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Universidade Federal do Piauí

Departamento de Estruturas
Concreto II – Especialização em Estruturas
Profa. Eunice Silva Santos

AÇÕES HORIZONTAIS SOBRE EDIFICAÇÕES


DE MÚLTIPLOS PAVIMENTOS
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Departamento de Estruturas
Concreto II – Especialização em Estruturas
Profa. Eunice Silva Santos

AÇÃO DO VENTO NAS ESTRUTURAS

• Introdução
• Conceitos e definições
• Velocidade do Vento
• Força de arrasto
• Exemplo de cálculo
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Considerações Iniciais

• Para engenharia, o vento não é um problema em construções baixas e pesadas com


paredes grossas, porém em estruturas esbeltas, pontes, coberturas, galpões, dentre
outras, passa a ser uma das ações mais importantes a determinar no projeto de
estruturas.
• As considerações para determinação das forças devidas ao vento são regidas e
calculadas de acordo com a NBR 6123/1988 “Forças devidas ao vento em
edificações”.
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Introdução

• O vento pode ser considerado como o ar em movimento.


• O vento tem caráter aleatório na intensidade, duração e direção.
• Resulta do deslocamento de massas de ar, derivado dos efeitos das diferenças
de pressão atmosférica e temperatura entre duas regiões distintas.
• A pressão sobre os obstáculos (edificações) que são colocados no fluxo do vento é
influenciada por efeitos locais como a forma do obstáculo, o ângulo de incidência e
velocidade do vento, a topografia e a rugosidade do solo.
• Como regra geral, é admitido que o vento básico pode soprar de qualquer direção
horizontal.
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Conceitos e definições

• Barlavento:
◦ Região de onde sopra o vento, em relação à edificação.

• Sotavento:
◦ Região oposta àquela de onde sopra o vento, em relação à edificação.

• Sobrepressão:
◦ Pressão efetiva acima da pressão atmosférica de referência (sinal positivo).

• Sucção:
◦ Pressão efetiva abaixo da pressão atmosférica de referência (sinal negativo).

• Velocidade básica 𝑽𝟎
◦ Velocidade de uma rajada de 3 s, com
probabilidade de 63% de ser excedida
pelo menos uma vez em 50 anos,
medida a 10 m acima do terreno, em
campo aberto e sem obstrução.
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Velocidade do Vento
• Fatores que influenciam:
◦ Local da edificação;
◦ Tipo de terreno (plano, aclive, morro);
◦ Altura da Edificação;
◦ Rugosidade do Terreno:
◦ tipo e altura dos obstáculos à passagem do vento;
◦ Dimensões da Edificação;
◦ Tipo de Ocupação.
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Determinação da pressão dinâmica do vento


• A pressão dinâmica ou de obstrução do vento (𝐪) em condições normais de pressão
(1 atm = 101.320 MPa) e temperatura a 15° é dada pela expressão:
𝐪 = 𝟎, 𝟔𝟏𝟑 ∙ 𝐕𝐤𝟐
onde:
◦ Vk : velocidade característica do vento:
𝐕𝐤 = 𝐕𝟎 ∙ 𝐒𝟏 ∙ 𝐒𝟐 ∙ 𝐒𝟑
◦ V0 : velocidade básica do vento, é a velocidade de uma rajada de 3 s, excedida em média uma
vez em 50 anos, a 10 m acima do terreno, em campo aberto e plano;
◦ S1 : fator topográfico, leva em consideração as variações do relevo do terreno;
◦ S2 : fator que considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da
velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou parte
da edificação em consideração;
◦ S3 : fator baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de segurança requerido e a
vida útil da edificação.
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Velocidade básica do vento V0 - Isopletas


• As isopletas são curvas de ventos de mesma velocidade
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Velocidade do Vento – Fator S1 (fator topográfico)


• O fator topográfico S1 leva em consideração as variações do relevo do terreno e é determinado do seguinte
modo:
a) terreno plano ou fracamente acidentado: 𝐒𝟏 = 𝟏, 𝟎;
b) taludes e morros:
◦ taludes e morros alongados nos quais pode ser admitido um fluxo de ar bidimensional soprando no sentido
indicado na Figura 2;
◦ no ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes): 𝐒𝟏 = 𝟏, 𝟎;
◦ no ponto B: [𝐒𝟏 é uma função 𝐒𝟏 (𝐳)]:
◦ θ ≤ 3°: 𝐒𝟏 (𝐳) = 𝟏, 𝟎
◦ 6° ≤ θ ≤ 17°: 𝐒𝟏 𝐳 = 𝟏, 𝟎 + 𝟐, 𝟓 − 𝐳Τ𝐝 ∙ 𝐭𝐠(𝛉 − 𝟑°) ≥ 𝟏, 𝟎
◦ θ ≥ 45°: 𝐒𝟏 𝐳 = 𝟏, 𝟎 + 𝟐, 𝟓 − 𝐳Τ𝐝 ∙ 𝟎, 𝟑𝟏 ≥ 𝟏, 𝟎
◦ interpolar linearmente para 3° < θ < 6° e 17° < θ < 45°
c) vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção: 𝐒𝟏 = 𝟎, 𝟗.
onde:
z é a altura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado;
d é a diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro ;
θ é a inclinação média do talude ou encosta do morro .
Nota: Entre A e B e entre B e C, o fator 𝐒𝟏 é obtido por interpolação linear.
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Velocidade do Vento – Fator S1 (fator topográfico)


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Velocidade do Vento – Fator S2 (fator de obstáculos)


• O fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da
velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou parte
da edificação em consideração.
• Em ventos fortes em estabilidade neutra, a velocidade do vento aumenta com a altura
acima do terreno. Este aumento depende da rugosidade do terreno e do intervalo de
tempo considerado na determinação da velocidade. Este intervalo de tempo está
relacionado com as dimensões da edificação, pois edificações pequenas e elementos de
edificações são mais afetados por rajadas de curta duração do que grandes edificações.
Para estas, é mais adequado considerar o vento médio calculado com um intervalo de
tempo maior.
a) 5 categorias de rugosidade do terreno
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Velocidade do Vento – Fator S2 (fator de obstáculos)


Descrição Exemplos
Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 - mar calmo;
Categoria I km de extensão, medida na direção e sentido do - lagos e rios;
vento incidente. - pântanos sem vegetação.
Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em - zonas costeiras planas;
nível, com poucos obstáculos isolados, tais como - pântanos com vegetação rala;
Categoria II árvores e edificações baixas. A cota média do topo - campos de aviação;
dos obstáculos é considerada inferior ou igual a 1,0 - pradarias e charnecas;
m. - fazendas sem sebes ou muros.

- granjas e casas de campo, com exceção das


Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais
partes com matos;
como sebes e muros, poucos quebra-ventos de
Categoria III - fazendas com sebes e/ou muros;
árvores, edificações baixas e esparsas. A cota média
- subúrbios a considerável distância do centro,
do topo dos obstáculos é considerada igual a 3,0 m.
com casas baixas e esparsas.

- zonas de parques e bosques com muitas


Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco
árvores;
espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada.
- cidades pequenas e seus arredores;
A cota média do topo dos obstáculos é considerada
Categoria IV - subúrbios densamente construídos de
igual a 10 m. Esta categoria também inclui zonas com
grandes cidades;
obstáculos maiores e que ainda não possam ser
- áreas industriais plena ou parcialmente
consideradas na categoria V.
desenvolvidas.

Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, - florestas com árvores altas, de copas isoladas;
Categoria V altos e pouco espaçados. A cota média do topo dos - centros de grandes cidades;
obstáculos é considerada igual ou superior a 25 m. - complexos industriais bem desenvolvidos.
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Velocidade do Vento – Fator S2 (fator de obstáculos)


b) 3 classes de dimensões da edificação;

𝐳 𝐩
𝐒𝟐 = 𝐛 𝐅𝐫
𝟏𝟎

onde:
z - altura total da edificação;
b - parâmetro metereológico;
Tabela 1 p - expoente potencial da variação de S2;
Fr - fator de rajada.
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Velocidade do Vento – Fator S2 (fator de obstáculos)

Descrição

Todas as unidades de vedação, seus elementos e fixação


Classe A e peças individuais de estruturas sem vedação. Toda
(3s) edificação na qual a maior dimensão horizontal ou
vertical não exceda 20 m.

Toda edificação ou parte de edificação para a qual a


Classe B
maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
(5s)
frontal esteja entre 20 m e 50 m.

Toda edificação ou parte de edificação para a qual a


Classe C
maior dimensão horizontal ou vertical da superfície
(10s)
frontal exceda 50 m.
Obs: O Anexo A indica a determinação do fator S2 para intervalos de
tempo entre 3 s e 1 h e para qualquer rugosidade do terreno.
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Velocidade do Vento – Fator S2 (fator de obstáculos)

OBS: A expressão S2 é aplicável até a altura z𝑔 , que define o contorno superior da camada atmosférica.
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Velocidade do Vento – Fator S2 (fator de obstáculos)


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Velocidade do Vento – Fator S3 (fator de risco)


• O fator estatístico S3 é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau
de segurança requerido e a vida útil da edificação.
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Força de Arrasto do Vento


• É a componente da força global do vento que atua na direção em que o mesmo
incide. Sendo que a força global Fg do vento é a soma vetorial das forças do vento
que atuam em toda edificação.

𝐅𝐚 = 𝐂𝐚 𝐪 𝐀𝐞
onde:
𝐂𝐚 Coeficiente de Arrasto
𝐪 Pressão Dinâmica do Vento
𝐀𝐞 Área Frontal Efetiva: área da projeção
ortogonal da edificação, estrutura ou
elemento estrutural sobre um plano
perpendicular à direção do vento ("área
de sombra")
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Coeficiente de Arrasto do Vento

• É obtido através de Ábacos da NBR 6123


• Depende da relação entre a altura da edificação (h) e sua dimensão em planta
perpendicular à direção do vento (ℓ1 ) e também da relação entre as dimensões em
planta perpendicular e paralela à direção do vento maior e a menor dimensão em
planta (ℓ1 e ℓ2 respectivamente):
h/ℓ1
ℓ1 /ℓ2
• Depende da presença ou ausência de turbulência do vento, para edifícios
retangulares.
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Turbulência do Vento
• Vento não turbulento ou de baixa turbulência = ocorre em regiões sem (ou poucas)
obstruções
• Vento turbulento ou de alta turbulência = ocorre em regiões com obstruções
(como grandes cidades)
◦ Condições mínimas:
500m, para H até 40m
1000m, para H até 55m
H ≤ 2 hmédia dmin =
2000m, para H até 70m
3000m, para H até 80m
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Coeficiente de Arrasto do Vento

• Ábacos da NBR
6123/1988
• Vento de baixa
turbulência
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Coeficiente de Arrasto do Vento

• Ábacos da NBR
6123/1988
• Vento de alta
turbulência
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Túnel de Vento
• Em edifícios com geometria não abordada pela NBR 6123, a avaliação da ação do
vento sobre a edificação deve ser feita através de ensaios em túnel de vento de
modelos reduzidos.
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DESAPRUMO EM EDIFÍCIOS

• Considerações Iniciais
• Imperfeições Geométricas Globais
• Imperfeições Geométricas Locais
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Considerações Iniciais

• Todo edifício com estrutura de concreto armado está sujeito a imperfeições: na


posição e na forma dos eixos dos elementos estruturais, na forma e nas dimensões
da seção transversal, na distribuição da armadura, entre outras.

• As imperfeições referentes ao eixo dos elementos estruturais devem ser avaliadas em


projeto, pois tem efeitos significativos sobre a estabilidade da edificação e elementos
isolados.

• Item 11.3.3.4 “Imperfeições geométricas” da NBR 6118:2014:

“Na verificação do estado limite último das estruturas reticuladas, devem ser
consideradas as imperfeições geométricas do eixo dos elementos estruturais da
estrutura descarregada. Essas imperfeições podem ser divididas em dois grupos:
imperfeições globais e imperfeições locais”.
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Imperfeições geométricas globais


• Na análise global dessas
estruturas, sejam elas
contraventadas ou não,
deve ser considerado um
desaprumo dos elementos
verticais (𝛉𝐚 ).

• Para edifícios com


predominância de lajes
lisas ou cogumelo,
considerar 𝛉𝐚 = 𝛉𝟏 .

• Para pilares isolados em


balanço, deve-se adotar
𝛉𝟏 = 𝟏/𝟐𝟎𝟎.
• O desaprumo não precisa
ser considerado para os
Estados Limites de Serviço.
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Imperfeições geométricas globais

• A consideração das ações de vento e desaprumo deve ser realizada de acordo com as
seguintes possibilidades:
a) Quando 30 % da ação do vento for maior que a ação do desaprumo, considera-se
somente a ação do vento.
b) Quando a ação do vento for inferior a 30 % da ação do desaprumo, considera-se
somente o desaprumo respeitando a consideração de θ1min .
c) Nos demais casos, combina-se a ação do vento e desaprumo, sem necessidade da
consideração do θ1min . Nessa combinação, admite-se considerar ambas as ações
atuando na mesma direção e sentido como equivalentes a uma ação do vento, portanto
como carga variável, artificialmente amplificada para cobrir a superposição.
• A comparação pode ser feita com os momentos totais na base da construção e em cada
direção e sentido da aplicação da ação do vento, com desaprumo calculado com 𝛉𝐚 , sem a
consideração do 𝛉𝟏𝐦𝐢𝐧 .
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Imperfeições geométricas globais

Ação horizontal equivalente ao desaprumo:


𝐅𝐞𝐪,𝐢 = 𝐖𝐢 ∙ 𝛉𝐚
Wi = Gk,i + Q k,i
Comparação ação do vento e desaprumo:
Mb,vento = ∑ 𝐅𝐡,𝐢 ∙ 𝐡𝐢
Mb,desaprumo = ∑ 𝐅𝐞𝐪,𝐢 ∙ 𝐡𝐢
Se:
• 30% Mb,vento ≥ Mb,desaprumo → considerar
somente a ação do vento
• 30% Mb,desaprumo ≥ Mb,vento → considerar
somente a ação do desaprumo
Demais casos: combina-se a ação do vento e
desaprumo, sem necessidade da consideração do
𝛉𝟏𝐦𝐢𝐧 .
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Imperfeições geométricas locais

• No caso de elementos que ligam pilares contraventados a pilares de contraventamento,


usualmente vigas e lajes, deve ser considerada a tração decorrente do desaprumo do
pilar contraventado.
• No caso do dimensionamento ou verificação de um lance de pilar, deve ser
considerado o efeito do desaprumo ou da falta de retilineidade do eixo do pilar.
• Admite-se que, nos casos usuais
de estruturas reticuladas, a
consideração apenas da falta
de retilineidade ao longo
do lance de pilar seja suficiente.
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Exemplo
• Determinar os momentos na base de um edifício residencial de múltiplos pavimentos, causados
pelo efeito do vento e do desaprumo, nas duas direções. O edifício situa-se em Teresina em
região plana, tem 14 pavimentos-tipo e cobertura, com diferença de nível de 3,0m, totalizando
42m de altura do edifício, que possui planta quadrada com dimensões 15,80 x 15,80 m. Deve se
considerar: as ações permanentes de peso próprio dos elementos estruturais (lajes, vigas e
pilares), do revestimento (1 kN/m²), sobrecargas de utilização (1,5 kN/m²), zona de baixa
turbulência, categoria IV de rugosidade.
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ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS


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Análise de Estabilidade Global

• A verificação da estabilidade global é um requisito importante na elaboração de projetos de


edifícios, e visa garantir a segurança da estrutura perante o estado limite último de
instabilidade, situação que representa a perda da capacidade resistente da estrutura, causada
pelo aumento das deformações (MONCAYO, 2011).

• Nas estruturas de concreto armado, o estado-limite último de instabilidade é atingido


sempre que, ao crescer a intensidade do carregamento e, portanto, das deformações, há
elementos submetidos a flexo-compressão em que a capacidade resistente passa a ser
inferior à solicitação (NBR 6118, item 15.2).

• Para tal verificação existem alguns coeficientes chamados de parâmetros de estabilidade


global. Porém, antes de estudá-los, para o bom entendimento de tais parâmetros, é
necessário comentar sobre o comportamento não-linear do concreto (não linearidade física) e
da estrutura (não linearidade geométrica), e, consequente, sobre os efeitos de 2ª ordem.
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Não linearidade física - Material não linear


• O concreto possui o diagrama “tensão x deformação” não linear (se solicitação
aumenta, então à medida que as solicitações no concreto crescem, aumenta sua
deformabilidade e o módulo de elasticidade E e a rigidez EI diminuem).
• Isso acontece porque o concreto tem baixa resistência à tração. Se solicitação
aumenta, então concreto fissura, provocando uma redução da rigidez à flexão
(momento de inércia I diminui).
• Os efeitos da fissuração, da fluência, do escoamento da armadura, todos eles
conferem ao concreto armado um comportamento não-linear.

❑ Na análise estrutural de estruturas de nós móveis, devem ser obrigatoriamente


considerados os efeitos da não linearidade geométrica e da não linearidade física, e no
dimensionamento devem ser obrigatoriamente considerados os efeitos globais e locais
de 2ª ordem (ANBT NBR 6118, item 15.3 e item 15.7.1).
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Não linearidade física


❑ Segundo o item 15.7.3 da NBR 6118:2017, para a análise dos esforços globais de 2ª ordem
em estruturas reticuladas de nós móveis com no mínimo quatro andares, pode ser
considerada a não linearidade física de maneira aproximada, tomando-se como rigidez dos
elementos estruturais os valores seguintes :
• Para lajes: (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,3∙𝐸𝑐i 𝐼𝑐
• Para vigas: (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,4∙ 𝐸𝑐i 𝐼𝑐 para 𝐴′𝑠 ≠ 𝐴𝑠
(𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,5∙ 𝐸𝑐i 𝐼𝑐 para 𝐴′𝑠 = 𝐴𝑠
• Para pilares: (𝐸𝐼)𝑠𝑒𝑐 = 0,8∙ 𝐸𝑐i 𝐼𝑐

onde: 𝐼𝑐 é o momento de inércia da seção bruta de concreto, incluindo, quando for o


caso, as mesas colaborantes.

❑ Na análise de estabilidade global que trata a estrutura como um todo, deve-se utilizar o
valor representativo do módulo de deformação secante, conforme 8.2.8, que pode ser
majorado em 10% (ABNT NBR 6118, item 15.5.1).

❑ No entanto, se verificada que a estrutura é dita de nós móveis, deve-se, obrigatoriamente,


considerar a não linearidade física, conforme os coeficientes redutores aplicados acima.
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Não linearidade geométrica – Efeitos de 2ª ordem

• Estruturas civis devem ter


equilíbrio estático.
• A estrutura entra em
equilíbrio na posição
indeformada?
• Qual a análise mais fiel a
realidade da estrutura?

• Efeitos de 2ª ordem:
• Efeitos devidos à
deformação/
deslocamento da
estrutura.
• Carga vertical x
deslocamento horizontal.

• Os efeitos de 2ª ordem, em cuja determinação deve ser considerado o comportamento não-


linear dos materiais, podem ser desprezados sempre que não representem acréscimo
superior a 10% nas reações e nas solicitações relevantes da estrutura, ou seja, o efeito de 2ª
ordem (Nd x ∆) poder ser desconsiderado se M2d ≤ 0,10 M1d .
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Classificação dos Efeitos de 2ª Ordem

Item 15.4 da NBR 6118:2014


• Sob a ação das cargas verticais e horizontais, os nós da estrutura deslocam-se
horizontalmente. Os esforços de 2ª ordem decorrentes desses deslocamentos
são chamados efeitos globais de 2ª ordem.
• Nas barras da estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos não se
mantêm retilíneos, surgindo aí efeitos locais de 2ª ordem que, em princípio,
afetam principalmente os esforços solicitantes ao longo delas.
• Em pilares-parede pode-se ter uma região que apresenta não retilineidade
maior do que a do eixo do pilar como um todo. Nessas regiões surgem efeitos
de maiores, chamados de efeitos de 2ª ordem localizados.
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Classificação dos Efeitos de 2ª Ordem


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Efeitos de 2ª Ordem Globais

(associado aos deslocamentos dos nós da estrutura)


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Efeitos de 2ª Ordem Locais

(associado aos deslocamentos ao longo da barra)


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Efeitos de 2ª Ordem Localizados

(associado ao pilares-parede)
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Classificação das Estruturas quanto ao


Grau de Deslocabilidade
• As estruturas dos edifícios podem ser classificadas, segundo sua deslocabilidade em (item
15.4.2 da NBR 6118:2017:
Estruturas de Nós Fixos (Contraventadas)
São aquelas em que os nós apresentam pequenos deslocamentos horizontais.
Nesse caso, podemos dispensar a consideração dos efeitos globais de segunda ordem e a
estrutura é dita indeslocável ou de nós fixos.
Os efeitos de 2ª ordem locais e localizados devem ser considerados.
Esforços 2° ordem ≤ 10% Esforços 1° ordem.
Estruturas de Nós Móveis (Não Contraventadas)
As estruturas conhecidas como estruturas deslocáveis ou de nós móveis, possuem
pouca rigidez com relação às ações horizontais e os efeitos de 2a ordem global devem ser
obrigatoriamente considerados.
Todos efeitos de 2ª ordem precisam ser considerados.
Esforços 2° ordem > 10% Esforços 1° ordem.
Todavia, há estruturas em que os deslocamentos horizontais são grandes e que, não obstante, dispensam a consideração
IMPORTANTE dos efeitos de 2ª ordem por serem pequenas as forças normais e, portanto, pequenos os acréscimos dos deslocamentos
produzidos por elas; isso pode acontecer, por exemplo, em postes e em certos pilares de galpões industriais.
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Contraventamento

• É possível identificar, dentro da estrutura, subestruturas que, devido à sua grande rigidez a
ações horizontais, resistem à maior parte dos esforços decorrentes dessas ações.
• Essas subestruturas são chamadas subestruturas de contraventamento. Os elementos que
não participam da subestrutura de contraventamento são chamados elementos
contraventados.
• As subestruturas de contraventamento podem ser de nós fixos ou de nós móveis, de
acordo com as definições de 15.4.2 da NBR 6118:2017.
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Análise de Estabilidade Global

• Quando os efeitos dos deslocamentos


horizontais (efeitos globais de 2ª ordem) não
forem desprezíveis, o equilíbrio da estrutura
deve ser calculado para a sua posição final e
não mais para a sua posição inicial.
• Os processos aproximados, apresentados nos
itens 15.5.2 (𝛼) e 15.5.3 (𝛾𝑧 ) da ABNT NBR
6118, podem ser utilizados para verificar a
possibilidade de dispensa da consideração dos
esforços globais de 2ª ordem, ou seja, para
Momento de
indicar se a estrutura pode ser classificada
1ª ordem
como de nós fixos, sem necessidade de cálculo
Momento de
rigoroso.
2ª ordem
• Na análise de estabilidade global que trata a
estrutura como um todo, o valor representativo
do módulo de deformação secante, conforme
8.2.8, pode ser majorado em 10 %.
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Parâmetro alfa (𝛼)


• Uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada como sendo de nós fixos se
seu parâmetro de instabilidade 𝛼 for menor que o valor 𝛼1 :

𝑁𝑘
𝛼 = 𝐻𝑡𝑜𝑡 ∙ ≤ 𝛼1 (“NÓS FIXOS” ou
𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐 “INDESLOCÁVEL”)
onde:
0,2 + 0,1 ∙ 𝑛, se 𝑛 ≤ 3
𝛼1 = ቊ
0,6, se 𝑛 ≥ 4
◦ Para edifícios com associações de pilares-parede e pórticos associados a pilares-parede, adotar
𝛼1 = 0,6.
◦ No caso de contraventamento constituído exclusivamente por pilares-parede, adotar 𝛼1 = 0,7.
◦ Quando só houver pórticos, adotar 𝛼1 = 0,5.
𝑛 é o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de um nível pouco
deslocável do subsolo;
𝐻𝑡𝑜𝑡 é a altura total da estrutura, medida a partir do topo da fundação ou de um nível pouco
deslocável do subsolo;
𝑁𝑘 é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a partir do nível considerado
para o cálculo de 𝐻𝑡𝑜𝑡 ), com seu valor característico;
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Concreto II – Especialização em Estruturas
Profa. Eunice Silva Santos

Parâmetro alfa (𝛼)


• Uma estrutura reticulada simétrica pode ser considerada como sendo de nós fixos se
seu parâmetro de instabilidade 𝛼 for menor que o valor 𝛼1 :

𝑁𝑘
𝛼 = 𝐻𝑡𝑜𝑡 ∙ ≤ 𝛼1 (“NÓS FIXOS” ou
𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐 “INDESLOCÁVEL”)
onde:
O valor de 𝐼𝑐 deve ser calculado considerando as seções brutas dos pilares.
𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐 representa o somatório dos valores de rigidez de todos os pilares na direção considerada. No
caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas, ou com pilares de rigidez variável ao longo da
altura, pode ser considerado o valor da expressão 𝐸𝑐𝑠 ∙ 𝐼𝑐 de um pilar equivalente de seção
constante.
• A rigidez do pilar equivalente deve ser determinada da seguinte forma:
o Calcular o deslocamento do topo da estrutura de contraventamento, sob a ação do
carregamento horizontal na direção considerada;
o Calcular a rigidez de um pilar equivalente de seção constante, engastado na base e livre no
topo, de mesma altura 𝐻𝑡𝑜𝑡 , tal que, sob a ação do mesmo carregamento, sofra o mesmo
deslocamento no topo.
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Parâmetro alfa (𝛼)


• Rigidez do pilar equivalente:
𝐹 ∙ 𝐻𝑡𝑜𝑡 3 𝐹 ∙ 𝐻𝑡𝑜𝑡 3
Δ= → 𝐸𝐼 𝑒𝑞 =
3 ∙ 𝐸𝐼 𝑒𝑞 3Δ

1 a 1 a

L
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Parâmetro alfa (𝛼)


• Observações:
Para calcular o deslocamento no topo da estrutura real, (usando o Ftool, por exemplo),
recomenda-se:
• o momento de inércia dos pilares e vigas deve ser calculado considerando-se a seção bruta
dos mesmos;
• o valor do módulo de elasticidade a ser usado é o do módulo de deformação secante,
podendo esse ser majorado em 10%.
• Quando a estrutura de contraventamento for composta por um pilar-parede, por exemplo,
então a rigidez equivalente 𝐸𝐼 𝑒𝑞 será igual ao produto 1,1 𝐸𝑐𝑠 𝐼𝑐 desse pilar-parede.
• Quando o sistema de contraventamento for composto somente por pilares (ou paredes) e
lajes, não existindo o efeito de pórtico proporcionado pela existência de vigas, então o
valor do 𝐸𝐼 𝑒𝑞 pode ser calculado multiplicando-se o valor de1,1 𝐸𝑐𝑠 pela somatória dos
momentos de inércia dos pilares.
• É importante destacar que um edifício pode ter comportamento de nós fixos em uma direção e
de nós móveis na outra. Portanto, é necessário que as duas direções principais sejam verificadas.
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Parâmetro gama-z (𝛾𝑧 )


• O coeficiente 𝛾𝑧 de avaliação da importância dos esforços de segunda ordem globais é
válido para estruturas reticuladas de no mínimo quatro andares.
• Pode ser determinado a partir dos resultados de uma análise linear de 1ª ordem, para
cada caso de carregamento, adotando-se os valores de rigidez dados no item 15.7.3 da
NBR 6118.
• O valor de 𝛾𝑧 para cada combinação de carregamento é dado pela expressão:
1
𝛾𝑧 = ≤ 1,1 (“NÓS FIXOS” ou
Δ𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑
1− “INDESLOCÁVEL”)
𝑀1,𝑡𝑜𝑡,𝑑
onde:
𝑀1,𝑡𝑜𝑡,𝑑 é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças
horizontais da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base
da estrutura; deve ser calculado considerando as seções brutas dos pilares.
Δ𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑 é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na
combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais
de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da análise de 1ª ordem.
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Parâmetro gama-z (𝛾𝑧 )


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Análise de Estruturas de Nós Fixos


• Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada elemento
comprimido isoladamente, como barra vinculada nas extremidades aos demais
elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os esforços obtidos pela
análise da estrutura efetuada segundo a teoria de 1ª ordem.
• Sob a ação de forças horizontais, a estrutura é sempre calculada como deslocável.
• O fato de a estrutura ser classificada como sendo de nós fixos dispensa apenas a
consideração dos esforços globais de 2ª ordem, sendo a análise dos efeitos locais de 2ª
ordem deve ser realizada de acordo com o estabelecido em 15.8 da NBR 6118.
• Não há a consideração da não linearidade geométrica e física de forma global.
• O efeito de 2ª ordem local e a não linearidade física são considerados de forma
aproximada pelos processos de Método Geral, Métodos Aproximados (rigidez ou
curvatura aproximadas, diagrama M, N, 1/r) e consideração da fluência.
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Análise de Estruturas de Nós Móveis


• Devem ser obrigatoriamente considerados os efeitos da não linearidade geométrica e
da não linearidade física, e no dimensionamento devem ser obrigatoriamente
considerados os efeitos globais e locais de 2ª ordem.
• Para a análise dos esforços globais de 2ª ordem:
• Em estruturas reticuladas com no mínimo quatro andares, pode ser considerada a não
linearidade física de maneira aproximada (coeficientes de redução da rigidez). Esses valores
de rigidez adotados não podem ser usados para avaliar esforços locais de 2ª ordem, mesmo
com uma discretização maior da modelagem.
• Uma solução aproximada para a determinação dos esforços globais de 2ª ordem consiste na
avaliação dos esforços finais (1ª ordem + 2ª ordem) a partir da majoração adicional dos
esforços horizontais da combinação de carregamento considerada por 𝟎, 𝟗𝟓 𝜸𝒛 . Esse
processo só é válido para 𝜸𝒛 ≤ 𝟏, 𝟑.
• Para a análise dos esforços locais de 2ª ordem:
• A análise global de 2ª ordem fornece apenas os esforços nas extremidades das barras,
devendo ser realizada uma análise dos efeitos locais de 2ª ordem ao longo dos eixos das
barras comprimidas, de acordo com o prescrito no item 15.8 da NBR 6118.
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Recomendações práticas
• Nos casos em 𝜸𝒛 > 𝟏, 𝟑, as seguintes medidas podem ser tomadas:
• Enrijecer a estrutura (até que z ≤ 1,30)
• Utilizar métodos de cálculo mais rigorosos
Métodos P-D
Bastante empregado em programas de cálculo estrutural
Análise não-linear geométrica rigorosa
De maior abrangência, porém mais complexo.
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Deslocamentos
limite

𝐹𝑑,𝑠𝑒𝑟 = ෍ 𝐹𝑔𝑖𝑘 + 𝜓1 ∙ 𝐹𝑞1𝑘

+ ෍ 𝜓2𝑗 ∙ 𝐹𝑞𝑗𝑘

Para verificação do estado-limite


de deformação excessiva, podem
ser utilizados valores de rigidez do
estádio I, considerando o módulo
de elasticidade secante do
concreto, desde que os momentos
fletores sejam menores que o de
fissuração (item 14.7.3.1).
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Exemplo
• Verificar a estabilidade global do exemplo anterior.

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