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POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SEGURANÇA

Unidade II
3 POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS

A visão mais imediata das políticas públicas é relacionada com o atendimento às necessidades
sociais. São vários os tipos de políticas assim classificadas, ressaltando-se, entre outras, as seguintes:

• as que visam corrigir distorções na distribuição de renda entre os agentes econômicos;

• as dirigidas à cobertura de falhas na educação;

• as voltadas ao atendimento de necessidades de saúde.

3.1 Políticas redistributivas de rendas

As políticas públicas costumam tratar, por exemplo, de problemas coletivos, tais como educação,
saúde, habitação, assistência social, previdência, transportes, saneamento, turismo, esporte, cultura,
segurança, trabalho e emprego.

Entre as questões que envolvem as políticas públicas, as perguntas frequentes feitas são, por exemplo:

• Elas atendem aos cidadãos de forma adequada? Caso contrário, o que deve ser feito para combater
as restrições e barreiras?

• São suficientes os recursos, principalmente os financeiros, para a execução das políticas públicas
de interesse da coletividade? Eles são distribuídos de forma satisfatória?

• Como estão sendo medidos os efeitos dessas políticas públicas?

Lembrete

As políticas públicas de cunho social são constantemente associadas


ao chamado Estado do bem-estar social (welfare state), constituído de
diferentes formas em vários países e regiões do mundo.

Esse tipo de constituição do Estado sofreu várias críticas a partir dos problemas surgidos nas décadas
de 1970 e 1980, em função de seus altos custos, que levavam os governos a aumentarem, cada vez mais,
suas dívidas internas e externas.

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Unidade II

A proposta de solução foi a sua substituição pela ideia do Estado mínimo, que atuaria com pouca
intervenção na economia.

As origens das políticas sociais encontram-se nos movimentos relacionados com os conflitos entre
os interesses do capital e do trabalho, exacerbados a partir da Revolução Industrial, iniciada no século
XVIII.

Como exemplos das variadas alternativas de políticas públicas voltadas ao aspecto social e à
redistribuição de renda destacam-se, entre outras, as voltadas à educação e à saúde, de que trataremos
a seguir.

Historicamente, o Estado brasileiro não cumpriu de forma adequada a sua responsabilidade de


redistribuição social, pois, entre outros fatores, considerava-se até pelo menos a década de 1970 que
o desenvolvimento da produção e o próprio processo de industrialização seriam indutores naturais da
inclusão social.

A CF/1988 alterou essa visão, determinando grandes avanços em termos de políticas e


conquistas sociais.

Muita coisa foi alterada desde essa época até os dias atuais, mas constatam-se, ainda, grandes
dificuldades do poder político no estabelecimento de políticas que reduzam a concentração de riquezas
na sociedade.

3.2 Políticas para a educação

As políticas educacionais estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento sustentável do


País. Várias ações governamentais têm sido adotadas no Brasil para a inclusão e melhora do nível de
atendimento à população, como ocorre na educação profissional (de cunho tecnológico).

Saiba mais

Para obter mais informações sobre o assunto, visite o site do MEC:

<http://portal.mec.gov.br/>.

Além do aspecto desenvolvimentista, que permite a contribuição direta com o aumento da


produtividade do trabalhador, a educação deve ser vista como um dos fortes reforços de cidadania e de
equidade social. A educação com qualidade precisa ser vista como um direito social.

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases, n° 9.394 (LDB), de 20 de dezembro de 1996, estabelece as


orientações relacionadas com a educação no Brasil. O artigo 43 da LDB indica que a Educação Superior
tem por finalidade:
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I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e


do pensamento reflexivo;

II – formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a


inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento
da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;

III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando


ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio
em que vive;

IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos


que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do
ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;

V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional


e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos
que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do
conhecimento de cada geração;

VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em


particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;

VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando


à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996).

Entre os programas governamentais de apoio à educação, em nível federal, podemos citar como
exemplos:

• Prouni: criado em 2004, visa à concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de
graduação e sequenciais de instituições privadas de Ensino Superior a quem não possui diploma
de educação universitária;

• Sisu: prevê o oferecimento de vagas pelas instituições públicas de Ensino Superior para participantes
do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado em 1998, para avaliar o desempenho dos
estudantes no final do período da Educação Básica.

3.3 Políticas para a saúde

A CF/1988 assegurou a universalização da saúde como um dever do Estado. O Sistema Único de


Saúde (SUS) foi criado em 1990 pela Lei n° 8.080, que normatiza:
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• condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde;

• organização e funcionamento dos respectivos serviços;

• direção, gestão, competência e atribuições de cada nível da Federação;

• participação complementar do sistema privado.

Além disso, ligada a ela está a Lei nº 8.142, de 1990, que dispõe sobre participação da comunidade
na gestão do SUS, considerando:

• transferências intergovernamentais de recursos financeiros;

• instituição dos conselhos de saúde.

4 POLÍTICAS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO

4.1 Conceitos relacionados com segurança e saúde no trabalho

A segurança no trabalho é constituída por um elenco de medidas que deve ser adotado pelas
empresas, de forma integrada, visando eliminar ou neutralizar os riscos existentes no ambiente de
trabalho e preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores.

Enquadra-se como saúde ocupacional o conjunto de procedimentos que deve ser adotado pelas
empresas, com base em princípios éticos, morais e técnicos, com o objetivo de garantir a promoção e a
preservação dos trabalhadores.

Como acidente de trabalho, podemos identificar o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa e que possa determinar casos de lesão corporal ou perturbação funcional, levando à morte ou
à perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Os acidentes podem ser classificados em:

• acidente físico – ocorre em situações de serviços à empresa;

• acidente de trajeto – ocorre nas situações em que o trabalhador se desloca de casa para o local de
trabalho ou vice-versa.

A doença profissional é caracterizada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade,


conforme dita a redação da Lei nº 8.213:

[a] doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício


do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência
Social (BRASIL, 1991).
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Podemos citar a silicose, que é uma patologia causada pela inalação de sílica, como exemplo de
doença profissional.

Ainda conforme a Lei nº 8.213, a doença do trabalho é aquela adquirida devido a condições especiais
de realização do trabalho, ou com ele relacionado diretamente: “a doença do trabalho é aquela adquirida
ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente” (BRASIL, 1991). Assim, por exemplo, a perda auditiva (disacusia) por trabalho realizado em
ambientes com excesso de ruídos é um exemplo de doença do trabalho.

Ainda segundo a mesma lei, não são consideradas doenças do trabalho a doença degenerativa, a
inerente a grupo etário, a que não produz incapacidade laborativa e a doença endêmica adquirida por
segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de
exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho (BRASIL, 1991).

Saiba mais

Uma lista completa pode ser encontrada em:

BRASIL. Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana da Saúde.


Doenças relacionadas ao trabalho. Manual de Procedimentos para os
serviços de saúde. Brasília: 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_trabalho1.pdf>. Acesso em: 27
out. 2015.

Ainda é relativamente frequente a ausência ou existência de reduzida segurança no ambiente de


trabalho, o que expõe de forma severa o trabalhador a riscos que podem levar a outros desdobramentos,
afetando áreas e pessoas na empresa e mesmo fora dela. Os dados registrados pelos órgãos oficiais
evidenciam essa questão.

4.2 Acidentes do trabalho

Um acidente pode ser definido como todo evento não programado/planejado, ou seja, indesejável,
que interrompe uma atividade regular, acarretando danos às pessoas e/ou propriedades. Já um incidente
não causa danos. Do ponto de vista legal, somente ocorre acidente se houver lesão.

Para quem está envolvido com a proteção, mesmo o quase acidente deve ser considerado acidente.
Aliás, é importante lembrar que o incidente é um alerta de que existe uma situação de risco que poderia
ter se materializado em um acidente em condições um pouco diferentes.

O acidente sofrido pelo trabalhador, mesmo que fora do ambiente e horário de trabalho, pode ser
determinado por:

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• ato de agressão;

• sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou mesmo por companheiros de trabalho;

• ofensa física e intencional em disputas relacionadas com o trabalho;

• imprudência, excesso de confiança, negligência, falta de atenção ou imperícia, seja de companheiro


de trabalho ou de terceiros;

• casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

• doença proveniente de contaminação acidental pelo empregado no desempenho de suas atividades.

O acidente ocorrido fora do local e horário de trabalho enquadra-se nas situações relacionadas com
a execução de serviços a mando do empregador, como viagem a serviço da empresa, mesmo que para
estudos visando à melhoria de capacitação no trabalho, e independentemente de tratar-se de veículo
coletivo, do empregado ou de propriedade da empresa. O acidente é assim considerado também em
momentos de refeições, descanso ou outras necessidades fisiológicas no local de trabalho.

Como causas dos acidentes, podem ser identificados os atos inseguros, com a exposição consciente
ou não dos trabalhadores aos riscos.

Como exemplos que identificam os atos inseguros, podem ser mencionados:

• levantamento inadequado de cargas;

• permanecer embaixo de cargas suspensas;

• manutenção, lubrificação ou limpeza de máquinas em movimento;

• remoção de dispositivos ou equipamentos de proteção;

• operações de máquinas em velocidades impróprias.

Além dos atos inseguros, é possível admitir também as condições inseguras, que são o meio que
causou ou contribuiu com a ocorrência do acidente. Trata-se, aqui, das falhas, defeitos, irregularidades
técnicas, carências ou ausências de equipamentos de segurança que contribuem para gerar riscos à
integridade física, à saúde dos trabalhadores ou, ainda, danos às instalações relacionadas com o ambiente
de trabalho.

Entre os exemplos que identificam as condições inseguras, podem ser mencionados:

• falta de proteção mecânica;

• condição defeituosa dos equipamentos;

• escadas inseguras;
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• pisos derrapantes ou escorregadios;

• tubulações mal projetadas;

• projetos ou construções inseguras;

• iluminação inadequada;

• ventilação inadequada;

• congestionamentos de máquinas e operadores.

Como consequências de um acidente de trabalho, temos a possibilidade de mortes e lesões pessoais.

4.3 Equipamentos de proteção individual

Algumas preocupações fundamentais podem auxiliar de forma efetiva no combate e, principalmente,


na prevenção desses riscos, conforme a natureza da atividade do empregado. A regulamentação desses
equipamentos de proteção individual é prevista na NR 6. Contudo, o uso do equipamento deve ser a
última opção.

Devem ser mencionadas entre as preocupações com o uso dos equipamentos de proteção individual:

• capacete de segurança – visa proteger a cabeça do empregado contra os riscos e efeitos provocados por:

— fatores meteorológicos, notadamente em situações de trabalho a céu aberto;

— trabalho em local confinado;

— impactos ocasionados por queda ou projeção de objetos;

— queimaduras;

— choque elétrico;

— irradiação solar.

• óculos de segurança – adotado para a proteção dos olhos contra:

— impactos mecânicos;

— partículas volantes;

— exposição a raios ultravioletas, fontes intensas de luz etc.;

— substâncias químicas diversas.

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• abafador de ruído – utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem
ruídos excessivos e pressão sonora acima do previsto na NR 15 para a jornada de trabalho a ser
executada;

• cinto de segurança – usado com a finalidade de resguardar o empregado do risco de quedas em


serviços nos quais exista diferença de nível, obedecendo ao previsto na NR 35;

• blusão, camisa ou calça com tecido apropriado à situação de trabalho – garante, por
exemplo, impermeabilidade;

• luvas de raspa – utilizadas para a proteção das mãos e braços do empregado, por exemplo, contra
choques em trabalhos e atividades com circuitos elétricos energizados.

Observação

Existem vários tipos de luvas de proteção de acordo com o tipo de


atividade do trabalhador.

• máscara filtradora – requerida para a proteção respiratória em atividades e locais que demandem
essa medida;

• vestimenta de proteção tipo apicultor – utilizada para proteção contra picadas de abelhas, vespas,
marimbondos etc.;

• calçado fechado – protege os pés contra torções, escoriações, derrapagens e umidade;

• colete salva-vidas – utilizado para a proteção do empregado contra submersão, facilitando


sua visualização.

Os equipamentos de proteção ao trabalhador são tratados na NR 6. O item inicial (6.1) dessa


norma indica:

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, considera-


se Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto,
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (BRASIL, 2001b).

Essa norma trata do EPI, abordado originalmente na CLT e mais explicitado pelo conjunto das NRs.

É importante lembrar que a atualização da NR 6, incluindo o termo “produto” na definição de EPI,


atendeu ao uso dos cremes protetores, reconhecendo-os, assim, como EPIs.

O EPI deve contar com um certificado de aprovação (CA) que seja regulamentado pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE).
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O CA atesta que um produto está em conformidade com as especificações da Associação Brasileira


de Normas Técnicas (ABNT) e é considerado apto para ser comercializado. Sem o CA, um produto não
será considerado EPI.

Todo EPI deve apresentar, em caracteres indeléveis bem visíveis:

• nome;

• empresa fabricante;

• lote de fabricação;

• número do CA;

• nome do importador (quando for o caso).

A empresa é obrigada a fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito


estado de conservação e funcionamento:

• sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de
acidentes do trabalho ou de doenças ocupacionais;

• enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;

• para atender a situações de emergência.

4.4 A hierarquia das regulamentações trabalhistas

O diagrama a seguir mostra a hierarquia obedecida nas decisões e procedimentos de regulação,


controle e fiscalização do trabalho:

C. F.
Legislativo

Leis
ordinárias
Executivo

N. R.

Figura 2

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De maneira global, temos:

• normas constitucionais;

• normas infraconstitucionais;

• normas infralegais.

Para um bom entendimento dessa hierarquia, deve-se conhecer, em linhas gerais, a organização
federativa do Brasil, com a subdivisão dos Poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário.

O Poder Legislativo tem como figura principal o Congresso Nacional, formado pelas Câmaras dos
Deputados e do Senado.

Figura 3

O Poder Executivo engloba, entre as autoridades federais, os ministérios. Dentre eles, os envolvidos
com SST são:

• Ministério do Trabalho e Emprego;

• Ministério da Previdência Social;

• Ministério da Saúde.

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Figura 4 – Prédios dos ministérios, em Brasília

Por fim, o Poder Judiciário é constituído pelos tribunais federais (STF, STJ, TRF, TST).

Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a publicação e divulgação das NRs.

A base legal fundamental é constituída pelo artigo 7º da Constituição federal de 1988, que indica:
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais [...] redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
de normas de saúde [NR 7], higiene [NR 9] e segurança” (BRASIL, 1988).

Destacamos, com relação à regulação trabalhista e previdenciária, as situações em que o trabalhador


está impossibilitado de prestar os serviços previstos em seu contrato de trabalho por razões de saúde
ou pela ocorrência de acidentes.

Antes, se o trabalhador se mantivesse afastado por mais de 15 dias, iniciaria o recebimento do


benefício pevidenciário (auxílio-doença). Porém, com as medidas provisórias 664 e 665, uma série de
regras de concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas foi alterada. Entre os benefícios que
sofreram mudança, está o auxílio-doença, cujo prazo de afastamento foi estendido de 15 para 30 dias
(período necessário para que o INSS passe a arcar com o auxílio-doença).

Observação

Com as medidas provisórias 664 e 665, torna-se responsabilidade


do empregador o pagamento dos 30 primeiros dias de um eventual
afastamento, por razões de problemas com a saúde ou acidentes.

O auxílio-doença depende do salário de contribuição e do salário de benefício. Com a alteração que


sofreu, o teto do benefício passou a ser a média das últimas 12 contribuições.

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O auxílio-doença é calculado considerando a média dos últimos 15 anos de trabalho (180 últimas
contribuições à Previdência Social).

O salário-benefício corresponde a 80% do salário-contribuição, e o auxílio-doença é concedido à


base de 91% do salário-benefício. Trata-se, assim, de um benefício que substitui o salário.

Se o auxílio-doença for devido a acidente de trabalho, durante os primeiros seis meses, cabe ao
empregador a continuação dos pagamentos dos encargos sociais. Assim, esse período é computado na
contagem de tempo para a futura concessão do benefício previdenciário.

Há, também, o auxílio-acidente, que possui um caráter indenizatório. Ele é recebido no retorno ao
trabalho, se for constatada uma redução de sua capacidade laborativa, junto com o salário regular. O
auxílio-acidente corresponde a 50% do salário regular do trabalhador.

Mesmo em casos de eventuais demissões, esse benefício é recebido até o momento em que o
empregado se aposentar.

4.5 Histórico da preocupação com SST

Hipócrates (o pai da Medicina), em 400 a.C., descreve sintomas do saturnismo (intoxicação do


trabalhador por chumbo).

Figura 5 – Hipócrates (pai da Medicina)

No século I, Plínio menciona a iniciativa dos escravos de utilizar panos para reduzir a inalação de poeira.

Nos séculos XII e XIII, são realizadas as primeiras experiências relacionadas com saúde ocupacional.

Em 1556, George Bauer aborda a silicose pulmonar (asma dos mineiros).

Bernardino Ramazzini, tido como o pai da medicina do trabalho, em 1700, publica a obra De Morbis
Artificum Diatribe, que aborda várias doenças ligadas a cerca de 50 profissões.

No século XVIII, são descobertos muitos problemas de higiene ocupacional – como consequência,
aumenta o número de problemas de saúde relacionados com o trabalho.
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A primeira lei de proteção ao trabalhador é implementada em 1802, na Inglaterra, nos primórdios


da Revolução Industrial. Ela estabelece um limite de 12 horas diárias de trabalho e torna obrigatória a
ventilação do ambiente e a lavagem das paredes das fábricas duas vezes ao ano.

Em 1833, o Parlamento britânico regulamenta o trabalho da criança, naquela que ficou conhecida
como “Lei das Fábricas”.

Observação

Entre as inovações trazidas pela Lei das Fábricas, podemos mencionar:


proibição do trabalho noturno para menores de 18 anos; estabelecimento
dos limites de 9 horas diárias de trabalho para os menores de 13 anos e
de 12 horas diárias de trabalho para os menores de 18 anos; imposição,
para as fábricas, de manter escolas para todos os menores de 13 anos;
idade mínima de 9 anos para o ingresso no trabalho e obrigatoriedade de
atestado médico informando se a criança exercendo ocupação profissional
está tendo um desenvolvimento compatível com sua idade cronológica.

Em 1855, William Farr descobre que a mortalidade entre os fabricantes de vasos é excessivamente
alta e que a fabricação de cerâmica na Inglaterra é uma das atividades mais insalubres.

Em 1869, são instituídas na Alemanha leis responsabilizando os empregadores por lesões ocupacionais.

Em 1878, a legislação estipula requisitos para a implantação de ventilação total e exaustora do


ambiente, visando à remoção de poeiras e fumos.

Saiba mais

Obtenha informações mais detalhadas sobre a Revolução Industrial


consultando:

KERONA. Revolução Industrial. [s.d.]. Disponível em: <http://revolucao-


industrial.info/>. Acesso em: 4 nov. 2015.

Ainda na Inglaterra, em 1834, é nomeado pelo governo o primeiro inspetor médico de fábricas: Dr.
Robert Baker.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é criada em 1919, em Genebra. Atualmente, ela é uma
instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

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No Brasil, em 1910, Oswaldo Cruz dirige pessoalmente os estudos e o combate às epidemias na


ferrovia Madeira-Mamoré.

A primeira lei brasileira sobre acidentes do trabalho é publicada em 1919.

As preocupações com o tratamento sistemático dos acidentes e o desenvolvimento da medicina


no trabalho no Brasil ocorreram com o crescimento urbano e fabril que começou a se tornar mais
expressivo a partir da década de 1920, notadamente em São Paulo.

Entre os registros históricos, destaca-se o surgimento do primeiro médico do trabalho, em São Paulo,
em 1920.

Em 1923, Carlos Chagas cria a Inspetoria de Higiene Industrial.

O Ministério do Trabalho surge em 1930, com as medidas implementadas por Getúlio Vargas, que,
em 1° de maio de 1943, institui a CLT.

Em 1948, é criada a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De 1960 a 1970, surgem os movimentos sindicais com reinvindicações dos trabalhadores na


Alemanha, na França, na Inglaterra, nos Estados Unidos e na Itália.

Na década de 1960, atendendo ao convite do Governo brasileiro, técnicos da OIT estudam as


condições de segurança e higiene do trabalho no País.

Na década de 1970, constata-se que o modelo de atuação da saúde ocupacional não consegue mais
dar respostas a todos os problemas ocasionados pelas mudanças dos processos de trabalho.

Já na década de 1980, observa-se o avanço nos estudos toxicológicos.

A década de 1990, por sua vez, caracteriza-se pela tendência de estabelecer limites de tolerância
cada vez menores.

Saiba mais
No Brasil, têm sido significativos os estudos e pesquisas promovidos
pela Fundação Carlos Chagas, que podem ser conhecidos a partir do site:
<http://www.fcc.org.br/fcc/>.

Em 1977, no governo de Ernesto Geisel, foi promulgada a Lei nº 6.514, com disposições sobre
segurança e medicina do trabalho.

Em 1978, com a Portaria nº 3.214, são estabelecidas as NRs.


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Observação
As Portarias nº 24 e 25, publicadas pelo MTE em 1994, estabelecem
novas redações às NRs 7 e 9, que tratam, respectivamente, do programa de
controle médico de saúde ocupacional (PCMSO) e programa de prevenção
de riscos ambientais (PPRA).

4.6 Legislação trabalhista e previdenciária

De pronto, é importante compreender que muitas das definições legais sobre SST não estão contidas
nas NRs, como é o caso, por exemplo, dos acidentes de trabalho, abordados na Lei nº 8.213/91.

Outro assunto não coberto pelas NRs é o de estabilidade no emprego após a vitimização por acidente
do trabalho. Esse assunto é focalizado no artigo 118 da Lei nº 8.213/91.

Os profissionais da área do trabalho devem se habituar a conviver com uma ampla legislação,
estruturada por variadas leis, normas, instruções, orientações etc. Devem, também, ser aptos a reconhecer
a legislação trabalhista básica.

Além das NRs, as leis ordinárias fundamentais relacionadas com o trabalho são as Leis nº 6.514/77
e 8.213/91:

A Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, deu origem às variadas NRs de saúde e segurança do
trabalho. É a principal lei da SST. Já a Lei nº 8.213/91 define o que se entende por acidente do trabalho
e como deve ser emitida a comunicação de acidente do trabalho (CAT) destinada à Previdência Social.

Além de condições de estabilidade de emprego, a Lei nº 8.213/91 também prevê auxílio-doença


comum ou por acidente do trabalho, aposentadorias, condições de insalubridade etc.

Saiba mais
Informações mais detalhadas sobre algumas profissões (bancários,
serviços frigoríficos etc.) e trabalho da mulher e do menor de idade estão
descritas no título III da CLT. Já os aspectos relacionados com fiscalização e
aplicação de multas é abordado no título VII da mesma lei. Consulte o texto
na íntegra:

BRASIL. Presidência da República. Decreto-lei n° 5.452, de 1° de maio


de 1943. (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT). Rio de Janeiro: 1943.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.
htm>. Acesso em: 27 out. 2015.

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4.7 Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST)

A PNSST foi regulamentada pelo Decreto nº 7.602, de 7 de novembro de 2011. Entre seus
objetivos, estão:

• promoção da saúde;

• melhoria da qualidade de vida do trabalhador;

• prevenção de acidentes e de danos à saúde.

As normas da PNSST cobrem os acidentes que ocorrem no trabalho ou em seu curso.

Lembrete

As políticas públicas sociais do Governo estão estreitamente relacionadas


com as questões focadas na PNSST.

A implementação da PNSST é implementada a partir das ações do Governo relacionadas com trabalho,
produção, consumo, ambiente e saúde, contando com a participação voluntária das organizações que
representam os empregados e empregadores.

Entre os princípios da PNSST, podem ser elencados:

• universalidade;

• prevenção;

• precedência das ações de promoção, proteção e prevenção com relação às de assistência,


reabilitação e reparação;

• diálogo social;

• integralidade.

Os Ministérios do Trabalho e Emprego e da Saúde e Previdência Social são os responsáveis


fundamentais pela implantação da PNSST.

4.8 Órgãos reguladores e fiscalizadores do trabalho

Entre os órgãos reguladores e fiscalizadores do trabalho podem ser mencionadas as funções de


orientação, controle e supervisão da fiscalização, além de outras tarefas inerentes à segurança e à
medicina do trabalho em todo o País.
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Cabe a esses órgãos também a condução da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de


trabalho, conduzida periodicamente, que tem entre seus objetivos fundamentais a prevenção à
ocorrência de riscos e problemas de segurança no trabalho.

Observação

O Ministério do Trabalho e Emprego possui diversas unidades


descentralizadas, situadas em estados e municípios.

No Brasil, o Regulamento da Inspeção do Trabalho é indicado no Decreto nº 4.552, de 27 de


dezembro de 2002.

Consoante o artigo 1º desse decreto:

Art. 1° O Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, a cargo do Ministério


do Trabalho e Emprego, tem por finalidade assegurar, em todo o território
nacional, a aplicação das disposições legais, incluindo as convenções
internacionais ratificadas, os atos e decisões das autoridades competentes
e as convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho, no que
concerne à proteção dos trabalhadores no exercício da atividade laboral
(BRASIL, 2002b).

Entre as entidades que atuam no apoio técnico e legal às políticas do MTE, podem ser mencionados
o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Em âmbito mundial, destaca-se a atuação da OIT, que visa à divulgação de informações e


recomendações internacionais voltadas à proteção dos trabalhadores.

As oito convenções fundamentais da OIT são (OIT, [s.d.]b):

• Convenção sobre o Trabalho Forçado, 1930 (n° 29);

• Convenção sobre a Liberdade Sindical e a Proteção do Direito Sindical, 1948 (n° 87);

• Convenção sobre o Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva, 1949 (n° 98);

• Convenção sobre a Igualdade de Remuneração, 1951 (n° 100);

• Convenção sobre a Abolição do Trabalho Forçado, 1957 (n° 105);

• Convenção sobre a Discriminação (Emprego e Profissão), 1958 (n° 111);

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• Convenção sobre a Idade Mínima para Admissão a Emprego, 1973 (n° 138);

• Convenção sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e a Ação Imediata para a sua
Eliminação, 1999 (n° 182).

Muitas das convenções e regulamentações da OIT estão relacionadas com a segurança, a saúde e as
condições de trabalho.

O Brasil ratificou um total de 82 das 189 convenções da OIT. Validou, assim, todas as convenções
fundamentais, com exceção da nº 87. É importante notar que quando são ratificadas pelo Congresso
Nacional, elas passam a ter caráter compulsório.

Entre as convenções, destaca-se a Convenção nº 155, de 1981, que cobre a segurança e a saúde
dos trabalhadores e do ambiente de trabalho. Há, ainda, a Convenção nº 161, de 1985, que aborda os
conceitos essenciais de saúde e segurança no trabalho.

Saiba mais

Para obter informações mais detalhadas acerca das convenções e


recomendações da OIT, consulte:

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). A OIT no Brasil:


trabalho decente para uma vida digna. Brasília: [s.d.]. Disponível em: <http://
www.justica.sp.gov.br/StaticFiles/SJDC/ArquivosComuns/ProgramasProjetos/
NETP/Relat%C3%B3rio.%20OIT%20no%20Brasil.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

4.9 Inspeção do trabalho

A NR 2 trata da inspeção prévia em novos estabelecimentos ou naqueles que sofreram modificações


significativas em suas instalações, inclusive quanto aos equipamentos em uso.

Objetiva-se, com essa inspeção prévia, eliminar ou reduzir ao mínimo os riscos à integridade
física e à saúde dos trabalhadores, conforme a redação do artigo 160 da CLT (BRASIL, 1943),
que indica que nenhum estabelecimento poderá iniciar as suas atividades sem prévia inspeção
e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente, em matéria de
segurança e medicina do trabalho.

Como indicado na NR 2, no item 2.1 (BRASIL, 1978b) “todo estabelecimento novo, antes de iniciar
suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações no órgão regional do Ministério do
Trabalho e Emprego”. Concluída a inspeção prévia, o órgão regional do MTE emite o certificado de
aprovação das instalações (CAI).

42
POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SEGURANÇA

Saiba mais

Obtenha mais informações sobre a NR 2 consultando seu texto na íntegra:

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora n°


2 – inspeção prévia. Brasília: 1978. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/
images/Documentos/SST/NR/NR2.pdf>. Acesso em: 5 nov. 2015.

Resumo

Abordamos as políticas públicas de cunho social, começando a discussão


por aquelas direcionadas às transferências de renda entre os agentes
econômicos e sociais.

Indicamos que, usualmente, as políticas públicas costumam tratar, por


exemplo, de problemas coletivos, tais como educação, saúde, habitação,
assistência social, previdência, transportes, saneamento, turismo, esporte,
cultura, segurança, trabalho e emprego.

Historicamente, o Estado brasileiro deixou a desejar em suas políticas


de redistribuição social, pois, entre outros fatores, considerava-se, até
pelo menos a década de 1970, que o desenvolvimento da produção e
o próprio processo de industrialização seriam propulsores naturais da
inclusão social. A Constituição de 1988 alterou essa visão, determinando
grandes avanços em termos de políticas e conquistas sociais.

Comentamos um pouco mais detalhadamente as políticas voltadas


à educação, exemplificando o tema com programas como Prouni e Sisu.
Daí, partimos para as políticas públicas relacionadas com o apoio à saúde,
reafirmando que a CF/1988 assegurou a universalização desse direito como
um dever do Estado.

Na sequência, discutimos as políticas específicas voltadas à saúde e à


segurança no trabalho, indicando que se trata de um conjunto de medidas
que deve ser adotado pelas empresas, de forma integrada, para eliminar
ou minimizar os riscos existentes verificados no ambiente de trabalho e
garantir a integridade física e a saúde dos trabalhadores.

Também abordamos as doenças ocupacionais e os acidentes


relacionados com o trabalho, indicando que ainda é relativamente
frequente a ausência de segurança no ambiente de trabalho (ou a
43
Unidade II

existência de segurança muito precária), o que expõe o trabalhador a


riscos e afeta áreas e pessoas na empresa e mesmo fora dela.

Discutimos o que são acidentes e quais suas possíveis causas, procuramos


conceituar os atos e as condições consideradas inseguras no ambiente de
trabalho, detalhamos os chamados EPIs e adentramos na discussão sobre a
hierarquia da legislação trabalhista e previdencial, enfocando os aspectos
de saúde e segurança no trabalho.

Com relação à regulação trabalhista e previdenciária, destacamos as


situações em que o trabalhador está impossibilitado de prestar os seus
serviços por razões de saúde ou pela ocorrência de acidentes. Mencionamos,
além disso, as diferentes formas de indenização aos trabalhadores, de
acordo com o tipo de acidente ocorrido.

A história revela que a preocupação com SST é antiga; citamos alguns


momentos especiais dessa preocupação de modo mais geral no mundo e
mais específico no Brasil.

Consideramos a legislação trabalhista e previdenciária, iniciamos a


discussão sobre a PNSST e comentamos as características e funções dos
órgãos reguladores e fiscalizadores do trabalho no País.

Concluímos a unidade com a abordagem dos processos relacionados


com a fiscalização do trabalho nas unidades e estabelecimentos tanto do
setor privado quanto do público.

Exercícios

Questão 1. Leia o poema a seguir.

Poema da necessidade

É preciso casar João,


é preciso suportar António,
é preciso odiar Melquíades,
é preciso substituir nós todos.

É preciso salvar o país,


é preciso crer em Deus,
é preciso pagar as dívidas,
é preciso comprar um rádio,
é preciso esquecer fulana.
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POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SEGURANÇA

É preciso estudar volapuque,


é preciso estar sempre bêbedo,
é preciso ler Baudelaire,
é preciso colher as flores
de que rezam velhos autores.

É preciso viver com os homens,


é preciso não assassiná-los,
é preciso ter mãos pálidas
e anunciar o FIM DO MUNDO.
Fonte: Andrade ([s.d.]).

Escrito por Carlos Drummond de Andrade, o poema discute as necessidades apresentadas pelos seres
humanos, incluindo as necessidades subjetivas, como o amor e o ódio, por exemplo. Para a atenção das
necessidades sociais não satisfeitas pelo ser humano, são instituídas as políticas sociais, dentre as quais
as que buscam corrigir distorções na distribuição de renda. Estas são denominadas:

A) Políticas de capacitação profissional.

B) Políticas de inclusão social.

C) Políticas de saúde.

D) Políticas educacionais.

E) Políticas redistributivas de renda.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das alternativas

A) Alternativa incorreta.

Justificativa: as políticas de capacitação profissional são orientadas, como o nome sugere, a


desenvolver ações ligadas à qualificação de determinados segmentos. Tais políticas não são organizadas
para intervir em questões vinculadas à renda, mas sim à capacitação profissional.

B) Alternativa incorreta.

Justificativa: as políticas de inclusão social são aquelas destinadas à inserção social, familiar
e comunitária de segmentos excluídos. Contemporaneamente, no entanto, esse termo tem
designado a inclusão de pessoas com deficiência na escola. Assim, essas políticas também não
estão ligadas à renda.

45
Unidade II

C) Alternativa incorreta.

Justificativa: as políticas de saúde são aquelas orientadas para atender as demandas de


saúde apresentadas pela população. Nesse caso, não são ações voltadas a atender problemas
relacionados à renda, mas sim aqueles apresentados no âmbito da saúde.

D) Alternativa incorreta.

Justificativa: as políticas sociais educacionais, como o nome sugere, destinam-se a prover


as necessidades afeitas à área educacional. Essas intervenções não têm como finalidade intervir
junto a aspectos voltados à renda. As ações vinculadas a essas políticas buscam viabilizar o
acesso à educação.

E) Alternativa correta.

Justificativa: as políticas sociais apresentam várias classificações. Dentre elas, temos as políticas
redistributivas de renda, constituídas com a finalidade de corrigir distorções apresentadas na distribuição
de renda.

Questão 2. As políticas sociais contemporâneas possuem diversas especificidades. Dentre as várias


áreas de intervenção possíveis, destacam-se as políticas de saúde e segurança no trabalho. Considerando
o que é idealizado para essa área de atuação, julgue as afirmativas a seguir:

I – A segurança no trabalho é constituída por um elenco de medidas que devem ser adotadas pelas
empresas visando a eliminar ou neutralizar os riscos existentes nesse ambiente.

II – Como acidente de trabalho identificamos aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa que possa determinar casos de lesão corporal ou perturbação funcional, e que aconteça
especificamente no espaço de trabalho.

III – Os acidentes de trabalho recebem uma classificação: conforme o Ministério da Previdência


Social, podem ser divididos em físicos e estáveis.

IV – A saúde ocupacional é o conjunto de procedimentos que deve ser adotado pelas empresas,
elaborado com base em princípios éticos, morais e técnicos, visando à promoção e à preservação
dos trabalhadores.

V – A doença profissional é caracterizada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade,


constante de relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.

Podemos concluir que:

A) São corretas apenas as afirmativas I, II e V.

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POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SEGURANÇA

B) São corretas apenas as afirmativas III, IV e V.

C) São corretas apenas as afirmativas II, III e IV.

D) São corretas apenas as afirmativas I, IV e V.

E) São corretas apenas as afirmativas I, II e IV.

Resolução desta questão na plataforma.

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