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Revisão de Introdução aos

Circuitos Elétricos
Disciplina: Circuitos Elétricos
Prof. Leonardo R.A.X de Menezes
ENE-FT-UnB
Sumário
• Conceitos Básicos
• Componentes de Circuito
• Leis de Kirchoff
• Circuitos Resistivos
• Técnicas de Resolução
• Teoremas de Circuito
Conceitos Básicos
• Nossos circuitos serão:
– Lineares
– Invariantes no Tempo
• Além disto teremos com objetivo em
Circuitos Elétricos analisar circuitos
dinâmicos
– Utilizando Laplace e Fourier para evitar
resolver Equações Diferenciais Ordinárias
Conceitos Básicos
• Elemento linear
– Satisfaz duas propriedades
• Superposição
𝑣1 = 𝑓(𝑖1 ) 𝑣2 = 𝑓(𝑖2 )
– Se

𝑣1 + 𝑣2 = 𝑓(𝑖1 + 𝑖2 ) = 𝑓(𝑖1 ) + 𝑓(𝑖2 )


– Então
• Homogeneidade
– Se 𝑣1 = 𝑓(𝑖1 )

𝑘𝑣1 = 𝑓(𝑘𝑖1 ) = 𝑘𝑓(𝑖1 )


– Então
Conceitos Básicos
• Elemento invariante no tempo
– Tem sua relação constitutiva (relação entre
as variáveis de circuito) invariante a uma
translação no tempo
𝑣(𝑡 + 𝜏) = 𝑓(𝑖(𝑡 + 𝜏))

– qualquer t. Ou seja, este dispositivo


apresenta o mesmo comportamento ao ser
ligado agora ou daqui a quinze minutos.
Conceitos Básicos
• Elementos de circuito mais utilizados
são:
• resistor, capacitor (novidade), indutor, fontes
dependentes e independentes.
– Este elementos são descritos por:
– Símbolos: é a representação gráfica do elemento em
questão
– Relações Constitutivas: é a representação
matemática do elemento em questão. Descreve o
relacionamento entre corrente e tensão no elemento
– Convenção de sinal: indica se o elemento é passivo
ou ativo. É fundamental para a resolução correta do
circuito.
Componentes de Circuito
• Resistor
– Ligação direta entre as variáveis de corrente
e tensão de circuito
• código de cores para leitura
Componentes de Circuito

• Resistor
– Este elemento tem como efeito fundamental a
dissipação térmica de energia.
• A corrente que flui pelo elemento é unicamente
definida pela tensão dissipada entre seus terminais.
• Símbolo:

• Relação constitutiva:
– Caso genérico 𝑣(𝑡) = 𝑟(𝑖(𝑡))

𝑣(𝑡) = 𝑅𝑖(𝑡)
– Caso linear
Componentes de Circuito
• Resistor
– Convenção:

– Convenção passiva: corrente flui do terminal


positivo para o negativo.
Componentes de Circuito
• Fontes Independentes
– Este elemento tem como efeito fundamental o
fornecimento de energia ao circuito em que
está ligado.
• Dois tipos: tensão e corrente.
• As fontes são independentes quando a variável de
circuito gerada é independente da variável
restante.
– Exemplo: uma fonte de corrente independente gera
somente corrente. A tensão que irá surgir nos seus
terminais depende do circuito a que está ligada.
Componentes de Circuito
• Fontes Independentes
– Podem ser reais ou ideais.
• As fontes reais incluem outros elementos de
circuito para modelar de forma mais adequada seu
funcionamento
• As fontes ideais tem somente os elementos
geradores sem outros elementos de circuito
Componentes de Circuito
• Fontes independentes
– Fonte de tensão ideal
• Símbolo:

• Relação constitutiva:

𝑣(𝑡) = 𝑣0 (𝑡)
• Convenção:

• Convenção ativa: corrente flui do terminal negativo


para o positivo.
Componentes de Circuito
• Fontes independentes
– Fonte de tensão real
• Símbolo:

• Relação constitutiva:
𝑣(𝑡) = 𝑣0 (𝑡) − 𝑟𝑖(𝑡)

• Convenção:
– Mesma da fonte ideal
Componentes de Circuito
• Fontes independentes
– Fonte de corrente ideal
• Símbolo:

• Relação constitutiva:

𝑖(𝑡) = 𝑖0 (𝑡)
• Convenção:

• Convenção ativa: corrente flui do terminal negativo


para o positivo.
Componentes de Circuito
• Fontes independentes
– Fonte de corrente real
• Símbolo:

• Relação constitutiva:
𝑣(𝑡)
𝑖(𝑡) = 𝑖0 (𝑡) −
𝑟

• Convenção:
– Mesma da fonte ideal
Componentes de Circuito
• Fontes dependentes
– Fonte de tensão controlada a corrente
– Fonte de tensão controlada a tensão
– Fonte de corrente controlada a corrente
– Fonte de corrente controlada a tensão
Leis de Kirchhoff
• Para resolvermos um circuito genérico
temos de definir suas ligações. Vamos
considerar o seguinte arranjo de fios

1 3

2
Leis de Kirchhoff
• O elemento 1 (verde) e chamado de ramo
(note que ele conecta um elemento a
somente outro elemento)
• O elemento 2 (vermelho) e chamado de
nó (note que ele conecta vários ramos)
• O elemento 3 (laranja) e chamado de laço
(note que ele realiza um percurso
fechado)
Leis de Kirchhoff
• Na realidade podemos descrever da
seguinte forma:
– O nó conecta diversos ramos em um único
ponto
– O laço conecta diversos ramos fazendo um
percurso fechado e não percorrendo o
mesmo nó mais de uma vez
– O ramo contem somente um elemento de
circuito e e conectado aos nós
Leis de Kirchhoff
• Portanto, podemos descrever qualquer
circuito utilizando esta nomenclatura
– Quando descrevemos os nós dos circuito e
os elementos entre cada nó, estamos
descrevendo o circuito
• Esta descrição fornece a topologia do
circuito.
• De posse da topologia e das relações
constitutivas estamos quase prontos.
Leis de Kirchhoff
• Vamos fazer um exemplo simples:
– Considere o circuito

– Temos o nó 1 e o nó 2
• Entre o nó 1 e o nó 2 temos uma fonte (ramo A)
• Entre o nó 1 e o nó 2 temos um resistor (ramo B)
Leis de Kirchhoff
• Para estarmos prontos só falta saber
como e que as tensões e correntes se
comportam nos nós e laços.
• Já sabemos como se comportam nos
ramos - relações constitutivas
• Na realidade só precisamos saber como
– A corrente se comporta nos nós
– A tensão se comporta nos laços
Leis de Kirchhoff
• Usando a Lei de Faraday das equações
de Maxwell
𝑑
• ‫𝐸 ׯ‬ത ∙ 𝑑 𝑙 ҧ = − ‫׭‬ 𝐵ത ∙ 𝑑 𝑆ҧ
𝑑𝑡
• E a Lei de Conservação de Carga
𝑑
• ‫ 𝐽 װ‬ҧ ∙ 𝑑 𝑆ҧ = ‫װ‬ ഥ
𝐷 ∙ 𝑑 𝑆ҧ
𝑑𝑡
• Podemos expressar estas grandezas
físicas em função de grandezas de circuito
Leis de Kirchhoff
• A tensão entre dois pontos a e b é dada
por:
𝑏
• 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 = − ‫𝐸 𝑎׬‬ത ∙ 𝑑𝑙 ҧ
• A corrente que atravessa uma superfície
aberta S1 é dada por:
• 𝐼 = ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑 𝑆ҧ
1
Leis de Kirchhoff
• Já os termos remanescentes são fluxos
• Fluxo Elétrico:
• 𝜓𝑒 = ‫𝐷 װ‬ഥ ∙ 𝑑 𝑆ҧ
• Fluxo Magnético:
• 𝜓𝑚 = ‫𝐵 ׭‬ത ∙ 𝑑 𝑆ҧ
Leis de Kirchhoff
• Portanto em um percurso fechado abcda,
a Lei de Faraday:
𝑑
• ‫𝐸 ׯ‬ത ∙ 𝑑 𝑙 ҧ = ‫׭‬ 𝐵ത ∙ 𝑑 𝑆ҧ
𝑑𝑡

𝑏 𝑐 𝑑 𝑎 𝑑
• ‫𝐸 𝑎׬‬ത ∙ 𝑑𝑙 + ‫ 𝑙𝑑 ∙ 𝐸 ׬‬+ ‫ 𝑙 𝑑 ∙ 𝐸 ׬‬+ ‫𝐸 ׬‬ത ∙ 𝑑𝑙 ҧ = −
ҧ
𝑏
ത ҧ ത
𝑐
ҧ
𝑑 ‫׭‬ 𝐵ത ∙ 𝑑 𝑆ҧ
𝑑𝑡

• Se torna:
𝑑𝜓𝑚
• − 𝑉𝑏 − 𝑉𝑎 − 𝑉𝑐 − 𝑉𝑏 − 𝑉𝑑 − 𝑉𝑐 − 𝑉𝑑 − 𝑉𝑎 = −
𝑑𝑡
Leis de Kirchhoff
• A expressão anterior pode ser reescrita
como:
𝑑𝜓𝑚
• σ𝑎𝑏𝑐𝑑𝑎 𝑉 =
𝑑𝑡
• Que significa:
– A soma das tensões no percurso fechado
abcda é igual a taxa de variação do fluxo
magnético
Leis de Kirchhoff
• No caso das correntes temos, por
exemplo, uma junção de fios de áreas S1,
S2, S3 e S4.
• 𝑖1 = ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑 𝑆ҧ
1

• −𝑖2 = ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑 𝑆ҧ
2

• −𝑖3 = ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑 𝑆ҧ
3

• 𝑖4 = ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑 𝑆ҧ
4
Leis de Kirchhoff
• Portanto, pela lei de conservação de
carga:
𝑑𝜓
• ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑𝑆ҧ + ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑𝑆ҧ + ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑𝑆ҧ + ‫ 𝐽 𝑆׭‬ҧ ∙ 𝑑𝑆ҧ = 𝑒
1 2 3 4 𝑑𝑡

• Que se torna:
𝑑𝜓𝑒
• 𝑖1 − 𝑖2 − 𝑖3 + 𝑖4 =
𝑑𝑡
• Ou:
𝑑𝜓𝑒
• 𝑖1 + 𝑖4 = 𝑖2 + 𝑖3 +
𝑑𝑡
Leis de Kirchhoff
• A expressão anterior pode ser reescrita
como um somatório:
𝑑𝜓𝑒
• σ𝑠𝑎𝑒𝑚 𝑑𝑜 𝑛ó 𝑖 = σ𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑚 𝑛𝑜 𝑛ó 𝑖 +
𝑑𝑡
• Que significa:
– A soma das correntes que saem do nó é igual
a soma das corrente que entram no nó e a
taxa de variação do fluxo magnético
Leis de Kirchhoff
• Portanto de uma forma geral, as Leis de
Kirchhoff são
• Lei de Kirchhoff de tensão:
𝑑𝜓𝑚
• σ𝑉 =
𝑑𝑡
• Lei de Kirchhoff de corrente:
𝑑𝜓𝑒
• σ𝑖 =
𝑑𝑡
Leis de Kirchoff
• Estas leis são genéricas e valem para
qualquer tipo de circuito em qualquer
frequência.
– No entanto, elas podem ser simplificadas
para o caso que as frequências são baixas os
suficiente para desprezarmos os termos do
lado direito (para circuitos DC isto é sempre
verdade)
𝑑𝜓𝑚 𝑑𝜓𝑒
– Ou seja: ≈ 0𝑒 ≈0
𝑑𝑡 𝑑𝑡
Leis de Kirchoff
• Desta forma temos as Leis de Kirchoff
simplificadas
– Lei de Kirchoff das tensões (LKT)
–σ𝑉 = 0
– Lei de Kirchoff das correntes (LKC)
–σ𝑖 = 0
• Utilizaremos esta formulação ao
longo de todo o curso.
Leis de Kirchoff
• Em termos das definições anteriores as
leis dizem o seguinte
– LKT (LKT):
• A soma das tensões em um laço (percurso
fechado) é zero
– LKC (LKC):
• A soma das correntes que entram e saem de
um nó é zero
Circuitos Resistivos
• Sumarizando:
– Circuitos DC são analisados a partir das Leis
de Kirchoff simplificadas
– Circuitos DC não tem capacitores (aberto) e
indutores (curto)
– Circuitos DC lineares são circuitos resistivos
lineares
– Circuitos resistivos lineares de baixas
frequências tem resposta proporcional para
AC e DC
Técnicas de Resolução
• Para resolver circuitos temos duas
técnicas principais:
– Análise Nodal – Baseado em LKC (lei de
Kirchoff das Correntes)
– Método dos Laços – Baseado em LKT (lei de
Kirchoff das Tensões)
• Não são as únicas possíveis, mas são as
mais usadas
– Principalmente para simplificar
Análise Nodal
• Como o próprio nome diz:
– A análise nodal se concentra em resolver
circuitos baseados nas equações dos nós
• Portanto a Lei de Kirchoff utilizada na análise
nodal é LKC
• De forma bem simples
– Aplica-se LKC nos nós
– Substituem-se as correntes pelas relações
constitutivas
– Resolve-se o circuito para as tensões
Análise Nodal
• Repetindo:
– LKC (aplica-se LKC em todos os nós menos
um - este será o chamado nó de referência -
terá a tensão arbitrária de zero)
– Utilizam-se as relações constitutivas (as
correntes conhecidas são substituídas por
seus valores e as desconhecidas pelas leis
dos elementos – no caso de resistores, a Lei
de Ohm)
– Resolve-se o sistema de equações para a
tensão
Análise Nodal
• Um exemplo fala mais do que mil
palavras: Considere o caso a seguir
Análise Nodal
• Temos três nós (1,2 e 3). O nó 3 é
considerado o nó de referência
• Calculamos a Lei de Kirchhoff das
Correntes nos nós:
• Nó 1:
• 𝑖𝑅1 + 𝑖𝑅2 = 𝑖𝑅3
• Nó 2:
• 𝑖𝑅3 + 𝑖𝑅4 = 𝑖0
Análise Nodal
• Verificamos as relações constitutivas (Leis
dos Elementos)
𝑉1 𝑉1
𝑖𝑅1 = = 𝐺1 𝑉1 𝑖𝑅2 = = 𝐺2 𝑉1
𝑅1 𝑅2
• 𝑉2 −𝑉1 𝑉2
𝑖𝑅3 = = 𝐺3 𝑉2 − 𝑉1 𝑖𝑅4 = = 𝐺4 𝑉2
𝑅3 𝑅4
Análise Nodal
• A seguir substituímos as relações
constitutivas nas Leis de Kirchhoff de
Corrente:
𝑖𝑅1 + 𝑖𝑅2 = 𝑖𝑅3
• Nó 1:
𝐺1 𝑉1 + 𝐺2 𝑉1 = 𝐺3 𝑉2 − 𝑉1
𝑖𝑅3 + 𝑖𝑅4 = 𝑖0
• Nó 2:
𝐺3 𝑉2 − 𝑉1 + 𝐺4 𝑉2 = 𝑖0
Análise Nodal
• Por fim temos um sistema linear de duas
equações, com duas incógnitas (V1 e V2)
para ser resolvido:
• 𝐺1 + 𝐺2 + 𝐺3 𝑉1 − 𝐺3 𝑉2 = 0
• −𝐺3 𝑉1 + 𝐺3 + 𝐺4 𝑉2 = 𝑖0
– Podemos representar este sistema utilizando
matrizes
𝐺1 + 𝐺2 + 𝐺3 −𝐺3 𝑉1 0
=
−𝐺3 𝐺3 + 𝐺4 𝑉2 𝑖0
Análise Nodal
• A diagonal principal resulta na soma de
todas as condutâncias associadas ao nó
em questão
– Por exemplo
• No 1: temos três condutâncias associadas G1, G2
e G3
• O primeiro elemento é a soma destas
condutâncias

𝐺1 + 𝐺2 + 𝐺3 −𝐺3 𝑉1 0
=
−𝐺3 𝐺3 + 𝐺4 𝑉2 𝑖0
Análise Nodal
• No 2: O elemento da diagonal principal é a
soma das condutâncias ligadas ao nó 2
– Por exemplo:
• No 2: Condutâncias G3 e G4

𝐺1 + 𝐺2 + 𝐺3 −𝐺3 𝑉1 0
=
−𝐺3 𝐺3 + 𝐺4 𝑉2 𝑖0
Análise Nodal
• Os elementos restantes são negativo da
soma das condutâncias entre o nó em
questão e outro nó
– Por exemplo
• Entre o nó 1 e o nó 2 tem a condutância G3

𝐺1 + 𝐺2 + 𝐺3 −𝐺3 𝑉1 0
=
−𝐺3 𝐺3 + 𝐺4 𝑉2 𝑖0
Análise de Laços
• A análise dos nós consiste
– Aplicação do LKC e substituição das relações
constitutivas
– Resolução do sistema para as tensões nodais
• E a análise dos laços consiste
– Aplicação de LKT e substituição das relações
constitutivas
– Resolução do sistema para as correntes de
laço
Análise de Laços
• A análise dos laços merece um exemplo
bem explicado
– Considere o circuito a seguir
Análise de Laços
• Para aplicar a análise dos laços vamos
primeiro numerar os laços que vemos

1 2
Análise de Laços
• Depois vamos considerar o sentido do
LKT (horário)

1 2
Análise de Laços
• No primeiro LKT temos
−𝑉1 + 𝑉𝑅1 + 𝑉𝑅3 + 𝑉𝑅2 = 0

• No segundo LKT temos


−𝑉𝑅3 + 𝑉2 + 𝑉𝑅4 + 𝑉𝑅5 = 0

• Vamos considerar agora que o LKT do


laço 1 é causado por uma corrente I1 indo
no sentido horário e o LKT do laço 2 é
causado por uma corrente I2 no mesmo
sentido
Análise de Laços
• Neste caso teremos as relações
constitutivas
𝑉𝑅1 = 𝑅1 𝑖1
𝑉𝑅2 = 𝑅2 𝑖1
𝑉𝑅3 = 𝑅3 𝑖1 − 𝑖2
𝑉𝑅4 = 𝑅4 𝑖2
𝑉𝑅5 = 𝑅5 𝑖2
Análise de Laços
• Note que VR3 é causado por duas
correntes circulando sobre o resistor R3
(uma no sentido positivo da corrente (i1) e
outra no sentido negativo da corrente (i2)
– Portanto o LKT se torna

−𝑉1 + 𝑅1 𝑖1 + 𝑅3 𝑖1 − 𝑖2 + 𝑅2 𝑖1 = 0

−𝑅3 𝑖1 − 𝑖2 + 𝑉2 + 𝑅4 𝑖2 + 𝑅5 𝑖2 = 0
Análise de Laços
• Rearranjando as equações temos
– Primeiro laço

𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 𝑖1 − 𝑅3 𝑖2 = 𝑉1

– Segundo laço

−𝑅3 𝑖1 + 𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅5 𝑖2 = −𝑉2
Análise de Laços
• Montando em um sistema de equações
𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 −𝑅3 𝑖1 𝑉1
=
−𝑅3 𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅5 𝑖2 −𝑉2

• Note a similaridade com o sistema da


análise nodal
– A diagonal principal é a soma das
resistências no laço
– Os elementos restante são as somas das
resistências entre os laços
Uma forma geral
• Como explicado estas não são as únicas
técnicas.
– Podemos utilizar LKC (LCK) e LKT (LTK)
junto com as relações constitutivas e resolver
mesmo assim
– Para tanto temos que arbitrar algumas
convenções
• Exemplo: Corrente saindo é positiva e o laço de
LKT (LTK) é positivo no sentido horário
• Pode ser diferente, o importante é seguir a
convenção
Uma forma geral
• Exemplo
Uma forma geral
• Exemplo
– LKT LKC
𝑖𝑅1 + 𝑖𝑅2 − 𝑖𝑅3 = 0
−𝑉𝑅1 + 𝑉𝑅2 = 0 𝑖𝑅3 + 𝑖𝑅4 − 𝑖0 = 0
−𝑉𝑅2 − 𝑉𝑅3 + 𝑉𝑅4 = 0

– Relações Constitutivas
𝑉𝑅1 = 𝑅1 𝑖𝑅1 ⇒ 𝑉𝑅1 − 𝑅1 𝑖𝑅1 = 0
𝑉𝑅2 = 𝑅2 𝑖𝑅2 ⇒ 𝑉𝑅2 − 𝑅2 𝑖𝑅2 = 0
𝑉𝑅3 = 𝑅3 𝑖𝑅3 ⇒ 𝑉𝑅3 − 𝑅3 𝑖𝑅3 = 0
𝑉𝑅4 = 𝑅4 𝑖𝑅4 ⇒ 𝑉𝑅4 − 𝑅4 𝑖𝑅4 = 0
Uma forma geral
• Exemplo – Montando o sistema
1 1 −1 0 0 0 0 0 𝑖𝑅1 0
0 0 1 1 0 0 0 0 𝑖𝑅2 𝑖0
0 0 0 0 −1 1 0 0 𝑖𝑅3 0
0 0 0 0 0 −1 −1 1 𝑖𝑅4 0
−𝑅1 0 0 0 1 0 0 0 =
𝑉𝑅1 0
0 −𝑅2 0 0 0 1 0 0 𝑉𝑅2 0
0 0 −𝑅3 0 0 0 1 0 𝑉𝑅3 0
0 0 0 −𝑅4 0 0 0 0 𝑉𝑅4 0
Uma forma geral
• Esta forma de solução pode ser utilizada
tanto com fontes de corrente, quanto de
tensão
• É a mais genérica
– Mas precisa da inversão de uma matriz bem
maior que nos casos nodais ou de laço
• Em outras palavras: o sistema de equações é
maior
Teoremas de Circuito
• Superposição
• Dualidade
• Transformação de Fonte
• Teorema de Thevenin
• Teorema de Norton
• Máxima Transferência de Potência
Superposição

• O teorema da superposição é valido somente para


circuitos lineares
– Essencialmente ele diz:
• Seja um circuito com N elementos lineares conectados em uma
topologia arbitraria a K fontes de tensão e/ou corrente
independentes
• A resposta deste circuito a K fontes independentes [é equivalente a
soma das respostas de K circuitos aonde em cada um K-1 fontes
diferentes foram colocadas em repouso.

𝐼 = 𝐺(𝑣1 + 𝑣2 + 𝑣3 +. . . +𝑣𝑘 ) = 𝐺(𝑣1 ) + 𝐺(𝑣2 ) + 𝐺(𝑣3 )+. . . +𝐺(𝑣𝑘 )


Superposição

• Em português: como o circuito é linear podemos nos


valer da propriedade de superposição da linearidade
para resolver o circuito
– Como: vamos supor um circuito com duas fontes independentes
quaisquer. O que o teorema diz é que a resposta do circuito a
estas duas fontes é igual a soma das respostas dos circuitos
aonde cada uma das fontes foi desligada alternadamente
• Exemplo
Superposição

• Podemos resolver este circuito através de


superposição
– Fica mais fácil de utilizar os métodos que já
conhecemos

– =
Superposição

• Portanto o principio da superposição pode


ser utilizado com fontes independentes e
transformar o problema de várias fontes
diferentes em um problema mais simples
– Sem o uso do supernó ou da supermalha
Superposição
• Resolvendo os dois circuitos podemos
encontrar a resposta final como a soma
das duas respostas!
Dualidade
• A dualidade é um resultado que diz que se as equações
montadas para a tensão tem uma forma e as equações
para a corrente tem a mesma forma, então os circuitos
são duais.
– Em outras palavras se eu substituir I por V, R por G eu terei o
mesmo resultado.
– Exemplo fonte de tensão real e fonte de corrente real

𝑉𝑆 − 𝑅𝑖 = 𝑉 𝑖𝑆 − 𝐺𝑣 = 𝑖
Transformação de Fonte

• O que leva a outra pergunta


– Sabemos que os circuitos são duais. Mas sob que condições os
dois são equivalentes para uma carga genérica R
• No caso da fonte de corrente - ela precisa apresentar a mesma
tensão da fonte de tensão
• No caso da fonte de tensão - ela precisa apresentar a mesma
corrente da fonte de corrente
Transformação de Fonte
• A tensão que R apresenta para as fontes
e:
𝑅 𝑅𝑅𝑦
𝑉= 𝑉𝑆 𝑉= 𝑖𝑆
𝑅 + 𝑅𝑥 𝑅 + 𝑅𝑦

• De modo similar a corrente que R


apresenta para as fontes e
𝑉𝑆 𝑅𝑦
𝑖= 𝑖= 𝑖𝑆
𝑅 + 𝑅𝑥 𝑅 + 𝑅𝑦
Transformação de Fonte
• Como tem que valer para qualquer valor
de R, façamos os caso aonde R
corresponde aos casos mais extremos:
• R=0 – comparamos as correntes
𝑉 𝑉𝑆 𝑅𝑦
• 𝑖= lim 𝑆 = 𝑖 = lim 𝑖𝑆 = 𝑖𝑆
𝑅→0 𝑅+𝑅𝑥 𝑅𝑥 𝑅→0 𝑅+𝑅𝑦

• R infinito – comparamos as tensões


𝑅 𝑅𝑅𝑦
• 𝑉= lim
𝑅→∞ 𝑅+𝑅𝑥
𝑉𝑆 = 𝑉𝑆 𝑉 = lim
𝑅→∞ 𝑅+𝑅𝑦
𝑖𝑆 = 𝑅𝑦 𝑖𝑆
Transformação de Fonte
• Portanto as duas fontes são iguais se e
somente se:
𝑉𝑆 = 𝑅𝑦 𝑖𝑆 = 𝑅𝑥 𝑖𝑆 𝑅𝑥 = 𝑅𝑦

– Portanto se as resistências das fontes forem


iguais e a tensão da fonte de tensão for igual
ao produto da corrente da fonte de corrente
pela resistência da fonte
• As duas são iguais!
Transformação de Fonte
• Qual a vantagem deste teorema?
– Podemos transformar uma fonte de tensão
em uma fonte de corrente e vice-versa
– Isto permite simplificar alguns dos circuitos
que analisamos
Teorema de Thevenin

• O teorema de Thevenin é um dos mais


importantes de circuito:
– Qualquer circuito linear resistivo com fontes
independentes pode ser substituído por uma
combinação série de uma fonte de tensão
Voc e resistência Req, onde Voc e a tensão
de circuito aberto entre seus terminais e Req
é a resistência equivalente vista de seus
terminais quando todas as fontes
independentes estão em repouso
Teorema de Thevenin

• Isto e muito importante pois diz que


qualquer circuito linear com fontes
independentes pode ser substituído por
– Onde R é Req
– Onde Vs é Voc
Teorema de Norton
• O teorema de Norton e o dual do teorema
de Thevenin e diz que:
– Qualquer circuito linear resistivo com fontes
independentes pode ser substituído por uma
combinação paralela de uma fonte de
corrente Isc e resistência Req, onde Isc é a
corrente de curto circuito entre seus terminais
e Req é a resistência equivalente vista de
seus terminais quando todas as fontes
independentes estão em repouso
Teorema de Norton
• Se prestarmos atenção veremos que o
teorema de Norton é o dual do teorema de
Thevenin
– Ele explica para uma fonte de corrente o que
já foi mostrado para uma fonte de tensão
– O ponto mais interessante diz a respeito de
como podemos calcular o equivalente de
Norton e de Thevenin de um circuito
Teorema de Norton
• Da mesma forma que Thevenin, qualquer
circuito linear com fontes independentes
pode ser substituído por
– Onde Is é Isc
– Onde R é Req
Teorema de Norton
• A vantagem dos teoremas de Norton e
Thevenin está em simplificar o calculo de
circuitos
• Mas como aplicá-los na prática
Teorema de Norton
• Ora sabemos que os dois são
equivalentes portanto isto só á válido se e
somente se
𝑉𝑂𝐶
𝑉𝑂𝐶 = 𝑅𝑒𝑞 𝑖𝑆𝐶 𝑅𝑒𝑞 =
𝑖𝑆𝐶

• Ou seja se calcularmos a corrente de


curto circuito e a tensão de circuito aberto
temos a resistência equivalente
Teorema de Norton
• Vamos aplicar a uma caso prático
– Qual o Thevenin em relação a terminal AB
Teorema de Norton
• Vamos aplicar a uma caso pratico
– Passo 1 calcular tensão de circuito aberto
• Divisor de tensão simples

𝑅2
𝑉𝑜𝑐 = 𝑉𝑆
𝑅1 + 𝑅2
Teorema de Norton
• Vamos aplicar a uma caso pratico
– Passo 2: calcular a corrente de curto-circuito
• Ligamos através de um fio o terminal AB e
calcularmos a corrente que passa por ele

𝑉𝑆
𝐼𝑠𝑐 =
𝑅1
Teorema de Norton
• Vamos aplicar a uma caso pratico
– Passo 3: calcular a resistência equivalente
• Dividimos a tensão de circuito aberto pela corrente
de curto circuito

𝑅2
𝑉𝑜𝑐 𝑅1 + 𝑅2 𝑉𝑆 𝑅1 𝑅2
𝑅𝑒𝑞 = = =
𝐼𝑠𝑐 𝑉𝑆 𝑅1 + 𝑅2
𝑅1
Teorema de Norton
• Agora podemos obter tanto Thevenin
como Norton do circuito pois temos
– Tensão de Circuito aberto
– Corrente de Curto Circuito
– Resistência equivalente
Máxima Transferência de
Potência
• O teorema da máxima transferência de
potência é um dos mais úteis de circuitos.
– Ele diz
• A máxima transferência de potência da fonte para
uma carga RL ocorre quando a carga é igual a
resistência equivalente de Thevenin Req
Máxima Transferência de
Potência
• Para provar este teorema consideremos
um circuito genérico que é substituído
pelo seu equivalente de Thevenin
Máxima Transferência de
Potência
• A tensão e corrente na carga R são
𝑅 𝑉𝑆
𝑉= 𝑉𝑆 𝐼=
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅

• Portanto a potência é:
𝑅 2
𝑃 = 𝑉𝐼 = 2 𝑉𝑆
𝑅𝑒𝑞 + 𝑅
Máxima Transferência de
Potência
• Fazendo
𝑅
𝛼=
𝑅𝑒𝑞

• Temos
𝛼 𝑉𝑆 2 𝛼
𝑃= 2
= 𝑃
2 𝑑𝑖𝑠𝑝
1+𝛼 𝑅𝑒𝑞 1+𝛼
Máxima Transferência de
Potência
• Ora: a pode variar de zero até infinito
– O maior valor de potencia será encontrado
derivando a equação em relação a a e
igualando a zero.
• Fazendo isto temos

𝑑𝑃 𝛼 1+𝛼 2− 2𝛼 1 + 𝛼
= 𝑃
2 𝑑𝑖𝑠𝑝
= 4
𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝 = 0
𝑑𝛼 1+𝛼 1+𝛼
Máxima Transferência de
Potência
• A solução é claro e a=+1 e a=-1
– A segunda solução resulta em potência
infinita e apenas indica que a carga esta
gerando energia própria
– A primeira solução diz que a resistência R
deve ser igual a Req para que a potencia
transferida seja máxima
𝑅
𝛼= =1⇔𝑅
𝑅𝑒𝑞
= 𝑅𝑒𝑞
Máxima Transferência de
Potência
• Outro ponto interessante é saber qual é o
valor desta potência
– Substituindo

1 𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝
𝑃= 2 𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝
=
1+1 4
Conclusão
• Revisados os conceitos gerais de
introdução aos circuitos elétricos
– Conceitos Básicos
– Métodos de resolução
– Teoremas de Circuito

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