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RESUMO
A espectroscopia é uma técnica que pode ser utilizada em conjunto com o
método de imagens por ressonância magnética nuclear (IRMN). Esta nova
técnica de imagens difere das outras exatamente em seu produto final. Todas as
outras técnicas utilizadas em exames de ressonância magnética produzem
imagens como se fossem fotografias de partes anatômicas dos pacientes, com
uma qualidade e precisão tão boas que este é o termo que melhor podemos
utilizar. A técnica espectroscópica irá produzir gráficos, ou seja, espectros que
irão demonstrar uma leitura química dos compostos biológicos presentes em
determinadas áreas do corpo que queremos analisar. Apesar de ser uma técnica
eficaz, a espectroscopia possui algumas limitações e não podemos fazer uso
desta técnica para todos os casos clínicos, nem para estudar todos os metabólitos
do organismo, porém em outros casos a utilização desta técnica é muito bem
aceita, como nos casos de elucidação dos tipos de tumores ou em casos de
síndromes demenciais, para agregar mais informações relacionadas à etiologia da
demência, como na doença de Alzheimer.
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Trabalho final de graduação II
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Acadêmico do curso de Física Médica do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA
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Professor orientador.
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Alzheimer.
1 INTRODUÇÃO
A técnica espectroscópica é relativamente nova, se levarmos em conta o
tempo que as diferentes formas de energia vêm sendo utilizadas na medicina
como os raios x, que são utilizados desde sua descoberta em 1895. O próprio
método de imagem por ressonância magnética nuclear (IRMN) é bem mais
recente. Só a partir da década de 70 foi possível realizar imagens utilizando este
método, e a técnica espectroscópica pôde ser implementada a partir da década de
80. Desde o primeiro momento o novo método que utilizava uma forma de
radiação não-ionizante foi motivo de muito interesse pelo meio científico, e que
de certa forma revolucionava toda a técnica de diagnóstico por imagem, que até
então conhecia e fazia uso de uma forma de energia que poderia causar danos aos
pacientes que se submetiam aos exames, exceto o ultrasom. As IRMN utilizam
basicamente 3 princípios físicos básicos para formar imagens, são necessários
em um equipamento de RM: campo magnético estático, pulsos de
radiofrequência (RF) e gradientes de campo magnético. A técnica
espectroscópica utiliza os mesmos princípios físicos que as imagens
convencionais, e hoje em dia quase todos os equipamentos de IRMN possuem os
programas necessários para a formação dos gráficos e consequentemente para
fornecer leituras metabólicas de partes anatômicas que queremos examinar. O
objetivo principal na realização deste trabalho está em contribuir de alguma
maneira para a utilização mais freqüente desta técnica e demonstrar a sua
contribuição em laudos médicos quando pacientes com síndromes demenciais se
submetem à exames de IRMN. É importante lembrar que a utilização ou não da
técnica de ERM depende da solicitação do médico assistente. Este trabalho foi
realizado na clínica radiológica DIX, situada junto ao Hospital de Caridade em
Santa Maria-RS, que possui equipamentos de IRMN de última geração, um deles
possui os programas necessários para formar o espectro que necessitamos para
que as informações sejam coletadas e os médicos possam utilizar essas
informações para elucidar casos, e dar laudos com base em um número maior de
dados que poderão ser úteis na diferenciação etiológica da demência.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O método de imagens por ressonância magnética é muito complexo e
utiliza princípios físicos que apesar de bem conhecidos, são difíceis de traduzir
em poucas palavras, mas podemos definir as IRMN como sendo:
O uso de campos magnéticos e ondas de rádio para obter uma
imagem matematicamente reconstruída. Essa imagem representa
diferenças entre vários tecidos do paciente no número de
núcleos e na frequência em que esses núcleos se recuperam da
estimulação por ondas de rádio na presença de um campo
magnético. (BONTRAGER; KENNETH, 2003).
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cognitiva, com uma maior ênfase em perda de memória que interferem nas
atividades sociais e ocupacionais. Inovações e descobertas tecnológicas como os
métodos de diagnóstico por imagem apresentam uma nova perspectiva no
diagnóstico precoce das síndromes demenciais, particularmente na doença de
Alzheimer. “A doença de Alzheimer responde por cerca de 60% de todas as
demências, o que a torna a causa principal de demência” (LoGiudice, 2002). A
doença de Alzheimer foi descoberta e descrita pelo neurologista Alois Alzheimer,
como sendo uma espécie de deteriorização mental que afeta principalmente
pessoas com mais idade, essa deteriorização afeta o paciente diretamente através
da perda de memória. “À medida que o processo da doença avança, células
nervosas começam a morrer e os pacientes e familiares percebem essas falhas da
memória e outros lapsos cognitivos”. (SCIENTIFIC AMERICAN, 2010). A
maior contribuição da ciência nos últimos anos é exatamente o estudo de novas
técnicas para detectar o aparecimento dessas doenças com maior brevidade
possível. “O estudo do cérebro de pacientes com a doença de Alzheimer mostra
uma atrofia geral do cérebro como resultado da perda de neurônios do córtex
cerebral, e circunvoluções mais estreitas”. (GARRET; C, 2002). A figura 1
mostra uma comparação entre duas partes de dois cérebros, um normal e o outro
de um paciente que apresentava sintomas comuns com a doença de Alzheimer.
“Com a técnica de ERM podemos analisar não apenas uma imagem, como a
figura acima, mas também fazer uma construção gráfica dos metabólitos
cerebrais”. (GARRET; C, 2002). Para associar o gráfico da espectroscopia com a
doença de Alzheimer, precisamos analisar os picos de NAA, mI, e Cr. As figuras
2, e 3 mostram os gráficos que são formados com a espectroscopia, uma em um
paciente com a doença de Alzheimer e o outro gráfico em um paciente sem
nenhum tipo de comportamento que refira a síndrome demencial.
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
A clínica radiológica DIX – diagnóstico por imagem, localizada junto
ao Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo em Santa Maria – RS, dispõe de
equipamentos de imagem por ressonância magnética nuclear, um deles com a
intensidade mínima de campo magnético para realizar a técnica de ERM, 1,5
Tesla, e este equipamento tem o programa necessário para formar o gráfico que
nos fornece as informações para relacionar os dados obtidos com dados clínicos
necessários para analisar os pacientes com possíveis síndromes demenciais. Este
equipamento é da marca PHILIPS, com 1,5 T, e com a geração de imagens com
os sistemas Achieva, que é exatamente o sistema responsável pelas imagens dos
equipamentos da PHILIPS. As imagens que são produzidas e os espectros são
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4 RESULTADOS
Os procedimentos que foram aplicados para formar os gráficos em mais
de dez pacientes, os próprios espectros obtidos, e o tempo adicional do exame
ficaram dentro do esperado para a utilização desta técnica. Infelizmente durante
o tempo destinado para a realização da técnica de ERM não conseguimos
empregá-la em um paciente que estivesse com os sintomas que se relacionam
com a doença de Alzheimer e dentro da idade que geralmente a doença de
manifesta na maioria das pessoas que sofrem desta síndrome. Mesmo com estas
dificuldades encontradas, conseguimos imagens que mostram espectros
formados com a técnica de ERM, e com a ajuda do médico radiologista que
contribuiu para a realização deste trabalho é possível demonstrar nos gráficos a
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Entre os gráficos que foram formados durante o tempo em que destinamos para a
aplicação do trabalho, mostramos na figura 6 abaixo o resultado de um deles.
5 DISCUSSÕES
Os resultados encontrados nos fizeram entender como conseguir formar
gráficos da maneira correta, aplicando a técnica apropriada para a doença de
Alzheimer, e foram considerados satisfatórios, e são muito importantes em um
setor de diagnóstico por imagem que tem à sua disposição equipamentos capazes
de fornecer informações muito completas desde que conhecidas às técnicas que
serão empregadas.
Foi possível notar as diferenças nos gráficos formados quando a técnica
utilizada não foi regulada para o tipo de estudo que seria a sua finalidade. O
melhor aproveitamento do trabalho poderia ser atingido se tivesse começado a
ser empregado antes, ou se já tivéssemos o conhecimento que foi adquirido ao
longo do trabalho. O tempo adicional aos exames foi um pouco superior a 4
minutos.
Comparado com um exame convencional pode-se dizer que o tempo
adicional é pequeno.
6 CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos, o conhecimento adquirido e principalmente
o caminho que descobrimos ser importante seguir conclui-se que a técnica de
espectroscopia por ressonância magnética nuclear quando bem empregada pode
ser utilizada como uma técnica que oferece dados adicionais aos médicos
radiologistas em situações de diferenciação da causa de síndromes demenciais,
mas que ainda assim precisam ser relacionadas à dados clínicos, como no caso
da doença de Alzheimer.
REFERÊNCIAS