Introdução
No fim da tarde de 8 de novembro de 1895, quando todos haviam encerrado a
jornada de trabalho, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923)
continuava no seu pequeno laboratório, sob os olhares atentos do seu
servente. Enquanto Roentgen, naquela sala escura, se ocupava com a
observação da condução de eletricidade através de um tubo de Crookes, o
servente, em alto estado de excitação, chamou-lhe
a atenção: "Professor, olhe a tela!".
O parágrafo acima pode ser uma dramatização do que de fato ocorreu naquele
dia, mas o fato que a história registra é que esta fantástica descoberta teve
estrondosa repercussão, não apenas na comunidade científica, como também
nos meios de comunicação de massa. Por exemplo, em 1896, menos de um
ano após a descoberta, aproximadamente 49 livros e panfletos e 1.000 artigos
já haviam sido publicados sobre o assunto. Um levantamento feito por Jauncey
no jornal norte-americano St. Louis Post-Dispatch, mostra que, entre 7 de
janeiro e 16 de março de 1896, quatorze notas foram publicadas sobre a
descoberta e outros estudos relacionados.
Num artigo publicado em 1880, Goldstein menciona que uma tela fluorescente
podia ser excitada, mesmo quando protegida dos raios catódicos. Publicado em
alemão e em inglês, este trabalho deve ter chegado ao conhecimento de quase
todos os pesquisadores envolvidos nesses estudos, no entanto, nos quinze
anos seguintes ninguém questionou o fato de que a tela fluorescia, mesmo
sem ser atingida pelos raios catódicos! Também Thomson chegou perto; um
ano antes da descoberta dos raios X, ele relatou que havia observado
fosforescência em peças de vidro colocadas a vários centímetros de distância
do tubo de vácuo.
Entre todos os pesquisadores, Lenard parece ter sido aquele que mais se
aproximou da descoberta de Roentgen. Dando continuidade aos trabalhos do
seu professor, Heinrich Hertz, Lenard realizou experiências para verificar se os
raios catódicos produzidos no interior de um tubo de Crookes poderiam ser
observados no exterior. Para tanto, construiu um tubo de Crookes com uma
pequena janela de alumínio (espessura de aproximadamente 0,0025 mm) no
lado oposto ao catodo, e passou a observar os raios catódicos fora do tubo,
através da sua interação com materiais fosforescentes. Posteriormente esses
raios ficaram conhecidos como raios Lenard. Em 1894 Lenard publica, na
revista alemã Annalen der Physik, suas primeiras observações, entre as quais
destacam-se:
No tópico 17, que encerra a primeira comunicação, ele discute a natureza dos
raios X. Obviamente descarta a identidade com os raios catódicos. Sugere que
poderia ser algo como a luz ultravioleta, devido aos efeitos fluorescentes e à
impressão de chapas fotográficas, mas no cotejamento de outras propriedades
chega à conclusão de que os raios X não podem ser da mesma natureza da luz
ultravioleta usual. Finaliza o artigo sugerindo que os raios X poderiam ser
vibrações longitudinais no éter. Como se sabe, essa hipótese era usada pelos
alemães (Goldstein, Hertz, Lenard, e outros) para explicar os raios catódicos.
Nos tópicos finais, 19, 20 e 21, discute questões de ordem prática: operação
da bobina de indução, manutenção do vácuo e diferença entre alumínio e
platina, no que concerne à intensidade do feixe produzido.
Que Roentgen descobriu os raios X por acaso, parece não haver dúvida. De
que outra forma algo tão inesperado poderia ser descoberto? Agora, sobre o
que não se tem certeza é qual foi o acidente que proporcionou a descoberta, e
em que momento ele ocorreu. É difícil de imaginar que no primeiro arranjo
experimental Roentgen tenha envolvido o tubo com a cartolina. O que ele
esperava ver atravessando a cartolina preta, senão raios X? Como é possível,
em menos de dois meses, alguém abordar aquela enorme quantidade de
aspectos fundamentais de um fenômeno desconhecido, por mais genial que
seja? Por outro lado, se o "verdadeiro" momento da descoberta não é o 8 de
novembro, qual a razão para Roentgen fazer-nos crer que esta é a data
correta?
A repercussão imediata
Em termos de repercussão imediata, a descoberta dos raios X parece ser um
caso único na história da ciência. A observação do eclipse solar de 1919, que
comprovou parte da teoria da relatividade geral de Einstein, é um rival de
respeito quando se considera a repercussão na imprensa, mas não chega a
competir, nem de leve, quando se considera a repercussão no meio científico
(A recente descoberta das cerâmicas supercondutores também teve forte
impacto na imprensa e na comunidade científica, mas não temos conhecimento
quantitativo desse impacto). As notáveis aplicações na medicina foram
imediatamente percebidas pelo próprio Roentgen, que fez uma radiografia da
sua mão. Pesquisadores em todo o mundo passaram a repetir a experiência de
Roentgen, não apenas na tentativa de descobrir novas aplicações, como
também com o objetivo de compreender o fenômeno, uma tarefa que desafiou
a inteligência humano ao longo de quase três décadas.
Parece certo que o primeiro tubo de vácuo utilizado por Roentgen foi um tubo
de Lenard, mas, aparentemente, ele comprou outros tubos de raios catódicos
convencionais. A diferença essencial entre um e outro tipo de tubo, é que o de
Lenard possui uma janela de alumínio, projetada para permitir o estudo dos
raios catódicos no seu exterior. Confeccionados em vidro, esses tubos
possuíam apenas dois eletrodos no seu interior. Com o uso cada vez mais
freqüente dos raios X, outros tubos passaram a ser construídos. Até 1913, o
mais usado era o tubo de focalização, mas logo depois passou a ter larga
aceitação o tubo de Coolidge, um modelo ainda usado nos dias atuais.
O grande estudioso das terras raras era Georges Urbain, sendo ele inclusive o
descobridor de uma delas, o lutécio (Z=71), em 1907. Em 1911, Urbain
pensou ter isolado uma outra terra rara, com Z=72, a que chamou de céltio.
No entanto, os métodos químicos de análise até então usados eram
complicados e incertos. Ao ouvir falar, em 1914, do método de Moseley, Urbain
deslocou-se da França para a Inglaterra, levando amostras de terras raras,
inclusive uma do provável céltio. Em poucas horas Moseley as examinou e as
classificou sem, no entanto, confirmar o céltio. A amostra deste, observou
Moseley, nada mais era do que uma mistura de terras raras conhecidas. Urbain
ficou tão impressionado com o trabalho de Moseley que resolveu divulgá-lo no
comunidade dos químicos. Apesar dessa postura, Urbain continuou acreditando
ser o elemento Z=72 uma terra rara, e prosseguiu em sua busca. Essa crença
foi fortemente renovada quando em maio de 1922, Alexandre Dauvillier
anunciou ter isolado o céltio, através de uma análise do espectro de raios-X do
tipo L de amostras contendo as terras raras ytérbio (Z=70) e lutécio. Essa
notícia foi tão fantástica que chegou a impressionar Rutherford, pois desde
1914 ele acompanhava com grande interesse a polêmica sobre ser ou não ser
uma terra rara, o elemento 72. Convicto de que essa polêmica havia
encerrado, Rutherford escreveu uma carta à Nature (17/6/1922) na qual dizia
que um dos lugares vagos da tabela periódica de Moseley acabara de ser
preenchido.
Com relação aos elementos previstos por Moseley, é oportuno salientar que o
elemento 75, o rénio, foi descoberto em 1925, pelo casal Noddack. O elemento
87, descoberto em 1939, por Marguerite Perey, recebeu o nome de frâncio e
pertence a uma família radioativa natural. Os demais elementos (43, 61 e 85)
foram obtidos artificialmente. Sendo suas vidas-médias muito curtas, esses
elementos não podiam ser naturalmente produzidos, ou pelo menos
observados.
BIBLIOGRAFI
http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod06/m_s01.html
Por definição, raios x são uma forma de radiação eletromagnética parecida com a luz
vizível mas de menor comprimento de onda. O primeiro passa para o entendimento da
produção de uma radiografia é o conhecimento da natureza dos raios x e seu
comportamento. Desta forma, consideremos os dois aspectos de seu comportamento como
ondas e partículas.
Uma onde pode ser definida como uma variação ou pertubação que transfere
progressivamente energia radiante de um ponto a outro através de um meio. (Energia é
simplesmente a capacidade para realizar um trabalho.) Uma vez que esta energia radiante
viaja com movimento ondulador, uma caracteristica mensurável é seu comprimento de
onda. O fato de que raios X têm ambos os aspectos de ondas e partículas ou vice-versa. Na
verdade, outros fatores, tais como a maneira pela qual a radiação está sendo utilizada ou o
método usado para localizá-lo ou gravá-la, determina qual dos dois aspectos (ondas ou
partículas) constituem o conceito mais adequado.
O Espectro Eletromagnético
Raios X, raios, gama, ondas de rádio, luz, etc. são ondas de energia de influência elétrica e
magnética. Elas são chamadas de ondas eletromagnéticas e viajam a enorme velocidade -
aproximadamente 300.000 km por segundo. Todas estas formas de radiação
eletromagnética são agrupadas de acordo com o seu comprimento de onda no que se chama
de espectro eletromagnético. O diagrama (fig.1) mostra sua localização no espectro e
alguns de seus usos mais comuns.
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Comprimento de onda Tipo de Raio Utilização
(Medido em nanometro)
1/1.000
1/100 Radar
1/10
1
10 Televisão
100
1.000
10.000 Ondas de rádio Rádio
100.000
1.000.000 Radiação associada
10.000.000 com ondas elétricas
100.000.000
Ondas e Partículas
Uma parte da natureza dupla dos raios X é sua habilidade de agir como se consistissem de
pequenos pacotes separados de energia chamados quanta ou fóton. Em certas
circunstâncias, a ação de um feixe de raio X é mais fácil de se compreender se for
considerado como uma chuva de partículas em vez de uma sucessão de ondas.
As duas "naturezas" dos raios X são inseparáveis. Por exemplo, para se saber a energia de
um único quanta (um dos pequenos pacotes separados de energia), deve-se saber o
comprimento de onda da radiação. O comprimento de onda, entretanto, é uma característica
de onda e deve ser determinada através da consideração da natureza ondulatória da
radiação.
Os raios X obedecem todas as leis da luz. Entretanto, por causa de seu curto comprimento
de onda, é dificil demonstar fenômenos, tais como reflexão, para raios X usando
aparelhagem óptica comum. Eles também têm certas propriedades de especial interesse.
1. Por causa de seu comprimento de onda extremamente curto, eles são capazes de penetrar
materiais que absorvem ou refletem luz visível.
3. Assim como a luz, eles podem produzir uma imagem em um filme fotográfico que
poderá então se tornar visível atraves da revelação.
5. Eles podem ionizar os gazes: isto é, eles removem elétrons dos átomos para formar íons,
os quais podem ser usados para medir e controlar a exposição.
Os raios X são produzidos quando elétrons em alta velocidade (partículas minúsculas, cada
uma carregando uma carga elétrica negativa) chocam-se com matéria em qualquer forma.
Dentro de um tubo de raios X isto é feito pela direção de uma corrente de elétrons em alta
velocidade contra um objeto de metal. Conforme eles se chocam com os átomos do objeto,
os elétrons liberam a maior parte de seua energia na forma de calor. Para condições normais
de exposição usadas em radiografia médica, aproximadamente um por cento de sua energia
é emitida em forma de raios X.
Ânodo (+) É comumente formada de um bloco de cobre, o qual extende de um lado até ao
centro do tubo. Uma placa de tungstênio de aproximadamente 10 a 15 mm quadrados e 3
mm de espessura se localiza na face anterior do ânodo, ao centro do tubo. Este é chamado
de objetivo e é comumente feito de tungstênio porque o tungstênio tem um ponto de fusão
alto (aproximadamente 3400ºC e deste forma suporta o calor extremo ao qual está sujeito, e
tem um número atômico alto (74) e é um produtor de raios X mais eficiente do que
materiais com números atômicos menores. A pequena área do abjetivo na qual os elétrons
se chocam é chamado de ponto focal ou fonte. e é a origem dos raios X.
Em aplicações especializadas usa-se outros tipos de materiais para objetivo, tais como o
molibidênio. Há dois tipos de ânodo, o fixo e o giratório.
A Produção de Raios X
Quanto um potencial elétrico muito alto (quilovolts ou milhares de volts) é aplicado através
dos dois componentes do tubo de raios X, o cátodo e o ânodo, os elétrons emitidos são
atraídos pelo ânodo de tal maneira que eles se chocam no ponto focal com tremenda força.
Quanto maior o potencial, maior a velocidade destes elétrons. Alta voltagem resulta em
raios X de comprimentos de ondas mais curtas e de maior poder de penetração, assim como
de maior intensidade. Entretanto, mesmo os elétrons que tenham a mesma energia, quando
atingem o ponto focal podem produzir raios X que diferem de energia ou comprimento de
onda. Esta variação em energia de raios X resulta das diferenças nas maneiras que elétrons
individuais se relacionam com os átomos do objetivo, ponto focal. De qualquer forma,
quanto maior a voltagem aplicada ao tubo de raios X, maior é o número de fótons de raios
X de maior energia.
A Produção de Calor
O calor (assim como os raios X) são gerados pelo impacto de elétrons. Somente
aproximadamente um por cento da energia resultante deste impacto é emitida do ponto
foncal ou fonte em forma de raios X. A maioria da energia se dissipa em forma de calor.
Este calor deve ser retirado do ponto focal de maneira mais eficiente possível. Do contrário
o metal poderá se derreter e o tubo destruído.
Em tubos com anodos fixos, coloca-se na parte posterior do objetivo um metal que seja
com condutor de calor, tal como o cobre, que mutas vezes se estende através do invólucro
de vidro a um radiador de chapa para dissipar o calor para fora do tubo. Outro método de
esfriamento consiste em colocar o tubo junto a um recipiente metálico contendo óleo ao
qual será transferidoa calor do ânodo.
Como anteriormente mencionado, o ponto focal real é a área do objetivo no qual se chocam
os elétrons do filamento aquecido. O tamanho do filamento espiral e a forma e tamanho do
copo de foco do cátodo no qual a espiral está localizada são fatores que afetam a forma e
tamanho do ponto focal. Quanto menor as dimensões da corrente de elétrons, menor é a
área do objetivo onde eles se chocam (ponto focal real).
O tamanho do ponto focal tem um efeito muito importante na formação da imagem de raios
X. Quanto menor o ponto focal, maís nítida é a imagem (outros fatores continuam os
mesmos) ; mais um ponto focal grande pode resistir mais ao calor do que um ponto focal
pequeno. Assim deve-se encontrar métodos de se obter um ponto focal que forneçã uma
imagem bem detalhada e com boa dissipação de calor. Eles são: o emprego do princípio de
foco linear e rotação do ânodo.
Princípio de Foco Linear
O principio de foco linear tem o efeito de fazer com que o tamanho do ponto focal real
pareça menor quando visto da posição do filme, por causa do ângulo do objetivo com
referência à corrente de elétron. Como sugere a forma dos copos de focos e filamentos, a
corrente de elétrons está focalizado em um retângulo estreito no objetivo. A face do
objetivo é comumente feita a um ângulo de aproximadamente15 a 20 graus com relação ao
cátodo (embora em alguns tubos possa ser tão baixo quanto 10 graus). Quando o ponto
focal retangular é visto por debaixo, na posição do filme, parece ser mais um pequeno
quadrado, o ponto focal efetivo ou aparente. Assim, a área do ponto focal efetiva ou
projetada é somente uma fração da área real; e quanto menor o ângulo do objetivo, menor é
o ponto focal efetivo, os demais fatores permanecem os mesmos.
A utilização dos raios X que emergem a partir do ângulo menor melhora a definição
radiográfica, ao mesmo tempo que aumenta a capacidade de dissipar calor do ânodo uma
vez que a corrente de elétrons se espalha por uma superfícia maior. Entretanto, há um limite
prático para o ângulo do ânodo. Se for muito pequeno, pode causar um excessivo declínio
de intensidade no lado anódico do feixe, acentuando, desta forma, o efeito talão.Também
na medida em que o ângulo do ânodo diminue, o campo coberto pelo feixe de raios X
também diminue em tamanho.
Até o momento nós descrevemos um tupo de ânodo fixo. Por causa da limitada dissipação
de calor e do tamanho do ponto focal associado com o ânodo fixo, seu uso se restringe a
aparelhos portáteis para radiografia médica e aparelhos para raios X dental.
Ânodo Giratório
O tubo de ânodo giratório foi desenvolvido para aumentar ainda mais a capacidade do
ânodo de resistir ao calor. Como o nome já diz, o ânodo em forma de disco, composto de
tungstênio, molibdênio, ou algumas vezes de grafite ao qual se uni a uma liga de rênio e
tungstênio, gira sobre um eixo colocado dentro do tubo. O filamento é posicionado de
maneira a dirigir a corrente de elétron contra a área enviesada do disco de tungstênio.
Assim, a posição do ponto focal ( a área do objetivo atingida pelos elétrons) permanece fixa
no espaço enquanto que o disco de anódio gira rapidamente durante a exposição, fornecento
uma superfície continuadamente fria para a recepção da corrente de elétron. Desta forma o
calor é distribuido sobre uma área larga circular ou pista focal, e, para as mesmas condições
de exposição, pode-se fazer uma área de ponto focal um sexto menor do que os tubos de
ânodo fixo.
A maioria dos tubos contém dois filamentos separados, cada um com o seu próprio copo de
foco separados, que fornece pontos focais de tamanhos diferentes e capacidade para
acomodas uma variedade de técnicas e exames.
Os fabricantes fornecem tabelas com todos os tipos de tubos de raios X para indicar os
limites de funcionamento sem perigo, a quilovoltagem máxima, a miliamperagem, e o
tempo que pode ser usado sem perigo para cada exposição. Existem também tabelas de
resfriamento de tubos que indicam quando a exposição poder ser repitida. Os tubos devem
ser usados dentro dos limites de seus capacidades.
Por tudo o que foi dito sobre a quilovoltagem aplicada ao tubo de raio X, a velocidade dos
elétrons e as energias de raio X produzidas, assume-se que se usa uma voltagem constante e
que, desta forma, todos os elétrons envolvidos em uma exposição têm a mesmo velocidade
quando eles atingem o ponto focal. Na realidade não é assim por vários motivos,
principalmente o fato de que para as unidades médicas de raios X, a voltagem aplicada ao
tubo muda constantemente com o tempo.
Nos Estados Unidos quase toda a ener gia elétrica é fornecida na forma de 60 hertz (60
cilcos por segundo) de corrente alternada (ac). Isto significa que a direção do fluxo
(corrente) do elétrons se reverte 60 vezes por segundo.
A forma de onde que descrevemos, na qual há dois impulsos por ciclo vem de linhas de
força elétrica monofásica. Outras formas de onda podem ser produzidas pelo uso de linhas
de força trifásicas. Um circuito trifásico poder ser imaginado como três circuitos
monofásicos combinados para fornecer três ondas intercaladas em um único circuito. Há
dois tipos de geradores de raios X que utilizam energia elétrica trifásica. Um tipo produz
seis impulsos por ciclo (1/60 segundo) ; o outro produz doze impulsos por ciclo. Conforme
se produz mais destes impultos intercalados em um intervalo de 1/60 segundo, mais
próximos são os picos de suas formas de ondas individuais, assim o seu contorna dá uma
aparência de pequenas ondulações em vez de grandes ondas. Além do mais, assem que a
voltagem de um pulso começa a cair, aquela do pulso intercalado próximo começa a subir
de forma que esta combinação de esforço previne a voltagem cais a zero como acontece em
um gerador monofásico. De fato, o nível mínimo alcançado pela kilovoltagem de um
gerador trifásico, de seis impulsos-por-ciclo é de somente mais ou menos 13 por cento
abaixo do valor do pico. Para um gerador de doze impulsos, o kV mínimo é de
aproximadamente 3 por cento menor que o valor do pico.
De tudo isto, pode-se ver que o feixe de raio X produzido por um gerador trifásico difere
daquele produzido por um gerador monofásico nas seguintes maneiras:
Introdução
Assim como muitas das grandes descobertas do ser humano, a tecnologia do raio X foi inventada
completamente por acidente. Em 1895, um físico alemão chamado Wilhelm Roentgen fez essa
descoberta enquanto fazia uma experiência com feixes de elétrons em um tubo de descarga de gás.
Roentgen percebeu que uma tela fluorescente (em inglês) em seu laboratório começava a brilhar
quando o feixe de elétrons era ligado. Somente essa reação não era tão surpreendente: material
fluorescente normalmente brilha ao reagir com radiação eletromagnética; mas o tubo de Roentgen
estava rodeado com papelão grosso e preto. Roentgen supôs que isso bloquearia a maior parte da
radiação.
Os átomos que compõem os tecidos do nosso corpo absorvem bem fótons de luz visível. A energia dos
fótons deve combinar com as diferenças de energia entre as posições dos elétrons. Ondas de rádio não
têm energia suficiente para mover elétrons entre orbitais em átomos maiores, então conseguem passar
pela maioria dos materiais. Fótons de raio X também passam através de vários objetos, mas por outra
razão: eles têm muita energia.
Eles podem, entretanto, arrancar um elétron de um átomo. Uma parte da energia do fóton do raio X
trabalha para separar o elétron do átomo e o restante é usado para fazê-lo se movimentar fora do
átomo. Um átomo maior tem mais chances de absorver um fóton de raio X desta maneira, porque em
átomos maiores as diferenças de energia entre os orbitais são maiores e essa energia se ajusta melhor
com a energia do fóton. Átomos menores, em que os orbitais dos elétrons estão separados por níveis de
energia relativamente baixos, têm menos chances de absorver fótons de raio X.
Os tecidos macios do seu corpo são feitos de átomos menores e por isso absorvem muito bem os fótons
do raio X. Os átomos de cálcio que fazem nossos ossos são muito maiores, então são melhores para
absorver fótons de raio X.
Na próxima seção, verificaremos como as máquinas de raio X usam esse efeito.
Outros usos para o raio X
As contribuições mais importantes da tecnologia do raio X têm
sido no mundo da medicina, mas os raios X desempenham um
papel crucial também em várias outras áreas. Os raios X são
essenciais na pesquisa envolvendo a teoria da mecânica
quântica, cristalografia e cosmologia. Na indústria, scanners de
raio X são muito usados para detectar pequenas falhas em
equipamentos de metal pesado. Scanners de raios X se tornaram
também equipamentos padrão em segurança de aeroportos.
A máquina de raio X
O coração de uma máquina de raio X é um par de eletrodos , um cátodo e um ânodo, que ficam dentro
de um tubo de vidro a vácuo. O cátodo é um filamento aquecido, como o que você vê em uma
lâmpada fluorescente. A máquina passa corrente pelo filamento, aquecendo-o. O calor expulsa os
elétrons da superfície do filamento. O ânodo positivamente carregado, é um disco achatado feito de
tungstênio, que atrai os elétrons através do tubo.
A diferença de voltagem entre o cátodo e o ânodo é extremamente alta; então, os elétrons movimentam-
se pelo tubo com bastante força. Quando um elétron, em alta velocidade, choca-se com um átomo de
tungstênio, um elétron que está em uma camada mais interna do átomo é liberado. Com isso, um
elétron que está em um orbital com energia imediatamente mais alto (mais externo) migra para aquele
nível de energia mais baixo (mais interno), liberando sua energia extra na forma de um fóton. Assim um
fóton de raio X é a energia liberada num choque de elétrons.
O elétron livre colide com o átomo de tungstênio, tirando um
elétron de um orbital mais baixo. Um elétron de um orbital mais
alto preenche a posição vazia, liberando seu excesso de energia
como um fóton.
Elétrons livres também podem gerar fótons sem atingir um átomo. O núcleo de um átomo pode atrair um
elétron e com uma velocidade que apenas altere seu curso. Como um cometa girando ao redor do Sol,
o elétron diminui a velocidade e muda de direção à medida que passa pelo átomo. Essa ação de "freio"
faz o elétron emitir excesso de energia na forma de um fóton de raio X.
As colisões de alto impacto envolvidas na produção dos raios X geram muito calor. Um motor gira o
ânodo para que ele não derreta (o feixe de elétrons não está sempre focalizado na mesma área). Uma
camada de óleo frio ao redor da ampola também absorve calor.
Todo o mecanismo é protegido por uma blindagem grossa de chumbo. Ela evita que os raios X
escapem em todas as direções. Uma pequena abertura na blindagem permite que alguns dos fótons de
raio X escapem em um pequeno feixe. Esse feixe passa por uma série de filtros até chegar ao paciente.
Uma câmera no outro lado do paciente grava o padrão de raios X que passam através de seu corpo. A
câmera de raio X usa a mesma tecnologia de filmes que uma câmera comum, mas a reação química é
acionada por luz de raios X ao invés de luz visível. Veja Como funciona o filme fotográfico para saber
mais sobre esse processo.
Geralmente, os médicos deixam a imagem no filme como um negativo. Isso quer dizer que as áreas
que são expostas a mais luz ficam mais escuras e as áreas expostas a menos luz aparecem mais
claras. Materiais duros, como ossos, aparecem em branco e materiais mais macios aparecem em preto
ou cinza. Os médicos podem visualizar materiais diferentes variando a intensidade do feixe de raios X.
Contrastes
Em uma imagem de raio X normal, a maior parte dos tecidos
macios não aparece claramente. Para visualizar alguns órgãos ou
para examinar os vasos sangüíneos do sistema circulatório, deve-
se introduzir um contraste dentro do corpo.
Contrastes são líquidos que absorvem os raios -X com mais
eficiência que o tecido ao redor. Para visualizar órgãos dos
sistemas digestivo e endócrino, um paciente toma um contraste,
geralmente um composto de bário. Se o foco for os vasos
sangüíneos ou outros elementos do sistema circulatório, o
contraste deve ser injetado na corrente sangüínea do paciente.
Os contrastes são normalmente usados em conjunto com um
fluoroscópio. Em fluoroscopia, os raios X passam pelo corpo até
uma tela fluorescente, criando uma imagem de raio X móvel. Os
médicos podem usar a fluoroscopia para traçar a passagem do
contraste pelo corpo. Também é possível gravar essas imagens
em filme ou vídeo.
Neste artigo
1.
Introdução
2.
A idéia básica
3.
O procedimento de digitalização
4.
Mais informações
5.
Veja todos os artigos sobre Cuidados com a saúde
O procedimento de digitalização
O tomógrafo parece uma rosquinha gigante inclinada na lateral. O paciente deita em uma plataforma,
que se move devagar através do buraco na máquina. O tubo de raios X é montado em um anel móvel
ao redor das extremidades do buraco. O anel também suporta uma estrutura de detectores de raios X,
diretamente opostos ao tubo do raio X.
Um motor gira o anel de maneira que o tubo do raio X e os detectores de raio X girem ao redor do
corpo. Cada volta completa, digitaliza uma "fatia" estreita e horizontal do corpo. O sistema de controle
move a plataforma para mais longe do buraco de maneira que o tubo e os detectores possam digitalizar
a próxima fatia.
Imagem cedida pelo Departamento de Defesa
Os técnicos de radiologia geralmente operam os tomógrafos
em uma sala separada, de maneira que não sejam expostos
repetidamente à radiação
Desta forma, o equipamento registra as fatias de raio X pelo corpo em um movimento espiral. O
computador varia a intensidade dos raios X para digitalizar cada tipo de tecido com a potência ideal.
Depois do paciente passar pela máquina, o computador combina todas as informações de cada
digitalização para formar uma imagem detalhada do corpo. Claro que não é necessário digitalizar o
corpo inteiro. Com maior freqüência, os médicos só farão a
tomografia de uma pequena seção.
http://saude.hsw.com.br/tomografia-computadorizada2.htm
TOMOGRAFIA COMPUTARIZADA
A Tomografia Computadorizada (TC) constitui-se num aparelho de Raios X muito mais complexo que o
convencional. Uma imagem de Raios X normal é plana, sendo que o paciente fica posicionado entre o tubo ou
ampola que emite Raios X e o filme fotográfico que receberá esses raios. O que se obtém é uma projecção em
duas dimensões do interior do corpo do paciente.
Nas máquinas de tomografia a ampola que emite os Raios X gira totalmente em volta do corpo do paciente e,
à medida em que gira, emite Raios X em 360 graus, ou seja, fazendo uma circunferência complete em torno
do paciente. Essa técnica foi chamada de Tomografia Computadorizada e foi criada por Godfrey Houndsfield
e Allan Cormack em 1972. Por esse trabalho esses pesquisadores receberam o prêmio Nobel de Medicina de
1979. Na TC o Raio X é concentrado num feixe estreito que passa apenas por uma pequena parte (fatia) do
corpo.
Além da ampola emissora de Raios X que gira em torno do paciente, há também um complexo conjunto de
detectores de Raios X vai simultaneamente recolhendo esses raios do lado oposto à ampola, portanto, girando
também nos 360 graus. A intensidade do Raio X que chega em um detector é convertida em um sinal digital e
se chama de "varredura" do feixe. Os Raios X recolhidos pelos detectores são variavelmente atenuados pelo
corpo do paciente, cuja variação na densidade dos diversos tecidos corpóreos deixam passar maior ou menor
quantidade de raios.
O sinal de recepção dos Raios X gerado pelos detectores é processado por um computador para formar as
imagens em alta resolução e de aspecto espacial. O computador processa essas informações do detector e
reconstrói uma imagem tri-dimensional do interior do corpo do paciente. Portanto, a Tomografia
Computadorizada foi desenvolvida graças à tecnologia da informática, por isso o "sobrenome"
Computadorizada.
A Tomografia Computadorizada tornou possível uma visualização tridimensional dos órgãos em geral e, em
particular do cérebro, de nosso interesse. Embora o resultado visual da Tomografia Computadorizada seja
monocromático, ou seja, mostra apenas os vários tons do cinza, indo do totalmente preto ao branco, mesmo
assim são muito mais numerosas que as variações de tons de cinza do Raio X convencional. Uma imagem de
Raios X convencional tem uma variação de 30 escalas de cinza no máximo, enquanto as imagens de
Tomografia Computadorizada possuem uma variação que chega a 200 escalas de cinza. Essa variação da cor é
que permite identificar a densidade do tecido examinado, sua constituição óssea, tumoral, líquida, etc.
A Tomografia Computadorizada e, mais recentemente, a Ressonância Nuclear Magnética, têm ajudado
significativamente o estudo do Sistema Nervoso Central, notadamente a perfeita localização, caracterização e
delimitação de tumores. esse objectivo com raios-X de alta intensidade e focalização precisa.
Raios-X
O Raio-X foi inventado no dia 8 de novembro de 1895, pelo físico alemão Wilhelm Conrad
Roentgen. A pesquisa era feita em um tubo de raios catódicos (um tubo de vidro dentro do qual um
condutor metálico aquecido emite elétrons).
A primeira radiografia ocorreu no dia 22 de dezembro de 1895. A esposa do físico permaneceu
com sua mão exposta à radiação durante 15 minutos. Roentgen decidiu chamar de Raio-X porque
era uma incógnita para ele.
Nada facilitou tanto a medicina como essa descoberta, pois foi através do Raio-X que surgiram a
ultra-som, a ressonância magnética e a medicina nuclear. Possibilitou ainda um grande impulso na
diagnose, porque tem o poder de penetrar em materiais.
Curiosidades: Como nasce? O elétron sai do pólo negativo, atinge um elétron do pólo positivo. No
choque, o elétron atingido ganha energia e muda de órbita. Depois, ele volta para onde estava e
libera energia na forma de Raio-X.
Como funciona? Quando o pólo negativo é aquecido, emite elétrons para o pólo positivo, liberando
o Raio-X. Os raios atravessam, por exemplo, o pé, e são absorvidos pelo osso, que barra a maior
parte da radiação, e pela pele, que deixa passar quase tudo. A radiação filtrada atinge o filme
fotográfico que, quando revelado, mostra sombras em tons cinzas. Quanto mais clara a marca,
mais denso é o tecido atravessado, por isso é que os ossos aparecem em branco.