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Lobo
José-Ricardo Pereira Lira Juliana Zielinsky Yonenaga Frederico Souza Gabriela Barbero R.
Goulart
Sérgio Vieira Miranda da Silva Alessandro Torresi Rafael Barbosa da Silva Beatriz Peralva Avella
Frederico Kastrup de Faro Daniela Cunha Atem Gabriela Cristina Monteiro Flavio Ahmed
Joana Maciel Ribeiro Marcos Rolim da Silva Maria Eduarda B. Maria Luiza Faveret
Gamborgi
com o objetivo de coibir violação a direito líquido e certo de seus associados, causada por
inconstitucional, ilegal, desproporcional e irrazoável ato praticado pelo Exmo. Sr.
GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, Sr. João Doria, domiciliado no Palácio dos
Bandeirantes, na Av. Morumbi, nº 4.500, bairro Morumbi, São Paulo/SP, CEP nº 05.650-905,
ato esse consistente na edição do Decreto Estadual nº (...), o qual reestabelece a Bandeira
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.I.
POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DO WRIT
NO PLANTÃO JUDICIAL DA 2ª INSTÂNCIA DO E. TJSP
Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das atribuições previstas nesta Constituição,
processar e julgar originariamente:
(...)
III - os mandados de segurança e os “habeas data” contra atos do Governador, da Mesa e da
Presidência da Assembleia, do próprio Tribunal ou de algum de seus membros, dos
Presidentes dos Tribunais de Contas do Estado e do Município de São Paulo, do
Procurador-Geral de Justiça, do Prefeito e do Presidente da Câmara Municipal da Capital;
(...).
Por tal motivo, este writ se amolda à hipótese descrita no art. 1º, inc. I, da Resolução
nº 71 do Conselho Nacional de Justiça, in verbis:
Logo, demonstrado está que o ajuizamento desta demanda perante o Plantão Judicial
de 2ª Instância encontra perfeito fundamento nas normas regulamentares aplicáveis.
.II.
O OBJETO DO WRIT
.II.1.
Considerações iniciais
A ilegal e inconstitucional proibição de funcionamento
presencial dos shopping centers, nos dias 25 a 27 de dezembro, e 01 a 03 de janeiro
Importante de pronto salientar que o ato ora impugnado constitui medida inteiramente
estranha a todas as políticas públicas de combate à pandemia de COVID-19 até aqui
implementadas em qualquer dos estados do país, aí incluídas aquelas praticadas em São
Paulo – SP, até ontem.
COVID 19. Aleatoriamente, sem explicação lógica, o Executivo decidiu fechar o comércio
nos dias 25 e 27 do mês em curso, autorizando a reabertura nos dias 28, 29, 30 e 31, para,
adiante, fechar novamente os estabelecimentos, mas apenas nos dias 01, 02 e 03 de janeiro
de 2021, liberando o comércio a partir do dia 04 subsequente, sem nova previsão de
fechamento.
Sobrevém, então, a pergunta inevitável: por que o comércio não deve abrir nos dias
25, 26 e 27, mas pode funcionar nos dias 28, 29, 30 e 31?! Porque, após funcionar na
semana do dia 31, o comércio deve fechar nos três dias iniciais de janeiro, para retomar
suas atividades logo em seguida, a partir do dia 04?!
Mas se o ato coator é bizarro para o comércio em geral, sua existência, tida como
ordem de fechamento dos shopping centers, constitui verdadeira aberração jurídica.
Vejamos.
.II.2.
Histórico de medidas governamentais, até o Ato Coator
Tal Decreto – embora sui generis – é apenas o capítulo mais recente da extensa lista
de medidas tomadas pelo Estado de São Paulo, tendo como justificativa a contenção do
avanço da pandemia da COVID-19, com profundo impacto sobre o setor de comércio e
shopping centers.
abaixo:
Art. 2º Para o fim de que cuida o artigo 1º deste decreto, fica suspenso:
I-o atendimento presencial ao público em estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços, especialmente em casas noturnas, "s hopping centers", galerias e
estabelecimentos congêneres, salões de beleza e barbearias, academias de esporte de todas
as modalidades e centros de ginástica, ressalvadas as atividades internas;”.
Nada obstante a gravidade das medidas impostas pelo Poder Público, o setor de
shopping centers apresentou postura absolutamente colaborativa, não tendo apresentado,
em momento algum, oposição às restrições adotadas pelo Estado de São Paulo.
E, após longos dois meses de fechamento quase completo dos shopping centers
(com exceção de serviços essenciais e alguns serviços passíveis de atendimento via delivery
ou drive thru), o Estado de São Paulo institituiu, mediante o Decreto nº 64.994, de 28 de
maio de 2020 (Doc. nº x), o Plano São Paulo, voltado a possibilitar a reabertura gradual do
comércio e serviços, através de um monitoramento constante das condições epidemiológicas
de cada região do Estado, definida pela circunscrição de seu respectivo Departamento
Regional de Saúde1.
Para que ocorresse tal reabertura gradual, referido Decreto estabeleceu critérios de
classificação de cada região em quatro fases, denominadas Vermelha (Fase 1), Laranja
(Fase 2), Amarela (Fase 3) e Verde (Fase 4), conforme definido por seu art. 5º:
1
A divisão regionalizada do monitoramento das condições epidemiológicas, tendo como critério os Departamentos
Regionais de Saúde, foi determinada pelo art. 3º do Decreto Estadual nº 64.994:
“Art. 3º Para fins do disposto no artigo 2º deste decreto, as condições epidemiológicas e estruturais no Estado serão
aferidas pela medição, respectivamente, da evolução do COVID-19 e da capacidade de resposta do sistema de saúde.
§ 1º A evolução do COVID-19 considerará o número de casos confirmados da doença, de modo a identificar o intervalo
epidêmico no período avaliado.
§ 2º A capacidade de resposta do sistema de saúde considerará as informações disponíveis na Central de Regulação de
Ofertas e Serviços de Saúde - CROSS, prevista na Lei nº 16.287, de 18 de julho de 2016, e no Censo COVID-19 do
Estado, a que alude a Resolução nº 53, de 13 de abril de 2020, da Secretaria da Saúde.
§ 3º A aferição a que alude o "caput" deste artigo será realizada:
1. de forma regionalizada, preferencialmente em conformidade com as áreas de abrangência dos Departamentos
Regionais de Saúde organizados nos termos do Decreto nº 51.433, de 28 de dezembro de 2006;
2. por meio do Sistema de Informações e Monitoramento Inteligente - SIMI, instituído pelo Decreto nº 64.963 , de 5 de
maio de 2020.”
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Já no que toca às restrições e medidas a serem tomadas por cada setor de economia,
a depender da fase em que cada região se encontra, as diretrizes são aquelas constantes do
Anexo III do Decreto nº 64.994, cuja redação vigente foi estabelecida pelo Decreto Estadual
nº 65.357, de 11 de dezembro de 2020:
De acordo com tais critérios, desde o dia 04.09.2020 (data da divulgação da 12ª
Atualização do Plano São Paulo – Doc. nº x), todas as regiões do Estado apresentaram
condições para funcionamento de shopping centers, ainda que com restrições (as quais
foram devidamente acatadas pelo setor), condição que permaneceu até a divulgação do 16º
Balanço do Plano São Paulo, em 30.11.2020 (Doc. nº x).
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Ilustra a seriedade dessa atitude da Abrasce a carta que encaminhou aos prefeitos e
governadores do país, em 23.11.2020, como os seguintes dizeres:
“Desde o início da pandemia do novo coronavírus, o setor de shopping centers tem investido
muitos recursos e agido com muita responsabilidade. Além de medidas econômicas junto a
lojistas para a preservação de empregos, que somam mais de 5 bilhões de reais, os
shoppings do país assumiram o compromisso de agir coordenadamente em relação às
medidas de segurança para a saúde pública.
Estas diretrizes foram e continuam sendo seguidas como prioridade por todos os shoppings
do país. Mesmo durante períodos em que houve queda no número de casos e
afrouxamento de algumas restrições pelo Poder Público, nossos empreendimentos
nunca negligenciaram a atenção e os cuidados necessários para garantir a máxima
segurança às pessoas. Não podemos ser responsabilizados e penalizados pelo
aumento de casos de COVID no País.
Os shoppings são ambientes monitorados e não são fontes de contágio, uma vez que
as pessoas circulam em espaços amplos, controlados e sem aglomeração. Ao longo
dos últimos meses, provamos que estamos capacitados, habilitados e seguros.
Oito meses após do início da crise, o Poder Público está mais bem preparado para enfrentar e
controlar o avanço da doença. Acreditamos que seja possível agir pontualmente, isto é,
identificando e agindo sobre os reais focos da doença, sem que isso prejudique totalmente a
economia do país, já fragilizada diante desta crise. Outros países do mundo, especialmente
na Europa, têm caminhado nesta direção.
Nossa maior preocupação foi e continuará sendo a saúde das pessoas. Todavia,
sabemos que também devemos olhar para aspectos e medidas de natureza econômica
para garantir renda para milhares de empresas e os mais de três milhões de brasileiros
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que trabalham em nosso setor. Neste sentido, reiteramos nosso compromisso com a
segurança e com todos os cuidados.
Atenciosamente,
“Prezado associado,
Nosso setor foi e continua sendo exemplar ao longo desta pandemia. Foram muitas
ações, investimentos, inovações e protocolos. Com isso, a ABRASCE, no diálogo com o
Poder Público, conseguiu mostrar a reponsabilidade e o cuidado que temos com lojistas,
funcionários e consumidores, trazendo equilíbrio entre saúde e economia.
Esta medida ajudará os governos e a saúde pública, e também trará cuidados com
consumidores e população em geral, em linha com o que defendemos como retomada
consciente.
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Continuaremos fazendo tudo o que estiver em nosso alcance para preservar a segurança
e saúde daqueles que frequentam nossos Shoppings.
Um grande abraço,
Glauco Humai
Diante disso, as expectativas dos shoppings para dezembro – o mês mais importante
do calendário do comércio – eram as melhores possíveis, o que conferia uma esperança de
recuperação de eventuais perdas sofridas em decorrência da pandemia de COVID-19. Tanto
os shoppings, quanto os lojistas, se prepararam para as vendas de final de ano, embalados
pela autorização pública de funcionamento em regime de 12 horas por dia. Compraram
estoques, mobilizaram empregados, contrataram milhares de trabalhadores temporários (até
porque o aumento da jornada, de 8h/d para 12h/d impactou o quadro de pessoal dos
comerciantes), tudo isso para atender a uma expectativa, ainda que moderada, por força dos
protocolos da pandemia, extremamente importante para o setor, que tem no mês de
dezembro seu principal período de realização de negócios.
03 de janeiro de 2021 (em acréscimo aos feriados de 25/12 e 01/01), o que resultaria no
fechamento dos shoppings – de forma aleatória – nessas datas.
Tal anúncio foi seguido da publicação, na data de hoje, 23.12.2020, do Decreto nº (...)
e da Resolução nº (...) da Secretaria de Saúde, atos esses que concretizaram o anúncio
realizado na véspera, relegando todas as regiões paulistanas à Bandeira Vermelha e, assim,
impondo, de fato, tal como anunciado, o fechamento do setor de shopping centers em todo o
Estado de São Paulo, entre os dias 25 a 27 de dezembro de 2020, e 01 a 03 de janeiro de
2021.
Com o objetivo de zelar pela saúde e bem-estar dos frequentadores dos shopping
centers brasileiros, a ABRASCE solicitou a especialistas do Hospital Sírio-Libanês (aos quais
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Todas essas recomendações, vale destacar, foram construídas com base em dados
fornecidos pelas áreas de Operações dos principais grupos de shopping centers do Brasil,
além de consultores e protocolos internacionais, como a ASHRAE (Estados Unidos) e
RHEVA (União Europeia) – vide documentos integrantes do Doc. nº 05.
Assentadas essas premissas, tem-se que o presente writ é ajuizado para se garantir o
direito líquido e certo dos associados da Impetrante ao pleno exercício do princípio
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.III.
LEGITIMIDADE E CABIMENTO
Para casos assim, o Estatuto Social da Impetrante contém previsão para a defesa
judicial de seus associados, seja no âmbito individual ou no coletivo:
Com a impetração em foco, objetiva-se afastar a proibição que pesa sob todos os
associados da Impetrante estabelecidos neste Estado, de modo a lhes garantir tratamento
adequado, tendo em vista sua condição de funcionamento responsável e com observância
de todos os protocolos sanitários voltados à prevenção da COVID-19, sendo certo que, não
fosse a instauração desta demanda coletiva, o cenário hoje seria de ajuizamento
concomitante de uma enxurrada de medidas individuais virtualmente idênticas, tanto dos
shoppings associados, como de seus inúmeros lojistas, individualmente, contrariando a ratio
e os princípios que ensejaram o reconhecimento da legitimidade da via coletiva para a
proteção de direitos como aqueles em debate nestes autos.
controvérsia que demandaria uma infinidade de sentenças individuais. Isto faz o Judiciário
mais ágil.” (STJ – 1ª Seção, Min. Humberto Gomes de Barros MS nº 5.187/DF
.IV.
FUNDAMENTOS JURÍDICOS: A
EVIDÊNCIA DA VIOLAÇÃO A DIREITO LÍQUIDO E CERTO
.IV.1.
Ausênca de fundamentação para o fechamento dos shoppings
“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da
decisão.”
É valiosa a lição de Marçal Justen Filho sobre o tema, colhida em artigo doutrinário
intitulado “Art. 20 da LINDB - Dever de transparência, concretude e proporcionalidade nas
decisões públicas”, publicado em edição especial da Revista de Direito Administrativo sobre
as inovações promovidas em 2018 na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
No caso concreto, como se viu, o Estado de São Paulo adotou medida que contrasta
sobremaneira com as adotadas nos últimos meses, impedindo, em caráter absoluto, o
funcionamento dos shopping centers, inobstante os protocolos e medidas impostas a esse
setor.
impecáveis, como uso de máscara, de álcool nas mãos, entre outras, todas em caráter
obrigatório.
.IV.2.
Violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
Essa é a posição do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, a teor dos seguintes
julgados, exemplificativamente:
STF – Tribunal Pleno, ADIn nº 247, Rel. Min. Ilmar Galvão, Rel. p/ Acórdão Min. Nelson
Jobim, j. 17.06.2002.
.IV.3.
Violação ao princípio da Livre Iniciativa, e
ao Art. 1º, §2º, da Lei de Liberdade Econômica
Desse modo, o ato impetrado institui verdadeira e ilegal afronta ao direito líquido e
certo dos associados da Impetrante ao exercício da livre iniciativa, caso atendam as medidas
de prevenção adequadas para a prevenção da COVID-19.
“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
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(...)
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; ”
***
E não se tente justificar as medidas impostas pelo ato coator, no caso vertente, com
base nas prerrogativas estatais voltadas à efetivação do direito à saúde, uma vez que, como
já se viu, os shopping centers têm todas as condições para assegurar aos frequentadores
medidas de segurança e prevenção consideradas adequada até aqui pelas autoridades
públicas – sabendo-se que os shoppings funcionam em todo o país, seguindo os mesmos
protocolos que levaram as autoridades paulistas a, dias atrás, já em dezembro, a autorizar o
funcionamento dos shoppings em regime de 12 horas por dia no Estado de São Paulo.
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Aliás, o próprio Governo de São Paulo, em coro com todos os outros do país, sempre
reconheceu que a fiscalização dos cuidados sanitários (como a utilização de máscaras,
disponibilização de álcool-gel, realização de higienizações regulares, observância de
distanciamento mínimo, restrição do número de mesas disponibilizadas aos frequentadores
nos restaurantes e praças de alimentação, aferição de temperatura corporal dos
frequentadores etc.) é sobremodo facilitada nos shopping centers, justamente por
constituirem empreendimentos com gestão única, integrada, organizada e centralizada nas
mãos de seus respectivos empreendedores.
Assim, a ordem de fechamenento dos shopping centers, nas condições impostas pelo
ato coator, evidencia a violação ao direito líquido e certo dos associados da Impetrante ao
livre funcionamento, assim acrescendo à transgressão ao princípio constitucional da
razoabilidade ou proporcionalidade, também a violação às regras e princípios de proteção à
livre iniciativa.
.V.
REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR
.VI.
CASO EXTREMO – PODER GERAL DE CAUTELA -
INVIABILIDADE DE PRÉVIA OITIVA DO REPRESENTANTE LEGAL DA AUTORIDADE
Sabe-se que o § 2º, do art. 22, da Lei nº 12.016/2009 estabelece que, no mandado de
segurança coletivo, a liminar será concedida, quando cabível, após a audiência do
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no
prazo de 72 horas.
Assim, parece certo que tal dispositivo não se aplicará àquelas situações fáticas,
revestidas de tal urgência ou relevância, que não permitem tempo para, sequer, aguardar-se
o prazo de 72 horas. Se tão excepcional hipótese se apresentar, poderá o Juiz, em nome do
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Desse modo, no presente caso, em que a violação a direito líquido e certo dos
Shoppings associados da Impetrante ocorrerá a partir de amanhã, sexta-feira, dia
25/12/2020, está claro que, pelo poder geral de cautela conferido ao Magistrado, e com base
no princípio insculpido no artigo 5º, inciso XXXV, da CF, é perfeitamente lícita a concessão
de liminar inaudita altera pars, conforme abaixo requerido.
.VII.
PEDIDO
(i.1) subsidiariamente ao pedido referido no item (i) acima, caso, por amor ao debate,
não se entenda de conceder o pedido acima formulado, que ao menos seja garantida
a abertura desses estabelecimentos nos dias 25 a 27 de dezembro de 2020, pelo
período de 12 horas diárias, os quais constituem datas cruciais para o setor;
(ii) após, na forma do art. 22, §2º, da Lei nº 12.016/2009, a intimação das
autoridades coatoras para que se manifestem no prazo de 72 horas, com a
confirmação da medida liminar após tal manifestação;
(iii) em seguida, a notificação do Ilmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo, para
prestar as informações que acharem necessárias, no prazo de dez dias;
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(iv) a intimação do Ministério Público, na forma do art. 12 da Lei nº 12.016/2009, para que
esse órgão se pronuncie; e
Atribui-se à causa, para efeitos de alçada, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Requer-se, por fim, sob pena de nulidade, que as intimações dirigidas à Impetrante
sejam realizadas exclusivamente na pessoa de José-Ricardo Pereira Lira (OAB/SP nº
145.613-A), Sérgio Vieira Miranda da Silva (OAB/SP sob o nº 175.217-A), Joana Maciel
Ribeiro (OAB/SP nº 330.613) e Marcos Rolim da Silva (OAB/SP nº 362.621), os quais
possuem escritório na Rua Haddock Lobo, nº 684, 8º andar, São Paulo/SP, CEP nº
01414-000, onde recebem intimações.
É o que se requer.
São Paulo, 24 de dezembro de 2020.