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Publicação: 29/10/2019

DJe: 25/10/2019

RECOMENDAÇÃO CONJUNTA Nº 4/CGJ/2019

Recomenda sobre a obrigatoriedade da expedição


da Guia Nacional de Acolhimento - CNACA pela
autoridade judiciária, antes do encaminhamento da
criança ou do adolescente aos programas de
acolhimento institucionais, governamentais ou não,
nas comarcas Estado de Minas Gerais, e torna sem
efeito a Recomendação Conjunta da Corregedoria-
Geral de Justiça nº 3, de 18 de julho de 2019.

O CORREGEDOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS e


a SUPERINTENDENTE DA COORDENADORIA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso das
atribuições que lhes conferem, respectivamente, o art. 23 da Lei Complementar
estadual nº 59, de 18 de janeiro de 2001, e os incisos I e XIV do art. 32 do
Regimento Interno do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e os incisos VIII e X do
art. 3º da Resolução da Corte Superior nº 640, de 24 de junho de 2010,

CONSIDERANDO a necessidade de consolidar dados referentes a crianças e a


adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar das comarcas do
Estado de Minas Gerais;

CONSIDERANDO que a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, a qual “dispõe sobre o


Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências”, no § 3º do seu art.
101, determina que crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às
instituições que executam programas de acolhimento institucional, governamentais
ou não, por meio de uma guia de acolhimento, expedida pela autoridade judiciária;

CONSIDERANDO a Resolução do Conselho Nacional de Justiça nº 289, de 14 de


agosto de 2019, que “dispõe sobre a implantação e funcionamento do Sistema
Nacional de Adoção e Acolhimento - SNA e dá outras providências”;

CONSIDERANDO que a Instrução Normativa da Corregedoria Nacional de Justiça


nº 3, de 3 de novembro de 2009, “institui a guia única de acolhimento, familiar ou
institucional, de crianças e adolescentes, e a de desligamento, fixa regras para o
armazenamento permanente dos dados disponíveis em procedimentos de
destituição ou suspensão do poder familiar”;

CONSIDERANDO que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais - TJMG se


encontra tecnologicamente aparelhado para armazenar e transmitir informações em
mídia magnética, permitindo que se instale um conjunto de dados estaduais
centralizados, na Corregedoria-Geral de Justiça e no Conselho Nacional de Justiça -
CNJ;

CONSIDERANDO a Recomendação Conjunta da Corregedoria-Geral de Justiça nº


3, de 18 de julho de 2019, que “recomenda sobre a obrigatoriedade da expedição da
Guia Nacional de Acolhimento - CNACA pela autoridade judiciária, antes do
encaminhamento da criança ou do adolescente às instituições de acolhimento
institucionais, governamentais ou não, nas comarcas Estado de Minas Gerais”;

CONSIDERANDO a necessidade de atualizar a Recomendação Conjunta da CGJ nº


3, de 2019, a fim de possibilitar a adoção de novas medidas para o aperfeiçoamento
dos procedimentos de encaminhamento de crianças e adolescentes, nos casos de
acolhimento emergencial promovido em períodos de plantão, com fulcro do art. 93 e
nos seguintes da Lei nº 8.069, de 1990;

CONSIDERANDO o que ficou consignado no processo do Sistema Eletrônico de


Informações - SEI nº 0066841-76.2019.8.13.0000,

RECOMENDAM aos juízes de direito da Justiça Comum estadual do Estado de


Minas Gerais, com competência na área da infância e da juventude, que expeçam
previamente a Guia Nacional de Acolhimento - CNACA, ao encaminhar crianças ou
adolescentes para programas de acolhimento institucional, governamentais ou não,
observado o inteiro teor disposto no § 3º do art. 101 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
de 1990, que “dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras
providências”.

Esta Recomendação Conjunta não se aplica à hipótese de acolhimento institucional,


em caráter excepcional e de urgência, amparado pela regra do art. 93 e seguintes da
Lei nº 8.069, de 1990. Nessa situação, a entidade que mantenha programa de
acolhimento institucional deverá comunicar o fato em até 24 (vinte e quatro) horas
ao Juiz da Infância e da Juventude, o qual deverá providenciar a imediata expedição
da CNACA.

Fica sem efeito a Recomendação Conjunta da Corregedoria-Geral de Justiça nº 3,


de 18 de julho de 2019.

Belo Horizonte, 25 de outubro de 2019.

Desembargador JOSÉ GERALDO SALDANHA DA FONSECA


Corregedor-Geral de Justiça

Desembargadora VALERIA RODRIGUES QUEIROZ


Superintendente da Coordenadoria da Infância e Juventude-COINJ/TJMG

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