de lucro. É
constituído de dois tipos de materiais associados: mineral-minério e ganga.
Também usa-se o termo inglês “run of mine” para designar minério.

6
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

f) Mineral-minério – mineral de valor econômico extraído do minério. Ás vezes


mais de um mineral-minério pode estar presente no minério

g) Ganga – parte não aproveitável de um minério

h) Teor – grau de concentração de um determinado elemento ou substância em


um determinado depósito mineral. Somente a partir de um valor mínimo (teor
limite) é que uma substância pode ser extraída. É comum usar-se na mineração a
céu aberto alguns tipos de teores, tais como:

● Teor de corte (tc) – teor capaz de pagar a lavra, tratamento, bem como custos
indiretos e financeiros, não auferindo nenhum lucro.

● Teor mínimo ou marginal (tm) – teor que paga apenas os custos de


beneficiamento, além dos custos indiretos e financeiros subseqüentes.

● Teor de utilização (tu) – teor compreendido entre o teor mínimo e o teor de


corte, determinado de acordo com o estabelecimento dos contornos finais da
lavra, planejamento seqüencial da lavra, beneficiamento do minério e fluxo de
caixa da empresa.
j) Concentrado – produto beneficiado, de elevado teor da substância de interesse
e especificação apropriada. Exemplo – concentrado de scheelita extraída dos
tactitos do Seridó.

k) Rejeito – parte não aproveitável de um minério, após o beneficiamento.

l) Lavra - entende-se por lavra um conjunto de operações coordenadas


objetivando o aproveitamento industrial de uma jazida mineral, desde a extração
de substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento das mesmas
(DNPM, 2003).

7
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

m) Mina – jazida em lavra.

n) Garimpo – Trabalhos mineiros executados manualmente, por meios


rudimentares. Os trabalhadores de garimpos são chamados de garimpeiros. Os
garimpos são muito importantes, principalmente em pequenos jazimentos, onde
não se justificam grandes investimentos, como acontece nos pegmatitos da região
Nordeste, especialmente no Seridó, Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba.

o) Maciço Rochoso – são blocos de rochas (ígneas, sedimentares ou


metamórficas) constituídas de uma ou mais litologias, separadas por
descontinuidades, tais como falhas ou fraturas. Esses blocos podem variar de
rocha sã (inalterada) até rochas decompostas ou desintegradas.

3. EMPOLAMENTO E ÂNGULO DE REPOUSO

Empolamento pode ser definido como acréscimo de volume que um


determinado material (rocha) sofre ao ser retirado do seu estado natural (maciço
rochoso). Esta variação de volume é expressa em porcentagem (%), ou seja, pelo
aumento do volume de vazios. Por exemplo, o empolamento do calcário é de 67%,
ou seja, um metro cúbico de calcário (1m3) no estado natural (in loco) ocupará
1,67m3 no estado solto (depois de desmontado).
Como na natureza os materiais apresentam propriedades diferentes, elas
têm empolamentos diferentes. Por isso criou-se o “fator de conversão” (Fc),
definido como a relação entre as densidades no estado solto e no estado in loco
ou entre volume in loco e volume no estado solto.

Fc = Kg (ou t) por m3 (solto)/Kg (ou t) por m3 (in loco), ou


Fc = m3 (in loco)/m3 (solto)

Obs. O fator de conversão sempre tem valor menor que a unidade (FC <1)

8
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

O percentual de empolamento é calculado conforme a fórmula a seguir:


% Empolamento = [(1/Fc) – 1] x 100
A partir do estudo de empolamento pode-se calcular o número de metros
cúbicos de rocha no solto, antes de desmontar o material, ou ao contrário, a partir
do material no solto, calcular o volume de material que foi desmontado. Também é
muito importante o estudo de empolamento na lavra a céu aberto, pois é a partir
dele que se dimensiona toda a frota de carga e transporte necessária para atender
as necessidades.
a granulação do material considerado, bem como de suas características
físicas. A seguir mostram-se 2 tabelas que são necessárias para este estudo:
Material No corte (in loco) Desmontado (solto)
ton/m3 m3/ton ton/m3 m3/ton
Ardósia 2,7 0,37 1,7 0,59
Areia 2,6 0,39 1,7 0,59
Arenito 2,4 0,42 1,5 0,67
Basalto 3,0 0,33 2,0 0,50
Calcário 2,6 0,39 1,7 0,59
Dolomito 2,9 0,35 1,8 0,55
Folhelho 2,6 0,39 1,7 0,59
Gnaisse 2,9 0,35 1,8 0,55
Granito 2,7 0,37 1,7 0,59
Mármore 2,5 0,40 1,6 0,63
Micaxisto 2,7 0,37 1,7 0,59
Pegmatito 2,6 0,39 1,7 0,59
Quartzito 2,6 0,39 1,7 0,59

Tabela 1 – Parâmetros físicos de alguns materiais utilizados em mineração.

3 3
Material Kg/m % Empolamento Fc Kg/m
(in loco) (solto)
Areia seca (solta) 1780 12 0,89 1580
Areia molhada (compacta) 2100 12 0,89 1870
Arenito 2420 54 0,65 1570
Argila 1720 40 0,72 1240
Basalto 3000 49 0,67 2000
Calcário 2620 67 0,60 1570
Carvão Betuminoso 1280 35 0,74 950
Granito 2700 59 0,63 1700
Hematita 3180 18 0,85 2700
Magnetita 3280 18 0,85 2780

Tabela 2 – Empolamento, fator de conversão e densidade (in loco e solto) de


alguns materiais.
9
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

3.1 – Ângulo de Repouso

O ângulo de repouso é o maior ângulo (interno) de inclinação em que uma


pilha de material permanecerá estático sem rolar. É medido em relação à
horizontal. Depende principalmente da natureza do material e quantidade de água
infiltrada. O ângulo de repouso médio é de aproximadamente 30º, mas o valor
deste ângulo pode variar em função do tamanho, forma e grau de seleção do
material. Em termos gerais pode-se dizer que o ângulo é maior quanto maior o
tamanho de grão do material, quanto mais irregular a forma dos grãos e quanto
menor o grau de seleção do material.

A inclinação de uma pilha de material é um fator de estabilidade muito


importante. Isso porque o aumento da inclinação implica no aumento da força de
gravidade em relação à força de atrito.

Foto 1 – Ângulo de Repouso

Em mineração a céu aberto ou subterrânea, o ângulo de repouso é muito


importante para o dimensionamento de áreas de estocagem de pilhas de rejeito.
Na engenharia civil usa-se o ângulo de repouso para estabelecer inclinação de
taludes em cortes de estradas. Na tabela a seguir lista-se o ângulo médio de
repouso de alguns materiais:

10
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Material Ângulo de Repouso


Areia 36º53'
Argila seca 36º53'
Argila úmida 26º34'
Pedregulho 36º53'
Rocha branda (decomposta) 36º53'
Rocha dura (decomposta) 45º00'

Tabela 3 – Ângulo de repouso (médio) de alguns materiais.

4. FASES DA MINERAÇÃO

O ciclo de operações unitárias básicas, presentes na maioria das


minerações à céu aberto é o seguinte:

Descobertura => perfuração => carga e detonação => carregamento


=> transporte

Essas operações ocorrem concomitantemente, com exceção da detonação,


que exige a retirada do pessoal e maquinário da área a ser desmontada por
razões de segurança.

A mineração, conjunto de operações que visa extrair bens minerais de valor


econômico, pode ser dividida em diversas fases, cada uma delas caracterizada
por trabalhos mineiros distintos, conforme descrito a seguir:

● Pesquisa mineral (exploração, prospecção e avaliação dos depósitos/estudos


de viabilidade econômica)
A pesquisa mineral de uma região com potencialidades geralmente é
realizada em três etapas distintas, sucessivas e dependentes:

11
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

a) Exploração geológica – nesta etapa são reconhecidas grandes áreas,


executados os primeiros levantamentos geológicos. A partir daí são selecionadas
as áreas prioritárias que serão detalhadas na segunda fase. Nesta etapa são
realizados entre outros, os seguintes trabalhos: reconhecimentos expeditos
através de seções/perfis geológicos, ao longo de estradas e caminhos
transversais às estruturas geológicas; visitas a jazidas e ocorrências minerais da
região, localizadas através de mapas e GPS; mapeamentos geológicos regionais
(escalas de 1:250.000, 1:100.000, etc); eventuais coletas de amostras.
b) Prospecção mineral – nesta fase são realizados (nas áreas prioritárias)
mapeamentos geológicos de detalhe (1:10.000, 1:5000, etc), poços de pesquisa,
trincheiras, amostragens sistemáticas nos afloramentos, trabalhos geofísicos e
geoquímicos, visando conhecer as características superficiais dos depósitos.
c) Avaliação dos depósitos/Estudos de viabilidade econômica – nesta fase, última
da pesquisa mineral, realizam-se furos de sonda, trabalhos mineiros (galerias,
travessas, inclinados, shafts, etc.), acompanhados de levantamentos
geológicos/topográficos detalhados, visando obter as reservas e os teores. A partir
da obtenção destes dados é possível determinar os custos de obtenção do
minério, relacionando este valor com os preços do mercado. De posse destes
dados pode-se optar pela viabilidade econômica ou não do depósito mineral.
● Planejamento
A concepção de um projeto de mineração consiste em uma seqüência de
investigações de caráter geológico, técnico, econômico, ambiental e dos aspectos
políticos governamentais. Devido a sua complexidade o planejamento envolve
uma equipe multidisciplinar (engenheiro de minas e químico, geólogo, economista,
etc.)
● Desenvolvimento
O desenvolvimento é a fase que antecede à lavra em um empreendimento
mineiro. Nesta fase são realizados trabalhos de desmatamento, descapeamento,
aberturas de vias de acesso, enfim todos os trabalhos necessários para facilitar os
trabalhos de lavra.

12
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

● Lavra
Lavra é o conjunto de operações necessárias à extração mineral de
substâncias minerais úteis de uma jazida. A lavra pode ser classificada em:
subterrânea, céu aberto, ou ainda, segundo alguns autores, mista.

PLANO GERAL

A lavra convencional a céu aberto envolve algumas, ou todas, as operações


abaixo relacionadas, que devem ser consideradas no planejamento global dos
serviços.

1) Desbravar - compreende os serviços de desmatamento. São utilizados tratores


de lâminas ou, em trabalho conjugado, arrastando fortes correntes, com pesadas
bolas de aço; sucede-se a queima, remoção dos troncos e raízes, com emprego
de tratores.

2) Remoção do capeamento - pode ser prévio ou simultâneo com o desmonte do


minério, mantendo um suficiente avanço para não interferir com este. É executado
por uma única ou por diversas tiras e tem relevante importância quanto à
execução e a sistemática deposição do material removido. Geralmente é
mecânico e efetuado por escavadoras. Mais raramente, com raspadores de cabos
ou suspensos, etc. Às vezes, o desmonte é hidráulico, porém raramente é manual.
Pode impor um prévio desmonte com explosivos, após furação, o que o encarece
e limita.

3) Drenagem - antecede ou sucede ao descapeamento. Pode implicar valetas,


executadas mecanicamente com máquinas próprias (valetadeiras) de diversos
tipos, ou mesmo com escavadoras, retro-escavadoras, tratores, raspadores de
cabos, ou com explosivos (como trincheiras). Podem ser necessários bicames,
bombas, drenos, etc. Ela deve ser adaptada e mantida durante toda a lavra, por
vezes impondo bicames sobre as frentes de desmonte, para derivação das águas.

13
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

A drenagem das águas pluviais ou de infiltração nas cavas requer, comumente,


diversas captações e depósitos e bombeamentos em estágios.

4) Desmonte: o desmonte do material útil pode ser manual, hidráulico, mecânico


ou com explosivos (simples afrouxamento, após furação, ou desmonte total, se o
material é muito resistente para escavação mecânica). Nos casos de grandes
espessuras, são executados vários bancos, com adequado desenvolvimento e
sistemático desmonte, atendendo-se ao tipo de transporte e ao equipamento de
desmonte empregado.

5) Carregamento: pode ser manual ou mecânico. Às vezes, não ocorre, quando o


material é carregado hidraulicamente ou desce, por gravidade, para funis
inferiores.

6) Transporte: pode também ser manual, hidráulico ou mecânico. O tipo de


equipamento é bastante variado, podendo ser: carrinhos de mão, gôndolas,
vagonetas, vagões de trem, caminhões, correias transportadores (quase sempre
impondo britagem nas frentes de desmonte, a menos que o material seja
naturalmente fino ou o desmonte seja realizado com escavadeira de roda de
alcatruzes), tubulações para polpa grossa, raramente diretamente em barcaças ou
navios. Por vezes, o transporte é parcialmente subterrâneo (como no caso de
funis ou em certas cavas profundas, tais como a mina de Anaconda - USA, onde
os caminhões descem pelos acessos, despejam em um funil-chute, há britagem
subterrânea e o minério sobe por uma correia transportadora até a superfície,
onde é ensilado e carregado em trens, que o levam a navios). Naturalmente, deve
ser provida perfeita conjugação entre o carregamento e transporte, para maior
eficiência dos equipamentos.

7) Despejo e Compactação: o minério transportado é despejado em silos,


geralmente nas usinas de beneficiamento. O material removido pelo
descapeamento é, comumente, diretamente despejado pela escavadora) em

14
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

trechos já lavrados ou em bota-foras especiais, para se evitar um oneroso


transporte. Mas, por vezes, este é indispensável, até bota-fora distantes, bem
como para o caso do estéril intercalado com o minério. Após a deposição
controlada, há nivelamento com tratores e compactação com rolo pé-de-carneiro
ou compactador, etc. Nos bota-foras os taludes devem ser mantidos seguros e há
necessidade freqüente de drenagem protetora. Já se observou que,
freqüentemente, há mais problemas na parte desmontada que nas frentes de
desmonte.

8) Recuperação: é a fase final, para se refazerem as condições superficiais


iniciais, permitindo a sua posterior utilização, plantio, etc. inclusive com
urbanização. É parte integrante de todo projeto bem elaborado.

● Tratamento (beneficiamento) de Minérios


É o conjunto de operações unitárias aplicada aos bens minerais, visando
modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais ou sua
forma, sem contudo modificar a identidade física ou química dos minerais. O
tratamento, na maioria dos casos, é realizado em usinas de tratamento, usando
operações a seco e a úmido.

● Comercialização
A comercialização de bens minerais é uma fase essencial e depende de
muitas variáveis tais como comportamento do mercado, custos (diretos e
indiretos), incentivos governamentais, etc.

● Recuperação de Áreas Degradadas


A mineração como atividade extrativa degrada de algum modo o ambiente.
Ao final dos trabalhos mineiros, ou mesmo antes dele, devem ser implantados
trabalhos de recuperação das áreas mineradas, tais como reflorestamento,
recobrimento de áreas, revitalização de drenagens, etc.

15
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

5. PLANEJAMENTO NA MINERAÇÃO A CÉU ABERTO

5.1 – Objetivos
Nesta fase são escolhidos o tipo de lavra (céu aberto, subterrânea, mista),
determinada a produção, vida útil, equipamentos, equipe técnica, investimentos
necessários, desativação do empreendimento, recuperação de áreas degradadas,
etc. O planejamento se inicia na fase de pesquisa e se estende até o
encerramento dos trabalhos mineiros e envolve uma equipe multidisciplinar, tal
sua complexidade.
Sem o planejamento os trabalhos mineiros não serão bem sucedidos, não
havendo uma otimização dos serviços (lavra, tratamento, comercialização, etc.)
Toda grande empresa de mineração possui uma equipe de planejamento que
acompanha todas as etapas e sugere melhorias nos trabalhos.
Os objetivos básicos relacionados ao planejamento de lavra de mina são:
a) Extração racional de bens minerais
b) Minimizar os efeitos da degradação ambiental
c) Equilíbrio de custos e receitas
d) Minimizar ocorrências de acidentes e doenças de trabalho

5.2 – Etapas

A extração de bens minerais deve ser feita obedecendo a esquemas


racionais de operação. Daí o significado da lavra, “conjunto de operações para o
aproveitamento econômico de uma jazida”.
Na lavra a céu aberto ou subterrânea, por procedimentos convencionais ou
especiais, o aproveitamento é viabilizado técnica e economicamente pelos
diferentes métodos, empregados conforme as peculiaridades da jazida que se
lavra. Portanto, método de lavra vem a ser “a sistematização e coordenação do
conjunto de operações visando o aproveitamento econômico de uma jazida”.

Resulta, pois, que um método de lavra tem objetivos econômicos e sociais.

16
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

- Econômico: o aproveitamento mais lucrativo (numa concepção global e


não apenas imediata). Freqüentemente, isso envolve rapidez nos trabalhos de
lavra;
- Sociais: extração completa, segura e higiênica com a mínima perturbação
ambiental.

5.3 – Escolha do Tipo de Lavra


O estudo de lavra de minas, leva em conta entre outros, os conhecimentos
detalhados de geologia. Um depósito mineral é uma anomalia geológica. Um
depósito mineral existe graças a um capricho da natureza.
A opção da lavra ser realizada a céu aberto ou subterrânea depende, entre
outros, da condição de se ultrapassar ou não a relação de mineração limite
(relação estéril/minério limite), número adimensional que expressa uma relação
entre massas ou entre volumes.
Esta relação é um dos valores fundamentais de qualquer planejamento de
lavra, bem como, os denominados teores de corte, os teores mínimos ou
marginais.
Toda jazida a opção de lavrar será obtida através de análise das
expressões:
CMs > CMca + RCe Lavra a céu aberto (1)
CMs = CMca + RCe Lavra indiferente (2)
CMs < CMca + RCe Lavra subterrânea (3)
Onde:
CMs – custo de lavra subterrânea de 1 ton. de minério, incluindo os custos
operacionais de desmonte, carregamento, britagem e transporte do minério até à
usina de concentração.
CMca – custo de lavra a céu aberto de 1 ton de minério, incluindo os custos
operacionais de desmonte, carregamento, britagem e transporte do minério até à
usina de concentração.
Ce – custo de lavra de 1 ton de estéril, incluindo seu desmonte,
carregamento e transporte até o bota fora.

17
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

R – relação estéril/minério, que representa o número de unidades de estéril


a remover para cada unidade de minério lavrado.
A condição limite é obtida da relação (2), denominada relação de mineração limite,
sendo expressa por:
RL = CMs - CMca
Ce
A decisão da opção de lavra envolve ainda outras considerações, para as
quais se definem:
Teor de Corte (tc) –Céu aberto– Entende-se por teor de corte (tc), aquele
teor capaz de pagar sua lavra, seu tratamento, bem como seus custos indiretos e
financeiros, não auferindo nenhum lucro e também não suportando a remoção de
nenhum estéril associado.
Teor Mínimo ou Marginal (tm) – Céu aberto – É aquele teor que paga
apenas os custos de beneficiamento, além dos custos indiretos e financeiros
subseqüentes.
Teor de Utilização (tu) –Céu aberto– Este teor deve estar compreendido
entre o teor de corte e o teor mínimo. Determinado de acordo com o
estabelecimento do contorno final da cava, planejamento seqüencial da lavra,
beneficiamento do minério e fluxo de caixa da empresa.
Teor limite (tl) – Subterrânea – menor teor que compensa
economicamente a lavra subterrânea.

● Se a relação estéril/minério superior à condição limite (RL) e se o seu teor (ti)


tl, o bloco será lavrado subterraneamente.
● Se R > RL e ti < tl não haverá lavra, pois caso houvesse, acarretaria prejuízo.
● Se R< RL, várias considerações podem ser feitas:
a) Quando ti tc, temos lavra a céu aberto.
b) Quando tm ti tc, aplica-se o conceito de teor de utilização.
c) Quando ti < tm, não se aproveita o depósito mineral.

18
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

5.4 – Teores
Na lavra a céu aberto os teores são calculados a partir dos resultados de
análises representativas do minério. Pode-se usar diversos métodos no cálculo de
teores e reservas lavráveis. Entretanto é importante saber que existe um teor
abaixo do qual não é rentável o aproveitamento de um minério (teor crítico), que é
expresso por:
Tc = (E/P) x 100
Onde
Tc = teor crítico, expreso em %
E = somatório dos custos de extração e beneficiamento de uma tonelada de
minério, adicionado às despesas de administração e comercialização
P = preço de venda de uma tonelada do concentrado.
Também muito importante é a amostragem; uma amostragem que não seja
representativa do depósito mineral propicia um cálculo errado dos teores do
minério. Este por sua vez leva ao cálculo errado da relação estéril/minério. Isto
pode inviabilizar todo um projeto mineiro.
Os depósitos minerais não têm um teor homogêneo. Existem teores mais
elevados em determinados pontos e muito baixos em outros. Para que não seja
utilizado teores muito altos no início dos trabalhos e no final dos trabalhos reste
apenas minérios de baixos teores que às vezes não compensam
economicamente, faz-se a blendagem (mistura de minérios ricos com pobres, de
tal modo que atenda às especificações técnicas exigidas pelo comprador). Por
exemplo: na Mina Brejuí (Currais Novos/RN) o teor crítico determinado em 1971
era de 0,4% de WO3, com preço de comercialização de US$ 35/ton curtas.
Contudo em alguns setores ocorriam minérios com teores oscilando entre 0,3 e
0,4% de WO3. Fazia-se a mistura (blendagem) do material pobre (0,3 a 0,4% de
WO3) com material rico (0,6% de WO3).
Comumente são extraídos minérios com teores abaixo do crítico. Este
minério deve ser misturado com minérios ricos (blendagem) para ser
comercializado. Há entretanto um limite abaixo do qual o minério não deve ser
misturado. Este limite é conhecido por teor limite, que varia de caso para caso.

19
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

5.5 – Água Superficial ou Subterrânea

.A existência de águas superficiais e os custos de drenagem podem


influenciar na decisão de lavrar o depósito por método a céu aberto ou
subterrâneo. Em alguns casos podem até mesmo inviabilizar a lavra.

A presença de água subterrânea tem uma influência direta sobre a


determinação do talude máximo da escavação. Os métodos subterrâneos devem
ser preferidos quando estruturas de rochas impermeáveis isolam o depósito dos
aqüíferos em camadas de rochas subjacentes. A quantidade de água prevista na
mina afeta a seqüência de lavra e pode limitar o número de aberturas. Quando as
águas fluem na mina, deve-se prover drenagem, além de cuidado suplementar no
seu tratamento antes do esgotamento.

5.6 – Considerações Geotécnicas

No desenvolvimento de um projeto de mineração, as características do


maciço rochoso relacionadas com as propriedades permeabilidade,
deformabilidade, resistência, etc. constituem a base geotécnica para a seleção do
método de lavra, devendo ser consideradas no estágio preliminar do projeto.

O objetivo da avaliação geotécnica é prever o comportamento do terreno


quando as escavações são executadas e como elas afetarão a segurança e
economicidade do projeto. Ela pode iniciar-se com a aplicação de métodos
geofísicos e mapeamento regional para analisar a geologia estrutural procurando
determinar feições estruturais (falhas, dobras, diques, etc.) que ocorram próximas
às do depósito.

Uma característica importante do maciço rochoso é seu estado de tensão


in situ. Em geral, essa avaliação exige medições que nem sempre são possíveis
durante o estudo preliminar de viabilidade. Nesses casos, a informação disponível
no local e a interpretação dos ciclos tectônicos são indispensáveis para definir a
direção da tensão dominante.
20
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

5.7 – Outras Considerações

A seleção do método de lavra está condicionada à estabilidade política do


País, principalmente para projetos que exigem grandes investimentos com longo
prazo de retorno do capital. O tipo e a espessura do capeamento também
influenciam na decisão de utilizar um método de lavra a céu aberto ou
subterrâneo.

Alguns métodos de lavra não devem ser aplicados devido à exposição do


minério a alterações físico-químicas que resultem em problemas (oxidação,
cimentação, etc.) na seqüência da operação. É o caso, por exemplo, da
deposição de material que permaneça em uma pilha de estoque durante um
período de tempo prolongado.

A radioatividade dos minérios aumenta com o incremento da superfície


específica, nesse caso, devem ser evitados métodos onde os operários
permaneçam sobre grandes quantidades de material desmontado.

A localização geográfica do depósito afeta a escala de operação, já que ela


depende do desenvolvimento tecnológico. Uma operação em grande escala exige
infra-estrutura adicional, enquanto uma de pequena escala pode ser feita por um
programa sazonal de operação.

Em alguns casos tem-se que optar por uma lavra subterrânea, em vez de
céu aberto, pois a lavra a céu aberto normalmente resulta em maiores impactos
ambientais. A escolha do método de lavra deve adequar-se às normas ambientais
específicas do país. Em particular, os regulamentos referentes à poluição das
águas podem limitar o processo de beneficiamento do material. Em determinados
casos, os efluentes podem apresentar um padrão de qualidade melhor que aquele
da alimentação da usina. Isto implicará um custo adicional, resultando no aumento
do teor de corte com a conseqüente redução das reservas.

21
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

5.8 – Testes Industriais

Os testes industriais têm como objetivo a determinação de parâmetros de


natureza diversa daquelas determinadas durante a exploração geológica e que
são essenciais para a formulação de um projeto de mineração. Assim, estes
testes, são conduzidos de forma a determinar os tipos de minério e estéril, definir
o processo de concentração com base na tipologia estabelecida, verificar os
parâmetros geotécnicos determinados por ocasião da exploração geológica, etc.
Os testes industriais visam, em última análise, enquadrar a realidade
geológica dentro do conceito tecnológico, fornecendo elementos indispensáveis de
decisão sobre o empreendimento, o que não seria possível somente com a
pesquisa geológica.
Entende-se por caracterização tecnológica de minérios à determinação do
conjunto de propriedades capazes de:
a) avaliar a sua qualidade para possíveis aplicações industriais;
b) permitir a escolha, interpretação e controle do processo de
beneficiamento
mais adequado.
Os itens indispensáveis numa caracterização tecnológica de minérios são:
amostragem; caracterização de propriedades; planejamento e análise de
experimentos e seleção de processos de beneficiamento.

6. DESENVOLVIMENTO NA LAVRA A CÉU ABERTO

6.1 – Definição e Finalidades


Compreende-se por desenvolvimento à fase da mineração anterior à lavra.
Nesta fase são executados trabalhos de desmatamento, descapeamento,
aberturas de vias de acesso (na lavra a céu aberto são simples estradas que
servem para deslocamento de pessoas e equipamentos envolvidos na lavra),
enfim todo e qualquer trabalho mineiro que visa facilitar as operações de lavra e
complemente a pesquisa mineral.
22
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

6.2 – Vias de Acesso


As vias de acesso são trabalhos básicos que permitem atingir a jazida em
um ou vários horizontes, bem como o escoamento das substâncias úteis
extraídas, de um modo mais econômico possível. Na sua escolha tem-se que
levar em consideração, entre outros os seguintes fatores: topografia, morfologia da
jazida, custos, produção desejada, etc. Na lavra a céu aberto as vias de acesso
são estradas, revestidas ou não, que têm geralmente considerável largura, pois é
por ela que trafegam grandes equipamentos como caminhões fora-de-estrada, pás
carregadeiras, escavadeiras, equipamento de perfuração, etc.
Os acessos em serviços a céu aberto são tão ou mais importantes que na
lavra subterrânea. Eles podem ser classificados em :

a) Sistema de Zig-Zag ou Serpentina


A estrada de acesso se desenvolve por vários lances com declividade
compatível com o tipo de transporte a ser utilizado (Figura 2), que permita pelo
menos duas pistas de rolamento (em geral 8 a 10m). Os diversos lances são
concordados por curvas de pequeno raios (peras) ou grande raio (Figura 3),
plataformas horizontais ou plataformas de reversão de marcha.

Figura 2 – Sistema de Zig-zag ou Serpentina

23
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Nos sistemas de zig-zag com curvas de grande raio (Figura 3), o traçado de
acesso é similar ao de uma estrada de rodagem, comum. As curvas de grande
raio são utilizadas quando o transporte do material é feito via férrea. Neste tipo de
transporte declividades (greides) das rampas variam geralmente entre 1% a 2%,
não podendo exceder 3%. Para transportes por caminhões o greide normalmente
varia entre 5% e 7% e as curvas são de pequeno raio. O sistema de zig-zag
apresenta a vantagem de poder ser desenvolvida em jazidas de pequena área
horizontal e a desvantagem de baixa velocidade nos transportes de material.

Figura 3 – Curva de grande raio

b) Sistema de Via Helicoidal Contínua


É usado para jazidas de grande área horizontal e geralmente em cavas
profundas (Figura 4). Constitui-se em uma via contínua, em hélice (daí o nome
helicoidal), apresentando lances planos e lances com declives. Neste tipo de
acesso geralmente são usados caminhões no transporte de material.

24
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Figura 4 – Sistema de via helicoidal contínua.

c) Sistema de Planos Inclinados a Céu Aberto


É geralmente utilizado para jazidas de pequena área horizontal, geralmente
em cavas profundas (Figura 5). A inclinação dos planos varia desde valores
compatíveis com o uso de correias transportadoras até cerca de 80 sobre trilhos.
O minério extraído dos bancos é colocado em esquipes através de pás
carregadeiras e transportados para a superfície, içado por cabos de aço
conectados a guinchos. O material quando chega à superfície é carregado
normalmente em caminhões até a usina de beneficiamento. Tem a vantagem de
ser um sistema de baixo custo.

Figura 5 – Sistema de planos inclinados à céu aberto.

25
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

d) Sistema de Suspensão por Cabos Aéreos


Aplicado para jazidas de pequena área horizontal e geralmente em cavas
profundas. O minério extraído é suspenso por caçambas içáveis (Figura 6) até a
superfície. Os cabos de suspensão se estendem sobre a cava, suspensos por
várias torres móveis, que são deslocadas de acordo com o avanço da lavra.
Quando chega à superfície o material é transportado para a usina de tratamento
de minérios. Tem a vantagem de ser um sistema de baixo custo.

Figura 6 – Sistema de suspensão por cabos aéreos


e) Sistema de Poço Vertical
Um ou mais poços verticais (shafts) próximos à cava são conectados aos
bancos da lavra a céu aberto através de travessas (Figura 7) dotadas de chutes
para carregamento do material à superfície por meio de esquipes. Quando chega
à superfície o material é colocado em silos. Tem a desvantagem de ser um
sistema de produção diária limitada e custo relativamente elevado.

Figura 7 – Sistema de poço vertical

26
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

f) Sistema de Ádito Inferior


Consiste de um ádito sob o minério, associado a uma caída de minério
ligada aos diversos bancos através de travessas (Figura 8). Na maioria dos casos
este sistema apresenta baixa produção.

Figura 8 – Sistema de adito inferior

g) Sistema de Funil
É constituído por um poço inclinado ou vertical, conectado ao corpo do
minério por uma travessa, da qual partem subidas até varar a superfície. O minério
é desmontado no fundo da cava, em cones concêntricos, sendo dispensado o uso
de bancos (Figura 9). Este método é também conhecido por glory method ou hole
mill method.

Figura 9 – Sistema de Funil

27
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

É importante observar que são freqüentes as conjugações de lavra a céu


aberto com serviços subterrâneos subsidiários (poços verticais ou inclinados,
galerias, etc.), que normalmente são utilizados para transporte de material,
pessoas, drenagens. Poucos são os serviços de lavra a céu aberto que não
utilizem algum tipo de serviço subterrâneo, embora normalmente não sejam
considerados como lavra mista.

6.3 – Tipos de Desenvolvimento


De um modo geral os tipos de desenvolvimento podem ser agrupados
conforme descrito a seguir:
a) Céu Aberto ou Subterrâneo – conforme sejam executados na superfície ou no
interior dos corpos rochosos. O desenvolvimento, quando à céu aberto,
geralmente é menos oneroso, pois consiste basicamente em simples estradas.
b) Prévios ou Simultâneos – conforme sejam executados antes do início da lavra
ou à medida que a lavra avança. Na maioria dos casos o desenvolvimento inicia-
se antes dos trabalhos de lavra e prosseguem ao longo de toda a lavra.
c) Sistemáticos ou Supletivos – o desenvolvimento sistemático, conforme o
próprio nome e executado seguindo um planejamento previamente estabelecido.
O desenvolvimento supletivo é aquele executado ocasionalmente, quase sempre
devido a imposições locais ou conveniências.
d) Produtivos ou Obras Mortas – o desenvolvimento executado no interior do
minério é conhecido por produtivo, enquanto que o executado no estéril chama-se
obra morta. Isso se deve ao fato de que o material desmontado no
desenvolvimento realizado no interior do minério é aproveitado, enquanto que
nenhum material é aproveitado no desenvolvimento executado no estéril.
e) Puros ou Exploratórios – são termos usados para designar desenvolvimento
que tenham ou não a finalidade de complementar a exploração da jazida mineral.
Na execução do desenvolvimento em uma mineração, quer seja a céu
aberto ou subterrânea, deve-se considerar parâmetros topográficos, geológicos e
geomecânicos, além dos custos de execução (lavra e tratamento) e
comercialização.

28
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

7. LAVRA A CÉU ABERTO

7.1 – Generalidades
O objetivo da mineração é produzir os bens minerais que a civilização
necessita para sobreviver. Para produzir esses bens é necessário extrair também
os estéreis associados, bem como, produzir rejeitos nas operações de
beneficiamento.
Lavra pode ser definida como um conjunto de operações necessárias à
extração industrial de substâncias minerais úteis (bens minerais). A lavra a céu
aberto é aquela onde os trabalhos se desenvolvem na superfície dos terrenos.
Segundo James McDivitt, (in "Minerals and Men”), o homem depende, por
ano, de 400 a 500kg de insumos do reino animal e, de acordo com o nível de
desenvolvimento do pais onde vive, consome entre 2 mil e 20 mil de produtos
advindos do reino mineral.
A mineração, entretanto, produz uma alteração no meio ambiente que é
designada de impacto ambienta!. A extensão deste impacto varia desde algo
ligeiramente perceptível até o outro extremo, altamente destrutivo, dependendo da
natureza do material extraído, dos métodos de lavra e beneficiamento
empregados, das características do sistema produtivo implantado e operado, bem
como do meio em que se encontra inserido.

A lavra a céu aberto apresenta uma série de vantagens sobre a lavra


subterrânea, tais como:

▪ Menor custo de produção.


▪ Maior facilidade de supervisão.
▪ Melhores condições de trabalho.
▪ Maiores produções.

29
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Entretanto tem a desvantagem de ser mais agressiva ao meio ambiente, pois


provoca um grande movimento de material em áreas normalmente maiores que na
mineração subterrânea.
Viabilizada técnica e economicamente, conforme a produção desejada
(diária, mensal ou anual), a lavra da jazida estará compreendida numa das
situações abaixo, conforme DNPM, 2005, conforme Tabela 4:

Produção ROM (t/ano) Tipo de Empresa


>1.000.000 Grande
100.000 a 1.000.000 Média
<100.000 Pequena

Tabela 4 – Tipo de empresa de mineração de acordo com sua produção anual

Entretanto, é importante chamar-se a atenção para o seguinte. Tal


classificação fundamenta-se em critérios muito variáveis, conforme a região ou
país onde se localizam as minas. Uma mineração em grande escala em Angola,
por exemplo, pode ser considerada de média escala nos Estados Unidos, Rússia
ou Canadá.
Um problema crucial na lavra a céu aberto é a determinação dos limites
finais de uma cava. Estes limites devem ser definidos já nos trabalhos de
planejamento, devendo ser reconsiderados durante toda a vida útil da mina.
Até a década de 70 do século passado a otimização de uma cava final era
feita pelo método manual de tentativas. Procurava-se chegar a uma cava que
fosse econômica, e caso houvesse estéril além do admissível, a mesma deveria
ser redesenhada, para se obter mais minério e menos estéril. Desse modo o
processo era repetido inúmeras vezes até se conseguir a cava final ótima.
A determinação da cava final ótima é realizada através de cálculos
complexos e envolvendo muitas variáveis. A primeira proposta foi o algoritmo de
Lerchs e Grossmann (1965). Posteriormente outros algoritmos equivalentes foram

30
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

propostos. Atualmente para facilitar o dimensionamento da cava final ótima


desenvolvem-se programas em várias linguagens (Delphi, por exemplo).

7.2 – Etapas da Lavra a Céu Aberto

● Desbravamento
Compreende desmatamento (clearing) e destocamento (grubbing). São
usados tratores de lâminas ou tratores com escarificadores (rippers) na
destocagem e carregamento do material (árvores). Finalmente é feita a queima
do material.
● Descapeamento (decapeamento)
O descapeamento compreende as operações de retirada do material estéril
que recobre o minério a ser extraído. Pode ser prévio ou simultâneo com o
desmonte do minério mantendo um suficiente avanço para não interferir com
este. É executado por uma única ou por diversas tiras. Geralmente é mecânico,
efetuado por escavadeiras, escavadeiras de arrasto, conjugadas ou não com
escarificadores, etc. mais raramente com raspadores de cabos ou suspensos,
escavadeiras de roda, etc. Às vezes, o desmonte é hidráulico e raramente
manual. Pode impor um prévio desmonte com explosivos, após furação, o que
encarece e limita.

● Drenagem Protetora:
Antecede ou sucede ao decapeamento. Pode implicar em valetas,
executadas mecanicamente com escavadeiras, retroescavadeiras, tratores ou
com explosivos (com trincheiras). Ela deverá ser adaptada e mantida durante
toda a vida da mina. A drenagem das águas pluviais ou de infiltração nas cavas
requer, comumente, diversas captações e depósitos e bombeamentos, em
estágios.

● Desmonte:
O desmonte da rocha pode ser efetuado por diversos meios, agrupados

31
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

em quatro categorias gerais: desmonte manual, hidráulico, mecânico e com


explosivos.
a) Desmonte Manual: é aquele em que intervém apenas a força humana, com o
emprego de instrumentos manuais que podem ser de ataque ou de
carregamento.
b) Desmonte Hidráulico: é aquele que utiliza a ação dinâmica das águas
estocadas, desmontando terrenos não muito duros ou consolidadas.
c) Desmonte com Explosivos: é aquele que desagrega o material com auxílio
de uma substância explosiva que sob uma causa térmica ou mecânica
transforma-se total ou parcialmente em gás liberando considerável quantidade de
calor.
d) Desmonte Mecânico: é aquele que substitui o esforço manual (homem) pelo
esforço das máquinas, essas que são elétricas ou acionadas por combustível.

● Carregamento:
Após o desmonte do material este deve ser carregado e transportado.
Caso o material desmontado seja minério, é transportado para as instalações de
beneficiamento, caso seja estéril, é transportado para o "bota fora", parte da mina
destinada à deposição de material não útil.
O carregamento pode ser manual ou mecânico. Se manual, usa-se pás ou
garfos com tiras de ferro grosso, usado em material muito duro e que já faz uma
triagem, recusando os· finos. Quando mecânico, usa-se equipamentos
apropriados com grandes capacidades, capazes também de desmontar o material
(escavadeiras) ou simplesmente fazer o carregamento (carregadeiras).

● Transporte
O material pode ser transportado de modo manual, hidráulico ou mecânico.
Podem-se utilizar veículos como carrinho de mão, vagonetas sobre trilho,
caminhões, vagões, correias transportadoras ou pode ser transportado em
tubulações sob forma de polpa (mineroduto). O tipo de transporte será escolhido
de acordo com a disponibilidade econômica, volume de material e a distância a

32
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

ser vencida.
De acordo com o meio de transporte a ser utilizado em uma mineração, há
uma produção de poeira excessiva que deve ser controlada e eliminada ao
máximo. Quando o transporte é feito por meio de caminhões e não é tempo de
chuva, a produção de poeira nas vias de acesso é muito intensa. Para controlá-la
ou reduzi-la, caminhões pipas percorrem as vias de acesso que estão sendo
utilizadas jogando jatos de água.

No caso de transporte feito por correias transportadoras, jatos de águas em


pontos específicos da correia também são utilizados ou podem obstruir o fluxo de
vento através de proteções laterais ou em cima das correias transportadoras,
evitando a poeira.

Na mineração à céu aberto os meios de transporte pertencem quase que


totalmente aos ramos convencionais: rodoviário, ferroviário e hidroviário.
Podem também ser utilizados transportes não convencionais como oleodutos,
gasodutos, minerodutos e correias transportadoras.

Existem vagões para 20 a 30 ton de capacidade e caminhões fora de


estrada com 100 ou mais ton de capacidade. O transporte se caracteriza por
grandes massas a serem transportadas, pequenas distâncias e pequenas
velocidades.

A seleção do tipo de transporte é determinada por 3 fatores básicos:


1. Características do jazimento,
2. Tamanho da explotação, e
3. Intensidade de condução dos trabalhos.
As caraterísticas do jazimento determinam o método de acesso e sistema de
explotação, comprimento das vias de transporte, inclinações, etc. O tamanho da
produção determina a capacidade necessária dos meios de transporte.

33
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Os principais tipos de transporte à céu aberto são:


- ferroviário,
- rodoviário, e
- correias transportadoras.

As principais características desses métodos de transporte são;

➢ Caminhões: necessita boas estradas para minimizar o custo dos pneus,


pode negociar rampas íngremes, economicamente limitado a um raio de 6
km, são muito flexíveis e pode manusear tanto material graúdo como
blocos.

➢ Trens: são transportadores de alto volume, longas distancias e baixo custo


unitário, os trilhos necessitam cuidadosa conformidade com as
especificações da engenharia, alto custo de investimento inicial, não pode
ultrapassar inclinações maiores que 3% adversas e pode manusear
material graúdo e blocos.

➢ Correia transportadora: são transportadores de alto volume, longas


distâncias e baixo custo unitário, difíceis e custosas para movimentar, alto
custo de investimento inicial, pode negociar inclinações adversas íngremes
(acima de 40%), necessita de material fragmentado em pequenos pedaços
para uma boa vida da cinta e possui alto custo de manutenção.

● Despejo e Compactação
O minério transportado é despejado em silos, geralmente nos engenhos de
beneficiamento. O material removido pelo descapeamento é, comumente,
diretamente despejado (pela escavadeira) em trechos já lavrados ou em bota-
foras especiais, para se evitar um oneroso transporte. Mas, por vezes, este é
levado até bota-foras distantes, principalmente no caso de estéril intercalado com

34
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

o minério. Após a deposição controlada, há nivelamento (com tratores) e


compactação (rolos compactadores).
Nos bota-foras devem ser mantidos taludes seguros e há necessidade
freqüente de drenagem protetora. Já se observou mesmo, que freqüentemente há
mais problemas na parte desmontada que nas frentes de desmonte.

● Restauração
É a fase final, onde se refazem as condições superficiais iniciais, permitindo
a sua posterior utilização para plantio, etc., inclusive com urbanização, em muitos
casos. É a parte integrante de todo o projeto bem elaborado.
É importante salientar, quanto aos problemas com o material estéril
removido, que o manuseio diário de material resulta em maior quantidade que o
desmontado pela produção da substância visada. Não menos importante também
é observar que a indústria mineral tem a peculiaridade de ser limitada no tempo,
isto é, os jazimentos têm vida limitada (vida útil). Por conseguinte, a recuperação
do capital investido, durante um determinado período, é de fundamental
importância.

7.3 – Talude de Lavra


A simples abertura de um corte de estrada com poucos metros de altura
cria condições de instabilidade na massa rochosa remanescente devido a retirada
de material do corte, bem como pela exposição da face do corte à ação de
intempéries. Entretanto se adequadamente projetado, este corte manter-se-á em
equilíbrio por muito tempo. O mesmo ocorre na mineração, geralmente em maior
escala, pois, por exemplo em uma mineração de grande porte, esses cortes
podem atingir centenas de metros, exigindo um cuidado redobrado.
A correta definição do ângulo geral de talude de uma mina a céu aberto
(Figura 10) é um primeiro desafio a ser vencido. Esta definição é tanto mais
complexa, quanto mais homogêneo for o maciço rochoso. Normalmente, em uma
mesma lavra temos vários ângulos de taludes.

35
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Figura 10 – Esquema geral de talude de lavra. L = largura da berma; H = altura


dos bancos; = ângulo geral de talude; = ângulo de talude da
berma

Em um determinado banco existe sempre uma correlação entre sua altura


do banco e sua largura (berma). Assim a largura das bermas (L) é dada pela
fórmula

L = H(1/tg -1/tg )

Obs. Os ângulos de talude são medidos em relação à horizontal. A largura da


berma deve ser dimensionada de tal modo que dê passagem a dois veículos
simultaneamente.
De um modo geral o ângulo de talude geral de uma cava (talude geral da
cava) é da ordem de 35º a 50º. O maior ângulo de talude geralmente proporciona
maiores extrações, e consequentemente, maiores lucros.
A conservação e manutenção dos taludes, ou seja, manter sua estabilidade,
é essencial para evitar desmoronamentos com riscos de acidentes e paralisação
de atividades de lavra. Um fator que reduz sensivelmente a estabilidade dos
taludes é a infiltração de água. Ela pode levar a situações críticas como
desmoronamentos inesperados. Uma boa drenagem, na maioria dos casos pode
evitar ou minimizar tais situações.

36
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Com o desenvolvimento de novas tecnologias hoje já é possível monitorar a


estabilidade de taludes de lavras através de um equipamento conhecido por “radar
de estabilidade de taludes”. Este equipamento faz medições sub-milimétricas
contínuas dos movimentos das paredes rochosas provocados principalmente pelo
uso de explosivos (vibrações), alívio de pressão ou mesmo por pequenos
movimentos tectônicos. A partir de um software, os dados coletados são
transmitidos em tempo real, havendo alerta de colapso iminente.

7.4 – Tipos de Lavra

a) Lavras Convencionais
Basicamente a lavra a céu aberto é constituída de três tipos conforme
descritos a seguir tipos:

● Lavra em Flanco
A lavra é feita em bancos, geralmente em encostas, onde o minério
desmontado desce até um determinado nível e é levado para a usina de
tratamento. Um fator determinante na escolha deste método é a topografia do
terreno.
Os custos do sistema de transporte são menores que na lavra em cava,
pois o beneficiamento do minério extraído é realizado na parte inferior. O
transporte é geralmente feito por caminhões fora-de-estrada ou por comboios de
trens, puxados por uma ou mais locomotivas. Geralmente o desmonte é realizado
por meio de explosivos.

Figura 11 – Lavra em Encosta


37
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

● Lavra em Cava
A lavra em cava diferencia-se principalmente da lavra em flanco, pelo fato
do minério, após ser desmontado, subir até determinado nível para sofrer
beneficiamento. As cavas podem ter formas diversas: circular, oval, retangular
quadrada, etc., determinada, sobretudo pela forma do corpo mineralizado. Os
custos do sistema de transporte são maiores que na lavra em flanco, pois o
minério extraído é transportado para níveis superiores para sofrer beneficiamento.
Geralmente o desmonte é realizado por meio de explosivos.

Figura 12 – Lavra em Cava

Um exemplo de lavra a céu aberto em cava é o da famosa mina de


Chuquicamata (Chile – deserto de Atacama, 1000 Km a norte de Santiago), cuja
cava tem dimensões de 4,3 Km de extensão por 3,0 Km de largura, com uma
profundidade de 825m (dados de 2005), conforme visto na Figura 13.

Figura 13 – Vista geral da lavra de cobre a céu aberto de Chuquicamata (Chile)

38
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

● Lavra em "Tiras" ou em "Faixas" (strip mining)


É um método de lavra a céu aberto utilizado em depósitos estratiformes,
aflorantes ou próximos à superfície. Neste tipo de lavra a produção de minério por
área é relativamente baixa, o que implica, freqüentemente, numa grande e
extensa área explorada, resultando uma extensa área degradada pela mineração,
sendo isto uma desvantagem em potencial. Em contrapartida, o método possibilita
a recuperação de partes já lavradas, concomitantemente, com novas frentes de
lavra, o que minimiza consideravelmente o efeito da degradação ambiental. Na
verdade este tipo de lavra é similar a uma lavra em flanco ou em cava, onde
temos apenas um nível (banco). O sistema de transporte é fácil, pois só há um
nível. Os custos operacionais são também relativamente baixos. Este tipo de lavra
a céu aberto é muito utilizado em lavras de carvão mineral.

Figura 14 - Lavra em "Tiras" ou em "Faixas" (strip mining)

39
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

b) Lavras Especiais

Existe muita divergência quanto aos tipos de lavras especiais. A maioria


dos autores admite a seguinte classificação:

● Lavra de Pláceres

A lavra de pláceres está sempre associada a beneficiamento do material in


loco, pois envolve o manuseio de grandes volumes de material de baixos teores.
Neste tipo de lavra usam-se métodos manuais, hidráulicos e mecânicos, sendo
estes últimos realizados por escavadeiras, dragas, etc. Neste tipo de lavra
geralmente são extraídos diamantes, rubis, safiras, cassiterita, etc.

● Lavra de Rochas Ornamentais

São raros os casos de rocha ornamental desenvolvidos por métodos


subterrâneos. Na grande maioria dos casos são desenvolvidos a céu aberto,
usando métodos diversos. De um modo geral a lavra de rocha ornamental é
realizada em matacões ou em maciços rochosos. Em ambos os casos tem-se que
tomar cuidado para não provocar fissuras nos blocos. Para tanto usam-se
detonações controladas, ou métodos alternativos que não utilizam explosivos
(massa expansiva, fio helicoidal, fio diamantado, jet flame, etc.)

Figura 15 - Operações fundamentais e acessórias de desmonte de rocha


ornamental (Granito)
40
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

► Lavra de Matacões
Matacões são blocos soltos de rocha que podem ter seu aproveitamento a
partir de métodos especiais. Neste tipo de lavra usam-se geralmente explosivos e
pequenos equipamentos de perfuração (marteletes), podendo também ser
manual. Sua produção é pequena comparada com a lavra em maciços rochosos,
apresentando certa dificuldade, pois os equipamentos devem ser constantemente
deslocados, havendo, muitas vezes, dificuldade de posicioná-los. A seguir
mostram-se alguns passos importantes no desenvolvimento de lavra de matacões.
Inicia-se a lavra em matacões com a seleção dos matacões. Para isso
deve-se considerar a uniformidade da textura, da granulação e coloração da rocha
(a presença de intrusões e xenólitos pode prejudicar a qualidade da rocha),
presença de fraturas (em alguns casos podem ser benéficas), etc. Selecionados
os matacões a serem trabalhados inicia-se os trabalhos que envolvem em
dimensionar os blocos a serem desenvolvidos. Por fim desenvolvem-se as
furações, desmonta-se e transporta-se o bloco.

► Lavra em Maciços Rochosos


A lavra em maciços rochosos pode ser desenvolvida por diversos métodos.
A seguir descreveremos apenas aqueles mais comuns:
Lavra em Bancadas Horizontais Sucessivas
Este é o método mais utilizado em lavras de rochas ornamentais em
maciços rochosos. É muito utilizado para lavras de rochas graníticas e mármores.
Geralmente é desenvolvida em meia encosta, em direção ao topo da elevação, ou
em áreas planas onde existir condições para iniciar a lavra
A lavra é feita em bancadas horizontais sucessivas até o contorno final.
Normalmente a bancada inferior é iniciada quando a superior já está quase
totalmente extraída, pela necessidade de se retirar os blocos da área de lavra. A
altura da bancada está relacionada com as dimensões do bloco que se quer
extrair.
O trabalho no maciço se desenvolve a partir das seguintes etapas:

41
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Seleção do maciço rochoso, observando-se os seguintes parâmetros:


morfologia do terreno, qualidade da rocha (evitando-se áreas com veios, fraturas,
xenólitos, ou outros elementos perturbadores).
Remoção da cobertura do maciço (capeamento ou parte alterada da rocha).
Esta operação pode ser feita com trator, pá carregadeira, etc., sendo o material
retirado colocado em bota-foras, para posterior recomposição da área.
Limpeza e marcação das linhas de corte com tinta, já que os blocos têm que ser
bem esquadrejados.
Desmonte dos blocos normalmente através do uso de explosivos.
Outros métodos de lavra de rochas ornamentais são também utilizados,
mas não serão aqui abordados por se tratar de disciplina específica do curso,
onde serão estudadas detalhadamente.

● Lavra de Pegmatitos
A maioria das lavras de pegmatitos são executadas por garimpeiros, sendo
portanto uma lavra tipicamente rudimentar, desenvolvida, na maioria das vezes,
por métodos manuais. Poucas são as empresas de mineração que trabalham com
lavra de pegmatitos, pois os corpos são geralmente de pequenas dimensões, não
justificando, na maioria das vezes elevados investimentos.

42
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Os pegmatitos são rochas que podem, segundo sua estrutura interna,


serem classificados em homogêneos (sem zoneamento textural/mineralógico) e
heterogêneos (zonados, com zonas I, II, III e IV), conforme Figura 15
A
Xistos Xistos

I II IV
IV III II I
I I

ZONAS
IV
B III
II
I
IV

I, II, III, IV - Zonas Primárias do Pegmatito

Núcleo de Quartzo Quartzo, feldspatos, micas

Corpo de Substituição Zona com abundância de muscovita


Rocha Encaixante K-feldspato em cristais gigantes

Figura 15 – Esquema das zonas de um pegmatito zonado: (A) sem corpo de


substituição; (B) com corpo de substituição.

Nos pegmatitos homogêneos faz-se a lavra total, ou seja, desmonta-se todo


o corpo pegmatítico. Nos pegmatitos heterogêneos (zonados) normalmente extrai-
se somente a zona III (zona geralmente econômica do pegmatito). Esta
metodologia deixa muito a desejar, pois é muito agressiva ao meio ambiente e
deixa muito subproduto sem aproveitamento. Em alguns casos, depois de certa
profundidade inicia-se os trabalhos subterraneamente, com escavações de shafts
ou inclinados, dentro do corpo pegmatítico ou na encaixante.
Nos pegmatitos são extraídos minerais de lítio (espodumênio, petalita,
lepidolita, litiofilita...), de tântalo-nióbio (tantalita-columbita, ixiolita,
manganotantalita ...), de estanho (cassiterita), gemas (água marinha, espessartita,
almandina, topázio, gahnita, morganita, heliodoro, elbaíta...) além de minerais
industriais como muscovita, quartzo, feldspatos, caulim, etc.

43
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

● Lavra por Dissolução


A dificuldade de se lavrar algumas jazidas de sal devido, entre outros fatores, à
fácil dissolução do minério e a natureza da rocha encaixante, levou os
engenheiros a optarem por uma metodologia nova.
A lavra por dissolução consiste na perfuração da rocha encaixante, até
atingir a camada mineralizada em sal, com brocas de grande diâmetro (6 a 10
polegadas). Após aberto o furo, injeta-se água para dissolver o sal, formando-se
uma salmoura. O passo seguinte é bombear a salmoura até a superfície,
colocando-se o material em tanques de decantação para a evaporação da água.
Retira-se finalmente o sal dos tanques para posterior utilização. Este método é
usado para sais como carnalita (KMgCl3.6H2O) e silvita (KCl).

6.5 - Equipamentos Utilizados na Mineração a Céu Aberto

Na lavra a céu aberto utiliza-se dezenas de equipamentos, alguns deles de


alto custo unitário, como caminhões fora-de-estrada, pás carregadeiras, scraper,
etc. A seleção do equipamento a utilizar em uma lavra requer muita cautela, pois
uma vez adquirido, torna-se impossível sua substituição. Os principais
equipamentos utilizados na lavra a céu aberto são descritos a seguir:

Escavadeira (Excavator) – são equipamentos que, como o próprio nome


indica, servem para escavar materiais não consolidados, bem como retirada de
fragmentos soltos de rochas. É de extrema utilidade no processo de
descapeamento. Existem dois tipos básicos de escavadeiras usadas na
mineração: escavadeiras elétricas e escavadeiras a diesel. Ambas têm funções
semelhantes; escavam a rocha e carregam os caminhões, que por sua vez
transportam o material até a usina de beneficiamento ou bota-foras. Podem ser
montadas sobre pneus e sobre esteiras, sendo esta última de movimento mais
lento. A seguir mostra-se uma escavadeira elétrica típica (Figura 16).

44
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Figura 16 – Esquema de uma escavadeira elétrica montada sobre esteiras

Motoscraper – é um equipamento usado tanto para carregamento como para


transporte. Não existem problemas de sustentação do solo, pois a pressão que
exercem é bem menor que os caminhões fora-de-estrada. A seguir mostra-se um
motoscraper típico, usado na mineração a céu aberto (Figura 17).

Figura 17 – Esquema de um motoscraper

Pá Carregadeira (Traxcavators) – é um equipamento de muita utilidade, pois


permite a realização rápida de blendagem em jazidas de distribuição errática de
teores e tem grande mobilidade. Necessita de um desmonte prévio por tratores
para sua utilização. Servem para escavação pouco profunda e para carga de
45
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

materiais previamente fragmentados. A seguir mostra-se (Figura 18) uma pá


carregadeira típica.

Figura 18 – Esquema de uma pá carregadeira convencional

Caminhões fora-de-estrada – são os equipamentos mais importantes no


transporte de material para as usinas de beneficiamento ou para bota-foras na
mineração a céu aberto. São caminhões basculantes, que trafegam lentamente
pelas vias de acesso (no máximo 70 Km/h), consomem muito combustível (diesel)
e alguns chegam a transportar até 300 toneladas de material de uma só vez.
Requer alto investimento, pois seu preço é elevado. Também sua manutenção é
muito onerosa, necessitando de infra-estrutura em termos de oficina mecânica e
almoxarifado. A seguir mostra-se um exemplo de um caminhão fora-de-estrada
(Figura 19).

Figura 19 – Esquema de um caminhão fora-de-estrada

46
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

8. MEIO AMBIENTE E RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NA


MINERAÇÃO A CÉU ABERTO

8.1 - Generalidades
No mundo moderno a mineração assume papel de importância decisiva
para o desenvolvimento, pois o minério extraído da natureza está presente em
quase todos os produtos utilizados. Entretanto esta dependência de bens minerais
gera um ônus para a sociedade, ou seja o surgimento de grandes áreas
degradadas, que após o encerramento dos trabalhos mineiros, na maioria das
vezes não permitem a sua ocupação racional.

8.2 – Meio Ambiente e Mineração


A mineração, de um modo geral, tem sido considerada como um dos
grandes vilões do meio ambiente. A imagem de que a lavra afeta o meio ambiente,
promovendo desmatamento, alterações topográficas, erosão, poluição dos rios, do
ar e do solo, tem influenciado a opinião pública a este respeito. Como
conseqüência os órgãos ambientais passaram a fazer uma fiscalização rigorosa
nas empresas de mineração, diferente do comportamento que têm em relação a
outras atividades poluidoras como a agricultura, por exemplo, que provocam mais
danos ao meio ambiente que a mineração.
Também as atividades garimpeiras, de um modo geral, colaboraram para a
propagação de uma imagem desalentadora da mineração em relação à
preservação do meio ambiente. Outro caso particular é o das pedreiras de rocha
ornamental. Essa atividade causa, de modo geral, um grande impacto visual e
efeitos secundários como: erosão, desmatamento e modificação da topografia.
As restrições ao trabalho das empresas de mineração é tanta por parte dos
órgãos ambientais de vários países que, praticamente inviabilizam a atividade de
mineração em certos setores. Na Austrália, por exemplo, muitas áreas de
mineração foram isoladas como reservas ecológicas, privando a população de
bens minerais, essenciais para suas vidas. O mesmo ocorreu e ocorre ainda nos
EUA.
47
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

Infelizmente a visão distorcida que se tem sobre a mineração e as questões


políticas de alguns governos, associada à incompetência de técnicos vinculados
às instituições de fiscalização do meio ambiente, pode comprometer o
desenvolvimento da mineração, essencial na produção de bens minerais,
indispensáveis ao desenvolvimento da sociedade moderna.
Os impactos ambientais gerados pela mineração nem sempre são de
grande monta, e apresentam particularidades para cada setor. Na maioria dos
casos a recuperação e readequação das áreas lavradas podem ser efetivadas,
sem grandes problemas.
O plano de fechamento de uma mina deve contemplar todos os aspectos,
desde a recuperação da área degradada até sua integração à economia regional.

8.3 – Degradação Provocada pela Mineração a Céu Aberto

A mineração a céu aberto provoca, como todo empreendimento extrativo,


uma certa degradação ao meio ambiente. Esta é provocada principalmente pelos
seguintes fatores:
Desmatamento – pode, em alguns casos, provocar desertificação, dependendo do
tamanho do empreendimento. Normalmente causa danos pois além de matar a
vegetação nativa, afugenta os animais que ali tinham seu habitat.
Descapeamento – retirada da cobertura do minério, que pode ser pouco ou muito
espessa. Esse material deve ser estocado em locais próprios para serem usados
na recuperação da área degradada pela mineração.
Abertura de cavas – a abertura de cavas na mineração a céu aberto provoca,
entre outros efeitos, uma mudança na topografia do terreno e a criação de locais
próprios para colocação de parte do material retirado
Pilhas de Rejeito – podem, em alguns casos, serem responsáveis pela deposição
de elementos tóxicos em leitos de rios, ou outros mananciais. Isto pode provocar
doenças graves, pois esses rios despejam suas águas em açudes que abastecem
as populações que residem nas imediações, ou mesmo a certa distância.

48
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

8.3-1 – Drenagens Ácidas de Mina


.
Um dos principais aspectos dos impactos ambientais gerados pela
mineração é a contaminação de corpos hídricos superficiais e subterrâneos pelas
drenagens ácidas da mina (DAM).
A DAM pode ser definida como uma solução ácida gerada quando minerais
sulfetados presentes em resíduos da mineração (rejeito ou estéril) são oxidados
em presença de água. A DAM também pode ocorrer quando o metal ou o mineral
de interesse encontra-se associado a sulfetos. A oxidação de sulfetos que pode
gerar uma DAM é um processo natural acelerado pela movimentação de materiais
sólidos, característica dos processos de lavra e beneficiamento de minérios. As
atividades de escavação e desmonte de rochas alteram as condições de
permeabilidade do ar, facilitando o contato do oxigênio com a superfície do
material reativo. Sua ocorrência tem sido relatada na extração de ouro, carvão,
cobre, zinco ou urânio. A seguir listam-se alguns sulfetos mais comuns, onde o
problema pode ocorrer (Tabela 7).
A água da chuva, que não evapora nem escoa superficialmente, infiltra-se
nos resíduos sólidos, constituindo-se no principal veículo de transporte de
substâncias químicas. Este aspecto torna-se mais intenso em regiões de clima
úmido, onde a precipitação anual excede 600 mm.

Mineral Composição Química

Pirita FeS2
Marcassita FeS2
Calcopirita CuFeS2
Bornita Cu5FeS4
Arsenopirita FeAsS
Molibdenita MoS2
Galena PbS
Tabela 5 – Sulfetos comuns, que podem gerar DAM

49
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

A caracterização física, química e mineralógica, e a identificação do


potencial de geração de DAM nos resíduos da mineração são essenciais na
gestão de impactos ambientais. As condições naturais predominantes (formações
geológicas subjacentes, clima, proximidade de corpos hídricos) na região onde se
localiza o depósito mineral são também de importância na gestão da disposição
de rejeitos da mineração.
Para a minimização da DAM, usam-se recorrem-se a várias estratégias.
Dentre elas podemos citar:
● Uso de coberturas – em alguns casos usam-se alagamento de áreas de
disposição de rejeitos, método conhecido por “cobertura úmida”. Quando a
cobertura é feita com solos, é denominada de “cobertura seca”.
● Sistemas de tratamento de efluentes – usam-se agentes químicos
neutralizantes: calcário (CaCO3), cal virgem (CaO), cal hidratada (Ca(OH)2) e soda
cáustica (NaOH), às vezes de forma combinada. Este tratamento consiste na
neutralização ou minimização da acidez. Um exemplo é mostrado na equação
química a seguir:
H2SO4 + CaCO3 H2CO3 + CaSO4
O H2SO4 da equação anterior é proveniente da geração de DAM a partir da pirita,
conforme mostrado na equação química anterior. Observa-se que o CaCO3
reagindo com H2SO4 produz um sulfato CaSO4, eliminando a acidez indesejada.

8.4 - Recomposição das Áreas Degradadas pela Mineração a Céu Aberto


A recomposição de áreas degradadas pela mineração requer um
investimento elevado e quase sempre envolve uma equipe multidisciplinar
(engenheiros, geólogos, biólogos, etc.) no seu desenvolvimento. A recomposição
está de certo modo relacionada ao abandono (fase onde os trabalhos são
encerrados e toda e estrutura da mineração é desmontada) de um
empreendimento mineiro. Após o abandono da área da mineração, esta deve
estar em condições para outro uso previsto no início dos trabalhos (agricultura,
urbanização, etc). Alguns aspectos são de extrema importância na recomposição
de áreas pela mineração:

50
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

● Recomposição da topografia - aterramento de cavas, tentando deixar a área


com uma topografia similar àquela que existia antes dos trabalhos de lavra na
área. Este trabalho é demorado e nunca se consegue chegar a recompor a área
totalmente, mas consegue-se minimizar a poluição visual e evita-se deixar uma
grande cavidade provocada pela lavra, sem nenhuma utilidade posterior.
● Recomposição do solo – colocação de camadas de solos em áreas
previamente aterradas. Geralmente o material usado na recomposição é material
do próprio capeamento, que quando retirado foi estocado em área separada,
visando este fim.
● Revegetação – geralmente são plantadas mudas de espécies nativas da região.
Normalmente isto é feito muito antes do abandono da mina, para que quando isto
ocorrer, a vegetação já esteja devidamente crescida. Em regiões áridas o cuidado
deve ser redobrado, pois as mudas precisam ser constantemente regadas, tendo
muitas delas de serem substituídas.
Todas estas medidas tomadas têm a finalidade de recompor a área do
melhor modo possível para usos posteriores diversos.

51
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGICA DA PARAÍBA
CURSO: TÉCNICO EM MINERAÇÃO, CAMPUS DE CAMPINA GRANDE - PB
DISCIPLINA: LAVRA A CÉU ABERTO
PROFESSOR: ANTONIO LEITE DE ANDRADE

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Brasil/Senado Federal. 2003. Código de Mineração e Legislação Correlata
(Coleção Ambiental – Vol. III). Secretaria Especial de Editoração e
Publicações. Brasília, 118p.
Kopezinski, I. 2000. Mineração x Meio Ambiente – Considerações legais,
principais impactos ambientais e seus processos modificadores. Editora da
Universidade/UFRGS. Porto Alegre, 103p.
Leinz, V. & Leonardos, O.H. 1977. Glossário Geológico. Companhia Editora
Nacional. São Paulo, 233p.
Maia, J. 1980. Curso de Lavra de Minas – Desenvolvimento. Fundação Gorceix.
Ouro Preto, 133p.
Rzhevsky, V.V. 1987. Opencast Mining Technology and Integrated Mechanization.
Mir Publishers. Moscow, 495p.
Shevyakov, L. s/d. Mining of Mineral Deposits. Foreign Languages Publishing
House. Moscow, 686p.
Soares, P.S.M.; Santos, M.D.C. & Possa, M.V. (Eds.) 2008. Carvão Brasileiro:
tecnologia e meio ambiente.CETEM. Rio de Janeiro,300p.
Lavra a Céu Aberto – Prof. Dwight Soares, IFPB, 2010.
Métodos de Lavra a Céu Aberto - Prof. Júlio César de Souza, UFPE, 2001.
Lavra a Céu Aberto – Prof. Júlio Cesar de Pontes, IFRN, 2008.
Métodos de Lavra a Céu Aberto – Prof. Eduardo Jorge Lira Bonates, UFCG
Fundamentos do Planejamento de Lavra – Prof. Edilson Curi, UFOP

52

Você também pode gostar