Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Linux Magazine 06
Linux Magazine 06
Diretor Geral
Ordem social e
progresso tecnológico
Rafael Peregrino da Silva
rperegrino@linuxmagazine.com.br
Editores
Flávia Jobstraibizer
fjobs@linuxmagazine.com.br
EDITORIAL
Kemel Zaidan
kzaidan@linuxmagazine.com.br Qualquer governo que se preze tem como função primária a definição
Editora de Arte
Larissa Lima Zanini
de regras (legislação) e a normatização de procedimentos que garantam
llima@linuxmagazine.com.br sua correta execução. Em uma sociedade multiconectada como a atual,
Estagiário
Felipe Brumatti Sentelhas em que paulatinamente o desenvolvimento tradicional da Tecnologia da
fsentelhas@linuxmagazine.com.br
Informação e Comunicação recebe novos contornos, cedendo lugar ao
Colaboradores
Adalberto Nobiato Crespo, Alessandra Zoucas, Ange-
trabalho colaborativo, com o uso mais disseminado dos padrões abertos
la Alves, Aqueo Kamada, Celso Penteado de Barros, e do compartilhamento de informações, tornam-se cada vez mais pre-
Clenio F. Salviano, Corinto Meffe, Débora Reis, Giancar-
lo Stefanuto, Jarbas Lopes Cardoso, Leonardo Bar- mentes as demandas por soluções de TI que atendam às necessidades
çante, Maiko Spiess, Marcello Thiry, Marcelo Pessôa,
Marcius Fabius Henriques de Carvalho, Miguel Ar- específicas das mais diversas instituições governamentais. A busca por
gollo Junior, Márcia R. M. Martinez, Mario Jino, Pau-
la Drummond de Castro, Paulo Marcos Siqueira Bue-
alternativas já funcionais em determinado órgão da máquina estatal que
no, Pérsio Penteado Pinto Martins, Sueli A. Varani. possam ser utilizadas pela administração pública em geral é praticamente
Anúncios: compulsória, uma vez que leva à redução de gastos, minimiza a multi-
Rafael Peregrino da Silva (Brasil)
anuncios@linuxmagazine.com.br plicidade de esforços e racionaliza a gestão dos recursos de informática.
Tel.: +55 (0)11 3675-2600
Por causa de um histórico de instabilidade econômica, hiperinflação,
Penny Wilby (Reino Unido e Irlanda)
pwilby@linux-magazine.com
complexidade tributária e reserva de mercado de tecnologia, o parque tec-
Amy Phalen (América do Norte) nológico no Brasil desenvolveu, ainda nos anos 1980, instrumentos computa-
aphalen@linuxpromagazine.com
cionais próprios para evitar a derrocada de sua economia, o que garantiu um
Hubert Wiest (Outros países)
hwiest@linuxnewmedia.de enorme avanço em serviços de automação bancária e governança monetária.
Diretor de operações Com tanta tecnologia acumulada, não é de se estranhar que houvesse
Claudio Bazzoli
cbazzoli@linuxmagazine.com.br várias iniciativas de compartilhamento de softwares desenvolvidos pelo setor
Na Internet: público desde esse período, algo que, entretanto, custou a se concretizar, devi-
www.linuxmagazine.com.br – Brasil
www.linux-magazin.de – Alemanha
do a uma série de dificuldades administrativas e técnicas. Faltavam conceitos,
www.linux-magazine.com – Portal Mundial normativas e estruturas adequadas que ensejassem o trabalho colaborativo
www.linuxmagazine.com.au – Austrália
www.linux-magazine.es – Espanha dentro da esfera governamental. Em 2005, entretanto, o Governo Federal
www.linux-magazine.pl – Polônia
www.linux-magazine.co.uk – Reino Unido licenciou a solução de inventário de hardware e software CACIC (Confi-
www.linuxpromagazine.com – América do Norte
gurador Automático e Coletor de Informações Computacionais), desen-
Apesar de todos os cuidados possíveis terem sido tomados
durante a produção desta revista, a editora não é responsável
volvida pela Dataprev, sob a segunda versão da licença GPL em português.
por eventuais imprecisões nela contidas ou por consequências Em pouco tempo, uma extensa comunidade de usuários, desenvolvedores
que advenham de seu uso. A utilização de qualquer material da
revista ocorre por conta e risco do leitor. e prestadores de serviço formou-se em torno da solução, o que assentou as
Nenhum material pode ser reproduzido em qualquer meio, em bases para a definição do conceito de Software Público e para a sua materia-
parte ou no todo, sem permissão expressa da editora. Assu-
me-se que qualquer correspondência recebida, tal como car- lização com o Portal do Software Público Brasileiro (SPB). Seis anos depois,
tas, emails, faxes, fotografias, artigos e desenhos, sejam for-
necidos para publicação ou licenciamento a terceiros de forma a publicação da Instrução Normativa nº 01, em 17/01/2011, dispõe sobre os
mundial não-exclusiva pela Linux New Media do Brasil, a me-
nos que explicitamente indicado.
procedimentos para o desenvolvimento, a disponibilização e o uso do SPB.
Linux é uma marca registrada de Linus Torvalds. Hoje, mais de 50 soluções já foram disponibilizadas no Portal, há mais de
Linux Magazine é publicada mensalmente por: 100 mil usuários cadastrados nele, bem como uma grande quantidade de
Linux New Media do Brasil Editora Ltda.
Rua São Bento, 500 empresas cadastradas como prestadores de serviços para essas soluções –
Conj. 802 – Sé
01010-001 – São Paulo – SP – Brasil
para algumas delas, são quase 200, espalhadas por todo o território nacional!
Tel.: +55 (0)11 3675-2600 O Software Público está capacitando digitalmente órgãos governa-
Direitos Autorais e Marcas Registradas © 2004 - 2011–:
Linux New Media do Brasil Editora Ltda.
mentais e empresas públicas e privadas em todo o país, servindo de
Impressão e Acabamento: RR Donnelley
Distribuída em todo o país pela Dinap S.A.,
instrumento de consolidação da ordem social nos municípios aonde
Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. chega e trazendo efetivamente progresso tecnológico aos mais distan-
Atendimento Assinante
tes rincões do Brasil. Com isso, o SPB faz valer o mote estampado na
www.linuxnewmedia.com.br/atendimento
São Paulo: +55 (0)11 3675-2600 bandeira da nação e torna o futuro cada vez mais presente! E esta edi-
Rio de Janeiro: +55 (0)21 3512 0888
Belo Horizonte: +55 (0)31 3516 1280 ção especial da Linux Magazine pretende fornecer a você, leitor, os
ISSN 1806-9428 Impresso no Brasil subsídios para se tornar um partícipe dessa (r)evolução. Aproveite! ■
INTRODUÇÃO
O Software Público Brasileiro 28
O Portal do Software Público Brasileiro é uma
iniciativa pioneira do Governo Federal que já serve
de modelo para outros países do mundo.
CAPACIDADE DE PROCESSOS
Melhoria de serviços no Software Público Brasileiro 30
Conheça o Modelo de Capacidade de Processos
para Prestação de Serviços do SPB..
DESENVOLVIMENTO
Boas práticas para desenvolvimento de software 32
É necessário seguir uma dinâmica eficiente de desenvolvimento
de soluções colaborativas para o Software Público Brasileiro.
4 www.linuxmagazine.com.br
LICENÇAS
Se a liberdade é vantajosa, adote-a de imediato! 06
A Licença Pública de Marca oferece uma alternativa para que marcas
de produtos e serviços possam ser usadas e reproduzidas de forma
mais livre, promovendo com maior vigor a atividade econômica.
ENTREVISTA
Tecnologia à brasileira 08
O Portal do Software Público devolve para a sociedade
brasileira os investimentos com o desenvolvimento
de software despendidos pelo poder público.
GOVERNO ELETRÔNICO
As fronteiras do e-Gov no Brasil 11
Ecossistemas digitais como ferramenta para
aprendizagem da e-cidadania.
QUALIDADE
5CQualiBr 16
Um ambiente de produção colaborativa e compartilhamento
de conhecimentos sobre qualidade de software.
GOVERNO ELETRÔNICO
4CMbr 18
Os programas disponibilizados no portal do Software Público
Brasileiro (SPB) estão revigorando a administração pública de
pequenos municípios, que começam a abandonar antigos métodos
de trabalho por um modelo de gestão mais eficiente e de qualidade.
INTEROPERABILIDADE
Interoperabilidade semântica 26
Os desafios e obstáculos na implementação de padrões que
propiciam a interoperabilidade em sistema computacionais.
TESTES
Piloto de testes 20
Executar o software e encontrar erros, antes dos usuários.
CASOS DE SUCESSO
A Roda – versão 2.0 23
Tecnologia a serviço do social 24
Vitrine de software 25
Se a liberdade é
CORPORATE
vantajosa, adote-a
de imediato!
A Licença Pública de Marca oferece uma
alternativa para que marcas de produtos e
serviços possam ser usadas e reproduzidas
de forma mais livre, promovendo com
maior vigor a atividade econômica.
por Leonardo Barçante
L
ançada no final de 2010, em de suas atividades, com as devi- ponibilização e a comercialização
Brasília, pela Secretaria de das garantias de uso. E existem da marca mais permissiva. A LPM
Logística e Tecnologia da muitos casos em que esse tipo de tem como principal objetivo legal
Informação, a Licença Pública de associação é interessante para os proteger a marca dos softwares que
Marca (LPM), representada gra- dois lados. são ofertados no Portal do Software
ficamente por um ‘R’ invertido, Nessa entrevista, o coordenador Público Brasileiro (Portal SPB) e
é fruto de uma criação coletiva, do Portal Software Público, Corin- também as instituições que quise-
em debate aberto com a sociedade to Meffe, explica o que é e como rem utilizar a marca pública em
brasileira. Seu objetivo não é criar surgiu a LPM, além das mudanças suas ações empresariais, coopera-
conflito com a propriedade das mar- que ela pretende incentivar na das ou colaborativas.
cas, mas oferecer uma alternativa economia. A primeira versão da LM » Qual a importância dessa
de licenciamento que autorize o licença encontra-se disponível no Licença para o universo do Soft-
seu uso, com a devida autorização endereço [1]. Acesse, conheça e ware Público?
do proprietário. participe de sua evolução. CM » A criação da LPM estava
Imagine uma empresa que pos- Linux Magazine » O que é a Li- prevista desde a fase inicial do
sui um portifólio de serviços re- cença Pública de Marca (LPM) modelo do software público. Ela
lacionados a diversos produtos de e qual sua função? tem importância por fazer parte
outras corporações. Se as marcas Corinto Meffe » Trata-se de um da essência do modelo. Entre-
desses produtos estiverem sob a modelo de licença, que é algo tanto, percebemos que seu uso
LPM, o prestador poderá utilizá- previsto na legislação de Marcas e imediato seria um impacto mui-
las para a descrição e divulgação Patentes, para tornar o uso, a dis- to grande para o ecossistema e
6 www.linuxmagazine.com.br
Licença Pública de Marca | CORPORATE
Tecnologia à
brasileira
O Portal do Software Público
devolve para a sociedade
brasileira os investimentos com
o desenvolvimento de software
despendidos pelo poder público.
Linux Magazine » Como surgiu o demanda reprimida da sociedade. Em Peru, Chile, Cuba, Costa Rica, México,
Portal do Software Público? pouco tempo, após a liberação da so- África do Sul, Gana, Angola e Portugal.
Delfino Natal de Souza » O Portal do lução, formou-se uma extensa comu- Em julho de 2010, em reunião realiza-
SPB foi criado por iniciativa do Minis- nidade de usuários, desenvolvedores e da pelo Centro Latino-Americano de
tério do Planejamento e disponibiliza- prestadores de serviço. Desde então, o Administração para o Desenvolvimento
do em abril de 2007, com o objetivo Portal do Software Público se tornou (CLAD), que conta com a associação de
de compartilhar softwares entre os ór- um ambiente destinado não apenas aos 21 países ibero-americanos, o conceito
gãos do governo e a sociedade. Tudo órgãos públicos, mas a qualquer pessoa. de software público alcançou consenso
começou em 2005, com o primeiro LM » Quais os números do Por- entre 18 países.
software livre a ser compartilhado, tal (número de desenvolvedores, LM » Por que criar o conceito de
conforme prerrogativas da Lei do Di- inscritos etc)? Até onde o Portal já software público? Em que ele se difere
reto Autoral, da Lei do Software e de conseguiu chegar? do conceito de software livre?
uma resolução do Instituto Nacional DNS » Desde o seu lançamento até DNS » O conceito de software públi-
de Propriedade Intelectual (INPI). O agora, o Portal SPB teve um crescimen- co surgiu em 2001 como uma estratégia
Cacic (Configurador Automático e Co- to de mais de 1.000%. Isso em apenas que propunha a sinergia dos esforços
letor de Informações Computacionais) quatro anos de existência. Os números realizados por todos os entes públicos
veio para atender demandas internas revelam que a sociedade entendeu o para obter escala, reduzir e ratear custos,
do governo. Entretanto, a rapidez com ecossistema do SPB e viu que a ne- aumentar a rapidez e a produtividade,
que a solução foi adotada em todos os cessidade desse compartilhamento é evitar duplicação de esforços, recu-
setores da economia, proporcionada vital para o crescimento tecnológico e perar recursos, racionalizar a gestão,
pela sua rápida distribuição, fez com para a prestação de serviços com mais eliminar ociosidade e alcançar muitos
que, em menos de um ano, fosse cria- qualidade. No mês de abril de 2011, o outros benefícios. Essa estratégia visava
da uma rede de prestadores de serviço portal chegou a marca de mais de 100 a integração das empresas e dos agentes
para o Cacic, em todos os estados. Aos mil usuários válidos cadastrados, mais privados com os sistemas estatais. Assim,
poucos, a sociedade começou a assumir de 50 softwares públicos disponibiliza- haveria interesse dos agentes privados
um papel dinâmico no processo de de- dos, mais de 500 prestadores de serviços que não tinham condições de realizar
senvolvimento do software, propondo cadastrados e mais de 40 parceiros. O uma gestão da tecnologia em adotar
alterações. Percebeu-se que o progra- portal já foi apresentado para países um padrão aberto e econômico, com
ma, na verdade, estava atendendo uma como a Argentina, Paraguai, Venezuela, o estado como principal parceiro.
8 www.linuxmagazine.com.br
Delfino Natal de Souza | ENTREVISTA
Partindo disso e da demanda repri- Existem soluções que são de interesse Elencamos as seguintes soluções como
mida da sociedade de compartilhar da administração pública e, de alguma as mais importantes, devido a quanti-
soluções, surge a ideia de tratar o soft- forma, resolvem problemas comuns a dade de membros na comunidade, a
ware como um bem público, que é diversos órgãos do setor público. Outras, participação dos membros no processo
justamente criar um conjunto de ser- além de atender demandas do gover- de melhorias, a quantidade de insta-
viços que devem ser estruturados antes, no, também podem servir para resolver lações: Cacic, SGD, Ases, Geplanes,
durante e depois da liberação de um necessidades da sociedade. Ginga, I-Educar, Educatux, Cocar,
software, com base nas prerrogativas O que se percebe nos últimos anos I3Geo, e-Proinfo e e-Cidade.
legais e administrativas do país. é que algumas soluções de interesse de LM » Como prefeituras e outros ór-
Esse conjunto de prerrogativas faz uma determinada instituição pública já gãos públicos podem tirar proveito dos
com que, primeiro, seja adotada uma foram desenvolvidas por algum outro ór- softwares disponibilizados no Portal?
licença não restritiva para a sociedade; gão. Ou seja, boa parte das necessidades DNS » As prefeituras e órgãos públicos
segundo, o software não seja tratado so- por soluções informatizadas podem ser podem revigorar a administração pública
mente do ponto de vista tecnológico, atendidas pelos sistemas já desenvolvidos e substituir os métodos antigos de traba-
mas também na dimensão de política pelo próprio setor público e, em função lho por um modelo de gestão mais efi-
pública e pelo elenco de serviços presta- da legislação corrente, sabe-se que o ciente e de qualidade. O objetivo desta
dos ao cidadão, a partir do uso comum software desenvolvido por instituições política é oferecer à União, aos estados e
desse bem. A Instrução Normativa Nº de direito público é por natureza um aos municípios ferramentas capazes de
01 de 17 de janeiro de 2011, que dispõe bem público. Desse modo, ao realizar aperfeiçoar a gestão pública, reduzindo
sobre os procedimentos para o desen- o compartilhamento de tais soluções, custos com licenças e aquisições de soft-
volvimento, a disponibilização e o uso a administração pública economiza e wares proprietários. As prefeituras podem
do Software Público Brasileiro, tem consegue reduzir os gastos de recursos acessar o 4CMBr [1], uma comunidade
as seguintes premissas: “existência de públicos, pois os outros órgãos poderão dedicada aos municípios brasileiros que
uma versão suficientemente estável utilizar o mesmo sistema livremente, sem disponibiliza diversos programas para a
e madura do software que possibilite ter de pagar novamente pela solução. administração pública. Estes programas
a sua instalação e utilização em um LM » E quanto a licença pública podem ser utilizados e adaptados às ne-
ambiente de produção”, “existência de de marca? Por que foi necessário criar cessidades de cada um, reduzindo custos
um manual de instalação que contenha, uma licença própria? Como está sen- na aquisição de soluções informatizadas
no mínimo, as informações elencadas do a adoção dela? e na inteligência dos sistemas, que ficam
no Anexo I desta Instrução Normati- DNS » A Licença Pública de Marca com a administração.
va e que permita ao usuário instalar o (LPM) nada mais é do que o registro da LM » Qual é o nível de adoção do
software sem o auxílio do ofertante de marca do software. Ela foi criada para software público, hoje, no Brasil?
SPB”, “fornecimento do código-fonte do estabelecer uma identidade única entre DNS » Os softwares públicos são uti-
software” e “fornecimento de todos os o nome, a marca, a documentação e lizados em diversas regiões do país, seja
scripts necessários à correta instalação e o código-fonte do software. Uma LPM em capitais ou municípios mais longín-
utilização do software, tais como scripts pode ser identificada se a marca do soft- quos, como é o caso de Uiramutã, em
de configuração e scripts de banco de ware contiver o “R” invertido. Há uma Roraima, o município mais setentrional
dados, entre outros.” necessidade de cuidar da propriedade do Brasil. Os órgãos da administração
LM » Qual a importância do soft- intelectual da marca e do nome da so- pública federal, estados, municípios,
ware público para o governo, os desen- lução a ser disponibilizada junto com profissionais da saúde, escolas, univer-
volvedores e o cidadãos vistos como o licenciamento. A licença GPL consi- sidades, comércios locais, bancos, força
um todo? dera o escopo do código, como define a militar, institutos de pesquisa, empresas
DNS » A manifestação expressa do Lei do Software, mas o nome e a marca públicas, empresas privadas e até cida-
interesse público no software. Além da são tratados pelo ramo da propriedade dãos são os usuários desses softwares e
combinação de requisitos tecnológicos, industrial. A intenção é tratar o nome eles nos relatam os seus casos de sucesso
o software deve se fundar na ampliação da solução, a marca e o código em um com o uso dessas ferramentas.
de “consumo” da população, em que processo de liberação uniforme. LM » Será que o Portal conseguirá
a solução a ser disponibilizada atenda LM » Quais são as principais solu- unir diferentes instâncias governamen-
a demanda da sociedade. Ao satisfazer ções do Portal do Software Público? tais, em torno de soluções que padro-
as necessidades sociais, o setor público DNS » Algumas tiveram mais impor- nizem serviços públicos essenciais, de
beneficia a população e é beneficiário tância no ecossistema do SPB, mas isso forma a facilitar a vida do cidadão e
do modelo de produção colaborativa. não diminui ou desmerece as outras. tornar mais eficiente a gestão pública,
independentemente de partidos ou uso, conforme Instrução Normativa nº DNS » O Portal hoje é considerado
gestões específicas? 4, onde se regulamenta o processo de como uma rede colaborativa que permite
DNS » O Portal já o faz e provoca aquisição de hardware e software. Ou a acumulação de capital tecnológico-
também o combate ao monopólio seja, ao invés do poder público adqui- informacional pelos órgãos e indivíduos
e à formação de cartéis para venda rir licenças ou pagar pelo desenvolvi- que o utilizam; viabiliza a implementa-
de licenças de software, já que os mento de um software, ele deve checar ção e uso do modelo de licenciamento,
softwares disponibilizados tinham primeiro se existe alguma solução que permitindo que as soluções de software
licenças livres e não precisavam atenda às suas necessidades no Portal sejam oferecidas para órgãos e até para
passar por licenciamento; do Software Público. Caso haja, ele cidadãos, o que reforça a política pú-
➧ A disseminação do conhecimento deve preferir a sua utilização em detri- blica de uso de software livre.
técnico e científico dentro do Brasil, mento dos demais softwares, além de LM » O que são as comunidades
ampliando a soberania nacional frente contar com uma rede de prestadores 4CMBr e o 5CQualiBr?
a fornecedores únicos transnacionais. de serviço, evitando a dependência de DNS » Primeiramente, é necessário
➧ Maior transparência de softwares. um único fornecedor. definir o que é 4C. Seu significado é
Através do uso de software público com ➧ O contato com mais de 100 mil Comunidade, Conhecimento, Cola-
código aberto, os sistemas podem ser usuários, entre representantes do go- boração e Compartilhamento. Assim,
auditados e pode ser verificada a segu- verno, desenvolvedores, prestadores de o 4CMBr é o grupo de interesse dos
rança dos softwares governamentais; serviços e usuários de software público. municípios brasileiros com temas vol-
➧ A abertura de possibilidades para ➧ Acesso a um ambiente gratuito que tados para si. O Grupo 4CMBr é um
unir diferentes países em torno do projeto proporciona recursos para o comparti- ambiente estruturado para auxiliar o
de software público para buscar soluções lhamento de código-fonte, o registro e desenvolvimento de tais municípios,
para os serviços públicos essenciais e acompanhamento de defeitos de código, estimulando uma nova tendência de
trocar experiências e informações com fórum, chat, agenda da comunidade, oferta de softwares de gestão para pre-
especialistas de fora do Brasil; wiki, documentação, repositório de ar- feituras, incluindo informações im-
➧ Interesse das instituições públicas quivos, perguntas frequentes, registro portantes para a administração, além
em disponibilizar soluções informati- de prestador de serviços. de contar com casos de sucesso, am-
zadas para outros entes públicos e de ➧ Possibilidade de concorrer a prê- biente de demonstração das soluções
desenvolvê-las de forma colaborativa; mios anuais e de participar de entre- e agenda de eventos. Atualmente, o
➧ A necessidade de atender às ques- vistas, congressos e eventos ligados ao Grupo 4CMBr possui mais de dois
tões legais que assegurem a disponibi- Software Público e ao governo. mil membros. O 5CQualiBr, além
lização de soluções pela administração LM » O que é preciso para ingres- de contar com o significado do 4C,
pública e pelo administrador ; sar no Portal? possui o outro C, de Confiança. É um
➧ O fim da preocupação do gestor DNS » Apenas um e-mail válido. O ambiente digital destinado a evolução
público com o amparo legal para ado- cadastro no Portal do Software Público da qualidade dos softwares públicos.
tar licenças livres e dar o tratamento é permitido a todos, incluindo os ór- LM » Quais são os desafios futuros
adequado ao bem público software; gãos, empresas, estudantes e cidadãos e onde o Portal pretende chegar?
➧ O responsável técnico preocupa- comuns, de forma simples, e gratuita. DNS » Para o futuro, está prevista a
do com a continuidade dos projetos Basta acessar a página www.softwarepu- criação do Portal do Software Público
(linha da vida) e com o modelo de blico.gov.br e clicar em Cadastre-se, Internacional – SPI. O SPI terá o obje-
gestão da cooperação; informando os dados solicitados. Será tivo de melhorar a experiência brasileira
➧ Crescimento contínuo da quanti- enviada uma mensagem de confirma- ao reunir o conhecimento produzido
dade de parceiros; ção para o e-mail informado, contendo em vários países, principalmente no
LM » Quais são as vantagens que o um link de ativação da conta. Após essa setor público. Além disso, espera-se que
Portal pode oferecer aos softwares que validação, é possível acessar as informa- o portal continue gerando empregos,
passam a fazer parte da iniciativa? ções dos softwares, fazer downloads e conhecimento, troca de experiências e
DNS » Os softwares se tornam um participar das comunidades. a aproximação entre o setor público, o
bem público e contam com as seguin- LM » As comunidades são algo setor privado e o cidadão brasileiro. ■
tes vantagens, recursos e benefícios: muito importante dentro de qualquer
➧ A preferência pelo software pú- projeto de software de código aberto. Mais informações
blico. Na administração pública, ao Qual é a participação das comuni- [1] Comunidade 4CMBr: http://
www.softwarepublico.
instalar um software, aquele que for dades dentro do projeto do Portal do
gov.br/4cmbr/
público tem preferência na adoção e Software Público?
10 www.linuxmagazine.com.br
As fronteiras do e-Gov no Brasil | COMUNIDADE
Governo-eletrônico brasileiro
COMUNIDADE
As fronteiras do
e-Gov no Brasil
Ecossistemas digitais como ferramenta
para aprendizagem da e-cidadania
por Giancarlo Stefanuto, Angela
Alves, Paula Drummond de
Castro e Maiko Spiess
E-gov e o estímulo (CGI) [1], foram apontados os percepção de que usar a Internet
diversos limitantes para a dissemi- para se relacionar com o governo
à e-cidadania nação do e-Gov no País. Como era é algo complicado. Ou seja, em
A implementação de programas de se esperar, problemas estruturais sua maior parte, os limitantes não
de governo eletrônico (e-Gov) no como o acesso à banda larga e a se referem às condições para aces-
Brasil avança rapidamente e a imi- computadores apareceram como so como antes, mas à qualidade da
nência da superação (ainda que alguns destes limitantes, porém interação com o ambiente. Estes
não integralmente) de problemas foram citados por apenas 18 e 17% limitantes parecem antes refletir
estruturais como o acesso à banda dos entrevistados, respectivamente. a dificuldade do usuário em con-
larga pela população, a dissemina- Percebe-se que os investimentos fiar nas ferramentas, entendê-las e
ção da cultura digital, dentre ou- estatais para a inclusão digital e a sentir-se próximo dos objetivos que
tros, lançam reflexões a respeito de crescente diminuição do custo de nortearam sua implementação do
sua absorção e a formação efetiva hardware já se fazem sentir. que com a sua limitação tecnológica.
de uma e-Cidadania. Na pesquisa, os principais limi- Para superar este distanciamento,
Em que medida os programas, tantes citados foram a preocupação a pesquisa sugere que “os aplicativos
ferramentas, plataformas, serviços com a segurança dos dados (39%), e-Gov têm de ser simples, intuiti-
etc. de e-Gov estimulam e formam dificuldade de encontrar os servi- vas e até mesmo lúdicas, a fim de
uma atitude de e-Cidadania? Quais ços que precisa (29%) e pequeno favorecerem aqueles com pouca
são os principais fatores que limi- retorno para as solicitações de in- familiaridade do uso da Internet.
tam essa nova postura do cidadão? formações (28%). Aparecem ainda Nesse sentido, um parâmetro de
Em estudo recente do Comitê fatores como a dificuldade de saber aplicação amplamente disseminado
de Gestão da Internet no Brasil se a solicitação foi processada e a e que cresce ano após ano, são os
aplicativos voltados às redes sociais, mitantes para a disseminação e uso dos cidadãos têm acesso à internet,
especialmente os sites de relacio- de e-Gov são muitas vezes pontos embora, destes, 66% têm acesso à
namento, pois proporcionam um de resistência à introdução destes banda larga. Não está se descon-
uso amplamente inclusivo, tanto novos modelos, mais horizontais, siderando ainda a grande barreira
para as camadas desfavorecidas com nova distribuição de papéis e de acesso à Internet, porém, como
da população, quanto para pessoas de poderes. essas fronteiras para o livre acesso
com níveis de escolaridade inferio- Por outro lado, a formação deste à banda larga devem ser logo atin-
res, além de incluírem indivíduos e-Cidadão também pode não estar gidas e a telefonia celular avança
nos extremos do espectro etário tão longe. As redes sociais já desem- rapidamente em direção aos serviços
(crianças e idosos).” penham um importante papel na disponibilizados na Web, estamos
Mas são as redes sociais e novas expressão e mobilização popular, deslocando o foco para os gargalos
ferramentas da Internet suficientes estabelecendo assim, uma nova que estão rapidamente se tornando
para promover uma maior aproxi- cultura de uso, cujos resultados críticos para a eficácia dos sites,
mação do cidadão? São capazes de emergem, algumas vezes, de ma- enquanto mobilizadores dos cida-
promover um processo de apren- neira imprevista e descentralizada. dãos. E estes fatores também são
dizagem pessoal e coletivo a partir Vivemos um momento em que a críticos para a própria escolha e/
da interação com as ferramentas e expressão da cidadania é crescente ou desenvolvimento de tecnologia.
redes de usuários? em ambientes virtuais. Isto nos traz Os aspectos levantados pela pes-
Embora pareça ser uma tendên- questões como: quais seriam os fato- quisa do Comitê Gestor da Internet
cia natural, a ocorrência de um res limitantes ou potencializadores (CGI) no Brasil, alinhados aos de
processo de automação de muni- da interatividade e aprendizagem outras pesquisas, reforçam o argu-
cipalidades, de governos estaduais coletiva em ambientes de e-Gov? mento da importância de fatores
etc. e a ampliação da participação O que limitaria o desenvolvimen- extratecnológicos. Recentemente,
do cidadão em novos serviços, no to da e-Cidadania neste ambiente? um estudo de José Antonio Gomes
planejamento e acompanhamento Em que medida a tecnologia é um de Pinho para a Revista de Admi-
dos atos governamentais de maneira fator-chave? nistração Pública, sobre avaliação
generalizada pode ainda ser uma de sites de e-Gov, apontou que:
realidade distante.
Há uma cultura de interação
O problema não “O que se observa é que os por-
tais, de uma maneira geral, têm
a ser criada, que envolve, dentre é a tecnologia recursos tecnológicos adequados,
outros fatores, a intenção de maior Como se viu na pesquisa do CGI, existem boas condições de nave-
transparência da gestão pública, os maiores problemas enfrentados gação, de busca de informações.
a crença na utilização segura dos pelos usuários de portais de e-Gov Assim, a tecnologia parece não ser
dados fornecidos e o próprio en- estão mais relacionados a aspectos um problema. No entanto, alguns
tendimento da lógica de uso das de confiança nos propósitos e pro- portais poderiam ser melhorados
ferramentas. Mais do que isso, há cessos do site, aspectos de comu- em termos de comunicação e da
um processo de aprendizado das nicação, de entendimento do am- disponibilização das informações,
potencialidades da Web e das tec- biente, do que a aspectos ligados o que demandaria um esforço apa-
nologias da informação e comuni- à tecnologia utilizada. Em última rentemente apenas tecnológico, e
cação, a formação de comunidades instância, refere-se a um proble- que, no fundo, representaria um
de práticas, as próprias redes sociais ma de qualidade, aqui entendida compromisso de respeito com a
etc. que pressionam o redesenho em uma acepção mais ampla, no comunidade. O que os portais se
da relação estado-cidadão. Os li- sentido de fazer bem, fazer com ressentem realmente, é de uma
eficácia, ou seja, fazer com que o maior interatividade, podendo-se
site ou ambiente cumpra com seu inferir que as relações que se es-
Quadro 1: Modelo mental papel de comunicar, de mobilizar tabelecem são fundamentalmente
Modelos mentais são crenças ou o cidadão. do tipo governo-a-cidadão, sendo o
pressupostos que atores-chave Logicamente, não significa que governo o emissor e a sociedade, ao
mantêm em suas mentes e que in- a tecnologia seja um fator sem que tudo indica, o receptor passi-
fluenciam seus comportamentos e, importância ou que a escolha das vo, estando longe a inversão dessa
por conseguinte, geram as estrutu-
ras do mundo real.
plataformas e soluções seja algo ir- relação para cidadão-a-governo.”
relevante. No Brasil, somente 36% (p. 491)
12 www.linuxmagazine.com.br
As fronteiras do e-Gov no Brasil | COMUNIDADE
Além da inversão da relação de planos diretores, construção de conexão econômica e política dos
governo-a-cidadão citada acima, visão de futuro, diretrizes estraté- países, tudo isso vem atuando em
o problema da baixa interativida- gicas, implementação de projetos um processo de horizontalização
de está relacionado com a falta sociais etc. [2] e complexificação das relações,
de democracia em que os sites De simples usuário de serviços a tornando este tecido de relações
de e-Gov são criados. Isto reforça participante na construção da visão um sistema complexo, do qual fa-
a visão unidirecional governo-a- de futuro, há uma forte transição zemos parte.
cidadão e a falta de confiança de da relação governo e cidadão, na As relações entre fatos estão, com
que o apoio ou participação do qual são construídos laços calcados o tempo, cada vez mais circulares
cidadão serão utilizados em pro- em uma nova cultura de interação. (retroalimentação), não lineares e
jetos pessoais dos políticos. Entre o primeiro tipo e o último, há variando sua intensidade e impac-
Portanto, existem dimensões uma significativa mudança na visão tos. O nosso mundo torna-se rapida-
que modulam a criação dos am- do papel do cidadão, tornando ele mente um sistema complexo, com
bientes virtuais e que, via de regra, mesmo parte da própria instituição. características de baixa hierarqui-
são pouco percebidas, pois trata-se Nos primeiros tipos, os processos são zação, crescente autonomia dos
da própria expressão de modelos definidos tendo como referência o atores, pouca institucionalização,
mentais (quadro 1) envolvidos nesta cidadão como usuário dos serviços polivalência, aleatoriedade e con-
criação, na qual se visualiza ainda a e informações, um agente passivo flituosidade. Como consequência,
relação estado-cidadão de maneira que ora funciona como fiscalizador observa-se um aumento da impre-
linear e unidirecional. Estes mode- da atividade da entidade, ora como visibilidade na ocorrência de even-
los influenciam diretamente todo usuário dela. Nos dois outros tipos, tos que têm alto impacto local ou
o desenho do ambiente: escolha o cidadão faz parte de uma rede, global, como pudemos observar
da plataforma, política de acesso, de um sistema que envolve a ins- recentemente no advento da crise
dentre outros. tituição e cidadãos, ambos ativos, financeira em 2009.
Para entender melhor o que são interagindo e cooperando. Neste mundo das redes, modelos
estas posturas unidirecionais ou au- Muitas organizações públicas, autocráticos e fortemente vertica-
tocentradas, precisamos entender particularmente no exterior, já têm lizados estão enfrentando pressões
como pode se dar a interação do sua atenção focada na realização para se reestruturarem. E esta re-
cidadão com o ambiente virtual. deste último tipo de participação, estruturação, que envolve novos
Podemos classificar a participa- como meio de melhorar a quali- modelos de uso da tecnologia e
ção do cidadão em quatro tipos: dade dos serviços e sua amplitude mesmo geração de inovações, de-
➧ usuário de serviços automati- de atendimento, tendo em vista os manda novos arranjos, mais hori-
zados – quando o usuário acessa os recursos limitados do orçamento. zontais e mais sistêmicos.
diversos tipos de serviços disponíveis Estas novas modalidades de in-
eletronicamente como emissão de
documentos, certidões, pagamen-
teração governo-cidadão também
já são realidade no Brasil (como se
Das redes aos
tos de taxas etc. verá mais a frente) e decorrem de ecossistemas digitais
➧ acesso a informações adminis- uma visão mais ampla e sistêmica Na definição de Lewis Perelman [3],
trativas – quando o usuário tem de um modelo de governança. hyperlearning (ou hiperaprendizado,
acesso a informações de cumpri- ou aprendizado de alta tecnologia)
mento do plano orçamentário,
acompanhamento do planejamento
A emergência de é a globalização da educação, in-
termediada pelas tecnologias web,
e execução de atividades etc. novos arranjos com imensa velocidade e amplitu-
➧ participante no processo de de- Há diversos fatores que vêm esti- de. Trata-se da potencialização da
cisão – quando o usuário, através mulando a mudança da relação inteligência.
de ferramentas web, tem direito a governo-cidadão, que na verdade, A educação formal vende um
voz e voto em decisões envolven- são mais amplos e estão afetando produto marcado pelo pensamen-
do o planejamento de atividades, profundamente a sociedade glo- to linear. Trata-se de um produto
priorização do orçamento etc. bal. As crescentes interconexões de repetição e não de diferença.
➧ participante nas ações para a sociais potencializadas pela web, A disseminação da Internet e das
transformação social – quando o o aprendizado não centralizado, tecnologias web 2.0 introduz novas
usuário participa da formulação o ambiente democrático, a inter- formas de aprender, aumentando a
capacidade de escolha, de acesso, a ser um processo trans-humano, digital é povoado por espécies di-
de interconexão de conhecimentos assim como a multidisciplinariedade gitais (componentes de software,
e por fim, de consciência. Emerge evoluiu para a transdisciplinarieda- aplicações, serviços online etc). Há
a visão de que a aprendizagem é de. A educação deixa de ser mera ecossistemas digitais voltados para
um processo de desenvolvimento instrução e passa a ser um meio a produção de conteúdo, negócios,
de habilidades sociais coletivas, o de descobrimento. Trata-se de um produção acadêmica, entre outros.
que vem sendo chamado de cére- processo espontâneo, vivencial, li- Valores têm importante papel na
bro social. vre do excesso de diretividade do autorregulação e auto-organização
Segundo Humberto Mariotti, ensino convencional. destes ecossistemas. São muitas ve-
na “...educação, atualmente hege- Porém, se a tecnologia é neces- zes o elemento atrator que mobiliza
mônica, as pessoas procuram obter sária para abrir novos horizontes, a convergência de atores para este
conhecimento de modo mais ou novas vivências, ela não é suficien- ambiente virtual.
menos isolado. A educação do fu- te para um processo de educação, Os ecossistemas digitais parecem
turo trará um conhecimento que, de formação. Ela é um meio, pois sinalizar um modelo aperfeiçoado
mesmo obtido individualmente, a educação começa no cérebro de aprendizagem, ao convergir o
leva em conta o contexto social e humano, e deste, se expande para fluxo de interações e a energia
procura, por meio da utilização de o mundo. Portanto, sua criação e criativa para objetivos comuns,
métodos grupais, estendê-lo à so- uso são sujeitos a valores. Assim acordados entre os participantes.
ciedade. Para isso, é fundamental a como ferramentas da web 2.0 são O modelo que inspira estes ecos-
contribuição da interdisciplinarie- instrumentos para movimentos de sistemas é, por sua natureza, um
dade e transdisciplinariedade” [4] libertação, por outro lado, também sistema complexo, assim, natural-
A partir da invenção do telégrafo, são utilizadas por redes terroristas, mente induzem modelos mentais,
o processo de constituição de redes redes de narcotráfico etc. A cada valores, processos decisórios etc.
sociais acelerou-se. As ferramentas minuto, três mil crianças, em mé- alinhados com suas características
da web 2.0 têm proporcionado novos dia, acessam conteúdo pornográfico (descentralização, autonomia, di-
modelos de aprendizado, novos usos na Internet. versidade, acolhimento da confli-
das conexões virtuais, cujos limites Os valores que orbitam determi- tuosidade, dentre outras).
e impactos resultantes ainda pare- nada comunidade virtual ou rede, O hiperaprendizado para a cons-
cem distantes. O aprendizado, por explícitos ou não, podem cumprir trução da e-Cidadania pode se
meio das conexões globais, passou o papel de instrumentos de au- dar a partir da implementação e
torregulação desta comunidade. desenvolvimento de ecossistemas
Quadro 2: Ecossistema Frequentemente, estes valores são digitais para estes fins. Tanto ou
referenciados como objetivo, mis- mais difícil que implementar uma
O conceito de ecossistema desig- são, visão etc. cultura de governo, talvez seja
na o conjunto formado por todas
Comunidades de desenvolvimen- construir um novo conceito de
as comunidades (espécies) que
vivem e interagem em determina- to de software livre, por exemplo, governo para o cidadão, no qual
da região e pelos fatores abióti- geralmente baseiam-se em aspectos este último seja o protagonista.
cos (água etc.) que atuam sobre e valores de meritocracia. Nestas Esta implementação precisa ser
essas comunidades. Estas espé- comunidades, há um processo de acompanhada de uma mudança de
cies são interconectadas com o absorção de conhecimentos e de visão da relação governo-cidadão:
ambiente e entre si, mantendo
capacitação, de maior intensidade de uma relação verticalizada e li-
um equilíbrio nesta interconexão.
As espécies interagem umas com que em outras redes. near para uma visão horizontal,
as outras e balanceiam umas às Mais recentemente, novos pro- sistêmica, descentralizada e de
outras, mesmo que algumas des- cessos de formação de redes e co- parceria. A base da e-Cidadania
tas espécies assumam um papel munidades virtuais com objetivos reside na construção desta visão
de liderança por algum tempo. e valores definidos com mecanis- e na implementação de arranjos
O meio ambiente suporta as ne- mos de autorregulação e autopro- que a potencializem.
cessidades das espécies que são
continuadas, geração após gera-
dução passaram a ser estimulados A priori, o rearranjo de sistemas
ção. Estes princípios, por analo- por políticas públicas, originando fechados (autarquias, entidades
gia, são emulados nos ecossiste- o conceito de ecossistemas digitais. etc.) para sistemas abertos, des-
mas digitais. Ecossistemas digitais são ecossis- centralizados (ecossistemas) com
temas (quadro 2) onde o ambiente relativa autonomia, interagindo
14 www.linuxmagazine.com.br
As fronteiras do e-Gov no Brasil | COMUNIDADE
e se autorregulando por valores da gestão pública, a democrati- 100 mil usuários. Seus impactos
e objetivos comuns, pode, em zação do conhecimento, a bus- principiam a emergir em âmbitos
um primeiro momento, sinalizar ca da inovação, o fortalecimento diversos, desde a informatização
uma ameaça à ordem e controle das capacidades tecnológicas do de pequenas prefeituras até a in-
que usualmente caracterizam esta país, dentre outros. Estes valores, trodução de novos processos de
relação. Porém, os ganhos na in- aliados à legitimidade do MPOG e-Gov na esfera federal. É uma
teligência sistêmica (cérebro so- na condução deste processo, são referência nacional e internacio-
cial) a emergência de soluções, o fatores de forte atratividade para nal, que vem sendo reconhecida
sentimento de pertencimento do desenvolvedores de software, adi- com prêmios e estudada como ar-
cidadão a uma rede, o aumento cionados à usual motivação de ranjo inovador para a ampliação
do protagonismo social etc. ten- aprendizagem tecnológica e busca do e-Gov. A participação neste
dem a rapidamente construir um de oportunidades. A busca de uma ecossistema tem proporcionado
novo patamar de planejamento e relação horizontalizada e de uma a cidadãos uma nova dimensão
ação governamental, que pode ser rede de parcerias junto aos líderes de atuação, quer como gestores,
um dos poucos caminhos viáveis das comunidades tem estimulado quer como usuários. Porém, a am-
para o enfrentamento da crescen- o crescimento da densidade desta plitude de seus impactos pode ser
te complexidade dos problemas rede de relações, ampliando a sua radicalmente potencializada com
sociais. É tratar problemas com- organicidade, sua complexidade e a introdução de novos arranjos e
plexos com soluções igualmente sua efetividade. A natureza comple- novas vertentes de atuação do SPB
complexas. A complexidade ven- xa do ecossistema SPB sempre foi para estimular a produção de fer-
cendo a complexidade. considerada e valorizada por seus ramentas voltadas especificamente
participantes e seu profundo enten- para a relação governo-cidadão,
Ecossistema digital dimento faz parte de seu processo
de desenvolvimento [5].
replicando seus valores e modelo
sistêmico de interações de modo
de aprendizagem Atualmente, o SPB conta com a construir um novo patamar de
O Portal do Software Público Bra- mais de 50 comunidades e mais de governança no País. ■
sileiro (SPB) tem por objetivo pri-
mário a disseminação e disponibili-
zação de soluções de software como Autores
bem público. Esta disseminação se Giancarlo Stefanuto, Angela Alves, Paula Drummond de Castro e Maiko Spiess
dá em um ambiente (ecossistema
digital) que potencializa o apren-
dizado da solução e de seu uso.
Mais informações
Para cada solução disponibilizada,
há quase sempre a formação de [1] Pesquisa TIC Governo Eletrônico 2010 – CGI: http://
uma comunidade virtual no seu www.cetic.br/tic/egov/2010/index.htm
entorno, coordenada por um líder,
[2] As três forças niveladores, por Thomas Friedman: http://
cujas funções e participação na pt.wikipedia.org/wiki/O_Mundo_%C3%89_Plano:_uma_
comunidade são um dos compro- Breve_Hist%C3%B3ria_do_S%C3%A9culo_XXI
missos assumidos pela entidade que
liberou a solução. Este líder busca [3] PINHO, J. A. G. Investigando portais de governo eletrônico de
atender as dúvidas da comunidade estados no Brasil: muita tecnologia, pouca democracia. Revista de
e também potencializar a partici- Administração Pública, Rio de Janeiro, v.42,n.3, p.491, 2008.
pação e a troca de conhecimentos [4] PERELMAN, Lewis. Schools Out: hyperlearning, the new Technologies
dos usuários, bem como incorpo- and the end of education, New York: Avon Books, 1993.
rar na solução os aprimoramentos
surgidos na comunidade. [5] MARIOTTI, Humberto. Organizações de aprendizagem, Educação
O conceito de software como continuada e a empresa do futuro, São Paulo: Editora Atlas, 1999.
bem público, adotado pelo Minis- [6] Resultados parciais da metodologia do Pensamento
tério do Planejamento (MPOG), Sistêmico aplicada aos líderes do SPB: http://www.
traz consigo valores intrínsecos, softwarepublico.gov.br/5cqualibr/xowiki/Ecossistema
como a melhoria e transparência
5CQualiBr
Um ambiente de produção colaborativa
e compartilhamento de conhecimentos
sobre qualidade de software.
por Pérsio Penteado Pinto Martins,
Marcius Fabius Henriques de
Carvalho e Jarbas Lopes Cardoso
A
qualidade é, evidentemente, início em 2009, com o objetivo de outro grupo, encontram-se os aspec-
um atributo desejado por todos identificar ações e procedimentos tos técnicos de desenvolvimento de
os níveis de usuários de soft- que contribuam para a qualidade software, que são: o processo de de-
ware. Não seria diferente no contexto no contexto do software público e senvolvimento, a documentação do
do Software Público Brasileiro (SPB). de propor uma versão inicial, em produto de software, o treinamento
Uma vez que o conceito do software modo beta, de parâmetros, diretri- dos usuários, a interoperabilidade e
público é utilizado como um dos zes, guias e manuais de excelência o teste de software.
alicerces para definir a política de neste contexto. O projeto foi fruto Nota-se que os assuntos tratados
uso e desenvolvimento de software da iniciativa do Centro de Tecno- no primeiro grupo são de caráter sis-
pelo setor público no Brasil, a qua- logia da Informação Renato Archer têmico, onde a análise do SPB é feita
lidade torna-se imprescindível para (CTI) e da Secretaria de Logística sob a perspectiva de rede. Enquanto
a sua sustentabilidade. Este atributo e Tecnologia da Informação (SLTI), no segundo grupo, o enfoque é dado
pode ser definido como a ausência com recursos da Finep, órgão do aos assuntos técnicos, específicos da
de defeitos ou falhas no software e a Ministério da Ciência e Tecnologia engenharia de software, voltados,
facilidade de uso das soluções confiá- (MCT) e recebeu total apoio das sobretudo, para os desenvolvedores
veis (conformidade e coerência com comunidades de software público. de software. Entretanto, em busca
os requisitos do cliente). Contudo, Os estudos desenvolvidos no pro- de conciliar a característica técni-
identificar as ações que conduzem à jeto revelaram que as causas da ca dos temas com a necessidade de
qualidade, assim como definir méto- qualidade, sobretudo no contexto disseminar o conceito de qualidade
dos e parâmetros capazes de garantir do SPB, podem ser separadas em para a grande parcela da sociedade
a percepção desta pelo usuário, não dois grupos. Em um deles estão os interessada em utilizar software pú-
são tarefas simples. temas relacionados com o planeja- blico, os desenvolvedores do projeto
A partir da perspectiva da qua- mento estratégico e a governança do resolveram inovar apresentando es-
lidade, e incumbido do desafio de SPB, com a gestão de comunidades tes temas de forma acessível, sem,
torná-la efetiva no software públi- de software público e da admissão com isso, empobrecer o conteúdo.
co brasileiro, o projeto denomina- e capacitação de prestadores de A inovação nesse sentido também
do “Modelo de Referência para o serviço, ou seja, o ecossistema SPB teve o propósito de atrair a comu-
Software Público Brasileiro” teve e seus agentes de influência. Já no nidade para a discussão dos temas
16 www.linuxmagazine.com.br
5CQualiBr | COMUNIDADE
e para a produção colaborativa das O website 5CQualiBr [1] entrou poderá prover aos gestores do SPB
diretrizes e dos parâmetros que se- em operação no segundo semestre de informações extremamente valiosas
rão por ela utilizados. Isso significa 2009, tendo como conteúdo inicial para a sua governança, no sentido
inclusão e co-criação de valor. Em e ponto de partida para a discussão de transformá-lo em um ambiente
outras palavras, não somente os de- sobre qualidade no contexto do SPB, cada vez mais justo, democrático,
senvolvedores de software, mas toda os resultados do projeto “Modelo de eficaz e eficiente, como idealizado
a comunidade torna-se elemento Referência para o Software Público desde o início.
ativo e responsável pela evolução Brasileiro”. Feito em OpenACS/TCL, Nos dias de hoje, estuda-se a re-
do conceito da qualidade do soft- ele dispõe de informações detalhadas formulação do site 5CQualiBr com
ware que é público. sobre todos os temas relacionados à base na contribuição de seus usuários.
O desafio de trabalhar os aspectos qualidade de software, conforme já Busca-se continuamente aprimorá-
de qualidade como um elemento im- mencionado (parâmetros, diretrizes, lo de forma a consolidá-lo como um
pulsionador de uma transformação guias e manuais) e ainda ferramentas ambiente de consulta e produção de
social implicou na necessidade da de interatividade (fórum, blog, chat, conhecimentos sobre o SPB e sobre
criação de um ambiente capaz de biblioteca), voltados para a coopera- as experiências de uso e desenvol-
oferecer à comunidade SPB tanto ção na produção colaborativa. vimento de suas soluções. Espera-
um repositório de conhecimentos Dentre esses recursos, destaca-se o se que, em um futuro próximo, a
para consulta quanto ferramentas Alô Comunidade, que é, por enquan- comunidade sirva como referência
de interatividade e produção cola- to, um ambiente de teste. Quando internacional para os estudos sobre
borativa destes conhecimentos. Foi estiver em pleno funcionamento, o tecnologia da informação, pautada
a partir desse desafio e propósito que Alô Comunidade será um grande não apenas pela sólida base concei-
se desenvolveu a ideia de formar um canal de comunicação entre toda tual, mas também pela experiência
grupo de interesse sobre qualidade a comunidade SPB. O ambiente prática de seus integrantes.■
de software público, aberto a todos tem conceitualmente dois recursos.
os membros do SPB. Assim criou-se Um deles é garantir aos membros Mais informações
o ambiente 5CQualiBr, que signi- do SPB a livre expressão de suas
fica: Confiança para Cooperação, opiniões, sugestões ou reclamações [1] Website do 5CQualiBr:
Comunidades, Conhecimento e sobre o ambiente. O outro recurso http://www.
softwarepublico.gov.
Compartilhamento da Qualidade está no uso das informações publi- br/5cqualibr/
do Software Público Brasileiro. cadas e armazenadas. A ferramenta
4CMbr
Os programas disponibilizados
no portal do Software Público
Brasileiro (SPB) estão revigorando a
administração pública de pequenos
municípios, que começam a
abandonar antigos métodos de
trabalho por um modelo de gestão
mais eficiente e de qualidade.
por Rafael Peregrino da Silva
O
Portal do Software Público a significar “Colaboração, Comu- como forma de melhorar práticas
Brasileiro (PSPB) dispõe nidade, Conhecimento e Com- e procedimentos em prefeituras
de um espaço destinado a partilhamento”, composição que brasileiras, elevando deste modo
grupos de interesse: o ambiente 4C, se afina melhor com os propósitos a qualidade de vida do cidadão
cujo conceito é uma adaptação do inerentes ao Software Público. através de uma oferta consistente
artigo “Web o quê? Humanidade O município é a célula mater e consolidada de serviços online,
4.0?”, escrito pelo empresário Gil do governo de uma nação. Dada pode efetivamente ajudar a com-
Giardelli, coordenador do curso a sua proximidade com o cidadão, bater o desperdício de recursos
“Ações inovadoras em comunica- é nas cidades e comarcas que po- públicos, bem como auxiliar na
ção digital” da Escola Superior de líticas governamentais encontram gestão, no contingencionamento
Propaganda e Marketing – ESPM. guarida ou resistência. Isso é tão e no planejamento dos gastos e
Ao tratar das implicações do empre- crítico, que países como a Alema- investimentos a serem realizados
go das tecnologias da informação nha baseiam toda a sua estrutura pelo poder municipal.
aplicadas ao segmento da comu- de governo no município – e isso Visando a tudo isso, a primeira
nicação, Giardelli descreveu que vai desde a política de coleta, apli- comunidade temática do ambiente
os 4Cs do setor seriam: Conteúdo, cação, declaração e restituição de 4C do PSPB dedica-se ao tema de
Comunidade, Comércio e Com- impostos, até o próprio repasse de tecnologia da informação para os
partilhamento. Ele afirma ainda impostos para as instâncias supe- municípios, sendo assim chamada
que esses 4Cs, em seu segmento riores do poder (Estados e Gover- 4CMBr. Nesse ambiente, estão dis-
de atuação, estarão na pauta da no Federal), que, ao contrário do poníveis ferramentas para a interação
Internet, do ambiente web 2.0 para Brasil, ocorre “de baixo para cima”, entre os usuários, dentre eles: fóruns,
o futuro. Algo que ele denomina ou seja, do município na direção chats, listas e ambientes de colabora-
HUMANIDADE 4.0. Na adapta- da federação. ção. Uma vez que um cadastro tenha
ção do conceito, realizada dentro Assim, a aplicação da tecnolo- sido realizado, também é possível
do portal do SPB, os 4Cs passaram gia da informação e comunicação baixar, copiar e até alterar o código
18 www.linuxmagazine.com.br
4CMbr | CORPORATE
das mais de 50 soluções disponíveis cativos, beneficiando toda a comu- cema/RR, Amaury Cerqueira, que
para download no portal, de forma a nidade 4CMBr e promovendo o foi a pessoa a verificar “in loco” a
adaptá-las à necessidade e estrutura desenvolvimento tecnológico em solução sendo utilizada em Jura-
de cada município. seus municípios. Em dezembro mento/MG. Esse sistema também
Esse grupo de interesse municipal de 2010, a SLTI institucionalizou foi compartilhado com a Câmara
destinado às administrações públi- essa relação através de ofício, esta- Municipal de Iracema e com o Fun-
cas municipais brasileiras disponi- belecendo uma nova tendência na do de Saúde do Município, com a
biliza também documentos ligados oferta de Software Público. distribuição de acessos específicos
à tecnologia da informação muni- O que isso significa na prática que facilitam a consolidação das
cipal, além de acesso simplificado para os municípios pode ser exem- contas, reduzindo também o gasto
a um conjunto de soluções livres plificado pelo caso da prefeitura dessas entidades com custo mensal
de interesse da gestão municipal. de Juramento/MG, que mantinha de programas para emissão de fo-
São os seguintes os objetivos uma despesa mensal de aproxima- lha de pagamento, contabilidade,
desse espaço: damente R$ 3 mil com tecnologia patrimônio etc.
1. Ser um ambiente estruturado, da informação antes de se associar Experiência similar foi realizada
a partir das ferramentas disponíveis ao programa 4CMBr. Usando o pela prefeitura de Pacajá, no sul
no PSPB, para a comunidade dos e-Cidade, software de gestão de do Pará, que começou a utilizar o
municípios brasileiros; código aberto que promove a orga- i-Educar e o e-Cidade, tendo sis-
2. Disponibilizar softwares de nização de gastos, do orçamento, tematizado todo o seu processo de
interesse da gestão municipal; da receita tributária, do controle documentação e fluxo de papéis,
3. Funcionar como uma ação pac- de medicamentos, de recursos hu- e que agora está avançando para
tuada no GT (Grupo de Trabalho) manos e outros serviços no mesmo a instalação de aplicativos para
de fortalecimento do CAF (Comitê aplicativo, os custos com TI de controle de estoque, almoxarifado,
de Ação Federativa), coordenado Juramento foram reduzidos a me- materiais, compras e licitações.
pela Subchefia de Assuntos Federa- nos de R$ 150 por mês, valor usa- Na prefeitura de Arapiraca/AL,
tivos (SAF), para compor a agenda do para pagar o custo do servidor membro da comunidade 4CMBr há
nacional de apoio aos municípios; de Internet, no qual o e-Cidade dois anos, houve grande avanço no
4. Contribuir com orientações está instalado. número de matrículas escolares da
úteis, possibilitando um apoio para Apesar da cidade possuir apenas rede pública com o uso do i-Educar.
as ações de desenvolvimento téc- 4.000 habitantes e a prefeitura dis- Além disso, como o código fonte
nico nos diversos setores; por somente de duas dezenas de ter- está disponível, foi possível efetuar
5. Incentivar formas de finan- minais, Luciano Neres Rodrigues, correções nas fórmulas de cálculo
ciamento para os projetos em an- contador da prefeitura, se tornou e alterações em determinadas telas
damento, bem como para novos um especialista nos aplicativos que da solução, necessárias para ade-
projetos; passou a utilizar – e-Cidade, e-Nota quação à realidade do município.
6. Fomentar o uso do mercado e e-ISS –, tendo repassado sua expe- Segundo Lucas Leão, coordenador
público para informações sobre os riência à administrações de outras de TI da cidade, a possibilidade
prestadores de serviços das soluções; cidades, como Iracema, no estado de modificar os aplicativos é um
7. Realizar parcerias com outros de Roraima. A ferramenta de ges- dos pontos positivos da política
projetos. tão foi implantada, pelo sistema de do 4CMBr.
compartilhamento de informações Atualmente, a quase totalidade
Resultados sem contar com assessorias externas dos 1.600 computadores dos ór-
No fechamento desta edição espe- caras e inviáveis ao município, que gãos da prefeitura, que mantém
cial, quase 800 cidades já utilizam é de pequeno porte. seis mil funcionários, operam com
o programa de apoio tecnológico Através de cooperação técnica soluções em Software Livre, o que
4CMBr, que é coordenado pela com a Prefeitura de Juramento e viabilizou a disponibilização dos
Secretaria de Logística e Tecno- da atuação de um programador, foi serviços à comunidade dentro do
logia da Informação do Ministério possível adaptar o e-Cidade à reali- orçamento de TI da instituição. O
do Planejamento (SLTI/MP). Ao dade do município e aos modelos dinheiro que deixou de ser desem-
se cadastrar no portal, o usuário exigidos pelo TCE-RR. O treina- bolsado com sistemas proprietários
ou desenvolvedor torna-se capaz mento dos servidores foi realizado passou a ser utilizado na compra
de alterar (ou mesmo criar) apli- pelo contador da Prefeitura de Ira- de equipamentos. ■
Testes de software
Piloto de
ANÁLISE
testes
Execute os softwares e encontre defeitos, mas
antes que sejam encontrados pelos usuários.
por Adalberto Nobiato Crespo, Celso Penteado
de Barros, Mario Jino, Miguel Argollo
Junior e Paulo Marcos Siqueira Bueno
V
ocê se sentiria confortável em instalação e utilização, podem ser O teste de software é uma ativida-
ser um passageiro de um voo encontradas e removidas, antes que de vital, porém complexa, cara e que
de uma aeronave que nunca o software “entre em voo”, isto é, requer recursos humanos altamente
decolou antes? Provavelmente não. seja liberado para o uso das pessoas. qualificados. Seu custo fica em geral
Esta questão é obviamente uma pro- O teste consiste em executar o soft- entre 50% e 80% do custo total de
vocação. Uma aeronave não avaliada ware de uma forma controlada com desenvolvimento. Testar é caro, mas
e nem testada com rigor nunca seria o objetivo de avaliar se ele se com- não testar é mais caro ainda.
liberada para um voo comercial. De porta conforme especificado. Trata- A falta de um teste sistemático e
modo análogo, um software não deve se de uma atividade fundamental cuidadoso é normalmente percebi-
ser liberado para uso sem que ativida- para avaliar se o software produzido da de forma clara (e negativa) pelo
des adequadas de teste tenham sido atende aos requisitos esperados pelos usuário: o software trava em opera-
realizadas. Por meio delas, diversas clientes, identificar deficiências que ção, apresenta resultados incorretos
deficiências existentes no software, podem existir no software, e ainda e inesperados, comporta-se de forma
relacionadas a problemas de funcio- obter evidências da confiabilidade diferente em situações similares, apre-
namento, desempenho, segurança, do software (ou da falta dela) [1] [2]. senta respostas muito lentas, fornece
mensagens incompreensíveis e outros
problemas. Essas situações caracte-
rizam falhas de funcionamento que
têm potencial de gerar grandes pre-
juízos operacionais, financeiros ou
de segurança, sem falar de danos à
imagem e à marca das organizações.
A conjunção desses dois aspectos,
“testar é difícil” e “testar é essencial”,
explica, em parte, o grande avanço
no interesse e nos investimentos em
teste de software. Basta observar o
progresso dessa área em diferentes
vertentes: volume de pesquisa, busca
de padronização, evolução das práticas
e expansão da terceirização do teste.
Não há receitas mágicas sobre
Figura 1: Fases do teste como realizar um bom teste no seu
20 www.linuxmagazine.com.br
Piloto de testes | COMUNIDADE
22 www.linuxmagazine.com.br
Caso de sucesso: usuário
CASO
Com a solução e-Cidade, presente no Portal do
SPB, o município de Juramento-MG conseguiu
diminuir um dígito em seus custos com licenças
e ainda integrar melhor as secretarias.
por Kemel Zaidan
T
odo gestor público se depara me deparei com o e-Cidade. Baixei a solução, hoje o gasto é de apenas R$
diariamente com necessidades primeira versão logo que ela foi dispo- 199,00 com o servidor de hospedagem
muito semelhantes, como as nibilizada e passei a testar. No entanto onde ela se encontra armazenada.
de controlar e administrar serviços ela continha muitos bugs”. Mas os ganhos não param por ai:
essenciais: gestão escolar, saneamento Mas Luciano não desistiu, ele mos- como a solução proprietária era execu-
básico, controle de frota de veículos, trou o programa para Divaldo Almir tada nos computadores que ficavam na
atendimento ao público, finanças e Antunes, programador experiente prefeitura, era impossível ter acesso ao
outras tantas tarefas ligadas à admi- do município vizinho de Capitão programa nos finais de semana e fora
nistração pública. Portanto é de se es- Enéas, também em Minas Gerais, dos horários de expediente, o que não
perar que eles compartilhem algumas onde Luciano também atua junto acontece hoje, pois a solução se encon-
ferramentas que facilitem a vida de à prefeitura, mas desta vez como tra na nuvem, e portanto, está acessível
todos, já que cada um deles enfrenta assessor técnico. Juntos eles decidi- online. “Isso facilitou também o trabalho
os mesmos desafios e demandas. Afi- ram enfrentar o desafio de corrigir das secretarias, que não tem mais que
nal, não faz sentido ter que reinventar os problemas do programa durante se deslocar até a prefeitura para terem
a roda a todo momento, faz? os 6 meses que restavam até que es- controle sobre sua contabilidade, como
Se a afirmação acima te parece natu- tivessem com uma solução pronta acontecia antigamente”, completa ele.
ral, você não está sozinho. Junto a você para a substituição do sistema legado. Luciano destaca ainda outras qua-
está ao menos uma pessoa: Luciano Hoje, tanto Juramento, com 4000 lidades que o e-Cidade possui: “com
Neres Rodrigues, contador do peque- habitantes; quanto sua vizinha mais o programa antigo era preciso fazer a
no município de Juramento, no inte- rica, Capitão Enéas, com 15000, utili- parte fiscal e exportar um arquivo para
rior de Minas Gerais. Com mais de 17 zam a solução e-Cidade com sucesso. processar os dados contábeis. Hoje não
anos de profissão, ele declara: “sempre A parametrização do programa feita é assim, o programa integra as duas fun-
pensei que um dia o governo iria dispo- por eles já virou referência. Diversos ções, facilitando o trabalho dos gestores
nibilizar uma ferramenta padrão para outros municípios de diferentes estados e tudo isso a um custo infinitamente
a gestão das contas públicas no país”. já foram até lá para trocar experiências menor do que acontecia no passado”.
Afinal de contas, todos os municípios e receber algum tipo de “treinamento”. Demorou alguns anos para que o
tem que pagar seus credores e prestar “Já recebemos até a visita de alguns pres- poder público percebesse que rein-
contas aos tribunais de fiscalização e tadores de serviço da iniciativa privada, ventar a roda a todo momento era
à população quanto ao dinheiro gasto. que chegaram a ganhar alguma licitação desperdício do dinheiro público. Mas
No caso de Juramento, foi apenas com o uso do e-Cidade e enfrentaram não para por aí, pois Divaldo, o talen-
em 2009 que isso aconteceu. Naquela problemas durante a implementação”, toso programador de Capitão Enéas,
oportunidade, faltavam apenas 6 me- diz o orgulhoso contador de Juramento. já está preparando algumas alterações
ses para que a licitação com o forne- Como vantagens ele cita princi- para que o e-Cidade seja acessível via
cedor da antiga solução, adotada pela palmente a redução de custos que smartphones. Afinal, não é porque a
prefeitura para controlar suas contas, a cidade teve. Se antes a prefeitura roda já foi inventada há milênios, que
vencesse. “Comecei então a buscar al- tinha que pagar uma licença mensal vamos continuar com o mesmo protó-
ternativas” – disse Luciano – “até que de R$ 7000,00 para utilizar a antiga tipo de pedra, não é mesmo? ■
Tecnologia
a serviço
CASO
do social
Com o Redeca é possível consolidar
dados que estão dispersos em diferentes
secretarias e garantir uma rede de proteção
efetiva à criança e ao adolescente.
por Kemel Zaidan
A
Fundação Telefônica é o bra- A decisão de disponibilizá-lo no principais objetivos que nos motivaram
ço social da gigante espanho- Portal SPB veio dois anos depois, em a ingressar no portal, mas ele ainda
la das telecomunicações que 2010. “Antes disso, o código do Redeca precisa melhorar no que diz respeito a
atua principalmente no estado de São já estava disponível sob a licença GPL propiciar uma maior colaboração com
Paulo. Um de seus principais projetos no SourceFourge.net, mas o fato de o a comunidade”, acrescenta ela.
é o Pró-Menino, um programa social site estar todo em inglês dificultava Alguns desses pontos incluem a difi-
internacional presente em 19 países muito o relacionamento com os gesto- culdade para saber quantas pessoas estão
onde a empresa atua e que visa garantir res públicos, principalmente daqueles de fato envolvidas com o programa e
os direitos das crianças e adolescentes. presentes nas pequenas cidades, que são mensurar a participação da comuni-
A partir das demandas apuradas jun- a maioria no país” – afirma Gabriella dade. “Ainda não conseguimos saber
to aos municípios onde o projeto está Bighetti, diretora da Fundação Telefôni- quantos downloads a ferramenta teve
presente, percebeu-se a necessidade de ca – “dessa forma o Portal SPB nos pa- no portal”, relatou Gabriela.
integrar um mesmo banco de dados receu a melhor opção para alcançarmos Comparado ao SourceFourge, o Por-
em comum, diferentes informações o objetivo de difundir a solução para o tal ainda ressente a falta de ferramentas
relativas às redes de proteção à criança maior número de municípios possível”. que propiciem uma maior colaboração
e ao adolescente, informações estas que Segundo ela, 3 fatores foram muito com o desenvolvimento, como um sis-
costumam estar dispersas entre diversas importantes para a decisão: a possibili- tema de controle de versão ou um issue
secretarias municipais. É muito comum dade de disponibilizar acesso tanto ao tracker que facilite o reporte de bugs.
que a criança esteja matriculada em uma programa quanto a sua documentação, Apesar disso, ela ressalta que hou-
escola municipal, marque consultas o fato de estar todo em português e a veram contribuições que foram inclu-
em um posto de saúde, frequente um proximidade do portal junto as instâncias ídas em versões posteriores. “Ainda
projeto social de uma ONG e receba do poder público. “Ficamos sabendo da há pontos a serem melhorados, mas
o bolsa-família do governo federal, cuja existência do portal através dos próprios para nós é muito importante apoiar
fiscalização é feita pelo poder municipal. municípios com os quais trabalhávamos uma iniciativa como esta, do Minis-
Com a consolidação dos dados, e que já utilizavam outras soluções lá tério do Planejamento, pois apesar de
torna-se muito mais fácil acompa- presentes”, esclarece a diretora. o Redeca não ter sido desenvolvido
nhar o desenvolvimento da criança Apesar de destacar o ganho de cre- pelo governo, tínhamos o mesmo
e visualizar possíveis falhas na rede dibilidade que o software recebeu após interesse comum em disponibilizar
de proteção. Para isso era necessário passar a fazer parte do Portal do Soft- uma ferramenta que era de interes-
aproximar as áreas responsáveis pelos ware Público, ela destaca alguns pon- se público, que no final das contas,
departamentos de TI e ação social. Para tos em que ainda é preciso melhorar: tem como objetivo fazer com que
isso, foi contratada uma empresa de “realmente sentimos que houve uma leis como o Estatuto da Criança e do
desenvolvimento de software que ficou aproximação maior do software junto Adolescente (ECA) sejam realmente
responsável pela criação do Redeca. ao poder público, o que era um dos colocadas em prática”, finaliza ela. ■
24 www.linuxmagazine.com.br
Caso de sucesso: desenvolvedor
Vitrine de software
CASO
CASO
O ingresso do pioneiro KyaPanel no
Portal do SPB, resultou em um aumento
na utilização do software e permitiu que
a adoção alcançasse diferentes nichos.
por Kemel Zaidan
O
KyaPanel é um software que administrativa do governo a serviço cipação advinda do portal. Segundo
existe desde 2003, fruto do do desenvolvimento colaborativo e ele a participação ainda é muito pe-
projeto pessoal do desen- criando um ambiente de fomento quena e há muito o que evoluir nesta
volvedor Anahuac de Paula Gil. O ao software livre e ao crescimento questão nos próximos anos de vida
programa permite uma administra- tecnológico do país. que se seguirão ao Portal do Software
ção simplificada de servidores de Sem dúvida nenhuma, o maior Público Brasileiro.
e-mail e de compartilhamento de benefício colhido pelo desenvolve- Outro ponto importante para um
arquivos Samba, através de uma dor pela participação no portal, foi desenvolvedor individual é confiar
interface gráfica dotada de mui- a visibilidade dada ao software e o toda a estrutura de gestão de seu
tos recursos. Em 2007 o programa consequente aumento na adoção da software a uma plataforma que é
foi a terceira solução a ingressar ferramenta. “Sei que cadeias inteiras controlada pelo governo, com a
no Portal do Software Público e de hotéis estão utilizando a solução e consequente insegurança advinda
a primeira a ser ofertada por uma que ela é utilizada, por exemplo, na das mudanças administrativas que
pessoa física. administração do servidor de emails inevitavelmente ocorrem a cada
“Desde o começo, sabia que a dis- do corpo de bombeiros de um im- quatro anos. Felizmente, a aposta
ponibilização da ferramenta no portal portante estado no país”, declarou em uma política afirmativa em rela-
seria uma experiência, um estudo de o autor do KyaPanel. ção ao software livre tem se mantido
caso”, afirmou o desenvolvedor. Segun- No entanto, o simples aumento ao longo do tempo e passa a ganhar
do ele, o portal oferece um conjunto na adoção do software não garante importância suprapartidária.
de legalidades e termos jurídicos que a colaboração. “O Brasil não possui Ao final, ele avalia a experiência
garantem uma série de seguranças uma cultura de retorno de código aos de quatro anos no portal como algo
para que o gestor público adote uma programas de código aberto. Hoje, bastante positivo. “Apesar de tudo
solução em software livre. “Seja por usa-se muito software livre no país, que ainda precisa ser feito, hoje
desinformação ou por questões legais, inclusive na esfera pública, mas ain- vivo quase que exclusivamente do
o ecossistema do software livre parecia da não se criou o hábito de reinvestir KyaPanel e me dedico ao seu desen-
incompatível com o setor público, que parte da economia gerada, no desen- volvimento praticamente em tempo
por sua vez hesitava em adotar uma volvimento. Imagine onde estaríamos integral. Grande parte disso só foi
solução livre, até que portal surgisse”, hoje se uma pequena parte do que possível depois que a solução pas-
afirmou Anahuac. foi economizado tivesse sido aplicado sou a fazer parte do Portal do Soft-
Ao adotar uma ferramenta livre, de volta nas soluções livres que foram ware Público”, constatou o autor
que possui seu código aberto, é pos- adotadas”, afirmou o desenvolvedor. do software.
sível personalizá-la para o uso no Como único autor do KyaPanel, Saiba mais sobre o KyaPanel na
setor público, colocando a máquina Anahuac esperava uma maior parti- página 65. ■
Interoperabilidade
Interoperabilidade
PROGRAMAÇÃO
semântica
Os desafios e obstáculos na implementação de padrões que
propiciam a interoperabilidade em sistemas computacionais.
por Aqueo Kamada
A
ntes de falar em interoperabi- Para que dois sistemas computa- entre as partes. A interoperabilidade
lidade semântica, é necessário cionais interoperem é necessário que semântica trata fundamentalmente
esclarecer o que significa inte- a interação e a troca de dados entre da agregação e uso de metadados
roperabilidade em geral, no contexto eles estejam livres de ambiguidades, para “carregar” informação e conhe-
de sistemas computacionais. O ter- de modo que os dados recebidos por cimento junto aos dados.
mo procura simplificar um assunto um sistema receptor sejam “enten- Os desafios que se colocam dian-
que é complexo na discussão e na didos” exatamente como foram en- te deste problema de integração de
realização de seus detalhes técnicos. viados pelo sistema emissor. Assim, sistemas se relacionam com a com-
Interoperabilidade refere-se à capaci- é necessário que a interação e a tro- binação dos melhores padrões, tec-
dade de dois ou mais sistemas com- ca de dados sejam feitas com o uso nologias e ferramentas disponíveis
putacionais quaisquer de interagir de padrões de dados, metadados, para facilitar a interoperação entre
e trocar dados para obter resultados linguagens e infraestruturas, no ins- diferentes processos de negócio de
conforme esperado. Simples assim. tante de criação ou manutenção de diferentes sistemas (legados e novos),
Em uma definição resumida porém, software. Note que a troca de dados no âmbito de uma organização ou
a discussão de todos os aspectos en- não se limita somente aos formatos entre organizações. As atuais abor-
volvidos e, mais ainda, a realização e tipos de dados trocados, mas so- dagens de integração de sistemas
da interoperabilidade entre sistemas bretudo ao conhecimento sobre os apresentam fraquezas no que se
são bastante complexas. dados que devem ser compartilhados refere ao uso de padrões de dados,
metadados, linguagens e infraestru-
turas para que os sistemas interope-
Conhecimento rem. A figura 1 procura ilustrar que
um dado precisa ser “recheado” de
metadados para que ele “carregue”
informação e/ou conhecimento para
Informação o consumidor que a espera.
Assim, “-89.22, 21 de janeiro de
1983” é um exemplo de dado, que
tem seu formato, tipo e codificação
Dado definidos, e estes devem ser preci-
samente “entendidos” pelas partes
interoperantes. Para embutirmos
Figura 1: Dado associado a metadados de informação e conhecimento. alguma informação nesse dado de
26 www.linuxmagazine.com.br
Interoperabilidade semântica | PROGRAMAÇÃO
O Software
Público Brasileiro
O Portal do Software Público Brasileiro
é uma iniciativa pioneira do Governo
Federal que já serve de modelo
para outros países do mundo.
por Jarbas Lopes Cardoso,
Corinto Meffe e Pérsio
Penteado Pinto Martins
O
conceito do Software Público pública. Acrescentam-se as possibilida- otimizar um único relacionamento,
Brasileiro, SPB, é utilizado des de aprimoramento deseus recursos mas o relacionamento com uma rede
como um dos alicerces para por diferentes atores, fazendo com que inteira (de muitos para muitos), sem
definir a política de desenvolvimento, abram-se oportunidades de sua qualidade ter como objetivo principal apenas o
distribuição e uso de software pelo setor ser ampliada através da disseminação lucro financeiro. Os participantes são
público no Brasil. Tal política compre- de seu código-fonte, documentação vistos como envolvidos em uma rede
ende a relação entre os entes públicos, associada e da efetiva colaboração dos que influenciam na competitividade
em todas as unidades da federação e usuários e desenvolvedores. Através da deles próprios em um mercado externo
demais esferas de poder, e destes com disseminação, expande-se a oportuni- e não somente dentro da rede.
as empresas e a sociedade. O modelo dade de apropriação de conhecimento No Portal SPB estão disponíveis,
adota o exemplo do padrão de desen- para geração de negócios na nova eco- gratuitamente à sociedade, soluções
volvimento vigente para software livre nomia em rede. desenvolvidas por órgãos públicos do
em que os participantes cooperam in- A iniciativa do software público, como Executivo, Legislativo e Judiciário,
tensivamente sem restrições aparentes e uma rede de colaboração e comparti- além de empresas, universidades e
encontram seu ambiente de produção lhamento, permite a qualquer pessoa, até mesmo pessoas físicas. Qualquer
colaborativa na Internet. empresa de qualquer tamanho, ou órgão organização ou pessoa interessada pode
O software, por apresentar caracte- de governo (municipal, estadual, fede- obter o código das soluções mediante
rísticas de indivisibilidade e de não ri- ral) o acesso a informação, a recursos, a cadastramento no Portal. Não há custo
validade, pode ser usado por todos sem mercado e a tecnologias públicas com com a licença de uso, porém todas as
que com isto se estabeleça competição a vantagem de economia de escala e melhorias incorporadas às soluções são
pelo bem entre seus usuários, uma vez de escopo. Além de possibilitar o com- incentivadas a serem compartilhadas
que, se um ou muitos o utilizam, os de- partilhamento de riscos e agilidade no com todos. O ambiente possibilita o
mais não perdem a possibilidade de vir desempenho e atualização. Por ser uma compartilhamento de soluções e a cons-
a usá-lo. Não há limitação sequer para rede pública, cria oportunidades na trução colaborativa do conhecimento
quem o desenvolveu. Tal característica medida em que o ambiente se torna no endereço www.softwarepublico.gov.
reforça a defesa de que o software pode maior, contando com atores econô- br. O Portal do SPB é mantido pela
ser considerado um bem público e micos que explicitam a perspectiva de Secretaria de Logística e Tecnologia
passível de ser tratado como política um custo transacional baixo por não da Informação (SLTI) do Ministério
28 www.linuxmagazine.com.br
do Planejamento, Orçamento e Ges- O trabalho do Centro de Tecnologia Mais informações
tão (MPOG). da Informação Renato Acher (CTI),
[1] 4CMBr: http://www.
O SPB é uma iniciativa pioneira unidade de pesquisa do Ministério da softwarepublico.gov.br/4cmbr
no mundo e tem chamado atenção a Ciência e Tecnologia (MCT) junto
ponto de importantes instituições in- à iniciativa do software público, teve [2] 5CQualiBr: http://
ternacionais colocarem o SPB como início em meados de 2006. Durante www.softwarepublico.
gov.br/5cqualibr
exemplo de melhores práticas a serem o ano de 2007 foram realizados tra-
observadas (exemplo em http://www.owf. balhos conjuntos para construção de [3] 4CTecBr: http://
org). Também é destaque a iniciativa uma proposta de trabalho em parceira www.softwarepublico.
gov.br/4ctecbr
Software Público Internacional (SPI), envolvendo CTI/MCT, SLTI/MPOG,
sendo o Paraguai o primeiro país a ado- PRODERJ [4] e ABEP [5]. Em 2008, a [4] Centro de Tecnologia da
tar e colocar em operação o modelo de SEPIN/MCT passou a participar mais Informação e Comunicação
software público desenvolvido pelo Go- ativamente da iniciativa, auxiliando do Estado do Rio de Janeiro:
http://www.proderj.rj.gov.br
verno Brasileiro. Vários outros países da na definição de políticas e alocando
América Latina estão em processo de recursos financeiros, culminando no [5] Associação Brasileira de
implantação além de países da África e Projeto de Pesquisa “Modelo de Refe- Entidades Estaduais de
Tecnologia da Informação
Ásia. O Projeto SPI é coordenado pela rencia do Software Público Brasileiro”, e Comunicação: http://
Secretaria de Logística e Tecnologia da financiado pela FINEP, no âmbito do www.abep.sp.gov.br
Informação do Ministério do Planeja- programa de incentivo ao software li-
mento, com o apoio do Programa das vre. Este projeto representa o ponto
Nações Unidas para o Desenvolvimento de partida para a melhoria contínua Autores
– PNUD. Mais recentemente, somou-se da qualidade do SPB, ou seja, a base Jarbas Lopes Cardoso é pesquisador sênior
a participação no SPI o Centro Latino- conceitual para a evolução. A partir no Centro de Tecnologia da Informação Renato
Archer, CTI, unidade de pesquisa do Ministério
americano de Administração para o dos resultados do projeto e do inten-
da Ciência e Tecnologia, em Campinas, onde
Desenvolvimento – CLAD. so compartilhamento de experiências trabalha desde 1984. Graduado e com mes-
O Portal do Software Público possui entre os membros da comunidade, o trado em Física pela UNICAMP, doutorando
de Engenharia de Produção pela UNIP. Exerce
ainda um espaço voltado aos grupos de SPB cria novos paradigmas de cons- a função de coordenador de projetos de coo-
interesse, que funcionam como capta- trução do conhecimento e qualidade peração. Em destaque, coordena a iniciativa do
governo federal de política de desenvolvimento
dores de demanda e apoio técnico para das soluções. Partes dos resultados des- de novo modelo de negócio baseado no con-
melhor uso das TI’s por determinados se projeto estão contidas nas páginas ceito de software livre/aberto no Brasil, deno-
segmentos temáticos. Trata-se do am- desta revista. minado Software Público Brasileiro, SPB, em
parceria com órgãos do governo, empresas
biente “4C”, Colaboração, Comunida- Em 17 de Janeiro de 2011, a SLTI públicas de TI e empresas privadas. Tem traba-
de, Conhecimento e Compartilhamento. (Secretaria de Logística e Tecnologia lhado em projetos de cooperação internacional.
Possui trabalhos publicados em revistas e anais
A primeira comunidade temática do da Informação) do Ministério do Pla- de conferências nacionais e internacionais. é
Portal do Software Público dedica-se nejamento, Orçamento e Gestão, pu- também professor da Universidade Paulista,
UNIP, onde leciona disciplinas de engenharia de
ao tema de tecnologia da informação blicou a instrução normativa (IN01), software, gestão de projetos, empreendedoris-
para os municípios: 4CMBr [1]. Já que dispõe sobre os procedimentos mo, entre outras, e orienta trabalhos de con-
a segunda comunidade, que agrega para o desenvolvimento, disponibi- clusão de curso para os cursos de Ciência da
Computação e Sistemas de Informação.
o “C” de Confiança, trata do tema lização e uso do SPB. Esta IN01 ins-
Corinto Meffe é Gerente de Inovações Tecno-
qualidade de software: 5CQualiBr [2]. titucionaliza o SPB e regulamenta os lógicas da Secretaria de Logística e Tecnologia
Uma terceira comunidade de interes- requisitos técnicos e jurídicos do portal da Informação do Ministério do Planejamento.
se, surgida recentemente, é a 4CTecBr do SPB, da oferta e solicitação de soft- Pérsio Penteado Pinto Martins é doutorando
[3] que disponibiliza tecnologias livres ware público (SWP), da coordenação em Engenharia de Transportes pela Unicamp;
Mestre em Administração de Empresas pela
para suporte ao desenvolvimento de das comunidades virtuais, do uso do Universidade Paulista (2008); Graduação em
soluções. Nesses ambientes também SWP, da licença pública da marca, da Administração de Empresas pela Universidade
estão disponíveis ferramentas para a comissão para a coordenação do portal de Ribeirão Preto (2000); Atua como consultor
do Centro de Tecnologia da Informação Renato
interação entre os usuários, dentre do SPB e dos modelos para manual de Archer no projeto do Software Público Brasilei-
eles: fóruns, chats, listas e ambientes instalação e uso dos SWP. O arquivo ro; Também como professor da PUC Campinas
e professor convidado na Fundação Instituto de
de colaboração e um conjunto de completo da IN01 pode ser acessado Administração (Fia). Tem experiência na área de
conteúdos livres para apoiar o uso dos em: http://www.softwarepublico.gov. Planejamento Estratégico e Gestão de Opera-
ções, com trabalhos publicados nos temas: Es-
softwares públicos disponibilizados br/5cqualibr/2-documentos-tecnicos/
tratégia; Logística e Gestão da Qualidade.
para a sociedade. index?folder%5fid=35083437 ■
Melhoria de
CAPA
serviços no
Software Público
Brasileiro
Conheça o Modelo de Capacidade
de Processos para Prestação
de Serviços do SPB.
por Clenio F. Salviano, Sueli A.
Varani e Márcia R. M. Martinez
M
odelos de Capacidade de volvido o Modelo de Capacidade e liberada em outubro de 2009 du-
Processos são amplamen- de Processos para Prestação de Ser- rante a inauguração da comunida-
te conhecidos como um viços para o contexto do Software de 5CQualiBr, onde se deu a sua
conjunto de melhores práticas que Público Brasileiro – SPB. validação por representantes das
ajudam uma organização a melhorar A primeira versão do Modelo comunidades e outros participantes.
seus diversos processos. Utilizando de Capacidade de Processos para Na seqüência, com os resultados
como referência esses modelos já Prestação de Serviços do SPB foi da validação, uma nova versão foi
consagrados no mercado, foi desen- desenvolvida durante o ano de 2009 gerada e disponibilizada no Portal
em novembro de 2009.
Com a evolução do Modelo, no-
Pode fazer uso desse Modelo, qualquer vas áreas de processo foram iden-
tificadas como importantes para a
pessoa ou organização envolvida melhoria dos processos de serviços
com prestação de serviços – mesmo prestados no contexto do SPB para
fora do contexto do SPB e de outros as soluções disponibilizadas no Por-
tal, o que deu origem à versão 3.0,
ecossistemas digitais públicos – , que apresentada neste artigo.
queira usar o modelo como referência O público alvo para o Modelo de
Capacidade de Processo para Pres-
para uma avaliação e melhoria tação de Serviços no SPB inclui os
de seus processos de serviços. responsáveis pelas comunidades das
soluções disponibilizadas no Portal
30 www.linuxmagazine.com.br
Modelo de Capacidade de Processos para Prestação de Serviços | CAPA
Desenvolvimento de software
desenvolvimento
de software
É necessário seguir uma dinâmica eficiente de
desenvolvimento de soluções colaborativas
para o Software Público Brasileiro
por Alessandra Zoucas, Clenio F. Salviano,
Marcello Thiry e Márcia R. M. Martinez
O
desenvolvimento de soluções A partir da década de 1980, boas a Norma ISO/IEC 15504 (também
no Portal do Software Público práticas de empresas de sucesso conhecida como SPICE – Software
Brasileiro (SPB) é feito de for- no desenvolvido de software vêm Process Improvement and Capabili-
ma colaborativa, através de comunida- sendo identificadas e documenta- ty dEtermination). No Brasil, existe
des. Este trabalho coletivo das pessoas das em Modelos de Maturidade da também o MPS.BR (Melhoria de
em uma comunidade deve seguir uma Capacidade de Processo. O modelo Processo de Software Brasileiro).
dinâmica que oriente a comunicação mais importante foi o SW-CMM Devido ao sucesso da utilização
e relacionamento no trabalho. Para (Capability Maturity Model for destes modelos em empresas com
estabelecer na prática esta dinâmica, Software). Este modelo foi então estilos de trabalho compatíveis com
seja ela com mais ou menos controle, utilizado com sucesso para a me- os modelos, outras empresas procu-
existem boas práticas que emergem lhoria de empresas intensivas em ram adaptar os modelos para outras
das experiências bem sucedidas. Estas software. Uma das características características. Porém esta não é a
boas práticas precisam ser identificadas destes modelos é a documentação melhor opção. Desta forma, em vez
continuamente e documentadas em do que deve ser feito e não como de adaptar estes modelos, a opção
modelos de referência de processo para cada empresa deve fazer. Esta carac- foi desenvolver, com a comuni-
orientar a melhoria desta dinâmica e terística permite que tais modelos dade e a partir de experiências da
dos resultados obtidos. Desta forma, possam ser utilizados de acordo com comunidade (de baixo para cima,
um primeiro conjunto de boas práticas as particularidades e necessidades da prática para a sistematização)
para a coordenação de uma comuni- de cada empresa. Atualmente os um modelo para SPB, utilizando,
dade de desenvolvimento de software modelos mais relevantes são os do quando apropriado, também prá-
foi identificado e documentado como CMMI (Capability Maturity Model ticas destes outros modelos e da
um modelo de capacidade. Integration) e os compatíveis com comunidade de software livre.
32 www.linuxmagazine.com.br
Desenvolvimento de software | CAPA
34 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
ASES
Acessibilidade
36 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
➧ Ferramenta para selecionar o tárquica e fundacional desde maio Desenvolvimento com a RENAPI,
DocType, conteúdo alternativo, asso- daquele ano. Ainda no mesmo ano, em que há diversos projetos para a
ciador de rótulos, links redundantes, o Brasil aderiu à Convenção sobre os área de acessibilidade. Entre estes
corretor de eventos e preenchimento Direitos das Pessoas com Deficiência está a atualização do ASES, com
de formulários. da ONU, sendo esta e seu respec- a resolução de bugs, melhoria da
O programa funciona tanto em tivo Protocolo Facultativo, ratifica- usabilidade, novos recursos e a atu-
Windows quanto em Linux e para dos pelo Congresso Nacional em alização para os padrões e-MAG
executá-lo é necessário o Java Appli- 09 de julho de 2008 pelo Decreto 3.0 e WCAG 2.0. ■
cation Platform SDK (para Windows) Legislativo nº 186/2008. Em 2009,
e Java Runtime Environment - JRE o Decreto nº 6.949, de 25 de agosto
(para Linux). de 2009 promulga a Convenção.
Geplanes
Gestão e elaboração de
planejamento estratégico
38 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
EducatuX
Integração pedagógica
e computacional
MDArte o aumento da complexidade dos siste- precisará ser escrito é muito inferior ao
mas de informação. Ela é baseada em já gerado pela ferramenta. Além disso,
Framework de desenvolvimento UML (Unified Modeling Language) a ferramenta cria camadas de abstração
e outros padrões OMG, o que pro- que facilitam o desenvolvimento de sis-
porciona uma visão independente temas, não exigindo do desenvolvedor
de plataforma e a automatização da um conhecimento específico sobre as
geração de grande parte do código tecnologias utilizadas, como EJB, Hi-
O MDArte tem como propósito a cria- dos aplicativos. Os artefatos específicos bernate e Struts. Assim, tanto o tempo
ção de um novo referencial de software de plataforma são gerados a partir de de desenvolvimento como o custo do
público, através do uso de tecnologias modelos que representam o sistema: projeto são reduzidos drasticamente.
modernas, redução do custo total dos casos de uso, diagramas de atividades
serviços de tecnologia da informação e da e diagramas de classes. Funcionamento do MDArte
dependência de soluções proprietárias. De acordo com a abordagem MDA, O MDArte tem como entrada um mo-
O projeto [1] surgiu da necessidade um mesmo modelo pode ser utilizado delo UML representado no formato
do Governo Federal de padronizar o para múltiplos propósitos [4] podendo XMI (XML Metadata Interchange),
desenvolvimento e as tecnologias de produzir versões diferentes de um mes- compatível com muitas ferramentas
seus sistemas de informação. Ele pode mo aplicativo, como, por exemplo, em de modelagem, inclusive algumas
ser definido como uma evolução do fra- J2EE, .NET e PHP. Open Source, como o ArgoUML [5].
mework AndroMDA [2], que por sua vez, São essas as características que im- O modelo UML passa pelo núcleo de
proporciona a geração de código basea- pulsionam o uso de MDA, pois, a partir transformação, onde será lido e mapea-
da em modelos, a partir da abordagem de modelos, cerca de 80% do aplicativo do, seguindo para os módulos encarre-
MDA (Model Driven Architecture) [3]. construído passa a ser composto por gados de efetivamente gerar o código.
A metodologia MDA foi inicial- código gerado. Essa geração repre- Os módulos são separados por escopo
mente proposta pela OMG (Object senta um ganho para o projeto, pois o e tecnologia, facilitando a gerência dos
Management Group) para lidar com montante de código que efetivamente gabaritos de código (templates).
40 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Atualmente, o MDArte está di- o SGDC-P do Ministério da Defesa, e também fazê-lo evoluir para tec-
vidido em cinco módulos, com as o SICONV do Ministério do Plane- nologias e padrões mais modernos.
seguintes tecnologias: jamento, o NEXO da Força Aérea Desde a criação da Comunidade
➧ EJB: Permite o isolamento das regras Brasileira e o SOMAR da Marinha do MDArte no Portal do Software Público
de negócio do sistema, criando todo o Brasil. A tabela 1 contém estatísticas Brasileiro, existe um canal de comuni-
arcabouço para serviços e web services, extraídas de alguns sistemas desen- cação estabelecido entre o framework
inclusive com controle de acesso. volvidos utilizando MDArte. e seus usuários, fundamental para a
➧ Hibernate: Permite o mapeamento sua evolução. Junto à recente formali-
objeto-relacional, gerando toda confi- Atividades de pesquisa zação do Comitê Gestor do MDArte
guração da base de dados a partir de O MDArte foi originado no meio aca- e ao engajamento das instituições par-
diagramas de classes. O módulo tam- dêmico, através da parceria do Gover- ticipantes, os desenvolvedores preten-
bém é capaz de criar um mecanismo de no Federal com a linha de pesquisa de dem estimular o uso das ferramentas
auditoria, útil para garantir a veracidade Banco de Dados do Programa de En- disponibilizadas pelo Portal de forma a
de dados e rastrear ações no sistema. genharia de Sistemas e Computação identificar necessidades de melhoria dos
➧ Java: Permite a geração de estruturas (PESC), parte do Instituto Alberto Luiz conteúdos disponíveis visando agregar
auxiliares, como Transfer Object (TO) Coimbra (COPPE), da Universidade novos membros à iniciativa. ■
e Value Object (VO), além de compo- Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [15].
nentes comuns ao sistema. O COPPE mantém um segmento Arquitetura da
Software para:
Aplicação - MDA
➧ JUnit [6]: Permite a construção de dedicado à pesquisa da metodologia
fluxos de testes a partir de diagramas de MDA, em que o MDArte tem re- Está no Portal
Fevereiro de 2009
desde:
atividades. Além disso, facilita os testes presentado uma ótima ferramenta de
de serviços e componentes web, pois aprendizado. Como resultado, vários Membros: 1.733 membros
cria uma camada de abstração respon- trabalhos relacionados ao framework Prestadores
6 prestadores
sável por lidar com informações como foram elaborados (projetos finais de de Serviços:
controle de acesso, comunicação com curso, dissertações de mestrado e ou- Marinha do
Ofertante:
JUnit e Selenium. [7] tras pesquisas) e publicados em eventos Brasil e UFRJ
➧ Struts [8]: Permite a geração de e revistas nacionais e internacionais.
aplicativos web a partir de casos de uso Muitos desses trabalhos já se torna- Mais informações
descritos em diagramas de atividades. ram parte da última versão do MDArte, [1] Comunidade MDArte: http://
Representa o módulo mais complexo, como o módulo JUnit, a geração de www.softwarepublico.gov.br/
pois lida com diversos tipos de com- estatísticas e a ferramenta de suporte ver-comunidade?community_
id=9022831
ponentes web e fluxos de navegação. ao desenvolvimento. Alguns outros
[2] Framework AndroMDA:
Após a geração dos objetos, são projetos, como o extrator de depen- http://www.andromda.org
criados locais conhecidos como pon- dências e identificador de violações de [3] Miller, J. and Mukerji, J.
tos de implementação, normalmente arquitetura, estão em fase final de testes 2003. MDA Guide Version
métodos que devem ser implemen- e devem se tornar públicos em breve. 1.0.1. Object Management
Group: http://www.omg.org/
tados pelo desenvolvedor. cgi-bin/doc?omg/03-06-01
Próximos passos [4] Siegel, J. and the OMG
Experiência em projetos O MDArte tem por objetivo oferecer Staff Strategy Group.
Durante os anos de utilização e manu- tecnologias modernas a baixo custo e 2001. Developing in OMG’s
Model Driven Architecture.
tenção do MDArte, muitos foram os sem dependência proprietária. Para OMG white paper: ftp://
projetos produzidos pela ferramenta, tanto, seguimos um mapa de lança- ftp.omg.org/pub/docs/
contabilizando mais de uma dezena mentos estabelecido pela comunida- omg/01-12-01.pdf
de sistemas de informação do Gover- de, que visa atender a necessidade dos [5] ArgoUML: http://
no Federal. Temos como exemplos projetos que utilizam o framework argouml.tigris.org
[6] JUnit: http://www.junit.org/
NEXO Rationalis SGDC-P SOMAR [7] Pinel, R. E. A. et al. Improving
tests infrastructure through
Casos de uso 272 298 313 254 a model-based approach:
Entidades 113 152 385 194 http://portal.acm.org/
citation.cfm?id=1921544
Classes de serviços 11 8 245 28
[8] Struts: http://struts.
Tabela 1: Casos de uso do MDArte. apache.org/
42 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Controle de Marcas
e Sinais
Software livre a serviço
do produtor rural.
Como surgiu Para acelerar a localização de marcas animais para abate, no campo e nas
Até o início do ano de 2007, o mu- ou sinais semelhantes, além da asso- fazendas. O Controle de Marcas e
nicípio de Bagé/RS, cuja atividade ciação com o produtor e a localidade, Sinais pode ser utilizado pelas forças
agropecuária é bastante expressiva, o sistema permite a caracterização por de segurança para fins de consulta de
realizava o controle de marcas e sinais conteúdo, ou seja, se a marca contém legitimidade de certificados de proprie-
de forma manual e arcaica em dois figuras, desenhos ou letras. dade ou mesmo para a identificação
grandes livros; com o arquivo tendo Depois de realizado o cadastro da do proprietário através da pesquisa
sido iniciado na década de 1930. A marca ou sinal, é possível emitir um pelas características da marca, caso
ação do tempo, o mau acondiciona- certificado de propriedade que iden- seja realizada uma apreensão de car-
mento e a falta de cuidados no ma- tifica o produtor que a detém. Esse ga animal em desacordo ou ainda em
nuseio tornaram quase impossível a certificado pode ser consultado para outros tipos de investigações.
visualização de determinados registros. fins de validação e evitar a falsificação.
Além da precariedade do armaze- Outros casos de uso
namento, o processo de consulta era Benefícios A partir da publicação do software
lento e impreciso. Cada novo registro O software permite o registro eletrôni- de Controle de Marcas e Sinais no
de propriedade de uma marca deve co de marcas e sinais; portanto, além Portal do Software Público Brasilei-
possuir um símbolo único, de modo de facilitar o armazenamento das in- ro, outros municípios demonstraram
que seja possível possa identificar seu formações, uma vez que são registros interesse em utilizar o sistema como
proprietário sem o risco de ambigui- eletrônicos sem dependência de ma- ferramenta de registro para catalo-
dade. O prazo estimado para consulta terial físico (papel), o acesso aos dados gação de marcas e sinais. Dentre os
nos livros à procura de registros seme- é muito mais rápido. diversos municípios que já utilizam
lhantes levava dias, até alguns meses. Atualmente o prazo estimado ou pretendem utilizar o sistema, po-
Foi então que o Núcleo de Tecnologia para o registro de uma nova marca dem ser citados: Aceguá/RS, Hulha
da Informação da Prefeitura Municipal ou sinal é de apenas 24 horas, uma Negra/RS, Pedras Altas/RS, Santa
de Bagé começou o desenvolvimento notável redução em comparação à Vitória do Palmar/RS, Sant’Ana do
do Controle de Marcas e Sinais. Com imprecisão da situação anterior. Livramento/RS e Mineiros/GO. ■
a implementação do sistema, iniciou-se
um recadastramento de todos os produ- O software por dentro
tores detentores de marcas e sinais, na O Controle de Marcas e Sinais foi Software Registro de
cidade de Bagé, para facilitar o acesso às desenvolvido em linguagem de pro- para: Marcas e Sinais
informações de forma eletrônica. gramação PHP (versão mínima 5.2), Está no
Junho de 2009
voltado para o uso através da plata- Portal desde:
Funcionamento forma web (sugere-se Apache versão Membros: 732 membros
O Controle de Marcas e Sinais possui 2.2), e utiliza banco de dados Post- Prestadores
19 prestadores
um cadastro para os produtores rurais, greSQL (versão mínima 8.1). Foram de Serviços:
que são vinculados as suas respectivas realizados testes e implementações da Prefeitura de
Ofertante:
localidades e as marcas e sinais con- instalação do sistema em ambiente Bagé - RS
tidas no sistema, que são associados Linux; contudo, observados os requi-
ao seu produtor proprietário. Desse sitos mínimos, a implementação pode
modo, ao visualizar o registro de ca- ser realizada em outras plataformas. Mais informações
dastro de um determinado produtor,
é possível conhecer as marcas e sinais Auxílio à segurança [1] Comunidade Controle de
que este detém. Da mesma forma, ao Infelizmente, um crime comum em Marcas e Sinais: http://www.
softwarepublico.gov.br/
visualizar o registro de uma marca ou áreas de pecuária é o abigeato, que
ver-comunidade?community_
sinal, a informação sobre o produtor é o tipo de crime que envolve furto id=11791260
detentor é apresentada. de animais, como animais de carga e
44 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Cortex
Framework em C++ para arquitetura orientada a serviços em desktop
Imagine uma caixa cheia de blocos de Diferentemente de um ambiente “ISynapse”, que especializa o “encai-
montar com os mais variados formatos, SOA tradicional, as sinapses são com- xe padrão” dos blocos de montagem.
tamanhos e cores, mas todos com o ponentes desenvolvidos em C++, na Os únicos métodos que devem fazer
mesmo padrão de encaixe. Com eles, forma de bibliotecas dinâmicas (shared parte da implementação são “start”
uma criança pode montar um carro, objects em Linux ou DLLs em Win- e “stop”. “ICortex” é a interface que
um robô, um animal de sua preferên- dows) baseadas no Qt SDK [2]. Até o permite a “descoberta de serviços” e
cia ou o que a sua imaginação puder momento, o Cortex já foi compilado seu respectivo consumo.
conceber! Os blocos podem ser rear- com sucesso em GNU/Linux (Ubuntu Acompanha o framework um apli-
ranjados e reutilizados a seu bel-prazer. 9.04 a 10.10), Windows (2000, XP, Vista cativo (uma composição de sinapses)
Eis a ideia por trás do Cortex, o que e 7), Mac OS X e Maemo. chamado “Gerador de Sinapses”. Para
confere extremo poder e flexibilidade O Cortex está vocacionado para facilitar ainda mais o desenvolvimento,
às aplicações desenvolvidas sobre ele. o desenvolvimento de aplicativos esse assistente guia o desenvolvedor
As origens do framework remontam desktop. Podemos dizer que ele ofere- na geração de toda a infraestrutura
ao ano de 2009, quando diversos projetos ce um ambiente “SOA para desktop necessária à criação de um novo ser-
dentro do Exército tinham a intenção de em C++”, o que, logicamente, não viço. Depois disso, basta preocupar-se
reutilizar “pedaços” de um aplicativo de impede que sinapses sejam desenvol- com a implementação da lógica de
Comando e Controle chamado “C2 em vidas para permitir uma interopera- negócio do serviço em si.
Combate”. A partir da abordagem inicial bilidade com web services, aliás já Para aprofundar-se nos conceitos,
de tornar esse aplicativo “plugável”, o existente em aplicativos do Exército. escrever um “Alô, Mundo!” e come-
conceito evoluiu para um arcabouço Na figura 1, temos exemplos de çar a desenvolver suas primeiras sinap-
de propósito geral. Em dezembro de dois aplicativos desenvolvidos sobre o ses, recomenda-se a leitura do tutorial
2010, a solução foi disponibilizada no framework: à esquerda, uma simples que acompanha o framework. A partir
Portal do Software Público Brasileiro [1]. calculadora composta por três sinapses, daí, construir novos aplicativos sobre o
Inspirado na filosofia da tão difun- cuja implementação faz parte do tuto- Cortex assemelha-se a encaixar blocos
dida arquitetura orientada a serviços rial que acompanha o framework [3]; à de montar. A imaginação é o limite! ■
(SOA, na sigla em inglês), o Cortex direita, um visualizador de terreno 3D,
foi concebido como um framework que integra as soluções de Comando e Software para: SOA
multiplataforma para desenvolvimen- Controle do Exército, consumindo web Está no Dezembro
to de aplicativos desktop, onde cada services de mapas no padrão WMS. Portal desde: de 2010
serviço desenvolvido recebe o nome O framework possui uma curva de Membros: 889 membros
de sinapse. Um aplicativo, portanto, aprendizado relativamente baixa, já que Prestadores
2 prestadores
nada mais é do que uma composição apenas duas interfaces precisam ser de de Serviços:
de sinapses trabalhando em conjunto conhecimento do desenvolvedor. Cada Ofertante: Exército Brasileiro
para oferecer recursos para o usuário. sinapse deve possuir uma interface,
Mais informações
[1] Portal do Software Público
Brasileiro: http://www.
softwarepublico.gov.br/
46 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Curupira i3Geo
Controle e gestão de impressão Geoprocessamento
em ambientes corporativos
Gnuteca
Gestão de bibliotecas
O Gnuteca é um sistema para au- funcionamento e comportamento do mumente utilizados nas bibliote-
tomação de todos os processos de sistema. Neles, configuramos desde cas, agilizando, assim, a inserção
uma biblioteca, que respeita os pa- as políticas de uso até o formato de dos dados e sua disponibilização
drões mais conhecidos e utilizados emissão de um recibo fiscal. para a pesquisa.
nas bibliotecas, como o MARC21 Na Circulação de Materiais, os Como último módulo temos a
(LOC - Library Of Congress) operadores praticarão qualquer ação Administração de Usuários, onde se-
sendo compatível também com o que envolva empréstimos e devo- rão criados os grupos de operadores
ISIS (Unesco). luções, assim como as verificações ou de usuários da biblioteca, e cada
Por ser um software livre e utilizar atreladas a estas ações, como multas, um será enquadrado em seus direitos
como base apenas outros softwares penalidades, reservas e outras. e políticas de uso, assim como em
livres, não há limite no número de O módulo de Busca possui diver- sua unidade de biblioteca.
estações de atendimento, ilhas para sos recursos. Vários tipos de pesquisa A solução Gnuteca, além de aten-
consulta ou acesso através da Internet. são disponibilizados pelo sistema, der a bibliotecas de qualquer porte
Não existem limites também para dentre eles: simples, avançada, de em sua plenitude, possui empresas
bibliotecas de múltiplas unidades. aquisições, periódicos, Google Book que prestam suporte com segurança
É dispensada a instalação de qual- e Z3950. Todas estas opções, assim e confiabilidade no atendimento, ga-
quer software na estação cliente além como os filtros, são totalmente con- rantindo a continuidade da solução. ■
de um navegador, já que se trata de figuráveis de acordo com o perfil do
um software de uso exclusivamente usuário ou operador logado. Cada Automação de
Software para:
web. Os requisitos mínimos para o perfil poderá personalizar suas op- Bibliotecas
servidor são: uma distribuição Li- ções de busca, adaptando o sistema Está no Portal
Março de 2011
nux, processador Pentium IV 2Ghz, para seu modo de uso. desde:
memória RAM 2 GB e disco 40 GB. A Catalogação no Gnuteca se- Membros: 2.219 membros
As funções do Gnuteca são divididas gue o padrão internacional Marc21 Prestadores
4 prestadores
em seis módulos, que são os seguintes: de forma simples e configurável. de Serviços:
➧ Administração As planilhas de catalogação estão Ofertante: Cooperativa Solis
➧ Configuração prontas para qualquer tipo de ma-
➧ Circulação de Materiais terial, porém o operador pode criar
➧ Busca e/ou editar planilhas de modo a Mais informações
➧ Catalogação alinhar o sistema à sua prática di- [1] Gnuteca: http://www.
➧ Administração de Usuários ária. É possível, por exemplo, criar softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
Os módulos de Administração e uma planilha para catalogação de id=30724784
Configuração são responsáveis pelo livros apenas com os campos co-
48 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Demoiselle
Framework de
desenvolvimento
de códigos Java
O Demoiselle Framework é uma A arquitetura de referência pro- mento, se aquela parcela de código
plataforma de desenvolvimento de posta pela versão 1 sugere uma apli- continua funcionando conforme
código aberto para construir apli- cação em três camadas baseada em esperado.
cativos em Java Enterprise Edition uma variação do padrão MVC (Mo- Por isso, o framework trabalha
(JEE). A plataforma foi desenvolvida del-View-Controller). A camada de com injeção de dependências, atri-
pelo Serviço Federal de Processa- persistência, que utiliza as recursos buindo instâncias à variáveis em
mento de Dados (Serpro). O pro- do módulo demoiselle-persistence, tempo de compilação. Isso facili-
grama foi criado para, inicialmente, fazia uso, a princípio, do Hiber- ta a criação de testes em cima das
padronizar o desenvolvimento de nate; mas a partir da versão 1.1 foi mesmas classes que serão utilizadas
aplicativos JEE e, posteriormente, disponibilizada uma extensão JPA, em produção, sem necessidade de
aumentar a produtividade dos pro- que permite escolher o framework alteração do código.
jetos nessa plataforma. de mapeamento objeto-relacional. Nesta versão, a injeção de depen-
Para a camada de visão, o De- dências é implementada com Aspec-
Objetivos moiselle faz uso de JSF. O módulo tJ, o compilador de Java orientado
A arquitetura do Demoiselle Fra- demoiselle-view estende a imple- a aspectos. Com o uso de anotações
mework foi projetada com foco na mentação JSF, de modo a facilitar (disponíveis desde a versão 5 do JDK)
manutenção de software corpora- o desenvolvimento. é possível indicar quais classes serão
tivo. A estrutura das bibliotecas A ideia é que o programador não atribuídas às variáveis-membro por
de classe foi criada para atingir os tenha trabalho com a persistência meio de convenção de nomes.
seguintes objetivos: ou com a interface do usuário e se
➧ Reduzir a necessidade de mu- concentre na camada central, que A versão 2
danças no aplicativo; são as regras de negócio. Esta é a A versão 2 do Framework foi imple-
➧ Permitir uma fácil substituição camada onde há grandes chances mentada de acordo com a especifica-
de componentes de terceiros; das mudanças ocorrerem em um ção JEE6 (JSR 316), tomando como
➧ Evitar a dependência de uma aplicativo corporativo. referência o servidor de aplicativo
implementação de software em par- Além de entregar várias abstra- JBoss 6. Seu objetivo é tornar o de-
ticular. ções das camadas que fazem a in- senvolvimento em Java mais fácil com
A flexibilidade na escolha de soft- terface do aplicativo com o usuário o uso das novas tecnologias introdu-
ware é algo de extrema importância, e recursos externos, o Demoiselle zidas (ou melhor, regulamentadas)
principalmente em empresas que têm Framework provê serviços de uso com JEE6.
dificuldades de reduzir o custo com frequente em sistemas de informa- Nesta versão, o núcleo do fra-
hardware, devido ao aprisionamento ção, como controle de transação, mework ficou menor. Todos os
causado por soluções legadas. armazenamento de mensagens e módulos foram removidos, deixan-
controle de segurança. do apenas o demoiselle-core como
A versão 1 A qualidade do desenvolvimento obrigatório. Os recursos que têm
A versão 1, atualmente em produção de software exige a criação de testes. uma frequência de uso maior, mas
no Serpro, é composta por cinco As camadas do aplicativo devem ser não absoluta, foram transportados
módulos, que são pacotes de classes testáveis de forma independente, pois para extensões, que podem ser aco-
e interfaces Java. não se pode esperar que o sistema pladas ao core. Isso deixa o core
Em sua arquitetura, todos os mó- esteja totalmente construído para simples e rápido, por ser compos-
dulos dependem do demoiselle- descobrir que algo não funciona. to apenas por interfaces e algumas
core. Essa versão tem como foco a O teste não somente garante que o implementações, tornando-o com-
construção de aplicativos web não recurso faça o que está previsto no pletamente genérico.
distribuídos, que utilizem bases de requisito do cliente, mas também As extensões, por outro lado, cons-
dados relacionais. serve para verificar, a qualquer mo- tituem-se de recursos adicionais e
Mais informações
[1] Comunidade Demoiselle:
http://www.softwarepublico.
gov.br/dotlrn/clubs/
demoiselle/
Figura 1: Interface de busca da Provinha Brasil
50 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
e-Nota / e-ISS
Nota fiscal eletrônica
Os sistemas e-Nota e e-ISS são sistemas Sua interface é acessada via nave- Futuro
informatizados para emissão de Nota gadores de Internet, como Firefox, O e-Nota tem como foco ser um
Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) Chrome e Internet Explorer. Como sistema com tecnologia cada vez
e substitui procedimentos manuais de são desenvolvidos em linguagem mais moderna. Atualmente, impera
declarações de Notas Fiscais, AIDF, Li- para web, são compatíveis com sis- em relação à evolução do projeto
vro Fiscal e Guia de Recolhimento de temas operacionais como Linux e a padronização total do sistema
Imposto. Visam como objetivo principal Windows, porém é necessário um quanto ao modelo disponibilizado
a modernização da Gestão Tributária de servidor web como o Apache. O pela ABRASF, tendo sido inclusive
Imposto Sobre Serviços (ISS/ISSQN). padrão adotado pelo projeto no seu lançada a sua versão 2.0 no dia 28
Eles foram desenvolvidos para auxiliar desenvolvimento foi um servidor de abril deste ano.
o fiscal de ISS da prefeitura municipal, Linux Kernel 2.6, com Apache 2, Quanto ao e-ISS o direciona-
bem como interagir com o contribuinte PHP 5 e MySQL 5 (LAMP). mento impera para a padronização
de ISS e o tomador de serviços. Além total das declarações de instituições
disso, conta com uma ferramenta de fácil Funcionamento de financeiras quanto ao modelo de
utilização para a gestão das informações ambos os sistemas Declaração Eletrônica de Serviços
pertinentes ao processo de ISS, gerando O funcionamento é simples, tanto de Instituições Financeiras (DES-
economia, praticidade e segurança tanto para utilização quanto para con- if), disponibilizado pela Associa-
para o gestor municipal quanto para a figuração. Em sua configuração ção Brasileira das Secretarias de
população em geral. inicial, deve-se indicar correta- Finanças das Capitais (ABRASF).
A Nota Fiscal de Serviços Eletrô- mente o servidor web ou de “vhost” Para ambos os projetos a adoção
nica (NFS-e) substitui a emissão de e é necessária a execução de um do framework de desenvolvimen-
nota fiscal de serviços em papel pela script em SQL, que cria valores to Zend Framework, junto com
de existência apenas eletrônica. A ideia definidos como default (padrão) a arquitetura de software MVC,
de digitalizá-la pode ser considerada para determinados campos. também estão em paralelo a evo-
como uma troca de paradigma: trans- Posteriormente, a prefeitura lução dos projetos. ■
ferindo as informações do papel para municipal define os valores de me-
o meio digital. tadados do sistema, que vão desde Notas Fiscais
Software para:
Já a Declaração Mensal de Serviços regras de negócios a simples for- Eletrônicas
dos prestadores de serviços do município mulários de cadastro de usuários.
Está no Portal
consiste na declaração das notas fiscais Setembro de 2010
desde:
de serviços, não eletrônicas, emitidas Experiências
durante um período. Porém o objeti- Até a presente data, e que seja do Membros: 3.014 membros
vo é agilizar e otimizar o processo das conhecimento do mantenedor da Prestadores
19 prestadores
declarações através de uma aplicação comunidade, o sistema e-Nota foi de Serviços:
web, utilizando a Internet como meio implementado em três municí- Empresa Portal
de comunicação. pios: Feliz/RS, Osório/RS e Nova Ofertante:
Público
Através desta informatização e mo- Hartz/RS; e está em processo de
dernização da gestão tributária muni- implementação no município de
cipal, ambos os sistemas aumentam a Dom Eliseu/PA. Mais informações
eficiência dos processos internos, me- É válido mencionar que, nos mu- [1] Comunidade e-Nota: http://
lhorando, por conseguinte, a relação nicípios de Feliz/RS e Nova Hartz/ www.softwarepublico.gov.br/
contribuinte-fisco. RS, o e-Nota foi implementado ver-comunidade?community_
com integração a sistemas proprie- id=24188584
Tecnologia tários, através de web services. Já [2] Comunidade e-ISS: http://
www.softwarepublico.gov.br/
Ambos os softwares são desenvolvidos no município de Osório/RS, esta
ver-comunidade?community_
em linguagem PHP 5, com infor- integração aconteceu com o siste-
id=22297303
mações armazenadas em MySQL. ma de gestão municipal e-Cidade.
EdiTom
Muito além de um
editor de partituras
O maestro Heitor Villa-Lobos dizia: De acordo com os Parâmetros O que já estamos presenciando são
“Com música e as crianças eu viro Curriculares Nacionais/Arte: profissionais de outras áreas, músicos
este país pelo avesso”. “A música sempre esteve asso- práticos ou “simpatizantes”, assumindo
A prática musical aciona os dois ciada às tradições e às culturas de a disciplina de música, visto que, de
hemisférios do cérebro, potenciali- cada época. Atualmente, o desen- acordo com a lei, não será obrigatório
zando a capacidade de raciocínio e volvimento tecnológico aplicado o preenchimento do cargo apenas por
tornando os indivíduos mais inteli- às comunicações vem modificando profissionais licenciados.
gentes. A música é uma prática so- consideravelmente as referências Faltam também recursos e ma-
cial, produzida e vivida por grande musicais das sociedades pela pos- teriais didáticos específicos que
parte das pessoas, constituindo ins- sibilidade de uma escuta simultâ- possam auxiliar o trabalho desses
tância privilegiada de socialização, nea de toda produção mundial por educadores musicais, além de pro-
na qual é possível exercitar as capa- meio de discos, fitas, rádio, televi- gramas de capacitação continuada
cidades de criar, apreciar, executar, são, computador, jogos eletrônicos, nesta área. É ai que entra o EdiTom.
comunicar e reconhecer o outro. cinema, publicidade, etc. A PPV Informática desenvolveu
Estudos e pesquisas mostram que Qualquer proposta de ensino uma série de soluções para o de-
a aprendizagem musical contribui que considere essa diversidade safio de incluir musicalmente os
para o desenvolvimento integral dos precisa abrir espaço para o aluno 30 milhões de alunos do ensino
indivíduos, principalmente para a trazer música para a sala de aula” fundamental e médio. A primeira
construção de valores pessoais e so- (1997, p.53). solução, e talvez a mais importante,
ciais de crianças, jovens e adultos. foi o Editor TomPlay, hoje chama-
Embora seja uma área de conhe- Legislação do de EdiTom, que está no SPB.
cimento independente, a educação É oportuno salientar que, de acor- A inclusão musical certamente
musical está conectada ao mundo do com a Lei 11.769/2008, torna-se não consegue suprir a necessidade
e estabelece relações com as mais obrigatório, a partir de 2011, o ensino das tradicionais práticas pedagógicas
variadas formas de conhecimento, de música como disciplina regular e nem pretende, por si só, preen-
em seus aspectos objetivos e subje- nas instituições de educação básica cher a necessidade de capacitação
tivos. Ela se relaciona com a física, de todo o país. dos educadores. Contudo, ela é um
a matemática, as ciências sociais Todas as instituições deverão se passo inicial para todo o processo
e é uma linguagem carregada de adequar à nova lei, reorganizando de transformação e evolução que
conceitos e signos próprios. seu corpo docente de forma a aten- pressupõe a implementação do en-
No contexto escolar, a educação der à nova demanda. Sabemos, no sino de música nas séries de ensino
musical não visa a formação do entanto, que existe uma grande ca- fundamental e médio das escolas
músico profissional, mas o acesso rência de profissionais habilitados brasileiras. Por isso, entendemos
à compreensão da diversidade de para atuarem como professores de que a inclusão musical antecede e
práticas e manifestações musicais da música em diversas regiões deste facilita os processos complementa-
nossa cultura, bem como de outras. imenso país. res da educação musical.
52 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis
oníveis no Portal do Software Público | CAPA
ERP5Br
ERP Livre
54 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Baseado na web outro aplicativo especializado e todos cussão. Através da comunidade, você
Para usar e configurar o ERP5 Br, basta os dados do seu negócio estarão em um pode tanto obter ajuda de usuários
abrir o seu navegador web. O desenvol- local acessível através da mesma inter- mais experientes como saber das últi-
vimento do sistema facilita a integração face com o usuário. Através do Confi- mas evoluções do ERP5 Br. Seja mais
de processos tratados por equipes distri- gurador ERP5, as empresas podem se um membro ativo dela, participando
buídas de programadores e consultores. beneficiar da sua rápida configuração, dos fóruns de discussão, enviando suas
Todas as tarefas de configuração, design a qual antes só era possível através da dúvidas e sugestões, provendo melhorias
de fluxos de trabalho, criação de scripts versão hospedada, denominada como no sistema e relatando suas experiências
em Python e gestão de categorias podem TioLive. Desta forma, pode-se escolher com a solução. ■
ser realizadas online. Para os desenvol- entre manter o sistema localmente ou Software para: Gestão ERP
vedores, o ERP5 Br permite que você na nuvem, sem necessidade de alterar
Está no Portal
interaja diretamente com um sistema o mesmo e com total portabilidade de desde:
Dezembro de 2010
de controle de versão (svn ou git), sem dados. Assim, é possível iniciar com uma
Membros: 4.683 membros
precisar utilizar comandos específicos instalação hospedada e depois migrar
Prestadores
em linha de comando, quer dizer, do para uma local, ou vice-versa, o que 5 prestadores
de Serviços:
ERP5 Br diretamente para o repositório permite ao sistema crescer junto com
Instituto Federal
com um clique. a sua organização.
Fluminense –
Ofertante:
IFF e Empresa
Configurador Comunidade Privada Nexedi
O ERP5 Br pode acompanhar o cres- A comunidade ERP5 Br foi lançada
cimento da organização, provendo os oficialmente em dezembro de 2010, Mais informações
recursos que a maior parte das pequenas já conta com cerca de 5.000 usuários [1] Comunidade ERP5Br: http://
empresas precisam de uma maneira e vários destes já instalaram e estão www.softwarepublico.gov.br/
simples, escalonável e integrada. Não empregando o sistema, como se pode ver-comunidade?community_
id=23731755
existe a necessidade de usar qualquer acompanhar através das listas de dis-
A solução Fila – Sistema de Aten- Cada categoria de atendimento de tempos máximo, mínimo e mé-
dimento, proporciona os recursos pode ser associada a um grupo de dio de espera, de atendimento e de
tecnológicos necessários a um guichês, e cada um destes pode ser ociosidade por categoria e guichê.
atendimento presencial confor- vinculado a mais de uma delas. PÉ A licença do Fila – Sistema de
tável, rápido e eficaz para qual- possível garantir, por exemplo, que o Atendimento é GPL e a sua insta-
quer perfil de organização: pública atendimento a clientes preferenciais lação e operação requerem exclusi-
ou privada. seja direcionado exclusivamente a vamente softwares livres. Todos os
Com a solução, é possível mo- guichês com acessibilidade adequada. softwares que compõem a solução
nitorar e gerenciar o atendimento O Fila permite a supervisão da são distribuídos com licenças FOSS
para garantir a sua excelência e produtividade e da excelência ao (Free e Open Source Software).
mantê-lo em conformidade com atendimento através de indicado-
as legislações aplicáveis. A solu- res em tempo real e de relatórios A emissão das senhas
ção propicia agilidade, efetividade, gerenciais ilustrados com gráficos. A senha é solicitada pelo usuário
pontualidade e padronização do Trata-se de uma solução completa através de uma interface simples e
atendimento presencial. e integrada que permite gerenciar intuitiva. Ao apertar o botão capaci-
O software suporta múltiplas ca- todo o processo de atendimento tivo (similar ao usado em elevadores
tegorias de atendimento e permite ao usuário. comerciais) correspondente à cate-
que sejam estabelecidas prioridades Os gestores, supervisores e aten- goria de atendimento desejada, a
e limites de tempos de espera e de dentes dispõe de informações atua- senha é emitida, através do módulo
atendimento diferenciados, confor- lizadas em tempo real, referentes à impressor térmico, com indicações
me cada categoria. situação atual das filas em termos do local, categoria, data e hora.
Sistema de
Software para:
Atendimento
Está no Portal
Junho de 2009
desde:
Membros: 4.212 membros
Prestadores
45 prestadores
de Serviços:
Ofertante: Empresa Oktiva
Mais informações
[1] Comunidade Fila – Sistema
de Atendimento: http://www.
softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
id=11809545
Figura 2: Projeto Praça do Povo, utilizado pela Prefeitura municipal de Fortaleza.
56 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
58 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Xemelê
Gerenciador de portais
GSAN
Sistema de gestão de
serviços de saneamento
GSAN
O Ministério das Cidades, por meio do
Programa de Modernização do Setor
de Saneamento (PMSS), em parceria Figura 1: Interface web do GSAN.
com o Programa de Desenvolvimento
das Nações Unidas (PNUD), licitou Tecnologias agrupando ou detalhando informações,
em agosto de 2006 o desenvolvimen- O GSAN funciona completamente no além de gerar gráficos e exportar os da-
to e a implantação de um Sistema de ambiente web e possui módulos que dos para planilhas eletrônicas.
Gestão Comercial para Empresas de permitem seu uso no celular, utilizando
Saneamento. A ferramenta tem o ob- tecnologias open-source, em evidência Características
jetivo de dotar as prestadoras de servi- no mercado e estando de acordo com as O sistema foi dividido nos módulos que
ço de abastecimento de água e coleta políticas do Governo Federal Brasileiro se integram e compartilham informa-
de esgoto com um software moderno, na adoção de software livre. ções de diversas áreas:
capaz de atender as necessidades de in- As tecnologias JAVA, JSP, HTML, No módulo de Cadastro, é possível
formação e apoio à tomada de decisão. CSS, Hibernate, Struts e EJB, integradas criar as entidades de cliente (pessoa fí-
A empresa vencedora da licitação ao servidor aplicação JBOSS, trabalhadas sica ou jurídica) e imóvel.
internacional foi o Instituto de Plane- através de um processo de desenvolvi- O módulo de Micromedição manu-
jamento e Apoio ao Desenvolvimento mento de software que utiliza a notação seia tabelas parametrizadas que definem,
Tecnológico e Científico (IPAD), que Unified Model Language (UML), é a para cada anormalidade de leitura, os
possui um quadro de consultores espe- base tecnológica do sistema, juntamen- procedimentos a serem adotados para o
cializados no negócio de saneamento te com o banco de dados, PostgreSQL, cálculo do consumo e a determinação
e nas metodologias e tecnologias mais que garante o devido armazenamento da leitura de faturamento.
modernas para o desenvolvimento de das informações. Entretanto, o sistema No módulo de Faturamento, a im-
sistemas de informação. funciona também em outros SGBDs, pressão da conta no ato da leitura foi
Denominado GSAN – Sistema In- como ORACLE e SQL Server. projetada para estar totalmente inte-
tegrado de Gestão de Serviços de Sa- Os relatórios implementados utilizam grada ao GSAN.
neamento, o software teve seu escopo a tecnologia JasperRepots, que permite O módulo de Cobrança foi concebi-
voltado inicialmente para atender três a geração em vários formatos, como do para que as ações de cobrança sejam
empresas estaduais de saneamento: PDF, RTF, XLS e HTML, e possibilita acompanhadas durante todo o seu ciclo.
Companhia Pernambucana de Sane- o armazenamento e a disponibilização No módulo de Arrecadação todos os
amento (COMPESA), Companhia de forma simples. Assim, o usuário pode recebimentos e devoluções inerentes à
de Água e Esgotos do Rio Grande do gerar um relatório e enviá-lo por e-mail atividade comercial são processados,
Norte (CAERN) e Companhia de anexando o arquivo PDF. bem como as deduções realizadas pelos
Água e Esgotos de Roraima (CAER), Para consultas e relatórios gerenciais, agentes arrecadadores (tarifas, CPMF,
sendo implementado com êxito. Atu- o sistema incorporou a tecnologia de cheques devolvidos etc.), facilitando o
almente o sistema está em fase de BI - Business Intelligence, denominada processo de conciliação bancária.
implementação na quarta empresa On Line Analytical Processing (OLAP), O módulo de Atendimento ao Público
estadual, a Companhia de Águas e onde o usuário pode visualizar o mesmo realiza o registro, acompanhamento e
Esgotos do Maranhão (CAEMA). relatório de forma analítica ou sintética, o controle das solicitações e reclama-
60 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
ções, tanto do público externo quanto Benefícios tiverem seguindo os padrões de arqui-
interno (diversas unidades da empresa). Entre os principais benefícios do tetura do sistema, através da utilização
O módulo de Segurança foi proje- GSAN está a redução de custo com do mecanismo de código fonte único,
tado para assegurar que todas as ope- licença de software, já que o sistema que diminui o custo de manutenção.
rações realizadas pelo usuário sejam utiliza apenas tecnologias livres, onde A intuitividade da interface, aliada
gravadas em um log que possibilita a não é necessário pagar royalties. à usabilidade, facilita o entendimento
realização de auditorias e identificação Por funcionar totalmente online, rápido do sistema, agilizando o pro-
de irregularidades. basta apenas um navegador instala- cesso de aprendizado. ■
O módulo Gerencial consolida as do no computador. Com isso, não
informações necessárias para o tomador é necessário possuir estações de tra- Saneamento
Software para:
de decisão, e tem como característica balho com grandes capacidades de e Esgoto
a integração com os demais módulos processamento. O GSAN funciona Está no Portal
Agosto de 2007
do GSAN, facilitando o agrupamento nos ambientes Windows e Linux e desde:
das informações e a disponibilização essa vantagem também se aplica na Membros: 2.738 membros
das mesmas. parte dos servidores. Prestadores
67 prestadores
Por fim, a característica integradora Projetado inicialmente para 3 em- de Serviços:
do GSAN oferece mecanismos que presas de saneamento, sua arquitetura Ministério das
Ofertante:
facilitam a troca de informações com possibilita a fácil adaptação a outras Cidades
outros sistemas, como ERPs. Por essa empresas, seja de pequeno, médio
razão, todos os lançamentos contábeis ou grande porte, pois as regras de
referentes à área comercial são gerados negócio estão em camadas isoladas Mais informações
automaticamente pelo GSAN, direta- e totalmente parametrizadas. [1] Comunidade GSAN: http://
mente no sistema de contabilidade ou Caso uma empresa solicite uma www.softwarepublico.gov.br/
ver-comunidade?community_
através de meio magnético, os quais nova funcionalidade ou relatório, as id=1593449
estão respaldados por relatórios. demais podem ser beneficiadas se es-
InVesalius
Imagens médicas
62 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
matrizes; e, por fim, a interface gráfi- Linux Educacional este sistema operacional sem afetar
ca, que foi construída com wxPython. o seu computador.
Como paradigma de programação, Distribuição Linux A versão 4.0 apresenta três opções
empregou-se a orientação a objetos. de uso de acordo com as necessida-
A linguagem Python teve papel fun- des das escolas. São elas:
damental na construção do software ➧ Pessoal : a instalação é destinada
por ser uma linguagem que permite para máquinas de uso pessoal.
um desenvolvimento acelerado. Todas ➧ Desktop : destina-se para as es-
as bibliotecas usadas são compatíveis colas com equipamentos individuais.
com a licença GNU – GPL 2.0. ➧ Multiterminal : destina-se para
O InVesalius é um software que as escolas com equipamentos mul-
pode ser internacionalizado pelo uso titerminais.
da ferramenta GNU Gettext. E, graças
à ferramenta transifex, foi possível dis- Diferenciais
ponibilizar o software em sete idiomas. O Linux Educacional é uma solu- Pelo fato de os conteúdos educacio-
Isso facilita a distribuição do software ção de software que colabora para nais ocuparem um grande espaço em
em vários países, posto que nem todos o atendimento dos propósitos do disco, é impossível distribuí-los no
falam inglês, idioma padrão da inter- ProInfo, Programa Nacional de In- DVD de instalação, sendo possível
face do InVesalius. Este foi escolhido formática na Educação, que é um baixá-los após a instalação do siste-
pela facilidade de encontrar traduto- programa de formação voltada para ma, através do repositório Debian do
res para outros idiomas e desenvolve- o uso didático-pedagógico das Tec- MEC, o que não ocorre com a versão
dores, pois o código fonte também é nologias da Informação e Comuni- OEM que acompanha as máquinas
escrito nessa língua. O InVesalius é cação (TIC) no cotidiano escolar, do ProInfo; neste caso os conteúdos
multiplataforma (Linux, Mac Os X articulado à distribuição dos equi- já encontram-se pré-instalados:
e Windows), contando com versões pamentos tecnológicos nas escolas ➧ Mais de 100 horas de Vídeos da
para 32 bits e 64 bits. e à oferta de conteúdos e recursos TV Escola;
Uma grande contribuição que o multimídia e digitais oferecidos pelo ➧ Amplo acervo de textos em do-
software está recebendo é um módu- Portal do Professor, pela TV Escola mínio público [2];
lo de neuronavegação. Essa técnica e DVD Escola, pelo Domínio Pú- ➧ Objetos educacionais de apoio
permitirá mostrar nas imagens exibi- blico e pelo Banco Internacional de ao professor e o aluno. ■
das pelo InVesalius onde se encontra Objetos Educacionais.
a ponta de um instrumento cirúrgico A distribuição é desenvolvida pela Software para: Educação
ou algo similar. Também será possível Secretaria de Educação a Distância Está no Portal
Junho de 2009
utilizar diferentes tipos de rastreadores do Ministério da Educação (MEC) desde:
(equipamentos que mostram a loca- O Linux Educacional se en- Membros: 4.124 membros
lização espacial do instrumental). ■ contra na versão 4.0 e utiliza o
ambiente gráfico KDE. Esta nova Prestadores
74 prestadores
Software para: Saúde e Medicina de Serviços:
versão do Linux Educacional está
Está no Portal baseada no Kubuntu 10.04 e traz Ministério da
Maio de 2007 Ofertante:
desde: Educação - MEC
mudanças na interface do sistema,
Membros: 4.786 membros tornando-a mais simples e atrativa.
Prestadores Ela traz também aplicativos educa- Mais informações
43 prestadores
de Serviços: cionais personalizados, ferramentas [1] Comunidade Linux
Centro de de acesso e busca dos conteúdos Educacional: http://www.
Ofertante: softwarepublico.gov.br/
Pesquisa CTI educacionais, um repositório De- ver-comunidade?community_
bian de conteúdos educacionais id=11809207
Mais informações mantido pelo MEC e ferramentas
[2] Domínio público: http://www.
[1] Comunidade de produtividade. dominiopublico.gov.br/
InVesalius: http://www. O usuário pode testar o Linux
softwarepublico.gov.br/ [3] Objetos educacionais: http://
Educacional sem precisar instalar objetoseducacionais2.
ver-comunidade?community_ no computador, o que é importante,
id=626732 mec.gov.br/
pois o novo usuário pode conhecer
Jaguar
Framework para desenvolvimento Java
O Jaguar é um framework para o todas as camadas, com uso do pa- tas que dispensam manipulações
desenvolvimento de projetos em drão Java EE 6 CDI (Context De- JSF complexas.
Java EE que traz uma arquitetura pendency Injection) via JBoss Weld, ➧ Web 2.0 com CSS padrão, Ja-
de software de alto nível, reutilizá- incluindo generalizações comple- vascript e Ajax otimizados: arqui-
vel e extensível, baseada na inte- tas e comprovadas para CRUDS tetura de CSS com padrão Theme
gração de dezenas de frameworks (Create, Retrieve, Update, Delete e Roller e recursos para troca de in-
de base (open source), líderes em Search & Select) complexos (Sim- terface dinâmica pelo usuário. Bi-
seus segmentos e aplicando gene- ples, Mestre-N Detalhe, Mestre, N bliotecas Javascript organizadas de
ralizações de orientação a objetos Detalhes, Sub-Detalhe etc.) dentre forma modular e otimizadas para
em uma arquitetura MVC2 ( Mo- outros padrões de alto nível. donwload de máximo desempenho
del View Controler 2). O resulta- ➧ Convenção sobre configuração em produção. Uso de Ajax exten-
do é uma solução com alto nível avançada: eliminação da necessidade sivo para melhorar a usabilidade
de abstração e pouco código Java de metadados (exemplo: faces-con- entre navegadores, com facilidade
que utiliza recursos como IoC, fig.xml ou package-info annotations) para “link permanente” (RESTful
DI e AOP, de forma natural e para navegações e padrões, respec- URLs). Homologado para Chrome,
padronizada. Em uma arquitetu- tivamente. O uso opcional de ano- IE, Firefox, Safari e Opera.
ra SOA (arquitetura orientada a tações pode ser feito em classes de ➧ JSF 2.0 com Facelets avançado:
serviços), o Jaguar atua no core ManagedBean (Action). É possível organização avançada de layouts
development, apoiando a produção obter uma solução CRUD final em com disponibilização de múltiplos
de rotinas de negócio em Java EE arquitetura MVC2-P com apenas um templates Facelets totalmente ge-
6 e a exposição de serviços via pa- artefato XHTML, uma entidade e néricos, com segmentação refina-
drões JAX-RS (REST) e JAX-WS uma classe simples de MB. da de layouts. Oferece ainda fácil
(SOAP) ou EJB3 (RMI/IIOP ou ➧ Controle de versão, modulari- customização e recurso para troca
JMS). Ele pode ser utilizado de zação e reuso: geração de projetos dinâmica por usuários finais.
modo integrado em quaisquer ar- simples (um aplicativo = um projeto ➧ Validação de entrada via pa-
quiteturas disponíveis que sigam Eclipse) e modulares (um aplicati- drão Bean Validation (BV): ano-
os padrões de mercado na área. vo = um projeto Eclipse principal tações próprias para CNPJ, CPF
O Jaguar produz aplicativos Java e outros reutilizáveis de negócio), e outras validações típicas via pa-
EE 6 Complient, incluindo interfa- com configuração Maven sincro- drão Java EE 6 Bean Validator com
ces web 2.0 com alta usabilidade e nizada com IDE automaticamente Hibernate Validator.
aderente aos padrões de mercado. via M2Eclipse. ➧ Arquitetura REST Pronta-para-
É ainda importante ressaltar que, ➧ DAO ultra-simples: padrões Uso com Java EE 6 JAX-RS: ob-
propositalmente, ele ainda não está simplificados para DAO genérico, tenção de serviços REST de modo
utilizando as APIs Servlet 3.0. Des- utilizando a técnica de Dynamic automático para todos os CRUDS
sa forma, os projetos desenvolvidos Finders popularizada pelo Goo- produzidos, através de rotinas dis-
nele ainda podem ser liberados para gle Guice [1] . Eles dispensam ponibilizadas genericamente sem
produção em conteineres no padrão codificação para serviços de QBE esforço de codificação. Tudo via pa-
Java EE 5, como o Tomcat 6.x, bem complexos. Na nova versão, utiliza drão JAX-RS com JBoss RESTEasy.
como em versões mais atuais. entidades (POJOs), às vezes com ➧ Padrão de nomenclatura interna-
Voltado para aplicativos de mis- transientes, para transportar argu- cional: nomes das principais classes,
são crítica robustas e escalonáveis, mentos de queries. métodos e metadados (anotações)
o Jaguar incorpora dezenas de no- ➧ ManagedBean e Repository: em inglês, para viabilizar projetos
vos diferenciais para arquiteturas de nova organização para ManagedBe- mundiais com equipes internacionais.
software Java EE 6 Web 2.0, como, an (Action) e Repository (Manager) ➧ Arquitetura de extensão para
por exemplo: genéricos e extensíveis, provendo customizações avançadas: para criar
➧ O IoC/DI simplificado via pa- maior coesão e legibilidade. Os novos padrões genéricos, engloban-
drão CDI: arquitetura de IoC, DI ManagedBeans foram simplificados do implementações OO em várias
e gerenciamento de contexto em graças a generalizações comple- camadas (MVC-P) e geradores de
64 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
66 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
68 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
OASIS
Gestão de projetos,
demandas e serviços
Pandorga
Gestão de
ensino infantil
70 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
Redeca
Sistema integrado de informações sobre crianças e adolescentes
O REDECA tem por objetivo contribuir na ferramenta. Além disso, divulga a A integração das informações em
para a criação de uma rede única, em importância da convergência de ações rede se dá de forma gradual, depen-
tempo real, de registro dos atendimentos para novas soluções tecnológicas em dendo do nível de complexidade dos
realizados à criança, ao adolescente e prol de políticas mais consistentes, municípios. Vale lembrar que, junto
à família. A ideia é unificar e informa- uma vez que, para garantir a proteção à instalação do sistema, é importante
tizar o cadastro de diversas entidades integral da criança e do adolescente a mobilização e integração dos atores
governamentais e não-governamentais, numa localidade, é preciso ter uma do Sistema de Garantia dos Direitos
integrando com outros sistemas muni- visão multissetorial e intersecretarias. da Criança e do Adolescente (SG-
cipais, estaduais e da união. O software foi desenhado em DCA). É isto o que vem ocorrendo,
Dentro do projeto “Redes de Aten- PHP, utilizando o framework Zend por exemplo, em Várzea Paulista, por
ção à Criança e ao Adolescente”, a e MySQL, para ser um módulo bási- meio do projeto “Entrando na Rede”,
Fundação Telefônica, junto a oito co, flexível, que permite novos apor- que envolve a articulação dos atores
municípios do Estado de São Paulo, tes para atender as especificidades do sistema de garantia dos direitos
desenvolveu o REDECA – Sistema de de cada município. Para utilizar o paralelamente à implementação
Informação das Redes com referência REDECA, uma cidade com até 100 do REDECA.
no ECA (Estatuto da Criança e do Ado- mil habitantes, por exemplo, preci- Através da utilização do software,
lescente). O sistema tem como objetivo sa de acesso à banda larga e de um algumas prefeituras alcançaram re-
facilitar o atendimento e melhorar a servidor local com 1Gb RAM ECC, sultados bastante surpreendentes
gestão das políticas públicas voltadas Xeon ou Opteron, com dois ou qua- como aqueles já apresentados pelo
à infância e à juventude, funcionando tro núcleos e 2 HDs SAS (73Gb ou “Entrando na Rede”, estão: aumen-
como uma tecnologia de apoio para maior) em RAID 1 e mínimo de 2Ghz to de 885% no ingresso de recursos
fortalecer essas redes locais. de clock real. Instalada esta estrutura pelo Fundo Municipal da Criança
Com o REDECA, é possível traba- em um servidor local ou contratada e do Adolescente; cadastro de 100%
lhar com a disponibilização de infor- externamente, todas as organizações das entidades que trabalham com
mações dos atendimentos em rede, ligadas à rede de defesa dos direitos da atenção à criança e ao adolescente
possibilitando uma maior agilidade na criança podem utilizar o programa a no respectivo conselho municipal;
troca de dados entre entidades para a partir de seus computadores regulares. instituição do Programa de Erradi-
proteção integral da criança e do ado- O REDECA funciona nos sistemas cação do Trabalho Infantil, com di-
lescente. Desta forma, agiliza-se, por operacionais Windows e Linux e com minuição significativa da incidência
exemplo, a elaboração de relatórios para os navegadores Firefox e Internet Ex- do problema, de 88 casos em 2005
o Conselho Municipal dos Direitos da plorer. A fundação oferece, ainda, à para nenhum novo caso em 2010. ■
Criança e do Adolescente (CMDCA). sociedade um serviço de suporte téc-
O sistema já se encontra para down- nico gratuito para a implementação,
Software para: Redes Sociais
load no Portal do Software Público que é feito pela S2it Solutions LTDA.
Está no Portal
Brasileiro, onde conta com a comu- Janeiro de 2010
desde:
nidade do REDECA, composta por Integração na prática
Membros: 744 membros
mais de 700 membros participantes, Alguns municípios brasileiros, em
oriundos de órgãos municipais, esta- especial no Estado de São Paulo, Prestadores
7 prestadores
de Serviços:
duais, ministérios, agências nacionais, já estão implementando a rede ele-
institutos, fundações e empresas, câ- trônica. Atualmente, a Fundação Fundação
Ofertante:
Telefônica
maras de vereadores, sindicatos, unida- Telefônica financia projetos de redes
des de ensino, ONGs, dentre outros. e acompanha a implementação do
REDECA em oito cidades: Várzea
Convergência de ações Paulista, São Carlos, Bebedouro,
Mais informações
Com o REDECA, a Fundação Tele- Guarujá, Assis, Araçatuba, São Vicen- [1] Comunidade Redeca: http://
www.softwarepublico.gov.br/
fônica promove o conceito de software te e Porto Feliz. A Fundação também ver-comunidade?community_
livre, por meio do incentivo à colabo- oferece assistência à implementação id=18016032
ração entre os diferentes interessados em municípios interessados.
72 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
74 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis
sponíveis no Portal do Software Público | CAPA
OpenACS
Framework de
desenvolvimento web
Sagui Sisau-Saci-Contra
Gestão de informações Gerenciamento e atendimento
76 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis
veis no Portal do Software Público | CAPA
Criado pelo Fundo Nacional de Desen- tipo de demanda, medida que confere O SGF (Sistema de Gestão
volvimento para a Educação (FNDE) em agilidade às mudanças de processos. de Frotas) foi desenvolvido
2006, o Sistema de Gestão de Demandas Outra novidade para a comunidade com o objetivo de otimizar o
foi desenvolvido como software livre e é que a Secretaria de Estado de Plane- controle da frota municipal
está disponível no Portal do Software jamento e Orçamento do Governo do em todos os órgãos da admi-
Público Brasileiro desde 2007. Desde Distrito Federal está estudando a im- nistração pública através de
então, a comunidade SGD é uma das plementação do SGD para gerenciar um ambiente único baseado
mais acessadas e a segunda maior co- as suas próprias demandas, segundo o em software livre.
munidade do portal. que foi informado por Rogério de Souza O sistema foi elaborado vi-
Após a sua publicação no portal, o Leitão, Coordenador Geral do Programa sando transparência, agilidade
sistema tem ganhado maturidade no de- de Modernização da Gestão Pública. no acesso às informações, di-
correr destes quatro anos de existência e minuição dos gastos públicos
fez surgir a necessidade de uma evolução Conclusão e a construção de uma alter-
do seu código. A comunidade colaborou O SGD foi desenvolvido dentro da fi- nativa ecologicamente viável
com muitas dicas sobre onde era preciso losofia de software livre para atender as ao uso de papel.
melhorar, quais eram os pontos fracos, necessidades da TI, transformando as
fazendo com que o FNDE decidisse de- demandas internas em projetos que são Objetivos específicos
senvolver a versão 2.0 do sistema. controlados pelo escritório de projetos, ➧ Sistematizar e controlar
Segundo Pollyanna Mendes, gerente melhorando conseqüentemente a quali- todo o processo de abastecimen-
do projeto SGD 2.0 no FNDE, o “sis- dade do atendimento do serviço público. to, utilização da frota, veículos
tema vai aproximar ainda mais as áreas Contudo, por sua flexibilidade, a ferra- nas oficinas e abastecimento
demandantes com a área demandada, menta pode ser utilizada por qualquer de combustível;
tornando o processo mais flexível e trans- área, órgão público ou empresa privada ➧ Reduzir o consumo de papel;
parente para o usuário e contribuindo que deseje o efetivo controle de suas de- ➧ Reduzir os atrasos no res-
para uma melhor gestão das demandas”. mandas. O sistema, apesar de empregar gate das informações.
A nova versão está sendo desenvolvida em técnicas voltadas a orientação de objetos,
linguagem PHP 5.2, utilizando o Zend adoção de linguagem de programação Gestão de
Framework. Após a implementação no livre e a arquitetura do sistema estrutura- Software para:
Frotas
FNDE, a versão 2.0 será disponibilizada da em três camadas, tem a preocupação
Está no Portal Dezembro
para a comunidade SGD no Portal do de adotar padrões abertos, bem como desde: de 2010
Software Público. a aderência com a política de software
livre do governo federal. ■ 3.089
Membros:
Características membros
Entre os principais avanços é possível citar: Software para: Gestão de demandas Prestadores
5 prestadores
➧ Acessibilidade e usabilidade: to- Está no Portal
de Serviços:
talmente refeito, o sistema apresentará Abril de 2007
desde: Prefeitura de
um layout limpo, de fácil navegação Ofertante:
Fortaleza – CE
Membros: 11.650 membros
e totalmente aderente aos padrões
Prêmio Ceará
determinados pelo e-GOV. Prestadores Prêmios:
67 prestadores Cidadania
➧ Transparência: o gestor pode de Serviços:
acompanhar sua demanda, que é Ofertante: FNDE
atualizada em tempo real. Ele tem Mais informações
acesso ao histórico do atendimento da
[1] Comunidade
demanda, aos documentos gerados e Mais informações SGF: http://www.
também contato direto com o grupo [1] Comunidade Sistema de Gestão softwarepublico.
de atendimento responsável por ela. de Demandas: http://www. gov.br/ver-
softwarepublico.gov.br/ver- comunidade?community_
➧ Flexibilidade: o sistema poderá inter- comunidade?community_id=51261 id=23369799
pretar fluxos de atendimento de qualquer
SNEP PBX IP
O Asterisk 100% brasileiro
78 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
SPED
Sistema de Protocolo
Eletrônico de Documentos
80 www.linuxmagazine.com.br
Soluções disponíveis no Portal do Software Público | CAPA
http://www.softwarepublico.gov.br/
82 www.linuxmagazine.com.br