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Análise de

Poemas
Parnasianos
e
Simbolistas
Colégio Coração de Jesus
Alunos: Alexandre Conceição
Camila Sirtol
Ullysses Braga
Série: 3º ano do ensino médio

Análise de Poemas Parnasianos e Simbolistas

Cuiabá
Abril/2010
• Texto 1
• Titulo: Vaso Grego
• Autor: Alberto Oliveira
• Escola literária: Parnasianista
• Biografia:

Nasceu em Palmital de Saquarema no estado do Rio de Janeiro em


1857. Foi professor de Literatura, funcionário público, inspetor escolar,
poeta, formado em Farmácia, mas não exerceu profissão, viveu na
capital da República longe das agitações literárias e da boemia.
Grande leitor dos clássicos, conhecedor da língua, mestre da
versificação, foi por muitos considerado o mais perfeito ou o mais
característico dos parnasianos brasileiros. Iniciou sua carreira literária
ao tempo das lutas anti-românticas, afeiçoou-se depois à sensibilidade
simbolista e quando estourou o movimento modernista não se mostrou
tão reacionário como seus confrades da Academia Brasileira de Letras.
Atravessando diversas correntes estéticas, é como parnasiano que
Alberto de Oliveira deve ser apreciado, pelo que criou dentro da Escola
e pelo magistério que exerceu sobre seus colegas. Morreu em Niterói
no ano de 1937.

• Características parnasianas: Racionalismo, gosto pela perfeição,


estética de soneto, métrico e preciso.

• Texto verbal:

Vaso Chinês (Alberto Oliveira)

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,


Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármore luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,


Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,


Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,


Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

• Texto não verbal:


• Relação de intertextualidade: os dois mostram a perfeição, o texto
sendo parnasiano e a imagem sendo grega, o grego era considerado
perfeito.

• Texto 2
• Título: Via Láctea
• Autor: Olavo Bilac
• Escola literária: Parnasianismo

• Biografia:

Nasceu no Rio de Janeiro em 1865. Foi jornalista, funcionário público,


professor de Literatura, cronista, prosador, poeta, orador. Cursou a
Faculdade de Medicina até o quinto ano no Rio de Janeiro e depois
cursa a Faculdade de Direito em São Paulo, não conclui nenhum dos
cursos. Nas Letras, dedicou atenção constante fazendo versos para a
infância escrevendo só ou em colaboração livros didáticos ou
antologias.
Morreu no Rio de Janeiro em 1918.

• Características parnasianas: Racionalismo, gosto pela perfeição,


estética de soneto, métrico e preciso.

• Texto verbal:

Meu Lar é a Via - Láctea (trecho)

“[...] Meu Lar é a Via-Láctea!


Meus vizinhos, todos os astros!
Minhas vizinhas, estrelas!
E para tocá-las ou vê-las
Basta eu abrir meus braços!
Meu coração é uma delas!
Sou viajante do espaço
E não conheço fronteiras!
Quem quiser seguir meus passos,
é abrir as asas, batê-las! [...]”

• Texto não verbal:

• Relação de intertextualidade: todos os textos estão falando de


estrelas, e da via láctea, e também do amor por elas.

• Texto 3
• Título: As Pombas
• Autor: Raimundo Correa
• Escola literária: Parnasianismo

• Biografia:

Nasceu a bordo do navio São Luís, ancorado em águas maranhenses


em 1859. Em 1882 formou-se advogado pela Faculdade do Largo São
Francisco, desenvolvendo uma bem-sucedida carreira como juiz no Rio
de Janeiro e em Minas Gerais. Raimundo Correia iniciou a sua carreira
poética com o livro "Primeiros sonhos", revelando forte influência dos
poetas românticos Fagundes Varela, Casimiro de Abreu e Castro Alves.
Em 1883 com o livro "Sinfonias", assume o parnasianismo e passa a
integrar, ao lado de Alberto de Oliveira e Olavo Bilac, a chamada
"Tríade Parnasiana". Faleceu a 13 de setembro de 1911, em Paris, onde
fora tratar da saúde.

• Características parnasianas: Os temas adotados por Raimundo


Correia giram em torno da perfeição formal dos objetos. Ele se
diferencia um pouco dos demais parnasianos porque sua poesia é
marcada por um forte pessimismo, chegando até a ser sombria.

• Texto verbal:

• No Meio do Caminho (Olavo Bilac)


Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma povoada de sonhos eu tinha...

E paramos de súbito na estrada


Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo... Na partida


Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,


Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.

• Texto não verbal:

• Relação de intertextualidade: Nos textos de Raimundo Correia e de


Olavo Bilac, o eu - lírico perde algo ou alguém que pra ele é muito
importante, e esse não voltará mais para ele. A pena solta da imagem
representa uma perda, para a pomba no caso, que ela não terá mais.

• Texto 4
• Título: Velho Tema II – Eu cantarei de amor tão fortemente...
• Autor: Vicente de Carvalho
• Escola literária: Parnasianismo

• Biografia:

Vicente Augusto de Carvalho nasceu em Santos (SP), em 1866, lá


falecendo em 1924. Era poeta, contista, advogado, jornalista, político e
magistrado, por motivos políticos mudou-se para a cidade de Franca
(SP) e tornou-se fazendeiro. Em 1901, regressou a Santos, dedicando-
se à advocacia. Mudou-se para São Paulo (SP), em 1907, onde foi
nomeado juiz de direito.
Em 1914, passou a ministro do Tribunal de Justiça do Estado. Foi
grande artista do verso, da fase criadora do Parnasianismo. No fim da
vida, cansou-se do jornalismo, mas continuou em contato com seus
leitores através dos versos que publicava nas páginas da revista "A
Cigarra". Ocupou a Cadeira 29 da Academia Brasileira de Letras,
tendo sido eleito em 1º de maio de 1909, na sucessão de Artur
Azevedo.

• Características parnasianas: Uma das principais características que


faz de Vicente de Carvalho um parnasiano são os sonetos, com versos
perfeitos na estrutura métrica. Há também o uso de linguagem
rebuscada e o apego às tradições clássicas em seus sonetos.

• Texto verbal:

Balada do Amor Inabalável (Skank)

Eu levo essa canção de amor dançante pra você lembrar de mim, seu
coração lembrar de mim
Na confusão do dia-a-dia no sufoco de uma dúvida,
Na dor de qualquer coisa
É só tocar essa balada de swing inabalável que é o oásis do amor
Eu vou dizendo na sequência bem clichê
Eu preciso de você

E força antiga do espírito virando convivência de amizade apaixonada


Sonho, sexo, paixão
Vontade ingênua de ficar e não pensar em nada
Planejando pra fazer acontecer ou simplesmente refinando essa
amizade
Eu vou dizendo na sequência bem clichê
Eu preciso de você

Mesmo que a gente se separe por uns tempos ou quando você quiser
lembrar de mim
Toque a balada do amor inabalável
Swing de amor nesse planeta
Mesmo que a gente se separe por uns tempos ou quando você quiser
lembrar de mim
Toque a balada seja antes ou depois,
Eterna Love Song de nós dois

• Texto não verbal:


• Relação de intertextualidade: o eu - lírico tenta conquistar a mulher
através da letra e da melodia, sempre com o objetivo de tê-la para si,
sendo que ele consegue tal fato a ponto de possuí-la.

• Texto 5
• Título: Vida Obscura
• Autor: Cruz e Sousa
• Escola Literária: Simbolismo

• Biografia:

Filho de negros alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma


educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de
Sousa, a esposa do marechal, Dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa,
não tinha filhos, e passou a proteger e cuidar da educação de João.
Dirigiu o jornal Tribuna Popular, no qual combateu a escravidão e o
preconceito racial, foi recusado como promotor de Laguna por ser
negro.
Em 1885 lançou o primeiro livro, cinco anos depois foi para o Rio de
Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do
Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular.
Publica Missal e Broquéis, dando início ao Simbolismo no Brasil
Faleceu no ano de 1898 no município mineiro de Antônio Carlos;
Escola Literária pertencente: Simbolismo, um dos precursores no Brasil.

• Características simbolistas: Seus poemas são marcados pela


musicalidade, individualismo e sensualismo, além de uma obsessão
pela cor branca, nota-se uma breve influência do satanismo e do
espiritualismo ligando-os a tendências estéticas vigentes como a fases
na vida do autor.
• Texto verbal:

O leito

Ontem, à meia-noite, estando junto


A uma igreja, lembrei-me de ter visto
Um velho que levava às costas isto:
Um caixão de defunto.
O caso nada tem de extraordinário.
Quem um velho a levar um caixão tal
Inda não viu? É um fato quase diário
Em qualquer bairro de uma capital.
Mas é que ia de modo tal curvado
Para o chão, e a falar tão baixo e tanto,
Que, manso e manso, e trêmulo de espanto,
Fui seguindo a seu lado.
Disse-lhe assim: “Talvez seja demência
Quem guie os passos todos que tu dês;
Ou és então, na mísera existência,
Um miserável bêbedo, talvez.”
O olhar fito no chão, como desfeito
Em sangue, o velho, sem me olhar, seguia.
E ouvi-lhe a única frase que dizia:
— “Vou levando o meu leito.”

• Texto não verbal:

• Relação de intertextualidade: Ambos os textos são simbolistas, e


eles falam sobre pessoas e seus esforços por um objetivo maior.

• Texto 6
• Título: Hão de chorar por ela os cinamomos
• Autor: Alphonsus de Guimarães
• Escola Literária: Simbolismo

• Biografia:

Alphonsus Henriques da Costa Guimarães nasceu em 1870 na


cidade de Ouro Preto em Minas Gerais, cursou engenharia.
Doente, vai para São Paulo, onde se matricula no curso de Direito.
Lá colaborou na imprensa e entrou em contato com os jovens
simbolistas.
No Rio de Janeiro, conheceu Cruz e Souza. Após concluir o curso volta
para Minas Gerais e um tempo depois é nomeado juiz em Mariana,
onde falece em 1921.

• Características simbolistas: A poesia de Alphonsus de Guimaraens


é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica. Seus
sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente
religiosos e sensíveis na medida em que ele explora o sentido da
morte, do amor impossível, da solidão e da inaptação ao mundo.

• Texto verbal:

Ai de quem ama

Quanta tristeza
Há nesta vida
Só incerteza
Só despedida

Amar é triste
O que é que existe?
O amor

Ama, canta
Sofre tanta
Tanta saudade
Do seu carinho
Quanta saudade

Amar sozinho
Ai de quem ama
Vive dizendo
Adeus, adeus

• Texto não verbal:


• Relação de intertextualidade: Ambos falam de um amor que se foi,
por isso há a presença de tristeza. É uma linguagem depressiva.

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