Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURRÍCULO
E CULTURA
sentidos e práticas
em movimento
Organizadoras
Organizadoras
Sobrenome, Autor.
21 p.
ISBN 978-85-7273-000-00
23
Eliete Santiago
PREFÁCIO
24
Eliete Santiago
PREFÁCIO
25
Eliete Santiago
PREFÁCIO
26
Eliete Santiago
PREFÁCIO
27
Eliete Santiago
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO
DA SUBJETIVIDADE DAS
CRIANÇAS DIANTE DA CULTURA
DA MÍDIA E DO CONSUMO NO
INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo
Albertina Mitjáns Martínez
Mariangela Momo 29
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 30
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 31
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 32
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 33
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 34
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 35
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 36
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 37
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 38
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 39
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 40
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
das crianças ficou evidente no brilho dos seus olhos, nas suas
expressões verbais e na exposição orgulhosa de suas criações.
Mariangela Momo 41
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 42
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 43
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 44
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 45
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 46
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 47
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Figura 10 – Tatuagem
ferimento: agulha de costura
e tinta sob a pele
Mariangela Momo 48
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 49
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 50
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 51
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 52
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Referências
______. Quem são, que querem, que fazer com eles? Eis que
chegam às nossas escolas as crianças e jovens do século XXI.
In: MOREIRA, Antônio Flávio et al. (Org.). Currículo, cotidiano
e tecnologias. Araraquara: Junqueira & Martin, 2006a.
Mariangela Momo 53
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 54
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 55
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 56
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 57
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 58
Albertina Mitjáns Martínez
A CRIATIVIDADE COMO EXPRESSÃO DA SUBJETIVIDADE DAS CRIANÇAS
DIANTE DA CULTURA DA MÍDIA E DO CONSUMO NO INTERIOR DAS ESCOLAS
Mariangela Momo 59
Albertina Mitjáns Martínez
A BRINCADEIRA SOB A
PERSPECTIVA DE CRIANÇAS
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Uiliete Márcia Silva de Mendonça Pereira
Maria Estela Costa Holanda Campelo
Algumas considerações
Referências
pelo trabalho com as crianças nas instituições vão, por sua vez,
construindo os seus próprios modos de compreender o seu fazer
e de, efetivamente, realizá-lo.
Assim, compreendemos que as significações acerca de
currículo têm sido definidas em instâncias sociais de naturezas
diferentes: teórica, deliberativa e prática, ou seja, os sentidos
circulantes em relação ao que as crianças podem aprender na
Educação Infantil estão sendo definidos em teorizações que, no
movimento das relações sociais de legitimação de discursos são
(ou não) incorporados em documentos de políticas nacionais,
bem como nos contextos das instituições educativas, das práti-
cas cotidianas de professores e crianças.
Apresentamos, neste texto, parte desse movimento
de produção de sentidos acerca de currículo para Educação
Infantil, a partir de dados construídos em recente pesquisa
que foi desenvolvida assumindo, como aportes teórico-meto-
dológicos, os princípios da abordagem histórico-cultural de L.
S. Vygotsky (2000, 2005, 2007, 2009) e da análise dialógica do
discurso de M. Bakhtin (1995, 2003).
Compreendendo que as significações/sentidos, na condi-
ção de produções humano-sociais só podem ser estudadas em
seu movimento de constituição, buscamos situar a discussão
em torno de Currículo e Educação Infantil, delineamos como
vem sendo definido o currículo nos documentos oficiais atuais
para essa etapa educativa e, finalmente, analisamos os sentidos
atribuídos pelas professoras que atuam na área e são sujeitos
do currículo, tanto quanto as crianças, acerca do que constitui
currículo na Educação Infantil.
Considerações Finais
Referências
Excerto 01:
Alice: [...] então, assim, o que eu sei, não sei se estou
correta, mas o que eu sei, meus saberes, assim essa
questão da lista, eu fiquei assim me perguntando,
de onde surgiu essa lista? Eu não peguei essa parte
de que as crianças estavam escrevendo. Assim o
meu conhecimento de trabalhar com lista, ela deve
estar dentro de um contexto. Eu percebi que ela,
eu sei que ela é uma professora muito boa, muito
questionadora – por que, para quê –, mas eu senti,
assim, que ao trabalhar com lista você tem que
trabalhar dentro de um contexto. Eu senti assim
que ela deu uma misturada nos conteúdos. Assim,
qual foi o objetivo dessa lista, era trabalhar letras
maiúsculas ou era trabalhar a lista de alimentos?
Excerto 02:
Débora: tudo bem. Eu fiz outra pergunta também
sobre o Hino Nacional. E você já me respondeu
que a oração você não faz todos os dias. E o
Hino Nacional, por que você desenvolveu essa
atividade? Você costuma desenvolvê-la? Quando?
Rita: costumo. E acho que é importante. E até
mesmo para usar recursos que a gente tem
e que ficam esquecidos. Eles recebem o livro
didático, e a maioria dos livros vem com o hino,
e a gente nem usa. É um recurso importante. E
ali eu mostrando [demonstra com gestos que o
aluno vai acompanhando a escrita quando canta],
já vai se adaptando a leitura e a arte. Devemos
trabalhar. Deve estar sendo trabalhada. Quando
trabalhamos a música, é arte.
Alice: a questão dos valores.
Rita: é. O resgate dos valores que nós temos.
Excerto 03:
Débora: porque eu acho que você faz, não sei se
o objetivo era esse, que a pergunta seria qual o
objetivo que está subjacente nessa prática. E aí
poderíamos fazer uma relação, é com os saberes,
que relações você faz com essa prática e práticas
anteriores que você vivenciou? Não sei também
se esta prática está relacionada ao gosto de
cantar, porque poderia cantar outras músicas,
não poderia ser só o Hino Nacional, poderia
trazer outras músicas, como as infantis. Então
me parece que há outro objetivo além do gosto [a
professora sorri quando eu faço essa insinuação].
Rita: também vem de coisas também de como eu
fui ensinada.
Débora: ah!
Rita: é, mas também não é tanto nem isso aí, é
por utilizar o recurso que tem na escola, tem a
Excerto 04:
Débora: pronto, com relação ao Hino. Com
relação à oração, essa atividade faz parte do
dia a dia? Você já me respondeu que nem todo
dia você a faz. Então, por que você desenvolveu
essa atividade? Você considera que trabalhou
respeitando a religião de cada um? Por quê?
Rita: a oração é assim. Porque, respeitando o
gosto. Tem alunos que dizem “tia, vamos rezar”.
Tem alunos que gostam. E, às vezes, eu nem trago
no meu roteiro, e eles pedem para rezar. Então,
isso aí vem da família, não é? O gosto pela oração.
E... [tentando relembrar a outra questão], o que
foi que você falou aí?
Débora: você considera que trabalhou respeitando
Excerto 05:
Débora: porque... É um cuidado que a gente
precisa ter com essas questões. Principalmente
hoje, taí toda a questão dos cursos de formação
mesmo que vocês têm participado, e já tem tocado
na questão do trabalho com a diversidade e da
igualdade em sala de aula. [...] De nós estarmos
atentos a essas questões, e que a nossa prática ela
procure, ela poderá se pautar nesses aspectos, que
procure a desmistificação desses valores. Então,
voltando à questão da oração, e da religião, e aqui
Excerto 06:
Débora: não, mas a minha pergunta é: o visto nos
cadernos, eles são importantes para quê?
Rita: [a professora sorri e diz que precisa explicar,
não é?]. É importante. Assim, para valorizar o
caderno também, não é? Porque a gente convive
com as crianças, não é, Alice, quase todos os dias
é um caderno diferente. E também não zelam o
caderno, e aquilo ali já é para eles... E até eu exijo
e digo para eles que o caderno é importante, que
aquilo que está anotado eu posso amanhã pedir,
para ele ver no caderno, procurar lá no caderno.
Considerações finais
Referências
Considerações finais
Referências
Acho que sim, porque se você for ver se fosse uma aula normal
acho que não ficariam todos os alunos. Mas, como foi algo
diferente, acho que chamou a atenção da maioria por isso.
Não vou dizer de todos porque sempre há aquela pessoa que
não quer, de jeito nenhum, pode ser o que for. Mas acho que
desperta sim (IPÊ).
ele afirma que a aula foi produtiva por ser algo diferente apre-
sentou movimentos de ansiedade, coçando a cabeça e o pesco-
ço. Ao estudar a respeito desses movimentos, descobrimos que
as pesquisas comprovam que “[...] quando alguém diz algo que
não pensa ou sente realmente, os sinais de seu corpo contradi-
zem suas palavras” (MATSCHNIG, 2014, p. 13). Sabemos, assim,
que os bolsistas guardam resquícios da crença coletiva de que
os conteúdos matemáticos são impossíveis de ensinar e de
aprender.
Nossa experiência confirmou o quanto é importante a
atuação dos professores em formação no ambiente educacional.
O contato com a realidade escolar, a participação em ativida-
des com os alunos, a discussão dos resultados, enfim, todo o
processo traz à tona as representações de ensino e de apren-
dizagem e a forma de atuação eficaz. Para Pimenta (2010), a
prática docente precisa ser vista como práxis, na medida em
que a noção de prática não pode ser destituída de reflexão e
teoria. As atividades diferenciadas, principalmente os jogos,
utilizados de forma que propicie a construção do conhecimen-
to matemático e estimule as descobertas, trouxeram muitas
reflexões aos bolsistas, tanto que o autor a seguir reforça essa
perspectiva, quando diz:
Pronto, vou falar do, e eu vi já, vi pouco, mas eu vi. Mas vou
falar do que eu realizei com Jacarandá, que foi o dominó de
frações, junto com o professor Araribá. Nós aplicamos, aí
entreguei uma folha para cada aluno dá sua opinião, você vê,
é gratificante você vê a expressão dos alunos, aprender brin-
cando. Na hora que eu saí da sala a menina disse “é bom, era
pra ser assim aula de Matemática, com música, esses negócios,
aprendizagem é melhor é boa, eu gostei, tá boa” (MULUNGU).
Referências
Dificuldades de professoras de
Educação Infantil/pré-escola
1.1.1 – No planejamento
1.1.2 – Nos conhecimentos relacionados à linguagem oral
e escrita
1.1.3 – Nos conhecimentos relacionados à Matemática
1.1.4 – No conhecimento sobre a criança pré-escolar: como
elas pensam?
1.1.5 – Múltiplas linguagens: “trabalho no escuro”
1.1.6 – No atendimento individualizado à criança
1.1.7 – No atendimento às crianças com necessidades especiais
[...] para planejar a gente nunca vai ter tempo suficiente. Por
quê? Por que você planeja o que fazer, acabou-se o tempo!
Você vai ter que se virar para confeccionar o que você vai
fazer. Eu não tenho alfabeto móvel, eu tenho que digitar,
mandar imprimir. Então eu vou ter que levar trabalho para
casa. A gente diz que não leva pra não botar em costume,
mas que por debaixo do pano você leva, ah leva. É muito
cansativo (CONHECIMENTO).
2 Epígrafe do livro.
em sala de aula, “a gente sabe que tem aquele aluno que tem
mais dificuldade. Durante a atividade, eu sempre tento sentar
com ele para ajudar, enquanto os outros já estão conseguin-
do fazer sozinhos” (CRIATIVIDADE). Por isso, é importante
planejarmos uma ação que contemple o atendimento a todas
as crianças, porque o comum é sempre sentarmos com as que
têm dificuldade, deixando, muitas vezes, de incentivar aqueles
que já superaram alguns conhecimentos, mas necessitam ser
desafiados para os próximos, que virão.
Em relação a esse ponto, Zabalza (1998, p. 63) tranqui-
liza-nos, destacando que “pensar que é possível dar atenção
a cada criança de maneira separada durante todo o tempo é
uma fantasia”. Um “rodízio de atendimento” é uma boa estra-
tégia para observar os alunos mais de perto. Se a turma possuir
vinte alunos, por exemplo, atender cinco por dia, não deixando
nenhum de fora, é possível e satisfatório.
Em relação ao atendimento de crianças com necessidades espe-
ciais, as professoras possuem muito medo e confessam já terem
deixado de receber algumas na instituição por não terem condi-
ções físicas nem profissionais para esse atendimento. Vejamos,
A gente não tem formação para isso. E todo ano sempre tem
criança especial, não é? (CUIDADO).
Às vezes, em casa, eles não têm esse limite. Falam com os pais
gritando e com a gente quer falar também. Aí então eu digo:
não é assim não, fale baixinho (CUIDADO).
Considerações finais
Referências
Alfabetização em significação:
sentidos em movimento
Referências
Referências
Uma das coisas que a gente tinha por objetivo também era
fazer com que eles valorizassem a cultura [...] Então quando
a gente tinha a oportunidade se apresentava a esse grupo
alguma coisa dessa natureza. [...] a gente mostrava que a
capoeira faz parte da cultura, o menino soltando pipa. Tudo
isso é cultura. Era importante mostrar a valorização dessas
coisas. Coisas que em geral pertence ao universo dessas
pessoas (AZEVEDO, 2011).
Porque você sair de uma escola [...], aquilo que você está
aprendendo lá dentro quando você for aplicar lá fora é muito
diferente. Quando eu saí eu achava que ia mudar o mundo
[...] Na Campanha eu tive a satisfação de ver que tudo aquilo
que eu desejei na Escola Normal eu tive condições de fazer
porque tinha material, tinha quem quisesse que a gente
fizesse, tinha quem puxasse por a gente para que a gente
tivesse condições de desenvolver os potenciais [...] Então aí
fui me preparando para ser profissional. Eu sempre digo
que eu aprendi a trabalhar na Campanha por todas essas
questões. Por terem me dado condições de trabalhar e por
terem me preparado para o trabalho [...] aprendi na prática
e com a prática (ARAÚJO, 2013).
Referências
Horizontes metodológicos
A gente vê essa escola aqui vazia, mas vamos dizer que ali na
frente [apontando para o quadro de avisos fixado na entrada
da escola] tivesse o calendário de avaliações, aí essa esco-
la estava lotada. Quando é prova eles vêm todos. E querem
fazer a prova. Não assistiu uma aula, mas quer fazer a prova
(COORDENADORA PEDAGÓGICA).
Considerações finais
Referências
318
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
319
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
320
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
321
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
322
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
323
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
324
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
325
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
326
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
327
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
328
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
329
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
330
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
331
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
332
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Referências
333
Erika dos Reis Gusmão Andrade
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MODELOS DE FORMAÇÃO E DAS CONCEPÇÕES DE
ENSINO DO LICENCIANDO: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
334
Erika dos Reis Gusmão Andrade
O FAZER DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NA FORMAÇÃO DO DOCENTE:
DESAFIOS À AUTONOMIA
Maria Francinete Damasceno
Rosália de Fátima e Silva
Preti (2005) alerta para que isso não fique apenas nas práticas
discursivas das instituições. O autor fala ainda do equívoco
conceitual ao se utilizar o termo “autonomia” como sinônimo
de autodidatismo, capacidade de a pessoa estudar por conta
própria. Segundo ele, somente essa característica não basta
para garantir a autonomia.
Interações presenciais
Interações a distância
Considerações finais
Referências
Endnotes
1
Interlocutor/ Formação Formação Tempo de Docente em: Data da
(nome fictício)
Lic.
Psicologia
solteiro) nistração e
ensino técnico
2 filhos)
completo e
educação
especial
362
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
363
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
364
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
365
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
366
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
367
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
368
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
369
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
370
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
371
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
372
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
373
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
374
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
375
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
376
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
3 Ainda que não seja objetivo central deste artigo, não podemos deixar
de registrar que essa perspectiva de “cientifização” do marxismo,
como bem lembra Santos (1997, p. 26), recebeu críticas contundentes
de intelectuais do porte de Karl Korch, Luckas e Gramsci, no sentido
de que “a conversão do marxismo numa ciência positiva desarmava
o seu potencial revolucionário”. [Pois suas raízes hegelianas] “faziam
dele uma filosofia crítica, uma filosofia da práxis, mais virada para a
construcção de uma visão libertadora e emancipadora do mundo do
que para uma análise sistemática e objectiva da sociedade capitalista”.
377
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
378
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
379
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
380
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
381
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
382
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
383
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
384
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
385
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
386
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
387
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
Referências
388
Alessandro Augusto de Azevedo
DEBATES E EMBATES NOS TERRITÓRIOS CURRICULARES FORJADOS PELO
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA (PRONERA)
389
Alessandro Augusto de Azevedo
GÊNERO E SEXUALIDADE
EM PLANOS DE EDUCAÇÃO:
POLÊMICAS E SILENCIAMENTOS
Girlane Martins Machado
Karyne Dias Coutinho
A tríade gênero-sexualidade-educação
(2009), Furlani (2005, 2009, 2011), Louro (1999, 2003, 2008), entre
outras – identificam dois universos distintos estereotipados,
normalmente com associações e características de um mundo
público masculino e um mundo doméstico feminino, incidindo
em idealizações da família, representação de um sujeito branco,
heterossexual, de classe média urbana e cristão.
Com base nessas investigações, adotamos como premissa
para abordar a conexão entre gênero, sexualidade e educação,
a ideia de que os discursos que operam na educação são “gene-
rificados”, isto é, produzem sentidos sobre homens e mulheres,
sobre como devemos ser e que tipo de sujeitos (sempre enfati-
zando o gênero masculino para se referir à humanidade) querem
formar. Mas o que significa dizer que os discursos educacionais
são generificados? Para tratar disso, partimos da afirmação de
Scott (1995, p.7) de que gênero é “uma maneira de indicar as
‘construções sociais’ – a criação inteiramente social das ideias
sobre os papéis próprios aos homens e às mulheres”. A ênfa-
se na ideia de construção social atribui à educação um papel
central para a categoria gênero, já que é também e principal-
mente por discursos e práticas pedagógicas que aprendemos os
lugares apropriados para nós de acordo com o gênero com o qual
nos identificaram quando nascemos. Assim, na mesma medida
em que os discursos educacionais são generificados, gênero é
também uma construção educacional, num movimento imanen-
te de retroalimentação.
Entendido isso, voltamos nosso olhar para o discur-
so pedagógico vigente, e para as resistências frente à ínfima
possibilidade de sua reinvenção, por ser ele tão marcado pelas
intenções de formar um sujeito coerente com as demandas
Referências
O “homem perigoso”
Como você sabe, minha turma não toma banho aqui [na
escola]. Mas teve um dia que uma aluna não conseguiu se
segurar e fez xixi na roupa. Ficou toda molhada. Todos [as
outras crianças da turma] ficaram rindo dela. Tive que tomar
uma atitude rápida. [...] Era a primeira vez, depois de quase
seis meses aqui que tinha acontecido isso na minha sala. [...]
Quando eu estava caminhando com ela em direção ao banhei-
ro para dar o banho nela, a professora [de outra turma da
escola] gritou lá da porta da sala dela, gritou mesmo “Você
tá louco? Deixa que eu vou mandar [nome de uma auxiliar de
3 Para dar destaque aos trechos das entrevistas, optamos por apre-
sentá-los com bordas externas, independentemente de sua extensão.
Assim, pode-se melhor diferenciar o que é citação que nos serviu
como corpus analítico (as falas dos entrevistados) daquilo que é cita-
ção que nos serviu como aporte teórico-metodológico do trabalho
(frases dos autores de base deste estudo). As sensações dos entrevis-
tados estão transcritas entre colchetes, bem como as explicações de
alguns termos e demais situações necessárias ao bom entendimento
dos trechos das entrevistas.
creche] dar banho nela. Pode deixar! Pode deixar!”. Não gostei
da forma que ela agiu. Não precisava gritar daquela forma! [...]
Eu sabia que eu não iria fazer nada de errado com a menina,
não sou pedófilo, mas foi melhor mesmo assim [suspiro]. [...].
Entendi minha colega, ela só estava preocupada com a reação
dos pais da menina. [...] é claro que tem coisas que elas [as
mulheres] fazem melhor do que a gente né? [risos] Ah! Mas na
hora de pegar no pesado elas sabem me chamar ligeiro [risos].
Acho natural essa divisão [divisão de tarefas entre homens e
mulheres]. Eu sei que poderia ser diferente, que eu poderia
fazer tudo, ou quase tudo que elas fazem, mas tá bom assim
[conformidade]. (EDU 02)
Eu acho que de todo mundo que a gente convive aqui [na esco-
la], as crianças são as que a gente tem menos problemas. Elas
nos adoram [o “nos” refere-se aos homens]. Muitas não têm
pai, ou o pai não convive com elas. A gente acaba se tornando
a figura paterna para elas. [...]. Mas tem certas coisas que
procuro evitar fazer com meus meninos [alunos e alunas].
Dar carinho mais afetuoso, você entende, né? [...]. Tipo beijar,
acariciar, essas coisas. [...]. Teve um dia que eu estava sentado
na cadeira e lendo uma historinha para a turma, eles gostam
de ficar perto da gente nessas horas, daí veio uma aluna e se
sentou no meu colo, eu fiquei sem saber o que fazer. Fiquei um
pouco chocado. Dei uma parada na história, mas continuei a
contação. Ainda bem que nesse dia eu estava sem auxiliar de
sala, pois ela iria ter notado o meu nervosismo e ter pensado
outras coisas. [...]. Eu sei que eu não tinha maldade, sei que
eu não estava fazendo nada de errado, mas se outras pessoas
fossem ver a cena poderiam imaginar outra coisa, né? [...].
Mas aquilo [criança sentada no colo dele] estava me incomo-
dando. Ainda bem que no meio da história eu tive que tirar
ela do meu colo, pois o restante da turma queria sentar no
meu colo também [risos] [...]. A partir desse momento já ficou
estabelecido nas contações de história que todos deveriam
ficar sentados nas almofadas (EDU 02).
O “homem poderoso”
Penso sim em ser gestor. Quero ser diretor daqui. [...]. As meni-
nas [educadoras] me incentivaram a participar do processo
seletivo. Acho que o meu caminho para eu entrar na gestão
será facilitado, elas [educadoras] querem que eu seja (EDU 02).
O “homem respeitado”
Elas precisam saber que sou o chefe delas, não sou amigo aqui
dentro, sou o responsável por tudo isso aqui, lá fora, quem
sabe, mas aqui a relação é outra. Relação de cobranças e de
autoridade mesmo. [...]. Do mesmo jeito [quando foi chefe de
um professor], tratava do mesmo jeito que elas. [...]. Verdade
que por sermos homem a gente [ele e o professor] tinha mais
assuntos em comum. [...]. A gente falava muito sobre futebol
[...]. A gente zoava muito um com o outro [quando um dos
times perdia um jogo]. Mas tudo dentro dos limites, na hora
de cobrar eu falava sério com ele também, da mesma forma
que eu cobrava as meninas [professoras]. Trato e cobro todos
da mesma forma... [sinal de tensão]. Não [questionado se a
relação de chefia é melhor com um homem], tanto faz, o que
importa é a individualidade de cada um (EDU 01).
Considerações transitórias
Referências
Considerações Transitórias
Referências
463
disciplinas como Fundamentos da Educação Infantil, Teoria do
Currículo, Conteúdos e Didática da Arte para os Anos Iniciais,
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos, estando vincu-
lada à Faculdade de Ciências Educacionais do Rio Grande do
Norte (FACERN). Tem experiência na área de Educação, com
ênfase em Educação Infantil, desenvolve pesquisa que busca
investigar e problematizar a articulação entre educação,
consumo, erotização, identidades infantis e as novas configu-
rações da(s) infância(s) contemporânea(s) tendo como suporte
o campo teórico dos Estudos Culturais em Educação em uma
vertente pós-estruturalista.
clarinharn@hotmail.com
464
Pernambuco e graduada em Pedagogia pela Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte. Professora do Departamento de
Educação/CAMEAM, da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte. Docente do quadro permanente do Mestrado Profissional
em Letras (PROFLETRAS), líder do grupo de pesquisa Formação,
Memória e Políticas Educacionais (FORMEPE), vinculada à linha
de pesquisa “Saberes, Memória e Formação”. Desenvolve estu-
dos e pesquisas na área de Educação, principalmente, sobre os
seguintes temas: saberes, formação docente, currículo, prática
pedagógica, ensino-aprendizagem e relações étnico-raciais.
deboranascimento@uern.br
465
Divoene Pereira Cruz
Licenciada em pedagogia, Mestra e Doutora pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte/UFRN. Atua como professora
da rede municipal de ensino em Florânia/RN.
divoenepereira@hotmail.com
466
Sociais, a formação do professor, a formação profissional e
superior, os processos de ensino-aprendizagem no adulto em
formação e a construção de conceitos.
ergandrade@gmail.com
467
de experiências e saberes e ação pedagógica na Educação
Infantil”, promovidos pelo Ministério da Educação em parce-
ria com o NEI/CAp/UFRN (2013-2014). Atualmente, é educadora
infantil na rede municipal de Natal-RN e concentra seus esfor-
ços de estudos e pesquisas na área da Educação, com ênfase na
articulação entre as temáticas de Infância, Mídias, Identidades
Infantis e Educação Infantil.
jessicadantas_ufrn@hotmail.com
468
Luana Sobral Hilário
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (2012). Durante a graduação, foi bolsista do
Curso Pedagogia da Terra – UFRN. Em 2012, assumiu o cargo de
professora dos anos iniciais na rede básica de ensino do estado
do Rio Grande do Norte. É Mestre em Educação pelo Programa de
Pós-Graduação em Educação da UFRN (2015). Atualmente, ocupa
o cargo de Técnica em Assuntos Educacionais no Instituto Federal
de Educação, Ciências e Tecnologias do Rio Grande do Norte
(IFRN). Desenvolve reflexões na área de Educação Popular, espe-
cificamente Educação de Jovens e Adultos e Educação do Campo.
luanasobral138@yahoo.com.br
469
em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Atualmente, é professora da Universidade Federal do Piauí/
Campus Amílcar Ferreira Sobral/Colégio Técnico de Floriano e
coordenadora do Polo de Apoio Presencial da UAB-Floriano-PI.
francinetedamasceno@yahoo.com.br
Mariangela Momo
Pedagoga, Especialista em Educação Infantil e Doutora em
Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Pós-Doutora em Educação Pela Universidade de Brasília
(UNB) com apoio do CNPq. Professora do Centro de Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CE-UFRN). Seus
interesses em pesquisa centram-se nas temáticas da infância e
da Educação Infantil em suas relações com a cultura contem-
porânea tendo como suporte teórico-metodológico os Estudos
Culturais em Educação.
marimomo@terra.com.br
470
temas: formação docente, currículo, aprendizagem e identida-
de. Atualmente, é diretora do Centro de Educação da UFRN.
mgurgelribeiro@hotmail.com
471
Rio Grande do Norte com Estágio Doutoral na Universidad de
Barcelona e Pós-Doutorado na Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (UERJ). Professora da UFSCar e do PPGED da UFRN,
com pesquisa no campo do Currículo e na Educação de Jovens e
Adultos. Coordenadora da Cátedra de Jovens e Adultos UNESCO
da UFRN e do GT 18 da ANPED.
rosa3ufrn@gmail.com
472
PROEJA. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase
em Educação Matemática.
silvia.18.regina@hotmail.com
473
Este livro foi produzido pela equipe
editorial da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.