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O PAPEL DO GOVERNO FEDERAL NA IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA 2030: OBJETIVOS DE

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – ODS

CONTEXTO:

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS fazem parte de um Protocolo

Internacional da Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas - ONU, onde o Brasil
assumiu o compromisso de implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável. Adotada pelos 193 Estados Membros das Nações Unidas o
documento “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável”, define a estratégia mundial para os próximos 15 anos.

A Agenda 2030 representa uma ferramenta orientadora para planejamento de ações e

políticas públicas perenes, capazes de levar o Brasil ao efetivo alcance do desenvolvimento
sustentável. Em busca do equilíbrio entre a prosperidade humana com a proteção do
planeta, seus principais alvos são: i) acabar com a pobreza e a fome; ii) lutar contra as
desigualdades; e iii) combater mudanças climáticas.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

ODS 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
ODS 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura
sustentável
ODS 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem
ao longo da vida para todos
ODS 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
ODS 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o saneamento para todos
ODS 7. Assegurar a todos o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia
ODS 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e
trabalho decente para todos

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ODS 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a

inovação
ODS 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles
ODS 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientese sustentáveis
ODS 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
ODS 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e os seus impactos (*)
Objetivo14. Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável
ODS 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma
sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de
biodiversidade
ODS 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o
acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis
ODS 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento
sustentável
(*) Reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima é o fórum internacional
intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima.

CONTRIBUIÇÃO DO BRASIL NA AGENDA 2030

Fruto do consenso das negociações obtidas entre delegados dos representantes dos países
membros da ONU, a Agenda 2030 incorpora contribuições resultantes do diálogo entre
governos e sociedade civil, construídos desde a Rio +20. Esse diálogo resultou na inserção
de novas temáticas ao desenvolvimento sustentável tais como: indústria, inovação,
infraestrutura, trabalho, crescimento econômico, paz e justiça, mudanças climáticas, dentre
outros.

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS sucedem ao ciclo dos Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio – ODM (2000 a 2015), cujo cumprimento das metas tornou o
Brasil referência mundial e um dos principais interlocutores na fase de negociação dos ODS,
na ONU. O protagonismo internacional do Brasil nos ODS proporcionou ao país assento no
Grupo de Alto Nível da ONU, que acompanha a implementação mundial da Agenda 2030.

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Figura 1: Transição dos ODM para ODS.

A experiência com a implementação dos ODM demonstrou que o engajamento da

sociedade civil e a execução de políticas públicas assertivas foram fundamentais para o
alcance das metas do milênio, que contribuíram para o desenvolvimento econômico, social
e ambiental. A partir da experiência acumulada nos ODM, o Brasil pretende repetir e
aprimorar as estratégias para obter sucesso na implementação da Agenda 2030.

A GOVERNANÇA DOS ODS

Coube à Secretaria de Governo da Presidência da República – SEGOV, em conjunto com a

Casa Civil, construir o instrumento de governança para implementação dos ODS no Brasil: o

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decreto nº 8.892, de 31 de outubro de 2016, assinado pelo Presidente da República que cria
a Comissão Nacional para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS.

Trata-se de uma instância consultiva e paritária que reúne representantes dos governos
federal, estadual e municipal e também os diversos segmentos da sociedade civil,
empenhados na implementação da Agenda 2030.

A Comissão Nacional tem por objetivo internalizar, difundir e dar transparência ao processo
de implementação da Agenda 2030 no Brasil e cabe a ela propor estratégias, instrumentos,
políticas públicas (ações e programas) e monitorar o seu desenvolvimento.

Caberá a Comissão Nacional para ODS:

 elaborar plano de ação para implementação da Agenda 2030;

 propor estratégias, instrumentos, ações e programas para a implementação dos
ODS;
 acompanhar, monitorar o desenvolvimento dos ODS e elaborar relatórios periódicos;
 elaborar subsídios para discussões sobre o desenvolvimento sustentável em fóruns
nacionais e internacionais; e
 identificar, sistematizar e divulgar boas práticas e inciativas que colaborem para o
alcance dos ODS.
 Promover a articulação com o órgãos e entidades públicas das Unidades da
Federação,para disseminar e implementar a Agenda 2030 nos níveis estadual e
municipal.

COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL PARA OS ODS

A Comissão é composta pelos seguintes representantes:

 Secretaria de Governo da Presidência da República (SEGOV);

 Casa Civil;
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 Ministério das Relações Exteriores (MRE);

 Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG);
 Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA);
 Ministério do Meio Ambiente (MMA);
 uma representação de coletivos de governos estaduais;
 uma representação de coletivos de governos municipais;
 oito representantes de coletivos dos diversos segmentos da Sociedade Civil.

Figura 2: Estrutura da Comissão Nacional para os ODS.

Caberão à SEGOV as atribuições de presidência e de secretaria-executiva da Comissão

Nacional. Os representantes de Governo serão indicados pelos titulares dos respectivos
órgãos e os representantes da sociedade civil serão escolhidos em processo de seleção
pública, que se encontra em fase de elaboração. A participação dos setores da sociedade

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civil e de representantes de coletivos estaduais e municipais prevê um rodízio a cada dois

anos, de maneira que seja oportunizada a participação do maior número de segmentos. O
processo será coordenado pela equipe da Secretaria de Governo da Presidência da
República.

Os demais ministérios e órgãos federais terão assento nas Câmaras Temáticas, que em
conjunto com a sociedade civil, serão destinadas ao estudo e à elaboração de propostas de
políticas públicas, ações e instrumentos para implementação dos ODS.

A Fundação Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e a Fundação Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prestarão assessoramento técnico permanente à
Comissão. Além disso, outros representantes de órgãos e entidades públicas e da sociedade
civil e do setor privado podem ser convidados a qualquer momento para colaborar com as
atividades da Comissão.

O PAPEL DA SEGOV

A Secretaria de Governo da Presidência da República (SEGOV) é a unidade da estrutura da

Presidência da República responsável pela coordenação política e social no Governo Federal
e pela interlocução com Estados, Distrito Federal, Municípios e a Sociedade Civil.

Cabe à SEGOV também, dentre outras atividades, desempenhar um papel central e

dinamizador na relação do Governo Federal com entes da sociedade civil. Ouvir os anseios
da sociedade, acalmar as tensões internas, inerentes à diversidade dos cidadãos, para
oferecer o apoio do governo a pleitos de diversas ordens no sentido de implantar as
políticas públicas necessárias ao desenvolvimento do país.

Em razão da função desempenhada pela SEGOV na implementação dos ODM e sua

contribuição na mobilização de governos e sociedade civil para a construção da nova
Agenda ODS, a Secretaria de Governo se qualifica para coordenar o processo de

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implementação dos ODS, uma vez que é órgão central do Governo Federal, responsável pela
coordenação política e social, que tem papel fundamental no relacionamento com o
Congresso Nacional, com os partidos políticos, e na interlocução com Estados, Distrito
Federal e Municípios, além do relacionamento com os movimentos sociais e todos os
setores da sociedade civil.

Para tanto, a SEGOV conta em sua estrutura, no âmbito da SNAS e do Departamento de

Relações-Sociais, com uma Coordenação de Projetos Especiais e equipe técnica
especializada na temática ODM e ODS, capacitada e mobilizada desde 2005.

Em razão da transversalidade dos ODS e a importância da participação conjunta do Governo

Federal e da sociedade civil, a implementação da Agenda 2030 requer ações articuladas e
integradas. E o que se espera desse esforço coletivo é, dentre outros:

 Tornar mais efetivo, eficaz e eficiente o processo de alocação de recursos do

governo federal;
 Encaminhar de forma ágil e eficiente as demandas feitas à SEGOV pela sociedade
civil;
 Ampliar o processo em andamento de transparência e acesso à sociedade civil de
informação sobre políticas públicas do Governo Federal;
 Identificar desafios, óbices e lacunas à gestão de políticas públicas; e
 Criar um canal padronizado para auxiliar gestores na tomada de decisão.

PLANO DE AÇÃO DA SEGOV PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS ODS

Cabe ao Governo Federal orientar ações articuladas e integradas para internalizar e

interiorizar a Agenda 2030.

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A etapa de internalização dos ODS prevê a adequação das 169 metas globais à realidade
brasileira, respeitando a diversidade e a extensão do território nacional, bem como a
definição de indicadores nacionais alinhados aos globais.

Já a etapa de interiorização dos ODS requer um olhar apurado para o que ocorre nos
estados e municípios brasileiros, pois é lá que o processo do desenvolvimento sustentável
se realiza, se estabelece, ocorre de forma pragmática. Uma Agenda de ODS para os
governos locais demanda um esforço robusto de capacitação de gestores públicos e
lideranças locais. Para tanto, a SEGOV coordenará ações como as relacionadas abaixo:

 Criar Ferramentas/site para comunicação, divulgação e disseminação da Agenda

ODS, bem como das políticas públicas associadas ao alcance das metas;

 Mapear políticas públicas por meta ODS no PPA e ministérios;

 Estimular a criação de comissões estaduais e municipais de ODS (a exemplo da

Comissão Nacional);

 Criar Núcleos e Redes nos estados e munícipios;

 Fazer diagnóstico da realidade local em relação as metas dos ODS;

 Definir prioridade de políticas públicas por meio disseminação da Agenda ODS para
governos locais;

 Promover a inclusão dos ODS no PPA;

 Capacitar gestores públicos e lideranças sociais;

 Estabelecer parcerias Institucionais;

 Valorizar boas práticas: Prêmio ODS Brasil.