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RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido para discussão e análise das relações de trabalho entre as
empresas startups de aplicativos de carona como por exemplo a UBER. Objetivo: discutir o
novo modelo de economia compartilhada de transporte de passageiros e conflitos trabalhistas
entre Uber e motoristas de aplicativo. Metodologia: trata-se de uma pesquisa teórica, a partir
da análise de dados extraídos de documentos oficiais ou não oficiais, legislação,
jurisprudência, livros, artigos, teses e dissertações especializadas sobre o tema. Resultados:
em alguns países como na Inglaterra houve uma decisão polêmica na qual houve
reconhecimento de vínculo trabalhista entre o Uber e os motoristas de aplicativo e foi criado
uma nova categoria de trabalhadores eventuais onde os direitos trabalhistas foram
determinados. No Brasil, há atualmente no Congresso Nacional o desenvolvimento de um
projeto que concede direitos trabalhistas aos motoristas de aplicativos. O senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP) apresentou em março/2021 ao Senado um projeto (PL 974/2021) que
concede direitos trabalhistas para motoristas de aplicativos, inclusive aos que fazem entregas
por bicicleta ou outros meios de transporte.
Dessa forma, este artigo tem como objetivo discutir o novo modelo de economia
compartilhada de transporte de passageiros e conflitos trabalhistas entre Uber e motoristas de
aplicativo. A respeito da metodologia abordada, trata-se de uma pesquisa teórica, a partir da
análise de dados extraídos de documentos oficiais ou não oficiais, legislação, jurisprudência,
livros, artigos, teses e dissertações especializadas sobre o tema.
Com o passar do tempo surgiram diversos aplicativos que tem como pressuposto de
viabilizar a economia compartilhada de serviço ao simplificar a contratação de mão de obra
através da tática de comunicação no âmbito cibernético, onde, tanto o prestador quanto o
1
“Über (com trema) é uma palavra de origem alemã, cujo significado é idêntico a “above” (acima, em cima ou
sobre, na tradução para o português). No entanto, quando foi passada para o inglês americano, a palavra sofreu
algumas alterações, se tornando uma gíria. Seu significado em inglês varia entre super, o máximo, o melhor, o
top. A partir disso, é possível identificar o motivo do nome do aplicativo ser esse: a empresa pode ter escolhido
o termo para valorizar o seu trabalho e por considerá-lo o melhor de todos – literalmente.” (MARQUES, 2019)
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De acordo com Guimarães e Lira (2017, p.3) “O termo “celetista” deriva da sigla CLT (Consolidação das Leis
do Trabalho) e costuma ser utilizado para denominar o empregado contratado pelo Regime da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT).”
tomador de serviços possuem alcance à diversas probabilidades de contratação, que são
melhores do que as possibilidades de contratação no sistema tradicional de indicação de
pessoal. O notável aplicativo criado pela empresa Uber, na cidade de São Francisco na
Califórnia no ano de 2009, tendo como fundadores Garrett Camp e Travis Kalanick, possui
como finalidade, de acordo com Garcia (2020, p.12-13) “[..] realizar a interligação de
passageiros que buscam transporte individual de qualidade, sendo acessível e personalizado,
nos quais os motoristas que se encontram desempregados, tenha a oportunidade de ganhar
uma renda extra com o seu próprio veículo.”
O aplicativo disponibiliza serviços como o Black, de carros de luxo; o X, dos modelos mais
populares; e o Pool, que tem como sugestão o compartilhamento de viagens entre diferentes usuários
que possuem destinos similares. Além disso, depois de adquirir investimentos de empresas famosas,
houve a expansão na área de atuação da Uber. Disponibilizando atualmente serviços de entrega de
alimentos, transporte de carga e tem como parceiros, laboratórios para o desenvolvimento de
tecnologias para carros autônomos.
[...] para ser um motorista do Uber, basta cadastrar-se, fato que gera preocupação
entre sindicatos e empresas do setor. Motoristas Uber não cobram diretamente por
carona, mas recebem uma remuneração diretamente da empresa baseada na duração
e distância da corrida. Por esse motivo, o modelo é também chamado de carona
remunerada.
Sendo dessa forma diferente do táxi tradicional e com isso existe uma grande disputa
de direitos na nossa legislação para trabalhadores do UBER.
UBERIZAÇÃO
Na segunda década do século XXI, com a tecnologia se tornando cada vez mais
presente em nossas vidas, surge no ambiente de trabalho o fenômeno da “uberização”. Antes
de falarmos mais sobre esse tema, é importante analisar dois modelos de trabalho: fordismo e
toyotismo.
Em 1980, surge a palavra “uberização'', que veio para nomear um novo modelo de
trabalho, o qual trouxe mudanças ao estatuto do trabalho e na organização e controle dele.
Esse fenômeno se caracteriza principalmente pela ausência de vínculo direto com o
trabalhador, onde ele assume outras responsabilidades.
Apesar de como citado acima a Uber ter sido pioneira no transporte privado
individual, surgiram depois diversas outras empresas como o 99 Passageiro; o Ifood e Rappi
que são aplicativos de entrega sob demanda.
Por conseguinte, deve-se tomar cuidado com esse fenômeno, pois como ocorreu a
predominância do fordismo ao invés do toyotismo, a propensão é que as empresas cada vez
mais se adequam a esse novo modelo de trabalho, já que ele tem um grande potencial e pode
proporcionar uma fuga a proteção trabalhista.
A pessoalidade visa garantir que toda relação empregatícia seja desempenhada pelo
empregado pessoalmente, ou seja, apenas pela pessoa que foi contratada, honrando assim o
contrato. Está diretamente ligada com o requisito de pessoa física, o qual veda qualquer tipo
de indivíduo jurídico, ou seja, o trabalhador tem que ser sempre ser uma pessoa física, se for
uma PJ, será um contrato de prestação de serviços entre empresas.
“Isto é, o serviço deve ser prestado por pessoa física, tendo em vista que não tem como uma
pessoa jurídica ser empregada/funcionária, o que ocorre com as pessoas jurídicas são as
entabulações de contratos, como os de prestação de serviços, por exemplo. Assim, para que
se configure como empregado, deve, obrigatoriamente, se tratar de pessoa física.”
“A não eventualidade se evidencia pelo fato de que o trabalho deve ser prestado de
forma habitual, ou seja, de maneira contínua. Ressalta-se que a CLT não determina que os
serviços sejam prestados todos os dias da semana, podendo ser semanal, quinzenal, mensal,
desde que haja uma habitualidade. A título de exemplo, o empregado que trabalha toda
segunda, quarta e sexta caracteriza a habitualidade, pois é contínua a prestação de serviços
nesses dias, pois a não eventualidade determina que o empregado trabalhe de maneira
habitual.”
A Uber quer ser considerada uma empresa de tecnologia, declarando que fornece
apenas a utilização da plataforma, no entanto, a verdade é que sem o trabalho constante dos
motoristas a empresa não funcionaria, por essa razão essa relação tem gerado diversas
discussões sobre o assunto, tendo como resultado a resposta de que há sim uma relação de
trabalho, já que quando se analisa a forma como funciona toda a plataforma fica evidente que
existe um vínculo de empregatício, pois ela atende aos 5 requisitos necessários para assim ser
nomeada.
Muitos usuários do Uber usam o site “ Reclame Aqui” na tentativa de serem ouvidos
pela empresa e deixar outros usuários ciente do que pode acontecer. Porém nenhuma das
23.778 reclamações foram respondidas, deixando transparecer um total descaso com seus
clientes. Ao analisar o artigo de Silva e Machado3, que tem como objetivo “analisar a
percepção de qualidade dos usuários da Uber no que se refere às dimensões de
confiabilidade, responsividade, segurança, empatia e tangibilidade”(SILVA, MACHADO,
2020). Nota-se que existe muitos comentários negativos deixando assim mais pessoas
desconfiadas e com medo de utilizar tal serviço, neste artigo foi realizada a coleta de dados
nos comentários públicos feitos por usuários da Uber na plataforma de download do
aplicativo na Play Store para poder analisar a percepção de qualidade dos usuários da Uber
no que se refere às dimensões de confiabilidade, responsividade, segurança, empatia e
tangibilidade. Abaixo será mostrado como foi coletado e usado as informações neste artigo:
3
SILVA, Luís Matheus Tavares; MACHADO, Diego de Queiroz. ANÁLISE DAS DIMENSÕES DA
QUALIDADE DO SERVIÇO NA UBER A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS SEUS USUÁRIOS. 2020.
Disponível em: https://www6.univali.br/seer/index.php/ra/article/view/14771/pdf. Acesso em: 3 ago. 2021.
Os comentários extraídos foram primeiramente catalogados em uma planilha do
software Microsoft Excel (versão 16) e posteriormente analisados com o auxílio do software
Atlas.ti (versão 7.5.4). A unidade de análise escolhida foi a frase. Porém, como alguns
comentários não possuíam sentido completo em apenas uma dessas unidades, em alguns
casos se utilizou do comentário completo para a realização da análise. Ao todo, foram
analisados 404 comentários diferentes, tendo como categorias de análise as cinco dimensões
da qualidade trabalhadas por Parasuraman et al. (1985, 1988, 1993). Elas foram divididas
entre positivas, no caso de o usuário julgar o serviço como satisfatório, e negativas, caso o
comentário possuísse julgamento insatisfatório quanto à qualidade. A Figura 3 descreve as
dimensões segundo essa classificação.
http://www.spell.org.br/documentos/ver/62567/analise-das-dimensoes-da-qualidade-do-servico-na-uber-a-partir-da
-percepcao-dos-seus-usuarios/i/pt-br
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CANALTECH. Uber: "seu motorista particular". Disponível em:
https://canaltech.com.br/empresa/uber/. Acesso em: 17 jul. 2021.
file:///C:/Users/admlocalcselab/Downloads/NovasFormasOrganiza%C3%A7%C3%A3o%20-
%20Artigo%20(3).pdf
file:///C:/Users/admlocalcselab/Downloads/8793-67655850-1-PB%20(1).pdf
file:///C:/Users/admlocalcselab/Downloads/TCC%20Marcelo%20Adriano%20Conceição%20
(2).pdf