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Cascavel
2010
ROSÂNGELA BENEDITA GOUVEIA
Cascavel
2010
ROSÂNGELA BENEDITA GOUVEIA
Banca Examinadora
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
1
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA, 2003).
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instituição de assistência à infância, cuja linha de ação tinha na internação, tanto dos
abandonados e carentes como dos infratores, seu principal foco.
O Código de Menores de 1979 constituiu-se em uma revisão do Código de
Menores de 1927, não rompendo, no entanto, com sua linha principal de
arbitrariedade, assistencialismo e repressão junto à população infanto-juvenil. Esta
lei introduziu o conceito de "menor em situação irregular", que reunia o conjunto de
meninos e meninas que estavam dentro do que alguns autores denominam infância
em "perigo" e infância "perigosa". Esta população era colocada como objeto
potencial da administração da Justiça de Menores. "O menor, de um ou outro sexo,
abandonado ou delinquente, que tiver menos de 18 anos de idade, será submetido pela
autoridade competente às medidas de assistência e proteção contidas neste
Código" (CÓDIGO DE MENORES, 1927).
Segundo Volpi (2001), no século XIX deu-se origem nos Estados Unidos da
América ao Movimento dos Reformadores após constatação das péssimas
condições do sistema carcerário e seus respectivos alojamentos que acolhiam
homens e “menores” que acabavam sendo levados à promiscuidade. Esta etapa
jurídica foi denominada “tutelada”, ou seja, as autoridades de “menores” decidiam
em seu nome o que era melhor para eles.
Na América Latina, influenciada pela experiência européia, o Direito e a
Administração do Menor foram introduzidos em 1919 na Argentina, a partir dos quais
os demais paises da região acabaram adotando o mesmo modelo.
Com a disseminação deste movimento por toda a Europa, houve influência
na legislação brasileira através da França, partiu daí a criação do Código de
Menores em toda a Europa. Após alguns anos passou por reformulação decorrente
ao tratamento desumano que ainda sofriam os adolescentes que eram considerados
“menores”, e que essa nova reformulação incorpora a nova concepção
assistencialista à população infanto-juvenil.
As instituições de atendimento passaram a conviver com três tendências: a
repressiva, a assistencialista e a educativa. Deu-se o ciclo “apreensão – triagem –
rotulação – deportação – confinamento” executado pela a Fundação Nacional do
Bem-Estar do Menor, a quem competia formular e implantar a Política Nacional do
Bem–Estar do Menor em todo o território nacional, substituindo o SAM. Após seu
16
3
Ver ROSA, E. R ; ANDRÉ, M. F. C. Aspectos políticos e jurídicos da Educação Especial Brasileira.
In: Pessoa com deficiência; aspectos teóricos e práticos. PEE - Cascavel: Edunioeste, 2006.
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surgiu o Sistema Único de Assistência Social - SUAS, este sistema veio para
estabelecer um padrão de gestão nacional com metodologias para a proteção social,
descentralizando a política-institucional e a gestão e planejamento de forma
conjunta. Os serviços socioassistenciais são co-financiados a partir de análise
técnica, usando como ponto de partida os indicadores do município que fundamenta
a real necessidade de tais serviços (BRASIL, 2006a).
Segundo documentos do Mistério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, em 13 de dezembro de 2006 foi realizada a Assembléia onde o Conselho
Nacional de Assistência Social – CNAS e o Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente – CONANDA, aprovaram o plano nacional de convivência
familiar e comunitária. Esse plano veio para mapear e analisar as iniciativas de apoio
sócio-familiar e incluir dados sobre crianças e adolescentes que estão sob os
cuidados de terceiros sem ordem jurídica ou esteja em situação de rua ou em
programas de acolhimento institucional, bem como, a ampliação de serviços como
os Centros de Referência de Assistência Social -CRAS4 e os Centros Especializados
– CREAS5 e de projetos de inclusão produtiva. Consta também, a capacitação dos
gestores e atividades de mobilização também fazem parte das estratégias que irão
contribuir para evitar que crianças sejam colocadas em abrigos, trabalhem na rua ou
sofram abuso e exploração sexual assegurando investimentos em programa que
visem a matricialidade familiar e o convívio familiar e comunitário.
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Unidade pública da política de assistência social, de base municipal, integrante do SUAS, localizado
em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinado à prestação de serviços e
programas socioassistenciais de proteção social básica às famílias e indivíduos, e à articulação
destes serviços no seu território de abrangência, e uma atuação intersetorial na perspectiva de
potencializar a proteção social (BRASIL, 2010a).
5
Unidade pública e estatal onde se ofertam serviços especializados e continuados a famílias e
indivíduos nas diversas situações de violação de direitos. Como unidade de referência deve promover
a integração de esforços, recursos e meios para enfrentar a dispersão dos serviços e potencializar
ações para os (as) usuários (as) (BRASIL, 2010b).
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Pode-se notar que, o que vem sendo construindo em conjunto com todas as
políticas públicas em um traçado metodológico de atendimento às famílias é
pensado a partir dos indicadores sociais·, visando à promoção e ao protagonismo
das mesmas. Porém, ainda há muitos desafios a serem enfrentados, pois o
protagonismo daquelas famílias para ser efetivado, há que se ter também um novo
olhar de oportunidades e aceitação por parte da sociedade em geral. Porém, a
gestão dessa política tem que ser eficaz e eficiente entre ambas às esferas de
governo, para o alcance dos resultados positivos de promoção junto àquelas
famílias.
3 O ADOLESCENTE E O PROCESSO SOCIOEDUCATIVO
pensa diferente ou vice versa. A criança esta aí, crescendo nesse contexto de
relações pluralistas e é aí que a garantia do direito tem que ser gradativa e eficaz
para o atendimento dessas crianças que crescem e passam para uma outra fase,
que é a adolescência.
A adolescência, que tem início aos 12 anos com a puberdade, é marcada
por transformações de ordem psicológica, mudanças corporais impostas pelo
amadurecimento sexual, assim como transformações de ordem psíquicas com
preponderância afetiva. Nesse estágio, os sentimentos se alternam procurando
buscar a consciência de si na figura do outro, contrapondo-se a ele, além de
incorporar uma nova percepção temporal.
O meio social e cultural passam a ser de grande importância. Os
adolescentes tornam-se intolerantes em relação às regras e ao controle exercido
pelos pais, e necessitam identificar-se com um grupo de amigos.
Na adolescência torna-se visível a forma como o meio social condiciona a
existência da pessoa, moldando a personalidade de maneiras diversas. Enquanto os
adolescentes de classe média exteriorizam seus sentimentos e questionam valores
e padrões morais, os de classes operárias, que enfrentam precocemente a realidade
social do adulto, a necessidade do trabalho vivem essa fase de outra maneira, pois
tem que contribuir para a subsistência da família.
Então podemos concluir que a adolescência é uma fase da vida humana que
nenhuma pessoa que esteja nessa idade biológica pode escapar, é marcada pelas
transformações, sejam físicas, psíquicas, emocionais e sociais. Os conflitos são
internos, pessoais e familiares. É uma fase vital onde se deixa de ser criança,
atravessando um longo caminho até atingir a fase adulta. É uma fase importante do
desenvolvimento da personalidade.
Para Cardoso (2005, p. 27),
6
O Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), composto paritariamente por representação de
governo e da sociedade civil, é um órgão deliberativo, responsável pelas formulações, controle,
acompanhamento e fiscalização da Política Municipal de Assistência Social, no intuito de garantir a
predominância do atendimento por entidades públicas na qualidade de direito social (BRASIL, 2005).
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É um órgão paritário, composto por membros da Sociedade Civil e do Poder Executivo Municipal. É
deliberador, formulador e controlador das políticas públicas voltadas para atendimento à criança e ao
adolescente, criada pela Lei nº 4.231, de 29 de novembro de 1990. Além de formulador das Políticas
Públicas, é também atribuição do CMDCA manter o registro das entidades que atuam com crianças e
adolescentes, bem como de seus programas e projetos, zelando para que esta ação seja realizada de
acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (CMDCA), 2010).
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E o Ciclo II:
Ações
Horária Responsável
Socioeducativas
Participação Cidadã:
Orientador
Encontros Plano de Atuação Social – 240
Social
PLA
Oficinas de Convívio
Esporte, Lazer, Arte e Orientador
por meio do Esporte, 120
Cultura Social
Lazer, Arte e Cultura
Fonte: TRAÇADO METODOLÓGICO (2009a)
tais como: esporte, teatro, dança em três modalidades (hip-hop, moderna e dança
de salão), cinema, canto, percussão corporal, educomunicação. Essas oficinas são
distribuídas conforme aptidão dos adolescentes, com resultados positivos efetivando
o protagonismo juvenil. Além dessas oficinas, cada Coletivo com seu orientador
planeja e desenvolve suas atividades, conforme o Traçado Metodológico, porém,
suas necessidades, o que e como trabalhar são prioritariamente respeitadas dentro
do Coletivo. O que fica claro é que, esses espaços de construção e interação são
procurados diariamente por outros adolescentes e rede de serviço para sua inserção
nos Coletivos.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
%20APOIO/LEGISLACAO/RESOLU%C3%87%C3%95ES%20DO
%20CONANDA/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20n%C2%BA%2091%20-%20Crian
%C3%A7a%20e%20Adolescente%20Ind%C3%ADgena.pdf>. Acesso em:
20/01/2010.
DEL PRIORE, M. (org.) História da criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 1991.
_______. (org.) História das crianças no Brasil. São Paulo: Contexto, 1999.
ANEXO A
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ANEXO B
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“No começo eu não tinha interesse, mas com o passar do tempo, comecei a gostar
de participar das atividades. O Projeto me ensinou muita coisa, ex: Perder a
vergonha de falar em público, o meu comportamento melhorou, aprendi muita coisa
como: informática, dança, teatro e fiz o curso de “modelagem industrial” pelo Senai .
E tudo que aprendi ensino na minha comunidade, no colégio, na família e aprendi
uma coisa muito importante a união em grupo e sempre ajudo o grupo” (sic M.L.P
-18 anos).
“O projeto contribuiu muito, ele, nos ajuda no crescimento pessoal, pois aqui eu
comecei a perder a timidez, a ter mais responsabilidade, aprendi a se superar na
vida, por mais que fosse difícil, eu aprendi a lutar até o fim, e sempre se superar. Eu,
estou no Projovem faz um ano, durante esse ano , eu conheci muitas pessoas, que
me ajudaram , pessoas que se tornaram meus amigos, adolescentes que ajudaram
a ficar mais amigos dos outros. Nos primeiros dias pensei que seria mais uma
ocupação na minha vida, onde eu, ia iria mais uma vez na vida ficar sozinho, sem
nenhum amigo para conversar. Mas tudo era imaginação, com o passar do tempo,
fui ficando amigo dos outros, conhecendo mais cada um. Eu aprendi muitas coisas,
educomunicação, teatro, informática entre outras oficinas. Na minha família eu senti
a diferença, pois comecei a ter mais dialogo com meu pai, em vez de ficar isolado
em meu quarto, No colégio estou bem. Pois então, o projeto só me trouxe
benefícios, eu só tenho que agradecer” (sic - D.C.A - 16 anos).
“Me ajudou muito, tanto em casa quanto na vida social. Em cassa me ajudou a
conviver melhor com a minha família, me ajudou também no colégio melhorando as
notas, a falar com as pessoas a minha vida social melhorou muito fiz muitos amigos,
eles, me falam com eu era antes e agora, O projeto melhorou a minha vida pra
melhor”( sic - R.S - 16 anos).
50
ANEXO C
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10
Articulação com as diversas dimensões da sua vida como indivíduo, como futuro profissional e como cidadão.
11
Dimensão dialógica – o alargamento da percepção e da aprendizagem se produz em diálogo entre iguais.
Significa considerar a todos como sujeitos de saberes e favorecem as ações socioeducativas que se realizem na
troca de idéias.
12
Dimensão cognitiva - a ampliação da capacidade de analisar, comparar, refletir, não só sobre o que se
aprende, mas sobre como se aprende; capacidade de acessar informações e conhecimentos, de apropriar-se das
aprendizagens, reproduzir e criar novos saberes e transformá-los em novas experiências.
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5) Seu filho (a) tem demonstrado maior diálogo e respeito 14 para com seus
responsáveis?
13
Dimensão ética – o exercício da participação democrática, da tolerância, da cooperação, da solidariedade, do
respeito às diferenças nas relações entre os jovens e entre estes e a equipe de profissionais, para o
desenvolvimento de princípios e valores relacionados aos direitos, à dignidade humana, à cidadania e à
democracia.
14
Dimensão afetiva – o desenvolvimento e ampliação de relacionamentos interpessoais, envolvimento e
comprometimento, construção de interesses comuns, cumplicidades e criação de vínculos afetivos que
proporcionam alegria e prazer na participação das ações socioeducativas.
53
6) Seu filho (a) tem demonstrado respeito para com seus irmãos e demais membros
da família 15?
15
Dimensão estética – o estímulo ao desenvolvimento das sensibilidades estéticas na perspectiva da percepção
do outro em suas diferenças, independentemente dos valores e padrões impostos como mecanismos de exclusão
e invisibilidade social. A valorização e legitimação das diferentes expressões artísticas, culturais, de condições
físicas, origem étnica, racial, de opção religiosa e de orientação sexual.
54
Vo c ê c o n s eg u e en ten d er a fo rma
c o mo o c o n teú d o lh es é
rep as s ad o ? S im o u n ão ?
Sim, os professores
explicam de forma bem
diferenciada do
21% colégio, é divertido e
não cansativo
Qu ais ativid ad es q u e vo c ê g o s ta d e
p artic ip ar n o P ro g rama?
Dança, teatro e
artesanato,
técnicas vocais
18%
Todas
44%
Esporte
32%