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Governador Valadares
2020
MARIANA DE OLIVEIRA GONÇALVES
Governador Valadares
2020
MARIANA DE OLIVEIRA GONÇALVES
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Prof. Igor Monte Alto Rezende – Orientador
Universidade Vale do Rio Doce
__________________________________________________
Prof. Bárbara Poliana Campos Souza
Universidade Vale do Rio Doce
__________________________________________________
Prof. Geraldo Magela Purri Alves de Sousa
Universidade Vale do Rio Doce
AGRADECIMENTO
À Deus, por seu amor incondicional, por ser meu refúgio e inspiração.
Ao meu orientador, Igor Monte Alto Rezende, por ter apoiado a ideia deste tema
e pela imensa ajuda, por meio de comentários, ideias e observações feitos no período
de desenvolvimento deste estudo. Obrigada pelos socorros nos meus momentos de
desespero!
À minha família, por ser a minha base.
Aos amigos de turma: Carla, Lara, Isa, Kézia, Ruthiellen, João Victor e
Raphaela, pelo apoio de uns com os outros, a alegria que me trazem e amizade de
vocês é muito importante para mim.
Aos amigos de fora da faculdade que a vida me deu presente e que sempre me
apoiam: Marina, Mariana, Rafaela, Lyvia e Lucas. Além dos amigos que sinto tanta
falta e que me deram um super apoio e me ouviram sempre: Wilson e Livia. E ao
Thiago, por toda a ajuda, por sua paciência, apoio e cuidado comigo.
E a todos que contribuíram de algum modo para o desenvolvimento deste
Trabalho de Conclusão de Curso, seja com ideias e sugestões e, principalmente,
apoio moral.
Muito obrigada!
A verdadeira sabedoria consiste em saber como aumentar o bem-estar do mundo
Benjamin Franklin
RESUMO
This study proposes to study the relationship between art and architecture through
surface design and to reflect on the possibilities of sensitization of architectural and
urban spaces through art and design. For this purpose, a bibliographic review was
carried out in books, theses, dissertations and articles on the proposed theme.
Therefore, it is verified that art and architecture are forms of symbolic expression of
society and its culture, seeking from sensory provocations to induce the subjects who
observe it to develop feelings, emotions and questioning. Based on this research and
analysis, in the second stage of this Course Completion Work will be presented an
intervention project in an underutilized space of Governador Valadares, Minas Gerais.
As a proposal to revitalize urban space, in search of the rescue of memories and to
make the observer aware of the spatial dynamics through perception.
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13
2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 13
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 13
3. JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 13
4. METODOLOGIA ................................................................................................... 15
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 16
5.1. DESIGN DE SUPERFÍCIE ................................................................................. 16
5.2. PERCEPÇÃO NO ESPAÇO ARTE E ARQUITETURA ...................................... 24
5.3. DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA ................................................... 29
6. OBRAS ANÁLOGAS ............................................................................................ 38
6.1. COLETIVO MUDA .............................................................................................. 38
6.2. PASEO BANDERA ............................................................................................. 41
7. ANÁLISE DA CIDADE .......................................................................................... 44
8. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS ............................................................................. 48
9. CRONOGRAMA ................................................................................................... 48
10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................................ 49
1. INTRODUÇÃO
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construção mais sólida do que vem se tornando o campo do Design de Superfícies no
Brasil.
2. OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA
Este estudo se justifica por abordar um tema pouco explorado, tanto pela
carência de pesquisas sobre o design de superfície como pela sua relação com a
arquitetura. A pesquisa busca ainda a valorização de algo novo aplicado às obras e
projetos arquitetônicos, podendo resultar em algo inusitado, fundamental para
transformar os espaços através da sensibilização destes.
A interação entre arte e arquitetura surge a partir de um:
Diante disto, acredito que essa pesquisa pode ser considerada de suma
importância considerando que a intervenção na superfície da arquitetura, elaborada
por meio de conteúdos simbólicos expressos de forma consciente ou não nos
espaços, é capaz de os transformar em meio de comunicação, carregados de uma
nova função, renovar a experiência entre sujeito e objeto arquitetônico causando bem-
estar visual e inquietação no momento de percepção dos espaços.
Portanto, torna-se necessário, principalmente no mundo atual, os arquitetos
terem conhecimento de outras áreas de modo a ampliar habilidades, entendimento da
sociedade, de como trabalhar essas diferentes áreas juntas e mostrar que arquitetura
14
não é apenas técnica e construção, mas que envolve sentimentos, pensamentos e
filosofias diferentes.
Juntamente dos diversos motivos citados acima, esta pesquisa visa servir
como instrumento de estudo da relação entre arte e arquitetura, que ainda é pouco
explorada, e também tem o objetivo de contribuir para a vida de profissionais que
trabalham de modo direto com essas áreas a desenvolverem novas visões e
possibilidades.
4. METODOLOGIA
15
intuito de trazer mais vida aos espaços urbanos e gerar maior interação entre os
espaços e a população da cidade.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
16
entre o objeto e o sujeito. Tais características devem estar
relacionadas às estéticas, simbólicas e práticas (funcionais e
estruturais) dos artefatos das quais fazem parte, podendo ser
resultantes tanto da configuração de objetos pré-existentes em sua
camada superficial quanto do desenvolvimento de novos objetos a
partir da estruturação de sua superfície. (SCHWARTZ, 2008, p. 146)
17
Rutshilling (2008) importante precursora deste movimento, define o design de
superfícies como uma atividade prática e criativa que visa criar e desenvolver
qualidades funcionais, estéticas e simbólicas por meio de texturas visuais e táteis, a
superfície, adequando ao contexto sociocultural e aos diferentes materiais e técnicas
de fabricação.
A questão da origem do design de superfície auxilia muitas vezes para explicar
semelhanças entre as áreas do design. Perante tantas discordâncias, segundo Evelise
Rüthschilling¹ esclareceu que o design de superfície, provavelmente, deve ter surgido
no âmbito da área têxtil ou de estamparia de tecidos, onde as especulações e
experiências sobre o assunto foram mais abundantes. Mas de acordo com pesquisas
de Rinaldi (2013) e Schwartz (2008), estas relações vem se diversificando, dando
novas capacidades de execução ao design de superfície, como em áreas que
trabalham cerâmica e revestimentos (ladrilhos hidráulicos, laminados, azulejos),
incursões de papelaria (papéis de parede, adesivos) e tapeçaria.
18
Imagem 3 – Coleção “Cores de Tarsila” da designer Bárbara Penaforte
19
projetos devido os avanços das tecnologias híbridas e digitais, contudo, permanecem
como fundamentos da área (RUTSHILLING, 2008).
21
técnica de Eberwalde na Alemanha e utilizaram aplicações de imagens do acervo da
própria biblioteca. Outros casos são apresentados nas imagens 7 e 8.
22
Imagem 7 - Biblioteca de Utrecht, Holanda
23
Na perspectiva interdisciplinar do design de superfície aplicado à
arquitetura, por exemplo, o que se produz são interfaces de
negociação simbólica entre as imposições estruturais das
edificações e as apropriações socioculturais dos espaços
recortados pelo desenho da arquitetura. O questionamento acerca
das formas e estruturas projetadas, na verdade, transforma-se em
uma especulação sobre as possíveis interações físicas e simbólicas
que podem ser promovidas no lugar, imprimindo uma apropriação
dinâmica e imaginativa dos espaços. (RIBEIRO, 2016, p. 250)
24
A percepção é uma capacidade sensorial, em consequência,
corporal, portanto, as superfícies que possuem discursos ativos são
aquelas que despertam o corpo através dos sentidos em direção a
um processo intelectivo realizado na prática (RIBEIRO, 2010,
p.129).
25
O campo das experiências sensíveis é o ponto de partida para diversos
artistas e arquitetos. Em 2004 para a Trienal Poligráfica de San Juan, em Porto Rico,
a artista Regina Silveira criou o trabalho Frenazos (Imagem 9). Nota-se que os relevos,
volumes, níveis e camadas da fachada do edifício passam a ser componente das
ilusões visuais criadas.
O uso das marcas de pneus na superfície arquitetônica cria uma imagem,
estabelecendo o conflito entre elementos, funções, sentidos e formas, o espaço deixa
de ser abrigo e passa a ser via de passagem, gerando uma ruptura em sua função,
além de causar um choque de experiência acerca do que é o lado de fora e o que é o
lado de dentro.
O arquiteto Gordon Matta Clark, em sua obra Splitting (Imagem 10) através
de instrumentos manuais cortou uma casa abandonada no meio e com uma cunha fez
metade tombar ligeiramente para o lado. Clark utiliza cortes com a intenção de propor
uma situação impossível a realidade física da arquitetura. “Essa superfície em
arquitetura se transforma em um espaço invadido, tomado por esses movimentos
estranhos à sua natureza estável e segura”, afirma Ribeiro (2010, p. 216).
26
Imagem 10 – Obra Splitting.
28
A arte enquanto intervenção busca tornar o observador física e mentalmente
consciente da dinâmica social e espacial e não apenas considera elementos estéticos
do ambiente construído. A intervenção no espaço arquitetônico através do design de
superfície compartilha das mesmas superfícies do objeto construído, demonstrando
uma continuidade concreta ao longo dessa extensão e a dependência da ligação física
à arquitetura para realizar as suas finalidades espaciais. O lugar estabelece e introduz
a obra. Assim, o discurso da arte só se completa em conjunto com o discurso da
arquitetura. Para Ribeiro (2010), “é a arquitetura que permite a exploração
fenomenológica da obra que se instala em sua superfície e permite, também, que o
sujeito ocupe todas as possíveis posições no espaço diante dessas imagens”.
Entre cortes, imagens, perspectivas destorcidas “as intervenções na arqui-
tetura são considerações pessoais acerca do embate entre virtualidade e concretude;
entre a imagem e matéria” Giora (2014). A arte é requisitada nesses espaços como
componente de desestabilização do lugar, de captura de incertezas, de novas visões
e fator de excitação da experiência sensível e da percepção.
29
Devido ao caráter funcionalista do período modernista na primeira parte do
século XX, tudo que era artístico e que não desempenhava “funções” necessárias do
habitar foi excluído da arquitetura, gerando um rompimento entre as áreas e isolando
cada arte em seu sistema disciplinar. “A arquitetura moderna (...) queria que todo
prazer arquitetônico derivasse do encontro puro com a necessidade” (DREXLER,
1981, apud MELO, 2003, p. 123).
Em consequência a esse evento, e ao desenvolvimento da arte moderna e
seus diferentes movimentos gerou-se uma revolução que afetou a forma de produzir
e expor as artes. As relações estéticas com as artes visuais foram tendo seu espaço
delimitado, passando a ser reconhecidas fundamentalmente em museus e galerias,
locais, então, destinados ao legítimo contato artístico (BENJAMIN, 1996). As primeiras
galerias surgiram, destinadas a uma determinada elite cultural, a partir de exposições
de coleções particulares.
Contudo, no Brasil a expressão se firmou além das concepções ortodoxas de
funcionalismo e realismo, ocorrendo ao intercâmbio entre as ideias e expressões
artísticas e os movimentos construtivos, com o sentido de proporcionar novas
experiências, tradições e emoções as pessoas, além de qualificar as obras, como
afirma Capello (2008). Pode-se afirmar que o projeto do prédio do Ministério da
Educação e Saúde (Imagem 14), no Rio de Janeiro, tornou-se referência para a toda
a criação arquitetônica brasileira modernista, mediante concepção moderna
integração das artes.
30
Imagem 14 –Edifício do Ministério da Educação e Saúde – Rio de Janeiro.
O papel das artes por meio da profusão dos painéis e murais tornou-se
fundamental na estruturação desta arquitetura. Le Corbusier foi um grande
influenciador na adaptação desta nova arquitetura às características locais, indicando
o azulejo para composição dos painéis. O material foi abordado como um elo ao
passado que serviria de suporte às novas manifestações plásticas, afirma Junior
(2011).
31
O painel conjugado à arquitetura moderna sem dúvida presta
colaboração, seja no dinamitar paredes, como observa Le Corbusier,
ou cativando o olhar do andante, de certa forma anestesiado pela
paisagem cotidianamente vivenciada. Através das soluções bem
harmonizadas entre painel e arquitetura, a sinfonia moderna ganha a
rua e leva seus sonhos para o convívio urbano” (LOURENÇO, 1995,
p.268).
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o artista ampliou seus meios e passou, também, a construir
incorporando novas fontes de referência como a ciência, a biologia,
a construção, a iluminação, a decoração, o som, a moda, o cinema,
os computadores etc. A transição das instalações efêmeras para as
construções permanentes estabelece aproximação com a
arquitetura, principalmente no que se refere ao modo de conceber
o espaço e a sua psicologia de uso. (CARTAXO, 2006, p. 73)
34
Imagem 16 – Igrejinha Nossa Senhora de Fátima.
35
Imagem 17 – Largo da Ordem.
36
Imagem 18 – Série Recortes da História.
38
Imagem 18 – Voluntário da Pátria – Santa Tereza.
39
Imagem 20 – Viaduto – Praia de Botafogo.
Fonte:Archdaily, 2017.
A área da rodoviária (Imagem 27), está situada no cruzamento das ruas Belo
Horizonte, Marechal Floriano e Avenida Brasil. Seu entorno é caracterizado pela
predominância de imóveis comerciais, contudo, é possível encontrar imóveis
institucionais como a prefeitura da cidade e alguns residenciais. Com relação ao
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canteiro da Avenida Brasil, pode-se observar pela imagem 28 que há uma
predominância maior de imóveis residenciais e institucionais no seu entorno, como a
Escola Clóvis Salgado, a Catedral de Santo Antônio, Primeira Igreja Presbiteriana,
Receita Federal e Teatro Atiaia, além de alguns imóveis comerciais. A área da barraca
do Léo (Imagem 29), compreende a área de espera de ônibus situado na esquina
entre as ruas Bárbara Heliodora e Arthur Bernardes. Uma área com grande fluxo de
pedestres e possui uma efetiva presença de imóveis residenciais, comerciais e
institucionais, com predominância de bares e clínicas médicas. Quanto ao fluxo de
automóveis, em todas as áreas durante o dia é alto e constante com redução
considerável a noite.
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Imagem 29 – Área de intervenção canteiro central avenida Brasil.
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8. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
9. CRONOGRAMA
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10. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BRITTO, F. "Coletivo MUDA e seus azulejos pela cidade" 10 Mar 2013. ArchDaily
Brasil. Disponível: <https://www.archdaily.com.br/101981/coletivo-muda-e-seus-
azulejos-pela-cidade>. Acesso 16 mai. 2018 ISSN 0719-8906
49
CARTAXO, Z. Arte nos espaços públicos: a cidade como realidade. Revista O
Percevejo Online, v. 1, n. 1. 2009. Disponível em:http://www.seer.unirio.br/index.php/
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LAY, Maria Cristina Dias; REIS, Antônio Tarcísio da Luz. Avaliação da qualidade
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LOURENÇO, Maria Cecília França. Operários da modernidade. São Paulo:
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