O documento discute a evolução do conceito de região em geografia. Ao longo da história, diferentes pensadores propuseram delimitar regiões baseadas em critérios como bacias hidrográficas, formações geológicas, aspectos físicos e humanos. No século XX, Ricchieri, Cholley e Perroux contribuíram para definir região como um espaço organizado pelo homem dentro de determinadas condições naturais.
O documento discute a evolução do conceito de região em geografia. Ao longo da história, diferentes pensadores propuseram delimitar regiões baseadas em critérios como bacias hidrográficas, formações geológicas, aspectos físicos e humanos. No século XX, Ricchieri, Cholley e Perroux contribuíram para definir região como um espaço organizado pelo homem dentro de determinadas condições naturais.
O documento discute a evolução do conceito de região em geografia. Ao longo da história, diferentes pensadores propuseram delimitar regiões baseadas em critérios como bacias hidrográficas, formações geológicas, aspectos físicos e humanos. No século XX, Ricchieri, Cholley e Perroux contribuíram para definir região como um espaço organizado pelo homem dentro de determinadas condições naturais.
Objetivo: Evidenciar a evolução do conceito de “região” e como
delimita-la
Objeto: Conceito de região
Pontos Principais: Região, epistemologia, geografia, diferentes
pensamentos, fatores físicos e humanos, delimitação, professores e geográfos
RESUMO DA OBRA - CAPÍTULO
Desde a antiguidade a sociedade costuma dividir ou delimitar
territórios de acordo com as características naturais ou da forma que aquele espaço está sendo aproveitada e utilizam termos como “área”, “região, “terra” para determinar esses espaços. De acordo com esses conceitos e algumas ideias orinudas da europa, na qual foram amadurecendo e resultou na criação, de estados, províncias, departamentos, municípios, entre outros, e posteriormente dando origem a outras divisões territórias, como a divisão político- administrativa, que vai levar a novas delimitações do espaço, uma vez que sua divisão vai ser regida por outro critérios, como idioma, costumes e forma de organização política. Divisão administrativa e região: Após o renascimento com o “amadurecimento” das ciências contribuiu para libertar os estudos geográficos do contexto histórico e político, com o auxilio dos estudos astrônomicos de Kepler, Galileu e Copérnico, assim como os trabalhos físicos e Newton e químicos de Lavosier. Nos meados so século XVIII, o abade Gueltard publicou um mapa da bacia geológica franco- inglesa, o que foi considerado um marco para época, pois vai considerar uma divisão baseado em um critério diferente do que ese estudava, a divisão baseada na formação geológica, que posteriormente incentivou outros estudos acerca da natureza, como estudos da fauna e da flora. Já com a revolução francesa e todo seu contexto, houve uma tentativa de uma nova divisão das províncias, justamente numa tentativa de apagar algumas estrututas do antiga nobreza, porém, ainda levaram algumas considerações já existentes, como a divisões naturais do solo francês e as divisões econômicas dela resultantes. Posteriormente a Academia de Ciência de Paris, da a ideia de identificar as regiões naturais ás bacias fluviais , até pela facilidade de estabelecer seus limites, uma vez que o maior meio de tranporte na época era por hidrovias, uma preocupação que perdura até os dias de hoje, na qual muitos professores buscam delimitar territórios a partir da das bacias fluviais. Outro projeto de reorganização do espaço aconteceu no Leste e Sudeste da França, na qual utilizou o eixo Reno- Mosela-Saône-Ródano, justamente visando o desenvolvimento do espaço françês em função da comunidade européia. Sendo assim, muito influenciou o Brasil, na qual vários projetos de desenvolvimento tomaram como base as bácias hidrográficas, SUPVA, atual SUDAM, Super Intendência de Desenvolvimento da Amazônia, com uma área de ação sobre toda a bacia do grande rio e de outras pequenas bacias, como Oiapoc e Araguari. Ricchieri e as divisões naturais: Porém essas divisões de acordos com as bacias hidrográficas foram sendo criticadas, visto que cada especialista tinha a sua concecpção para cada região natural. Na Itlália, na década de 20, procurou conciliar essas diferenças entre estudos e conceituar uma região natural geográfica, na qual seria bem aceita por estudiosos serviria como base para primeira divisão regional do Brasil realizada em 1941. Ricchieri dividiu o coneito de região em três, região elementar, geográfica e integral, sendo a primeira baseado em apenas um fenômeno, podendo ser geolófico, morfológico, climático, hidrográfica ou botânica. Já na e região geográfica complexa sendo áreas que sobreponham várias regiões elementares e por último, a regiao integral sendo formada por um conjunto de regiões complexas. Já nos de 1920-29, vários professores e estudiosos do Brasil buscaram atualizar o ensino da discplina do nosso país, sobretudo o colégio Pedro II, na qual um professor chamado de Fábio Macedo, realizou estudos de síntese e dividir o país oficialmente em grandes regiões naturais. Muito influenciado por Ricchieri e por Delgado de Carvalho, Fábio levou em consideração os aspectos geológicos, do relevo, do clima e da vegetação, considerando que esses aspectos se relacionavam, mas que alguns momentos algum poderia predominar sobre o outro, como na região amazônica na qual se predominava o fator da vegetação e nos Alpes que se predominava o relevo. Após vários estudos dividiu o país em cinco regiões, as regiões norte, nordeste, sul, leste e centro-oeste, facilitando os interesses didáticos e estásticos acerca da região. Contudo, mesmo recebendo influência de outros estudiosos, Fábio vai se apegar a dois tipos de regiões, as regiões naturais e humanas, na qual dizia que deveria se priorizar o meio físico como critério para divisão, mas ainda levando em consideração os aspectos humanos, já que o chamado determinismo geográfico já havia sido “refutado”. Cholley e região geográfica: A. Cholley construiu c conceito de região geográfica, a partir de dois critérios básicos: organização do espaço feito pelo homem e dinamicidade da organizacão, quer quanto à escala, quer quanto às características. Predominava, assim, a visão antropocêntrica sobre a visão fisiográfica na formulação do conceito. Justificava Cholley que o homem era o regente do princípio implicador da região, que é a sua organização. Afirmava também aquele professor que a idéia de região implica um princípio de organizacão. Deve-se, em conseqüência, reservar essa expressão exclusivamente às organizações realizadas pelo homem na superfí cie do planeta. Surgia, então, um problema de ordem metodológica: o de integrar os aspectos humanos aos físicos, numa porção de espaço. Para superar tal questão, o eminente geógrafo propôs o termo "domínio", fechando, assim, a sua contribuição à formulação do conceito. As idéias da organização do espaço regional pelo homem dentro de certas condições físicas, da sujeição dos aspectos físicos aos humanos e da redução desses aspectos, físicos e humanos, à condição de domínio afastaram, definitivamente, naturalistas e historiadores da condição de dominantes na conceituação de região. Crescia a noção de "região geográfica" e, dentro dessa perspectiva, emergia, ao mesmo tempo, a visão da Geografia como uma ciência de síntese . Paralelamente aos estudos do prof. Cholley, os do francês François Perroux redimensionavam o conceito de região, introduzindo uma nova categoria analística, a de espaço econômico. A região para Perroux era preferencialmente econômica, daí os seus três tipos região plano, região homogênea e região polarizada. Segundo Perroux, a região plano era aqueIa porção delimitada do espaço que foi colocada intencionalmente sob a intervenção de autoridades que está submetida à implantação de projetos de desenvolvimento. A região homogênea é aquela cujas de região é muito comum em países de desenvolvimento capitalista. Nesses países, a tendência predominante é a de acabar com as diferenças inter-regionais, fazendo de cada país seja uma só "região", à custa da homogenização dos padrões da produção, do nível de conflito social e dos padrões culturais. Nas circunstâncias atuais, em que o Capitalismo vive a fase imperialista, a tendência homogeneizadora corresponde à face externa do sistema que quer reduzir as relações entre "regiões" aos padrões do modo capitalista de produção. Contrapondo-se a essa tendência homogeneizadora das "regiões" do sistema, ergue-se a resultante do conflito entre forças sociais internas às "regiões". Essa resultante, compondo a face interna do processo do sistema, opõe a homogeneidade, obtida com a regionalização da sua organização, à heterogeneidade. Finalmente, a "região polarizada", que pode ser entendida como a resultante da interdependência instalada entre porções homogêneas de um mesmo espaço. Nessa condição, uma das porções detém a posição hegemónica em relação às demais. O estudo da integração entre regiões interdepentes coloca em questão a relação dominação/subordinação que, marca a articulação inter-regional. Este estudo é importante para se identificar a região polar (ou polarizadora) e as regiões polarizadas. Os geógrafos, como os economistas, sociólogos e historiadores concluíram que a região dominante ou polar ou polarizadora no sistema capitalista encontra-se sempre nas cidades. Isso ocorre porque a introdução dos padrões capitalistas de produção e seu desenvolvimento encaminham a sociedade para uma organização hegemonicamente urbano-industrial. Daf formar-se a polarização em torno das cidades. Ultimamente, outras contribuições surgiram em torno da questão "como conceituar região". Uma das que se destacaram foi a do geógrafo francês Bernard Kayser, que, influenciado pelas teses de Cholley e pelos modernos estudos de economia espacial, propôs um conceito próprio de região para o mundo desenvolvido, assim como elaborou uma tipologia das formas de utilização do espaço para o mundo subdesenvolvido. De modo geral, região era, para Keyser, uma porção de espaço cuja organização se dava sob determinadas condições, obedecendo às especificidades dos espaços em que ela se organizava. Logo, mais precisamente, uma porção de espaço só se regionalizava quando se tornava organizada social e economicamente, segundo os padrões do sistema global em que ela se inseria. A organização espacial em países de desenvolvimento capitalista não seguia a mesma tendência da dos países subdesenvolvidos. Enquanto os primeiros tendem à homogeneização, os últimos tendem à heterogeneização disparidades de desenvolvimento regional. Foi pensando nessa distincão, que Kayser elaborou uma caracterização própria para o mundo desenvolvido, a partir de três critérios básicos. A saber: solidariedade existeste entre os seus habitantes, organização em torno de um centro (pólo) e participação em conjunto. Já para o mundo subdesenvolvido, ele previu a existência de porcães com fluxos indiferenciados. Por isto, chamou-as de espacos indiferenciados. Considerou-as, também, abertas a toda influência do mundo exterior, que as explora. Denominou-as ainda polarizadas em torno de uma cidade, cujo fluxo se dá somente no sentido área satelizada cidade. Finalmente, considerou-as como área sob o impacto de programas de desenvolvimento de governo, no sentido de torná-las organizadas, dentro do modo capitalista de produzir. Essa última característica indica que as regiões subdesenvolvidas vivem sob a intervenção do Estado, no sentido da transformação da sua organização dos padrões não capitalistas para os padrões capitalistas.
EXPRESSÕES MARCANTES
“A divisão só estaria completa com estudos sobre a distribuição da
fauna e da flora” (M. C. de Andrade, (1977, p. 34)
“Admitia ainda que esses agentes se interinfluenciavam, mas que, no
jogo de influências, às vezes uns dominavam os outros" (1977, p. 37)
“Dava-se uma grande importância aos elementos físicos e quase se
desconhecia a influência dos fatores humanos” (1977, p. 37) INDICAÇÕES DE USO
O presente capítulo pode ser utilizado acerda de estudo epistemológico
acerca da evoulção do conceito de região, uma vez que grande parte do capítulo se dedica a mostrar como esse conceito evoluiu ao longo do tempo, seus primeiros pensamentos, principais pensadores e como essa influência chegou ao Brasil e a divisão atual dos dias de hoje,
APRECIAÇÃO FINAL
A despeito da sua importância para estudos sobre o desenvolvimento
científico, é importante perceber o momento em que esse conhecimento é capturado pelos órgãos do Estado e passa a operacionalizar, na forma de programas de desenvolvimento e planos de acão, os interesses dos que detêm o controle do capital e do Estado, pois muitos dos conceitos académicos aqui expostos estão no discurso oficial e vêm servindo de suporte teórico às ações de governo. É o discurso académico capturado pelo Estado. Há, também, os conceitos que ficam fora do discurso oficial e vem servindo de suporte teórico para o Estado.