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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CAMPUS – PINHEIROS

CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS
PROFESSORA: CÉLIA ROSENTAL

NOME: RAPHAEL TEIXEIRA RODRIGUES DE ALMEIDA


RA: D958437
TURMA: DR3A22

TRABALHO – DO ERRO COMO VÍCIO DO CONSENTIMENTO

I – Introdução
Em se tratar de Vício do Consentimento, vale introduzir a sua
especificidade quanto ao ordenamento jurídico vigente, juntamente com seus
elementos de classificação, visando neste trabalho, o ERRO.
Os Vícios do Consentimento no Direito Civil, dentre os quais está
elencado Erro, culminam na invalidade do negócio jurídico celebrado pela
anulabilidade (nulidade relativa) que determinado vício pode trazer ao negócio
jurídico firmado.

II – Desenvolvimento
Sendo assim, analisa-se o ERRO:
Previsto no art. 138 do Código Civil. Ocorre o Erro, quando uma
pessoa realiza um negócio jurídico sem ter a noção exata sobre uma coisa;
objeto; pessoa ou até mesmo sobre a natureza do próprio negócio jurídico.
Essa falsa realidade faz com que a pessoa realize um negócio jurídico
em que há divergência entre a sua vontade real e a vontade declarada do
negócio jurídico.
O Código Civil irá tratar da mesma forma o Erro e a Ignorância
(Capítulo IV, seção 1).
Erro: Noção inexata de algo.
Ignorância: Total desconhecimento de algo.

III – Hipóteses de Erro no Negócio Jurídico


Existem certas hipóteses sobre o que ocorre com o negócio jurídico em
caso de Erro, e são elas:

a) O negócio jurídico pode ser anulado (art. 138, CC)

b) O negócio jurídico pode ser mantido, por ser um Erro Acidental (art.
142 e 143 do CC)

c) O negócio jurídico pode ser mantido e o Erro pode ser corrigido para
atender a vontade real do manifestante (art. 144, CC)

 Analisando o primeiro caso (a), dispõe o art. 138 do CC: “São


anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade
emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.”

Visto o disposto acima, afirma-se que, o negócios jurídicos podem ser


anulados quando forem realizados com Erro, mas este Erro deve ser
substancial.

O Erro Substancial é aquele que faz com que a pessoa realize o


negócio jurídico sem ter a noção exata da realidade, pois se tivesse,
não teria realizado o negócio jurídico. O Erro Substancial está previsto
no art. 139 do CC.

Percebe-se também que o erro deve ser escusável, ou seja, que


poderia ser cometido por qualquer pessoa de diligência normal, e real
(que causa prejuízo concreto ao interessado).

Temos diversos tipos de Erro Substancial, como por exemplo:

1. Quanto à natureza do negócio jurídico


- Ocorre quando pretende o agente praticar um ato e pratica
outro, ou seja, é aquele que ocorre uma manifestação de
vontade de uma das partes, com a pretensão de celebrar
determinado negócio e pratica outro;

2. Quanto ao objeto de declaração (error in corpore)


- quando a manifestação de vontade incide sobre objeto distinto
daquele que o agente tinha em mente, isto é, acredita estar
adquirindo determinada coisa, mas na realidade está adquirindo
outra (comprar agulhas pensando estar comprando alfinetes).

3. Quanto às qualidades do objeto principal


- Acredita que o objeto do negócio jurídico possui determinada
qualidade que posteriormente se verifica inexistente. Exemplo:
acreditar estar adquirindo bolsa de couro legítimo quando este é
sintético.

4. Quanto à qualidade da pessoa


- Além de se referir à identidade pode se referir as qualidades da
pessoa a quem se refere à declaração de vontade. Vale ressaltar
que o erro quanto à identidade somente é passível de anulação
quando não é possível apurar quem é a pessoa ou coisa a que
se refere à manifestação de vontade, segundo os termos do Art.
142.

 Quanto à segunda hipótese (b), o negócio poderá ser mantido em


hipótese de Erro Acidental, que está previsto nos arts. 142 e 143 do
CC.

O Erro Acidental é aquele que incide sobre um aspecto secundário, ou


acessório, da declaração de vontade.

Considerando que o Erro Acidental incide sobre um aspecto secundário


da declaração de vontade, ele não anula o negócio jurídico, pois se a
pessoa tivesse o conhecimento do Erro, teria realizado o negócio
jurídico mesmo assim.

Existem três tipo de Erros Acidentais:

1. Erro de indicação da pessoa;


2. Erro de indicação de coisa;
3. Erro de cálculo.

Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir


a declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu
contexto se pelas circunstâncias, se puder identificar a coisa ou
pessoa cogitada.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da
declaração de vontade.

 E por fim, quanto à terceira hipótese (c), o Erro pode ser corrigido para
atender a vontade real do manifestante. Está previsto no artigo 144 do
CC.

Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a


pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para
executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

Desta maneira, conclui-se o breve estudo dos Erros Como Vícios do


Consentimento.

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