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Expediente editorial

Diretor Geral
Ordem social e
progresso tecnológico
Rafael Peregrino da Silva
rperegrino@linuxmagazine.com.br
Editores
Flávia Jobstraibizer
fjobs@linuxmagazine.com.br

EDITORIAL
Kemel Zaidan
kzaidan@linuxmagazine.com.br Qualquer governo que se preze tem como função primária a definição
Editora de Arte
Larissa Lima Zanini
de regras (legislação) e a normatização de procedimentos que garantam
llima@linuxmagazine.com.br sua correta execução. Em uma sociedade multiconectada como a atual,
Estagiário
Felipe Brumatti Sentelhas em que paulatinamente o desenvolvimento tradicional da Tecnologia da
fsentelhas@linuxmagazine.com.br
Informação e Comunicação recebe novos contornos, cedendo lugar ao
Colaboradores
Adalberto Nobiato Crespo, Alessandra Zoucas, Ange-
trabalho colaborativo, com o uso mais disseminado dos padrões abertos
la Alves, Aqueo Kamada, Celso Penteado de Barros, e do compartilhamento de informações, tornam-se cada vez mais pre-
Clenio F. Salviano, Corinto Meffe, Débora Reis, Giancar-
lo Stefanuto, Jarbas Lopes Cardoso, Leonardo Bar- mentes as demandas por soluções de TI que atendam às necessidades
çante, Maiko Spiess, Marcello Thiry, Marcelo Pessôa,
Marcius Fabius Henriques de Carvalho, Miguel Ar- específicas das mais diversas instituições governamentais. A busca por
gollo Junior, Márcia R. M. Martinez, Mario Jino, Pau-
la Drummond de Castro, Paulo Marcos Siqueira Bue-
alternativas já funcionais em determinado órgão da máquina estatal que
no, Pérsio Penteado Pinto Martins, Sueli A. Varani. possam ser utilizadas pela administração pública em geral é praticamente
Anúncios: compulsória, uma vez que leva à redução de gastos, minimiza a multi-
Rafael Peregrino da Silva (Brasil)
anuncios@linuxmagazine.com.br plicidade de esforços e racionaliza a gestão dos recursos de informática.
Tel.: +55 (0)11 3675-2600
Por causa de um histórico de instabilidade econômica, hiperinflação,
Penny Wilby (Reino Unido e Irlanda)
pwilby@linux-magazine.com
complexidade tributária e reserva de mercado de tecnologia, o parque tec-
Amy Phalen (América do Norte) nológico no Brasil desenvolveu, ainda nos anos 1980, instrumentos computa-
aphalen@linuxpromagazine.com
cionais próprios para evitar a derrocada de sua economia, o que garantiu um
Hubert Wiest (Outros países)
hwiest@linuxnewmedia.de enorme avanço em serviços de automação bancária e governança monetária.
Diretor de operações Com tanta tecnologia acumulada, não é de se estranhar que houvesse
Claudio Bazzoli
cbazzoli@linuxmagazine.com.br várias iniciativas de compartilhamento de softwares desenvolvidos pelo setor
Na Internet: público desde esse período, algo que, entretanto, custou a se concretizar, devi-
www.linuxmagazine.com.br – Brasil
www.linux-magazin.de – Alemanha
do a uma série de dificuldades administrativas e técnicas. Faltavam conceitos,
www.linux-magazine.com – Portal Mundial normativas e estruturas adequadas que ensejassem o trabalho colaborativo
www.linuxmagazine.com.au – Austrália
www.linux-magazine.es – Espanha dentro da esfera governamental. Em 2005, entretanto, o Governo Federal
www.linux-magazine.pl – Polônia
www.linux-magazine.co.uk – Reino Unido licenciou a solução de inventário de hardware e software CACIC (Confi-
www.linuxpromagazine.com – América do Norte
gurador Automático e Coletor de Informações Computacionais), desen-
Apesar de todos os cuidados possíveis terem sido tomados
durante a produção desta revista, a editora não é responsável
volvida pela Dataprev, sob a segunda versão da licença GPL em português.
por eventuais imprecisões nela contidas ou por consequências Em pouco tempo, uma extensa comunidade de usuários, desenvolvedores
que advenham de seu uso. A utilização de qualquer material da
revista ocorre por conta e risco do leitor. e prestadores de serviço formou-se em torno da solução, o que assentou as
Nenhum material pode ser reproduzido em qualquer meio, em bases para a definição do conceito de Software Público e para a sua materia-
parte ou no todo, sem permissão expressa da editora. Assu-
me-se que qualquer correspondência recebida, tal como car- lização com o Portal do Software Público Brasileiro (SPB). Seis anos depois,
tas, emails, faxes, fotografias, artigos e desenhos, sejam for-
necidos para publicação ou licenciamento a terceiros de forma a publicação da Instrução Normativa nº 01, em 17/01/2011, dispõe sobre os
mundial não-exclusiva pela Linux New Media do Brasil, a me-
nos que explicitamente indicado.
procedimentos para o desenvolvimento, a disponibilização e o uso do SPB.
Linux é uma marca registrada de Linus Torvalds. Hoje, mais de 50 soluções já foram disponibilizadas no Portal, há mais de
Linux Magazine é publicada mensalmente por: 100 mil usuários cadastrados nele, bem como uma grande quantidade de
Linux New Media do Brasil Editora Ltda.
Rua São Bento, 500 empresas cadastradas como prestadores de serviços para essas soluções –
Conj. 802 – Sé
01010-001 – São Paulo – SP – Brasil
para algumas delas, são quase 200, espalhadas por todo o território nacional!
Tel.: +55 (0)11 3675-2600 O Software Público está capacitando digitalmente órgãos governa-
Direitos Autorais e Marcas Registradas © 2004 - 2011–:
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mentais e empresas públicas e privadas em todo o país, servindo de
Impressão e Acabamento: RR Donnelley
Distribuída em todo o país pela Dinap S.A.,
instrumento de consolidação da ordem social nos municípios aonde
Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. chega e trazendo efetivamente progresso tecnológico aos mais distan-
Atendimento Assinante
tes rincões do Brasil. Com isso, o SPB faz valer o mote estampado na
www.linuxnewmedia.com.br/atendimento
São Paulo: +55 (0)11 3675-2600 bandeira da nação e torna o futuro cada vez mais presente! E esta edi-
Rio de Janeiro: +55 (0)21 3512 0888
Belo Horizonte: +55 (0)31 3516 1280 ção especial da Linux Magazine pretende fornecer a você, leitor, os
ISSN 1806-9428 Impresso no Brasil subsídios para se tornar um partícipe dessa (r)evolução. Aproveite! ■

Rafael Peregrino da Silva


Diretor de Redação

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 3


Linux Magazine Especial #06
ÍNDICE

INTRODUÇÃO
O Software Público Brasileiro 28
O Portal do Software Público Brasileiro é uma
iniciativa pioneira do Governo Federal que já serve
de modelo para outros países do mundo.

CAPACIDADE DE PROCESSOS
Melhoria de serviços no Software Público Brasileiro 30
Conheça o Modelo de Capacidade de Processos
para Prestação de Serviços do SPB..

DESENVOLVIMENTO
Boas práticas para desenvolvimento de software 32
É necessário seguir uma dinâmica eficiente de desenvolvimento
de soluções colaborativas para o Software Público Brasileiro.

PORTAL DO SOFTWARE PÚBLICO BRASILEIRO


Análise das soluções 34
Análise de todas as soluções disponíveis no Portal do Software Público Brasileiro para você e para sua empresa.

4 www.linuxmagazine.com.br
LICENÇAS
Se a liberdade é vantajosa, adote-a de imediato! 06
A Licença Pública de Marca oferece uma alternativa para que marcas
de produtos e serviços possam ser usadas e reproduzidas de forma
mais livre, promovendo com maior vigor a atividade econômica.

ENTREVISTA
Tecnologia à brasileira 08
O Portal do Software Público devolve para a sociedade
brasileira os investimentos com o desenvolvimento
de software despendidos pelo poder público.

GOVERNO ELETRÔNICO
As fronteiras do e-Gov no Brasil 11
Ecossistemas digitais como ferramenta para
aprendizagem da e-cidadania.

QUALIDADE
5CQualiBr 16
Um ambiente de produção colaborativa e compartilhamento
de conhecimentos sobre qualidade de software.

GOVERNO ELETRÔNICO
4CMbr 18
Os programas disponibilizados no portal do Software Público
Brasileiro (SPB) estão revigorando a administração pública de
pequenos municípios, que começam a abandonar antigos métodos
de trabalho por um modelo de gestão mais eficiente e de qualidade.

INTEROPERABILIDADE
Interoperabilidade semântica 26
Os desafios e obstáculos na implementação de padrões que
propiciam a interoperabilidade em sistema computacionais.

TESTES
Piloto de testes 20
Executar o software e encontrar erros, antes dos usuários.

CASOS DE SUCESSO
A Roda – versão 2.0 23
Tecnologia a serviço do social 24
Vitrine de software 25

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 5


CORPORATE | Licença Pública de Marca

Se a liberdade é
CORPORATE

vantajosa, adote-a
de imediato!
A Licença Pública de Marca oferece uma
alternativa para que marcas de produtos e
serviços possam ser usadas e reproduzidas
de forma mais livre, promovendo com
maior vigor a atividade econômica.
por Leonardo Barçante

L
ançada no final de 2010, em de suas atividades, com as devi- ponibilização e a comercialização
Brasília, pela Secretaria de das garantias de uso. E existem da marca mais permissiva. A LPM
Logística e Tecnologia da muitos casos em que esse tipo de tem como principal objetivo legal
Informação, a Licença Pública de associação é interessante para os proteger a marca dos softwares que
Marca (LPM), representada gra- dois lados. são ofertados no Portal do Software
ficamente por um ‘R’ invertido, Nessa entrevista, o coordenador Público Brasileiro (Portal SPB) e
é fruto de uma criação coletiva, do Portal Software Público, Corin- também as instituições que quise-
em debate aberto com a sociedade to Meffe, explica o que é e como rem utilizar a marca pública em
brasileira. Seu objetivo não é criar surgiu a LPM, além das mudanças suas ações empresariais, coopera-
conflito com a propriedade das mar- que ela pretende incentivar na das ou colaborativas.
cas, mas oferecer uma alternativa economia. A primeira versão da LM » Qual a importância dessa
de licenciamento que autorize o licença encontra-se disponível no Licença para o universo do Soft-
seu uso, com a devida autorização endereço [1]. Acesse, conheça e ware Público?
do proprietário. participe de sua evolução. CM » A criação da LPM estava
Imagine uma empresa que pos- Linux Magazine » O que é a Li- prevista desde a fase inicial do
sui um portifólio de serviços re- cença Pública de Marca (LPM) modelo do software público. Ela
lacionados a diversos produtos de e qual sua função? tem importância por fazer parte
outras corporações. Se as marcas Corinto Meffe » Trata-se de um da essência do modelo. Entre-
desses produtos estiverem sob a modelo de licença, que é algo tanto, percebemos que seu uso
LPM, o prestador poderá utilizá- previsto na legislação de Marcas e imediato seria um impacto mui-
las para a descrição e divulgação Patentes, para tornar o uso, a dis- to grande para o ecossistema e

6 www.linuxmagazine.com.br
Licença Pública de Marca | CORPORATE

poderia afastar os parceiros do


setor privado. Esperamos então A sociedade ainda convive com o modelo
que o software público aumen- mental do “proibido”. Precisamos migrar
tasse a sua maturidade. Em 2009
já percebíamos a consolidação do mentalmente para o “permitido”.
modelo do software público, em
decorrência do aumento do nú-
mero de soluções disponibilizadas LM » Quais são os principais LM » A primeira versão da LPM
e das oportunidades de negócios avanços para os agentes envolvi- está aberta para discussão com
no mercado. Nesse mesmo ano dos no que se refere ao processo a sociedade, para aprimoramen-
então começamos a preparar a de uso, distribuição e comerciali- to. Quais os procedimetos para
estrutura da LPM. zação da marca associada? participar desse debate? E qual
LM » O que muda com a che- CM » Possibilitamos o funciona- a expectativa para a evolução
gada dessa licença? mento de um modelo ganha-ganha. dessa licença?
CM » São várias mudanças, mas Mas não adianta um processo ganha- CM » A primeira versão da LPM
a percepção de sua aplicação pela ganha que é empurrado somente já foi construída com a participa-
sociedade ainda será lenta. As por um dos lados do modelo de ne- ção das pessoas. Fizemos durante
pessoas estão acostumadas com a gócios – neste caso o desenvolvedor quatro meses uma discussão orga-
proibição de se usar uma marca do software. A intenção justamente nizada no próprio Portal SPB. Mais
sem que exista uma autorização do é que todos os agentes do ecossiste- de 1000 pessoas participaram. Va-
detentor da mesma, pois o modelo ma de produção, comercialização mos esperar o amadurecimento da
tradicional nos impede de usá-la e uso do software percebam que a LPM para fazermos uma consulta
sem autorização de quem possui marca pública é um patrimônio pública futuramente. A LPM tem
sua propriedade. Então quando de todos. Os avanços serão perce- sua primeira estrutura, mas certa-
se proporciona a liberdade de bidos conforme a comunidade vai mente vai precisar ser aprimorada.
uso, de distribuição e comercia- se apropriando da marca. Vamos verificar o impacto do seu
lização, existe um tempo natural LM » O que significa o “R” inver- uso, se conseguimos alcançar nos-
para acomodação. tido? É um símbolo internacional? sos objetivos e depois ajustarmos
LM » Quais são as expectativas CM » A letra “R” invertida foi uma nova versão.
em torno da LPM? uma ideia copiada da criação do LM » Você gostaria de dizer algo
CM » A principal é que seja in- Copyleft, que adota a letra “C” que ainda não tenha sido abordado
centivada a concorrência no mer- (de Copyright) ao contrário. Se- nas perguntas anteriores?
cado e que as empresas públicas e guimos a mesma lógica para o “R” CM » Embora a LPM esteja des-
privadas se apropriem destas mar- de marca registrada, invertendo a crita na Instrução Normativa do
cas em seu portfolio de serviços. letra e informando que se trata de Software Público, a IN 01/2011, o
O aumento da concorrência tem um uso mais permissivo da marca. que pode trazer a sensação que deva
ocorrido de forma muito tímida, Não é um símbolo internacional. ser aplicada somente para o software
pois o empresário ainda se recente Na verdade foi uma criação em público, ela pode ser usada para
de divulgar uma marca que não é nossa “Terra Brasilis”. qualquer segmento econômico que
sua e o gestor público de incor- LM » Por que os primeiros a tenha interesse em construir uma
porar um projeto que não é de receber a licença não foram soft- licença mais permissiva para seus
sua autoria. A incorporação no ware públicos? produtos ou serviços, mesmo que seja
portfólio será um grande impacto CM » Estamos priorizando as em outros setores da economia. A
para o mercado. Veja, ninguém soluções desenvolvidas pelo setor criatividade poderá encontrar outras
coloca um produto Microsoft(R) privado. São estas que deixam mais aplicações para a LPM. ■
em sua carteira de serviços sem desconfortável o próprio setor, em
autorização prévia da empresa decorrência do nível de concor-
ou de sua rede de parceiros. A rência no mercado. Para as mar-
Mais informações
sociedade ainda convive com o cas do setor público, vamos fazer [1] Licença Pública de
modelo mental do “proibido”. uma rodada de negociações com Marca: http://www.
Precisamos migrar mentalmente o INPI e verificar qual o caminho softwarepublico.gov.br/lpm
para o “permitido”. mais adequado.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 7


ENTREVISTA | Delfino Natal de Souza

Entrevista Delfino Natal de Souza


ENTREVISTA

Tecnologia à
brasileira
O Portal do Software Público
devolve para a sociedade
brasileira os investimentos com
o desenvolvimento de software
despendidos pelo poder público.

Linux Magazine » Como surgiu o demanda reprimida da sociedade. Em Peru, Chile, Cuba, Costa Rica, México,
Portal do Software Público? pouco tempo, após a liberação da so- África do Sul, Gana, Angola e Portugal.
Delfino Natal de Souza » O Portal do lução, formou-se uma extensa comu- Em julho de 2010, em reunião realiza-
SPB foi criado por iniciativa do Minis- nidade de usuários, desenvolvedores e da pelo Centro Latino-Americano de
tério do Planejamento e disponibiliza- prestadores de serviço. Desde então, o Administração para o Desenvolvimento
do em abril de 2007, com o objetivo Portal do Software Público se tornou (CLAD), que conta com a associação de
de compartilhar softwares entre os ór- um ambiente destinado não apenas aos 21 países ibero-americanos, o conceito
gãos do governo e a sociedade. Tudo órgãos públicos, mas a qualquer pessoa. de software público alcançou consenso
começou em 2005, com o primeiro LM » Quais os números do Por- entre 18 países.
software livre a ser compartilhado, tal (número de desenvolvedores, LM » Por que criar o conceito de
conforme prerrogativas da Lei do Di- inscritos etc)? Até onde o Portal já software público? Em que ele se difere
reto Autoral, da Lei do Software e de conseguiu chegar? do conceito de software livre?
uma resolução do Instituto Nacional DNS » Desde o seu lançamento até DNS » O conceito de software públi-
de Propriedade Intelectual (INPI). O agora, o Portal SPB teve um crescimen- co surgiu em 2001 como uma estratégia
Cacic (Configurador Automático e Co- to de mais de 1.000%. Isso em apenas que propunha a sinergia dos esforços
letor de Informações Computacionais) quatro anos de existência. Os números realizados por todos os entes públicos
veio para atender demandas internas revelam que a sociedade entendeu o para obter escala, reduzir e ratear custos,
do governo. Entretanto, a rapidez com ecossistema do SPB e viu que a ne- aumentar a rapidez e a produtividade,
que a solução foi adotada em todos os cessidade desse compartilhamento é evitar duplicação de esforços, recu-
setores da economia, proporcionada vital para o crescimento tecnológico e perar recursos, racionalizar a gestão,
pela sua rápida distribuição, fez com para a prestação de serviços com mais eliminar ociosidade e alcançar muitos
que, em menos de um ano, fosse cria- qualidade. No mês de abril de 2011, o outros benefícios. Essa estratégia visava
da uma rede de prestadores de serviço portal chegou a marca de mais de 100 a integração das empresas e dos agentes
para o Cacic, em todos os estados. Aos mil usuários válidos cadastrados, mais privados com os sistemas estatais. Assim,
poucos, a sociedade começou a assumir de 50 softwares públicos disponibiliza- haveria interesse dos agentes privados
um papel dinâmico no processo de de- dos, mais de 500 prestadores de serviços que não tinham condições de realizar
senvolvimento do software, propondo cadastrados e mais de 40 parceiros. O uma gestão da tecnologia em adotar
alterações. Percebeu-se que o progra- portal já foi apresentado para países um padrão aberto e econômico, com
ma, na verdade, estava atendendo uma como a Argentina, Paraguai, Venezuela, o estado como principal parceiro.

8 www.linuxmagazine.com.br
Delfino Natal de Souza | ENTREVISTA

Partindo disso e da demanda repri- Existem soluções que são de interesse Elencamos as seguintes soluções como
mida da sociedade de compartilhar da administração pública e, de alguma as mais importantes, devido a quanti-
soluções, surge a ideia de tratar o soft- forma, resolvem problemas comuns a dade de membros na comunidade, a
ware como um bem público, que é diversos órgãos do setor público. Outras, participação dos membros no processo
justamente criar um conjunto de ser- além de atender demandas do gover- de melhorias, a quantidade de insta-
viços que devem ser estruturados antes, no, também podem servir para resolver lações: Cacic, SGD, Ases, Geplanes,
durante e depois da liberação de um necessidades da sociedade. Ginga, I-Educar, Educatux, Cocar,
software, com base nas prerrogativas O que se percebe nos últimos anos I3Geo, e-Proinfo e e-Cidade.
legais e administrativas do país. é que algumas soluções de interesse de LM » Como prefeituras e outros ór-
Esse conjunto de prerrogativas faz uma determinada instituição pública já gãos públicos podem tirar proveito dos
com que, primeiro, seja adotada uma foram desenvolvidas por algum outro ór- softwares disponibilizados no Portal?
licença não restritiva para a sociedade; gão. Ou seja, boa parte das necessidades DNS » As prefeituras e órgãos públicos
segundo, o software não seja tratado so- por soluções informatizadas podem ser podem revigorar a administração pública
mente do ponto de vista tecnológico, atendidas pelos sistemas já desenvolvidos e substituir os métodos antigos de traba-
mas também na dimensão de política pelo próprio setor público e, em função lho por um modelo de gestão mais efi-
pública e pelo elenco de serviços presta- da legislação corrente, sabe-se que o ciente e de qualidade. O objetivo desta
dos ao cidadão, a partir do uso comum software desenvolvido por instituições política é oferecer à União, aos estados e
desse bem. A Instrução Normativa Nº de direito público é por natureza um aos municípios ferramentas capazes de
01 de 17 de janeiro de 2011, que dispõe bem público. Desse modo, ao realizar aperfeiçoar a gestão pública, reduzindo
sobre os procedimentos para o desen- o compartilhamento de tais soluções, custos com licenças e aquisições de soft-
volvimento, a disponibilização e o uso a administração pública economiza e wares proprietários. As prefeituras podem
do Software Público Brasileiro, tem consegue reduzir os gastos de recursos acessar o 4CMBr [1], uma comunidade
as seguintes premissas: “existência de públicos, pois os outros órgãos poderão dedicada aos municípios brasileiros que
uma versão suficientemente estável utilizar o mesmo sistema livremente, sem disponibiliza diversos programas para a
e madura do software que possibilite ter de pagar novamente pela solução. administração pública. Estes programas
a sua instalação e utilização em um LM » E quanto a licença pública podem ser utilizados e adaptados às ne-
ambiente de produção”, “existência de de marca? Por que foi necessário criar cessidades de cada um, reduzindo custos
um manual de instalação que contenha, uma licença própria? Como está sen- na aquisição de soluções informatizadas
no mínimo, as informações elencadas do a adoção dela? e na inteligência dos sistemas, que ficam
no Anexo I desta Instrução Normati- DNS » A Licença Pública de Marca com a administração.
va e que permita ao usuário instalar o (LPM) nada mais é do que o registro da LM » Qual é o nível de adoção do
software sem o auxílio do ofertante de marca do software. Ela foi criada para software público, hoje, no Brasil?
SPB”, “fornecimento do código-fonte do estabelecer uma identidade única entre DNS » Os softwares públicos são uti-
software” e “fornecimento de todos os o nome, a marca, a documentação e lizados em diversas regiões do país, seja
scripts necessários à correta instalação e o código-fonte do software. Uma LPM em capitais ou municípios mais longín-
utilização do software, tais como scripts pode ser identificada se a marca do soft- quos, como é o caso de Uiramutã, em
de configuração e scripts de banco de ware contiver o “R” invertido. Há uma Roraima, o município mais setentrional
dados, entre outros.” necessidade de cuidar da propriedade do Brasil. Os órgãos da administração
LM » Qual a importância do soft- intelectual da marca e do nome da so- pública federal, estados, municípios,
ware público para o governo, os desen- lução a ser disponibilizada junto com profissionais da saúde, escolas, univer-
volvedores e o cidadãos vistos como o licenciamento. A licença GPL consi- sidades, comércios locais, bancos, força
um todo? dera o escopo do código, como define a militar, institutos de pesquisa, empresas
DNS » A manifestação expressa do Lei do Software, mas o nome e a marca públicas, empresas privadas e até cida-
interesse público no software. Além da são tratados pelo ramo da propriedade dãos são os usuários desses softwares e
combinação de requisitos tecnológicos, industrial. A intenção é tratar o nome eles nos relatam os seus casos de sucesso
o software deve se fundar na ampliação da solução, a marca e o código em um com o uso dessas ferramentas.
de “consumo” da população, em que processo de liberação uniforme. LM » Será que o Portal conseguirá
a solução a ser disponibilizada atenda LM » Quais são as principais solu- unir diferentes instâncias governamen-
a demanda da sociedade. Ao satisfazer ções do Portal do Software Público? tais, em torno de soluções que padro-
as necessidades sociais, o setor público DNS » Algumas tiveram mais impor- nizem serviços públicos essenciais, de
beneficia a população e é beneficiário tância no ecossistema do SPB, mas isso forma a facilitar a vida do cidadão e
do modelo de produção colaborativa. não diminui ou desmerece as outras. tornar mais eficiente a gestão pública,

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 9


ENTREVISTA | Delfino Natal de Souza

independentemente de partidos ou uso, conforme Instrução Normativa nº DNS » O Portal hoje é considerado
gestões específicas? 4, onde se regulamenta o processo de como uma rede colaborativa que permite
DNS » O Portal já o faz e provoca aquisição de hardware e software. Ou a acumulação de capital tecnológico-
também o combate ao monopólio seja, ao invés do poder público adqui- informacional pelos órgãos e indivíduos
e à formação de cartéis para venda rir licenças ou pagar pelo desenvolvi- que o utilizam; viabiliza a implementa-
de licenças de software, já que os mento de um software, ele deve checar ção e uso do modelo de licenciamento,
softwares disponibilizados tinham primeiro se existe alguma solução que permitindo que as soluções de software
licenças livres e não precisavam atenda às suas necessidades no Portal sejam oferecidas para órgãos e até para
passar por licenciamento; do Software Público. Caso haja, ele cidadãos, o que reforça a política pú-
➧ A disseminação do conhecimento deve preferir a sua utilização em detri- blica de uso de software livre.
técnico e científico dentro do Brasil, mento dos demais softwares, além de LM » O que são as comunidades
ampliando a soberania nacional frente contar com uma rede de prestadores 4CMBr e o 5CQualiBr?
a fornecedores únicos transnacionais. de serviço, evitando a dependência de DNS » Primeiramente, é necessário
➧ Maior transparência de softwares. um único fornecedor. definir o que é 4C. Seu significado é
Através do uso de software público com ➧ O contato com mais de 100 mil Comunidade, Conhecimento, Cola-
código aberto, os sistemas podem ser usuários, entre representantes do go- boração e Compartilhamento. Assim,
auditados e pode ser verificada a segu- verno, desenvolvedores, prestadores de o 4CMBr é o grupo de interesse dos
rança dos softwares governamentais; serviços e usuários de software público. municípios brasileiros com temas vol-
➧ A abertura de possibilidades para ➧ Acesso a um ambiente gratuito que tados para si. O Grupo 4CMBr é um
unir diferentes países em torno do projeto proporciona recursos para o comparti- ambiente estruturado para auxiliar o
de software público para buscar soluções lhamento de código-fonte, o registro e desenvolvimento de tais municípios,
para os serviços públicos essenciais e acompanhamento de defeitos de código, estimulando uma nova tendência de
trocar experiências e informações com fórum, chat, agenda da comunidade, oferta de softwares de gestão para pre-
especialistas de fora do Brasil; wiki, documentação, repositório de ar- feituras, incluindo informações im-
➧ Interesse das instituições públicas quivos, perguntas frequentes, registro portantes para a administração, além
em disponibilizar soluções informati- de prestador de serviços. de contar com casos de sucesso, am-
zadas para outros entes públicos e de ➧ Possibilidade de concorrer a prê- biente de demonstração das soluções
desenvolvê-las de forma colaborativa; mios anuais e de participar de entre- e agenda de eventos. Atualmente, o
➧ A necessidade de atender às ques- vistas, congressos e eventos ligados ao Grupo 4CMBr possui mais de dois
tões legais que assegurem a disponibi- Software Público e ao governo. mil membros. O 5CQualiBr, além
lização de soluções pela administração LM » O que é preciso para ingres- de contar com o significado do 4C,
pública e pelo administrador ; sar no Portal? possui o outro C, de Confiança. É um
➧ O fim da preocupação do gestor DNS » Apenas um e-mail válido. O ambiente digital destinado a evolução
público com o amparo legal para ado- cadastro no Portal do Software Público da qualidade dos softwares públicos.
tar licenças livres e dar o tratamento é permitido a todos, incluindo os ór- LM » Quais são os desafios futuros
adequado ao bem público software; gãos, empresas, estudantes e cidadãos e onde o Portal pretende chegar?
➧ O responsável técnico preocupa- comuns, de forma simples, e gratuita. DNS » Para o futuro, está prevista a
do com a continuidade dos projetos Basta acessar a página www.softwarepu- criação do Portal do Software Público
(linha da vida) e com o modelo de blico.gov.br e clicar em Cadastre-se, Internacional – SPI. O SPI terá o obje-
gestão da cooperação; informando os dados solicitados. Será tivo de melhorar a experiência brasileira
➧ Crescimento contínuo da quanti- enviada uma mensagem de confirma- ao reunir o conhecimento produzido
dade de parceiros; ção para o e-mail informado, contendo em vários países, principalmente no
LM » Quais são as vantagens que o um link de ativação da conta. Após essa setor público. Além disso, espera-se que
Portal pode oferecer aos softwares que validação, é possível acessar as informa- o portal continue gerando empregos,
passam a fazer parte da iniciativa? ções dos softwares, fazer downloads e conhecimento, troca de experiências e
DNS » Os softwares se tornam um participar das comunidades. a aproximação entre o setor público, o
bem público e contam com as seguin- LM » As comunidades são algo setor privado e o cidadão brasileiro. ■
tes vantagens, recursos e benefícios: muito importante dentro de qualquer
➧ A preferência pelo software pú- projeto de software de código aberto. Mais informações
blico. Na administração pública, ao Qual é a participação das comuni- [1] Comunidade 4CMBr: http://
www.softwarepublico.
instalar um software, aquele que for dades dentro do projeto do Portal do
gov.br/4cmbr/
público tem preferência na adoção e Software Público?

10 www.linuxmagazine.com.br
As fronteiras do e-Gov no Brasil | COMUNIDADE

Governo-eletrônico brasileiro

COMUNIDADE
As fronteiras do
e-Gov no Brasil
Ecossistemas digitais como ferramenta
para aprendizagem da e-cidadania
por Giancarlo Stefanuto, Angela
Alves, Paula Drummond de
Castro e Maiko Spiess

E-gov e o estímulo (CGI) [1], foram apontados os percepção de que usar a Internet
diversos limitantes para a dissemi- para se relacionar com o governo
à e-cidadania nação do e-Gov no País. Como era é algo complicado. Ou seja, em
A implementação de programas de se esperar, problemas estruturais sua maior parte, os limitantes não
de governo eletrônico (e-Gov) no como o acesso à banda larga e a se referem às condições para aces-
Brasil avança rapidamente e a imi- computadores apareceram como so como antes, mas à qualidade da
nência da superação (ainda que alguns destes limitantes, porém interação com o ambiente. Estes
não integralmente) de problemas foram citados por apenas 18 e 17% limitantes parecem antes refletir
estruturais como o acesso à banda dos entrevistados, respectivamente. a dificuldade do usuário em con-
larga pela população, a dissemina- Percebe-se que os investimentos fiar nas ferramentas, entendê-las e
ção da cultura digital, dentre ou- estatais para a inclusão digital e a sentir-se próximo dos objetivos que
tros, lançam reflexões a respeito de crescente diminuição do custo de nortearam sua implementação do
sua absorção e a formação efetiva hardware já se fazem sentir. que com a sua limitação tecnológica.
de uma e-Cidadania. Na pesquisa, os principais limi- Para superar este distanciamento,
Em que medida os programas, tantes citados foram a preocupação a pesquisa sugere que “os aplicativos
ferramentas, plataformas, serviços com a segurança dos dados (39%), e-Gov têm de ser simples, intuiti-
etc. de e-Gov estimulam e formam dificuldade de encontrar os servi- vas e até mesmo lúdicas, a fim de
uma atitude de e-Cidadania? Quais ços que precisa (29%) e pequeno favorecerem aqueles com pouca
são os principais fatores que limi- retorno para as solicitações de in- familiaridade do uso da Internet.
tam essa nova postura do cidadão? formações (28%). Aparecem ainda Nesse sentido, um parâmetro de
Em estudo recente do Comitê fatores como a dificuldade de saber aplicação amplamente disseminado
de Gestão da Internet no Brasil se a solicitação foi processada e a e que cresce ano após ano, são os

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COMUNIDADE | As fronteiras do e-Gov no Brasil

aplicativos voltados às redes sociais, mitantes para a disseminação e uso dos cidadãos têm acesso à internet,
especialmente os sites de relacio- de e-Gov são muitas vezes pontos embora, destes, 66% têm acesso à
namento, pois proporcionam um de resistência à introdução destes banda larga. Não está se descon-
uso amplamente inclusivo, tanto novos modelos, mais horizontais, siderando ainda a grande barreira
para as camadas desfavorecidas com nova distribuição de papéis e de acesso à Internet, porém, como
da população, quanto para pessoas de poderes. essas fronteiras para o livre acesso
com níveis de escolaridade inferio- Por outro lado, a formação deste à banda larga devem ser logo atin-
res, além de incluírem indivíduos e-Cidadão também pode não estar gidas e a telefonia celular avança
nos extremos do espectro etário tão longe. As redes sociais já desem- rapidamente em direção aos serviços
(crianças e idosos).” penham um importante papel na disponibilizados na Web, estamos
Mas são as redes sociais e novas expressão e mobilização popular, deslocando o foco para os gargalos
ferramentas da Internet suficientes estabelecendo assim, uma nova que estão rapidamente se tornando
para promover uma maior aproxi- cultura de uso, cujos resultados críticos para a eficácia dos sites,
mação do cidadão? São capazes de emergem, algumas vezes, de ma- enquanto mobilizadores dos cida-
promover um processo de apren- neira imprevista e descentralizada. dãos. E estes fatores também são
dizagem pessoal e coletivo a partir Vivemos um momento em que a críticos para a própria escolha e/
da interação com as ferramentas e expressão da cidadania é crescente ou desenvolvimento de tecnologia.
redes de usuários? em ambientes virtuais. Isto nos traz Os aspectos levantados pela pes-
Embora pareça ser uma tendên- questões como: quais seriam os fato- quisa do Comitê Gestor da Internet
cia natural, a ocorrência de um res limitantes ou potencializadores (CGI) no Brasil, alinhados aos de
processo de automação de muni- da interatividade e aprendizagem outras pesquisas, reforçam o argu-
cipalidades, de governos estaduais coletiva em ambientes de e-Gov? mento da importância de fatores
etc. e a ampliação da participação O que limitaria o desenvolvimen- extratecnológicos. Recentemente,
do cidadão em novos serviços, no to da e-Cidadania neste ambiente? um estudo de José Antonio Gomes
planejamento e acompanhamento Em que medida a tecnologia é um de Pinho para a Revista de Admi-
dos atos governamentais de maneira fator-chave? nistração Pública, sobre avaliação
generalizada pode ainda ser uma de sites de e-Gov, apontou que:
realidade distante.
Há uma cultura de interação
O problema não “O que se observa é que os por-
tais, de uma maneira geral, têm
a ser criada, que envolve, dentre é a tecnologia recursos tecnológicos adequados,
outros fatores, a intenção de maior Como se viu na pesquisa do CGI, existem boas condições de nave-
transparência da gestão pública, os maiores problemas enfrentados gação, de busca de informações.
a crença na utilização segura dos pelos usuários de portais de e-Gov Assim, a tecnologia parece não ser
dados fornecidos e o próprio en- estão mais relacionados a aspectos um problema. No entanto, alguns
tendimento da lógica de uso das de confiança nos propósitos e pro- portais poderiam ser melhorados
ferramentas. Mais do que isso, há cessos do site, aspectos de comu- em termos de comunicação e da
um processo de aprendizado das nicação, de entendimento do am- disponibilização das informações,
potencialidades da Web e das tec- biente, do que a aspectos ligados o que demandaria um esforço apa-
nologias da informação e comuni- à tecnologia utilizada. Em última rentemente apenas tecnológico, e
cação, a formação de comunidades instância, refere-se a um proble- que, no fundo, representaria um
de práticas, as próprias redes sociais ma de qualidade, aqui entendida compromisso de respeito com a
etc. que pressionam o redesenho em uma acepção mais ampla, no comunidade. O que os portais se
da relação estado-cidadão. Os li- sentido de fazer bem, fazer com ressentem realmente, é de uma
eficácia, ou seja, fazer com que o maior interatividade, podendo-se
site ou ambiente cumpra com seu inferir que as relações que se es-
Quadro 1: Modelo mental papel de comunicar, de mobilizar tabelecem são fundamentalmente
Modelos mentais são crenças ou o cidadão. do tipo governo-a-cidadão, sendo o
pressupostos que atores-chave Logicamente, não significa que governo o emissor e a sociedade, ao
mantêm em suas mentes e que in- a tecnologia seja um fator sem que tudo indica, o receptor passi-
fluenciam seus comportamentos e, importância ou que a escolha das vo, estando longe a inversão dessa
por conseguinte, geram as estrutu-
ras do mundo real.
plataformas e soluções seja algo ir- relação para cidadão-a-governo.”
relevante. No Brasil, somente 36% (p. 491)

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As fronteiras do e-Gov no Brasil | COMUNIDADE

Além da inversão da relação de planos diretores, construção de conexão econômica e política dos
governo-a-cidadão citada acima, visão de futuro, diretrizes estraté- países, tudo isso vem atuando em
o problema da baixa interativida- gicas, implementação de projetos um processo de horizontalização
de está relacionado com a falta sociais etc. [2] e complexificação das relações,
de democracia em que os sites De simples usuário de serviços a tornando este tecido de relações
de e-Gov são criados. Isto reforça participante na construção da visão um sistema complexo, do qual fa-
a visão unidirecional governo-a- de futuro, há uma forte transição zemos parte.
cidadão e a falta de confiança de da relação governo e cidadão, na As relações entre fatos estão, com
que o apoio ou participação do qual são construídos laços calcados o tempo, cada vez mais circulares
cidadão serão utilizados em pro- em uma nova cultura de interação. (retroalimentação), não lineares e
jetos pessoais dos políticos. Entre o primeiro tipo e o último, há variando sua intensidade e impac-
Portanto, existem dimensões uma significativa mudança na visão tos. O nosso mundo torna-se rapida-
que modulam a criação dos am- do papel do cidadão, tornando ele mente um sistema complexo, com
bientes virtuais e que, via de regra, mesmo parte da própria instituição. características de baixa hierarqui-
são pouco percebidas, pois trata-se Nos primeiros tipos, os processos são zação, crescente autonomia dos
da própria expressão de modelos definidos tendo como referência o atores, pouca institucionalização,
mentais (quadro 1) envolvidos nesta cidadão como usuário dos serviços polivalência, aleatoriedade e con-
criação, na qual se visualiza ainda a e informações, um agente passivo flituosidade. Como consequência,
relação estado-cidadão de maneira que ora funciona como fiscalizador observa-se um aumento da impre-
linear e unidirecional. Estes mode- da atividade da entidade, ora como visibilidade na ocorrência de even-
los influenciam diretamente todo usuário dela. Nos dois outros tipos, tos que têm alto impacto local ou
o desenho do ambiente: escolha o cidadão faz parte de uma rede, global, como pudemos observar
da plataforma, política de acesso, de um sistema que envolve a ins- recentemente no advento da crise
dentre outros. tituição e cidadãos, ambos ativos, financeira em 2009.
Para entender melhor o que são interagindo e cooperando. Neste mundo das redes, modelos
estas posturas unidirecionais ou au- Muitas organizações públicas, autocráticos e fortemente vertica-
tocentradas, precisamos entender particularmente no exterior, já têm lizados estão enfrentando pressões
como pode se dar a interação do sua atenção focada na realização para se reestruturarem. E esta re-
cidadão com o ambiente virtual. deste último tipo de participação, estruturação, que envolve novos
Podemos classificar a participa- como meio de melhorar a quali- modelos de uso da tecnologia e
ção do cidadão em quatro tipos: dade dos serviços e sua amplitude mesmo geração de inovações, de-
➧ usuário de serviços automati- de atendimento, tendo em vista os manda novos arranjos, mais hori-
zados – quando o usuário acessa os recursos limitados do orçamento. zontais e mais sistêmicos.
diversos tipos de serviços disponíveis Estas novas modalidades de in-
eletronicamente como emissão de
documentos, certidões, pagamen-
teração governo-cidadão também
já são realidade no Brasil (como se
Das redes aos
tos de taxas etc. verá mais a frente) e decorrem de ecossistemas digitais
➧ acesso a informações adminis- uma visão mais ampla e sistêmica Na definição de Lewis Perelman [3],
trativas – quando o usuário tem de um modelo de governança. hyperlearning (ou hiperaprendizado,
acesso a informações de cumpri- ou aprendizado de alta tecnologia)
mento do plano orçamentário,
acompanhamento do planejamento
A emergência de é a globalização da educação, in-
termediada pelas tecnologias web,
e execução de atividades etc. novos arranjos com imensa velocidade e amplitu-
➧ participante no processo de de- Há diversos fatores que vêm esti- de. Trata-se da potencialização da
cisão – quando o usuário, através mulando a mudança da relação inteligência.
de ferramentas web, tem direito a governo-cidadão, que na verdade, A educação formal vende um
voz e voto em decisões envolven- são mais amplos e estão afetando produto marcado pelo pensamen-
do o planejamento de atividades, profundamente a sociedade glo- to linear. Trata-se de um produto
priorização do orçamento etc. bal. As crescentes interconexões de repetição e não de diferença.
➧ participante nas ações para a sociais potencializadas pela web, A disseminação da Internet e das
transformação social – quando o o aprendizado não centralizado, tecnologias web 2.0 introduz novas
usuário participa da formulação o ambiente democrático, a inter- formas de aprender, aumentando a

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 13


COMUNIDADE | As fronteiras do e-Gov no Brasil

capacidade de escolha, de acesso, a ser um processo trans-humano, digital é povoado por espécies di-
de interconexão de conhecimentos assim como a multidisciplinariedade gitais (componentes de software,
e por fim, de consciência. Emerge evoluiu para a transdisciplinarieda- aplicações, serviços online etc). Há
a visão de que a aprendizagem é de. A educação deixa de ser mera ecossistemas digitais voltados para
um processo de desenvolvimento instrução e passa a ser um meio a produção de conteúdo, negócios,
de habilidades sociais coletivas, o de descobrimento. Trata-se de um produção acadêmica, entre outros.
que vem sendo chamado de cére- processo espontâneo, vivencial, li- Valores têm importante papel na
bro social. vre do excesso de diretividade do autorregulação e auto-organização
Segundo Humberto Mariotti, ensino convencional. destes ecossistemas. São muitas ve-
na “...educação, atualmente hege- Porém, se a tecnologia é neces- zes o elemento atrator que mobiliza
mônica, as pessoas procuram obter sária para abrir novos horizontes, a convergência de atores para este
conhecimento de modo mais ou novas vivências, ela não é suficien- ambiente virtual.
menos isolado. A educação do fu- te para um processo de educação, Os ecossistemas digitais parecem
turo trará um conhecimento que, de formação. Ela é um meio, pois sinalizar um modelo aperfeiçoado
mesmo obtido individualmente, a educação começa no cérebro de aprendizagem, ao convergir o
leva em conta o contexto social e humano, e deste, se expande para fluxo de interações e a energia
procura, por meio da utilização de o mundo. Portanto, sua criação e criativa para objetivos comuns,
métodos grupais, estendê-lo à so- uso são sujeitos a valores. Assim acordados entre os participantes.
ciedade. Para isso, é fundamental a como ferramentas da web 2.0 são O modelo que inspira estes ecos-
contribuição da interdisciplinarie- instrumentos para movimentos de sistemas é, por sua natureza, um
dade e transdisciplinariedade” [4] libertação, por outro lado, também sistema complexo, assim, natural-
A partir da invenção do telégrafo, são utilizadas por redes terroristas, mente induzem modelos mentais,
o processo de constituição de redes redes de narcotráfico etc. A cada valores, processos decisórios etc.
sociais acelerou-se. As ferramentas minuto, três mil crianças, em mé- alinhados com suas características
da web 2.0 têm proporcionado novos dia, acessam conteúdo pornográfico (descentralização, autonomia, di-
modelos de aprendizado, novos usos na Internet. versidade, acolhimento da confli-
das conexões virtuais, cujos limites Os valores que orbitam determi- tuosidade, dentre outras).
e impactos resultantes ainda pare- nada comunidade virtual ou rede, O hiperaprendizado para a cons-
cem distantes. O aprendizado, por explícitos ou não, podem cumprir trução da e-Cidadania pode se
meio das conexões globais, passou o papel de instrumentos de au- dar a partir da implementação e
torregulação desta comunidade. desenvolvimento de ecossistemas
Quadro 2: Ecossistema Frequentemente, estes valores são digitais para estes fins. Tanto ou
referenciados como objetivo, mis- mais difícil que implementar uma
O conceito de ecossistema desig- são, visão etc. cultura de governo, talvez seja
na o conjunto formado por todas
Comunidades de desenvolvimen- construir um novo conceito de
as comunidades (espécies) que
vivem e interagem em determina- to de software livre, por exemplo, governo para o cidadão, no qual
da região e pelos fatores abióti- geralmente baseiam-se em aspectos este último seja o protagonista.
cos (água etc.) que atuam sobre e valores de meritocracia. Nestas Esta implementação precisa ser
essas comunidades. Estas espé- comunidades, há um processo de acompanhada de uma mudança de
cies são interconectadas com o absorção de conhecimentos e de visão da relação governo-cidadão:
ambiente e entre si, mantendo
capacitação, de maior intensidade de uma relação verticalizada e li-
um equilíbrio nesta interconexão.
As espécies interagem umas com que em outras redes. near para uma visão horizontal,
as outras e balanceiam umas às Mais recentemente, novos pro- sistêmica, descentralizada e de
outras, mesmo que algumas des- cessos de formação de redes e co- parceria. A base da e-Cidadania
tas espécies assumam um papel munidades virtuais com objetivos reside na construção desta visão
de liderança por algum tempo. e valores definidos com mecanis- e na implementação de arranjos
O meio ambiente suporta as ne- mos de autorregulação e autopro- que a potencializem.
cessidades das espécies que são
continuadas, geração após gera-
dução passaram a ser estimulados A priori, o rearranjo de sistemas
ção. Estes princípios, por analo- por políticas públicas, originando fechados (autarquias, entidades
gia, são emulados nos ecossiste- o conceito de ecossistemas digitais. etc.) para sistemas abertos, des-
mas digitais. Ecossistemas digitais são ecossis- centralizados (ecossistemas) com
temas (quadro 2) onde o ambiente relativa autonomia, interagindo

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e se autorregulando por valores da gestão pública, a democrati- 100 mil usuários. Seus impactos
e objetivos comuns, pode, em zação do conhecimento, a bus- principiam a emergir em âmbitos
um primeiro momento, sinalizar ca da inovação, o fortalecimento diversos, desde a informatização
uma ameaça à ordem e controle das capacidades tecnológicas do de pequenas prefeituras até a in-
que usualmente caracterizam esta país, dentre outros. Estes valores, trodução de novos processos de
relação. Porém, os ganhos na in- aliados à legitimidade do MPOG e-Gov na esfera federal. É uma
teligência sistêmica (cérebro so- na condução deste processo, são referência nacional e internacio-
cial) a emergência de soluções, o fatores de forte atratividade para nal, que vem sendo reconhecida
sentimento de pertencimento do desenvolvedores de software, adi- com prêmios e estudada como ar-
cidadão a uma rede, o aumento cionados à usual motivação de ranjo inovador para a ampliação
do protagonismo social etc. ten- aprendizagem tecnológica e busca do e-Gov. A participação neste
dem a rapidamente construir um de oportunidades. A busca de uma ecossistema tem proporcionado
novo patamar de planejamento e relação horizontalizada e de uma a cidadãos uma nova dimensão
ação governamental, que pode ser rede de parcerias junto aos líderes de atuação, quer como gestores,
um dos poucos caminhos viáveis das comunidades tem estimulado quer como usuários. Porém, a am-
para o enfrentamento da crescen- o crescimento da densidade desta plitude de seus impactos pode ser
te complexidade dos problemas rede de relações, ampliando a sua radicalmente potencializada com
sociais. É tratar problemas com- organicidade, sua complexidade e a introdução de novos arranjos e
plexos com soluções igualmente sua efetividade. A natureza comple- novas vertentes de atuação do SPB
complexas. A complexidade ven- xa do ecossistema SPB sempre foi para estimular a produção de fer-
cendo a complexidade. considerada e valorizada por seus ramentas voltadas especificamente
participantes e seu profundo enten- para a relação governo-cidadão,
Ecossistema digital dimento faz parte de seu processo
de desenvolvimento [5].
replicando seus valores e modelo
sistêmico de interações de modo
de aprendizagem Atualmente, o SPB conta com a construir um novo patamar de
O Portal do Software Público Bra- mais de 50 comunidades e mais de governança no País. ■
sileiro (SPB) tem por objetivo pri-
mário a disseminação e disponibili-
zação de soluções de software como Autores
bem público. Esta disseminação se Giancarlo Stefanuto, Angela Alves, Paula Drummond de Castro e Maiko Spiess
dá em um ambiente (ecossistema
digital) que potencializa o apren-
dizado da solução e de seu uso.
Mais informações
Para cada solução disponibilizada,
há quase sempre a formação de [1] Pesquisa TIC Governo Eletrônico 2010 – CGI: http://
uma comunidade virtual no seu www.cetic.br/tic/egov/2010/index.htm
entorno, coordenada por um líder,
[2] As três forças niveladores, por Thomas Friedman: http://
cujas funções e participação na pt.wikipedia.org/wiki/O_Mundo_%C3%89_Plano:_uma_
comunidade são um dos compro- Breve_Hist%C3%B3ria_do_S%C3%A9culo_XXI
missos assumidos pela entidade que
liberou a solução. Este líder busca [3] PINHO, J. A. G. Investigando portais de governo eletrônico de
atender as dúvidas da comunidade estados no Brasil: muita tecnologia, pouca democracia. Revista de
e também potencializar a partici- Administração Pública, Rio de Janeiro, v.42,n.3, p.491, 2008.
pação e a troca de conhecimentos [4] PERELMAN, Lewis. Schools Out: hyperlearning, the new Technologies
dos usuários, bem como incorpo- and the end of education, New York: Avon Books, 1993.
rar na solução os aprimoramentos
surgidos na comunidade. [5] MARIOTTI, Humberto. Organizações de aprendizagem, Educação
O conceito de software como continuada e a empresa do futuro, São Paulo: Editora Atlas, 1999.
bem público, adotado pelo Minis- [6] Resultados parciais da metodologia do Pensamento
tério do Planejamento (MPOG), Sistêmico aplicada aos líderes do SPB: http://www.
traz consigo valores intrínsecos, softwarepublico.gov.br/5cqualibr/xowiki/Ecossistema
como a melhoria e transparência

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 15


COMUNIDADE | 5CQualiBr

Qualidade em software público


COMUNIDADE

5CQualiBr
Um ambiente de produção colaborativa
e compartilhamento de conhecimentos
sobre qualidade de software.
por Pérsio Penteado Pinto Martins,
Marcius Fabius Henriques de
Carvalho e Jarbas Lopes Cardoso

A
qualidade é, evidentemente, início em 2009, com o objetivo de outro grupo, encontram-se os aspec-
um atributo desejado por todos identificar ações e procedimentos tos técnicos de desenvolvimento de
os níveis de usuários de soft- que contribuam para a qualidade software, que são: o processo de de-
ware. Não seria diferente no contexto no contexto do software público e senvolvimento, a documentação do
do Software Público Brasileiro (SPB). de propor uma versão inicial, em produto de software, o treinamento
Uma vez que o conceito do software modo beta, de parâmetros, diretri- dos usuários, a interoperabilidade e
público é utilizado como um dos zes, guias e manuais de excelência o teste de software.
alicerces para definir a política de neste contexto. O projeto foi fruto Nota-se que os assuntos tratados
uso e desenvolvimento de software da iniciativa do Centro de Tecno- no primeiro grupo são de caráter sis-
pelo setor público no Brasil, a qua- logia da Informação Renato Archer têmico, onde a análise do SPB é feita
lidade torna-se imprescindível para (CTI) e da Secretaria de Logística sob a perspectiva de rede. Enquanto
a sua sustentabilidade. Este atributo e Tecnologia da Informação (SLTI), no segundo grupo, o enfoque é dado
pode ser definido como a ausência com recursos da Finep, órgão do aos assuntos técnicos, específicos da
de defeitos ou falhas no software e a Ministério da Ciência e Tecnologia engenharia de software, voltados,
facilidade de uso das soluções confiá- (MCT) e recebeu total apoio das sobretudo, para os desenvolvedores
veis (conformidade e coerência com comunidades de software público. de software. Entretanto, em busca
os requisitos do cliente). Contudo, Os estudos desenvolvidos no pro- de conciliar a característica técni-
identificar as ações que conduzem à jeto revelaram que as causas da ca dos temas com a necessidade de
qualidade, assim como definir méto- qualidade, sobretudo no contexto disseminar o conceito de qualidade
dos e parâmetros capazes de garantir do SPB, podem ser separadas em para a grande parcela da sociedade
a percepção desta pelo usuário, não dois grupos. Em um deles estão os interessada em utilizar software pú-
são tarefas simples. temas relacionados com o planeja- blico, os desenvolvedores do projeto
A partir da perspectiva da qua- mento estratégico e a governança do resolveram inovar apresentando es-
lidade, e incumbido do desafio de SPB, com a gestão de comunidades tes temas de forma acessível, sem,
torná-la efetiva no software públi- de software público e da admissão com isso, empobrecer o conteúdo.
co brasileiro, o projeto denomina- e capacitação de prestadores de A inovação nesse sentido também
do “Modelo de Referência para o serviço, ou seja, o ecossistema SPB teve o propósito de atrair a comu-
Software Público Brasileiro” teve e seus agentes de influência. Já no nidade para a discussão dos temas

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5CQualiBr | COMUNIDADE

Figura 1: Página inicial do 5CQualiBr Figura 2: Página de gerenciamento do sistema

e para a produção colaborativa das O website 5CQualiBr [1] entrou poderá prover aos gestores do SPB
diretrizes e dos parâmetros que se- em operação no segundo semestre de informações extremamente valiosas
rão por ela utilizados. Isso significa 2009, tendo como conteúdo inicial para a sua governança, no sentido
inclusão e co-criação de valor. Em e ponto de partida para a discussão de transformá-lo em um ambiente
outras palavras, não somente os de- sobre qualidade no contexto do SPB, cada vez mais justo, democrático,
senvolvedores de software, mas toda os resultados do projeto “Modelo de eficaz e eficiente, como idealizado
a comunidade torna-se elemento Referência para o Software Público desde o início.
ativo e responsável pela evolução Brasileiro”. Feito em OpenACS/TCL, Nos dias de hoje, estuda-se a re-
do conceito da qualidade do soft- ele dispõe de informações detalhadas formulação do site 5CQualiBr com
ware que é público. sobre todos os temas relacionados à base na contribuição de seus usuários.
O desafio de trabalhar os aspectos qualidade de software, conforme já Busca-se continuamente aprimorá-
de qualidade como um elemento im- mencionado (parâmetros, diretrizes, lo de forma a consolidá-lo como um
pulsionador de uma transformação guias e manuais) e ainda ferramentas ambiente de consulta e produção de
social implicou na necessidade da de interatividade (fórum, blog, chat, conhecimentos sobre o SPB e sobre
criação de um ambiente capaz de biblioteca), voltados para a coopera- as experiências de uso e desenvol-
oferecer à comunidade SPB tanto ção na produção colaborativa. vimento de suas soluções. Espera-
um repositório de conhecimentos Dentre esses recursos, destaca-se o se que, em um futuro próximo, a
para consulta quanto ferramentas Alô Comunidade, que é, por enquan- comunidade sirva como referência
de interatividade e produção cola- to, um ambiente de teste. Quando internacional para os estudos sobre
borativa destes conhecimentos. Foi estiver em pleno funcionamento, o tecnologia da informação, pautada
a partir desse desafio e propósito que Alô Comunidade será um grande não apenas pela sólida base concei-
se desenvolveu a ideia de formar um canal de comunicação entre toda tual, mas também pela experiência
grupo de interesse sobre qualidade a comunidade SPB. O ambiente prática de seus integrantes.■
de software público, aberto a todos tem conceitualmente dois recursos.
os membros do SPB. Assim criou-se Um deles é garantir aos membros Mais informações
o ambiente 5CQualiBr, que signi- do SPB a livre expressão de suas
fica: Confiança para Cooperação, opiniões, sugestões ou reclamações [1] Website do 5CQualiBr:
Comunidades, Conhecimento e sobre o ambiente. O outro recurso http://www.
softwarepublico.gov.
Compartilhamento da Qualidade está no uso das informações publi- br/5cqualibr/
do Software Público Brasileiro. cadas e armazenadas. A ferramenta

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 17


CORPORATE | 4CMbr

Programa de apoio a municípios do Portal do SPB


CORPORATE

4CMbr
Os programas disponibilizados
no portal do Software Público
Brasileiro (SPB) estão revigorando a
administração pública de pequenos
municípios, que começam a
abandonar antigos métodos de
trabalho por um modelo de gestão
mais eficiente e de qualidade.
por Rafael Peregrino da Silva

O
Portal do Software Público a significar “Colaboração, Comu- como forma de melhorar práticas
Brasileiro (PSPB) dispõe nidade, Conhecimento e Com- e procedimentos em prefeituras
de um espaço destinado a partilhamento”, composição que brasileiras, elevando deste modo
grupos de interesse: o ambiente 4C, se afina melhor com os propósitos a qualidade de vida do cidadão
cujo conceito é uma adaptação do inerentes ao Software Público. através de uma oferta consistente
artigo “Web o quê? Humanidade O município é a célula mater e consolidada de serviços online,
4.0?”, escrito pelo empresário Gil do governo de uma nação. Dada pode efetivamente ajudar a com-
Giardelli, coordenador do curso a sua proximidade com o cidadão, bater o desperdício de recursos
“Ações inovadoras em comunica- é nas cidades e comarcas que po- públicos, bem como auxiliar na
ção digital” da Escola Superior de líticas governamentais encontram gestão, no contingencionamento
Propaganda e Marketing – ESPM. guarida ou resistência. Isso é tão e no planejamento dos gastos e
Ao tratar das implicações do empre- crítico, que países como a Alema- investimentos a serem realizados
go das tecnologias da informação nha baseiam toda a sua estrutura pelo poder municipal.
aplicadas ao segmento da comu- de governo no município – e isso Visando a tudo isso, a primeira
nicação, Giardelli descreveu que vai desde a política de coleta, apli- comunidade temática do ambiente
os 4Cs do setor seriam: Conteúdo, cação, declaração e restituição de 4C do PSPB dedica-se ao tema de
Comunidade, Comércio e Com- impostos, até o próprio repasse de tecnologia da informação para os
partilhamento. Ele afirma ainda impostos para as instâncias supe- municípios, sendo assim chamada
que esses 4Cs, em seu segmento riores do poder (Estados e Gover- 4CMBr. Nesse ambiente, estão dis-
de atuação, estarão na pauta da no Federal), que, ao contrário do poníveis ferramentas para a interação
Internet, do ambiente web 2.0 para Brasil, ocorre “de baixo para cima”, entre os usuários, dentre eles: fóruns,
o futuro. Algo que ele denomina ou seja, do município na direção chats, listas e ambientes de colabora-
HUMANIDADE 4.0. Na adapta- da federação. ção. Uma vez que um cadastro tenha
ção do conceito, realizada dentro Assim, a aplicação da tecnolo- sido realizado, também é possível
do portal do SPB, os 4Cs passaram gia da informação e comunicação baixar, copiar e até alterar o código

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4CMbr | CORPORATE

das mais de 50 soluções disponíveis cativos, beneficiando toda a comu- cema/RR, Amaury Cerqueira, que
para download no portal, de forma a nidade 4CMBr e promovendo o foi a pessoa a verificar “in loco” a
adaptá-las à necessidade e estrutura desenvolvimento tecnológico em solução sendo utilizada em Jura-
de cada município. seus municípios. Em dezembro mento/MG. Esse sistema também
Esse grupo de interesse municipal de 2010, a SLTI institucionalizou foi compartilhado com a Câmara
destinado às administrações públi- essa relação através de ofício, esta- Municipal de Iracema e com o Fun-
cas municipais brasileiras disponi- belecendo uma nova tendência na do de Saúde do Município, com a
biliza também documentos ligados oferta de Software Público. distribuição de acessos específicos
à tecnologia da informação muni- O que isso significa na prática que facilitam a consolidação das
cipal, além de acesso simplificado para os municípios pode ser exem- contas, reduzindo também o gasto
a um conjunto de soluções livres plificado pelo caso da prefeitura dessas entidades com custo mensal
de interesse da gestão municipal. de Juramento/MG, que mantinha de programas para emissão de fo-
São os seguintes os objetivos uma despesa mensal de aproxima- lha de pagamento, contabilidade,
desse espaço: damente R$ 3 mil com tecnologia patrimônio etc.
1. Ser um ambiente estruturado, da informação antes de se associar Experiência similar foi realizada
a partir das ferramentas disponíveis ao programa 4CMBr. Usando o pela prefeitura de Pacajá, no sul
no PSPB, para a comunidade dos e-Cidade, software de gestão de do Pará, que começou a utilizar o
municípios brasileiros; código aberto que promove a orga- i-Educar e o e-Cidade, tendo sis-
2. Disponibilizar softwares de nização de gastos, do orçamento, tematizado todo o seu processo de
interesse da gestão municipal; da receita tributária, do controle documentação e fluxo de papéis,
3. Funcionar como uma ação pac- de medicamentos, de recursos hu- e que agora está avançando para
tuada no GT (Grupo de Trabalho) manos e outros serviços no mesmo a instalação de aplicativos para
de fortalecimento do CAF (Comitê aplicativo, os custos com TI de controle de estoque, almoxarifado,
de Ação Federativa), coordenado Juramento foram reduzidos a me- materiais, compras e licitações.
pela Subchefia de Assuntos Federa- nos de R$ 150 por mês, valor usa- Na prefeitura de Arapiraca/AL,
tivos (SAF), para compor a agenda do para pagar o custo do servidor membro da comunidade 4CMBr há
nacional de apoio aos municípios; de Internet, no qual o e-Cidade dois anos, houve grande avanço no
4. Contribuir com orientações está instalado. número de matrículas escolares da
úteis, possibilitando um apoio para Apesar da cidade possuir apenas rede pública com o uso do i-Educar.
as ações de desenvolvimento téc- 4.000 habitantes e a prefeitura dis- Além disso, como o código fonte
nico nos diversos setores; por somente de duas dezenas de ter- está disponível, foi possível efetuar
5. Incentivar formas de finan- minais, Luciano Neres Rodrigues, correções nas fórmulas de cálculo
ciamento para os projetos em an- contador da prefeitura, se tornou e alterações em determinadas telas
damento, bem como para novos um especialista nos aplicativos que da solução, necessárias para ade-
projetos; passou a utilizar – e-Cidade, e-Nota quação à realidade do município.
6. Fomentar o uso do mercado e e-ISS –, tendo repassado sua expe- Segundo Lucas Leão, coordenador
público para informações sobre os riência à administrações de outras de TI da cidade, a possibilidade
prestadores de serviços das soluções; cidades, como Iracema, no estado de modificar os aplicativos é um
7. Realizar parcerias com outros de Roraima. A ferramenta de ges- dos pontos positivos da política
projetos. tão foi implantada, pelo sistema de do 4CMBr.
compartilhamento de informações Atualmente, a quase totalidade
Resultados sem contar com assessorias externas dos 1.600 computadores dos ór-
No fechamento desta edição espe- caras e inviáveis ao município, que gãos da prefeitura, que mantém
cial, quase 800 cidades já utilizam é de pequeno porte. seis mil funcionários, operam com
o programa de apoio tecnológico Através de cooperação técnica soluções em Software Livre, o que
4CMBr, que é coordenado pela com a Prefeitura de Juramento e viabilizou a disponibilização dos
Secretaria de Logística e Tecno- da atuação de um programador, foi serviços à comunidade dentro do
logia da Informação do Ministério possível adaptar o e-Cidade à reali- orçamento de TI da instituição. O
do Planejamento (SLTI/MP). Ao dade do município e aos modelos dinheiro que deixou de ser desem-
se cadastrar no portal, o usuário exigidos pelo TCE-RR. O treina- bolsado com sistemas proprietários
ou desenvolvedor torna-se capaz mento dos servidores foi realizado passou a ser utilizado na compra
de alterar (ou mesmo criar) apli- pelo contador da Prefeitura de Ira- de equipamentos. ■

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 19


COMUNIDADE Piloto de testes

Testes de software

Piloto de
ANÁLISE

testes
Execute os softwares e encontre defeitos, mas
antes que sejam encontrados pelos usuários.
por Adalberto Nobiato Crespo, Celso Penteado
de Barros, Mario Jino, Miguel Argollo
Junior e Paulo Marcos Siqueira Bueno

V
ocê se sentiria confortável em instalação e utilização, podem ser O teste de software é uma ativida-
ser um passageiro de um voo encontradas e removidas, antes que de vital, porém complexa, cara e que
de uma aeronave que nunca o software “entre em voo”, isto é, requer recursos humanos altamente
decolou antes? Provavelmente não. seja liberado para o uso das pessoas. qualificados. Seu custo fica em geral
Esta questão é obviamente uma pro- O teste consiste em executar o soft- entre 50% e 80% do custo total de
vocação. Uma aeronave não avaliada ware de uma forma controlada com desenvolvimento. Testar é caro, mas
e nem testada com rigor nunca seria o objetivo de avaliar se ele se com- não testar é mais caro ainda.
liberada para um voo comercial. De porta conforme especificado. Trata- A falta de um teste sistemático e
modo análogo, um software não deve se de uma atividade fundamental cuidadoso é normalmente percebi-
ser liberado para uso sem que ativida- para avaliar se o software produzido da de forma clara (e negativa) pelo
des adequadas de teste tenham sido atende aos requisitos esperados pelos usuário: o software trava em opera-
realizadas. Por meio delas, diversas clientes, identificar deficiências que ção, apresenta resultados incorretos
deficiências existentes no software, podem existir no software, e ainda e inesperados, comporta-se de forma
relacionadas a problemas de funcio- obter evidências da confiabilidade diferente em situações similares, apre-
namento, desempenho, segurança, do software (ou da falta dela) [1] [2]. senta respostas muito lentas, fornece
mensagens incompreensíveis e outros
problemas. Essas situações caracte-
rizam falhas de funcionamento que
têm potencial de gerar grandes pre-
juízos operacionais, financeiros ou
de segurança, sem falar de danos à
imagem e à marca das organizações.
A conjunção desses dois aspectos,
“testar é difícil” e “testar é essencial”,
explica, em parte, o grande avanço
no interesse e nos investimentos em
teste de software. Basta observar o
progresso dessa área em diferentes
vertentes: volume de pesquisa, busca
de padronização, evolução das práticas
e expansão da terceirização do teste.
Não há receitas mágicas sobre
Figura 1: Fases do teste como realizar um bom teste no seu

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Piloto de testes | COMUNIDADE

software. No entanto, é possível iden-


tificar alguns aspectos gerenciais e
técnicos vistos como importantes para
que ele seja bem sucedido. Essas boas
práticas são sumarizadas a seguir.

Um passo por vez


O teste deve ser realizado em várias fa-
Figura 2: Processo de teste
ses (figura 1). Após o desenvolvimento
de cada unidade do software (procedi- e planos de contingência. O projeto visa Modelos de processo e modelos
mento, função ou método) é realizado refinar a abordagem do teste, definir e de maturidade de teste [3] são úteis
o teste de unidades, que visa identificar especificar seus casos, estabelecer seu para apoiar organizações na definição
defeitos existentes nestas. Deste modo, ambiente e procedimentos. dos seus processos. A figura 2 ilustra
elas são incrementalmente integradas A execução é realizada utilizando que os processos de desenvolvimento
e testadas (teste de integração). De- os casos de teste e procedimentos e de teste do software devem ser ali-
pois de integrado, o software é testado definidos; devem ser feitos registros nhados e que atividades de teste não
“como um todo”: o teste de sistema é sobre os testes realizados, sobretu- devem ser deixadas para o “último
o nível de teste cujos objetivos são de- do sobre os incidentes observados momento”. É importante também
rivados da especificação de requisitos (defeito no software ou anomalia entender que no caso de processos
funcionais e não funcionais e é apli- de funcionamento do ambiente). incrementais, essas atividades devem
cado para verificar se o software e o O acompanhamento consiste em ser adequadamente alocadas nas di-
hardware executam corretamente (ou avaliar periodicamente e agir correti- versas iterações de desenvolvimento.
não) quando integrados ao ambiente vamente em pontos relevantes ao seu
de operação. Em seguida, o teste de sucesso e à aderência ao planejado: Projetar bons testes
aceitação é conduzido para estabelecer incidentes ocorridos, medidas cole- Diversos atributos de qualidade do
se o sistema satisfaz ou não os critérios tadas, fatores de risco, cronograma, software podem ser avaliados por meio
de aceitação definidos com o cliente. recursos e custos. de testes. Tipos distintos de teste po-
Técnicas Ideia básica
Gerenciamento do Particionamento de equivalência
Exercitar classes de equivalência – situações
tratadas do mesmo modo pelo software –
processo de teste tanto de entradas válidas quando inválidas.
Boas práticas de gerenciamento de Exercitar situações de transição de
Análise de valores limite comportamento do software de uma classe
projetos são recomendadas para o
para outra classe, as situações limite.
planejamento e acompanhamento
Exercitar cenários de uso definidos pelos fluxos
do teste. Além disso, diversas ativida- Teste baseado em casos de uso
de eventos identificados nos casos de uso.
des técnicas devem ser conduzidas Exercitar combinações específicas de valores
de forma articulada para que a sua Teste combinatório de entrada, por exemplo, todos os possíveis
realização seja efetiva. valores de pares de variáveis de entrada.
Um processo de teste define ativi- Teste baseado em
Exercitar estados, transições de estados ou
dades gerenciais e técnicas, os arte- sequências de transições no modelo de estados
máquinas de estados finitos
que especifica o comportamento do software.
fatos utilizados e as responsabilida-
Exercitar os comandos presentes
des dos envolvidos. Essas atividades Teste de comandos
no código fonte.
são essencialmente: planejamento, Exercitar comandos de desvio (if, while, case
projeto, execução, registro, acompa- Teste de ramos etc.) presentes no código fonte. Cada comando
nhamento e finalização. é avaliado como verdadeiro e como falso.
O planejamento aborda, entre outros Teste de caminhos
Exercitar caminhos (sequências de
pontos, a extensão e a abordagem do comandos) no código fonte.
teste, os recursos necessários, a equipe, o Exercitar pares definição-uso de
Teste de usos
variáveis no código fonte.
ambiente operacional, os itens a serem
Exercitar defeitos propositalmente
testados, o nível e abordagem de teste Análise de mutantes
inseridos no código fonte.
para cada item, as atividades, tarefas e
respectivos responsáveis, além de riscos Tabela 1: Técnicas de Teste

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 21


COMUNIDADE Piloto de testes

composta pelos seguintes elementos:


teste de software: motivação e con-
ceitos básicos; modelo de processo
genérico de teste; guia para planejar
o teste; guia para projetar o teste; guia
para executar e registrar o teste; guia
para acompanhar o teste; e guia para
finalizar o teste. Estes documentos
encontram-se publicados no am-
biente 5CQualiBr do portal SPB [5].
Tais recursos podem ser uma base
para esforços de teste colaborativo de
software, que envolvem tipicamente
Figura 3: Teste colaborativo no SPB dois ou mais atores de diferentes or-
dem ser realizados conforme o tipo fluxos em modelos de casos de uso ganizações na realização de trabalhos
do software e o domínio de aplicação. ou transições em modelos de má- colaborativos e distribuídos para testar
Por exemplo, é necessário avaliar o quinas de estados finitos (tabela 1). um software. Esta forma de teste pode
desempenho de um software de tempo Nas Técnicas Baseadas em Defeitos, ocorrer em projetos de software livre,
real, a capacidade de carga em servi- os dados de teste são selecionados a com desenvolvedores e testadores vo-
dores web, a segurança em software partir de classes de defeitos que po- luntários colaborando para construir
bancário etc. Um tipo fundamental dem ser introduzidos ao longo do soluções e também em projetos globais
de testes é o de recursos: o software desenvolvimento do software, por de software, nos quais diferentes orga-
faz o que deve fazer? O software não exemplo, enganos que programadores nizações, muitas vezes em diferentes
faz nada que não deva fazer? cometem frequentemente. continentes, realizam desenvolvimento
Testar o software de forma completa, e testes de forma conjunta. A figura 3
considerando todas as possíveis combi-
nações de valores de entrada, é quase
Teste de software no ilustra o teste colaborativo no SPB des-
tacando os elementos fundamentais:
sempre inviável. Técnicas de teste são contexto do SPB coordenação do teste, comunicação
essenciais para selecionar testes que A Estrutura Tecnológica de Teste e cooperação. ■
permitam obter um software confiá- de Software (ETTS) é baseada em
vel, com um esforço e custo factíveis. conceitos de teste de software consoli-
Nas Técnicas Baseadas em Espe- dados em modelos como TMMi [3], Mais informações
cificação, os casos de teste são se- IEEE-829 [4] e em boas práticas. Essa [1] MYERS, G.J. The Art of
lecionados por meio da análise da estrutura visa prioritariamente apoiar Software Testing. New York:
Addison-Wesley, 1979.
especificação de requisitos do soft- os diversos atores do SPB em diferen-
ware. A ideia essencial é selecionar tes situações que envolvam ativida- [2] KANER, C.; BACH, J.;
dados representativos o suficiente des de teste, contribuindo assim para PETTICHORD, B. Lessons
Learned in Software
para avaliar se os recursos definidos aprimorar a qualidade dos produtos Testing: A Context-Driven
na especificação do software foram de software disponíveis no Portal do Approach. Hoboken: Willey
implementados corretamente ou não. Software Público Brasileiro. A ETTS Computer Publishing, 2002.
Nas Técnicas Baseadas em Estrutura, pode também ser utilizada em outros [3] TMMi - Test Maturity
os dados de teste são selecionados por contextos, por exemplo, por organi- Model Integration, Version
meio da análise da estrutura interna do zações desenvolvedoras de software. 3.1. TMMi Foundation
software. Elementos do código fonte Os recursos da ETTS abordam as- (2010): http://www.
tmmifoundation.org/
como: comandos, desvios, laços ou pectos importantes para a realização do
associações de fluxo de dados, devem teste, levando em conta a heterogenei- [4] IEEE Std 829 (2008), “IEEE
ser exercitados pelos casos de teste. dade das organizações participantes, a Standard for Software
Test Documentation”,
Nas Técnicas Baseadas em Mode- forma de trabalho colaborativa e o com- IEEE, New York.
los, os dados de teste são selecionados partilhamento de informações, carac-
[5] 5CQualiBr: http://
a partir de um modelo que representa terísticas importantes deste ambiente. www.softwarepublico.
o comportamento esperado do soft- A ETTS, organizada em documen- gov.br/5cqualibr/
ware. Por exemplo, para exercitar tos na forma de modelos e guias, é

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Caso de sucesso: usuário

A roda – versão 2.0

CASO
Com a solução e-Cidade, presente no Portal do
SPB, o município de Juramento-MG conseguiu
diminuir um dígito em seus custos com licenças
e ainda integrar melhor as secretarias.
por Kemel Zaidan

T
odo gestor público se depara me deparei com o e-Cidade. Baixei a solução, hoje o gasto é de apenas R$
diariamente com necessidades primeira versão logo que ela foi dispo- 199,00 com o servidor de hospedagem
muito semelhantes, como as nibilizada e passei a testar. No entanto onde ela se encontra armazenada.
de controlar e administrar serviços ela continha muitos bugs”. Mas os ganhos não param por ai:
essenciais: gestão escolar, saneamento Mas Luciano não desistiu, ele mos- como a solução proprietária era execu-
básico, controle de frota de veículos, trou o programa para Divaldo Almir tada nos computadores que ficavam na
atendimento ao público, finanças e Antunes, programador experiente prefeitura, era impossível ter acesso ao
outras tantas tarefas ligadas à admi- do município vizinho de Capitão programa nos finais de semana e fora
nistração pública. Portanto é de se es- Enéas, também em Minas Gerais, dos horários de expediente, o que não
perar que eles compartilhem algumas onde Luciano também atua junto acontece hoje, pois a solução se encon-
ferramentas que facilitem a vida de à prefeitura, mas desta vez como tra na nuvem, e portanto, está acessível
todos, já que cada um deles enfrenta assessor técnico. Juntos eles decidi- online. “Isso facilitou também o trabalho
os mesmos desafios e demandas. Afi- ram enfrentar o desafio de corrigir das secretarias, que não tem mais que
nal, não faz sentido ter que reinventar os problemas do programa durante se deslocar até a prefeitura para terem
a roda a todo momento, faz? os 6 meses que restavam até que es- controle sobre sua contabilidade, como
Se a afirmação acima te parece natu- tivessem com uma solução pronta acontecia antigamente”, completa ele.
ral, você não está sozinho. Junto a você para a substituição do sistema legado. Luciano destaca ainda outras qua-
está ao menos uma pessoa: Luciano Hoje, tanto Juramento, com 4000 lidades que o e-Cidade possui: “com
Neres Rodrigues, contador do peque- habitantes; quanto sua vizinha mais o programa antigo era preciso fazer a
no município de Juramento, no inte- rica, Capitão Enéas, com 15000, utili- parte fiscal e exportar um arquivo para
rior de Minas Gerais. Com mais de 17 zam a solução e-Cidade com sucesso. processar os dados contábeis. Hoje não
anos de profissão, ele declara: “sempre A parametrização do programa feita é assim, o programa integra as duas fun-
pensei que um dia o governo iria dispo- por eles já virou referência. Diversos ções, facilitando o trabalho dos gestores
nibilizar uma ferramenta padrão para outros municípios de diferentes estados e tudo isso a um custo infinitamente
a gestão das contas públicas no país”. já foram até lá para trocar experiências menor do que acontecia no passado”.
Afinal de contas, todos os municípios e receber algum tipo de “treinamento”. Demorou alguns anos para que o
tem que pagar seus credores e prestar “Já recebemos até a visita de alguns pres- poder público percebesse que rein-
contas aos tribunais de fiscalização e tadores de serviço da iniciativa privada, ventar a roda a todo momento era
à população quanto ao dinheiro gasto. que chegaram a ganhar alguma licitação desperdício do dinheiro público. Mas
No caso de Juramento, foi apenas com o uso do e-Cidade e enfrentaram não para por aí, pois Divaldo, o talen-
em 2009 que isso aconteceu. Naquela problemas durante a implementação”, toso programador de Capitão Enéas,
oportunidade, faltavam apenas 6 me- diz o orgulhoso contador de Juramento. já está preparando algumas alterações
ses para que a licitação com o forne- Como vantagens ele cita princi- para que o e-Cidade seja acessível via
cedor da antiga solução, adotada pela palmente a redução de custos que smartphones. Afinal, não é porque a
prefeitura para controlar suas contas, a cidade teve. Se antes a prefeitura roda já foi inventada há milênios, que
vencesse. “Comecei então a buscar al- tinha que pagar uma licença mensal vamos continuar com o mesmo protó-
ternativas” – disse Luciano – “até que de R$ 7000,00 para utilizar a antiga tipo de pedra, não é mesmo? ■

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 23


Caso de sucesso: ofertante de software

Tecnologia
a serviço
CASO

do social
Com o Redeca é possível consolidar
dados que estão dispersos em diferentes
secretarias e garantir uma rede de proteção
efetiva à criança e ao adolescente.
por Kemel Zaidan

A
Fundação Telefônica é o bra- A decisão de disponibilizá-lo no principais objetivos que nos motivaram
ço social da gigante espanho- Portal SPB veio dois anos depois, em a ingressar no portal, mas ele ainda
la das telecomunicações que 2010. “Antes disso, o código do Redeca precisa melhorar no que diz respeito a
atua principalmente no estado de São já estava disponível sob a licença GPL propiciar uma maior colaboração com
Paulo. Um de seus principais projetos no SourceFourge.net, mas o fato de o a comunidade”, acrescenta ela.
é o Pró-Menino, um programa social site estar todo em inglês dificultava Alguns desses pontos incluem a difi-
internacional presente em 19 países muito o relacionamento com os gesto- culdade para saber quantas pessoas estão
onde a empresa atua e que visa garantir res públicos, principalmente daqueles de fato envolvidas com o programa e
os direitos das crianças e adolescentes. presentes nas pequenas cidades, que são mensurar a participação da comuni-
A partir das demandas apuradas jun- a maioria no país” – afirma Gabriella dade. “Ainda não conseguimos saber
to aos municípios onde o projeto está Bighetti, diretora da Fundação Telefôni- quantos downloads a ferramenta teve
presente, percebeu-se a necessidade de ca – “dessa forma o Portal SPB nos pa- no portal”, relatou Gabriela.
integrar um mesmo banco de dados receu a melhor opção para alcançarmos Comparado ao SourceFourge, o Por-
em comum, diferentes informações o objetivo de difundir a solução para o tal ainda ressente a falta de ferramentas
relativas às redes de proteção à criança maior número de municípios possível”. que propiciem uma maior colaboração
e ao adolescente, informações estas que Segundo ela, 3 fatores foram muito com o desenvolvimento, como um sis-
costumam estar dispersas entre diversas importantes para a decisão: a possibili- tema de controle de versão ou um issue
secretarias municipais. É muito comum dade de disponibilizar acesso tanto ao tracker que facilite o reporte de bugs.
que a criança esteja matriculada em uma programa quanto a sua documentação, Apesar disso, ela ressalta que hou-
escola municipal, marque consultas o fato de estar todo em português e a veram contribuições que foram inclu-
em um posto de saúde, frequente um proximidade do portal junto as instâncias ídas em versões posteriores. “Ainda
projeto social de uma ONG e receba do poder público. “Ficamos sabendo da há pontos a serem melhorados, mas
o bolsa-família do governo federal, cuja existência do portal através dos próprios para nós é muito importante apoiar
fiscalização é feita pelo poder municipal. municípios com os quais trabalhávamos uma iniciativa como esta, do Minis-
Com a consolidação dos dados, e que já utilizavam outras soluções lá tério do Planejamento, pois apesar de
torna-se muito mais fácil acompa- presentes”, esclarece a diretora. o Redeca não ter sido desenvolvido
nhar o desenvolvimento da criança Apesar de destacar o ganho de cre- pelo governo, tínhamos o mesmo
e visualizar possíveis falhas na rede dibilidade que o software recebeu após interesse comum em disponibilizar
de proteção. Para isso era necessário passar a fazer parte do Portal do Soft- uma ferramenta que era de interes-
aproximar as áreas responsáveis pelos ware Público, ela destaca alguns pon- se público, que no final das contas,
departamentos de TI e ação social. Para tos em que ainda é preciso melhorar: tem como objetivo fazer com que
isso, foi contratada uma empresa de “realmente sentimos que houve uma leis como o Estatuto da Criança e do
desenvolvimento de software que ficou aproximação maior do software junto Adolescente (ECA) sejam realmente
responsável pela criação do Redeca. ao poder público, o que era um dos colocadas em prática”, finaliza ela. ■

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Caso de sucesso: desenvolvedor

Vitrine de software

CASO
CASO
O ingresso do pioneiro KyaPanel no
Portal do SPB, resultou em um aumento
na utilização do software e permitiu que
a adoção alcançasse diferentes nichos.
por Kemel Zaidan

O
KyaPanel é um software que administrativa do governo a serviço cipação advinda do portal. Segundo
existe desde 2003, fruto do do desenvolvimento colaborativo e ele a participação ainda é muito pe-
projeto pessoal do desen- criando um ambiente de fomento quena e há muito o que evoluir nesta
volvedor Anahuac de Paula Gil. O ao software livre e ao crescimento questão nos próximos anos de vida
programa permite uma administra- tecnológico do país. que se seguirão ao Portal do Software
ção simplificada de servidores de Sem dúvida nenhuma, o maior Público Brasileiro.
e-mail e de compartilhamento de benefício colhido pelo desenvolve- Outro ponto importante para um
arquivos Samba, através de uma dor pela participação no portal, foi desenvolvedor individual é confiar
interface gráfica dotada de mui- a visibilidade dada ao software e o toda a estrutura de gestão de seu
tos recursos. Em 2007 o programa consequente aumento na adoção da software a uma plataforma que é
foi a terceira solução a ingressar ferramenta. “Sei que cadeias inteiras controlada pelo governo, com a
no Portal do Software Público e de hotéis estão utilizando a solução e consequente insegurança advinda
a primeira a ser ofertada por uma que ela é utilizada, por exemplo, na das mudanças administrativas que
pessoa física. administração do servidor de emails inevitavelmente ocorrem a cada
“Desde o começo, sabia que a dis- do corpo de bombeiros de um im- quatro anos. Felizmente, a aposta
ponibilização da ferramenta no portal portante estado no país”, declarou em uma política afirmativa em rela-
seria uma experiência, um estudo de o autor do KyaPanel. ção ao software livre tem se mantido
caso”, afirmou o desenvolvedor. Segun- No entanto, o simples aumento ao longo do tempo e passa a ganhar
do ele, o portal oferece um conjunto na adoção do software não garante importância suprapartidária.
de legalidades e termos jurídicos que a colaboração. “O Brasil não possui Ao final, ele avalia a experiência
garantem uma série de seguranças uma cultura de retorno de código aos de quatro anos no portal como algo
para que o gestor público adote uma programas de código aberto. Hoje, bastante positivo. “Apesar de tudo
solução em software livre. “Seja por usa-se muito software livre no país, que ainda precisa ser feito, hoje
desinformação ou por questões legais, inclusive na esfera pública, mas ain- vivo quase que exclusivamente do
o ecossistema do software livre parecia da não se criou o hábito de reinvestir KyaPanel e me dedico ao seu desen-
incompatível com o setor público, que parte da economia gerada, no desen- volvimento praticamente em tempo
por sua vez hesitava em adotar uma volvimento. Imagine onde estaríamos integral. Grande parte disso só foi
solução livre, até que portal surgisse”, hoje se uma pequena parte do que possível depois que a solução pas-
afirmou Anahuac. foi economizado tivesse sido aplicado sou a fazer parte do Portal do Soft-
Ao adotar uma ferramenta livre, de volta nas soluções livres que foram ware Público”, constatou o autor
que possui seu código aberto, é pos- adotadas”, afirmou o desenvolvedor. do software.
sível personalizá-la para o uso no Como único autor do KyaPanel, Saiba mais sobre o KyaPanel na
setor público, colocando a máquina Anahuac esperava uma maior parti- página 65. ■

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 25


SEÇÃO | Matéria

Interoperabilidade

Interoperabilidade
PROGRAMAÇÃO

semântica
Os desafios e obstáculos na implementação de padrões que
propiciam a interoperabilidade em sistemas computacionais.
por Aqueo Kamada

A
ntes de falar em interoperabi- Para que dois sistemas computa- entre as partes. A interoperabilidade
lidade semântica, é necessário cionais interoperem é necessário que semântica trata fundamentalmente
esclarecer o que significa inte- a interação e a troca de dados entre da agregação e uso de metadados
roperabilidade em geral, no contexto eles estejam livres de ambiguidades, para “carregar” informação e conhe-
de sistemas computacionais. O ter- de modo que os dados recebidos por cimento junto aos dados.
mo procura simplificar um assunto um sistema receptor sejam “enten- Os desafios que se colocam dian-
que é complexo na discussão e na didos” exatamente como foram en- te deste problema de integração de
realização de seus detalhes técnicos. viados pelo sistema emissor. Assim, sistemas se relacionam com a com-
Interoperabilidade refere-se à capaci- é necessário que a interação e a tro- binação dos melhores padrões, tec-
dade de dois ou mais sistemas com- ca de dados sejam feitas com o uso nologias e ferramentas disponíveis
putacionais quaisquer de interagir de padrões de dados, metadados, para facilitar a interoperação entre
e trocar dados para obter resultados linguagens e infraestruturas, no ins- diferentes processos de negócio de
conforme esperado. Simples assim. tante de criação ou manutenção de diferentes sistemas (legados e novos),
Em uma definição resumida porém, software. Note que a troca de dados no âmbito de uma organização ou
a discussão de todos os aspectos en- não se limita somente aos formatos entre organizações. As atuais abor-
volvidos e, mais ainda, a realização e tipos de dados trocados, mas so- dagens de integração de sistemas
da interoperabilidade entre sistemas bretudo ao conhecimento sobre os apresentam fraquezas no que se
são bastante complexas. dados que devem ser compartilhados refere ao uso de padrões de dados,
metadados, linguagens e infraestru-
turas para que os sistemas interope-
Conhecimento rem. A figura 1 procura ilustrar que
um dado precisa ser “recheado” de
metadados para que ele “carregue”
informação e/ou conhecimento para
Informação o consumidor que a espera.
Assim, “-89.22, 21 de janeiro de
1983” é um exemplo de dado, que
tem seu formato, tipo e codificação
Dado definidos, e estes devem ser preci-
samente “entendidos” pelas partes
interoperantes. Para embutirmos
Figura 1: Dado associado a metadados de informação e conhecimento. alguma informação nesse dado de

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Interoperabilidade semântica | PROGRAMAÇÃO

modo que as partes interoperantes


entendam como “Menos 89.22 graus Assembler Symban OS
Celsius” e “21 de Janeiro de 1983”, é CSS Socket CORBA Android OS
BD OO Cobol
necessário definir e compartilhar os JavaScript EDI OS 2200
WSDL Servlet Mac OS C
significados para cada componente ATOM JSP RichFaces Tomcat BD Hierárquico
jBoss
SPARQL
de dado, no caso, medidas de tem- Web, Ajax Perl Infra-estrutura Fortran
peratura e data. Se quisermos adi- SWRL C#
Linux ESB VTAM
Web 2.0, Python z/VM
cionar o fato de que naquela data OWL Unix BlackBerry OS
XML
ASP
Web 3.0 PHP CICS
ocorreu o recorde de temperatura XHTML C++ Windows Java EE
HTML SISCweb MVS
Ruby z/VSE Java SE
mais baixa registrada na Antártida, SOA
Java ME
Web Services Visual Basic
precisamos incluir outros metadados RDF JSF SOAP z/OS
RSS BD Relacional Sun OS
que também devem ser precisamente RDFS Midlet
Symfony
“entendidos” pelas partes interope- RMI

rantes. Portanto, para ser entendido


com precisão por todos os sistemas, Sistemas que precisam interoperar devem considerar sistemas que
o dado precisa ser contextualizado, foram construídos em diferentes épocas, linguagens, tecnologias,
e o uso de padrões de dados, meta- plataformas, como entidades independentes e monolíticas.
dados, linguagens e infraestruturas Figura 2: Interoperabilidade considerando a diversidade do ecossistema.
para representá-lo parece ser uma
abordagem com bom potencial para Standardization) [3] e OASIS (Or- domínios, necessariamente resultam
enfrentar o desafio de integração de ganization for the Advancement of em diferentes modelos de informação.
sistemas computacionais. Structured Information Standards) Isto conduz a vários tipos de incom-
Um dos obstáculos que se coloca [4], para uso no âmbito do poder patibilidades, tais como a estrutural,
relaciona-se à necessidade de “evan- executivo federal e estabelece as a de representação e a conceitual. De
gelização” do assunto interoperabili- condições de interação com outros maneira geral, para que sistemas de
dade entre os diversos atores (gestores, poderes e esferas do governo e com a diferentes domínios de aplicação in-
desenvolvedores, clientes etc.) de sociedade em geral. Note que a área teroperem, é necessário conciliar estas
sistemas computacionais, de modo de interoperabilidade semântica está incompatibilidades entre os objetos e
a eles terem a preocupação de usar fortemente relacionada com a de suas relações nos diferentes domínios.
os padrões definidos, mesmo que os open linked data [5] e web semân- Por exemplo, é necessário conciliar
sistemas não precisem interoperar tica, na medida em que todas elas as diferenças de contexto e de lógica
de início. Outro obstáculo refere-se convergem e recomendam o uso em esquemas de banco de dados, di-
à necessidade de contornar rapida- de padrões abertos, tais como XML, ferenças entre nomes com mesmos
mente as barreiras políticas e legais RDF, RDFS, OWL, ontologias etc. conceitos, diferenças entre conceitos
entre os atores nas diversas esferas e Para complicar, toda esta concilia- com os mesmos nomes, diferenças de
níveis de governos e empresas e as ção semântica deve considerar a di- abordagens na especificação de con-
restrições de segurança e sigilo de in- versidade de tecnologias, linguagens, ceitos, tais como valores de subclasses
formações. Além disso, há também a ferramentas, ambientes, plataformas versus propriedades, diferenças em
pouca maturidade desse “mercado” operacionais e desenvolvimento de níveis de granularidade e diferenças
para a importância do uso de padrões software, novos, legados e futuros, que entre conceitos com sobreposição. ■
de dados, metadados, linguagens e coexistem nesse grande ecossistema,
infraestruturas, no instante de cria- conforme procura ilustrar a figura 2.
Mais informações
ção ou manutenção de software. Portanto, alcançar a interoperabili-
Nesse sentido, o governo federal atua dade semântica significa solucionar a [1] W3C: http://www.w3c.br
para reduzir tais obstáculos, através questão da heterogeneidade semânti- [2] OMG: http://www.omg.org
de iniciativas em torno do e-PING. ca, que é um dos maiores desafios na
Este define um conjunto próprio de busca da integração de sistemas de [3] ISO: http://www.iso.org
padrões, adota outros definidos por informação. Basicamente, isto se deve [4] OASIS: http://www.
órgãos de padronização, tais como ao fato de que mudanças de significa- oasis-open.org
W3C (Consórcio Web) [1], OMG do que ocorrem, seja dentro de um
[5] Linked data: http://
(Object Management Group) [2], contexto ao longo do tempo seja por linkeddata.org
ISO (International Organization for diferenças de requisitos em diferentes

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 27


Especial Software Público Brasileiro
CAPA

O Software
Público Brasileiro
O Portal do Software Público Brasileiro
é uma iniciativa pioneira do Governo
Federal que já serve de modelo
para outros países do mundo.
por Jarbas Lopes Cardoso,
Corinto Meffe e Pérsio
Penteado Pinto Martins

O
conceito do Software Público pública. Acrescentam-se as possibilida- otimizar um único relacionamento,
Brasileiro, SPB, é utilizado des de aprimoramento deseus recursos mas o relacionamento com uma rede
como um dos alicerces para por diferentes atores, fazendo com que inteira (de muitos para muitos), sem
definir a política de desenvolvimento, abram-se oportunidades de sua qualidade ter como objetivo principal apenas o
distribuição e uso de software pelo setor ser ampliada através da disseminação lucro financeiro. Os participantes são
público no Brasil. Tal política compre- de seu código-fonte, documentação vistos como envolvidos em uma rede
ende a relação entre os entes públicos, associada e da efetiva colaboração dos que influenciam na competitividade
em todas as unidades da federação e usuários e desenvolvedores. Através da deles próprios em um mercado externo
demais esferas de poder, e destes com disseminação, expande-se a oportuni- e não somente dentro da rede.
as empresas e a sociedade. O modelo dade de apropriação de conhecimento No Portal SPB estão disponíveis,
adota o exemplo do padrão de desen- para geração de negócios na nova eco- gratuitamente à sociedade, soluções
volvimento vigente para software livre nomia em rede. desenvolvidas por órgãos públicos do
em que os participantes cooperam in- A iniciativa do software público, como Executivo, Legislativo e Judiciário,
tensivamente sem restrições aparentes e uma rede de colaboração e comparti- além de empresas, universidades e
encontram seu ambiente de produção lhamento, permite a qualquer pessoa, até mesmo pessoas físicas. Qualquer
colaborativa na Internet. empresa de qualquer tamanho, ou órgão organização ou pessoa interessada pode
O software, por apresentar caracte- de governo (municipal, estadual, fede- obter o código das soluções mediante
rísticas de indivisibilidade e de não ri- ral) o acesso a informação, a recursos, a cadastramento no Portal. Não há custo
validade, pode ser usado por todos sem mercado e a tecnologias públicas com com a licença de uso, porém todas as
que com isto se estabeleça competição a vantagem de economia de escala e melhorias incorporadas às soluções são
pelo bem entre seus usuários, uma vez de escopo. Além de possibilitar o com- incentivadas a serem compartilhadas
que, se um ou muitos o utilizam, os de- partilhamento de riscos e agilidade no com todos. O ambiente possibilita o
mais não perdem a possibilidade de vir desempenho e atualização. Por ser uma compartilhamento de soluções e a cons-
a usá-lo. Não há limitação sequer para rede pública, cria oportunidades na trução colaborativa do conhecimento
quem o desenvolveu. Tal característica medida em que o ambiente se torna no endereço www.softwarepublico.gov.
reforça a defesa de que o software pode maior, contando com atores econô- br. O Portal do SPB é mantido pela
ser considerado um bem público e micos que explicitam a perspectiva de Secretaria de Logística e Tecnologia
passível de ser tratado como política um custo transacional baixo por não da Informação (SLTI) do Ministério

28 www.linuxmagazine.com.br
do Planejamento, Orçamento e Ges- O trabalho do Centro de Tecnologia Mais informações
tão (MPOG). da Informação Renato Acher (CTI),
[1] 4CMBr: http://www.
O SPB é uma iniciativa pioneira unidade de pesquisa do Ministério da softwarepublico.gov.br/4cmbr
no mundo e tem chamado atenção a Ciência e Tecnologia (MCT) junto
ponto de importantes instituições in- à iniciativa do software público, teve [2] 5CQualiBr: http://
ternacionais colocarem o SPB como início em meados de 2006. Durante www.softwarepublico.
gov.br/5cqualibr
exemplo de melhores práticas a serem o ano de 2007 foram realizados tra-
observadas (exemplo em http://www.owf. balhos conjuntos para construção de [3] 4CTecBr: http://
org). Também é destaque a iniciativa uma proposta de trabalho em parceira www.softwarepublico.
gov.br/4ctecbr
Software Público Internacional (SPI), envolvendo CTI/MCT, SLTI/MPOG,
sendo o Paraguai o primeiro país a ado- PRODERJ [4] e ABEP [5]. Em 2008, a [4] Centro de Tecnologia da
tar e colocar em operação o modelo de SEPIN/MCT passou a participar mais Informação e Comunicação
software público desenvolvido pelo Go- ativamente da iniciativa, auxiliando do Estado do Rio de Janeiro:
http://www.proderj.rj.gov.br
verno Brasileiro. Vários outros países da na definição de políticas e alocando
América Latina estão em processo de recursos financeiros, culminando no [5] Associação Brasileira de
implantação além de países da África e Projeto de Pesquisa “Modelo de Refe- Entidades Estaduais de
Tecnologia da Informação
Ásia. O Projeto SPI é coordenado pela rencia do Software Público Brasileiro”, e Comunicação: http://
Secretaria de Logística e Tecnologia da financiado pela FINEP, no âmbito do www.abep.sp.gov.br
Informação do Ministério do Planeja- programa de incentivo ao software li-
mento, com o apoio do Programa das vre. Este projeto representa o ponto
Nações Unidas para o Desenvolvimento de partida para a melhoria contínua Autores
– PNUD. Mais recentemente, somou-se da qualidade do SPB, ou seja, a base Jarbas Lopes Cardoso é pesquisador sênior
a participação no SPI o Centro Latino- conceitual para a evolução. A partir no Centro de Tecnologia da Informação Renato
Archer, CTI, unidade de pesquisa do Ministério
americano de Administração para o dos resultados do projeto e do inten-
da Ciência e Tecnologia, em Campinas, onde
Desenvolvimento – CLAD. so compartilhamento de experiências trabalha desde 1984. Graduado e com mes-
O Portal do Software Público possui entre os membros da comunidade, o trado em Física pela UNICAMP, doutorando
de Engenharia de Produção pela UNIP. Exerce
ainda um espaço voltado aos grupos de SPB cria novos paradigmas de cons- a função de coordenador de projetos de coo-
interesse, que funcionam como capta- trução do conhecimento e qualidade peração. Em destaque, coordena a iniciativa do
governo federal de política de desenvolvimento
dores de demanda e apoio técnico para das soluções. Partes dos resultados des- de novo modelo de negócio baseado no con-
melhor uso das TI’s por determinados se projeto estão contidas nas páginas ceito de software livre/aberto no Brasil, deno-
segmentos temáticos. Trata-se do am- desta revista. minado Software Público Brasileiro, SPB, em
parceria com órgãos do governo, empresas
biente “4C”, Colaboração, Comunida- Em 17 de Janeiro de 2011, a SLTI públicas de TI e empresas privadas. Tem traba-
de, Conhecimento e Compartilhamento. (Secretaria de Logística e Tecnologia lhado em projetos de cooperação internacional.
Possui trabalhos publicados em revistas e anais
A primeira comunidade temática do da Informação) do Ministério do Pla- de conferências nacionais e internacionais. é
Portal do Software Público dedica-se nejamento, Orçamento e Gestão, pu- também professor da Universidade Paulista,
UNIP, onde leciona disciplinas de engenharia de
ao tema de tecnologia da informação blicou a instrução normativa (IN01), software, gestão de projetos, empreendedoris-
para os municípios: 4CMBr [1]. Já que dispõe sobre os procedimentos mo, entre outras, e orienta trabalhos de con-
a segunda comunidade, que agrega para o desenvolvimento, disponibi- clusão de curso para os cursos de Ciência da
Computação e Sistemas de Informação.
o “C” de Confiança, trata do tema lização e uso do SPB. Esta IN01 ins-
Corinto Meffe é Gerente de Inovações Tecno-
qualidade de software: 5CQualiBr [2]. titucionaliza o SPB e regulamenta os lógicas da Secretaria de Logística e Tecnologia
Uma terceira comunidade de interes- requisitos técnicos e jurídicos do portal da Informação do Ministério do Planejamento.
se, surgida recentemente, é a 4CTecBr do SPB, da oferta e solicitação de soft- Pérsio Penteado Pinto Martins é doutorando
[3] que disponibiliza tecnologias livres ware público (SWP), da coordenação em Engenharia de Transportes pela Unicamp;
Mestre em Administração de Empresas pela
para suporte ao desenvolvimento de das comunidades virtuais, do uso do Universidade Paulista (2008); Graduação em
soluções. Nesses ambientes também SWP, da licença pública da marca, da Administração de Empresas pela Universidade
estão disponíveis ferramentas para a comissão para a coordenação do portal de Ribeirão Preto (2000); Atua como consultor
do Centro de Tecnologia da Informação Renato
interação entre os usuários, dentre do SPB e dos modelos para manual de Archer no projeto do Software Público Brasilei-
eles: fóruns, chats, listas e ambientes instalação e uso dos SWP. O arquivo ro; Também como professor da PUC Campinas
e professor convidado na Fundação Instituto de
de colaboração e um conjunto de completo da IN01 pode ser acessado Administração (Fia). Tem experiência na área de
conteúdos livres para apoiar o uso dos em: http://www.softwarepublico.gov. Planejamento Estratégico e Gestão de Opera-
ções, com trabalhos publicados nos temas: Es-
softwares públicos disponibilizados br/5cqualibr/2-documentos-tecnicos/
tratégia; Logística e Gestão da Qualidade.
para a sociedade. index?folder%5fid=35083437 ■

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 29


CAPA | Modelo de Capacidade de Processos para Prestação de Serviços

Modelo de capacidade de processos

Melhoria de
CAPA

serviços no
Software Público
Brasileiro
Conheça o Modelo de Capacidade
de Processos para Prestação
de Serviços do SPB.
por Clenio F. Salviano, Sueli A.
Varani e Márcia R. M. Martinez

M
odelos de Capacidade de volvido o Modelo de Capacidade e liberada em outubro de 2009 du-
Processos são amplamen- de Processos para Prestação de Ser- rante a inauguração da comunida-
te conhecidos como um viços para o contexto do Software de 5CQualiBr, onde se deu a sua
conjunto de melhores práticas que Público Brasileiro – SPB. validação por representantes das
ajudam uma organização a melhorar A primeira versão do Modelo comunidades e outros participantes.
seus diversos processos. Utilizando de Capacidade de Processos para Na seqüência, com os resultados
como referência esses modelos já Prestação de Serviços do SPB foi da validação, uma nova versão foi
consagrados no mercado, foi desen- desenvolvida durante o ano de 2009 gerada e disponibilizada no Portal
em novembro de 2009.
Com a evolução do Modelo, no-
Pode fazer uso desse Modelo, qualquer vas áreas de processo foram iden-
tificadas como importantes para a
pessoa ou organização envolvida melhoria dos processos de serviços
com prestação de serviços – mesmo prestados no contexto do SPB para
fora do contexto do SPB e de outros as soluções disponibilizadas no Por-
tal, o que deu origem à versão 3.0,
ecossistemas digitais públicos – , que apresentada neste artigo.
queira usar o modelo como referência O público alvo para o Modelo de
Capacidade de Processo para Pres-
para uma avaliação e melhoria tação de Serviços no SPB inclui os
de seus processos de serviços. responsáveis pelas comunidades das
soluções disponibilizadas no Portal

30 www.linuxmagazine.com.br
Modelo de Capacidade de Processos para Prestação de Serviços | CAPA

do SPB bem como os prestadores


de serviços, sejam eles autôno- “Temos de prestar atenção na
mos ou empresas, cadastrados no
Mercado Público Virtual – MPV.
complexa inter-relação de numerosos
O modelo orienta o seu uso tanto fatores organizacionais, culturais,
aos usuários mais avançados quan-
to àqueles iniciantes em modelos
tecnológicos e econômicos do
de capacidade. Também pode fa- desenvolvimento de software”.
zer uso desse Modelo, qualquer
pessoa ou organização envolvida
com prestação de serviços – mes- ➧ Níveis de capacidade, cujo foco no acordo pré-estabelecido. O pro-
mo fora do contexto do SPB e de é a melhoria de áreas de capacida- pósito da Área de Capacidade de
outros ecossistemas digitais públi- de de processo individualmente. Processo “Resolução de Inciden-
cos – , que queira usar o modelo As cinco áreas de capacidade tes” é orientar o estabelecimento
como referência para uma avalia- de processo da versão atual do dos processos para recuperar os
ção e melhoria de seus processos Modelo são: serviços acordados o mais rápi-
de serviços. 1- Admissão de prestadores de do possível, com uma resolução
A importância do processo para serviços (APS); adequada e efetiva de incidentes
a qualidade tem sido evidencia- 2- Prestação do serviço (PS); de serviços. O propósito da Área
da pela comunidade de software. 3- Resolução de incidentes (RI); de Capacidade de Processo “Ge-
Alfonso Fuggetta, professor do 4- Gerência da prestação do ser- rência da Prestação do Serviço”
Departamento de Eletrônica e In- viço (GPS) e é orientar o estabelecimento dos
formação do Colégio Politécnico 5- Gerência do serviço pela co- processos para que o Prestador de
de Milão, na Itália, ao concluir munidade (GSC). Serviço acompanhe a execução
uma breve visão geral da história Cada área de processo é com- da prestação de serviço, tomando
e resultados da pesquisa em pro- posta por propósitos e práticas. Um ações apropriadas quando houver
cesso de software, reconheceu propósito descreve as características desvios significativos do que foi
que “a utilização de processos que devem ser satisfeitas por uma planejado. O propósito da Área de
para tratar a inerente complexi- determinada área de capacidade Capacidade de Processo “Gerên-
dade de software ganhou força a de processo, isto é, o alvo que se cia do Serviço pela Comunidade”
partir dos anos 1980” e enfatizou quer atingir por meio da aplicação é orientar o estabelecimento dos
que “a visão do desenvolvimento das práticas. Uma prática é a des- processos para que o responsável
de software como um processo crição de uma atividade conside- pela Comunidade acompanhe as
tem ajudado significativamente rada importante para atingir um atividades realizadas pelos presta-
a identificação das diferentes di- objetivo associado a ela. Assim, as dores de serviço do MPV, tomando
mensões do desenvolvimento de práticas descrevem as atividades ações apropriadas quando houver
software e os problemas que de- que são esperadas como resultado desvios significativos em relação
vem ser tratados para estabelecer para atingir os objetivos de uma aos objetivos da Comunidade. ■
práticas efetivas”. Ainda segundo determinada área de capacidade
Fuggetta, “nós temos de prestar de processo.
atenção na complexa inter-relação O propósito da Área de Capa-
de numerosos fatores organiza- cidade de Processo “Admissão de
cionais, culturais, tecnológicos e Prestadores de Serviço” é orien-
econômicos do desenvolvimento tar o estabelecimento dos proces-
de software”. sos para gerenciar a admissão de
O Modelo de Capacidade de prestadores de serviços para as
Processo para Prestação de Ser- comunidades do Software Público
viços no SPB está estruturado em Brasileiro – SPB. O propósito da
duas dimensões: Área de Capacidade de Processo
➧ Áreas de capacidade de pro- “Prestação do Serviço” é orientar
cesso, onde cada qual é composta o estabelecimento dos processos
de objetivos e práticas; para executar o serviço com base

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 31


CAPA | Desenvolvimento de software

Desenvolvimento de software

Boas práticas para


CAPA

desenvolvimento
de software
É necessário seguir uma dinâmica eficiente de
desenvolvimento de soluções colaborativas
para o Software Público Brasileiro
por Alessandra Zoucas, Clenio F. Salviano,
Marcello Thiry e Márcia R. M. Martinez

O
desenvolvimento de soluções A partir da década de 1980, boas a Norma ISO/IEC 15504 (também
no Portal do Software Público práticas de empresas de sucesso conhecida como SPICE – Software
Brasileiro (SPB) é feito de for- no desenvolvido de software vêm Process Improvement and Capabili-
ma colaborativa, através de comunida- sendo identificadas e documenta- ty dEtermination). No Brasil, existe
des. Este trabalho coletivo das pessoas das em Modelos de Maturidade da também o MPS.BR (Melhoria de
em uma comunidade deve seguir uma Capacidade de Processo. O modelo Processo de Software Brasileiro).
dinâmica que oriente a comunicação mais importante foi o SW-CMM Devido ao sucesso da utilização
e relacionamento no trabalho. Para (Capability Maturity Model for destes modelos em empresas com
estabelecer na prática esta dinâmica, Software). Este modelo foi então estilos de trabalho compatíveis com
seja ela com mais ou menos controle, utilizado com sucesso para a me- os modelos, outras empresas procu-
existem boas práticas que emergem lhoria de empresas intensivas em ram adaptar os modelos para outras
das experiências bem sucedidas. Estas software. Uma das características características. Porém esta não é a
boas práticas precisam ser identificadas destes modelos é a documentação melhor opção. Desta forma, em vez
continuamente e documentadas em do que deve ser feito e não como de adaptar estes modelos, a opção
modelos de referência de processo para cada empresa deve fazer. Esta carac- foi desenvolver, com a comuni-
orientar a melhoria desta dinâmica e terística permite que tais modelos dade e a partir de experiências da
dos resultados obtidos. Desta forma, possam ser utilizados de acordo com comunidade (de baixo para cima,
um primeiro conjunto de boas práticas as particularidades e necessidades da prática para a sistematização)
para a coordenação de uma comuni- de cada empresa. Atualmente os um modelo para SPB, utilizando,
dade de desenvolvimento de software modelos mais relevantes são os do quando apropriado, também prá-
foi identificado e documentado como CMMI (Capability Maturity Model ticas destes outros modelos e da
um modelo de capacidade. Integration) e os compatíveis com comunidade de software livre.

32 www.linuxmagazine.com.br
Desenvolvimento de software | CAPA

Foi então desenvolvido um Mode-


lo de Capacidade de Processo e seus
componentes para orientar a melhoria
dos aspectos do desenvolvimento de
software livre em comunidades vir-
tuais tendo o Software Público Bra-
sileiro (SPB) como o contexto mais
específico. Desta forma, o SPB vem
induzindo uma mudança significativa
no contexto do desenvolvimento de
software em comunidades virtuais,
incluindo não apenas o desenvolvi-
mento em si, mas também a utiliza-
ção e construção de conhecimento,
distribuição de riquezas e demanda Figura 1: Processos de desenvolvimento e evolução de software no SPB.
por soluções intensivas em software.
O modelo desenvolvido é compos- Brasileiro. Cada uma destas quatro lução do software é continuamente
to por um conjunto de práticas para manifestações demanda diferentes realizado. Este processo é identifi-
apoiar a melhoria dos processos de processos. A figura 1 ilustra estas cado como PCSw. Eventualmente,
desenvolvimento de software do SPB. manifestações, indicando o tipo de desenvolvedores de software da co-
As práticas deste modelo (Práticas processo em cada uma delas. munidade produzem evoluções do
Específicas) são práticas sobre áreas Conforme indicado na figura 1, software. O processo utilizado em
de destaque no desenvolvimento de para ser admitido como um SPB, cada uma destas evoluções é iden-
software no contexto de comunida- uma versão do software tem que tificado como PESw. O processo
des virtuais, mais especificamente estar disponível. Esta versão utiliza de coordenação, disseminação e
no SPB. Chama-se de Área de Ca- algum processo para este desenvol- evolução de software PCSw rece-
pacidade de Processo um conjunto vimento, identificado como PDSw. be a evolução e quando apropriado
de práticas específicas relacionadas Este software é então submetido ao produz nova versão do software.
a um ou mais objetivos. SPB e, se aceito, é então admitido O Modelo de Capacidade de
Cada comunidade virtual tem a no SPB. Para esta admissão podem Processo para Desenvolvimento de
liberdade de definir a forma de imple- ser necessários alguns ajustes. O Software para o SPB, é composto de
mentação de cada prática específica processo utilizado neste ajuste é nove áreas de capacidade de proces-
descrita no modelo, podendo tomar identificado como PSSw. Como so. A tabela 1 apresenta uma visão
como base as orientações apresenta- SPB, é então estabelecida uma organizacional das áreas de capaci-
das no próprio modelo. Desta forma, comunidade para o SPB. É esta- dade de processo que compõem atu-
cada Área de Capacidade de Processo belecida uma coordenação para almente o Modelo de Capacidade
traz orientações para as comunidades a comunidade e um processo de de Processo para Desenvolvimento
virtuais, visando qualificar os desen- coordenação, disseminação e evo- de Software no SPB. ■
volvedores de software a melhorar a
qualidade da solução desenvolvida Visão Área de capacidade de processo
por meio deste conjunto de práticas. Estratégica Gestão estratégica
O público alvo do Modelo de Gestão da comunidade
Capacidade de Processo para Desen-
Gestão do conhecimento
volvimento de Software no SPB são Tática
Gestão de reutilização
os responsáveis pelas comunidades
do SPB bem como os desenvolve- Gestão de relacionamento com clientes
dores de software, solicitantes de Solicitação de melhoria
melhorias, prestadores de serviço Fornecimento de melhoria
Operacional
e usuários de SPB. Integração e liberação da solução
O desenvolvimento de software Treinamento na tecnologia e na solução
ocorre em pelo menos quatro ma-
nifestações no Software Público Tabela 1: Visão organizacional das áreas de capacidade do Modelo.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 33


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Amadeus tivista de aprendizagem, baseado nos A primeira instituição nacional a


preceitos da teoria piagetiana. Os pri- usar o Amadeus oficialmente foi o
Gestão de aprendizagem
meiros estudos foram realizados para a SENAI do Rio Grande do Norte em
concepção de interfaces de resolução um projeto de formação de técnicos.
colaborativa. Imediatamente notou-se O Núcleo de Telemedicina (NUTES)
que seria necessário construir um am- usa o Amadeus na formação de pro-
CAPA

biente mais completo de recursos de fissionais de saúde e a empresa de


colaboração. Naquela época, a cultura consultoria VH Consultores, na for-
do uso de ambientes virtuais ainda era mação de empreendedores. Dentre
incipiente para o público brasileiro, e outras instituições que o utilizam
as plataformas existentes representavam para ensino ou projetos de extensão,
uma barreira ao desenvolvimento de podemos destacar: a UFPE na espe-
práticas de ensino à distância. cialização a distância em Gestão da
Por essas razões, existia a necessida- Tecnologia da Informação, a FACA-
O Amadeus [1] é uma plataforma de de da criação de uma plataforma que PE (Petrolina), Univasf, FIR e esco-
gestão de aprendizagem (do inglês, simplificasse o acesso aos conteúdos las públicas no Brasil e no exterior
Learning Management System ou e às situações de aprendizagem. E, também o utilizam para organizar
apenas LMS) de segunda geração, assim, surgiu o LMS Amadeus, com materiais de aula específicos.
concebida e desenvolvida por espe- o objetivo principal de simplificar o
cialistas e pesquisadores ligados a acesso à educação. Dessa forma, usar Instalação do Amadeus
grupos de pesquisa da Universidade a plataforma Amadeus significa apren- A instalação do Amadeus, apesar de
Federal de Pernambuco (UFPE). Ele der a criar situações significativas para simples, exige um pouco de conheci-
é baseado no conceito de Blended Le- a construção de conhecimento. mento técnico. Os requisitos necessá-
arning, que implementa a combina- Segundo pesquisa da ABED (publi- rios para o servidor onde será realiza-
ção da aprendizagem presencial com cada em janeiro de 2011, [2]), o Ama- da a instalação do Amadeus são: Java
a aprendizagem virtual interativa. deus já é o terceiro LMS mais usado Development Kit (JDK), servidor de
Um dos objetivos do Amadeus é no Brasil, atrás apenas do Moodle e do aplicações Tomcat e servidor de banco
tornar a utilização do ambiente mais SAKAI, respectivamente. de dados PostgreSQL.
amigável e agradável. Para tanto, seu Para evitar possíveis contratempos
desenvolvimento centrou-se no u- A comunidade em sua instalação, recomenda-se a
suário e utilizou métricas de design, A Comunidade Amadeus, desde o leitura detalhada do passo-a-passo que
percepção, avaliação e usabilidade. início do projeto, coordena e mantém está disponibilizado na área de arquivos
Dentre as característica do Amadeus, reuniões periódicas com o objetivo de da Comunidade Amadeus, no Portal do
a principal concentra-se na integração reportar avanços, planejar mudanças e Software Público [3]. Após instalado,
com diversas mídias, tais como: jogos fomentar o uso e a divulgação do Ama- a sua utilização é realizada através de
e simulações multiusuários, vídeos, deus. Sua missão é: “ajudar as pessoas um navegador web.
conteúdo textual, áudio e imagens. a aprender”; e seu objetivo tem como
O objetivo da integração é estender, foco: “simplificar o acesso à educação”. Módulos do Amadeus
ao máximo, os estilos de interação dos Isto nos ajuda a direcionar nossas reali- As interfaces do Amadeus são todas no
usuários com os materiais, buscando zações, sejam em pesquisa, transferência padrão web, e parte da experiência dos
explorar os diversos canais da percepção de tecnologias, cooperação científica alunos durante suas atividades ocorrem
humana, além de atender às diversas sejam nas atividades de coordenação neste ambiente. Suas interfaces têm
formas de aprendizagem, através das da comunidade. como objetivo servir de meio às ativi-
características inerentes a cada um dades de planejamento e de mediação
dos materiais, e, assim, aplicá-las no Aplicabilidade e público-alvo dos profissionais de educação, podendo
contexto de aprendizagem. O Amadeus foi concebido para me- ser descritas em três módulos: cadastro,
diar processos de formação em cursos gestão de conteúdo e avaliação.
História presenciais ou a distância ou, ainda,
O Projeto Amadeus teve início no na combinação destes. Ele organiza Componentes inovadores
ano de 2001 com a aprovação de um materiais e coordena a realização de Os componentes inovadores de apren-
projeto CNPq ProtenCC. Na ocasião, dinâmicas de colaboração que ocorrem dizagem do Amadeus introduzem
desejava-se criar um ambiente constru- por meio de suas interfaces. extensões da experiência dos usuá-

34 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

rios. Estas extensões são projetadas


para ampliar ao máximo as formas
de acesso, incluindo pessoas com
características distintas.
Amadeus Mobile » Uma adap-
tação do Amadeus para dispositivos
móveis, concebida para lidar com três
fenômenos específicos: percepção,
consciência social e aprendizagem
autodirigida. Através do navegador
web do celular, é possível obter in-
formações sobre cursos e artefatos
disponíveis. A consciência do alu-
no acerca das atividades realizadas
pelo grupo no ambiente também é
proporcionada pela distribuição de
mensagens SMS (Short Message
Service) contendo informações sobre dizagem por colaboração. Os vídeos, deus. A versão atual – Amadeus 0.9
as modificações ocorridas nos cursos em vários formatos, são baixados a – está à disposição para avaliação e
nos quais estão inscritos. partir de um link, armazenado no testes em [4] (login: admin, senha:
Jogos Multiusuários » Com a sistema ou diretamente do Youtube, admin). Você encontrará mais in-
finalidade de aumentar o grau de informado pelo professor. Cada u- formações sobre o Projeto entrando
motivação dos alunos e explorar as suário carrega o fluxo de vídeo a seu em nossa comunidade Amadeus no
possibilidades cognitivas associadas tempo, devido à heterogeneidade Portal do Software Público em [1]. ■
às técnicas não tradicionais de ensi- dos meios de acesso à Internet. Um
no, concebeu-se o servidor de jogos usuário pode convidar os demais Software para: Educação a Distância
multiusuários. Esta interação ocor- para “irem” a uma determinada
Está no
re de forma síncrona, mediada por cena (posição) do vídeo, de forma Portal desde:
Março de 2009
interfaces de jogos e comunicação a todos verem a mesma cena.
Membros: 4.221 membros
textual, o que possibilita perceber a
presença e ações dos participantes. Conclusão Prestadores
56 prestadores
TV Digital » Este módulo possi- A equipe do Amadeus se sente honrada de Serviços:
bilita a disponibilização de informa- em ter transformado o esforço de mais Universidade Federal
Ofertante:
ções adicionais para o telespectador, de cinquenta colegas em um produto de Pernambuco - UFPE
inclusive com dados provenientes que pode transformar a forma como
do Amadeus. Ele também permite fazemos educação a distância em
que o usuário interaja com o con- nosso país. Desse modo, demonstrar Mais informações
teúdo através de simulações, jogos que pesquisa aplicada e intervenção [1] Comunidade
e aplicações interativas de forma social, ou mesmo protagonismo social, Amadeus: http://www.
geral; sempre contextualizadas com devem ser fortalecidas e incentivadas softwarepublico.gov.br/
a programação televisiva principal. no contexto das instituições públicas ver-comunidade?community_
Vídeo Colaborativo » A constru- de ensino e pesquisa. id=9677539
ção desse módulo foi motivada pela Este ano o Amadeus terá uma [2] Pesquisa da ABED: http://
constatação dos impactos positivos versão utilizando o padrão IMS-LD www.abed.org.br/
do uso de vídeos na formação de (metalinguagem mantida pelo IMS [3] Portal Software
adultos. Esta ferramenta permite Global Learning Consortium), que Público: http://www.
ao professor compartilhar vídeos objetiva permitir a modelagem dos softwarepublico.gov.br/
de forma intuitiva e acompanhar processos de aprendizagem.
[4] Versão de demonstração
as ações e discussões dos alunos, Venha conhecer o projeto e desco-
do Amadeus 0.9: http://
como, por exemplo, o modo como brir como você pode colaborar com amadeus.cin.ufpe.
os aprendizes organizam suas ações a sua evolução. Não perca tempo! br/amadeuslms/
e como ocorre o processo de apren- Sinta-se convidado a avaliar o Ama-

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 35


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

ASES
Acessibilidade

O ASES – Avaliador e Simulador


de Acessibilidade de Sítios – é uma
ferramenta que permite avaliar,
simular e corrigir a acessibilidade
de páginas, sites e portais. Para os
usuários brasileiros, o programa é
distribuído de forma gratuita sob a
licença LGPL (GNU Lesser General
Public License).
A ferramenta foi desenvolvida
pelo Departamento de Governo
Eletrônico e a OSCIP (Organiza- Figura 1: Interface do Ases.
ção da Sociedade Civil de Interes-
se Público) Acessibilidade Brasil preensíveis e capazes de garantir o em 18 de janeiro de 2005, e a versão
com o objetivo de fornecer instru- controle da navegação pelos usuários, 2.0, já com as alterações propostas,
mentos que viabilizem a adoção independentemente das suas capa- em 14 de dezembro do mesmo ano.
da acessibilidade pelos órgãos do cidades físico-motoras e perceptivas, A versão 3.0, atualizada para a
governo. Apesar de seu público- culturais e sociais. WCAG (Web Content Accessibility
alvo ser desenvolvedores de portais O ASES é mais uma iniciativa Guidelines, ou Referências para a
e sites públicos, o ASES pode ser do Governo Federal para facilitar a Acessibilidade de Conteúdo Web)
utilizado por qualquer cidadão ou adoção da acessibilidade pelos ór- 2.0 e com itens de padronização
empresa que queira testar seu site. gãos do governo. A SLTI já disponi- de comportamentos comuns para
Ele incorpora o programa Silvinha, bilizou o Modelo de Acessibilidade os sites da APF, está prevista para o
desenvolvido pela Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG), segundo semestre de 2011.
Brasil para a verificação de sites e que contém uma série de recomen- Além do ASES, o e-MAG possui
portais, e outras 14 ferramentas de dações técnicas para a construção outras iniciativas:
avaliação recomendadas pelo World e adaptação de portais acessíveis a ➧ Cursos e-MAG: como forma de
Wide Web Consortium (W3C). usuários portadores de deficiências divulgar o e-MAG, a SLTI desenvol-
Além de avaliar a acessibilidade auditivas e visuais. ve cursos a distância, que podem ser
de um site, o ASES também fornece O e-MAG consiste em um con- hospedados por órgãos do governo
os procedimentos necessários para a junto de recomendações a ser con- em seus ambientes de Ensino a Dis-
sua correção e avalia o CSS e HTML siderado para que o processo de tância (EAD).
de páginas. É possível, na versão 1.0, acessibilidade dos sites e portais do ➧ Documentação de Apoio: são
avaliar a acessibilidade tanto pelo e- governo brasileiro seja conduzido artigos que auxiliam e complemen-
MAG 2.0 quanto pelo padrão inter- de forma padronizada e de fácil im- tam as diretrizes da Cartilha Técnica.
nacional WCAG 1.0 [1]. O ASES é plementação. Incluem-se aí tutoriais, checklists para
um programa de plataforma, sendo Ele é coerente com as necessidades validação humana e uma avaliação
possível a análise de sites inteiros ou brasileiras e em conformidade com de leitores de tela.
apenas camadas e seções específicas, os padrões internacionais. Foi formu-
algo que não pode ser realizado por lado para orientar profissionais, que Principais reursos
validadores Web, pois estes avaliam tenham contato com a publicação de ➧ Avaliador de acessibilidade (e-
apenas a página fornecida pela url. informações ou serviços na Internet, MAG e WCAG);
a desenvolver, alterar e/ou adequar ➧ Avaliador de CSS;
Modelo de Acessibilidade páginas, sites e portais, tornando-os ➧ Avaliador de HTML (4.01 e
em Governo Eletrônico acessíveis ao maior número de pes- XHTML);
A acessibilidade na Internet trata do soas possível. ➧ Simuladores de leitor de tela
oferecimento de conteúdos gráficos A primeira versão do e-MAG foi (tempo) e baixa visão (daltonismo,
e sonoros alternativos, claros, com- disponibilizada para consulta pública miopia, catarata);

36 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

➧ Ferramenta para selecionar o tárquica e fundacional desde maio Desenvolvimento com a RENAPI,
DocType, conteúdo alternativo, asso- daquele ano. Ainda no mesmo ano, em que há diversos projetos para a
ciador de rótulos, links redundantes, o Brasil aderiu à Convenção sobre os área de acessibilidade. Entre estes
corretor de eventos e preenchimento Direitos das Pessoas com Deficiência está a atualização do ASES, com
de formulários. da ONU, sendo esta e seu respec- a resolução de bugs, melhoria da
O programa funciona tanto em tivo Protocolo Facultativo, ratifica- usabilidade, novos recursos e a atu-
Windows quanto em Linux e para dos pelo Congresso Nacional em alização para os padrões e-MAG
executá-lo é necessário o Java Appli- 09 de julho de 2008 pelo Decreto 3.0 e WCAG 2.0. ■
cation Platform SDK (para Windows) Legislativo nº 186/2008. Em 2009,
e Java Runtime Environment - JRE o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto
(para Linux). de 2009 promulga a Convenção.

Legislação Comunidade ASES no


No Brasil, a construção de sites aces- Portal do Software Público
síveis é uma exigência do Decreto Para baixar o ASES, é possível ca-
nº 5.296/2004, que torna obrigatória dastrar-se na comunidade ASES do
a acessibilidade nos portais e sites Portal do Software Público Brasileiro.
eletrônicos da administração pública Através dela, também se pode baixar
na rede mundial de computadores os códigos fontes, o manual e parti-
para o uso dos portadores de defi- cipar das melhorias do programa.
ciência, garantindo-lhes o pleno A Comunidade conta atualmente
acesso aos conteúdos disponíveis. com cerca de 2.140 participantes. Os
Em 2007, a Portaria nº 3, de 7 de questionamentos enviados por eles
maio, institucionalizou o e-MAG estão sendo utilizados para versão
no âmbito do sistema de Adminis- 2.0 que está sendo desenvolvida pela
tração dos Recursos de Informação RENAPI (Rede de Pesquisa e Inova-
e Informática – SISP, tornando sua ção em Tecnologias Digitais).
observância obrigatória nos sites e Em 2010, a SLTI firmou um
portais de entidades da Adminis- acordo de Cooperação Intermi-
Acessibilidade
tração Pública Federal direta, au- nisterial de Pesquisa, Inovação e Software
de portais e
para:
páginas web
Quadro 1: 10 dicas para construir sites acessíveis Está no Portal
Dezembro de 2008
1. Imagens: use o atributo alt para descrever as imagens que são relevantes desde:
ao conteúdo da página e o atributo alt vazio para imagens que não acres- Membros: 2.114 membros
centam informação. Imagens decorativas devem ser inseridas via folha de
estilo (CSS); Prestadores
26 prestadores
2. Multimídia: inclua transcrições e legendas para áudio e vídeo; de Serviços:
3. O texto do link deve fazer sentido no contexto. Evite frases como “clique aqui”; MPOG e
Ofertante:
4. Organize seu conteúdo utilizando a hierarquia de cabeçalhos “h1, h2, h3...”; ONG Brasil
5. Coloque o conteúdo antes do menu. Se quiser um menu à esquerda ou
no topo da página, use as folhas de estilo para mudar o posicionamento;
6. Não faça a diagramação da página e definições de fontes no arquivo html;
Mais informações
para isso, utilize folhas de estilo;
[1] Comunidade ASES: http://
7. Use JavaScript acessível e torne os elementos acessíveis tanto por mouse www.softwarepublico.gov.br/
quanto por teclado. Forneça acesso alternativo ao conteúdo caso plugins e ap- ver-comunidade?community_
plets estejam inativos; id=8265263
8. Use tabelas apenas para dados tabulares. Faça-as de forma acessível;
9. Utilize a marcação correta na criação de formulários; [2] WCAG - Web Content
10. Valide seu trabalho: use as ferramentas, checklist e os guias disponíveis Accessibility Guidelines:
no portal do Programa de Governo Eletrônico. Utilize o ASES para validação http://www.w3.org/
mecânica. Valide, sempre que possível, através de pessoas com deficiência. WAI/intro/wcag/

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 37


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Geplanes
Gestão e elaboração de
planejamento estratégico

O Geplanes é um software de gestão


estratégica elaborado para empresas
públicas ou privadas. Ele é utiliza-
do na fase de elaboração do plane-
Figura 1: Interface do Geplanes.
jamento estratégico e na execução
das ações. O Geplanes possibilita [1], ferramenta desenvolvida pela gráficos de gestão à vista, dentre
gerenciar as medidas, as metas e seus LinkCom e que é software livre outras funções.
desdobramentos, os indicadores e desde 2006. O Geplanes foi de- Além disso, o Geplanes dispõe de
as anomalias em projetos. Através senvolvido utilizando a linguagem ferramentas da qualidade que per-
de relatórios, de gráficos e do pai- Java de acordo com a especificação mitem o registro e o tratamento de
nel de controle, os gerentes, coor- JEE. Ele possui uma camada de anomalias ou não-conformidades,
denadores, diretores e presidentes abstração de dados que lhe permi- promovendo a melhoria contínua
têm uma visão dos indicadores e da te fazer uso de diferentes sistemas da organização. ■
instituição. Suas funções se aplicam de gerenciamento de banco de
desde a fase do planejamento até a dados. A versão a ser distribuída Software para: Plano Estratégico
execução estratégica, possibilitando no Portal do Software Público [2] Está no Portal
o monitoramento do desempenho faz uso do PostgreSQL. Abril de 2010
desde:
organizacional de ponta a ponta. O processo de software da
Membros: 4.211 membros
LinkCom possui certificação MPS.
Inspiração Br [3], modelo de referência para Prestadores
9 prestadores
A solução foi desenvolvida tendo em a qualificação e a certificação de de Serviços:
mente o modelo de gestão conhecido empresas em processos de melho- Ofertante:
Linkcom
como Balanced Scorecard (ou BSC), ria de qualidade dentro de uma Informática Ltda.
que se foca nos objetivos da organi- realidade mais específica da cul-
zação, na coordenação do processo tura e do mercado brasileiro. Tal
individual de tomada de decisão e processo, cujo nome é PSK [4], Mais informações
no estabelecimento de uma base sus- foi utilizado integralmente no [1] Neoframework: http://
tentável para que ocorra o processo desenvolvimento do Geplanes. www.neoframework.org/
de aprendizagem organizacional. [2] Comunidade
O intuito foi criar um sistema Aplicação Geplanes: http://www.
administrativo capaz de garantir a Ao aplicar o Geplanes de maneira softwarepublico.gov.br/
sobrevivência da empresa perante adequada, o gestor pode monito- ver-comunidade?community_
id=20483099
a competição provendo uma visão rar o desempenho dos objetivos
estratégica fundada com base na estratégicos, analisar fatores crí- [3] MPS.Br: http://www.
análise do sistema empresa-am- ticos de sucesso, definir priori- softex.br/mpsbr/
biente juntamente com crenças dades, desdobrar metas de forma [4] Para mais informações
e valores da empresa. alinhada em todos os níveis fun- sobre o processo: http://
cionais, acompanhar planos de onlinelibrary.wiley.com/
doi/10.1002/(SICI)1099-
Desenvolvimento ação, avaliar resultados apurados
1379(199801)19:1%3C53::AID-
Toda a cadeia de tecnologias utili- periodicamente por meio de in- JOB826%3E3.0.CO;2-D/
zadas na construção são softwares dicadores de desempenho, emitir abstract
livres, inclusive o Neoframework diversos relatórios gerenciais e

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EducatuX
Integração pedagógica
e computacional

O EducatuX é um projeto cujo méto-


do educacional foi concebido com a
finalidade de promover uma integra-
ção pedagógica entre computadores
e educação, utilizando software livre. Figura 1: Tela do TestaCuca EducatuX.
Os altos custos dos softwares educa-
cionais atuais, os códigos-fonte fechados uso do computador na escola. O com- O Educatux é uma modalidade de
e até mesmo a falta de uma política putador, quando mal usado, pode re- programa de computador desenvol-
pedagógica para o uso de computado- presentar um perigo na formação do vida por programadores voluntários,
res em sala de aula foram os principais aluno; já, quando bem usado, pode ser utilizando um conjunto de aplicativos
motivadores para que esse projeto fosse uma ferramenta poderosa em prol da fabricados com essa filosofia, desenvol-
iniciado. sua educação e da sua evolução. vidos no mundo todo. O programa não
Através de observações nas salas de Com o escopo de transformar o es- possui fins comerciais.
aulas, percebeu-se que os alunos pre- paço usado pelos alunos para o apren- O projeto está reunindo informa-
cisavam de mais estímulos para me- dizado digital, sugerimos uma nova ções e conhecimentos necessários para
lhorar sua aprendizagem; de algo que nomenclatura para o que hoje é cha- oferecer um guia de referência para o
despertasse neles mais interesse, de algo mado de laboratório de informática. uso de conteúdos de informática edu-
novo que os incitasse à compreensão Aconselhamos a adoção do termo cacional livre em salas de aula digitais.
dos conteúdos e ajudasse o professor a Sala de aula virtual, pois é nele que
aguçar as suas curiosidades de forma um percentual das aulas acontecerão. Novos horizontes
lúdica e divertida, sem fugir do con- Recomendamos que, pelo menos, 10% Atualmente, a coordenação do proje-
teúdo pedagógico. a 30% das aulas normais dos alunos se- to vem trabalhando na integração e
O modelo EducatuX de fazer educa- jam neste espaço, não com conteúdos padronização dos conteúdos digitais
ção traz um conceito completamente alternativos ligados ao uso do compu- para a utilização em tablets. A ideia é
livre para o ensino. Baseado em soft- tador, mas com conteúdos utilizados oferecer um padrão para a distribuição
wares livres, permite à escola adaptar em sala de aula. de “Livros inteligentes”. Tais livros vão
todo e qualquer software utilizado às Nosso objetivo é oferecer propostas além de serem apenas meras informa-
suas necessidades. Agregando isso à de atividades educacionais, explicar, ções impressas na tela e o seu emprego
pedagogia, é possível definir perfis e comentar, fundamentar e usá-las na vai além da leitura, pois nestes livros
políticas de uso e avaliações para edu- sala de aula virtual de modo livre, sem o conteúdo é interativo, inteligente e
cadores e educandos. nenhuma limitação legal. O material metódico. “Estamos trabalhando para
O projeto visa a construção de mate- produzido através dessa ferramenta tem definir um padrão para o mercado e
riais didáticos, para professores e alunos a finalidade de alfabetizar crianças, jo- para o governo” frisa Sheyla Santos
do ensino fundamental, que auxiliem vens e adultos não só no mundo real, Acioli, psicopedagoga que atua com
a integração das aulas à tecnologia. mas também no mundo virtual. escolas públicas e privadas a mais de
Objetiva-se também a construção de “É brincando que se aprende mais”. dez anos. “Não adianta falarmos so-
oficinas práticas, as quais serão aplicadas Esta é a proposta base do EducatuX, bre o uso de tablets nas escolas e não
nas escolas, tendo como público-alvo que, através de atividades divertidas e termos como garantir que o conteúdo
os professores e pedagogos. lúdicas, encerra o que há de melhor na chegue da melhor forma possível à
Com o uso de técnicas pedagógicas, informática junto ao melhor do con- mão da criança. Professores, desen-
o EducatuX se propõe a disciplinar o teúdo educacional. volvedores independentes e editoras

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 39


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

precisam adotar um padrão para que o TestaCuca O TestaCuca EducatuX está se


conteúdo possa ser distribuído. E esse Outra novidade do projeto é o tornando realidade graças ao apoio da
padrão precisa ser acessível a todos. Não software TestaCuca EducatuX, um empresa W4BR, que investiu no de-
adianta cada editora ou cada produtor sistema desenvolvido para auxiliar a senvolvimento de toda solução, traba-
sair lançando o seu padrão, porque a aplicar avaliações e gerar relatórios e lhando na produção de um hardware
maioria das escolas não trabalha com gráficos de desempenho para análise e uma imagem do sistema operacional
uma única editora. Muitas escolas da qualidade do ensino. Seus relató- Android, para ser uma referência para
escolhem a pluralidade do material rios e gráficos têm por objetivo apre- uso em ambientes escolares. ■
para que o aluno tenha uma visão sentar um diagnóstico da rede para
mais ampla de tudo e não se feche que os gestores possam tomar medidas Software para: Educação Infantil
em uma única linha de pensamento.” preventivas relacionadas ao processo
Está no Portal
Imagine se cada editora tivesse seu pedagógico, estipulando como meta Abril de 2010
desde:
padrão ou modelo, a administração de a melhoria do ensino e, consequen-
Membros: 2.771 membros
tantas soluções diferentes, que poderiam temente, a avaliação da prova Brasil.
surgir no mercado, ficaria inviável para Este sistema é uma importante ferra- Prestadores
6 prestadores
escolas públicas ou privadas. menta para permitir a avaliação da evo- de Serviços:
Segundo Sheyla, não adianta que a lução do uso do EducatuX e de novas Instituto Superior
Ofertante:
escola tenha tablets estáticos, sem defi- tecnologias em sala de aula. Com ele, Fátima
nir um método para a utilização deles podemos ver, praticamente em tempo
no ambiente escolar. Ela frisa ainda real, os resultados obtidos com a inte-
que o projeto está à procura de novas gração da tecnologia à educação. Os Mais informações
escolas públicas e privadas interessadas próprios professores, pedagogos e equipe [1] Comunidade EducatuX: http://
em experimentar o método em suas da escola podem elaborar questionários www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
salas de aula com o auxílio de tablets e aplicá-los de forma prática e eficien-
id=20675454
e computadores. te utilizando computadores e tablets.

MDArte o aumento da complexidade dos siste- precisará ser escrito é muito inferior ao
mas de informação. Ela é baseada em já gerado pela ferramenta. Além disso,
Framework de desenvolvimento UML (Unified Modeling Language) a ferramenta cria camadas de abstração
e outros padrões OMG, o que pro- que facilitam o desenvolvimento de sis-
porciona uma visão independente temas, não exigindo do desenvolvedor
de plataforma e a automatização da um conhecimento específico sobre as
geração de grande parte do código tecnologias utilizadas, como EJB, Hi-
O MDArte tem como propósito a cria- dos aplicativos. Os artefatos específicos bernate e Struts. Assim, tanto o tempo
ção de um novo referencial de software de plataforma são gerados a partir de de desenvolvimento como o custo do
público, através do uso de tecnologias modelos que representam o sistema: projeto são reduzidos drasticamente.
modernas, redução do custo total dos casos de uso, diagramas de atividades
serviços de tecnologia da informação e da e diagramas de classes. Funcionamento do MDArte
dependência de soluções proprietárias. De acordo com a abordagem MDA, O MDArte tem como entrada um mo-
O projeto [1] surgiu da necessidade um mesmo modelo pode ser utilizado delo UML representado no formato
do Governo Federal de padronizar o para múltiplos propósitos [4] podendo XMI (XML Metadata Interchange),
desenvolvimento e as tecnologias de produzir versões diferentes de um mes- compatível com muitas ferramentas
seus sistemas de informação. Ele pode mo aplicativo, como, por exemplo, em de modelagem, inclusive algumas
ser definido como uma evolução do fra- J2EE, .NET e PHP. Open Source, como o ArgoUML [5].
mework AndroMDA [2], que por sua vez, São essas as características que im- O modelo UML passa pelo núcleo de
proporciona a geração de código basea- pulsionam o uso de MDA, pois, a partir transformação, onde será lido e mapea-
da em modelos, a partir da abordagem de modelos, cerca de 80% do aplicativo do, seguindo para os módulos encarre-
MDA (Model Driven Architecture) [3]. construído passa a ser composto por gados de efetivamente gerar o código.
A metodologia MDA foi inicial- código gerado. Essa geração repre- Os módulos são separados por escopo
mente proposta pela OMG (Object senta um ganho para o projeto, pois o e tecnologia, facilitando a gerência dos
Management Group) para lidar com montante de código que efetivamente gabaritos de código (templates).

40 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

Atualmente, o MDArte está di- o SGDC-P do Ministério da Defesa, e também fazê-lo evoluir para tec-
vidido em cinco módulos, com as o SICONV do Ministério do Plane- nologias e padrões mais modernos.
seguintes tecnologias: jamento, o NEXO da Força Aérea Desde a criação da Comunidade
➧ EJB: Permite o isolamento das regras Brasileira e o SOMAR da Marinha do MDArte no Portal do Software Público
de negócio do sistema, criando todo o Brasil. A tabela 1 contém estatísticas Brasileiro, existe um canal de comuni-
arcabouço para serviços e web services, extraídas de alguns sistemas desen- cação estabelecido entre o framework
inclusive com controle de acesso. volvidos utilizando MDArte. e seus usuários, fundamental para a
➧ Hibernate: Permite o mapeamento sua evolução. Junto à recente formali-
objeto-relacional, gerando toda confi- Atividades de pesquisa zação do Comitê Gestor do MDArte
guração da base de dados a partir de O MDArte foi originado no meio aca- e ao engajamento das instituições par-
diagramas de classes. O módulo tam- dêmico, através da parceria do Gover- ticipantes, os desenvolvedores preten-
bém é capaz de criar um mecanismo de no Federal com a linha de pesquisa de dem estimular o uso das ferramentas
auditoria, útil para garantir a veracidade Banco de Dados do Programa de En- disponibilizadas pelo Portal de forma a
de dados e rastrear ações no sistema. genharia de Sistemas e Computação identificar necessidades de melhoria dos
➧ Java: Permite a geração de estruturas (PESC), parte do Instituto Alberto Luiz conteúdos disponíveis visando agregar
auxiliares, como Transfer Object (TO) Coimbra (COPPE), da Universidade novos membros à iniciativa. ■
e Value Object (VO), além de compo- Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [15].
nentes comuns ao sistema. O COPPE mantém um segmento Arquitetura da
Software para:
Aplicação - MDA
➧ JUnit [6]: Permite a construção de dedicado à pesquisa da metodologia
fluxos de testes a partir de diagramas de MDA, em que o MDArte tem re- Está no Portal
Fevereiro de 2009
desde:
atividades. Além disso, facilita os testes presentado uma ótima ferramenta de
de serviços e componentes web, pois aprendizado. Como resultado, vários Membros: 1.733 membros
cria uma camada de abstração respon- trabalhos relacionados ao framework Prestadores
6 prestadores
sável por lidar com informações como foram elaborados (projetos finais de de Serviços:
controle de acesso, comunicação com curso, dissertações de mestrado e ou- Marinha do
Ofertante:
JUnit e Selenium. [7] tras pesquisas) e publicados em eventos Brasil e UFRJ
➧ Struts [8]: Permite a geração de e revistas nacionais e internacionais.
aplicativos web a partir de casos de uso Muitos desses trabalhos já se torna- Mais informações
descritos em diagramas de atividades. ram parte da última versão do MDArte, [1] Comunidade MDArte: http://
Representa o módulo mais complexo, como o módulo JUnit, a geração de www.softwarepublico.gov.br/
pois lida com diversos tipos de com- estatísticas e a ferramenta de suporte ver-comunidade?community_
id=9022831
ponentes web e fluxos de navegação. ao desenvolvimento. Alguns outros
[2] Framework AndroMDA:
Após a geração dos objetos, são projetos, como o extrator de depen- http://www.andromda.org
criados locais conhecidos como pon- dências e identificador de violações de [3] Miller, J. and Mukerji, J.
tos de implementação, normalmente arquitetura, estão em fase final de testes 2003. MDA Guide Version
métodos que devem ser implemen- e devem se tornar públicos em breve. 1.0.1. Object Management
Group: http://www.omg.org/
tados pelo desenvolvedor. cgi-bin/doc?omg/03-06-01
Próximos passos [4] Siegel, J. and the OMG
Experiência em projetos O MDArte tem por objetivo oferecer Staff Strategy Group.
Durante os anos de utilização e manu- tecnologias modernas a baixo custo e 2001. Developing in OMG’s
Model Driven Architecture.
tenção do MDArte, muitos foram os sem dependência proprietária. Para OMG white paper: ftp://
projetos produzidos pela ferramenta, tanto, seguimos um mapa de lança- ftp.omg.org/pub/docs/
contabilizando mais de uma dezena mentos estabelecido pela comunida- omg/01-12-01.pdf
de sistemas de informação do Gover- de, que visa atender a necessidade dos [5] ArgoUML: http://
no Federal. Temos como exemplos projetos que utilizam o framework argouml.tigris.org
[6] JUnit: http://www.junit.org/
NEXO Rationalis SGDC-P SOMAR [7] Pinel, R. E. A. et al. Improving
tests infrastructure through
Casos de uso 272 298 313 254 a model-based approach:
Entidades 113 152 385 194 http://portal.acm.org/
citation.cfm?id=1921544
Classes de serviços 11 8 245 28
[8] Struts: http://struts.
Tabela 1: Casos de uso do MDArte. apache.org/

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 41


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software
ware Público

Apoena Banco de Talentos Cacic


Gestão de conteúdo Mapeamento humano Diagnóstico do parque
computacional

Banco de Talentos Primeiro software público do Gover-


no Federal, resultado do consórcio
de cooperação entre a SLTI (Se-
O Apoena é um software livre que cretaria de Logística e Tecnologia
surgiu da necessidade de facilitar da Informação), do Ministério do
a democratização da informação O Banco de Talentos [1] foi desen- Planejamento, Orçamento e Ges-
nos telecentros do Banco do Brasil. volvido com o intuito de mapear os tão, e a DATAPREV (Empresa
A ferramenta elabora clippings de talentos da Câmara dos Deputados de Tecnologia e Informações da
notícias, funcionando como uma e identificar o potencial humano Previdência Social), desenvolvi-
agência de notícias ao coletar e pro- da Instituição. Ele facilita a análise do pelo Escritório Regional da
cessar informações de mais de 300 contínua da evolução funcional, DATAPREV no Espírito Santo,
fontes informativas. O usuário pode por meio da disponibilização de o Cacic [1] é capaz de fornecer
definir e filtrar os assuntos de seu informações prestadas pelos pró- um diagnóstico preciso do parque
interesse bem como encaminhar as prios servidores. computacional e disponibilizar
notícias por email para outras pessoas Foi elaborado com base em um informações como o número de
cadastradas no sistema. O Apoena metamodelo de dados que permite equipamentos e sua distribuição
facilita o contato do administrador a sua adequação à realidade das nos mais diversos órgãos, os tipos
de portais com ferramentas de ges- mais diversas organizações. de softwares utilizados e licencia-
tão de conteúdos. A Câmara dos Deputados dis- dos, as configurações de hardware,
O software foi lançado no dia 24 ponibiliza o Banco de Talentos entre outras informações. Também
de junho de 2009 no estande do para a comunidade através do pode fornecer informações sobre
Banco do Brasil durante o 10º Fó- Portal do Software Público, sem dados patrimoniais e a localização
rum Internacional de Software Livre ônus financeiro, visando a sua física dos equipamentos, ampliando
(FISL) e utiliza as linguagens Shell evolução e a melhor utilização o controle do parque computacio-
Script, Java e PHP no núcleo de seu dos recursos públicos. nal e a segurança na rede.
código-fonte e MySQL como banco O software é desenvolvido em Java Foi criado nas linguagens de
de dados padrão. Faça parte da co- e utiliza o banco de dados MySQL programação PHP, Perl, Python
munidade [1] e discuta melhorias, e pode ser obtido gratuitamente no e Delphi e utiliza o banco de da-
sugira implementações e auxilie no Portal do Software Público. ■ dos MySQL para armazenamento
desenvolvimento da ferramenta. ■ de informações. ■
Software Mapear talentos
Software Clippings de para: e conhecimento
Inventário e
para: notícias Está no Software para:
Março de 2009 patrimônio
Está no Portal desde:
Abril de 2009 Está no
Portal desde: Membros: 3.452 membros Abril de 2007
Portal desde:
Membros: 2.472 membros Prestadores
36 prestadores Membros: 29.315 membros
Prestadores de Serviços:
17 prestadores Prestadores
de Serviços: Câmara dos 188 prestadores
Ofertante: de Serviços:
Ofertante: Banco do Brasil Deputados
Ofertante: Dataprev

Mais informações Mais informações


Mais informações
[1] Comunidade Apoena: www. [1] Comunidade Banco de Talentos:
softwarepublico.gov.br/ www.softwarepublico.gov.br/ [1] Comunidade Cacic: www.
ver-comunidade?community_ ver-comunidade?community_ softwarepublico.gov.br/ver-
id=10374226 id=10157501 comunidade?community_id=3585

42 www.linuxmagazine.com.br
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GP-Web ➧ Módulo de e-mail corporativo ➧ Módulo de agenda coletiva e


Gestão de projetos com assinatura eletrônica, criptografia, lista de atividades a realizar (to-do
aviso de leitura, controle de despa- list – lista de tarefas a serem feitas),
O GP-Web [1] foi desenvolvido pelo chos, dentre outras funcionalidades; integrada aos demais módulos, com
Capitão Comandante Reinert, no 3º ➧ Módulo de criação e envio de recursos semelhantes ao Lotus Notes
Batalhão de Comunicações de Porto documentos, tal qual o SPED, mas e ao Google Agenda. ■
Alegre, no RS. Desenvolvido inteira- mais fácil de operar e flexível;
mente em PHP e Javascript com banco ➧ Módulo de gerenciamento Software Gerenciamen-
de dados MySQL, pode ser executado de projetos completo, inclusive para: to e protocolo
em qualquer navegador web, inclusive podendo importar arquivos do MS Está no Por-
Maio de 2011
a partir de um telefone celular. Project e Dot Project, contendo tal desde:
Tanto na parte de gerenciamento também WBS; Pessoa física –
Ofertante:
de projeto, práticas de gestão e indica- ➧ Módulo de gestão da excelência, Sérgio Reinert
dores quanto na tramitação interna de com controle de indicadores, práticas
mensagens e documentos protocolados, de gestão, relatório de gestão, com as
o sistema se propõe a ser uma solução réguas de 250, 500 e 1.000 pontos do Mais informações
completa e integrada para as organi- Governo Federal (PQGF) e da Fun- [1] Comunidade GP-Web:
http://www.softwarepublico.
zações civis e militares. O GP-Web é dação Nacional da Qualidade, assim gov.br/dotlrn/clubs/gpweb/
composto pelos seguintes módulos: como a de 500 pontos do Exército;

i-Educar e disponibilização destes a todos os municípios de diferentes tamanhos e


usuários em uma interface web co- índices de desenvolvimento.
Gestão Escolar mum. Somando-se a isso, a geração
de relatórios possibilita uma melhor Instalação
O i-Educar é um sistema de gestão es- análise do sistema escolar, amparando Os procedimentos de instalação pare-
colar baseado em web que tem como os gestores nos processos de tomada de cerão rotineiros para quem já está ha-
objetivo centralizar os dados escolares decisão. Esses relatórios também são bituado a instalar aplicações web PHP.
de um sistema de educação municipal. importantes para a obtenção de ver- As dependências atuais são: PHP 5.2+
Os benefícios da sua implementação bas junto ao Ministério da Educação. com as extensões gd, pgsql e pdflib (ex-
são a diminuição do uso de papel e da O i-Educar destaca-se por ser um tensão PECL) instaladas, servidor web
duplicidade de documentos, a otimiza- software livre (licenciado pela GNU- com suporte a PHP, biblioteca PDFLib
ção do trabalho do servidor público e GPL), sendo seu desenvolvimento, e o PostgreSQL 8.2. A documentação
do tempo de atendimento ao cidadão. realizado de forma colaborativa. São disponível no wiki do projeto na página
O i-Educar foi desenvolvido pela mais de 4 mil usuários cadastrados na do software público contém os proce-
Prefeitura Municipal de Itajaí (SC) comunidade i-Educar dentro do Portal dimentos necessários para a instalação
para modernizar a gestão educacional do Software Público Brasileiro, com em ambientes Linux e Windows. ■
do município. Com o apoio da Cobra perfis que vão desde administradores
Tecnologia, o sistema foi disponibilizado de sistemas a secretários de educação. Software para: Gerenciamento escolar
no Portal do Software Público Brasileiro, Esse fator é importante tanto para a Está no Portal
Setembro de 2008
O sistema conta com diversas fun- evolução do software como para a eco- desde:
cionalidades para a gestão eficiente do nomia dos municípios que o adotam. Membros: 10.777 membros
sistema escolar, como cadastro de aluno, Um município que implementa uma Prestadores
histórico escolar, matrícula, rematrícu- nova funcionalidade tem um local único 140 prestadores
de Serviços:
la automática, alocação de professores, de publicação de software; outro que Ofertante: Prefeitura de Itajaí - SC
quadro de horários, além de, inclusive venha a necessitar deste mesmo recurso
contar com um módulo para gerencia- não precisará desenvolvê-la, bastando
mento de bibliotecas, com o empréstimo assim reutilizá-lo. Além do enorme Mais informações
de livros e gestão de acervo. potencial de economia de dinheiro [1] Comunidade i-Educar: http://
A grande vantagem do i-Educar público, esse compartilhamento disse- www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
é a otimização de recursos que ocor- mina o conhecimento em tecnologia da id=6552490
re devido a centralização dos dados informação de forma igualitária entre

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 43


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Controle de Marcas
e Sinais
Software livre a serviço
do produtor rural.

Como surgiu Para acelerar a localização de marcas animais para abate, no campo e nas
Até o início do ano de 2007, o mu- ou sinais semelhantes, além da asso- fazendas. O Controle de Marcas e
nicípio de Bagé/RS, cuja atividade ciação com o produtor e a localidade, Sinais pode ser utilizado pelas forças
agropecuária é bastante expressiva, o sistema permite a caracterização por de segurança para fins de consulta de
realizava o controle de marcas e sinais conteúdo, ou seja, se a marca contém legitimidade de certificados de proprie-
de forma manual e arcaica em dois figuras, desenhos ou letras. dade ou mesmo para a identificação
grandes livros; com o arquivo tendo Depois de realizado o cadastro da do proprietário através da pesquisa
sido iniciado na década de 1930. A marca ou sinal, é possível emitir um pelas características da marca, caso
ação do tempo, o mau acondiciona- certificado de propriedade que iden- seja realizada uma apreensão de car-
mento e a falta de cuidados no ma- tifica o produtor que a detém. Esse ga animal em desacordo ou ainda em
nuseio tornaram quase impossível a certificado pode ser consultado para outros tipos de investigações.
visualização de determinados registros. fins de validação e evitar a falsificação.
Além da precariedade do armaze- Outros casos de uso
namento, o processo de consulta era Benefícios A partir da publicação do software
lento e impreciso. Cada novo registro O software permite o registro eletrôni- de Controle de Marcas e Sinais no
de propriedade de uma marca deve co de marcas e sinais; portanto, além Portal do Software Público Brasilei-
possuir um símbolo único, de modo de facilitar o armazenamento das in- ro, outros municípios demonstraram
que seja possível possa identificar seu formações, uma vez que são registros interesse em utilizar o sistema como
proprietário sem o risco de ambigui- eletrônicos sem dependência de ma- ferramenta de registro para catalo-
dade. O prazo estimado para consulta terial físico (papel), o acesso aos dados gação de marcas e sinais. Dentre os
nos livros à procura de registros seme- é muito mais rápido. diversos municípios que já utilizam
lhantes levava dias, até alguns meses. Atualmente o prazo estimado ou pretendem utilizar o sistema, po-
Foi então que o Núcleo de Tecnologia para o registro de uma nova marca dem ser citados: Aceguá/RS, Hulha
da Informação da Prefeitura Municipal ou sinal é de apenas 24 horas, uma Negra/RS, Pedras Altas/RS, Santa
de Bagé começou o desenvolvimento notável redução em comparação à Vitória do Palmar/RS, Sant’Ana do
do Controle de Marcas e Sinais. Com imprecisão da situação anterior. Livramento/RS e Mineiros/GO. ■
a implementação do sistema, iniciou-se
um recadastramento de todos os produ- O software por dentro
tores detentores de marcas e sinais, na O Controle de Marcas e Sinais foi Software Registro de
cidade de Bagé, para facilitar o acesso às desenvolvido em linguagem de pro- para: Marcas e Sinais
informações de forma eletrônica. gramação PHP (versão mínima 5.2), Está no
Junho de 2009
voltado para o uso através da plata- Portal desde:
Funcionamento forma web (sugere-se Apache versão Membros: 732 membros
O Controle de Marcas e Sinais possui 2.2), e utiliza banco de dados Post- Prestadores
19 prestadores
um cadastro para os produtores rurais, greSQL (versão mínima 8.1). Foram de Serviços:
que são vinculados as suas respectivas realizados testes e implementações da Prefeitura de
Ofertante:
localidades e as marcas e sinais con- instalação do sistema em ambiente Bagé - RS
tidas no sistema, que são associados Linux; contudo, observados os requi-
ao seu produtor proprietário. Desse sitos mínimos, a implementação pode
modo, ao visualizar o registro de ca- ser realizada em outras plataformas. Mais informações
dastro de um determinado produtor,
é possível conhecer as marcas e sinais Auxílio à segurança [1] Comunidade Controle de
que este detém. Da mesma forma, ao Infelizmente, um crime comum em Marcas e Sinais: http://www.
softwarepublico.gov.br/
visualizar o registro de uma marca ou áreas de pecuária é o abigeato, que
ver-comunidade?community_
sinal, a informação sobre o produtor é o tipo de crime que envolve furto id=11791260
detentor é apresentada. de animais, como animais de carga e

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COCAR ➧ Um serviço de banco de dados em critérios pré-definidos. Ele as clas-


Controle centralizado de para armazenar os dados coletados, sifica em três grupos: Tráfego Alto, Sem
resumos e tabelas de referência; Tráfego e Problemas de Confiabilidade.
redes distribuídas.
➧ Um serviço web, onde reside a O Cocar também apresenta uma
página para acesso às informações. tabela com resumo das ocorrências
por tipo de alerta. Ele pode ainda
Exibição de alertas mostrar uma série de gráficos com
O COCAR lista uma série de alertas a desempenho diário e mensal dos
para a análise dos dados. O sistema equipamentos monitorados. ■
O Controlador Centralizado do Ambiente verifica, a cada cinco minutos, a mé-
Monitoramento de
de Redes - COCAR - foi desenvolvido dia de tráfego da interface nos últimos Software para:
tráfego de rede
pela DATAPREV com o objetivo de dez minutos, independenemente do
disponibilizar, para todos os escritórios, dado ser de entrada ou saída. Em se- Está no Por-
Abril de 2007
tal desde:
uma ferramenta para monitoramento de guida, verifica se esta média é maior
tráfego nos circuitos da rede de acesso e ou igual a 20% além do CIR (com- Membros: 9.948 membros
fornecer alarmes informativos de queda mitted information rate, a velocidade Prestadores
72 prestadores
de desempenho nestes circuitos com o padrão garantida pelo provedor). Se de Serviços:
armazenamento dos dados coletados. o resultado for positivo, ele confere Ofertante: Dataprev
O sistema é composto por três serviços: se já há um alarme registrado no
➧ Um serviço de coleta das informa- período anterior para essa interface.
ções que realiza periodicamente a coleta Caso haja, ele altera a criticidade do Mais informações
do tráfego de entrada e saída da rede alarme; caso contrário, registra um [1] Comunidade Cocar: http://
de acesso nos roteadores do backbone alarme de criticidade mais baixa. www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
que atende as Agências da Previdência O COCAR lista as unidades que id=133801
Social e as Gerências Executivas; apresentam irregularidades, com base

e-Cidade rifados, registra a prestação de contas ➧ Área Educação: escola, biblioteca,


e gerencia procedimentos como paga- secretaria, merenda escolar.
Gestão de município
mentos de diárias e de restos a pagar. ➧ Área Saúde: agendamento ambu-
O e-Cidade destina-se a informatizar Possibilita o controle dos imóveis, das latorial, farmácia.
a gestão dos municípios brasileiros de obras executadas e da dívida ativa do ➧ PublicQ: ferramenta de BI para to-
forma a integrar os entes municipais: município, além da consulta a proces- mar decisões do administrador municipal.
Prefeitura Municipal, Câmara Muni- sos administrativos. E administra ain- ➧ Área Cidadão: emitir segunda via
cipal, autarquias, fundações e outros. da as informações relativas ao Plano de IPTU, parcelar e recolher ISSQN.
O software é apoiado pelo Mi- Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Para funcionários: emissão de contra-
nistério do Planejamento, e, entre Orçamentárias (LDO) e Lei Orça- cheque, ficha financeira, comprovante
as vantagens de sua adoção, estão a mentária Anual (LOA), entre outros. de rendimentos e consulta cadastral.■
economia de recursos, a liberdade
de escolha dos fornecedores e a ga- Principais recursos Software para: Gestão de Município
rantia de continuidade do sistema. ➧ Área Financeira: orçamento, em- Está no Portal
Outubro de 2009
A liberação do e-Cidade é fruto de penho, tesouraria, contabilidade. desde:
uma parceria entre a empresa Dbseller ➧ Área Tributária: cadastro imo- Membros: 6.292 membros
e a Secretaria de Logística e Tecnolo- biliário, ISSQN, arrecadação, água, Prestadores
119 prestadores
gia da Informação (SLTI) do Minis- fiscalização, dívida ativa, cemitério, de Serviços:
tério do Planejamento. Entre os seus contribuição de melhoria, módulos Ofertante: Empresa DBSeller
recursos estão autorização, emissão e diversos, UTBI, jurídico, marcas e si-
liquidação de empenhos totalmente nais, projetos, notificações.
Mais informações
integrados ao processo de aquisição e ➧ Área Patrimonial: material, compras,
[1] Comunidade e-Cidade: http://
emissão de notas fiscais. licitações, frotas, patrimônio, protocolo. www.softwarepublico.gov.br/
O e-Cidade também integra os ➧ Área Recursos Humanos: estágio ver-comunidade?community_
id=15315976
módulos de compras com os almoxa- probatório, pessoal, recursos humanos.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 45


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Cortex
Framework em C++ para arquitetura orientada a serviços em desktop

Imagine uma caixa cheia de blocos de Diferentemente de um ambiente “ISynapse”, que especializa o “encai-
montar com os mais variados formatos, SOA tradicional, as sinapses são com- xe padrão” dos blocos de montagem.
tamanhos e cores, mas todos com o ponentes desenvolvidos em C++, na Os únicos métodos que devem fazer
mesmo padrão de encaixe. Com eles, forma de bibliotecas dinâmicas (shared parte da implementação são “start”
uma criança pode montar um carro, objects em Linux ou DLLs em Win- e “stop”. “ICortex” é a interface que
um robô, um animal de sua preferên- dows) baseadas no Qt SDK [2]. Até o permite a “descoberta de serviços” e
cia ou o que a sua imaginação puder momento, o Cortex já foi compilado seu respectivo consumo.
conceber! Os blocos podem ser rear- com sucesso em GNU/Linux (Ubuntu Acompanha o framework um apli-
ranjados e reutilizados a seu bel-prazer. 9.04 a 10.10), Windows (2000, XP, Vista cativo (uma composição de sinapses)
Eis a ideia por trás do Cortex, o que e 7), Mac OS X e Maemo. chamado “Gerador de Sinapses”. Para
confere extremo poder e flexibilidade O Cortex está vocacionado para facilitar ainda mais o desenvolvimento,
às aplicações desenvolvidas sobre ele. o desenvolvimento de aplicativos esse assistente guia o desenvolvedor
As origens do framework remontam desktop. Podemos dizer que ele ofere- na geração de toda a infraestrutura
ao ano de 2009, quando diversos projetos ce um ambiente “SOA para desktop necessária à criação de um novo ser-
dentro do Exército tinham a intenção de em C++”, o que, logicamente, não viço. Depois disso, basta preocupar-se
reutilizar “pedaços” de um aplicativo de impede que sinapses sejam desenvol- com a implementação da lógica de
Comando e Controle chamado “C2 em vidas para permitir uma interopera- negócio do serviço em si.
Combate”. A partir da abordagem inicial bilidade com web services, aliás já Para aprofundar-se nos conceitos,
de tornar esse aplicativo “plugável”, o existente em aplicativos do Exército. escrever um “Alô, Mundo!” e come-
conceito evoluiu para um arcabouço Na figura 1, temos exemplos de çar a desenvolver suas primeiras sinap-
de propósito geral. Em dezembro de dois aplicativos desenvolvidos sobre o ses, recomenda-se a leitura do tutorial
2010, a solução foi disponibilizada no framework: à esquerda, uma simples que acompanha o framework. A partir
Portal do Software Público Brasileiro [1]. calculadora composta por três sinapses, daí, construir novos aplicativos sobre o
Inspirado na filosofia da tão difun- cuja implementação faz parte do tuto- Cortex assemelha-se a encaixar blocos
dida arquitetura orientada a serviços rial que acompanha o framework [3]; à de montar. A imaginação é o limite! ■
(SOA, na sigla em inglês), o Cortex direita, um visualizador de terreno 3D,
foi concebido como um framework que integra as soluções de Comando e Software para: SOA
multiplataforma para desenvolvimen- Controle do Exército, consumindo web Está no Dezembro
to de aplicativos desktop, onde cada services de mapas no padrão WMS. Portal desde: de 2010
serviço desenvolvido recebe o nome O framework possui uma curva de Membros: 889 membros
de sinapse. Um aplicativo, portanto, aprendizado relativamente baixa, já que Prestadores
2 prestadores
nada mais é do que uma composição apenas duas interfaces precisam ser de de Serviços:
de sinapses trabalhando em conjunto conhecimento do desenvolvedor. Cada Ofertante: Exército Brasileiro
para oferecer recursos para o usuário. sinapse deve possuir uma interface,
Mais informações
[1] Portal do Software Público
Brasileiro: http://www.
softwarepublico.gov.br/

[2] Qt SDK: http://


qt.nokia.com/

[3] PALMEIRA, Alisson S.;


CASTRO, Thiago M.
Cortex – Anatomia de um
Framework: http://www.
softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
Figura 1: De uma simples calculadora a um visualizador 3D baseados no Cortex. id=27016128

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Curupira i3Geo
Controle e gestão de impressão Geoprocessamento
em ambientes corporativos

Solução corporativa em software livre


desenvolvida pela equipe da Caixa
Econômica Federal. O Curupira utiliza
código aberto e é executado no sistema
operacional Linux. Ele gerencia os pro-
cessos de impressão através da gestão
racional dos elevados custos, volumes
de impressão, insumos, permissões e
eficiência do uso em redes corporativas.
O software é uma solução livre para
gestão de impressões que permite a
gestão racional dos custos, volumes Figura 1: Tela inicial do i3Geo
de impressão e insumos, gerando O software i3Geo [1] foi desenvolvido de gráficos, análises de dados tabulares,
eficiência e racionalidade no uso em pelo Ministério do Meio Ambiente operações espaciais, a criação de buffers
redes de impressão corporativas. Adota (MMA) com o objetivo de divulgar que podem ser utilizados pelo navegador
padrões abertos e aderentes à política informações georreferenciadas relacio- de Internet. O software é utilizado por
de software livre do Governo Federal. nadas à temática do meio ambiente. algumas instituições para disponibilizar
O aplicativo, que foi batizado de Em 2006, ele foi licenciado pelo MMA as informações georreferenciadas pro-
Curupira em homenagem ao per- como GPL (General Public License), duzidas, como, por exemplo, INCRA,
sonagem da cultura popular que dando início à divulgação dos códigos IPEA, Instituto de Meio Ambiente da
representa o defensor das matas, foi desenvolvidos. No ano de 2007, o i3Geo Bahia, por meio do GEOBAHIA, entre
desenvolvido utilizando ferramentas foi incluído no Portal do Software Pú- outras. Além disso, o i3Geo é o visualiza-
livres. O software possui interface web blico Brasileiro, criando-se assim, a dor de mapas utilizado na Infraestrutura
e permite a emissão de relatórios on- sua comunidade de desenvolvedores e Nacional de Dados Espaciais (INDE).
line. Somente na Caixa Econômica usuários, que atualmente possui mais Ao ser disponibilizado no Portal
Federal, o software possibilitou a eli- de 6.000 membros. do Software Público Brasileiro, o
minação dos custos de aquisição de O i3Geo foi o primeiro software software tornou-se uma opção de
licenças e manutenção de solução na área de geoprocessamento a in- aplicativo para visualização de ma-
de mercado, gerando uma economia tegrar o Portal do Software Público. pas na Internet. ■
de R$ 5 milhões. ■ O software é instalado via navegador,
utiliza como servidor web o Apache e Geração de
Gerenciar Software para:
como servidor de mapas o MapServer mapas
Software para: impressão de
documentos
com o PHPmapscript, tendo sido de- Está no Portal
Agosto de 2007
senvolvido a partir das seguintes tec- desde:
Está no
Portal desde:
Abril de 2008 nologias: PHP5, Software R, SpatStat Membros: 6.996 membros
e GhostScript. Suas principais biblio- Prestadores
Membros: 5.937 membros 57 prestadores
tecas são YUI, CPAINT e OpenLayers. de Serviços:
Prestadores
64 prestadores O MMA armazena os dados utilizados MMA – Ministério
de Serviços:
no i3Geo em bancos de dados PostgreS- Ofertante: do Meio
Caixa Econômica Ambiente
Ofertante: QL/Postgis. O software adota padrões
Federal
de interoperabilidade da OGC (Open
Geospatial Consortium), WMS, KML Mais informações
Mais informações e padrões descritos no documento do
[1] Comunidade Curupira: http:// e-PING, como o shapefile. [1] Comunidade i3Geo: www.
www.softwarepublico.gov.br/ softwarepublico.gov.br/
O i3Geo possui recursos que facili- ver-comunidade?community_
ver-comunidade?community_
id=3632535 tam o acesso remoto aos dados, como id=1444332
webservices e ferramentas para geração

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 47


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Gnuteca
Gestão de bibliotecas

Figura 1: Exemplo de tela de Busca pelo termo “Casmurro”.

O Gnuteca é um sistema para au- funcionamento e comportamento do mumente utilizados nas bibliote-
tomação de todos os processos de sistema. Neles, configuramos desde cas, agilizando, assim, a inserção
uma biblioteca, que respeita os pa- as políticas de uso até o formato de dos dados e sua disponibilização
drões mais conhecidos e utilizados emissão de um recibo fiscal. para a pesquisa.
nas bibliotecas, como o MARC21 Na Circulação de Materiais, os Como último módulo temos a
(LOC - Library Of Congress) operadores praticarão qualquer ação Administração de Usuários, onde se-
sendo compatível também com o que envolva empréstimos e devo- rão criados os grupos de operadores
ISIS (Unesco). luções, assim como as verificações ou de usuários da biblioteca, e cada
Por ser um software livre e utilizar atreladas a estas ações, como multas, um será enquadrado em seus direitos
como base apenas outros softwares penalidades, reservas e outras. e políticas de uso, assim como em
livres, não há limite no número de O módulo de Busca possui diver- sua unidade de biblioteca.
estações de atendimento, ilhas para sos recursos. Vários tipos de pesquisa A solução Gnuteca, além de aten-
consulta ou acesso através da Internet. são disponibilizados pelo sistema, der a bibliotecas de qualquer porte
Não existem limites também para dentre eles: simples, avançada, de em sua plenitude, possui empresas
bibliotecas de múltiplas unidades. aquisições, periódicos, Google Book que prestam suporte com segurança
É dispensada a instalação de qual- e Z3950. Todas estas opções, assim e confiabilidade no atendimento, ga-
quer software na estação cliente além como os filtros, são totalmente con- rantindo a continuidade da solução. ■
de um navegador, já que se trata de figuráveis de acordo com o perfil do
um software de uso exclusivamente usuário ou operador logado. Cada Automação de
Software para:
web. Os requisitos mínimos para o perfil poderá personalizar suas op- Bibliotecas
servidor são: uma distribuição Li- ções de busca, adaptando o sistema Está no Portal
Março de 2011
nux, processador Pentium IV 2Ghz, para seu modo de uso. desde:
memória RAM 2 GB e disco 40 GB. A Catalogação no Gnuteca se- Membros: 2.219 membros
As funções do Gnuteca são divididas gue o padrão internacional Marc21 Prestadores
4 prestadores
em seis módulos, que são os seguintes: de forma simples e configurável. de Serviços:
➧ Administração As planilhas de catalogação estão Ofertante: Cooperativa Solis
➧ Configuração prontas para qualquer tipo de ma-
➧ Circulação de Materiais terial, porém o operador pode criar
➧ Busca e/ou editar planilhas de modo a Mais informações
➧ Catalogação alinhar o sistema à sua prática di- [1] Gnuteca: http://www.
➧ Administração de Usuários ária. É possível, por exemplo, criar softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
Os módulos de Administração e uma planilha para catalogação de id=30724784
Configuração são responsáveis pelo livros apenas com os campos co-

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Demoiselle
Framework de
desenvolvimento
de códigos Java

O Demoiselle Framework é uma A arquitetura de referência pro- mento, se aquela parcela de código
plataforma de desenvolvimento de posta pela versão 1 sugere uma apli- continua funcionando conforme
código aberto para construir apli- cação em três camadas baseada em esperado.
cativos em Java Enterprise Edition uma variação do padrão MVC (Mo- Por isso, o framework trabalha
(JEE). A plataforma foi desenvolvida del-View-Controller). A camada de com injeção de dependências, atri-
pelo Serviço Federal de Processa- persistência, que utiliza as recursos buindo instâncias à variáveis em
mento de Dados (Serpro). O pro- do módulo demoiselle-persistence, tempo de compilação. Isso facili-
grama foi criado para, inicialmente, fazia uso, a princípio, do Hiber- ta a criação de testes em cima das
padronizar o desenvolvimento de nate; mas a partir da versão 1.1 foi mesmas classes que serão utilizadas
aplicativos JEE e, posteriormente, disponibilizada uma extensão JPA, em produção, sem necessidade de
aumentar a produtividade dos pro- que permite escolher o framework alteração do código.
jetos nessa plataforma. de mapeamento objeto-relacional. Nesta versão, a injeção de depen-
Para a camada de visão, o De- dências é implementada com Aspec-
Objetivos moiselle faz uso de JSF. O módulo tJ, o compilador de Java orientado
A arquitetura do Demoiselle Fra- demoiselle-view estende a imple- a aspectos. Com o uso de anotações
mework foi projetada com foco na mentação JSF, de modo a facilitar (disponíveis desde a versão 5 do JDK)
manutenção de software corpora- o desenvolvimento. é possível indicar quais classes serão
tivo. A estrutura das bibliotecas A ideia é que o programador não atribuídas às variáveis-membro por
de classe foi criada para atingir os tenha trabalho com a persistência meio de convenção de nomes.
seguintes objetivos: ou com a interface do usuário e se
➧ Reduzir a necessidade de mu- concentre na camada central, que A versão 2
danças no aplicativo; são as regras de negócio. Esta é a A versão 2 do Framework foi imple-
➧ Permitir uma fácil substituição camada onde há grandes chances mentada de acordo com a especifica-
de componentes de terceiros; das mudanças ocorrerem em um ção JEE6 (JSR 316), tomando como
➧ Evitar a dependência de uma aplicativo corporativo. referência o servidor de aplicativo
implementação de software em par- Além de entregar várias abstra- JBoss 6. Seu objetivo é tornar o de-
ticular. ções das camadas que fazem a in- senvolvimento em Java mais fácil com
A flexibilidade na escolha de soft- terface do aplicativo com o usuário o uso das novas tecnologias introdu-
ware é algo de extrema importância, e recursos externos, o Demoiselle zidas (ou melhor, regulamentadas)
principalmente em empresas que têm Framework provê serviços de uso com JEE6.
dificuldades de reduzir o custo com frequente em sistemas de informa- Nesta versão, o núcleo do fra-
hardware, devido ao aprisionamento ção, como controle de transação, mework ficou menor. Todos os
causado por soluções legadas. armazenamento de mensagens e módulos foram removidos, deixan-
controle de segurança. do apenas o demoiselle-core como
A versão 1 A qualidade do desenvolvimento obrigatório. Os recursos que têm
A versão 1, atualmente em produção de software exige a criação de testes. uma frequência de uso maior, mas
no Serpro, é composta por cinco As camadas do aplicativo devem ser não absoluta, foram transportados
módulos, que são pacotes de classes testáveis de forma independente, pois para extensões, que podem ser aco-
e interfaces Java. não se pode esperar que o sistema pladas ao core. Isso deixa o core
Em sua arquitetura, todos os mó- esteja totalmente construído para simples e rápido, por ser compos-
dulos dependem do demoiselle- descobrir que algo não funciona. to apenas por interfaces e algumas
core. Essa versão tem como foco a O teste não somente garante que o implementações, tornando-o com-
construção de aplicativos web não recurso faça o que está previsto no pletamente genérico.
distribuídos, que utilizem bases de requisito do cliente, mas também As extensões, por outro lado, cons-
dados relacionais. serve para verificar, a qualquer mo- tituem-se de recursos adicionais e

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 49


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software
ware Público

específicos para um determinado Provinha Brasil progresso no tempo de confecção dos


domínio de aplicação. relatórios ocorreu porque a Prefeitura
O uso de AspectJ não é mais ne- Solução em educação de Guarulhos, por meio da Secretaria
cessário na versão 2, pois ela usa a de Educação, desenvolveu um sistema
injeção de dependência fornecida A Provinha Brasil, criada em consonân- on-line para inclusão e armazenamento
pela implementação JEE6. cia com o objetivo do Plano de Desenvol- das respostas da Provinha.
A criação de classes controladoras vimento da Educação (PDE) do MEC, Além do desenvolvimento desse
não só ficou mais fácil, ao dispensar a é um sistema de avaliação diagnóstica sistema, a Secretaria de Educação
implementação de interfaces, como aplicada aos alunos matriculados no 2º ainda se responsabilizou pelo supor-
também permite maior flexibilidade ano do Ensino Fundamental. Ela auxi- te, manutenção, atualização e apri-
ao desenvolvedor. A nova estrutura lia professores e gestores escolares, pois moramento contínuo do mesmo. A
do Demoiselle não força o uso de três atua como um instrumento diagnóstico equipe escolar ficou responsável pela
camadas ao prover apenas três tipos do nível de alfabetização dos alunos, inclusão das respostas de cada aluno e
básicos de classes, mas deixa flexível permitindo a correção e reorientação das observações descritivas dos educa-
a criação de quantas camadas forem da aprendizagem em leitura e escrita dores que acompanham esses alunos
necessárias para o aplicativo. de modo a melhorar a qualidade da no processo ensino-aprendizagem.
Um método inteiro pode ser colo- alfabetização e do letramento inicial Dessa forma, o sistema Provinha
cado dentro de uma transação graças oferecido às crianças. Essa avaliação Brasil facilitou o tratamento dos dados,
à anotação @Transactional. Combina- diferencia-se das demais que vêm sen- viabilizando a produção de relatórios
do com o uso de @ExceptionHandler, do realizadas pelo Inep, por se tratar que, ao subsidiar ações pedagógicas, são
faz-se desnecessário o uso de blocos de um instrumento pedagógico sem capazes de unir a Secretaria de Educa-
try...catch para manipular transa- finalidades classificatórias. ção, a Equipe Escolar, alunos e pais. ■
ções, deixando o controle de exceções Em Guarulhos, a aplicação da Pro-
Software para: Educação
centralizado em um único método vinha Brasil ocorre desde 2008. No
de classe. primeiro ano de aplicação, as escolas Está no Portal
Janeiro de 2011
desde:
A persistência de dados usan- enviaram os gabaritos dos testes dos
do JPA está disponível dentro de primeiro e segundo semestres para a Membros: 1.079 membros
uma extensão, de uso opcional, Secretaria de Educação. Após alguns Prestadores
5 prestadores
pois nada obriga um aplicativo a meses de trabalho, essas respostas fo- de Serviços:
utilizar persistência em bancos de ram inseridas em um banco de dados Prefeitura de
Ofertante:
dados relacionais. e iniciou-se um processo de confecção Guarulhos - SP
Demoiselle 2 não se restringe de relatórios com esses dados. Em 2009,
a criação de aplicativos web não houve uma melhoria nítida no processo Mais informações
distribuídos, campo para o qual há de aplicação da Provinha. Tal avanço [1] Comunidade Provinha
diversas outras tecnologias disponí- foi claramente percebido pela rede, pois Brasil: http://www.
veis, mas permite agora a criação o relatório da primeira fase do teste de softwarepublico.gov.br/
de aplicativos para Desktop, que é 2009 foi entregue às escolas junto com ver-comunidade?community_
id=25956481
um campo no qual o Java tem um o relatório dos dois testes de 2008. Esse
grande diferencial. ■

Software para: Framework


Está no Portal
Maio de 2011
desde:
Ofertante: SERPRO

Mais informações
[1] Comunidade Demoiselle:
http://www.softwarepublico.
gov.br/dotlrn/clubs/
demoiselle/
Figura 1: Interface de busca da Provinha Brasil

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e-Nota / e-ISS
Nota fiscal eletrônica

Os sistemas e-Nota e e-ISS são sistemas Sua interface é acessada via nave- Futuro
informatizados para emissão de Nota gadores de Internet, como Firefox, O e-Nota tem como foco ser um
Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) Chrome e Internet Explorer. Como sistema com tecnologia cada vez
e substitui procedimentos manuais de são desenvolvidos em linguagem mais moderna. Atualmente, impera
declarações de Notas Fiscais, AIDF, Li- para web, são compatíveis com sis- em relação à evolução do projeto
vro Fiscal e Guia de Recolhimento de temas operacionais como Linux e a padronização total do sistema
Imposto. Visam como objetivo principal Windows, porém é necessário um quanto ao modelo disponibilizado
a modernização da Gestão Tributária de servidor web como o Apache. O pela ABRASF, tendo sido inclusive
Imposto Sobre Serviços (ISS/ISSQN). padrão adotado pelo projeto no seu lançada a sua versão 2.0 no dia 28
Eles foram desenvolvidos para auxiliar desenvolvimento foi um servidor de abril deste ano.
o fiscal de ISS da prefeitura municipal, Linux Kernel 2.6, com Apache 2, Quanto ao e-ISS o direciona-
bem como interagir com o contribuinte PHP 5 e MySQL 5 (LAMP). mento impera para a padronização
de ISS e o tomador de serviços. Além total das declarações de instituições
disso, conta com uma ferramenta de fácil Funcionamento de financeiras quanto ao modelo de
utilização para a gestão das informações ambos os sistemas Declaração Eletrônica de Serviços
pertinentes ao processo de ISS, gerando O funcionamento é simples, tanto de Instituições Financeiras (DES-
economia, praticidade e segurança tanto para utilização quanto para con- if), disponibilizado pela Associa-
para o gestor municipal quanto para a figuração. Em sua configuração ção Brasileira das Secretarias de
população em geral. inicial, deve-se indicar correta- Finanças das Capitais (ABRASF).
A Nota Fiscal de Serviços Eletrô- mente o servidor web ou de “vhost” Para ambos os projetos a adoção
nica (NFS-e) substitui a emissão de e é necessária a execução de um do framework de desenvolvimen-
nota fiscal de serviços em papel pela script em SQL, que cria valores to Zend Framework, junto com
de existência apenas eletrônica. A ideia definidos como default (padrão) a arquitetura de software MVC,
de digitalizá-la pode ser considerada para determinados campos. também estão em paralelo a evo-
como uma troca de paradigma: trans- Posteriormente, a prefeitura lução dos projetos. ■
ferindo as informações do papel para municipal define os valores de me-
o meio digital. tadados do sistema, que vão desde Notas Fiscais
Software para:
Já a Declaração Mensal de Serviços regras de negócios a simples for- Eletrônicas
dos prestadores de serviços do município mulários de cadastro de usuários.
Está no Portal
consiste na declaração das notas fiscais Setembro de 2010
desde:
de serviços, não eletrônicas, emitidas Experiências
durante um período. Porém o objeti- Até a presente data, e que seja do Membros: 3.014 membros
vo é agilizar e otimizar o processo das conhecimento do mantenedor da Prestadores
19 prestadores
declarações através de uma aplicação comunidade, o sistema e-Nota foi de Serviços:
web, utilizando a Internet como meio implementado em três municí- Empresa Portal
de comunicação. pios: Feliz/RS, Osório/RS e Nova Ofertante:
Público
Através desta informatização e mo- Hartz/RS; e está em processo de
dernização da gestão tributária muni- implementação no município de
cipal, ambos os sistemas aumentam a Dom Eliseu/PA. Mais informações
eficiência dos processos internos, me- É válido mencionar que, nos mu- [1] Comunidade e-Nota: http://
lhorando, por conseguinte, a relação nicípios de Feliz/RS e Nova Hartz/ www.softwarepublico.gov.br/
contribuinte-fisco. RS, o e-Nota foi implementado ver-comunidade?community_
com integração a sistemas proprie- id=24188584
Tecnologia tários, através de web services. Já [2] Comunidade e-ISS: http://
www.softwarepublico.gov.br/
Ambos os softwares são desenvolvidos no município de Osório/RS, esta
ver-comunidade?community_
em linguagem PHP 5, com infor- integração aconteceu com o siste-
id=22297303
mações armazenadas em MySQL. ma de gestão municipal e-Cidade.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 51


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

EdiTom
Muito além de um
editor de partituras

Figura 1: Interface do programa.

O maestro Heitor Villa-Lobos dizia: De acordo com os Parâmetros O que já estamos presenciando são
“Com música e as crianças eu viro Curriculares Nacionais/Arte: profissionais de outras áreas, músicos
este país pelo avesso”. “A música sempre esteve asso- práticos ou “simpatizantes”, assumindo
A prática musical aciona os dois ciada às tradições e às culturas de a disciplina de música, visto que, de
hemisférios do cérebro, potenciali- cada época. Atualmente, o desen- acordo com a lei, não será obrigatório
zando a capacidade de raciocínio e volvimento tecnológico aplicado o preenchimento do cargo apenas por
tornando os indivíduos mais inteli- às comunicações vem modificando profissionais licenciados.
gentes. A música é uma prática so- consideravelmente as referências Faltam também recursos e ma-
cial, produzida e vivida por grande musicais das sociedades pela pos- teriais didáticos específicos que
parte das pessoas, constituindo ins- sibilidade de uma escuta simultâ- possam auxiliar o trabalho desses
tância privilegiada de socialização, nea de toda produção mundial por educadores musicais, além de pro-
na qual é possível exercitar as capa- meio de discos, fitas, rádio, televi- gramas de capacitação continuada
cidades de criar, apreciar, executar, são, computador, jogos eletrônicos, nesta área. É ai que entra o EdiTom.
comunicar e reconhecer o outro. cinema, publicidade, etc. A PPV Informática desenvolveu
Estudos e pesquisas mostram que Qualquer proposta de ensino uma série de soluções para o de-
a aprendizagem musical contribui que considere essa diversidade safio de incluir musicalmente os
para o desenvolvimento integral dos precisa abrir espaço para o aluno 30 milhões de alunos do ensino
indivíduos, principalmente para a trazer música para a sala de aula” fundamental e médio. A primeira
construção de valores pessoais e so- (1997, p.53). solução, e talvez a mais importante,
ciais de crianças, jovens e adultos. foi o Editor TomPlay, hoje chama-
Embora seja uma área de conhe- Legislação do de EdiTom, que está no SPB.
cimento independente, a educação É oportuno salientar que, de acor- A inclusão musical certamente
musical está conectada ao mundo do com a Lei 11.769/2008, torna-se não consegue suprir a necessidade
e estabelece relações com as mais obrigatório, a partir de 2011, o ensino das tradicionais práticas pedagógicas
variadas formas de conhecimento, de música como disciplina regular e nem pretende, por si só, preen-
em seus aspectos objetivos e subje- nas instituições de educação básica cher a necessidade de capacitação
tivos. Ela se relaciona com a física, de todo o país. dos educadores. Contudo, ela é um
a matemática, as ciências sociais Todas as instituições deverão se passo inicial para todo o processo
e é uma linguagem carregada de adequar à nova lei, reorganizando de transformação e evolução que
conceitos e signos próprios. seu corpo docente de forma a aten- pressupõe a implementação do en-
No contexto escolar, a educação der à nova demanda. Sabemos, no sino de música nas séries de ensino
musical não visa a formação do entanto, que existe uma grande ca- fundamental e médio das escolas
músico profissional, mas o acesso rência de profissionais habilitados brasileiras. Por isso, entendemos
à compreensão da diversidade de para atuarem como professores de que a inclusão musical antecede e
práticas e manifestações musicais da música em diversas regiões deste facilita os processos complementa-
nossa cultura, bem como de outras. imenso país. res da educação musical.

52 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis
oníveis no Portal do Software Público | CAPA

Estamos diante de um desafio: partitura, orientando os primeiros e-ProInfo


instrumentalizar nossos alunos para passos do aluno.
que sejam capazes de compreender ➧ São duas formas de edição de
o ambiente de
o universo da música como expres- partitura: a convencional (ícone e-learning brasileiro.
são multicultural, guiando-os para de notas) – utilizando símbolos
a convivência na diversidade e, as- das notas musicais – e a forma pró- O e-ProInfo é um ambiente co-
sim, para a busca de novas formas pria do Projeto, que edita a partir laborativo de aprendizagem que
de compreender o seu importante da digitação de texto no teclado utiliza a tecnologia da Internet e
papel na construção da história, em musical (ícone de letras). permite a concepção, administra-
seus diferentes contextos. ➧ Permite tocar uma partitu- ção e desenvolvimento de diver-
ra, como se fosse um software de sos tipos de ações, como cursos a
Características karaokê possibilitando repetir o distância, complemento a cursos
O EdiTom é um software de edi- exercício ou acompanhar a par- presenciais, projetos de pesquisa,
ção de partituras que permite aos titura, utilizando o teclado do projetos colaborativos e diversas
iniciantes criar sons, representá-los computador como se fosse um outras formas de apoio ao ensi-
de forma gráfica e ouvir efeitos so- instrumento musical. no à distância e ao processo de
noros, procurando sempre ter ações ➧ O software possui várias fun- ensino-aprendizagem.
reais como ponto de partida para o ções facilitadoras que permitem O ambiente colaborativo de
mundo técnico da música. mudanças de tom, de escala, de aprendizagem (e-ProInfo) é um
Para permitir que iniciantes pu- ritmo, com apenas um clique do software público, desenvolvido
dessem ter uma ferramenta para mouse (botão da direita). pela Secretaria de Educação a
criar sons, representá-los em forma ➧ Permite a criação de acordes a Distância (SEED) do Ministério
gráfica, escrever músicas e ouvir partir da digitação de cifras musi- da Educação e licenciado por
efeitos sonoros, era necessário um cais. Para ativar o criador de acor- meio da GPL-GNU, Licença ao
software voltado para atender a des, selecione o modo próprio de Público em Geral. O programa é
estas necessidades. edição (ícone de letras) e dê um todo desenvolvido em linguagem
Este software de edição de par- duplo clique na partitura. PHP e precisa ser instalado em
tituras é sem similar mundial. Pos- Esperamos que o EdiTom possa um servidor Apache para funcio-
sui todas as características de um fazer parte de todos os computado- nar. O e-ProInfo é dividido em
editor de partitura convencional, res da rede pública de ensino, ao dois sites: o do administrador e
acrescidos de facilitadores em vários menos para despertar o interesse e o do participante. O administra-
níveis, visando sempre permitir ao facilitar o acesso ao “prazer” mu- dor disponibiliza as atividades
iniciante partir de ações reais para sical aos iniciantes. ■ que vão ser realizadas e o par-
o mundo técnico da música. ticipante pode ver e fazer sua
Suas principais características se Software para: Educação Musical parte, virtualmente. ■
baseiam nesta necessidade e são:
➧ Além da forma tradicional da Está no Portal Educação e
Outubro de 2010 Software para:
desde: Aprendizagem
partitura, o software possui mais 5
formas diferentes de apresentar a par- Membros: 3.457 membros Está no Portal
Março de 2007
titura. Iniciando por ovais coloridos desde:
Prestadores Membros: 6.747 membros
sem o pentagrama, as simbologias de 4 prestadores
de Serviços:
escrita musical vão sendo acrescen- Prestadores
66 prestadores
tadas em cada uma das formas, até Empresa Privada de Serviços:
Ofertante:
apresentar-se de maneira completa PPV Informática Ministério da
Ofertante:
na sexta forma, que é justamente a Educação
partitura tradicional.
➧ Possui tutores de flauta, violão Mais informações Mais informações
e teclado, mostrando as posições [1] Comunidade
[1] Comunidade EdiTom: http://
de cada nota ou acorde, na sequê- www.softwarepublico.gov.br/ e-ProInfo: http://www.
ncia da partitura escolhida. Os softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
ver-comunidade?community_
tutores têm o objetivo de facilitar id=21650445 id=31042
a execução de músicas a partir da

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 53


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

ERP5Br
ERP Livre

O poder, a flexibilidade e a escalo-


nabilidade são as marcas do ERP5
Br, um software capaz de suportar
aplicativos corporativos de vários
segmentos e tamanhos.
Este é o primeiro sistema integrado
de gestão, também conhecido pela sigla
ERP (Enterprise Resource Planning),
a aderir ao Portal do Software Público
Brasileiro. Com seu design baseado em Figura 1: Os gadgets na página inicial aumentam a produtividade do
um modelo unificado de negócio, o usuário, possibilitando fácil acesso às informações necessárias
para o seu trabalho.
ERP5 Br é capaz de se adaptar facil-
mente a pequenas, médias ou grandes governo eletrônico e comércio ele- o ZODB para armazenar dados e para
organizações, de diferentes segmentos trônico, todos com casos de sucesso aumentar o desempenho, a indexação
econômicos, além de governos, com já registrados e suportados por uma de dados é suportada por bancos de
agilidade e confiabilidade. estrutura de computação em nuvem. dados relacionais, incluindo MySQL,
Ele é uma derivação brasileira do PostgreSQL, Oracle, Ingres e Sphinx,
projeto ERP5 e foi lançado no Portal Visão geral sendo o MySQL atualmente o padrão
do Software Público Brasileiro pelo O ERP5 Br é escrito em Python, baseado adotado pelo projeto.
Núcleo de Pesquisa em Sistemas de no Zope Object Database (ZODB) e é A arquitetura do ERP5 Br é base-
Informação (NSI), do Instituto Federal utilizado através de um navegador de ada em business templates (modelos
Fluminense (IFF), em parceria com a internet. É compatível com qualquer de negócio) que proveem os módu-
Nexedi, empresa criadora do ERP5. sistema operacional GNU/Linux, Ma- los genéricos (por exemplo, conta-
cOS, BSD e Windows; no entanto, o bilidade) para áreas específicas (por
ERP para todos primeiro é preferível para atuar como exemplo, bancos) ou ainda recursos
O ERP5 Br é um sistema completo, infraestrutura do servidor. Embora use específicos para um cliente.
que inclui módulos para o gerencia-
mento das diversas áreas do negócio
de uma organização. O seu escopo
é vasto, suportando gerenciamento
financeiro e comercial, bem como
gerenciamento da produção, o que
inclui planejamento de recursos de
produção, gerenciamento de proje-
tos, CRM, gestão de documentos,
gestão de conhecimento, gerencia-
mento de recursos humanos e ainda
modelagem de processos de negócio
e construção de websites.
Ele suporta uma variedade de
mercados verticais, tais como ban- Figura 2: Através do configurador ERP5, você pode escolher qual
cos, indústria têxtil, saúde, consul- configuração está mais próxima das suas necessidades e em
toria, desenvolvimento de software, poucos minutos, seu ERP estará disponível para uso.

54 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

Baseado na web outro aplicativo especializado e todos cussão. Através da comunidade, você
Para usar e configurar o ERP5 Br, basta os dados do seu negócio estarão em um pode tanto obter ajuda de usuários
abrir o seu navegador web. O desenvol- local acessível através da mesma inter- mais experientes como saber das últi-
vimento do sistema facilita a integração face com o usuário. Através do Confi- mas evoluções do ERP5 Br. Seja mais
de processos tratados por equipes distri- gurador ERP5, as empresas podem se um membro ativo dela, participando
buídas de programadores e consultores. beneficiar da sua rápida configuração, dos fóruns de discussão, enviando suas
Todas as tarefas de configuração, design a qual antes só era possível através da dúvidas e sugestões, provendo melhorias
de fluxos de trabalho, criação de scripts versão hospedada, denominada como no sistema e relatando suas experiências
em Python e gestão de categorias podem TioLive. Desta forma, pode-se escolher com a solução. ■
ser realizadas online. Para os desenvol- entre manter o sistema localmente ou Software para: Gestão ERP
vedores, o ERP5 Br permite que você na nuvem, sem necessidade de alterar
Está no Portal
interaja diretamente com um sistema o mesmo e com total portabilidade de desde:
Dezembro de 2010
de controle de versão (svn ou git), sem dados. Assim, é possível iniciar com uma
Membros: 4.683 membros
precisar utilizar comandos específicos instalação hospedada e depois migrar
Prestadores
em linha de comando, quer dizer, do para uma local, ou vice-versa, o que 5 prestadores
de Serviços:
ERP5 Br diretamente para o repositório permite ao sistema crescer junto com
Instituto Federal
com um clique. a sua organização.
Fluminense –
Ofertante:
IFF e Empresa
Configurador Comunidade Privada Nexedi
O ERP5 Br pode acompanhar o cres- A comunidade ERP5 Br foi lançada
cimento da organização, provendo os oficialmente em dezembro de 2010, Mais informações
recursos que a maior parte das pequenas já conta com cerca de 5.000 usuários [1] Comunidade ERP5Br: http://
empresas precisam de uma maneira e vários destes já instalaram e estão www.softwarepublico.gov.br/
simples, escalonável e integrada. Não empregando o sistema, como se pode ver-comunidade?community_
id=23731755
existe a necessidade de usar qualquer acompanhar através das listas de dis-

Fila – Sistema de Atendimento


Sistema para controle de atendimento

A solução Fila – Sistema de Aten- Cada categoria de atendimento de tempos máximo, mínimo e mé-
dimento, proporciona os recursos pode ser associada a um grupo de dio de espera, de atendimento e de
tecnológicos necessários a um guichês, e cada um destes pode ser ociosidade por categoria e guichê.
atendimento presencial confor- vinculado a mais de uma delas. PÉ A licença do Fila – Sistema de
tável, rápido e eficaz para qual- possível garantir, por exemplo, que o Atendimento é GPL e a sua insta-
quer perfil de organização: pública atendimento a clientes preferenciais lação e operação requerem exclusi-
ou privada. seja direcionado exclusivamente a vamente softwares livres. Todos os
Com a solução, é possível mo- guichês com acessibilidade adequada. softwares que compõem a solução
nitorar e gerenciar o atendimento O Fila permite a supervisão da são distribuídos com licenças FOSS
para garantir a sua excelência e produtividade e da excelência ao (Free e Open Source Software).
mantê-lo em conformidade com atendimento através de indicado-
as legislações aplicáveis. A solu- res em tempo real e de relatórios A emissão das senhas
ção propicia agilidade, efetividade, gerenciais ilustrados com gráficos. A senha é solicitada pelo usuário
pontualidade e padronização do Trata-se de uma solução completa através de uma interface simples e
atendimento presencial. e integrada que permite gerenciar intuitiva. Ao apertar o botão capaci-
O software suporta múltiplas ca- todo o processo de atendimento tivo (similar ao usado em elevadores
tegorias de atendimento e permite ao usuário. comerciais) correspondente à cate-
que sejam estabelecidas prioridades Os gestores, supervisores e aten- goria de atendimento desejada, a
e limites de tempos de espera e de dentes dispõe de informações atua- senha é emitida, através do módulo
atendimento diferenciados, confor- lizadas em tempo real, referentes à impressor térmico, com indicações
me cada categoria. situação atual das filas em termos do local, categoria, data e hora.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 55


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

funcionam com Windows, MacOS


ou GNU/Linux. Os opiniômetros
são usados para a aferir a qualida-
de do atendimento a ser realizada
pelo próprio usuário e precisam ser
conectados ao terminal do guichê
através da interface USB.
Para reduzir as filas e agilizar ainda
mais o atendimento aos usuários, o Fila
dispõe do recurso de agendamento pela
web, que pode ser integrado ao website
da organização. As senhas emitidas pela
web serão chamadas pelo painel da mes-
ma forma que as demais senhas, assim
que houver um guichê disponível, sem
qualquer complicação para o usuário.
Apesar da arquitera distribuída, a
totalidade dos recursos oferecidos pelo
Figura 1: Projeto de totem de atendimento. sistema atua de forma integrada, sendo
possível associar os dados dos servido-
O projeto do totem (figura 1) re- O painel de chamada de senhas res locais em um servidor central, para
serva uma área ao lado de cada bo- dispõe de sinalização visual e sonora fins de análises estatísticas e gerenciais
tão capacitivo para a sinalização de que pode ser integrada a uma progra- em soluções de bussiness inteligence.
cada categoria de atendimento. Tal mação de TV ou a uma TV corpora-
espaço, além de facilitar o uso para tiva, o que, mais do que economizar Projeto premiado
todos os usuários, também permite a um monitor, atende à necessidade de O Oktiva Fila – Sistema de Atendi-
inclusão de ícones (referência visual) manter a atenção dos usuários concen- mento está em operação desde 2007
e de tarjetas em braile (referência trada no painel de chamada de senhas. na sede da Regional VI em Messeja-
tátil) para garantir a acessibilidade na, Fortaleza (figura 2), no Ceará. O
a todos os usuários. Terminais de atendimento projeto Praça do Povo, da Prefeitura
A emissão da senha em papel é As interfaces de uso dos operadores Municipal de Fortaleza, foi agraciado
acompanhada da sinalização sonora são web e Ajax e estão em conformi- pelo Governo do Ceará com o 2º lugar
correspondente em atenção especial dade com os padrões para HTML e no Prêmio Ceará de Cidadania Ele-
aos usuários com deficiência visual. JavaScript estabelecidos pela W3C e trônica, na categoria Software Livre, o
que comprova o mérito da solução. ■

Sistema de
Software para:
Atendimento
Está no Portal
Junho de 2009
desde:
Membros: 4.212 membros
Prestadores
45 prestadores
de Serviços:
Ofertante: Empresa Oktiva

Mais informações
[1] Comunidade Fila – Sistema
de Atendimento: http://www.
softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
id=11809545
Figura 2: Projeto Praça do Povo, utilizado pela Prefeitura municipal de Fortaleza.

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Ginga Ginga é o padrão adotado no Brasil positivos de exibição próximos à TV,


para promover a plataforma de execu- como celulares e PDAs, permitindo
O middleware do sistema ção de aplicativos interativos. ações de interatividade individualiza-
brasileiro de televisão digital. O nome Ginga foi escolhido em das entre os membros de uma família
reconhecimento à cultura, à arte e à que assistem o mesmo programa. Os
contínua luta por liberdade e igualdade aplicativos NCL podem também ter
do povo brasileiro. Sua arquitetura foi o seu comportamento alterado em
concebida em conjunto pela PUC-Rio tempo de apresentação, por meio de
e pela UFPB (Universidade Federal da comandos de edição que podem ser
Paraíba) durante a iniciativa do Governo disparados pela emissora ou por uma
TV Interativa é o serviço de distribui- Federal de financiar projetos na área de parte do próprio aplicativos.
ção de conteúdo multimídia em que, TV Digital que subsidiassem o processo Outra característica interessante
além de poder assistir ao material au- de decisão do então instituído Sistema da NCL é a sua capacidade de atuar
diovisual transmitido pelas emissoras, Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Um como linguagem “de cola”, que reúne
o telespectador possui a liberdade de dos principais pilares do SBTVD era diferentes tipos de objetos de mídia em
enriquecer sua experiência, navegan- promover a inclusão social por meio um único aplicativos. Alguns exemplos
do por informações e serviços com- da TV Digital Interativa. de objetos de mídia suportados pelo
plementares, disponibilizados tanto Concebida de forma a otimizar as Ginga-NCL são imagens (JPG, PNG
pelas emissoras como pelo próprio funcionalidades providas e evitar so- etc.), áudios (MP3, WAV etc.), vídeos
fabricante do seu receptor. breposições entre os subsistemas que (MPG, MP4 etc.) e texto. Certos tipos
Para prover interatividade, os recep- a compõem, a arquitetura do Ginga especiais de objetos de mídia podem
tores precisam suportar a execução de possui três subcamadas principais. A agregar ainda mais poder aos seus apli-
aplicativos, tanto residentes – aqueles que camada Ginga Common Core (núcleo cativos, como objetos HTML e LUA.
o próprio fabricante disponibiliza para comum) é o subsistema que disponi- Este último foi criado também pela
o seu produto – quanto aqueles trans- biliza o acesso às informações e dis- PUC-Rio com o objetivo de oferecer
mitidos pelas emissoras. No primeiro positivos de TV, como sintonizador, uma linguagem a ser embutida em
caso, o fabricante domina o hardware demultiplexador, decodificadores, ca- aplicativos que necessitassem ser esten-
e o processo de instalação e, então, nal de retorno, placa gráfica, entrada/ didas de modo dinâmico. Mesmo sendo
poderia escrever aplicativos voltados saída etc. O nome núcleo comum se poderosa e apresentando estruturas de
especificamente para sua plataforma. deve ao fato de que tais serviços básicos dados avançadas, sua sintaxe é simples e
No segundo caso, os desenvolvedores são oferecidos sob a mesma interface a sua interpretação é incrivelmente leve.
devem construir aplicativos capazes de outros dois subsistemas, Ginga-NCL e Ginga-J é uma máquina de execução
serem executadas em qualquer receptor Ginga-J, responsáveis por dar suporte que controla o ciclo de vida de aplica-
de TV Interativa, independentemente às APIs definidas e por controlar todo o ções Java, disponibilizando uma API
de plataforma e fabricante. Para isso, in- ciclo de vida dos aplicativos interativas. para acesso a funcionalidades caracte-
terfaces de programação de aplicativos rísticas de TV. Ginga-J foi especificado
(APIs) devem ser definidas e padroniza- Subsistemas pela UFPB, Sun Microsystems e Fó-
das. O leitor deve atentar ao fato de que Ginga-NCL é uma máquina de apre- rum SBTVD como uma especificação
os aplicativos residentes nos receptores sentação que controla a exibição de de API livre de royalties, denominada
podem também ser escritos usando estas aplicações escritas em linguagem NCL JavaDTV, em substituição ao padrão
mesmas APIs padronizadas. (Nested Context Language). Esta é uma GEM (Globally Executable MHP),
Se as especificações forem seguidas linguagem declarativa criada pela PUC- derivado do middleware europeu. As
por quem desenvolve os aplicativos Rio, voltada para a especificação de rela- extensões da UFPB incluem elemen-
interativos, assim como por quem cionamentos entre objetos de mídia que tos de interface gráfica avançados, o
desenvolve o software embarcado que compõem documentos hipermídia. Tais controle de múltiplos dispositivos de
oferece o suporte às APIs, fica garanti- relacionamentos são expressos por meio exibição, o gerenciamento de usuários
da a compatibilidade entre aplicativos de elos que são disparados em reação e da persistência de aplicativos.
e receptores. Esse software deve, por- a eventos de sincronismo (temporais,
tanto, estar instalado nos receptores, espaciais, ações do usuário etc.). A lin- Perspectivas e ferramentas
agindo como um intermediador – e daí guagem NCL possui ainda facilidades A Comunidade Ginga foi fundada em
o nome middleware – entre aplicativos para a especificação de aplicativos que julho de 2007, no Portal do Software
e sistema operacional. O middleware exploram a existência de múltiplos dis- Público Brasileiro, com o objetivo de

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 57


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Eclipse, é um plugin Eclipse para o


desenvolvimento de código NCL com
facilidades avançadas, tipicamente
encontrado em grandes ambientes de
desenvolvimento integrado (IDEs). A
NCL Eclipse possui ainda integração
com o repositório de aplicativos in-
terativos Clube NCL, resultado das
demandas da comunidade Ginga.
Ferramentas para o Ginga-J ainda
estão por vir, tão logo uma implementa-
ção de referência GPL seja oficialmente
eleita e, então, venha a integrar a comu-
nidade Ginga. A iniciativa OpenGin-
ga é, hoje em dia, a principal fonte de
informação e de ferramentas para os
Figura 1: Ginga Live CD.
desenvolvedores Ginga-J.
compartilhar com a sociedade todo em mãos, torna-se muito simples o uso
o conhecimento adquirido e tecno- de computadores pessoais para desen- Conclusão
logias resultantes das pesquisas no volver, testar ou simplesmente assistir Para concluir, é notável que a comu-
âmbito do middleware do SBTVD. A conteúdo interativo NCL. nidade Ginga possui características
estreia da Comunidade foi marcada Vale a pena mencionar também ímpares dentro do Portal do Software
pelo lançamento da implementação o software Ginga Live CD, tam- Público, pois ela não foca apenas em
de referência do Ginga-NCL, dispo- bém disponível na Comunidade, uma solução, como a maioria das
nível como software público. que consiste em uma distribuição demais comunidades. O que tentam
Uma implementação de referên- Linux autocontida em CD bootá- fazer é trazer para a comunidade todo
cia tem como objetivo guiar os im- vel, com interface gráfica amigável, o ecossistema em torno do Ginga, da
plementadores de middleware, para própria para a reprodução e testes produção do conteúdo à sua repro-
que conheçam uma nova tecnologia e de conteúdo interativo NCL, tanto dução, oferecendo ferramentas que
mostrar qual o comportamento espe- por usuários leigos como avançados. possibilitem a todos dominar a cadeia
rado de cada parte do software. Por ser Os fundadores da comunidade de distribuição de conteúdo interati-
dedicado à execução em ambientes Ginga acreditam que a inclusão vo. Temos ainda muito trabalho pela
embarcados como set-top boxes e TVs, social, alvo do SBTVD desde a sua frente, mas certos do apoio de nossos
o software ficava confinado aos fabri- instituição legal por meio de decreto milhares de membros, sem os quais
cantes, empresas por eles contratadas presidencial, deve ser promovida não não teríamos chegado onde chega-
ou programadores entusiastas ávidos somente para facilitar aos cidadãos o mos com essa tecnologia nacional. ■
por conhecer a nova tecnologia. acesso à informação por meio da TV
Software para: TV Digital
Um grande avanço na distribuição de interativa, mas também para repassar
ferramentas livres em torno do Ginga a eles o conhecimento sobre como Está no Portal
Junho de 2007
desde:
ocorreu pouco tempo depois, ao fim de desenvolver conteúdo interativo. Por
2007, quando foi lançado na comunida- isso, a NCL foi concebida como uma Membros: 1.0719 membros
de o Ginga-NCL Virtual Set-top Box, linguagem simples e fácil de entender. Prestadores
51 prestadores
uma máquina virtual independente de Ainda assim, por sua estruturação, ela de Serviços:
plataforma que já trazia o Ginga-NCL permite que ferramentas avançadas Universidade
e suas dependências instalados e pron- de autoria de conteúdo sejam criadas. Ofertante: Federal da Paraíba
e PUC-Rio
tos para uso. Desde então, diferentes A Comunidade Ginga, ainda em
perfis de profissionais se juntaram à 2007, disponibilizou o protótipo Com-
comunidade, como desenvolvedores de poser para facilitar a criação de con- Mais informações
aplicativos interativos para TV Digital, teúdo através da manipulação de ele- [1] Comunidade Ginga: http://
testadores de software, novos desenvol- mentos gráficos a partir de diferentes www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
vedores de middleware e até mesmo visões sobre o mesmo aplicativo NCL. id=1101545
usuários finais. Com a máquina virtual Outra ferramenta, denominada NCL

58 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

Xemelê
Gerenciador de portais

Origem MinC. Não por acaso, o servidor mento da comunicação interativa


O nome Xemelê é derivado da de desenvolvimento foi assim ba- e dos processos colaborativos uti-
denominação do protocolo XML tizado: “XEMELE”. No momen- lizando a plataforma da Internet:
( Extensible Markup Language ) – to em que estamos lançando um ferramentas para gerenciamento
que é um padrão de linguagem espaço para compartilhamento de sites, blogs, chats, wikis e tam-
para comunicação entre sistemas de soluções que promovem a in- bém de ambientes para integra-
via web. Desde as primeiras con- teratividade e os processos cola- ção de serviços de e-mail, agenda,
versas com o ex-ministro Gilberto borativos na rede, o nome ideal workflow etc. Para o código (até
Gil sobre as possibilidades de uso para simbolizar o trabalho de de- o momento), é utilizado HTML,
da Internet nos programas e ações senvolvimento em software livre PHP, JavaScript, Jquery e o ban-
do MinC, foi mencionado os novos no MinC surgiu naturalmente. co de dados MySql. Entretanto, é
recursos baseados no protocolo importante destacar que a comu-
XML. Para facilitar a comunicação Recursos nidade Xemelê busca atender ao
e sob a influência das conversas no O Xemelê disponibiliza um con- público que não domina código,
coletivo “Projeto Metáfora” [1], junto de plugins que transforma mas, ao mesmo tempo, deseja
logo transformou-se XML em ver- a plataforma Wordpress em um explorar o potencial de comuni-
bo: “xemelizar” conteúdos… De gerenciador de portais. A solução cação interativa e colaboração
fato, o XML provê uma linguagem não interfere no core do código e, da Internet. ■
comum que permite aos sistemas, portanto, constitui uma camada
mesmo em diferentes plataformas que customiza o aplicativo para
e linguagens, trocar informações um uso diferenciado da platafor- Gerenciamento
Software para:
estruturadas customizáveis – e não ma. Quando surgiu, a ferramenta de Portais
apenas dados brutos. chamou a atenção de muita gente
Está no Portal
Segundo Felipe Fonseca, um na blogosfera, pelo grau de facili- desde:
Maio de 2008
dos idealizadores do Xemelê [2], dade envolvido em seu uso. Em
“depois transformaríamos em subs- função disto, foi criada uma expec- Membros: 4.572 membros
tantivo novamente, mas já devi- tativa na rede sobre o lançamento
Prestadores
damente tropicalizado: “xemelê” do conjunto de plugins que ficou 29 prestadores
de Serviços:
como uma espécie de denominador conhecido como Xemelê.
comum das conversas, um esforço Em conjunto com o Xemelê Ministério da
Ofertante:
para manter uma linguagem sim- também foi disponibilizada a Cultura
ples, livre de jargões, compreensí- ferramenta ChatCast . Trata-se
vel pelo maior número possível de de um aplicativo que promove a
pessoas”. Hoje, aplicativos desen- interatividade com base em con-
volvidos com base em XML estão versa escrita (chat) e streaming de Mais informações
presentes em todos os serviços da vídeo. Ao mesmo tempo em que
[1] Projeto Metáfora: http://
web 2.0, e é a exploração extensi- o usuário tem acesso ao audiovi- rede.metareciclagem.org/
va de seu potencial que inagurou sual de uma conferência via stre- wiki/ProjetoMetaFora
o advento da “web ao vivo” e que aming, por exemplo, ele também
viabiliza a agregação de conversas poderá participar em tempo real, [2] Conhecendo a história do
na rede em tempo real. de um debate entre membros da termo xemelê: http://xemele.
Facilitar a comunicação e a in- audiência on line, via chat, que net/wikka.php?wakka=Xemele
teratividade, explorar a conversa poderá ser aberto ou contar com [3] Comunidade Xemelê: http://
em tempo real na rede, tudo isso algum tipo de inscrição prévia. www.softwarepublico.gov.br/
virou sinônimo de Xemelê para A comunidade do Xemelê no Por- ver-comunidade?community_
a equipe responsável pelo desen- tal do Software Público [3] busca id=4215419
volvimento das soluções web do compartilhar soluções para fo-

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 59


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GSAN
Sistema de gestão de
serviços de saneamento

GSAN
O Ministério das Cidades, por meio do
Programa de Modernização do Setor
de Saneamento (PMSS), em parceria Figura 1: Interface web do GSAN.
com o Programa de Desenvolvimento
das Nações Unidas (PNUD), licitou Tecnologias agrupando ou detalhando informações,
em agosto de 2006 o desenvolvimen- O GSAN funciona completamente no além de gerar gráficos e exportar os da-
to e a implantação de um Sistema de ambiente web e possui módulos que dos para planilhas eletrônicas.
Gestão Comercial para Empresas de permitem seu uso no celular, utilizando
Saneamento. A ferramenta tem o ob- tecnologias open-source, em evidência Características
jetivo de dotar as prestadoras de servi- no mercado e estando de acordo com as O sistema foi dividido nos módulos que
ço de abastecimento de água e coleta políticas do Governo Federal Brasileiro se integram e compartilham informa-
de esgoto com um software moderno, na adoção de software livre. ções de diversas áreas:
capaz de atender as necessidades de in- As tecnologias JAVA, JSP, HTML, No módulo de Cadastro, é possível
formação e apoio à tomada de decisão. CSS, Hibernate, Struts e EJB, integradas criar as entidades de cliente (pessoa fí-
A empresa vencedora da licitação ao servidor aplicação JBOSS, trabalhadas sica ou jurídica) e imóvel.
internacional foi o Instituto de Plane- através de um processo de desenvolvi- O módulo de Micromedição manu-
jamento e Apoio ao Desenvolvimento mento de software que utiliza a notação seia tabelas parametrizadas que definem,
Tecnológico e Científico (IPAD), que Unified Model Language (UML), é a para cada anormalidade de leitura, os
possui um quadro de consultores espe- base tecnológica do sistema, juntamen- procedimentos a serem adotados para o
cializados no negócio de saneamento te com o banco de dados, PostgreSQL, cálculo do consumo e a determinação
e nas metodologias e tecnologias mais que garante o devido armazenamento da leitura de faturamento.
modernas para o desenvolvimento de das informações. Entretanto, o sistema No módulo de Faturamento, a im-
sistemas de informação. funciona também em outros SGBDs, pressão da conta no ato da leitura foi
Denominado GSAN – Sistema In- como ORACLE e SQL Server. projetada para estar totalmente inte-
tegrado de Gestão de Serviços de Sa- Os relatórios implementados utilizam grada ao GSAN.
neamento, o software teve seu escopo a tecnologia JasperRepots, que permite O módulo de Cobrança foi concebi-
voltado inicialmente para atender três a geração em vários formatos, como do para que as ações de cobrança sejam
empresas estaduais de saneamento: PDF, RTF, XLS e HTML, e possibilita acompanhadas durante todo o seu ciclo.
Companhia Pernambucana de Sane- o armazenamento e a disponibilização No módulo de Arrecadação todos os
amento (COMPESA), Companhia de forma simples. Assim, o usuário pode recebimentos e devoluções inerentes à
de Água e Esgotos do Rio Grande do gerar um relatório e enviá-lo por e-mail atividade comercial são processados,
Norte (CAERN) e Companhia de anexando o arquivo PDF. bem como as deduções realizadas pelos
Água e Esgotos de Roraima (CAER), Para consultas e relatórios gerenciais, agentes arrecadadores (tarifas, CPMF,
sendo implementado com êxito. Atu- o sistema incorporou a tecnologia de cheques devolvidos etc.), facilitando o
almente o sistema está em fase de BI - Business Intelligence, denominada processo de conciliação bancária.
implementação na quarta empresa On Line Analytical Processing (OLAP), O módulo de Atendimento ao Público
estadual, a Companhia de Águas e onde o usuário pode visualizar o mesmo realiza o registro, acompanhamento e
Esgotos do Maranhão (CAEMA). relatório de forma analítica ou sintética, o controle das solicitações e reclama-

60 www.linuxmagazine.com.br
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ções, tanto do público externo quanto Benefícios tiverem seguindo os padrões de arqui-
interno (diversas unidades da empresa). Entre os principais benefícios do tetura do sistema, através da utilização
O módulo de Segurança foi proje- GSAN está a redução de custo com do mecanismo de código fonte único,
tado para assegurar que todas as ope- licença de software, já que o sistema que diminui o custo de manutenção.
rações realizadas pelo usuário sejam utiliza apenas tecnologias livres, onde A intuitividade da interface, aliada
gravadas em um log que possibilita a não é necessário pagar royalties. à usabilidade, facilita o entendimento
realização de auditorias e identificação Por funcionar totalmente online, rápido do sistema, agilizando o pro-
de irregularidades. basta apenas um navegador instala- cesso de aprendizado. ■
O módulo Gerencial consolida as do no computador. Com isso, não
informações necessárias para o tomador é necessário possuir estações de tra- Saneamento
Software para:
de decisão, e tem como característica balho com grandes capacidades de e Esgoto
a integração com os demais módulos processamento. O GSAN funciona Está no Portal
Agosto de 2007
do GSAN, facilitando o agrupamento nos ambientes Windows e Linux e desde:
das informações e a disponibilização essa vantagem também se aplica na Membros: 2.738 membros
das mesmas. parte dos servidores. Prestadores
67 prestadores
Por fim, a característica integradora Projetado inicialmente para 3 em- de Serviços:
do GSAN oferece mecanismos que presas de saneamento, sua arquitetura Ministério das
Ofertante:
facilitam a troca de informações com possibilita a fácil adaptação a outras Cidades
outros sistemas, como ERPs. Por essa empresas, seja de pequeno, médio
razão, todos os lançamentos contábeis ou grande porte, pois as regras de
referentes à área comercial são gerados negócio estão em camadas isoladas Mais informações
automaticamente pelo GSAN, direta- e totalmente parametrizadas. [1] Comunidade GSAN: http://
mente no sistema de contabilidade ou Caso uma empresa solicite uma www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
através de meio magnético, os quais nova funcionalidade ou relatório, as id=1593449
estão respaldados por relatórios. demais podem ser beneficiadas se es-

Koruja O Koruja funciona a partir do Os ganhos surgem do aproveita-


desenvolvimento e acoplamento de mento da cultura wiki, da econo-
Inventário de hardware plugins ou drives específicos para mia dos recursos tecnológicos para
cada recurso tecnológico existente realizar o inventário e do foco nos
no ambiente de TI. recursos de acordo com a necessi-
Esses plugins e drivers têm a tare- dade específica de cada um, sendo
fa de fazer a coleta das informações eles: estações de trabalho, switches
dos recursos tecnológicos e enviá-los e roteadores. ■
para a camada de apresentação em
ambiente Wiki. Inventário de
O Koruja é um software desen- Software para:
Hardware
O projeto nasceu devido a necessida- volvido com tecnologias abertas e Está no Portal
de de empresas públicas e privadas livres, na linguagem TCL/Expect, Janeiro de 2010
desde:
de administrar, gerenciar, controlar e tem baixo consumo de memória, faz Membros: 5.132 membros
auditar configurações em ambientes o tratamento de strings e funciona
Prestadores
de TI a partir de um único ponto de em ambiente multiplataforma. 17 prestadores
de Serviços:
vista. Dentro dessa perspectiva, surge O software em sua versão inicial
a ideia de criar um mecanismo de atende quatro premisssas: Ofertante: Banco do Brasil
automação de coleta de configuração ➧ não utiliza o modelo de agentes
dos recursos tecnológicos (servidores, locais para coletar as informações;
roteadores, switches, estações de tra- ➧ coleta as informações a partir Mais informações
balho etc.) do ambiente de TI sem de um único ponto; [1] Comunidade Koruja: http://
utilizar agentes (agentless) e integrado ➧ gera um repositório único para www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
às funcionalidades de um ambiente as informações gerenciais e; id=18068594
de colaboração do tipo wiki. ➧ opera em serviços TCP/IP.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 61


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

InVesalius
Imagens médicas

InVesalius é um software público para


a área de saúde que visa auxiliar o diag-
nóstico e o planejamento cirúrgico. A
partir de imagens em duas dimensões
(2D) obtidas através de equipamentos
de tomografia computadorizada ou
ressonância magnética, o programa
permite criar modelos virtuais, em três
dimensões (3D), correspondentes às es-
truturas anatômicas dos pacientes em
acompanhamento médico. O software
tem demonstrado grande versatilidade
e vem contribuindo para diversas áre-
as, tais como medicina, odontologia,
veterinária, arqueologia e engenharia.
A medicina cada vez mais utiliza Figura 1: Visualização por raycasting.
a tecnologia da informação como
um dos seus principais aliados, seja de barreiras comerciais impostas por Em outubro de 2007, a solução
no diagnóstico seja no tratamento países ou indústrias que detinham tal foi disponibilizada no Portal do
de anomalias. Com o surgimento da tecnologia. Além disso, o Centro de Software Público. A comunidade
tomografia computadorizada (TC) e Tecnologia da Informação Renato tem atualmente mais de quatro mil
da ressonância magnética (RM), foi Archer (CTI) possuía equipamentos membros de várias especialidades,
possível visualizar o corpo humano in- de prototipagem rápida (impressoras distribuídos em 71 países.
ternamente e em três dimensões (3D) 3D) e um de seus objetivos era auxiliar Dentre seus principais recursos,
de forma não invasiva, aumentando a cirurgiões da rede pública de saúde é possível citar:
precisão e diminuindo o tempo de re- com protótipos físicos. Entretanto, ➧ Ferramentas de segmentação
alização do diagnóstico. Essas técnicas para a confecção desses protótipos era manual e automática;
geram um conjunto de imagens em necessário realizar a reconstrução 3D ➧ Medição linear, angular e vo-
duas dimensões (2D), representando (“empilhar” as imagens) e, em segui- lumétrica;
uma fina fatia do corpo humano em da, exportar o modelo 3D em forma- ➧ Visualização por meio de ray-
orientação transversal – ou axial, como to específico. Devido a esse cenário, casting (figura 2);
é popularmente conhecida pelos mé- decidiu-se iniciar o desenvolvimento ➧ Superfícies poligonais. Tam-
dicos – da região a ser analisada. Essas de um software para tratamento e re- bém pode-se exportar os modelos
imagens são gravadas pelos aparelhos construção 3D de imagens médicas, o segmentados, em diversos forma-
em formato digital DICOM (Digital InVesalius, batizado com esse nome tos como STL (stereolithography)
Imaging and Communications in Me- em homenagem ao pai da anatomia e OBJ (wavefront).
dicine), que, além de conter os pixels moderna, Andreas Vesalius. A linguagem de programação
que formam a imagem, possui diversas Com a finalidade de exportar mo- Python foi utilizada para a constru-
informações, como nome do pacien- delos anatômicos em formato que os ção do software em conjunto com
te, posição da imagem em relação ao equipamentos de prototipagem rápida as bibliotecas: VTK (Visualization
espaço e quantidade de raio-X utiliza- podiam interpretar, o InVesalius foi ToolKit), empregada principalmen-
do para obter a imagem (no caso de com o tempo evoluindo e ganhando te na visualização e processamento
tomografia computadorizada). diversas melhorias na interface gráfica e de imagens; GDCM (Glassroots
No início do século XXI, não se novas ferramentas, sendo, hoje em dia, DICOM), para a leitura de arquivos
encontrava software livre ou gratuito também utilizado no contexto de diag- médicos em formato DICOM; Ni-
de reconstrução de imagens médicas; nósticos na radiologia e na odontologia, babel, para a leitura de arquivos mé-
o usuário dependia de soluções pro- no auxílio ao planejamento cirúrgico dicos Analyze; Numpy e Scipy, para
prietárias e ficava, até mesmo, refém e até mesmo na veterinária (figura 1). cálculos matemáticos em vetores e

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matrizes; e, por fim, a interface gráfi- Linux Educacional este sistema operacional sem afetar
ca, que foi construída com wxPython. o seu computador.
Como paradigma de programação, Distribuição Linux A versão 4.0 apresenta três opções
empregou-se a orientação a objetos. de uso de acordo com as necessida-
A linguagem Python teve papel fun- des das escolas. São elas:
damental na construção do software ➧ Pessoal : a instalação é destinada
por ser uma linguagem que permite para máquinas de uso pessoal.
um desenvolvimento acelerado. Todas ➧ Desktop : destina-se para as es-
as bibliotecas usadas são compatíveis colas com equipamentos individuais.
com a licença GNU – GPL 2.0. ➧ Multiterminal : destina-se para
O InVesalius é um software que as escolas com equipamentos mul-
pode ser internacionalizado pelo uso titerminais.
da ferramenta GNU Gettext. E, graças
à ferramenta transifex, foi possível dis- Diferenciais
ponibilizar o software em sete idiomas. O Linux Educacional é uma solu- Pelo fato de os conteúdos educacio-
Isso facilita a distribuição do software ção de software que colabora para nais ocuparem um grande espaço em
em vários países, posto que nem todos o atendimento dos propósitos do disco, é impossível distribuí-los no
falam inglês, idioma padrão da inter- ProInfo, Programa Nacional de In- DVD de instalação, sendo possível
face do InVesalius. Este foi escolhido formática na Educação, que é um baixá-los após a instalação do siste-
pela facilidade de encontrar traduto- programa de formação voltada para ma, através do repositório Debian do
res para outros idiomas e desenvolve- o uso didático-pedagógico das Tec- MEC, o que não ocorre com a versão
dores, pois o código fonte também é nologias da Informação e Comuni- OEM que acompanha as máquinas
escrito nessa língua. O InVesalius é cação (TIC) no cotidiano escolar, do ProInfo; neste caso os conteúdos
multiplataforma (Linux, Mac Os X articulado à distribuição dos equi- já encontram-se pré-instalados:
e Windows), contando com versões pamentos tecnológicos nas escolas ➧ Mais de 100 horas de Vídeos da
para 32 bits e 64 bits. e à oferta de conteúdos e recursos TV Escola;
Uma grande contribuição que o multimídia e digitais oferecidos pelo ➧ Amplo acervo de textos em do-
software está recebendo é um módu- Portal do Professor, pela TV Escola mínio público [2];
lo de neuronavegação. Essa técnica e DVD Escola, pelo Domínio Pú- ➧ Objetos educacionais de apoio
permitirá mostrar nas imagens exibi- blico e pelo Banco Internacional de ao professor e o aluno. ■
das pelo InVesalius onde se encontra Objetos Educacionais.
a ponta de um instrumento cirúrgico A distribuição é desenvolvida pela Software para: Educação
ou algo similar. Também será possível Secretaria de Educação a Distância Está no Portal
Junho de 2009
utilizar diferentes tipos de rastreadores do Ministério da Educação (MEC) desde:
(equipamentos que mostram a loca- O Linux Educacional se en- Membros: 4.124 membros
lização espacial do instrumental). ■ contra na versão 4.0 e utiliza o
ambiente gráfico KDE. Esta nova Prestadores
74 prestadores
Software para: Saúde e Medicina de Serviços:
versão do Linux Educacional está
Está no Portal baseada no Kubuntu 10.04 e traz Ministério da
Maio de 2007 Ofertante:
desde: Educação - MEC
mudanças na interface do sistema,
Membros: 4.786 membros tornando-a mais simples e atrativa.
Prestadores Ela traz também aplicativos educa- Mais informações
43 prestadores
de Serviços: cionais personalizados, ferramentas [1] Comunidade Linux
Centro de de acesso e busca dos conteúdos Educacional: http://www.
Ofertante: softwarepublico.gov.br/
Pesquisa CTI educacionais, um repositório De- ver-comunidade?community_
bian de conteúdos educacionais id=11809207
Mais informações mantido pelo MEC e ferramentas
[2] Domínio público: http://www.
[1] Comunidade de produtividade. dominiopublico.gov.br/
InVesalius: http://www. O usuário pode testar o Linux
softwarepublico.gov.br/ [3] Objetos educacionais: http://
Educacional sem precisar instalar objetoseducacionais2.
ver-comunidade?community_ no computador, o que é importante,
id=626732 mec.gov.br/
pois o novo usuário pode conhecer

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 63


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Jaguar
Framework para desenvolvimento Java

O Jaguar é um framework para o todas as camadas, com uso do pa- tas que dispensam manipulações
desenvolvimento de projetos em drão Java EE 6 CDI (Context De- JSF complexas.
Java EE que traz uma arquitetura pendency Injection) via JBoss Weld, ➧ Web 2.0 com CSS padrão, Ja-
de software de alto nível, reutilizá- incluindo generalizações comple- vascript e Ajax otimizados: arqui-
vel e extensível, baseada na inte- tas e comprovadas para CRUDS tetura de CSS com padrão Theme
gração de dezenas de frameworks (Create, Retrieve, Update, Delete e Roller e recursos para troca de in-
de base (open source), líderes em Search & Select) complexos (Sim- terface dinâmica pelo usuário. Bi-
seus segmentos e aplicando gene- ples, Mestre-N Detalhe, Mestre, N bliotecas Javascript organizadas de
ralizações de orientação a objetos Detalhes, Sub-Detalhe etc.) dentre forma modular e otimizadas para
em uma arquitetura MVC2 ( Mo- outros padrões de alto nível. donwload de máximo desempenho
del View Controler 2). O resulta- ➧ Convenção sobre configuração em produção. Uso de Ajax exten-
do é uma solução com alto nível avançada: eliminação da necessidade sivo para melhorar a usabilidade
de abstração e pouco código Java de metadados (exemplo: faces-con- entre navegadores, com facilidade
que utiliza recursos como IoC, fig.xml ou package-info annotations) para “link permanente” (RESTful
DI e AOP, de forma natural e para navegações e padrões, respec- URLs). Homologado para Chrome,
padronizada. Em uma arquitetu- tivamente. O uso opcional de ano- IE, Firefox, Safari e Opera.
ra SOA (arquitetura orientada a tações pode ser feito em classes de ➧ JSF 2.0 com Facelets avançado:
serviços), o Jaguar atua no core ManagedBean (Action). É possível organização avançada de layouts
development, apoiando a produção obter uma solução CRUD final em com disponibilização de múltiplos
de rotinas de negócio em Java EE arquitetura MVC2-P com apenas um templates Facelets totalmente ge-
6 e a exposição de serviços via pa- artefato XHTML, uma entidade e néricos, com segmentação refina-
drões JAX-RS (REST) e JAX-WS uma classe simples de MB. da de layouts. Oferece ainda fácil
(SOAP) ou EJB3 (RMI/IIOP ou ➧ Controle de versão, modulari- customização e recurso para troca
JMS). Ele pode ser utilizado de zação e reuso: geração de projetos dinâmica por usuários finais.
modo integrado em quaisquer ar- simples (um aplicativo = um projeto ➧ Validação de entrada via pa-
quiteturas disponíveis que sigam Eclipse) e modulares (um aplicati- drão Bean Validation (BV): ano-
os padrões de mercado na área. vo = um projeto Eclipse principal tações próprias para CNPJ, CPF
O Jaguar produz aplicativos Java e outros reutilizáveis de negócio), e outras validações típicas via pa-
EE 6 Complient, incluindo interfa- com configuração Maven sincro- drão Java EE 6 Bean Validator com
ces web 2.0 com alta usabilidade e nizada com IDE automaticamente Hibernate Validator.
aderente aos padrões de mercado. via M2Eclipse. ➧ Arquitetura REST Pronta-para-
É ainda importante ressaltar que, ➧ DAO ultra-simples: padrões Uso com Java EE 6 JAX-RS: ob-
propositalmente, ele ainda não está simplificados para DAO genérico, tenção de serviços REST de modo
utilizando as APIs Servlet 3.0. Des- utilizando a técnica de Dynamic automático para todos os CRUDS
sa forma, os projetos desenvolvidos Finders popularizada pelo Goo- produzidos, através de rotinas dis-
nele ainda podem ser liberados para gle Guice [1] . Eles dispensam ponibilizadas genericamente sem
produção em conteineres no padrão codificação para serviços de QBE esforço de codificação. Tudo via pa-
Java EE 5, como o Tomcat 6.x, bem complexos. Na nova versão, utiliza drão JAX-RS com JBoss RESTEasy.
como em versões mais atuais. entidades (POJOs), às vezes com ➧ Padrão de nomenclatura interna-
Voltado para aplicativos de mis- transientes, para transportar argu- cional: nomes das principais classes,
são crítica robustas e escalonáveis, mentos de queries. métodos e metadados (anotações)
o Jaguar incorpora dezenas de no- ➧ ManagedBean e Repository: em inglês, para viabilizar projetos
vos diferenciais para arquiteturas de nova organização para ManagedBe- mundiais com equipes internacionais.
software Java EE 6 Web 2.0, como, an (Action) e Repository (Manager) ➧ Arquitetura de extensão para
por exemplo: genéricos e extensíveis, provendo customizações avançadas: para criar
➧ O IoC/DI simplificado via pa- maior coesão e legibilidade. Os novos padrões genéricos, engloban-
drão CDI: arquitetura de IoC, DI ManagedBeans foram simplificados do implementações OO em várias
e gerenciamento de contexto em graças a generalizações comple- camadas (MVC-P) e geradores de

64 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

código complementares e acelera- KyaPanel


dores importantes para implemen-
tações de soluções recorrentes. As Administração de servidores
extensões do Jaguar são um impor-
tante recurso para fábricas de soft-
ware criarem derivações especiais
de comportamento e preservarem
seus ganhos de produtividade em
qualquer cenário.
➧ APIs Java EE 6: JSF 2.0 com
Apache Trinidad; JPA 2.0 com Hi-
bernate; BV 1.0 com Hibernate
Validator; JAX-RS 1.1 com JBoss
RESTEasy; CDI 1.0 com JBoss
Weld; JAX-WS 2.2; Servlet 2.5 (para O KyaPanel é um sistema de gestão O módulo de Gestão do Samba pos-
compatibilidade com App Servers para servidores de e-mail que uti- sui uma interface realmente amigável
Java EE 5). lizam Postfix, LDAP e Courier. A para gerenciar compartilhamentos e
➧ Dezenas de recursos corporati- solução é um painel para facilitar a permissões de acessos dos usuários.
vos avançados: generalizações para administração de servidores GNU/ Além disso é possível ver, em tempo
manipulação upload/download de Linux e melhorar a experiência de real, todos os usuários validados e o
arquivos (um ou múltiplos); exclu- administração de redes. Composto que cada um deles está acessando
são lógica; recuperação de detalhes por um núcleo de execução de tarefas no servidor, inclusive com a opção
‘por demanda’ via Ajax; layouts au- que é complementado por módulos, de bloqueá-los, se necessário.
tomáticos para impressão; combos pode ser usado para um diversidade Além da administração comum
aninhados; janelas modais avança- de atividades de controle. ele também está integrado com o
das (vinculadas); integração com Seu núcleo está desenvolvido em Egroupware quando utilizado com
jQuery e jQuery UI com dezenas Shell Script e sua interface em PHP, que PostgreSQL, permitindo a seleção
de recursos RIA (calendário, Goo- executa o core através de serviço próprio dos aplicativos disponíveis na mesma
gle Maps, mask, auto-complete feito em Perl. Esta estrutura permite que interface do KyaPanel.
etc.) que proveem acabamento final outras interfaces sejam desenvolvidas Fácil de instalar e com centenas de
e usabilidade. ■ sem afetar o comportamento do siste- opções administrativas desenvolvidas
ma. O KyaPanel está 100% integrado em um código realmente simples, o
Software para: Framework ao LDAP, permitindo que tudo seja KyaPanel é a mais atual ferramenta
Está no Portal Novembro
armazenado diretamente nesta base, de administração de servidores. ■
desde: de 2010 sem necessidade de usar SQL.
Software para: Servidor de e-mail
Membros: 1.343 membros
Módulos Está no Portal
Prestadores Atualmente são módulos: gestão de Maio de 2007
2 prestadores desde:
de Serviços: e-mail e gestão do Samba Membros: 2.557 membros
Ofertante:
Empresa O módulo de Gestão de E-mail Prestadores
PowerLogic gerencia servidores com Postfix + 70 prestadores
de Serviços:
Courier e duas opções de base de Pessoa Física
Mais informações dados: OpenLDAP e SQL. Se você Ofertante: – Anahuac de
optar por usar SQL poderá escolher Paula Gil
[1] Dynamic Finders: http:// entre PostgreSQL ou MySQL.
blog.mgm-tp.com/2010/05/ A mais inovadora característica do
guicing-up-hibernate- Mais informações
with-warp-persist/ KyaPanel é sua perfeita integração
com o Active Directory que permite [1] Comunidade
[2] Comunidade Jaguar: http:// a sincronização de usuários e senhas KyaPanel: http://www.
www.softwarepublico.gov.br/ de servidores Windows e os usuários softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_ ver-comunidade?community_
id=25913900
de e-mail que ficam armazenados no id=601158
OpenLDAP.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 65


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

LightBase nou complicadores como junções velocidade de armazenamento e


externas, procedimentos armaze- recuperação de informações.
Um banco de dados diferente nados e gatilhos. O termo “multidimensional”
As aplicações modernas normal- significa que os dados podem ser
mente são escritas usando a tecno- armazenados por tantos parâme-
logia de objetos, que permite um tros quantos forem necessários:
modo mais rápido e mais intuitivo eles não estão limitados a linhas e
Panorama dos bancos de dados de descrever e usar informações. O colunas. Isso permite modelos de
A maioria da informação existente desenvolvimento é mais rápido e dados muito mais ricos do que os
no cotidiano das pessoas é de na- mais seguro. No entanto, os objetos obtidos com a tecnologia relacio-
tureza não-estruturada (documen- não são compatíveis de forma nativa nal. Dados complexos podem ser
tos, planilhas, vídeos, textos, fotos com bancos de dados relacionais. armazenados e utilizados de uma
etc.). Esse tipo de informação mais As vantagens da orientação a ob- forma muito mais natural e intuitiva.
complexa passou por muito tempo jetos são diminuídas quando estes O LightBase utiliza o ODMG 3.0
despercebida pela maioria das or- têm de ser forçados a se encaixar no (Object Data Managment Group),
ganizações, devido à complexidade modelo relacional bidimensional. que é o padrão para bancos de da-
de agrupá-las e referenciá-las. Visando resolver este problema dos orientados a objeto.
Para os tradicionais servidores que os gerenciadores de bancos de O programa também faz uso de
de bancos de dados relacionais, dados relacionais não endereçam recuperação textual plena. Diferen-
é realmente difícil representar de modo adequado, a Light Info- te dos bancos de dados tradicionais,
dados complexos, porque toda a con Tecnologia S/A, com suporte um sistema de recuperação textual
informação precisa ser fragmenta- financeiro da Financiadora de Es- armazena todo o conteúdo sob a
da de forma que caiba em tabelas tudos e Projetos (FINEP), órgão do forma de um conjunto de chaves,
planas bidimensionais. Quando a Ministério da Ciência e Tecnologia possibilitando a recuperação de in-
tecnologia relacional é usada para (MCT), desenvolveu e disponibili- formação por qualquer palavra que
descrever dados do mundo real, zou no Portal do Software Público ocorra em qualquer lugar do banco
há um empilhamento de tabelas Brasileiro o Cordel, Gerenciador de dados, seja num campo numéri-
e subtabelas e é necessário uma de Banco de Dados Pós-Relacional co, alfanumérico, texto etc. No caso
grande quantidade de processa- voltado para “objetos”, disponível específico da recuperação textual no
mento para “remontar” a informa- para plataforma Linux. LightBase, é possível fazer buscas
ção necessária para completar as através de expressões regulares, por
operações. Esse problema conhe- A tecnologia do LightBase proximidade de palavras, palavras
cido na indústria como “problema A tecnologia do Cordel está bem que apareçam numa mesma frase
da impedância”. à frente da atual tecnologia dos ou parágrafo ou busca fonética. A
O “problema da impedância” bancos de dados relacionais. Ao própria forma de consulta à base
entre bancos de dados relacionais invés de armazenar informações de dados é bastante intuitiva, bem
e as atuais tecnologias de desen- em tabelas simples, o LightBase próxima à da linguagem natural.
volvimento de software tornou- opera com objetos, guardando os Não é preciso especificar chaves
se um assunto sério – os projetos dados do aplicativo em sua forma de acesso durante a programação,
ficaram ainda mais complexos e nativa, através de seu mecanismo tampouco o sistema sofrerá com
aumentaram as chances de fra- de armazenamento multidimen- lentidão quando se pesquisa por
casso. Embora a simplicidade das sional. Com este modelo de arma- algo que não seja uma chave. A
estruturas tabulares suporte uma zenamento orientado a objetos, os indexação da base de dados é on-
linguagem de consulta (SQL), dados não precisam ser “remonta- line, possibilitando a recuperação
é difícil decompor estruturas de dos”, pois eles já são armazenados de informações a qualquer instante.
dados do mundo real em simples como existem no mundo real (e A estrutura multidimensional
linhas e colunas. O resultado é de acordo com o modelo de ne- orientada a objetos do Cordel
um conjunto enorme de tabelas gócio), eliminando o “problema facilita o agrupamento das infor-
e relacionamentos, difíceis de da impedância” e a sobrecarga de mações para a indexação textual,
lembrar e usar – linhas e colunas processamento inerente ao mo- o que reduz o custo em termos de
são simples, mas a necessidade delo relacional, o que resulta em desempenho, em comparação aos
generalizada de programar adicio- um incremento significativo da recursos de indexação textual inse-

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ridos posteriormente em bancos de PW3270 cidade excessiva do aplicativo, o


dados relacionais tradicionais. Tudo que desafiou os desenvolvedores
é feito de forma eficiente e trans- Emulador de terminal a implementar recursos utilizados
parente para o usuário, tornando em ferramentas consagradas já em
o armazenamento e a recuperação uso no Banco do Brasil. Os esforços
de informações no LightBase tão ocorreram na tentativa de:
simples quanto no modelo relacio- ➧ Trazer o X3270 “para o presen-
nal, só que de forma mais poderosa. te”, suportando padrões de mercado.
Mas este gerenciador é muito ➧ Tornar a interface mais ami-
mais do que pura tecnologia de gável.
banco de dados. Ele inclui ainda ➧ Implementar mecanismos que
um servidor de aplicações e relató- permitam a evolução do aplicativo.
rios com avançada capacidade de ➧ Se possível, torná-lo multi-
programação orientada a objetos. Na década de 70, o Banco do Bra- plataforma.
Os relatórios podem ser visualiza- sil utilizava mainframes IBM da ➧ Tirar ao máximo a depen-
dos tanto em aplicações desktop série System/370. Esses computa- dência de ferramentas pagas para
quanto pela web, facilitando ainda dores eram operados por “terminais emulação 3270.
mais o desenvolvimento de aplica- burros” chamados de 3277. Com a O escopo inicial do projeto pre-
ções corporativas. evolução dos sistemas e a migração via apenas fazer uma “casca” para
Os desenvolvedores também para terminais não dedicados, foi o X3270 no Linux, dada a comple-
podem utilizar o LightBase com preciso criar programas que emu- xidade de reimplementar o proto-
a sua linguagem de programação lassem o terminal original. colo original.
preferida. Ele dispõe de uma com- A principal alternativa era o O projeto deu origem ao
pleta interface em COM para uso X3277, voltado a sistemas com PW3270, um emulador de termi-
junto a linguagens populares como servidor gráfico X e que apesar de nal 3270 totalmente livre, escrito
Delphi, Java e Visual Basic. simples, emula os principais re- em ANSI C e C++, com recursos
Com isso, o LightBase representa cursos de um terminal 3270. Ele avançados e uma interface amigável
uma solução única, oferecendo um foi portado para diversos sistemas elaborada em GTK, comparável
eficiente banco de dados orienta- operacionais, inclusive Windows. às melhores ferramentas do mer-
do a objetos, padrão ODMG, um Seu desenvolvimento continua ati- cado. Hoje ele já está disponível
sistema de recuperação textual de vo, mas é voltado principalmente à para Linux e Windows. ■
objetos e um servidor de aplicações manutenção dos sistemas legados
e relatórios. Tudo isso neste único da IBM e que continuam em uso.
Emulador de
produto, que possibilita o desen- Os principais problemas do Software para:
Terminal
volvimento de soluções de forma X3270 são, a falta de recursos co-
mais rápida e segura. ■ nhecidos e bastante utilizados em Está no Portal
Junho de 2009
ferramentas do mesmo tipo dispo- desde:
Software para: Banco de Dados níveis para outros sistemas opera- Membros: 2.462 membros
Está no Portal cionais, interface pouco amigável,
Abril de 2008 Prestadores
desde: fontes fixas, impressão limitada 7 prestadores
(via pr3270), clipboard limitado, de Serviços:
Membros: 3.629 membros
nenhuma integração aos desktops Ofertante: Banco do Brasil
Prestadores modernos, sem suporte a unicode
31 prestadores
de Serviços:
e problemas de segurança (permi-
Empresa Light tindo trace com senha).
Ofertante:
Infocon
Em 2002, quando o Linux passou Mais informações
a ser o sistema operacional padrão [1] Comunidade
Mais informações usado pelo Banco do Brasil, a única PW3270: http://www.
[1] Comunidade LightBase: http:// alternativa gratuita disponível para softwarepublico.gov.br/
www.softwarepublico.gov.br/ Linux era o X3270. ver-comunidade?community_
ver-comunidade?community_ id=12815452
id=3673574 Logo nos primeiros pilotos, os
usuários reclamaram da simpli-

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 67


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Minuano economia de R$ 88.096,00. O objeti- A solução possibilita, ainda, a checa-


vo em 2011 é expandir a solução para gem da informação a qualquer momen-
Solução para videoconferência todas as Superintendências que ainda to, pois o arquivo fica disponibilizado
não estão utilizando a ferramenta. – se autorizado pelo palestrante – e, por
O Minuano é um sistema de captura, Se considerarmos em torno de 12 reu- sua portabilidade, pode inclusive ser
processamento, compactação e distribui- niões durante o ano, em cada uma das baixado para o computador por pes-
ção de streaming pela Intranet ou Inter- sete Superintendências no Rio Grande soas autorizadas, caso solicitem. Deste
net. Com a utilização desta ferramenta, do Sul, podemos estimar uma racionali- modo, ela serve também, às Equipes
é possível uma redução significativa nos zação de R$ 840.000,00 no estado onde CAIXA, como valiosa videoteca gra-
custos com comunicação, diminuindo foi realizada a fase piloto da solução. tuita, disponível para outras reuniões.
gastos com reuniões que precisariam O pacote da solução Minuano
ser presenciais, além de possibilitar o pode ser adquirido por uma quantia Perspectivas
acesso a um número muito maior de em torno de R$ 1.500,00 (custo úni- A solução Minuano objetiva se tornar
pessoas que tenham interesse em assistir co), que compreende uma pequena um sistema de gerenciamento, visua-
ao conteúdo disponibilizado. mesa de som e microfone, filmadora lização e controle de conteúdo, com
Esta solução foi utilizada com ple- e tripé. Assim, podemos estimar uma diversos recursos, como os seguintes:
no sucesso para a divulgação, pela extraordinária economia. ➧ Controle de acesso de canais e
rede da CAIXA, de todos os encon- Além da economia financeira que vídeos (públicos e privados);
tros regionais e nacionais da VITEC é possível obter através do Minuano, ➧ Controle de autorização de pu-
(Vice-Presidência de Tecnologia da também é agregado outro controle blicação e visualização de vídeos por
CAIXA) que foram realizados ao lon- importantíssimo: a racionalização sócio parte dos palestrantes;
go dos anos de 2009 e 2010. ambiental, pois colaboramos com a re- ➧ Opção de diversos formatos de
Tal ação possibilitou o acompa- dução de emissão de CO2 na atmosfera, entrada de vídeo, de modo a ser
nhamento dos eventos a distância e uma vez que se consome menos com- possível receber vários dos formatos
em todo o Brasil, por todas as equi- bustíveis fósseis ao substituirmos uma atuais de video;
pes de tecnologia. reunião presencial por uma a distância. ➧ Opção de upload de vídeos pelo
A solução é construída totalmente A cada reunião presencial da SR usuário final;
em software livre e se destina à trans- Norte Gaúcho substituída por uma ➧ Opção de chat em transmissões
missão de streaming de áudio e vídeo transmissão com a Solução Minuano, online (canais ao vivo);
pela Intranet ou Internet, distribuindo foi deixado de emitir, pela queima de ➧ Opção de download de arquivos
o sinal que é capturado em um deter- combustíveis, o montante de 2145,72 que o criador do canal julgue pertinente;
minado local para centenas de outros kg de CO2, sendo que, para neutra- ➧ Compatibilidade com os diver-
pontos da rede ou de um servidor, sob lizar tal emissão, necessitaríamos do sos navegadores atuais;
a forma de broadcast, sem nenhum trabalho de 107,3 árvores adultas pelo ➧ Pesquisa de vídeos por assuntos,
custo adicional de telecomunicações, período de um ano aproximadamente. palestrantes, data etc. ■
analogamente às audioconferências. É o chamado “Serviço e Entrega
Transmissão de
Cada reunião presencial de uma da TI Verde da CAIXA”. Soma-se a Software para: Áudio e Vídeo
Superintendência Regional (SR) – isso, a agilidade e a rapidez da infor- – Sinal Digital
exemplo calculado no piloto da solu- mação, a segurança e a economia de Está no Portal
ção Minuano aplicado na SR Norte tempo ao evitar o deslocamento dos Junho de 2009
desde:
Gaúcho, em Passo Fundo, Rio Grande participantes da reunião. Membros: 3.213 membros
do Sul – apresenta um custo médio O Minuano reincorpora hardware
Prestadores
de cerca de R$ 10.000,00 por reunião, obsoleto na sua solução, uma vez que de Serviços:
21 prestadores
para o conjunto de 41 unidades vin- podem ser utilizadas filmadoras de tec-
Caixa Econômica
culadas à referida Superintendência. nologias mais antigas. Desta forma, evi- Ofertante:
Federal
No ano de 2008, foram realizadas tamos o descarte puro e simples destes
oito reuniões com três Superintendên- componentes, que tem provocado gran-
cias Regionais no Rio Grande do Sul, des problemas ambientais mundo afora, Mais informações
em caráter piloto (Norte Gaúcho, seis em especial em países da África, destino [1] Comunidade Minuano: http://
transmissões; Centro Gaúcho, uma desta sucata tóxica e agressiva ao meio www.softwarepublico.gov.br/
transmissão; e Extremo sul, uma trans- ambiente, poluindo os rios e causando ver-comunidade?community_
id=11808514
missão). Com elas, foi calculada uma grandes impactos à vida no planeta.

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OASIS
Gestão de projetos,
demandas e serviços

O Sistema de Gestão de Projetos, De-


mandas e Serviços de Tecnologia da
Informação (OASIS) é uma ferramen-
ta que, em seu principal recurso, se
enquadra na IN-4/2008 da SLTI/MP, Figura 1: Definição de métricas
facilitando de forma automatizada a
gestão dos contratos de TI. O OASIS melhores práticas utilizadas, como ções gerenciais de forma bem gra-
auxilia na geração de evidências e gerências de risco, mudança, me- nularizada até o nível operacional.
objetos para o processo de qualidade dição e outras. Ele ainda permite o Dessa forma, a coleta de informa-
de desenvolvimento de software, em planejamento e acompanhamento do ção se dilui entre todos os que estão
um nível bem próximo ao exigido nos projeto durante o seu ciclo de vida. envolvidos com a ferramenta, não
modelos de maturidade de processos sobrecarregando o nível técnico na
MPS-BR nível F e CMMI nível 2. Padrão de desenvolvimento coleta de informação.
O OASIS proporciona a gestão de O OASIS foi desenvolvido em uma
projetos, demandas e serviços reali- plataforma web com servidor de Principais recursos
zados pelas áreas de TI, no que diz aplicação Apache. O sistema utiliza Os principais recursos do
respeito ao seu ciclo de vida (solici- como linguagem base o PHP, usan- OASIS são:
tação de plano de projeto, execução do Zend Framework em conjunto ➧ Cadastro de empresas tercei-
de plano de projeto, histórico, pessoal com as facilidades disponíveis no rizadas
envolvido, gerenciamento e docu- Ajax. O banco de dados utilizado ➧ Cadastro de contratos
mentação, demanda e execução de é o PostgreSQL, podendo também ➧ Penalidades
serviços). Ele possibilita também o ser instalado em MySQL. Com esse ➧ Controle (fiscalização)
acompanhamento gerencial, através conjunto de ferramentas, o OASIS ➧ Elaboração de plano de projeto
de métricas, dos tempos e custos dos permite estabelecer rotinas de alto ➧ Definição de descrição, escopo,
projetos, necessários à conclusão des- nível, com gráficos e relatórios, en- métrica, casos de uso, requisitos, di-
tes, favorecendo a criação de indicado- tre outras funções. O processo de cionário de dados e regras de negócio
res de desempenho e a consequente interação sistema/usuário é bem ➧ Gerência de projeto
melhoria na qualidade das atividades intuitivo, o que facilita a utilização ➧ Gestão do risco, teste, análise de
desenvolvidas pelas áreas de TI. da ferramenta para o usuário. mudança, planejamento, matriz de
Além disso, o sistema controla e Um ponto crítico para o uso da rastreabilidade, análise de medição
acompanha a execução das demandas ferramenta é que ela só será útil se a ➧ Demanda
das áreas de TI (rede de computado- área de TI estiver com o seu processo ➧ Rotina
res, banco de dados, entre outras) e definido. Caso contrário, é possível ➧ Inventário
projetos de ação contínuos. Ele acom- utilizar o OASIS para ajudar a esta- ➧ Pedidos do usuário
panha também todo o histórico das belecer esse processo. O sistema já Uma das exigências das melho-
atividades dos profissionais envolvidos. possui alguns processos definidos, res práticas para elaboração de um
O OASIS permite o controle e o baseados na legislação. Ele funciona plano de projeto é utilizar-se de mé-
acompanhamento dos contratos com utilizando rotinas de fuxo de traba- trica para medição do trabalho a ser
as empresas terceirizadas, incluindo lho (workflow), o que faz com que realizado. O OASIS permite que se
informações do contrato, dos níveis os processos tenham uma sequência defina qualquer métrica, desde que
de serviços, dos projetos previstos e lógica. Esses procedimentos ajudam se possua a fórmula a ser utilizada.
das infrações e penalidades. nos processos de gestão. Ao definir a métrica, o OASIS irá
Assim, o sistema gerencia proje- O OASIS possui também perfis registrar as informações fornecidas
tos de forma simples, baseados nas de uso que ajudam a obter informa- e realizará os cálculos conforme a

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 69


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Pandorga
Gestão de
ensino infantil

O Pandorga GNU/Linux é um projeto


em software livre desenvolvido com o
objetivo de auxiliar alunos e professo-
res do ensino infantil e fundamental.
Recentemente, sua base foi refeita por
completo, buscando se tornar acessí-
vel para cegos e deficientes motores.
Figura 2: Cadastramento de um item de métrica. A distribuição leva o nome Pandor-
ga (pipa ou papagaio no Rio Grande
fórmula definida. A figura 2 mostra Por ser um software público, os do Sul), trazendo, deste modo, a ana-
um exemplo de cadastramento de códigos-fonte estão à disposição, e logia da liberdade e da brincadeira.
um item de métrica no OASIS. quaisquer novos recursos podem ser Com uma interface especialmente
O OASIS permite também que implementadas ou adaptados para criada para as crianças, o Pandorga
sejam realizados uploads de do- a organização. é ao mesmo tempo lúdico, diverti-
cumentações digitais geradas por A melhor forma de conhecer o do e educativo, de modo a auxiliar
outras ferramentas, possibilitando OASIS é entrando na comunidade, professores e alunos no processo
estabelecer um vínculo da docu- baixando e instalando a ferramenta. de ensino-aprendizagem ao tornar
mentação com a ação desejada, Utilize-se da comunidade para obter o computador uma ferramenta de
como, por exemplo, documen- esclarecimentos de quaisquer proble- aprendizado e conhecimento.
tações para um projeto ou para mas e participe dela, mostrando sua Desde 2006, o projeto é apreciado
um contrato. Esse recurso ajuda experiência e ajudando aos outros. por educadores, pais e alunos, que,
o processo de continuidade dos Um ponto importante na imple- ao utilizarem o sistema, indicam aos
trabalhos realizados, evitando a mentação do OASIS é a mudança desenvolvedores sugestões e melho-
dependência de profissionais ou que ocorre ao envolver todos os rias. Atenta a essas necessidades e
empresas contratadas. profissionais da área de TI. Isso acatando as sugestões dos usuários,
O sistema está internacionalizado, causa uma quebra de paradigma. a Maguis – Solução em Software
utilizando o padrão I18N, o qual per- Esteja preparado, o resultado obtido Livre, empresa mantenedora do pro-
mite que o seu usuário possa adaptar será impressionante. ■ jeto, lançou o Pandorga 5 em 2011.
todos os nomes das ferramentas dis- Nas versões anteriores, o Pandorga
poníveis na solução, para seu idioma, Software para: Contratos de TI era baseado no Kurumin, com KDE
ou mesmo adaptar as semânticas Está no Portal 3.5 e mantinha suas bases de dados
Janeiro de 2009
conforme o costume da instituição desde: atualizadas através do Debian Lenny.
que irá usar a ferramenta. Membros: 6.104 membros Nesta nova versão, o projeto foi inicia-
Prestadores do com a missão de atualizar esta base
Conclusão de Serviços:
28 prestadores de dados. O Debian foi novamente
O OASIS ajuda a governança da área Ministério do eleito como a melhor base para este
de TI. O nível estratégico do aplica- Desenvolvimento, tipo de necessidade, porém, agora, o
tivo permite saber tudo o que está Ofertante: Indústria e Pandorga utiliza o LiveHelper, que
acontecendo no projeto como um Comércio mantém exatamente a mesma estru-
todo. Com as informações geradas, Exterior – MDIC tura do Debian Squeeze oficial. Isto
é possível realizar um planejamen- possibilitou obter um sistema muito
to mais sólido e eficaz. É possível atualizado e compatível com os novos
ainda envolver os clientes de forma Mais informações hardwares e softwares, mantendo a
a acompanhar os trabalhos, aumen- [1] Comunidade OASIS: http:// estabilidade e a segurança do Debian.
tando assim a confiança e o relacio- www.softwarepublico.gov.br/ Outra grande mudança foi em
ver-comunidade?community_
namento ao se voltar para sistemas id=8566986 relação ao ambiente gráfico. Depois
que produzem resultados. de definida a nova base, os trabalhos

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foram voltados para as solicitações da


comunidade para o novo Pandorga:
acessibilidade. Muitos professores
mencionaram a necessidade de ter
um ambiente acessível para cegos e
deficientes motores. Como solução,
foi alterado o ambiente gráfico para o
GNOME 2.30 com o Orca e Dasher,
pelo que o projeto Pandorga agradece
o apoio do LinuxAcessivel.org [1].
Os softwares presentes no sistema
também não deixaram de receber
melhorias. Todos eles foram atuali- Figura 1: Desktop Séries Finais (6º a 9º ano): coleção completa das
zados, e os aplicativos educacionais atividades, ambiente lúdico com menu.
do pacote KDE-Edu passaram a usar
o KDE 4. Conforme solicitado pelos aceitação e desenvolvimento pela pontos que influenciam direta ou
educadores, foram inseridos 12 novos comunidade escolar. indiretamente no tratamento deles.”
softwares pedagógicos, incluindo Após seis meses de desenvolvi- Projeto de Tecnologia Assistiva do
EToys, CMapTools, JCLic e multi- mento do projeto, já visualizamos Centro de Reabilitação São Paulo
mídias como OpenShot, Audacity, tais ferramentas, disponibilizadas na Apóstolo de Goiânia ■
Gimp e Inkscape, contando agora plataforma, dita como de grande apoio
Educação Infantil
com mais de 150 atividades. pedagógico para os educadores em Software para:
e Fundamental
Ainda sofreram melhorias os con- diversas situações de aprendizagem.”
Está no Portal
troles de ambiente, de forma que Liliane Oliveira de Souza - Cen- Julho de 2009
desde:
todas as configurações dos ambien- tro de Formação e Atualização dos
Membros: 4.128 membros
tes são restauradas com o software Profissionais da Educação Básica
auto-profile, criado com o apoio da de Rondonópolis/MT Prestadores
34 prestadores
de Serviços:
comunidade no Portal do Software “O Pandorga tem um visual fan-
Público, no final da sessão do aluno. tástico e uma interface bem simples. Empresa Maguis
Ofertante: – Solução em
A imagem ISO do Pandorga pode ser Além disso, não só o seu idealizador,
Software Livre
gravada em DVD ou drive USB para como todos do grupo do SLE, são
Downloads: 22.000 downloads
ser testada (Live-DVD) ou instalada super atenciosos, e há sempre alguém
com um instalador simples e prático. que nos socorra em caso de dificul- ➧ I Mostra de
Pesquisa e
dades. É muito importante frisar
Iniciação Científica
Depoimentos e casos de este aspecto colaborativo, porque a da ULBRA
sucesso do Pandorga maior parte dos professores não têm Gravataí - 2007
“Através da utilização do Pandorga intimidade com tecnologias, e o auxí- ➧ III Prêmio Ação
nos ambientes informatizados das es- lio técnico se torna imprescindível.” Prêmios: Coletiva / 2009 -
colas municipais, encontramos uma Jenhy Horta - reportagem Revista Portal do Software
possibilidade pedagógica muito rica de profissão Mestre/Out-2009. Público
➧ IV Prêmio
integração nas novas tecnologias, em “Utilizando o sistema operacional Ação Coletiva /
especial a informática, na comunidade Pandorga (distribuição Linux) para 2010 – Portal do
escolar alvoradense. Com isto, eviden- educação, montou-se em equipamen- Software Público
ciamos a possibilidade de integrar a tos tidos como sucatas um laboratório
informática na educação, de maneira com jogos educativos, editores de tex- Mais informações
instigativa e motivante, promovendo a tos, informações geográficas e muitas
[1] LinuxAcessível.org: http://
socialização, a construção de conhe- outras funções, que vieram de fato aju- www.linuxacessivel.org/
cimentos e o trabalho cooperativo.” dar na inclusão destes alunos especiais, [2] Comunidade
Vanessa Sozo Costa - Secretaria Mu- nos quais, de certa forma, após algum Pandorga: http://www.
nicipal de Educação de Alvorada/RS tempo de uso, notou-se uma melhora softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
“Iniciamos o projeto no início do em coordenação motora, compreen-
id=12702936
ano letivo de 2010 com a discussão, são de cores e objetos e muitos outros

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 71


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Redeca
Sistema integrado de informações sobre crianças e adolescentes

O REDECA tem por objetivo contribuir na ferramenta. Além disso, divulga a A integração das informações em
para a criação de uma rede única, em importância da convergência de ações rede se dá de forma gradual, depen-
tempo real, de registro dos atendimentos para novas soluções tecnológicas em dendo do nível de complexidade dos
realizados à criança, ao adolescente e prol de políticas mais consistentes, municípios. Vale lembrar que, junto
à família. A ideia é unificar e informa- uma vez que, para garantir a proteção à instalação do sistema, é importante
tizar o cadastro de diversas entidades integral da criança e do adolescente a mobilização e integração dos atores
governamentais e não-governamentais, numa localidade, é preciso ter uma do Sistema de Garantia dos Direitos
integrando com outros sistemas muni- visão multissetorial e intersecretarias. da Criança e do Adolescente (SG-
cipais, estaduais e da união. O software foi desenhado em DCA). É isto o que vem ocorrendo,
Dentro do projeto “Redes de Aten- PHP, utilizando o framework Zend por exemplo, em Várzea Paulista, por
ção à Criança e ao Adolescente”, a e MySQL, para ser um módulo bási- meio do projeto “Entrando na Rede”,
Fundação Telefônica, junto a oito co, flexível, que permite novos apor- que envolve a articulação dos atores
municípios do Estado de São Paulo, tes para atender as especificidades do sistema de garantia dos direitos
desenvolveu o REDECA – Sistema de de cada município. Para utilizar o paralelamente à implementação
Informação das Redes com referência REDECA, uma cidade com até 100 do REDECA.
no ECA (Estatuto da Criança e do Ado- mil habitantes, por exemplo, preci- Através da utilização do software,
lescente). O sistema tem como objetivo sa de acesso à banda larga e de um algumas prefeituras alcançaram re-
facilitar o atendimento e melhorar a servidor local com 1Gb RAM ECC, sultados bastante surpreendentes
gestão das políticas públicas voltadas Xeon ou Opteron, com dois ou qua- como aqueles já apresentados pelo
à infância e à juventude, funcionando tro núcleos e 2 HDs SAS (73Gb ou “Entrando na Rede”, estão: aumen-
como uma tecnologia de apoio para maior) em RAID 1 e mínimo de 2Ghz to de 885% no ingresso de recursos
fortalecer essas redes locais. de clock real. Instalada esta estrutura pelo Fundo Municipal da Criança
Com o REDECA, é possível traba- em um servidor local ou contratada e do Adolescente; cadastro de 100%
lhar com a disponibilização de infor- externamente, todas as organizações das entidades que trabalham com
mações dos atendimentos em rede, ligadas à rede de defesa dos direitos da atenção à criança e ao adolescente
possibilitando uma maior agilidade na criança podem utilizar o programa a no respectivo conselho municipal;
troca de dados entre entidades para a partir de seus computadores regulares. instituição do Programa de Erradi-
proteção integral da criança e do ado- O REDECA funciona nos sistemas cação do Trabalho Infantil, com di-
lescente. Desta forma, agiliza-se, por operacionais Windows e Linux e com minuição significativa da incidência
exemplo, a elaboração de relatórios para os navegadores Firefox e Internet Ex- do problema, de 88 casos em 2005
o Conselho Municipal dos Direitos da plorer. A fundação oferece, ainda, à para nenhum novo caso em 2010. ■
Criança e do Adolescente (CMDCA). sociedade um serviço de suporte téc-
O sistema já se encontra para down- nico gratuito para a implementação,
Software para: Redes Sociais
load no Portal do Software Público que é feito pela S2it Solutions LTDA.
Está no Portal
Brasileiro, onde conta com a comu- Janeiro de 2010
desde:
nidade do REDECA, composta por Integração na prática
Membros: 744 membros
mais de 700 membros participantes, Alguns municípios brasileiros, em
oriundos de órgãos municipais, esta- especial no Estado de São Paulo, Prestadores
7 prestadores
de Serviços:
duais, ministérios, agências nacionais, já estão implementando a rede ele-
institutos, fundações e empresas, câ- trônica. Atualmente, a Fundação Fundação
Ofertante:
Telefônica
maras de vereadores, sindicatos, unida- Telefônica financia projetos de redes
des de ensino, ONGs, dentre outros. e acompanha a implementação do
REDECA em oito cidades: Várzea
Convergência de ações Paulista, São Carlos, Bebedouro,
Mais informações
Com o REDECA, a Fundação Tele- Guarujá, Assis, Araçatuba, São Vicen- [1] Comunidade Redeca: http://
www.softwarepublico.gov.br/
fônica promove o conceito de software te e Porto Feliz. A Fundação também ver-comunidade?community_
livre, por meio do incentivo à colabo- oferece assistência à implementação id=18016032
ração entre os diferentes interessados em municípios interessados.

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Sagu arquitetura de forte e comprovada repu- Flexibilidade nos relatórios


tação, confiança, integridade de dados e Os relatórios do SAGU são desen-
Gestão de ensino corretividade. Por consequência de sua volvidos com as ferramentas AGATA
reputação, o PostgreSQL conquistou REPORT e a biblioteca PHP FPDF e
muitos usuários e o reconhecimento da podem ser gerados nos formatos PDF
indústria, sendo considerado o melhor e SXW (OpenOffice), possibilitando
gerenciados de base de dados pela The a edição e personalização conforme
Linux Editors’ Choice Award. as necessidades da instituição.

Acesso ao código fonte Parametrizável


O SAGU está disponível sob licen- A possibilidade de parametrização do
ça GPL, ou seja, seu código fonte é SAGU permite que a administração
O SAGU (Sistema Aberto de Gestão distribuído de forma gratuita. Isto per- das configurações do sistema seja
Unificada) [1] é uma solução criada mite aos técnicos e desenvolvedores de feita através de variáveis acessíveis a
para auxiliar no gerenciamento de software aprimorar e desenvolver novos partir da própria interface amigável.
instituições de ensino fundamental, recursos no sistema sem a dependência Alguns desses parâmetros são: formato
médio, superior e pós graduação. Ele exclusiva do criador do software para de data/hora, quantidade de registros
trabalha através de módulos indepen- realizar estas tarefas. Outro ganho sig- exibidos por página, número casas
dentes, oferecendo aos seus usuários um nificativo é a possibilidade de parceria decimais, habilitação/desabilitação
conjunto de ferramentas que integra no desenvolvimento dos novos recursos. de módulos e muitos outros.
e otimiza os processos dos diferentes
setores da instituição. Veja abaixo o que Custo zero de licença Migração de dados
o Sagu pode fazer por sua instituição: de software Com um trabalho envolvendo técnicos
Criado para trabalhar com custo zero capacitados e treinados, é possível mi-
Segurança de licenças de software, o SAGU uti- grar dados de outros sistemas legados
O software permite gerenciar usuários e liza no servidor, o sistema operacional para o SAGU, evitando a redigitação de
seus respectivos perfis, limitando o acesso GNU/Linux. A linguagem de progra- dados e diminuindo o tempo de imple-
a determinados módulos/formulários do mação utilizada é PHP e o framework mentação do novo sistema. Por ser um
sistema e restringindo o uso conforme de desenvolvimento é o Miolo. Todos sistema de gestão acadêmica, o SAGU
a política de permissões (Acesso, Inserir, sob licença GPL, ou seja, de livre distri- abrange várias áreas da instituição e,
Atualizar, Excluir, Executar e Adminis- buição e de cópias. O acesso ao sistema por este motivo, é dividido em módu-
trador) adotada pela instituição. Através pode ser feito através de qualquer siste- los onde cada um atua no sistema de
do seu sistema de logs, é possível obter ma operacional e sem a necessidade de forma independente dos demais. Esta
relatórios das operações (Inserir, Alterar configurações extras, bastando apenas forma de desenvolvimento possibilita à
e Excluir) realizadas pelos usuário do um navegador de Internet, o que torna instituição habilitar apenas os módulos
sistema. O gerenciamento dos usuá- o software um sistema multiplataforma. com os quais deseja trabalhar. ■
rios pode ser feito diretamente no ban-
co de dados ou através da integração Acesso fácil às informações Software para:
Administração
com serviços de diretório (LDAP, por O SAGU opera com uma interface 100% escolar
exemplo) já existentes na instituição. web, moderna e intuitiva. Basta que as Está no Portal
Abril de 2011
É possível criptografar todo o tráfego estações de trabalho possuam acesso a desde:
de dados entre o servidor e as estações rede local ou a Internet para acessarem Membros: 374 membros
de trabalho, através da utilização dos todo sistema, o que permite aos usuários Prestadores
2 prestadores
protocolos TLS e SSL. desenvolver seu trabalho de forma mais de Serviços:
produtiva. O aplicativo mantém ainda Ofertante: Cooperativa Solis
Base de dados robusta um cadastro único e compartilhado de
O SAGU trabalha com o banco de alunos, campi e usuários, permitindo
dados PostgreSQL, um dos mais pode- o gerenciamento completo e eficaz de Mais informações
rosos sistemas gerenciadores de bancos múltiplas unidades de ensino, sendo [1] Comunidade Sagu: http://
de dados relacionais de código fonte possível registrar de modo online todas www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
aberto. O PostgreSQL tem mais de 15 as informações de cada unidade sem a id=30725662
anos de desenvolvimento ativo e uma necessidade de estar fisicamente presente.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 73


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

SGA Livre dades distribuídas em vários locais. Utilização


Sua arquitetura foi desenvolvida de Uma funcionalidade básica nesse
Sistema de Gerenciamento forma a maximizar o desempenho, tipo de sistema é a de impressão de
de Atendimento Livre podendo, assim, ser utilizado de senhas. O SGA Livre disponibiliza
forma centralizada por milhares de esse benefício através de uma in-
usuários, distribuídos em diversos terface onde o cliente (ou um fun-
locais de atendimento. cionário responsável pela triagem)
A arquitetura do programa é com- emite uma senha (normal ou com
posta por quatro componentes: a prioridade) para o serviço desejado.
aplicação web, o banco de dados, Esta é impressa e o cliente aguarda
o controlador de painéis e o painel até ser atendido. Esse módulo tam-
de senhas: bém permite cancelar e reativar se-
➧ Aplicação web: interface prin- nhas emitidas.
O Sistema de Gerenciamento de cipal do sistema. É nela que os Essa senha é acionada através
Atendimento Livre (SGA Livre) usuários utilizam as funcionalida- de painéis distribuídos no local de
é o mais popular sistema de ge- des do sistema, como emissão de atendimento. Quando isso acontece,
renciamento de atendimento do senhas, realização de atendimentos um aviso sonoro chama a atenção
Portal do Software Público Brasi- e emissão de relatórios. Desenvol- dos clientes para a nova senha que
leiro. Desenvolvido pela Dataprev vida em PHP. está sendo exibida. Além do mais, a
e totalmente baseado em tecno- ➧ Banco de dados: armazena todas senha é vocalizada, permitindo que
logias livres, ele permite o geren- as configurações do sistema, dados pessoas com deficiência visual saibam
ciamento de filas e atendimentos dos usuários, unidades e atendimen- que podem ser atendidas.
em quaisquer organizações que tos. O banco de dados escolhido foi O atendimento ao cliente pode
prestem atendimento presencial o PostgreSQL devido à estabilidade acontecer através das funcionalidades
a pessoas. Mais do que apenas e alta performance. do módulo Atendimento. Este mó-
controlar filas, o SGA Livre possui ➧ Controlador de painéis: respon- dulo possui opções de chamar uma
várias funcionalidades para auxi- sável por buscar as senhas no banco nova senha, indicar o não compare-
liar a gerência e administração de de dados e enviar aos painéis de for- cimento de um cliente, além de ini-
locais de atendimento. ma extremamente leve e rápida. Isso ciar e finalizar o atendimento. Essas
As funcionalidades do SGA Li- permite que o sistema seja utilizado opções são importantes por gerarem
vre são organizadas e divididas em em grandes organizações com baixo informações valiosas para a geração
módulos, disponíveis de acordo com impacto na rede. Foi desenvolvido de relatórios.
o nível de acesso do usuário. Cada em Java e, assim, pode ser executa- O SGA Livre possui um módulo
módulo possui um agrupamento de do em qualquer sistema operacional exclusivo para geração de relatórios.
funções que auxiliam na administra- que suporte essa linguagem. Eles fornecem uma diversidade de in-
ção das unidades de atendimento, ➧ Painel de senhas: única aplica- formações gerenciais, pois contêm, por
como gerenciamento de unidades, ção executada nas unidades, pois exemplo, a duração de cada atendimen-
usuários, serviços e relatórios sobre recebe as senhas do Controlador de to. Também é possível gerar estatísticas
atendimentos de uma unidade ou Painéis e as exibe para os clientes. dos tempos médios dos atendimentos
grupo de unidades. Pode ser configurado para exibir (tempo de espera, atendimento etc.).
as senhas de alguns serviços espe- O sistema ainda cria gráficos com o
Arquitetura e Instalação cíficos, permitindo a utilização de ranking das unidades e tempos de
O SGA Livre foi desenvolvido com múltiplos painéis distribuídos em atendimento de cada uma delas.
foco na facilidade de emprego, uso uma unidade. Além disso, permite Todas essas funcionalidades per-
centralizado e ótimo desempenho. outras configurações, como a modi- mitem aos responsáveis pelos ges-
Os usuários interagem através de ficação do layout e o toque de sons tores planejar, acompanhar, mo-
uma página web, simples de ser ao chamar senhas. Como o Contro- nitorar e otimizar o atendimento
utilizada, compatível com os prin- lador de Painéis, foi desenvolvido em suas unidades. Dessa maneira,
cipais navegadores. Essa centraliza- em Java e é muito leve, podendo ser as organizações podem prestar um
ção permite aos gestores controlar executado tanto em uma máquina atendimento com mais rapidez,
de forma unificada toda uma orga- dedicada quanto em uma máquina melhorando a relação e facilitando
nização, composta por várias uni- com dois monitores. a vida de seus clientes.

74 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis
sponíveis no Portal do Software Público | CAPA

OpenACS
Framework de
desenvolvimento web

O Sistema Aberto de Arquitetura


de Comunidades (OpenACS) é
um framework de desenvolvimento
web para construir aplicativos que
suportam comunidades virtuais. Ele
fornece uma infraestrutura robusta,
construída sobre os seguintes com-
ponentes padrão: a linguagem de
programação TCL, um banco de
dados PostgreSQL ou Oracle para
armazenamento de informações, o
servidor AOLServer para o serviço
HTTP e pode ser executado em pla-
taformas *nix ou Windows.
Como outros frameworks moder-
nos, o OpenACS dá suporte a:
➧ Sistema de template para separar
a lógica da apresentação;
Figura 1: Interface de administração do SGA Livre. ➧ Internacionalização para apre-
sentar a interface de acordo com a
Conclusão ma, como a Prefeitura de Guaru- linguagem do usuário;
O SGA Livre possui uma comunida- lhos-SP, o Detran de Tocantins e ➧ Um sistema de pacotes modular
de muito atuante no Portal do Soft- o Sine de Contagem-MG. Existem para criar aplicativos dependentes;
ware Público Brasileiro. Em apenas ainda relatos de usuários da comu- ➧ Um sistema de funções e per-
uma semana de funcionamento, ela nidade sobre a implementação do missões;
atingiu a marca de mil usuários e SGA Livre em outros países, como ➧ Um repositório de conteúdo
atualmente está com quase cinco Portugal. Esses casos demonstram para armazenar todos os tipos de
mil usuários. A comunidade é ativa a confiabilidade e qualidade do sis- conteúdo gerado e manter um his-
tanto na utilização do sistema, como tema, especialmente quando utili- tórico de versões. ■
no desenvolvimento de novas funcio- zado em grandes organizações.■
nalidades e no suporte aos usuários. Software para: Framework
Caso alguma organização necessite Gerenciamento do Está no Portal
Software para: Janeiro de 2007
de um suporte profissional, é possível Atendimento - Fila desde:
recorrer às dezenas de prestadores de Está no Portal Membros: 2.022 membros
Outubro de 2009
serviços cadastrados na comunidade. desde:
Prestadores
A qualidade do SGA Livre já foi Membros: 4.779 membros 34 prestadores
de Serviços:
posta à prova em diversas organi- Prestadores
25 prestadores Comunidade
zações, sempre obtendo sucesso. A de Serviços: Ofertante:
OpenACS
Companhia Paranaense de Ener-
Ofertante: Dataprev
gia do Paraná (COPEL) utiliza o
Mais informações
sistema em dezenas de unidades
[1] Comunidade
de atendimento (expandindo para Mais informações OpenACS: http://www.
160 unidades) espalhadas em todo [1] Comunidade SGA softwarepublico.gov.br/
o Estado do Paraná, com todos os Livre: http://wwww. ver-comunidade?community_
softwarepublico.gov.br/ id=4449
servidores centralizados em Curi-
ver-comunidade?community_ [2] Site do OpenACS:
tiba. Além disso, órgãos de outros
id=15719494 http://openacs.org/
estados estão empregando o progra-

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 75


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software
ware Público

Sagui Sisau-Saci-Contra
Gestão de informações Gerenciamento e atendimento

O Sagui (Sistema de Apoio à Gerên- O Sisau-Saci-Contra é um pacote de seções, gerenciamento de con-


cia Unificada de Informações) [1] é com 3 programas de gerenciamento teúdo, gerenciamento de arquivos
uma ferramenta de gestão de ativos e atendimento ao usuário: o SACI de mídia, controle de permissões
para sistemas Linux, que possui a LIVRE, Gerenciador de Portais Ins- de publicação, cadastro de tipos
capacidade de gerenciar todas as titucionais, o SISAU, Gerenciador de conteúdo, cadastro de modelos
estações GNU/Linux de uma rede de Atendimentos Administrativos e de páginas – templates, cadastro de
ou empresa. Com ele, é possível o CONTRA, Gerenciador de Perfís palavras-chave, gerenciamento de
executar scripts de correção, custo- de Usuários e Modularizador de banners, gerenciamento de boletins
mização ou coleta de informações Sistemas. Cada um destes aplicati- e cadastro de mailling.
de forma centralizada. Através de vos é responsável por uma tarefa e
patches, é possível ainda definir o a executa de forma independente Contra
escopo de aplicação: se em toda a dos demais. Trata-se de um soft- O Controle de Acessos e Modula-
rede ou apenas em parte dela. Sua ware de atendimento aos usuários, rização de Sistemas (CONTRA)
implementação aumentou a produ- sistema de gerenciamento de por- é o principal responsável pela
tividade dos Centros de Especializa- tais e de controle de acesso, criado manutenção de permissões dos
ção do SERPRO (estruturas ligadas em PHP e que utiliza bancos de usuários em sistemas. Com ele
à Superintendência de Tecnologia dados PostgreSQL. é possível criar ferramentas mais
da Informação, com capacidade flexíveis, além de ser responsável
para atender tecnicamente qualquer Sisau pela auditoria necessária em casos
demanda em TIC e dar suporte às O Sistema de Atendimento ao U- de rastreamento.
áreas de infraestrutura). suário (SISAU) é responsável pelo Possui a função de cadastrar:
gerenciamento dos serviços presta- sistemas, menus, usuários, perfis,
Funcionamento dos pelo Ministério do Desenvol- acessos, mensagens, além de audito-
Para que Sagui funcione de forma vimento Agrário. É possível fazer ria completa em logs do sistema. ■
correta, é necessária a instalação de o acompanhamento de todos os
dois softwares, um para servir como serviços de informática prestados
servidor e outro como cliente. Desta pela Subsecretaria do Planejamen- Software para:
Gerenciamento
maneira, o sistema irá funcionar através to, Orçamento e Administração aos de Portais
da rede, com o servidor comandando servidores deste Ministério.
as ações necessárias para monitora- O sistema é responsável tam- Está no Portal
Abril de 2007
desde:
mento nas diversas máquinas. ■ bém pelo encaminhamento de
solicitações às áreas responsáveis Membros: 4.958 membros
Gerenciar pelo atendimento, além de gerar
Software para:
estações Linux o relatório completo dos serviços Prestadores
42 prestadores
Está no Portal realizados e permitir contato dire- de Serviços:
Abril de 2008
desde: to entre o atendente e o usuário.
Ministério do
Membros: 2.100 membros
Saci Ofertante: Desenvolvimento
Prestadores Agrário - MDA
48 prestadores O Sistema de Administração de
de Serviços:
Conteúdo Institucional (SACI) é
Ofertante: SERPRO responsável pelo gerenciamento de
conteúdos institucionais publicados Mais informações
na web. Ele permite a criação de
Mais informações portais, visando o gerenciamento [1] Comunidade Sisau Saci-
[1] Comunidade Sagui: http:// Contra: http://www.
de acessos e compartilhamento de
www.softwarepublico.gov.br/ softwarepublico.gov.br/
informações. ver-comunidade?community_
ver-comunidade?community_
Possui a função de: gerenciamen- id=5482
id=3695494
to de domínios, gerenciamento

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Soluções disponíveis
veis no Portal do Software Público | CAPA

Sistema de Gestão de Demandas SGF


Gestão transparente para um atendimento eficiente Gestão de transporte

Criado pelo Fundo Nacional de Desen- tipo de demanda, medida que confere O SGF (Sistema de Gestão
volvimento para a Educação (FNDE) em agilidade às mudanças de processos. de Frotas) foi desenvolvido
2006, o Sistema de Gestão de Demandas Outra novidade para a comunidade com o objetivo de otimizar o
foi desenvolvido como software livre e é que a Secretaria de Estado de Plane- controle da frota municipal
está disponível no Portal do Software jamento e Orçamento do Governo do em todos os órgãos da admi-
Público Brasileiro desde 2007. Desde Distrito Federal está estudando a im- nistração pública através de
então, a comunidade SGD é uma das plementação do SGD para gerenciar um ambiente único baseado
mais acessadas e a segunda maior co- as suas próprias demandas, segundo o em software livre.
munidade do portal. que foi informado por Rogério de Souza O sistema foi elaborado vi-
Após a sua publicação no portal, o Leitão, Coordenador Geral do Programa sando transparência, agilidade
sistema tem ganhado maturidade no de- de Modernização da Gestão Pública. no acesso às informações, di-
correr destes quatro anos de existência e minuição dos gastos públicos
fez surgir a necessidade de uma evolução Conclusão e a construção de uma alter-
do seu código. A comunidade colaborou O SGD foi desenvolvido dentro da fi- nativa ecologicamente viável
com muitas dicas sobre onde era preciso losofia de software livre para atender as ao uso de papel.
melhorar, quais eram os pontos fracos, necessidades da TI, transformando as
fazendo com que o FNDE decidisse de- demandas internas em projetos que são Objetivos específicos
senvolver a versão 2.0 do sistema. controlados pelo escritório de projetos, ➧ Sistematizar e controlar
Segundo Pollyanna Mendes, gerente melhorando conseqüentemente a quali- todo o processo de abastecimen-
do projeto SGD 2.0 no FNDE, o “sis- dade do atendimento do serviço público. to, utilização da frota, veículos
tema vai aproximar ainda mais as áreas Contudo, por sua flexibilidade, a ferra- nas oficinas e abastecimento
demandantes com a área demandada, menta pode ser utilizada por qualquer de combustível;
tornando o processo mais flexível e trans- área, órgão público ou empresa privada ➧ Reduzir o consumo de papel;
parente para o usuário e contribuindo que deseje o efetivo controle de suas de- ➧ Reduzir os atrasos no res-
para uma melhor gestão das demandas”. mandas. O sistema, apesar de empregar gate das informações.
A nova versão está sendo desenvolvida em técnicas voltadas a orientação de objetos,
linguagem PHP 5.2, utilizando o Zend adoção de linguagem de programação Gestão de
Framework. Após a implementação no livre e a arquitetura do sistema estrutura- Software para:
Frotas
FNDE, a versão 2.0 será disponibilizada da em três camadas, tem a preocupação
Está no Portal Dezembro
para a comunidade SGD no Portal do de adotar padrões abertos, bem como desde: de 2010
Software Público. a aderência com a política de software
livre do governo federal. ■ 3.089
Membros:
Características membros
Entre os principais avanços é possível citar: Software para: Gestão de demandas Prestadores
5 prestadores
➧ Acessibilidade e usabilidade: to- Está no Portal
de Serviços:
talmente refeito, o sistema apresentará Abril de 2007
desde: Prefeitura de
um layout limpo, de fácil navegação Ofertante:
Fortaleza – CE
Membros: 11.650 membros
e totalmente aderente aos padrões
Prêmio Ceará
determinados pelo e-GOV. Prestadores Prêmios:
67 prestadores Cidadania
➧ Transparência: o gestor pode de Serviços:
acompanhar sua demanda, que é Ofertante: FNDE
atualizada em tempo real. Ele tem Mais informações
acesso ao histórico do atendimento da
[1] Comunidade
demanda, aos documentos gerados e Mais informações SGF: http://www.
também contato direto com o grupo [1] Comunidade Sistema de Gestão softwarepublico.
de atendimento responsável por ela. de Demandas: http://www. gov.br/ver-
softwarepublico.gov.br/ver- comunidade?community_
➧ Flexibilidade: o sistema poderá inter- comunidade?community_id=51261 id=23369799
pretar fluxos de atendimento de qualquer

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 77


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

SNEP PBX IP
O Asterisk 100% brasileiro

Figura 1: Interface de administração do SNEP.

O Asterisk vem exercendo um pa- e acesso restrito, além de controle Conclusão


pel importante na transformação por departamento, centro de custos, Na função de um PBX híbrido
do mundo das telecomunicações. filas de atendimento, dentre outros. (analógico, digital e IP), geren-
Mobilidade, flexibilidade, liber- ciador de contact e call center,
dade e recursos ilimitados são al- Caso de uso monitoramento da qualidade de
guns dos itens que ele trouxe para O SNEP criou, ao longo dos anos, atendimento e gateway de voz,
as empresas. muitas histórias de sucesso. Uma o SNEP é um forte aliado para
Contudo, a administração destes delas é a da Orsegups Participações reduzir os custos com comunica-
PBX IPs estão cada vez mais com- S.A, empresa do ramo de prestação ção e aumentar a eficiência nas
plexas, pois, diferentemente das de serviços de segurança eletrôni- relações empresariais.
soluções básicas de comunicação ca, humana e conservação, que é Integrando mobilidade, escala-
que o PABX tradicional oferece, este referência nesta área na região sul bilidade, gestão eficiente de custos
novo conceito de telefonia trouxe do Brasil. A Orsegups conheceu e aumento de resultados, o SNEP
novas necessidades, tais como: rotas o SNEP em 2009 e percebeu que agrega inteligência ao processo
dinâmicas de ligações de entrada através dele a estrutura de comu- de comunicação, oferecendo um
e saída, análise mais apurada dos nicação que ela desejava estava ao ecossistema de soluções práticas e
custos de comunicação, maior seu alcance. intuitivas que ultrapassam as fron-
controle da comunicação de cada Assim, motivada pela redução de teiras de uma central telefônica
departamento e pessoa, descentra- custos, pela melhoria na interligação tradicional, proporcionando ferra-
lização da administração. entre suas filiais e na gestão da co- mentas avançadas de telecomuni-
É neste cenário que o SNEP foi municação, a Orsegups implemen- cações através das mais inovadoras
concebido e projetado, como uma tou o SNEP em sua matriz e filiais, tecnologias do mercado. ■
solução completa, robusta, de fácil atingindo resultados impactantes.
administração e gestão do ambien- Hoje a empresa tem maior con-
te de comunicação. Desenvolvido trole sobre sua conta telefônica, Software para: Telecomunicação
sob a licença GPL, o SNEP possui administrando rotas de menores
Está no Portal
diversos recursos de administração custos para falar com diferentes Maio de 2010
desde:
que oferecem flexibilidade, agilida- regiões de DDDs distintos. Li-
de e produtividade na comunicação vre das amarras das operadoras Membros: 817 membros
de voz das empresas. de telefonia, a Orsegups conse-
Ele pode ser customizado de gue se comunicar a custo zero Prestadores
2 prestadores
de Serviços:
acordo com a necessidade de cada com suas filiais, garantindo, assim,
negócio, uma vez que detém todas uma redução de 25% nas despesas Ofertante: Empresa OpenS
as funcionalidades de uma central com comunicação.
telefônica de grande porte, como, É por causa destes benefícios
por exemplo: correio de voz, gra- que o SNEP avança, conquistan-
vações, roteamento avançado de do uma grande rede de usuários Mais informações
ligações, cadeado, número ilimi- em todo Brasil, fato que espera [1] Comunidade SNEP: http://
tados de ramais IP etc. ser ainda mais significante com o www.softwarepublico.gov.br/
Com ele, você poderá descentra- recente lançamento do sistema na ver-comunidade?community_
lizar a administração do seu PBX, comunidade do Portal do Software id=26934301
pois há um sistema de permissões Público do Governo Federal.

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Sigati te caso o diretório está dividido em Recursos


duas partições, em cada uma há Para atender às necessidades elen-
Administração de diretórios LDAP um servidor-mestre e duas réplicas. cadas, os recursos do SIGATI estão
Os servidores dentro de cada anel subdivididas em cinco módulos de
O SIGATI é uma ferramenta livre funcionam segundo o esquema de administração: Objetos, Partições,
(baseada sob a licença GNU/GPL), replicação Single-Master em que Réplicas, ACLs (Access Control Lists
desenvolvida em Java, cujo objeti- apenas um servidor recebe as al- ou Listas de Controle de Acesso) e
vo é prover uma interface gráfica terações realizadas, repassando-as Esquemas. Em cada módulo, há
completa para a administração de para as réplicas de modo a prover a interação entre o SIGATI-ADMIN
serviços de diretório LDAP [1], consistência das informações. e o SIGATI-CORE localizado em
integrando-os com outros serviços O SIGATI-Admin é formado pelos cada servidor.
de rede, tais como autenticação de recursos que tratam da interface com ➧ Administração de objetos –
usuários, distribuição de pacotes de o administrador, através de uma API Responsável pela administração dos
software, mapeamento de pastas de de gerência. É o módulo que centra- objetos armazenados no diretório.
usuários e grupos remotas (SAM- liza as operações. Todas as requisições Permite várias operações sobre os
BA e/ou NFS) e gerenciamento de dos administradores são feitas a partir objetos como: inclusão, alteração e
impressão (CUPS). Dessa forma, o dessa interface, a qual invoca a API em remoção, independente da partição
SIGATI auxilia na gestão da infra- atendimento às requisições realizadas. em que os objetos estejam localizados
estrutura de TI nas organizações. Tal API faz requisições LDAP aos ser- e de forma transparente do ponto de
É baseado em um outro software vidores que compõem as partições, ou vista de autenticação do administra-
livre chamado GATI, desenvolvi- invoca o SIGATI-Core. dor. Desse modo, ao usar o SIGA-
do em parceria com a Universida- O SIGATI-Core fica localiza- TI, o administrador não precisará se
de Católica de Brasília (UCB) e do em todo servidor que possuir o autenticar repetidas vezes de acordo
a Itautec. O desenvolvimento do OpenLDAP instalado. É ele que faz com a partição onde os objetos ge-
GATI iniciou em março de 2004, a manipulação dos arquivos de con- renciados estão localizados.
sendo descontinuado em fevereiro figuração e interage com os serviços ➧ Administração de partições –
de 2006, na versão 2.0.3. A API do do OpenLDAP, sempre em aten- Provê operações associadas à gerência
GATI foi incorporada ao SIGATI, dimento às requisições feitas pela
com algumas alterações e a inclusão API. Ele efetivamente inicializa os Quadro 1: Diretórios
de novos recursos. A interface gráfi- serviços, acrescenta servidores em distribuídos
ca do SIGATI foi totalmente refeita um anel de réplica e inclui diretivas
Diretórios distribuídos são am-
através do framework Apache Struts de esquemas e direitos no arquivo de
bientes nos quais os dados estão
[2], sem nenhuma característica da configuração do OpenLDAP. particionados através de múltiplos
interface original do GATI. O SIGATI-NFS é instalado nos servidores de diretórios. Para que
Atualmente, há apenas suporte servidores de arquivos NFS. Ele o diretório distribuído seja exibido
para a administração do OpenLDAP atende a requisições do SIGATI- como um único diretório para apli-
[3], um serviço de diretório de código Admin quanto à criação de pastas cativos-cliente, um ou mais servi-
aberto bastante popular no mundo do remotas para usuários e grupos ar- dores proxy devem possuir o co-
nhecimento de todos os servidores
software livre. No futuro, o suporte a mazenados no diretório. Também e os dados que eles detêm.
outras soluções, livres e proprietárias serve para configurar o servidor de
será incorporado. arquivos remotamente. Os servidores proxy distribuem os pe-
O SIGATI-Application (ou SIGA- didos recebidos para os servidores a
que se destinam e juntam os resulta-
Arquitetura TI-APPL) é instalado nos repositó-
dos para devolver uma resposta uni-
O SIGATI é especialmente voltado rios de software. Ele atende a requi- ficada ao cliente. Um grupo de servi-
para a implementação e administra- sições do SIGATI-Admin quanto à dores de arquivos mantêm, cada um,
ção de diretórios distribuídos (quadro criação de objetos do tipo aplicação sua porção do diretório distribuído.
1), para viabilizar esse serviço base- no diretório. Esses servidores são basicamente
ado no OpenLDAP, desenvolveu-se Os módulos SIGATI-CORE, SI- servidores LDAP com suporte adicio-
a arquitetura que está exemplificada GATI-NFS e SIGATI-APPL podem nal para que o servidor proxy possa
emitir pedidos em nome do usuário
na figura 1. Os dois anéis de réplica ser instalados em um mesmo servidor ou grupos de usuários que são defi-
representam o ambiente distribuído ou em servidores diferentes. Isso de- nidos em diferentes servidores.
no qual a arquitetura se insere. Nes- penderá das necessidades em questão.

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 79


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

SPED
Sistema de Protocolo
Eletrônico de Documentos

O Sistema de Protocolo Eletrô-


nico de Documentos (SPED) é
um sistema web que surgiu da
necessidade de integrar o con-
trole à troca de documentos
internos e externos das Organi-
zações Militares do Exército. A
partir desta necessidade, o siste-
ma foi desenvolvido pelo Exér-
Figura 1: Arquitetura do Sigati. cito para controlar o protocolo
de documentos.
de partições do serviço de diretório. serviço de diretório, permitindo que Em julho de 2007 a Força Aé-
Esse sub-módulo permite a criação e estes possam ser incluídos ou modi- rea Brasileira se interessou em
fusão de partições, cuidando da distri- ficados. As modificações somente participar do projeto e passou a
buição dos objetos entre as mesmas, podem ser feitas na partição raiz do chamá-lo dentro da aeronáutica
sem a necessidade de manipulação diretório e são automaticamente de SIGADAER – Sistema Infor-
direta de arquivos de configuração propagadas para as demais, com o matizado de Gestão Arquivística
do OpenLDAP. De fato, em nenhum objetivo de manter a consistência de Documentos da Aeronáutica.
sub-módulo do SIGATI o adminis- das informações. ■ Este nome tem origem nas
trador precisa se preocupar com a normas que o CONARQ (Con-
sintaxe dos arquivos do OpenLDAP. Administração selho Nacional de Arquivologia)
Software para:
de diretórios
➧ Administração de réplicas – elaborou uma chamada SIGAD
Permite administrar os servidores Está no Portal (Sistema Informatizado de Gestão
Abril de 2007
desde:
que compõem os anéis de réplica Arquivística de Documentos). A
(mestre e escravo) que suportam Membros: 3.098 membros intenção do projeto é implementar
as partições, sendo possível incluir, Prestadores as normas do CONARQ para que
41 prestadores
remover e visualizar status dos ser- de Serviços: o sistema se torne um SIGAD.
vidores; converter servidores-mestre Universidade
Ofertante: Católica de
em réplica e vice-versa; reinicializar
Brasília - UCB
Características
os serviços do OpenLDAP; fazer sin- Principais saracterísticas do sis-
cronização entre bases do mestre e tema:
das réplicas; entre outras atividades. Mais informações ➧ Visa atender às normas do
➧ Administração de ACLs – Facili- [1] LDAP na Wikipédia: http:// CONARQ;
ta a administração dos direitos que os pt.wikipedia.org/wiki/LDAP ➧ Desenvolvido sob arquite-
usuários têm sobre os objetos contidos tura web;
[2] Website do Apache Struts:
no diretório. Tais direitos podem ser http://struts.apache.org/ ➧ O sistema foi desenvolvido
aplicados a um objeto específico ou em parceria com o Exército e
[3] Projeto OpenLDAP: http://
a uma partição inteira, sendo auto- Aeronáutica;
www.openldap.org/
maticamente propagados para toda a ➧ O código-fonte do sistema
sub-árvore existente, promovendo a he- [4] Comunidade Sigati: http:// sob domínio do Exército e Ae-
rança de direitos na árvore distribuída. www.softwarepublico.gov.br/ ronáutica;
ver-comunidade?community_
➧ Administração de esquemas ➧ Projeto em constante evo-
id=93658
– Provê a gerência de esquemas do lução;

80 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA

➧ Arquitetura do sistema per- WebIntegrator


mite maior simplicidade e uso
de poucos recursos de rede; Solução para desenvolvimento web
➧ Fluxo documental bem de-
finido; WebIntegrator é um ambiente de vez e podem ser utilizados em diver-
➧ Sistema parametrizado pela alta produtividade para o desen- sas páginas do projeto;
organização; volvimento de aplicativos web em ➧ Facilidade de criação de campos
➧ Editor de texto próprio com plataforma Java, criando facilidades binários para upload e download em
caracteres especiais; de uso e acelerando o aprendizado banco de dados;
➧ Tramitação dos documentos técnico dos desenvolvedores. Integra- ➧ Elementos de uma mesma pági-
digitalmente; se facilmente com banco de dados. na podem acessar diferentes bancos
Na comunidade do SPED den- O ambiente para desenvolvimento de dados simultaneamente;
tro do Portal do Software Público requer apenas um browser para ser ➧ Acesso otimizado a bancos de
Brasileiro há a possibilidade de utilizado. Oferece recursos de fluxo dados devido ao compartilhamento
baixar um arquivo .ISO do De- de trabalho e segurança nativa. de conexões;
bian Lenny com o SPED já ins- O WebIntegrator surgiu da ne- ➧ Geração automática de docu-
talado. Há também um script de cessidade de uma ferramenta capaz mentação do projeto;
instalação para o Debian Lenny de proporcionar o desenvolvimento ➧ Definições dos elementos arma-
e Ubuntu, assim como orienta- rápido de aplicativos, com facilidade zenadas em arquivo XML (especi-
ções para um levantamento de de aprendizado e de uso e, igualmen- ficação aberta) que pode não estar
necessidade de adaptações tanto te importante, capaz de se integrar presente no ambiente de produção;
no que diz respeito ao uso em a sistemas legados, acessando bases ➧ Suporte a WAP facilitando o
organizações militares como em de dados Oracle, Ingres, Mumps, desenvolvimento de aplicações para
organizações civis. BR/Search e outros, sendo o WebIn- Internet móvel;
No futuro as perspectivas são tegrator a única ferramenta do merca- ➧ Login seguro com validação MD5.
de integrar o software ao cor- do que atendeu todos esses requisitos. O ambiente WebIntegrator já é
reio corporativo para trâmite Trata-se de um software nacional que utilizado para suprir as necessida-
de documentos entre outras vem se destacando pela facilidade de des dos sistemas de Juizado Especial
organizações que possuem o uso e que proporciona ganhos efetivos Digital e Execução Fiscal Digital,
sistema instalado. ■ de produtividade, com redução de pra- utilizados por Seções Judiciárias vin-
zos e de custos de projetos de TI cons- culadas ao Tribunal Regional Federal
truídos com tecnologia web. Graças a da 5a. Região que tem sede em Reci-
Protocolo
Software para: uma extensa biblioteca de componentes fe e abrange os Estados de Sergipe,
Eletrônico
pré-programados, o WebIntegrator é Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio
Está no Portal Novembro adequado para o desenvolvimento de Grande do Norte e Ceará. ■
desde: de 2008 sistemas de informação, portais para
Desenvolvimento
Intranet e Internet. Software para:
Membros: 11.317 membros de Aplicativos Web
Está no Portal
Prestadores Vantagens desde:
Setembro de 2008
76 prestadores
de Serviços: Em relação às tecnologias ofe-
Membros: 6.189 membros
recidas pelo mercado, como, por
Exército Prestadores
Ofertante: exemplo, ASP (Active Server Pages), 39 prestadores
Brasileiro de Serviços:
PHP e CSP (Caché Server Pages), o
WebIntegrator oferece as seguintes Empresa ITX
Ofertante:
Tecnologia
vantagens competitivas:
Mais informações ➧ Aderência ao padrão de merca-
[1] Comunidade SPED: do para aplicaivos web (Java – Ser- Mais informações
http://www. vlets – JSP); [1] Comunidade
softwarepublico. ➧ Eventos e elementos pré-pro- WebIntegrator: http://www.
gov.br/ver- gramados em Java; softwarepublico.gov.br/
comunidade?community_ ver-comunidade?community_
➧ A definição de elementos (com-
id=7283318 id=5986695
bos, grids etc.) é feita somente uma

Linux Magazine Especial #06 | Junho de 2011 81


CAPA | Soluções disponíveis no Portal do Software Público

Prefeitura Livre de Inteligência Geográfica e os processos O futuro do Prefeitura Livre


de negócio de uma instituição. O PL foi A meta de desenvolvimento do proje-
Inteligência geográfica criado para materializar este conceito to abrange várias áreas, contudo ainda
aplicada à gestão municipal nas prefeituras e revolucionou a forma existe um longo caminho a ser trilhado
de enxergar a inteligência geográfica para as metas serem atingidas. A pri-
Os diversos projetos de geoprocessamen- no âmbito municipal [1]. meira versão do sistema disponibilizou
to nas prefeituras resultam muito mais cinco módulos. A meta para a versão
em casos de fracassos que de sucessos. Características 2.0, que já está em desenvolvimento, é
Este fato pode ser facilmente compro- O Prefeitura Livre faz uso de diversas de no mínimo 20 módulos. O gráfico a
vado pesquisando quantas vezes elas tecnologias em software livre. As suas seguir apresenta a visão geral do projeto.
contrataram projetos desse tipo: muitos principais características técnicas são: Além da própria infraestrutura do
editais estão disponíveis na Internet. ➧ O PL é homologado para funcionar Portal do Software Público, o Prefeitura
Um dos fatores responsável por esses em diversas plataformas, como Linux Livre conta com um portal próprio [2],
fracassos é a ausência de um projeto e Windows. Desta forma, é adaptável que deverá ser transformado no blog
integrado entre o geoprocessamento e a qualquer ambiente computacional oficial do projeto ainda nos próximos
os sistemas de gestão municipal. implementado nos municípios. meses. Existem projetos que estão sen-
O Prefeitura Livre (PL) foi criado ➧ Utiliza PHP, que é uma linguagem do desenvolvidos pelo Governo Fede-
justamente para atender a uma de- de script de código aberto, de uso geral, ral que adotam os mesmos conceitos
manda que nenhum outro sistema muito utilizada, especialmente para o tratados neste, como, por exemplo, o
havia tratado: uma solução onde o desenvolvimento de sistemas web. É projeto GIGFER [3]. ■
dado geográfico fosse tratado como uma linguagem extremamente popu-
uma dimensão a mais da própria in- lar e possui uma excelente curva de Software para: Gestão Municipal
formação (alfanumérica) presente no aprendizagem. Está no Portal
Janeiro de 2009
sistema de gestão. Enquanto os outros ➧ O CakePHP é um framework desde:
sistemas de gestão municipal tratam escrito em PHP que tem como prin- Membros: 6.022 membros
o geoprocessamento através de um cipal objetivo oferecer uma estrutura Prestadores
97 prestadores
módulo específico, o Prefeitura Livre que possibilite aos programadores de de Serviços:
trata a inteligência geográfica de forma PHP de todos os níveis, desenvolverem Ofertante:
Empresa
transversal a todo o sistema, sem a ne- aplicações robustas rapidamente, sem OpenGEO
cessidade de um módulo específico, perder flexibilidade.
pois as tecnologias geoespaciais foram ➧ O PostgreSQL é um sistema se- Mais informações
integradas de forma harmoniosa a todos renciador de banco de dados objeto
[1] Para conhecer um pouco
os módulos da solução. relacional (SGBDOR) desenvolvido mais sobre a TIG: http://
Para compreender a motivação por como software livre. É um dos mais vimeo.com/uchoa/geopassado
trás da criação do Prefeitura Livre, pri- robustos SGBDs da atualidade e tem
[2] Portal Prefeitura Livre: http://
meiramente temos de entender um sido amplamente utilizado em projetos www.prefeituralivre.com.br/
novo conceito que pode ser considerado de missão crítica.
[3] GIGFER: http://www.
uma grande evolução em relação ao ➧ O PostGIS é uma extensão espacial/
gigfer.com.br/
conceito de geoprocessamento: Tecno- geográfica licenciada como software
logia da Informação Geográfica (TIG). livre. Sua construção é feita sobre o [1] Prefeitura Livre: http://www.
Nos projetos da OpenGEO, a TIG é PostgreSQL, possibilitando que este softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
definida como o conjunto de ações que banco de dados consiga armazenar e id=9066433
possibilita a integração entre o conceito analisar entidades geográficas.

Agora que você já conhece tudo sobre o Portal do Software Público,


não deixe de acessar e testar as soluções disponíveis no Portal!
Acesse:

http://www.softwarepublico.gov.br/

82 www.linuxmagazine.com.br

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