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2013 Utfpr Port Artigo Siumara Elias Antunes
2013 Utfpr Port Artigo Siumara Elias Antunes
Cadernos PDE
RESUMO
O presente artigo explicita uma síntese das atividades realizadas ao longo do Programa
de Desenvolvimento Educacional, edição 2013, na área de Língua Portuguesa, promovido
pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná em parceria com a Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, tendo como objeto de estudo o processo de letramento
com vistas a melhorar o processo de apropriação da língua escrita e da leitura para os
alunos dos 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Shirlene de Souza Rocha.
O principal objetivo foi desenvolver estratégias que possibilitem o letramento dos alunos,
por meio de práticas significativas de leitura, que possam qualificar as aprendizagens,
além de estimular o gosto pela leitura e pela escrita. Para a efetivação do trabalho foram
realizadas as seguintes ações: Diagnostico, por meio de atividades de leitura e escrita
para levantamento das dificuldades de leitura e escrita dos alunos do 6º ano; exploração
de práticas de leitura, partindo de uma proposta de letramento; exploração do gênero
textual fábula como ferramenta textual, com foco na análise dos os elementos narrativos e
na tessitura dos sentidos no texto; desenvolvimento de um projeto de letramento para
alunos com defasagem na leitura e na escrita. No transcorrer do projeto, foram exploradas
estratégias de leitura adequadas ao gênero em estudo, assim como modelização e
planificação para a produção escrita e para a reescrita de textos.
1. INTRODUÇÃO
ano. Verifiquei que, embora alguns saibam decodificar os signos, não sabem
interpretar; outros apresentam maiores dificuldades, pois não conseguem nem
mesmo decodificar o texto escrito, ou seja, esses alunos não estão alfabetizados.
Diante dessa situação, cabe ao professor de língua portuguesa do 6º ano o
desafio de ensinar os alunos a ler e a registrar suas ideias, sentimentos e
experiências por meio da escrita.
O Colégio Estadual Shirlene de Souza Rocha, doravante CESSR está
inserido em uma localidade muito carente de recursos financeiros e verifica-se um
baixo acompanhamento por parte das famílias, dos estudos das crianças. Muitos
vão para a escola porque lá encontram o alimento do dia, os educandos das
séries iniciais enfrentam o mesmo contexto, convivendo com dificuldades
semelhantes das vivenciadas nas séries finais, uma vez que a escola municipal
das séries iniciais enfrenta a mesma problemática que o CESSR.
Durante anos, esse problema vem sendo transferido para as séries
seguintes, e ainda não há uma proposta efetiva para a solução dessa
problemática. Neste contexto, um projeto de intervenção na realidade escolar, com
foco no letramento dos alunos, é de grande valia visto que o maior desafio é o de
assegurar a apropriação do sistema ortográfico, bem como dar condições para a
prática de leitura de textos que essas crianças possam participar, de forma efetiva,
das práticas sociais em que estão inseridas. Neste sentido, Rojo (2009) ressalta
que “é possível ser não escolarizado e analfabeto, mas participar, sobretudo nas
grandes cidades, de práticas de letramento, sendo, assim, letrado de uma certa
maneira”.
Formar leitores, na contemporaneidade, é contribuir com uma sociedade
mais atuante e comprometida. O processo de apropriação da língua escrita e da
leitura assume, na educação básica, um papel fundamental, pois promove a
inserção na cultura letrada, além de criar condições para que possam
compreender conceitos mais elaborados, os quais resultam no desenvolvimento
de formas sociais de produção de conhecimento.
A leitura é uma prática sociocultural que é aprendida, inicialmente, nas
interações sociais. Entender o letramento de grupos sociais das camadas
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populares pressupõe a análise das práticas de leitura e escrita que fazem parte
dos contextos e instituições em que esses grupos sociais estão inseridos.
Diante do exposto, as intenções desse artigo são: relatar as vivências
obtidas durante as atividades desenvolvidas no Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE entre os anos de 2013 e 2014, orientados pela professora
Maria de Lourdes Rossi Remenche; tecer comentários sobre as discussões
realizadas no Grupo de Trabalho em Rede – GTR; apresentar o projeto de
implementação da unidade didática produzida e as respectivas atividades
desenvolvidas.
O projeto de pesquisa teve por objetivo desenvolver estratégias que
possibilitassem o letramento nos alunos do 6º ano do ensino fundamental,
propondo práticas de leitura, que pudessem intervir na realidade escolar, além de
estimular o gosto pela leitura e pela escrita.
Esse projeto se justifica devido muitos alunos do 6º ano do CESSR que
iniciam os anos finais do ensino Fundamental, apresentarem dificuldades na
leitura, sendo que muitos, não dominam sequer a decodificação de códigos
linguísticos, não produzindo sentido para os textos em estudo. Para tanto, buscou-
se desenvolver estratégias que visem qualificar as práticas de leitura, e
contribuam para o desenvolvimento da competência leitora dos estudantes.
Este módulo visava ativar o conhecimento prévio dos estudantes. Por isso,
inicialmente, o projeto foi apresentado aos alunos do 6º ano, pois eles são os
atores envolvidos diretamente na aplicação das atividades, por isso acredita-se
ser fundamental esse momento. Os alunos se mostraram bastante entusiasmados
com as atividades propostas e colaboraram com ideias para o projeto.
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Outro fato relevante de conversa dessa aula foi que os alunos perceberam
a existência de uma moral em cada fábula e afirmavam a necessidade de colocar
em prática os ensinamentos presentes nas histórias lidas ou ouvidas.
que havia alguma coisa além da alfabetização, que era mais ampla, e até
determinante desta (TFOUNI, 2010, p. 32).
forma, propõe se como um dos objetivos a compreensão dos alunos sobre esse
tema do cotidiano do cidadão. Nessa concepção, Kleiman afirma que as práticas
de leitura e escrita precisam se constituir por
Antes de iniciar a aplicação dessa atividade, foi feita uma recapitulação dos
elementos que compõem a fábula, a fim de que os alunos se familiarizassem com
o gênero em questão. Isso mostrou que de fato a atividade do módulo anterior
surtiu efeito positivo, já que os alunos conseguiram relatar adequadamente quais
os elementos que formam a fábula.
Realizou-se, inicialmente, a leitura oral da fábula “A cigarra e a formiga”
utilizando o power point. Essa atividade também possibilitou acompanhar a leitura
em voz alta e verificar a forma que cada aluno está desenvolvendo esse tipo de
leitura. Sobre isso, concorda-se com Kleiman (2008, p. 151) ao apontar a
necessidade de compreensão do texto lido que se evidencia pela ação da própria
leitura e na qual o aluno tem a possibilidade de
[...] se auto-avaliar constantemente durante o processo para detectar
quando perde o seu fio; é ensinar a utilização de múltiplas fontes de
conhecimento (…). Isso implica em ensinar não apenas um conjunto de
estratégias, mas criar uma atitude que faz da leitura a procura da
coerência. (KLEIMAN, 2008, p. 151)
Para tanto, os alunos foram divididos em dois grupos, sendo que um grupo
defendeu a ação da formiga e o outro defendeu as atitudes da cigarra na fábula. A
atividade Foi muito significativa, pois os alunos procuravam argumentos para
fundamentar suas ideias, relacionando principalmente com suas vivências e
conhecimentos de mundo, além de interpretarem melhor o conteúdo presente na
fábula.
Em outro momento, a turma foi dividida em grupos com quatro alunos para
fazer um debate em pequenos grupos, para, posteriormente, um o grupo em uma
plenária coletiva que ocorreu em forma de uma mesa redonda. Para esse
encaminhamento, os alunos receberam algumas morais atribuídas à fábula “A
cigarra e a formiga”, tais como: “Devemos ajudar o próximo”; “Devemos ajudar uns
aos outros”; “Trabalhe para ganhar”; “Nunca seja vagabundo”; “No mundo a
música é importante”; “É dando que se recebe”; “Guarde hoje para ter amanhã”;
“Ajude o próximo, que Deus o ajudará”; “Quem dá aos pobres empresta a Deus”.
A partir disso, os alunos defenderam suas ideias e em seguida apresentaram à
turma suas considerações.
Após o trabalho com gênero fábula, foi feito a produção (escrita e reescrita)
de fábulas, intitulada “Reconto de Fábulas”, na qual os alunos apresentaram em
forma de um teatro, para todas as turmas da escola.
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Com as produções das fábulas, foi criado um livro da turma que foi digitado,
encadernado e posto à disposição de toda a comunidade escolar na biblioteca da
escola.
Figura 5 – Ilustração das fábulas para o livro produzido
CONSIDERAÇÕS FINAIS
REFERÊNCIAS
3 14 de fevereiro de 2014 2 horas Separar e imprimir as biografias dos escritores Esopo e La Fontaine.
4 De 17 a 21 de fevereiro 2 horas O aluno deverá conhecer as biografias dos escritores Esopo e La
de 2014 Fontaine e ainda levá-los à relembrar que as fábulas os acompanham
desde a infância.
5 Dia 24 de fevereiro 4horas Separar as fábulas que serão usadas nas aulas e digitá-las.
Correção das atividades anteriores.
6 De 24 a 28 de fevereiro 4 horas Desmontar o texto (fábula) e verificar as partes que o compõem
de 2014 (narrador, caracterização do personagem, tempo, espaço, tipo de
discurso).
7 05 de março de 2014 5 horas Produzir em power point a fábula da cigarra e a formiga, as questões
de análise linguística e a proposta de produção. Correção das
atividades anteriores.
8 De 05 a 7 de março de 4 horas Investigar se eles já conhecem a fábula a ser trabalhada, relembre os
2014 elementos que compõem este gênero textual e durante a leitura
investigar a leitura oral, pontuação e entonação e corrigir durante a
leitura.
9 10 de março de 2014 3 horas Organizar as questões do debate, bem como o quadro explicativo,
com a definição do texto figurativo e temático. Correção das
atividades anteriores.
10 De 10 a 19 de março de 04 horas Promover um debate em sala de uma maneira saudável e agradável,
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