Sabemos da dificuldade quanto aos aspectos defensivos da modalidade
coletiva, pois se trata de uma cultura onde se valoriza principalmente o atacante. Esses aspectos já vem de algumas situações antropológicas, pois seria natural defender seu território. Na Europa por exemplo a defesa se faz valer devido as grandes guerras e revoluções em defesa do seu território tanto pela briga pela agua, comida entre outros, no Brasil temos poucas histórias que refletem isso. Além desses fatores podemos citar a mescla de culturas onde no Rio Grande do Sul, Paraná entre outros, se faz de maior valia. Centralizado em Santa Catarina podemos observar a comodidade de algumas pessoas quanto a briga pelo território. Outro fator interessante é que não temos grandes ídolos na modalidade do handebol, tanto para defensiva quanto ofensivo pois sabe-se que um bom defensor precisará estudar um bom atacante (estratégia). Temos poucas referências bibliográficas quanto ao estudos dos sistemas defensivos no Brasil. Isso gera um gosto maior pelo ataque do que pela defesa, O ataque sempre foi mais valorizado do que a defesa, podemos facilmente ver isso nas premiações internacionais, exemplo, no futebol os atacantes são sempre mais valorizados e premiados por isso o gosto maior pelo ataque poucas vezes vemos alguém da defesa (goleiro, zagueiros, laterais, etc...) serem valorizados e premiados inclusive com salários menores do que os atacantes. Essa seria uma explicação lógica para a falha defensiva do brasil no handebol e até em outras modalidades coletivas. Como podemos trabalhar os sistemas defensivos? Além de estudar a forma de ataque de algumas equipes ou de um bom atacante podemos mostras a importância de uma boa defesa, não dependendo apenas de um bom goleiro, mas conscientizando a todos a importância da defesa de forma coletiva. Nas escolas podemos ver facilmente que muitas vezes os alunos se preocupam com o ataque não usando de estratégias para sua defesa ou seja, não defendendo seu território. Os mesmo se preocupam apenas em vencer o jogo, um atleta ou outro se destaca muito mais pelo ataque e tão pouco se preocupa ou se destaca pela defesa. Os próprios professores por falta de informação tanto técnica como tática acabam por valorizar o ataque e esquecem muitas vezes de incentivar o trabalho defensivo. Se começarmos desde cedo a valorizar a defesa, premiar por uma boa defesa, elogiar a equipe ou o indivíduo por um bom trabalho defensivo, o atacante vai entender que somente o ataque não ganha jogo afim de ser feito um trabalho em conjunto onde cada um terá sua função, pois sem o defensor o atacante não se destacará. Uma sugestão seria criar pequenos jogos de batalhas onde poderia ser valorizado mais a defesa do que o ataque, exemplo, uma equipe em uma determinada brincadeira, conseguiu efetuar mais pontos pela sua defesa do que pelo seu ataque. Seria interessante a prática de defesa tanto individual quanto coletiva gerando assim mais confiança tanto para o indivíduo quanto para o coletivo. Outra forma seria já nas pequenas competições criar uma premiação para os melhores defensores, já que sabemos que existem sempre ou pelo menos na maioria delas a premiação para o destaque (geralmente dada aos atacantes) por sua performance. Outra sugestão seria além de forma a equipe destaque ofensivo também seria a equipe por destaque defensivo, pois temos atletas que entram apenas para a defesa. Essa forma de incentivo com certeza irá melhorar os aspectos por parte das equipes de forma em geral. Ainda podemos citar como exemplo os campeonatos Europeus onde muitas vezes o destaque se faz pela defesa (premiação para o melhor defensor) chegando ao melhor atacante. Esse ano como melhor defensor temos a brasileira Eduarda Amorim, Porém poucos sabem disso. Outra influência seria por meio da mídia que peca nesse aspecto. Não só o handebol sofre com isso mas outras modalidades, inclusive as individuais, pois sem valorizar a defesa dificilmente vamos valorizar o ataque. Se temos bons atacantes com defensores fracos na verdade não temos bons atacantes. O gosto pela defesa deve-se ser trabalhado desde o início dos aspectos motores da criança independente dela ser um atleta ou não, porém já falando de competições, é de extrema importância ser trabalhado todas as formas possíveis para que o indivíduo seja tão bom defensor quanto atacante. A experimentação em jogos pequenos ou grandes, competições tanto e principalmente a níveis de iniciação deve-se ser observado e trabalhado a postura e o interesse e principalmente a valorização do defensor. Um bom defensor se qualifica por vário fatores o que se soma muitas vezes a um excelente ataque tanto de forma individual quanto coletiva principalmente podemos ver isso quando realizamos o contra-ataque, neste momento fica claro a ação dos atacantes e a ação dos defensores pois os atacantes sempre são os primeiros a estarem lá tanto por sua condição física (resistência) ou instrumentos de força. Os defensores por sua vez guardam sua energia afim de formar um trabalho coletivo onde em nenhum momento é dito que eles não possam atacar pois em muitas situações até mesmo o goleiro ou um sétimo jogador pode ser colocado para buscar o resultado positivo do jogo. Os defensores por sua vez também precisam de muita força e resistência física, nestes casos muitas vezes é estudado o seu biótipo e sua valências físicas (Estatura, envergadura, força bruta). Estas peças e fundamentos quando bem trabalhados são tão importantes quanto qualquer valência ou fundamento de ataque. ][ TEXTO ELABORADO POR MARCOS ALBERTO FREITAS, CREF- 9834/SC ESCRITO POR GABRIEL MENDES FREITAS.