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emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de
lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§
lo, 2º e 3º);
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º);
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º);
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º).
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado
a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual
de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de
outubro de 1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto
no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição,
previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime
hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) homicídio qualificado;
1 - Homicídio
No homicídio, o caráter hediondo é conferido em duas hipóteses:
a) Homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de
extermínio, ainda que cometido por um só agente.
O dispositivo, em verdade, não menciona expressamente que se trata de
homicídio simples, mas essa conclusão é inexorável porque, na segunda
parte do dispositivo, considera-se hedionda toda e qualquer forma de
homicídio qualificado. Assim, a hipótese em análise é de configuração
improvável, uma vez que, em regra, o homicídio praticado em atividade
típica de grupo de extermínio apresenta alguma qualificadora (motivo
torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima etc.) e, em tais casos, a
existência da qualificadora já torna o delito hediondo. O dispositivo,
contudo, atende aos reclamos da sociedade no sentido de uma punição
mais severa sempre que houver conduta dessa natureza.
b) Homicídio qualificado.
O caráter hediondo abrange todas as formas de homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, I a VII, do CP).
Em tais dispositivos, o legislador elegeu uma série de circunstâncias
como configuradoras de maior gravidade no homicídio. Os critérios
utilizados no texto legal para considerar o delito qualificado permitiram
que a doutrina realizasse a seguinte classificação: a) qualificadoras
quanto aos motivos do delito; b) quanto aos meios mais gravosos
empregados; c) quanto ao modo de execução; d) decorrentes da
conexão com outro crime.
O Pacote Anticrime acresceu o inciso VIII do §2º do art. 121 do Código
Penal no inciso I do art. 1º da Lei dos Crimes Hediondos. Entretanto, não
Crimes Hediondos
3 - Roubo
A redação original da Lei 8.072/90 considerava hediondo apenas o
latrocínio, posto que, não obstante ser um crime contra o patrimônio,
atinge também a integridade física da vítima, se tornando, assim, um
delito mais grave, evado, portanto, de hediondez. O Pacote Anticrime
passou a considerar hediondo não só o latrocínio, mas também outras
formas de roubo, encerrando, pela primeira vez, a hediondez de um
delito unicamente patrimonial.
Agora, integram esse rol as seguintes figuras:
a) o roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima
(artigo 157, §2º., inciso V, CP), conhecido como uma das modalidades
do chamado “sequestro – relâmpago”. Hipótese, portanto, de novatio
legis in pejus, sem força retroativa.
b) o roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (artigo 157,
§2º.–A, inciso I, CP) ou pelo emprego de arma de fogo de uso
proibido ou restrito (artigo 157, §2º.–B, CP). Esta última figura foi
acrescida ao Código Penal também pela própria Lei 13.964/19. Igual
hipótese de novatio legis in pejus, sem força retroativa.
c) o roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte
(artigo 157, §3º., I e II, CP). Mantida a qualificação como hediondo do
chamado “latrocínio”, ora designado tecnicamente como roubo
qualificado pelo resultado morte, acrescenta-se também o roubo
qualificado pelo resultado lesão grave, sendo, neste ponto, novatio legis
in pejus, sem retroação. É de se observar que quando a lei se refere a
Crimes Hediondos
“lesões graves”, alude “às lesões graves em sentido amplo (artigo 129,
§§ 1º. e 2º.), abrangendo as lesões graves em sentido estrito e também
as doutrinariamente denominadas “lesões gravíssimas”.
Assim, pode-se concluir que para os casos ocorridos antes do início de
vigência da chamada “Lei Anticrime”, somente será considerado
hediondo o “latrocínio” ou roubo qualificado pela morte. Todas as
inclusões procedidas, configuram novatio legis in pejus, sem força
retroativa.
4 - Extorsão
A redação anterior da Lei 8.072/90 previa como hediondo apenas a
extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º, do Código Penal), por
ser considerado um delito mais grave, eivado, portanto, de hediondez.
A redação atual, passou a considerar hediondo extorsão qualificada pela:
a) restrição da liberdade da vítima, com
- ocorrência de lesão corporal
- ocorrência de morte
Com o Pacote Anticrime passou a ser previsto como hediondo somente o
crime de extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima,
bem como esta em ocorrendo lesão grave ou morte, com expressa e
induvidosa indicação somente do artigo 158, §3º, CP.
Dessa maneira, a única infeliz conclusão a que se pode chegar é que a
extorsão em geral não é considerada como crime hediondo,
mesmo aquela qualificada pela morte ou lesão grave, não sendo
acompanhada de sequestro.
Trata-se de aplicação inequívoca do Princípio da Legalidade. E desta
feita, não há falar em alguma desproporção, ao menos interna à
extorsão, pois aquela considerada como hedionda será a mais gravosa,
ou seja, a em que ocorre também o sequestro.
Observe-se ainda que também a extorsão com sequestro prevista na
parte inicial do artigo 158, §3º, CP é hedionda, mesmo havendo apenas
lesões leves ou ausência de lesões, uma vez que a redação separa com
vírgulas as situações do sequestro, das lesões e da morte.
Ademais, cabe observar que, de forma errônea, a lei menciona
“ocorrência de lesões corporais”, quando, na verdade, as lesões previstas
no §3º do artigo 158, CP são apenas as graves ou gravíssimas.
No caso da extorsão com sequestro, pode haver lesões leves ou mesmo
ausência de lesões e o crime continuará a ser hediondo por previsão
expressa e autônoma na primeira parte do inciso III do artigo 1º., da Lei
8.072/90 com nova redação dada pela Lei 13.964/19.
Crimes Hediondos
6 – Estupro
O estupro simples (caput), bem como suas formas qualificadas pela
lesão grave ou morte (§§ 1º e 2º), é considerado crime hediondo. Esse
inciso V recebeu nova redação em decorrência da Lei n. 12.015/2009.
Como o texto atual menciona expressamente a figura do art. 213, caput,
do Código Penal, encerrou-se em definitivo a polêmica em torno de ser
ou não hedionda a figura simples do estupro.
7 - Estupro de Vulnerável
Cuida-se de figura criminosa criada pela Lei n. 12.015/2009, consistente
em ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de
14 anos, com deficiente ou enfermo mental que não tenha o necessário
discernimento para a prática do ato, ou com pessoa que, por qualquer
outra causa, não pode oferecer resistência (pessoa em coma, em
avançado grau de embriaguez, a quem foi ministrado sonífero etc.).
Evidente que, também nas hipóteses qualificadas pela lesão grave ou
morte, o crime é considerado hediondo.
O crime configura-se pela prática do ato sexual com pessoa definida
como vulnerável no texto legal, independentemente do emprego de
violência ou grave ameaça e ainda que a vítima alegue ter concordado
com a relação sexual, uma vez que esse consentimento é considerado
inválido.
11 – Furto
Sem correspondência na redação original da Lei dos Crimes Hediondos, o
inciso IX, do art. 1º da Lei 8.072.90, inaugura a previsão de uma das
modalidades do crime de furto no rol dos crimes hediondos, vejam:
Art. 1º, IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A).
Antes desta novidade legislativa, o crime de furto não estava contido, em
nenhuma de suas formas, no rol de hediondez.
Ocorre que a Lei 13.654/28 incluiu o §4º-A no art. 155 do Código Penal,
a primeira modalidade de furto que alia o delito patrimonial à exposição
da vida e da integridade física das pessoas a perigo, o que tornou essa
modalidade de furto um delito considerado mais grave.
Crimes Hediondos
12 – Genocídio
O art. 1º da Lei n. 2.889/56 pune quem, com a intenção de destruir,
no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso:
a) mata membros do grupo;
b) causa lesão grave à integridade física ou mental em membros do
grupo;
c) submete intencionalmente o grupo a condições de existência capazes
de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) adota medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) efetua a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo.
O art. 2º pune a associação de mais de três pessoas para a prática dos
crimes mencionados no artigo anterior, e o art. 3º incrimina quem incita,
direta e publicamente, alguém a cometer qualquer dos crimes de que
trata o art. 1º.
O texto da Lei n. 8.072/90 contém um equívoco, pois confere caráter
hediondo aos crimes de genocídio previstos nos arts. 1º, 2º e 3º, da Lei
n. 2.889/56, quando, em verdade, apenas a figura do art. 1º consiste
efetivamente em genocídio. Nos demais dispositivos, encontram-se os
delitos de associação e incitação. Qual, então, seria a solução?
Considerar hediondas todas as figuras, levando em conta que os
números dos artigos foram mencionados na Lei n. 8.072/90, ou apenas o
delito que consiste efetivamente em genocídio? Parece-nos que a última
solução é a correta.
Alguns exemplos:
• armas, munições, acessórios e equipamentos iguais ou que possuam
alguma característica do material bélico usado pelas Forças Armadas
nacionais;
• calibres .357 Magnum, 9 Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44
Magnum, .45 Colt e .45 Auto;
• armas de fogo automáticas de qualquer calibre.
Os parágrafos 1º e 2º do art. 16 também são considerados crimes
hediondos ou apenas o caput?
Prevalece que tanto o caput como os parágrafos do art. 16 da Lei nº
10.826/2003 são hediondos. Isso porque a nova redação do parágrafo
único do art. 1º da Lei nº 8.072/90 fala de forma genérica no “art. 16 da
Lei nº 10.825, de 22 de dezembro de 2003”, não restringindo ao caput.
Ora, os parágrafos compõe o art. 16 não se podendo ser excluído salvo
se houvesse uma demonstração clara do legislador de que ele pretendia
referir-se unicamente ao caput.
15 - Organização Criminosa
Passa também a prever como crime hediondo, a Lei 13.964/19, o crime
de organização criminosa, quando direcionada esta à prática de
crimes hediondos ou equiparados. Observe-se que então não é
Crimes Hediondos
que justifique sua decisão. Assim, mesmo que ele seja reincidente, por
exemplo, poderá o juiz deixar de decretar sua prisão por ocasião da
condenação recorrível, caso entenda que não existe necessidade
imediata de encarceramento.
É evidente que, se o réu esteve preso durante a instrução, por
estarem presentes os requisitos da prisão preventiva, o juiz, ao
condená-lo, deverá verificar se continuam ou não presentes tais
requisitos. Caso persistam os motivos, deverá manter o condenado no
cárcere.
Obs.: A regra do art. 2º, § 3º, da Lei n. 8.072/90 se aplica apenas aos
crimes hediondos, à tortura e ao terrorismo, pois, em relação ao tráfico
de drogas, o art. 59 da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas) prevê que o
réu poderá apelar em liberdade, se for primário e de bons antecedentes.
Teoricamente, de acordo com tal dispositivo, se o juiz condenar um
traficante reincidente que estava solto, deve determinar que se recolha
à prisão para apelar. Ocorre que havia regra idêntica no art. 594 do
Código de Processo Penal, determinando a prisão em tais casos, se a
condenação fosse por qualquer espécie de crime inafiançável,
dispositivo que acabou sendo revogado pela Lei n. 11.719/2008, que
passou a prever a necessidade de prisão por ocasião da sentença
recorrível, apenas se surgirem razões específicas para tanto no caso
concreto (art. 387, parágrafo único, do CPP). Assim, embora a Lei de
Drogas seja especial, na prática, passou-se a adotar o mesmo
entendimento, no sentido de ser o réu preso apenas se o juiz entender
que é necessária a decretação da prisão preventiva por ocasião da
sentença (para garantia da ordem pública ou para assegurar a aplicação
da lei penal).
Em suma, quer se trate de crime hediondo, tortura, terrorismo ou tráfico
de drogas, na prática, não existe mais a necessidade de se determinar
compulsoriamente a prisão em caso de condenação em 1º grau, quando
o réu respondeu solto à acusação. Por sua vez, se estava preso durante
a instrução, só deverá ser solto se, excepcionalmente, cessaram os
motivos que justificaram a manutenção no cárcere durante o transcorrer
da ação.
PRISÃO TEMPORÁRIA
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de
dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30
(trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.
A prisão temporária, decretada quando imprescindível para as
investigações do inquérito policial, terá prazo de trinta dias
prorrogável por mais trinta — em caso de extrema e comprovada
necessidade — quando se tratar de crime hediondo, tráfico de
Crimes Hediondos
ESTABELECIMENTOS PENAIS
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta
periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.
Os condenados por crimes hediondos e assemelhados deverão cumprir
pena em estabelecimentos penais de segurança máxima. De acordo com
o disposto no art. 3º da Lei, a União manterá estabelecimentos penais,
de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a
condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.