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Editorial
Prezado(a)s Associado(a)s
É com grande satisfação que a AESabesp faz chegar a suas mãos mais uma edi-
ção da Revista SANEAS.
Diretoria Executiva
Presidente: Reynaldo Eduardo Young Ribeiro
Vice-presidente: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges
1º Secretário: João Augusto Poeta
2º Secretário: Aram Kemechiam
1º Tesoureiro: Walter Antonio Orsatti
2º Tesoureiro: Nelson Cesar Menetti
Diretoria Adjunta
Cultural: Sonia Maria Nogueira e Silva
Esportes: Evandro Nunes de Oliveira
Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi
Polos: Antônio Carlos Gianotti
Projetos Socioambientais: Maria Aparecida Silva de Paula
Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges
Técnica: Olavo Alberto Prates Sachs
Conselho Deliberativo
Antonio Carlos Gianotti, Benemar Movikawa Tarifa, Carlos Alberto de Carvalho,
Carlos Augusto Pleul, Cid Barbosa Lima Junior, Dejair José Zampieri, Evandro Nunes
de Oliveira, Gilberto Alves Martins, Iara Regina Soares Chao, Ivan Norberto Borghi,
06
Luciomar Santos Werneck, Maria Aparecida Silva de Paula, Paulo Ivan Morelli
matéria Especial Franceschi, Rodrigo Pereira de Mendonça, Sonia Maria Nogueira e Silva
Universo da Engenharia
Conselho Editorial - Jornal AESabesp e Revista Saneas
Coordenador: Luciomar Santos Werneck
Colaboradores: Luiz Yukishigue Narimatsu, Nivaldo Rodrigues da Costa Jr e
Paula Rosolino
Reu AESabesp
Rua Treze de Maio
1642 - casa 01
Bela Vista
São Paulo-SP
CEP 01327-002 A AESabesp, se
www.aesabesp.org.br compromete a fazer
relivro@aesabesp.org.br os registros desses
f t l /aesabesp repasses, bem como
incentivar doadores
em todo o Estado,
EAD
Ensino a Distancia
no universo da
Engenharia
matéria tema
Superior) recomenda a acredita o seu curso de En- Em linhas gerais, a formação de um engenheiro
genharia Civil, com a seguinte fundamentação: “O civil consiste em elaboração, gestão, orçamenta-
plano de estudo é bem planeado e equilibrado; As ção, assessoria técnica, acompanhamento e análise
Unidades são ministradas por professores com for- de projetos e obras. É possível angariar esta baga-
mação e perfil adequado; O corpo docente é estável, gem técnica e cultural à distância? Grande parte
qualificado, e com formação e experiência em diver- dos profissionais acham que não e expressa insatis-
sas áreas da engenharia civil; As instalações são boas fação com o MEC por autorizar o funcionamento
e têm os laboratórios necessários para desenvolver de Faculdades que oferecem cursos de Engenharia
as atividades de ensino correspondentes; A bibliote- nessa modalidade. E por outro lado, outros acham
ca é bem equipada e tem um conjunto significativo que esta nova realidade veio para ficar e quem se
de referências adequadas para os estudantes e in- dispõem a fazer uma curso com seriedade pode fa-
vestigadores em Engenharia Civil”. zelo perfeitamente por esse processo.
aos alunos e vice versa. As faculdades que oferecem cida, mas felizmente está cada vez menor. Esse
esse tipo de curso criam o que é denominado Polos preconceito não se justifica se levarmos em conta a
de EAD, onde ocorrem as reuniões, palestras, orien- grande quantidade de profissionais que realizaram
tações e avaliações, que são agendadas ao longo cursos presenciais e apresentam sérias deficiências
do curso. em sua formação.
Vale lembrar que por força da lei, o diploma de
Saneas: Um curso de engenharia pode ser bem ad- um curso a distância tem o mesmo valor legal da-
ministrado à distância? quele obtido em aulas presenciais, não pode existir
Prof. Villela: Sim, pode. Isso vai depender da serie- nada nesse documento que o diferencie de um cur-
dade da instituição de ensino mantenedora desse so presencial.
curso, dos recursos disponíveis, da infraestrutura, da Portanto essa informação: se o diploma é de um
exigência e do controle da frequência às atividades curso presencial ou a distância, sequer deveria ser
presenciais. Mas a administração também deve ser discutida em um processo seletivo. Não é o tipo de
feita pelo próprio aluno através de sua agenda pes- curso que irá determinar a competência do profis-
soal de estudos. sional e sim a sua dedicação aos estudos e o desen-
volvimento da sua prática.
Saneas: Pelo sistema EAD, as notas são divulgadas, Outro aspecto interessante é que um aluno de
os diplomas são reconhecidos? um curso a distância possui ou desenvolveu, ao lon-
Prof. Villela: Os sistemas atuais divulgam as no- go do mesmo, algumas características que o mer-
tas para os alunos, como em qualquer outro curso, cado de trabalho avalia como essenciais, tais como:
valendo-se das tecnologias de comunicação dispo- iniciativa, disciplina, organização, conhecimento de
níveis. Quanto ao reconhecimento do diploma não tecnologias e o seu próprio planejamento, e isso de-
há problemas desde que o curso seja reconhecido veria ser considerado como um conjunto de diferen-
pelo MEC. ciais positivos na seleção de um candidato.
dos problemas e uma formação profissional adequa- daquela exigida para as aulas físicas. A prepara-
da às exigências da sociedade. Seguem os pontos de ção desse material exige tempo e recursos, o que
discussão, mapeados pela entidade até o momento: não tem sido regra em muitos cursos oferecidos,
I. Necessidade de legislação com requisitos claros em que o EAD se resume a disponibilizar as mes-
para o EAD e exigência de reconhecimento e mas apostilas utilizadas nas aulas físicas;
acompanhamento dos cursos: as escolas físicas IV. Visitas e Laboratórios: nos cursos aplicados (en-
existentes no país têm sido objeto de avalia- genharia, medicina etc.), o contato com a prática
ção (ENADE, ENEM etc), sendo que seus resul- profissional, através da elaboração de experiên-
tados têm trazido preocupações para governos, cias em laboratório, simulação de casos reais,
educadores, pais e alunos. Se cursos em esco- apresentação de seminários, visitas técnicas etc.,
las físicas possuem problemas, pode-se esperar são parte importante da formação profissional.
que cursos virtuais, que exigem investimentos Deve-se discutir se a validade de se assistir expe-
muito menores, potencializem esses problemas riências em vídeo, ou ainda, realizar visitas isola-
de infraestrutura. Dessa forma, é importantíssi- das, sem o acompanhamento de professores que
mo que uma estrutura de avaliação e validação expliquem e justifiquem os procedimentos apli-
desses cursos seja criada, em virtude do seu po- cados. No caso específico da Engenharia, nos pa-
tencial de multiplicação; rece vital o complemento das aulas virtuais com
II. Necessidade de maior maturidade do educando: aulas de laboratórios e um programa de visitas e
o menor controle sobre as atividades exigidas seminários, para que esse importante conteúdo
durante o curso, bem como sobre o horário de não seja perdido, o que prejudicaria a formação
“frequência”, exige do aluno uma maior cons- do profissional;
ciência sobre a importância daquela formação V. Convivência acadêmica: talvez esse seja o pon-
para a sua vida. Estabelecer rotinas de estudo to em que a perda seja mais notável e difícil de
é de fundamental importância para que se ob- recuperar. O ambiente acadêmico oferece uma
tenha sucesso nessa iniciativa, mas nem sem- série de experiências difíceis de reproduzir no
pre o aluno tem essa determinação. Este é um ambiente virtual e que serão importantes para
tema de discussão mais difícil, pois envolve as a formação técnica e também da personalida-
diferentes personalidades. O estabelecimento de do profissional. As trocas de experiências,
de uma idade mínima para a frequência de cur- as discussões técnicas e de situações do dia a
sos de EAD ou a discussão sobre o oferecimento dia, os estudos e trabalhos em grupo e, prin-
de cursos de EAD apenas para pós-graduação e cipalmente, a formação de uma rede de con-
formação profissional complementar são maté- tatos profissionais que serão importantes ao
rias de difícil consenso; longo da carreira.
III. Material de apoio: talvez o ponto em que ainda
estejamos mais atrasados seja quanto às carac- Como se pode notar, existem vários pontos que
terísticas do material de apoio a ser oferecido estão sendo objeto de discussão, não só no meio
nos cursos de EAD. O ambiente virtual oferece acadêmico, mas também no nível de governos, en-
inúmeras possibilidades, desde textos, passando tidades e empresas. Como dissemos anteriormente,
pelas apresentações, vídeo aulas, consultas de não se trata de resistir às novas possibilidades que
Internet, chegando a exercícios e avaliações com nos oferecem os ambientes virtuais, mas de se fa-
a utilização de softwares específicos para esse zer uma discussão séria sobre como minimizar as
fim. Uma grande discussão é como fazer a com- deficiências decorrentes dessa mudança. Estamos
binação dessas possibilidades e, principalmente, apenas no início de um longo caminho. É impor-
como se medir a efetividade do ensino com sua tante a participação de todos os intervenientes, a
utilização. Saliente-se que a preparação de ma- fim de extrairmos o melhor resultado possível dessa
terial para ensino em EAD é totalmente diversa nova realidade.
16
Área de Montagem - 6952,5m² SANITÁRIO SANITÁRIO
MASCULINO FEMININO
SAÍDA DE SAÍDA DE
M01 M03 M05 EMERGÊNCIA M07 18m² M09 15m² M11 15m² M13 15m² M15 M17 M19 18m² M21 15m² M23 M25 M27 15m² M29 M31 M33 M35 EMERGÊNCIA
Serv Isoil Vogelsang Digitrol Zebron
WEF 45m² Lamon 30m² Promar 15m² 15m² VICTOR 15m² 18m² 18m² 18m²
Técnica SAÍDA DE Analítica SAÍDA DE
SAÍDA DE EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA
EMERGÊNCIA
RUA M RUA M
Borges &
Katayama
B23 B24 C23 C16 E11 E24 F23 F24 G23 G24 H23 H24 I23 I24 J23 J24 K23
Saneas
B21
B19 Toray Stringal Netzsch Rehau Vermeer Danfoss Gaiatec
BBL Bray RESTAURANTE
25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² KSB 50m² Politejo 25m² 25m²
B22 C21 E22 F21 F22 G21 Engenharia H22 I21 Controls J22 K21
WEF GEA Ag. Solve Hagplan Stúdio Imap Yamatec
20m² Biotecs 20m² 20m²
20m² 20m² 20m² 20m² Monitora 20m² G22 45m² H21 45m² 20m² 20m² I22 45m² J21 45m²
B20 C19 E20 F19 F20 G19 G20 H19 H20 I19 I20 J19 J20 K19
Power
Bishen Aerzen Wasserlink Huesker Helibombas Otek A.R.I. SABESP Prominas ETA
Eletronics 30 de ju
25m² 25m² ILHA SINDESAM 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 50m² 350m²
45m²
B18 C17 E18 F17 F18 G17 G18 H17 H18 I17 I18 J17 J18 K17 K18 L17
B17 Sigma Etatron Conaut Agru Hidro Solo Franklin Eletric Emec Imagem L16
ANALYSER 20m² 20m² 20m² 40m² 20m² 20m²
Tigre 40m² 40m² 20m²
Hydro Z Kanaflex Ecofirma
B16 E16 F15 F16 20m² G15 G16 H15 H16 I16 J15 J16 K15 20m² L15 Exp
15m² 15m²
IBRAM Prominent VCW Job Itron SSI Maxiagua Unitubos Gehaka Haarslev ADI Acqua Conexx
B15 468m² 20m² L14
20m² 40m² C15 20m² 20m² Engenharia 40m² 20m² I15 60m² 20m² 20m² 20m² 20m² K16 40m² Válvulas
Bruker Empretec P
15m² 15m²
B13 B14 C13 C14 D13 D10 E09 E14 F13 F14 G13 G14 H13 H14 I13 I14 J13 J14 K13
K13 K14 L13 L12
L13
Solar KRIEGER Andritz VAG Seko Pentair Nunes WIKA Permastore PH
Paques Policontrol McFluid Restor Cassio Lima Italy Valves
RUA L
RUA F
RUA E
RUA C
RUA H
RUA K
RUA G
15m² 50m² 50m² 25m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² K12 L11 15m²
Fenasan 2014 - planta da exposição
SAÍDA DE SAÍDA DE
EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA
B09 B10 C09 C10 D09 D06 E05 E10 F09 F10 G09 G10 H09 H10 I09 I10 J09 J10 K09 K10 L09 L08
Novus Corr Plastik Robuschi Guarujá Saint-Gobain Sulzer ESA Bugatti Sappel FGS EURO
RUA B
85m²
WKL TANKS
18m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m²
B07 B08 C08 D07 E08 F07 F08 G07 25m² G08 H07 I07 I08 J07 J08 K07 K08 L07 21m²
40m² H08
Gardner Gardner WEIR L06
Polimate D04 E03 Bentley Nivetec KOCH Caetano SIKA Metrohm TSA MERCK
C07
Denver Denver Nash MINERALS
15m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² I08 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m²
B05 B06 C05 C06 D05 E06 F05 F06 G05 G06 H05 H06 I05 I06 J05 J06 K05 K06 L05
Xylem Tetralon Bermad Asperbrás Talis Leão Linde 21m²
Tecnal Dinatécnica Nicsa B&F C.R.I.
Gases
50m² 25m² 25m² 40m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 25m² 25m²
18m²
RUA L
L04
B03 B04 C03 C04 D03 D02 E01 E04 F03 F04 G03 G04 H03 H04 I03 I04 J03 J04 K03 K04 L03 Invel
Bombas Beto Electrosteel AVK Schneider Eletric Parkson Fibrav 18m²
Marte XCMG Brasworld Holland
L02
Científica 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 25m² 25m²
Kaeser
RUA D
B02 C01 C02 25m² D01 E02 F01 F02 G01 G02 H01 H02 I01 I02 J01 J02 K01 K02 L01 Bongas
RUA F
RUA E
RUA B
RUA C
RUA H
RUA K
RUA G
B01 25m² 25m² 25m² 50m² 50m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 21m²
SAÍDA DE
PROJEÇÃO DO MEZANINO EMERGÊNCIA
RUA A RUA A
Benny
A02 A04 Tours
CECRES
JWC 18m² Quimis 18m² A30 18m² A32 18m²
TELEFONES A06 A08 A10 25m² A12 A14 A16 A18 A20 A22 A24 A26 A28 TELEFONES
GO Coester
Glass
Tecniplas Britefil Mult- Eaux Gratt Petrofisa AESABESP SCHWING
Hidro ASSOCIADOS Bombas SANITÁRIO
SANITÁRIO 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 50m² 50m² FEMININO
FEMININO SANITÁRIO
MASCULINO SAÍDA DE
EMERGÊNCIA SANITÁRIO
MASCULINO
ACESSO
EXPOSIÇÃO
Saneas: Quais são as principais características da mento com técnicos de todas as partes do mundo
IFAT e por que é importante para a AESabesp estar vivenciando as suas experiências, além da questão
presente nesse evento? de tomarmos contato com equipamentos e servi-
Olavo Sachs: A IFAT Entsorga é a maior feira de ços que com certeza seriam muito úteis para nós
saneamento e meio ambiente da atualidade e se aqui no Brasil, pois temos muito ainda para fazer
realiza bianualmente na cidade de Munique na Ale- até conseguirmos a tão pretendida universaliza-
manha. A AESabesp foi convidada pela diretoria da ção do saneamento.
IFAT a participar da mesma, devido ao sucesso da
Fenasan no Brasil, sendo para nós uma oportunidade Saneas: Num evento de porte mundial como esse,
única de mantermos contato com potenciais futuros é possível que o saneamento desenvolvido em São
parceiros do nosso evento. além de termos a opor- Paulo seja destacado?
tunidade de nos inteirarmos das novas tecnologias Olavo Sachs: São Paulo, todos nós sabemos, des-
existentes na área. toa bastante da realidade brasileira,
pois atingimos índices que estão
Saneas: Quando o senhor esteve na mais próximos dos países que fazem
Feira Internacional Watec, em Tel parte do chamado “primeiro mun-
Aviv- Israel, sentiu que a represen- do”, mas ainda temos um caminho
tatividade brasileira está reconhe- muito árduo a percorrer para que
cida em nível mundial? possamos ajudar ao resto do país
Olavo Sachs: Sim, deu orgulho de pois temos profissionais competen-
ser brasileiro e fazer parte da AESa- tes e utilizamos o que há de melhor
besp/Fenasan, tendo uma agradável “A AESabesp foi em tecnologia existente no mundo,
surpresa pois não esperávamos que convidada pela restando para isto vontade política e
a nossa feira fosse tão bem elogia- diretoria da IFAT, uma melhor consciência ambiental
da em Israel pela sua qualidade e devido ao sucesso do nosso povo, mas acho que esta-
organização. da Fenasan, sendo mos no caminho certo.
para nós uma
Saneas: Em linhas gerais, quais são oportunidade única Saneas: E a Fenasan, como Feira
os principais focos da palestra so- de mantermos sul-americana e brasileira, também
bre a Fenasan na IFAT? contato com já está mundialmente reconhecida
potenciais futuros
Olavo Sachs: A princípio deverão na globalização do setor?
parceiros.”
ser apresentados os números do sa- Olavo Sachs: Com certeza já somos
neamento no Brasil e em São Pau- o maior evento latino americano
lo, a atuação da AESabesp e a extensão do nosso no setor e não podemos parar de crescer, só que
Congresso Técnico e da Fenasan (Feira Nacional de necessitamos manter a qualidade do evento graças
Saneamento e meio Ambiente), com os seus princi- ao empenho dos nossos colaboradores, sejam eles
pais produtos, equipamentos e serviços, sem deixar associados ou fornecedores que são a chave do
de perder a oportunidade de mencionar o momento nosso sucesso.
que estaremos vivendo, com a realização da Copa do
Mundo de Futebol em nosso País. Saneas: Como se deu os primeiros contatos e tra-
tativas entre a Fenasan e a IFAT?
Saneas: Como profissional técnico do saneamento, Olavo Sachs: Começou no ano passado quando re-
quais são os pontos desse evento que mais trazem cebemos uma missão da IFAT na Fenasan 2013 e ini-
benefícios e projeção para o corpo técnico sanita- ciamos uma parceria (IFAT/Fenasan) que viabilizou
rista de São Paulo, especialmente da Sabesp? uma permuta de espaços tanto na Feira como no
Olavo Sachs: Acho muito importante o relaciona- próprio Congresso.
20 a 22 de Maio de 2014 9 a 11 de Outubro de 2014 Informações: NürnbergMesse Brasil Ltda. | São Paulo
presented by IFAT CHINA | EPTEE | CWS www.ie-expo.com www.ifat-india.com Tel. 11 3205 5025 | andrezza.perri@mmi-brasil.com
IFAT 2014
Saneas: Qual é a sua expectativa e a da delegação Saneas: Haverá posterior relatório de atividades,
da AESabesp em relação à participação nessa Feira? avaliações e resultados a serem passados para os
Olavo Sachs: Vamos nos deparar com uma feira dez vezes associados da AESabesp?
maior que a nossa em tudo: em área de exposição, em Olavo Sachs: Pretendemos fazer uma apresentação
público visitante em um local que era um antigo aero- prevista na grade do nosso do 25º Encontro Técnico
porto e foi adaptado para ser um local de eventos, sendo da AESabesp, onde estaremos comemorando nosso
servido inclusive por duas estações de metrô. Acho que jubileu de prata, com tudo que vivenciamos nesta
necessitamos em São Paulo de um local como este, pois nossa participação, na “maior feira internacional
há uma carência muito grande de áreas para eventos o de água, resíduos líquidos, sólidos e reciclagem”
que de certa forma dificulta o nosso crescimento e por da atualidade.
consequência o crescimento da nossa Fenasan.
Demais participações da
AESabesp em eventos nacionais
e internacionais
8º ENCUENTRO TECNICO INTERAMERICANO Quantificação do Lodo da Estação de Tratamen-
DE ALTO NIVEL to de Água do Guaraú”, que será apresentado
“Gestión del Agua con Responsabilidad Socio na categoria “poster”.
Ambiental”
Realização no período de 20 a 22 de março de FIEMA Brasil (Feira Internacional de Tecnolo-
2014, em Trujillo – Perú, gia para o Meio Ambiente)
No dia 21 de março, das 15h10 às 15h45, na Realização no período de 22 a 25 de abril de
sala de exposição 7, o presidente da AESabesp, 2014, em Bento Gonçalves – RS
Reynaldo Young Ribeiro, apresentará a palestra A AESabesp será expositora e terá uma delega-
“Nuevas Oportunidades y Mejoramiento Profe- ção representativa.
sional en el Área Tecnológica de la Ingeniería
Sanitaria”. SEA - Semana da Engenharia Ambiental (SEA)
Site do evento: http://www.aidisnet.org/html/ Realização no período de 19 a 23 de abril de
esp/not_8encontro.html 2014, em São Carlos – SP
A AESabesp participará do evento como enti-
12.º Congresso da Água; 16.º Encontro de dade expositora e a Diretoria de Projetos Socio-
Engenharia Sanitária e Ambiental e XVI Sim- ambientais apresentará a palestra: ecoeventus
pósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária AESabesp®.
e Ambiental
Realização no período de 05 a 08 de março de
2014, em Lisboa – Portugal
A conselheira da AESabesp, Iara Chao, fará
apresentação de trabalho técnico, “Avaliação e
Visando compensar a emissão dos gases de efeito estu- área, o que transforma o local numa grande área
fa, emitidos durante o 24º Encontro Técnico e 24º edi- verde, onde é possivel observar a presença intensa
ção FENASAN, a AESabesp, em parceria com diversos de uma fauna diversa que frequenta o local, advinda
colaboradores, implantou na Estação de Tratamento dos fragmentos florestais existentes na área e de ou-
de Esgotos de Rubião Junior, município de Botucatu tras formações florestais que circunda o local.
o “projeto de reflorestamento” através do plantio de A implantação desse reflorestamento visou
1.000 mudas de espécies arbóreas nativas regionais. incrementar as potencialidades naturais da área,
Construída em outubro de 1.997, possuindo através da introdução de 1.000 espécies arbóre-
aproximadamente 25.000 m2 de área construida, as nativas, que além da função paisagística con-
a Estação de Tratamento de Esgotos de Rubião Ju- tribuirão para o sequestro de carbono, unindo e
nior está inserida em uma área de aproximadamen- incrementando os diversos florestais existentes na
te 90.000 m2 e trata o esgoto de aproximadamente área, fornecendo abrigo, local de nidação, repro-
4.700 habitantes. dução e alimento para fauna, visto que o projeto
Dentro dessa área, além da Estação de Trata- contemplou o plantio de diversas espécies frutí-
mento, encontram-se diversos fragmentos florestais, feras nativas, como a goiabeira, uvaia, pitanga,
dois cursos d’água, além de uma vegetação arbórea gabiroba, ingá, coqueiro jerivá, canela amarela,
diversa que se encontra de forma isolada por toda cerejeira do mato, figueira branca, grumixama,
possível no meio ambiente e atender as legislações ■■ Levantar os diferentes tipos de disposição de lo-
ambientais. dos de ETAs e seus aspectos positivos e negativos;
A procura por soluções para minimizar os impac- ■■ Apresentar os principais impactos causados pelo
tos e viabilizar a disposição adequada dos resíduos lançamento do lodo de ETAs in natura no meio
da ETA, levou ao desenvolvimento de várias tecno- ambiente.
logias. No entanto, a escolha da melhor tecnologia
depende das características qualitativa e quantita- METODOLOGIA
tiva do lodo, e das condições climáticas, sendo que Para a realização deste estudo foi enfatizada a gera-
cada estação terá um lodo com características dis- ção do lodo de ETA no Brasil e para mensurar a atual
tintas (FONTANA, 2004). Pode-se acrescentar a estes conjuntura, foram levantados dados secundários em
fatores, segundo Reali (1999), a área necessária para relação à disposição final do lodo de ETAs.
implantação, custo da área, distância da estação até Após a revisão da literatura, foram selecionadas
o destino final, custo dos equipamentos, operação, algumas das diversas formas de tratamento e dispo-
preparo de recursos humanos para preparação e a sição final do lodo de ETA para serem explicitadas
necessidade de condicionamento do lodo. quanto à viabilidade técnica, econômica e ambiental.
De acordo com Fontes (2008), a grande preocu- Além disso, foi realizado um apanhado quanto
pação em dispor corretamente o lodo das ETA está aos impactos ao meio ambiente e a saúde humana
na presença de metais na composição desse resí- que podem ser ocasionados pela gestão inadequada
duo e no aumento do volume de chorume gerado do lodo de ETA.
durante o processo de degradação quando o lodo
é disposto em aterros sanitários, contribuindo para RESULTADOS E DISCUSSÕES
a geração de impactos adversos ao meio ambiente TRATAMENTO DO LODO DE ETA
(água, solo, flora e fauna) e à saúde da população, Os resíduos gerados em ETAs, segundo Cordei-
quando depositados de forma inadequada. ro (1999), caracterizam-se por possuírem grande
Muito se tem estudado sobre as alternativas de umidade, geralmente maior que 95%, estando, de
disposição do lodo de ETA, como: insumo na agri- maneira geral, sob forma fluida. O autor chama a
cultura, disposição em aterro sanitário, incineração, atenção para o fato de que a redução do seu volume
uso na fabricação de cerâmica, recuperação de área propicia uma disposição mais adequada, a redução
degradada e recuperação do coagulante. No entan- do custo de transporte e de disposição final, e mini-
to, ainda existem lacunas sobre a melhor maneira de miza os riscos de poluição do meio ambiente.
dispor estes resíduos, de forma que cause o menor Reali (1999) observa que as estratégias de trata-
impacto ambiental possível, devido às diversas ca- mento e disposição final de lodos de ETAs envolvem
racterísticas do lodo gerado. diversas opções e técnicas cujas pertinências são
grandemente influenciadas, dentre outros fatores,
OBJETIVO pelas características do lodo, área disponível, cli-
O objetivo principal desse artigo é fazer uma revisão ma local; e condições socioeconômicas, culturais e
bibliográfica concernente ao tema lodo de ETA, de ambientais da região onde se pretende implantar o
forma a reunir os principais dados de pesquisas rea- sistema de tratamento de lodo.
lizadas de maneira concisa em um único documento, Normalmente, a primeira etapa dos sistemas de
e assim contribuir para uma gestão mais adequada tratamento de lodo gerados em ETAs convencionais
desse resíduo. Como objetivos específicos têm-se: é o seu espessamento ou adensamento, que é um
■■ Levantar a situação brasileira em relação à dis- processo preparatório para o seu posterior condi-
posição final do lodo de ETA; cionamento e desidratação final. Reali (1999) re-
■■ Identificar as possíveis formas de tratamento do lata que essa etapa objetiva a separação de parte
lodo de ETAs e sua adequabilidade à diferentes da água mais facilmente removível do lodo com
circunstâncias; vistas à diminuição do volume desse lodo e, con-
nardo (2005) relataram que o tratamento do lodo dem de 83 e 87%, respectivamente, no sétimo dia
realizado unicamente por adensamento, inviabili- de aplicação, sem consumo de energia e adição de
za sua disposição em aterro, dada a dificuldade na produtos químicos.
sustentação dos equipamentos e taludes, devido à Os sistemas mecânicos para redução do volume
baixa concentração de sólidos ≤ 8%. Sabogal & Di do lodo são alternativas atraentes a serem adota-
Bernardo (2005) acrescentam ainda que este fato das, em detrimento de sistemas naturais, principal-
também limita sua utilização como matéria-prima mente quando não se tem grande disponibilidade
na fabricação de cerâmica e na incorporação em de área para tratamento e o clima local não favo-
matriz de concreto, embora essa baixa concentração rece a perda de água do lodo pelo processo natural
de sólidos possa ser recomendável para disposição de evaporação.
desses resíduos em ETEs ou recuperação de solos Richter (2001) apud Tartari (2008) fez um le-
agrícolas, dependendo das características qualitati- vantamento de generalidades práticas, aplicações,
vas e quantitativas dos resíduos. Logo, dependendo limitações e custo relativo de tecnologias de de-
da disposição final que se pretende dar ao lodo de sidratação mecânica do lodo. Dentre os aspectos
ETAs, pode ser necessária, após o adensamento, a mencionados por esse autor, destacam-se os se-
aplicação de outra tecnologia de desaguamento, a guintes pontos: i) a prensa desaguadora é apro-
fim de aumentar a concentração de sólidos totais e, priada para secagem de lodos provenientes de
consequentemente, reduzir de forma mais significa- coagulação de água, sua eficiência é sensível às ca-
tiva o volume de lodo. racterísticas da suspensão e essa tecnologia apre-
Achon et al. (2008) relatam que as tecnologias senta um baixo custo relativo; ii) a centrifuga de
para redução do volume de lodo produzido nas ETAs, tambor funciona paralelamente com o uso de polí-
mediante remoção da água livre e nos interstícios meros no condicionamento, o tambor está sujeito a
dos sólidos, podem ser classificadas como: sistemas abrasão e trata-se de uma técnica de custo relativo
mecânicos (centrífugas, filtros-prensa, prensa desa- médio; iii) o filtro prensa é utilizado para desidratar
guadora, filtros a vácuo) e sistemas naturais (lagoas sedimentos finos, a técnica necessita da aplicação
de lodo e os leitos de secagem). Esses autores des- de cinza de cal e apresenta custo elevado e; iv) o
tacam o grande potencial de aplicação de sistemas filtro rotativo a vácuo não funciona bem com lodos
naturais no Brasil, devido à disponibilidade de área leves, é mais indicado para desidratar sedimentos
e às condições climáticas favoráveis. Entretanto, en- finos granulares, é o método menos eficaz de fil-
fatizam que no caso de adoção de lagoas de lodo tração e possui um custo relativo muito alto.
o tempo necessário ao desaguamento pode ser de Sobogal-Paz & Di Bernardo (2005) concluíram
meses, sendo com relação a esse aspecto, os leitos de em sua pesquisa que a escolha da técnica de tra-
secagem mais atrativos. tamento deve ser analisada do ponto de vista sis-
Objetivando melhorar ainda mais o desempe- têmico, considerando que o grau de tratamento do
nho do leito de secagem, Cordeiro (2001) propôs lodo da estação depende, diretamente, do método
uma alteração da sua estrutura convencional (ca- de aproveitamento e de disposição do resíduo, junto
mada filtrante de areia e camada suporte de brita), com a qualidade desejada para a parcela líquida a
sendo que o leito modificado, denominado leito de ser recirculada no início da ETA (se esta possibilidade
drenagem, é constituído por uma camada de 5 cm for considerada).
de brita 1, coberta por uma manta geotêxtil. Com
esse novo arranjo, o autor verificou que o tempo DISPOSIÇÃO DO LODO DE ETA
de drenagem de água livre diminui bruscamente. As ETAs que utilizam o tratamento convencio-
Achon et al. (2008) utilizaram o protótipo do leito nal (coagulação, floculação, decantação e filtração),
de drenagem desenvolvido por Cordeiro (2001) para transformam a água inadequada ao consumo hu-
o desaguamento do lodo de ETAs que empregavam mano em um produto em acordo com o padrão de
sulfato de alumínio e cloreto de polialumínio como potabilidade, para isso são necessários processos e
coagulantes, e obtiveram redução de volume da or- operações que geram resíduos (REALI, 1999).
No Brasil, a maior preocupação tem sido em rela- dos sistemas de tratamento de água, promovendo
ção aos resíduos gerados em estações de tratamento impactos ambientais diversos.
de esgoto (ETEs), enquanto pouco tem sido discuti- Segundo IBGE (2010), dos 5.564 municípios bra-
do em relação aos rejeitos gerados em ETAs, como o sileiros, 2.098 produzem lodo no processo de trata-
lodo (CORDEIRO, 2001). mento da água. As destinações desse lodo gerado
De acordo com a NBR 10.004, o lodo é classifi- são apresentadas na Figura 1. É importante ressaltar
cado como resíduo sólido, não sendo permitido seu que um município pode dar mais de um destino ao
lançamento in natura em águas superficiais. No en- lodo gerado.
tanto, no Brasil essa prática é realizada pela maioria
Observa-se que o percentual de municípios bra- Dentre os municípios que destinam o lodo gerado
sileiros que destinam o lodo em rios corresponde a em rios, a região sudeste é a que contribui com o maior
62,44%. Esse percentual mostra que um grande vo- número de municípios, seguida da região sul, conforme
lume de lodo vem sendo lançado nos rios brasileiros, a Tabela 1. Essas duas regiões são as que possuem a
o que interfere na qualidade das águas, podendo maior demanda por água e consequentemente as que
causar diversos impactos. produzem a maior quantidade de água tratada e lodo.
Segundo Achon et al. (2012), em um estudo re- vegetação de cerrado, caracteriza-se por apresentar
alizado sobre as 23 ETAs da sub-bacia do rio Pira- forte acidez, deficiência extrema de fósforo, cálcio,
cicaba em São Paulo, que é pioneira na gestão de magnésio e níveis elevados de alumínio e manganês.
recursos hídricos, a forma de destinação que pre- A baixa produtividade e a baixa resposta de muitos
valece é a disposição in natura do lodo nos corpos desses solos à fertilização têm sido, em grande parte,
d’água, sendo que 73% do lodo é lançado nos cor- atribuídas à presença de alumínio em concentrações
pos receptores sem tratamento prévio, 23% das ETAs tóxicas (BONATO, 2000).
não disponibilizaram esta informação e somente 4% Diante dos possíveis efeitos causados pelo alu-
enviam o lodo para aterro, após desaguamento. mínio, para a aplicação de lodos de ETAs em solos
Ainda de acordo com Achon et al. (2012), as in- agrícolas é necessária a realização de análises, prin-
formações sobre o lodo gerado na maioria das ETAs cipalmente quando o coagulante utilizado no trata-
não é, sequer, efetivamente medido e quantificado, mento for o sulfato de alumínio.
o que dificulta ações de melhoria da gestão deste
resíduos e a avaliação de impactos ambientais ad- Recuperação de áreas degradadas
vindos da disposição inadequada. A utilização do lodo de ETA para a recuperação de
Segundo Owen (2002), as principais característi- áreas degradadas é uma alternativa viável, desde
cas que distinguem o lodo de outros resíduos são: a que sejam realizadas análises para identificar os
capacidade de suportar a vida vegetal, a capacidade efeitos causados ao solo e as plantas.
de retenção de água e o conteúdo de ferro e alumínio. Segundo Teixeira (2005), o lodo de ETA pode ser
Com base nesses aspectos, podem ser citadas disposto em áreas degradadas, pois eleva os teores
algumas técnicas de disposição final: aplicação em de macronutrientes e o valor do pH do solo. Em al-
solos agrícolas, recuperação de áreas degradadas, tas doses pode causar a salinidade do solo. Para fins
material de construção, materiais cerâmicos, recu- de recuperação, sua aplicação deve estar associada a
peração do coagulante, disposição em ETE, disposi- um resíduo orgânico, como composto de serragem e
ção em aterro, dentre outras. No Brasil, tais alterna- esterco bovino, entre outros.
tivas ainda são pouco empregadas. Silva (2005), utilizando lodo de ETA em estudos
de recuperação de área degradada por mineradora
Aplicação em solos agrícolas de cassiterita, verificou aumento do pH do solo e dos
A aplicação em solos agrícolas é umas das possíveis teores de Ca e Fe. O autor relata que o uso do lodo de
formas de disposição do lodo de ETA. Como o sulfato ETA como fertilizante pode ser viável porque contém
de alumínio é bastante utilizado como coagulante determinados nutrientes às plantas. No entanto o
nas ETAs, os possíveis efeitos que ele pode causar nitrogênio não deve ser utilizado como critério para
têm sido um ponto central nas pesquisas sobre a definir as doses de aplicação, já que este se encontra
aplicação do lodo em solos agrícolas. em pequena quantidade neste tipo de resíduo.
Segundo Malavolta (1980) é muito antiga a lite-
ratura que apresenta os efeitos tóxicos do alumínio Material de construção
nas plantas e atribuindo, em parte, o efeito bené- A construção civil é um setor que apresenta um con-
fico da calagem à neutralização desse elemento. O sumo elevado de recursos naturais e a utilização do
aumento da concentração desse elemento no subs- lodo de ETA pode ser uma alternativa benéfica para
trato reconhecidamente provoca diminuição na ab- mitigar tal consumo. Pesquisas têm sido realizadas a
sorção do fósforo. fim de verificar a adequabilidade dos produtos para
A toxicidade do alumínio é um dos mais im- construção gerados com adição de lodo de ETAs em
portantes fatores que limitam a produtividade das relação às normas pertinentes.
culturas em solos ácidos, os quais compreendem Sartori & Nunes (1999) procederam à caracteri-
mais de 40% das terras aráveis do mundo. No Brasil, zação do lodo da ETA do Rio das Velhas, verificando
aproximadamente 1,8 milhão de km² de solos, sob que as características possibilitam que se enqua-
drem na categoria de siltes e argilas. Os lodos apre- de alumino silicatos e fundentes na massa cerâmica.
sentaram características de materiais plásticos, com Dependendo da quantidade e da característica do
pesos específicos entre 27 e 28 kN/m³, altos valores resíduo, essa incorporação pode, inclusive, melhorar
de umidade ótima e valores de peso específico apa- o processamento cerâmico, a qualidade da cerâmica
rente seco de 1,33 g/cm³ e 1,28 g/cm³, para o ensaio e ainda, contribuir para a redução do gasto energé-
de compactação Proctor Normal. Em virtude de suas tico na etapa de queima e na redução do consumo
características, esses lodos podem servir para a fa- de argilas, recurso natural utilizado como matéria
bricação de solo-cimento, materiais cerâmicos, pig- prima na confecção de cerâmica (RAUPP-PEREIRA
mentos para argamassas e revestimentos ou como et al. 2005 apud VITORINO et al. 2009).
aditivo para agregados. Aléssio & Teixeira (2005) afirmam que o lodo ge-
Sales & Cordeiro (2001) reuniram os rejeitos ad- rado em ETAs, principalmente o proveniente de água
vindos do lodo de ETAs em conjunto com os resí- de superfície, pode ser incorporado à massa cerâmi-
duos de construção, no intuito de estudar formas ca devido a sua composição mineralógica sem alte-
de utilização dos mesmos. Em função dos resultados rar de forma significativa as propriedades físicas das
das análises e ensaios realizados, pode-se afirmar a peças produzidas.
possibilidade de aproveitamento da reciclagem con- A incorporação do lodo gerado em ETAs na massa
junta dos resíduos em aplicações como o concreto cerâmica pode reduzir a temperatura de queima, de-
para contrapiso, argamassa de assentamento não vido à fração orgânica, e consequentemente reduzir
estrutural e blocos de concreto não estrutural. a energia total requerida durante o processo. Além
Em estudo semelhante, incorporando lodo de disso, os hidróxidos metálicos presentes no lodo re-
ETA a concretos, em substituição parcial do agre- duzem a porosidade e, no caso dos lodos férricos,
gado miúdo, Hoppen et al. (2006) mencionou a aumentam a intensidade da cor vermelha dos tijolos
possibilidade de uso desse material também como e telhas (OWEN, 2002).
concreto estrutural, entretanto destacaram o não Couto (2011) demonstrou que há possibilidade
conhecimento do seu desempenho ao longo do da utilização do lodo na fabricação de materiais ce-
tempo, e desta forma direcionaram a sua utilização râmicos desde que o teor máximo de lodo não ul-
apenas a concretos não estruturais. Portanto, faz-se trapasse 10%, pois observou que com concentrações
necessário o desenvolvimento de outras pesquisas maiores houve comprometimento das propriedades
nesta linha para verificar se é possível a utilização físicas e mecânica do material.
desse material também com função estrutural, o que
agregaria maior valor ao mesmo. Recuperação do coagulante
Silva (2009) analisou a incorporação de lodo de De acordo com Gonçalves et al. (1999), a alternativa
ETA na fabricação de tijolos de solo-cimento, e nos ti- de recuperação do coagulantes permite minimizar
jolos nos quais incorporou 3 e 5% de lodo obteve ca- os custos e os problemas associados à disposição fi-
racterísticas construtivas dentro da NBR 10.836/1994. nal do lodo, pois além de diminuir o volume a ser
descartado, promove a reciclagem dos produtos quí-
Material cerâmico micos dosados no tratamento. A redução dos custos
Segundo Raupp-Pereira et al. (2005) apud Vitorino pode chegar a valores próximos de 45%.
et al. (2009), a agregação de resíduos de diversas Entorno de 35 a 45% dos sólidos presentes no
atividades em produtos cerâmicos argilosos é uma lodo são hidróxidos e qualquer que seja o tipo de
alternativa tecnológica que pode contribuir para a regeneração, a etapa inicial será a solubilização dos
redução do impacto ambiental causado por estes. hidróxidos precipitados. Os processos se diferenciam
Durante a queima da cerâmica pode ocorrer a na forma pela qual os compostos solúveis serão sepa-
inertização de materiais potencialmente tóxicos por rados dos materiais inertes (GONÇALVES et al., 1999).
volatilização, transformação química e estabiliza- As opções tecnológicas que se encontram dispo-
ção na fase vítrea que se forma pela participação níveis para a realização da recuperação de coagu-
lantes de lodos de ETAs são: recuperação pela via IMPACTOS DO LODO DE ETA
ácida, recuperação pela via alcalina, extração com No Brasil, a maior parte das estações lançam seus
solventes orgânicos e extração com quelantes. Den- resíduos sem nenhuma forma de tratamento dire-
tre as quatro, a que alcançou o maior desenvolvi- tamente no corpo d’água mais próximo à estação,
mento industrial foi a recuperação pela via ácida ocasionando assoreamento e deterioração da quali-
(GONÇALVES et al., 1999). dade da água dos rios e lagos.
De acordo com Reali (1999) a toxidade potencial
Disposição em ETEs dos lodos de ETA, para plantas, seres humanos e or-
Segundo Di Bernardo et al. (1999), um método de ganismos aquáticos, depende de fatores tais como:
disposição do lodo gerado nas ETAs, que tem sido características da água bruta, produtos químicos
observado em alguns países da Europa e nos Estados utilizados no tratamento, possíveis contaminantes
Unidos, é o seu lançamento nas estações de trata- contidos nesses produtos, reações químicas ocorri-
mento de esgoto (ETEs), via rede coletora de esgoto das durante o processo, forma de remoção e tempo
ou por meio de transporte em caminhão. Tal alter- de retenção dos resíduos dos decantadores, caracte-
nativa torna-se atraente, pois elimina a implantação rísticas hidráulicas, físicas, químicas e biológicas do
de um sistema de tratamento nas próprias ETAs. No corpo receptor.
entanto, o que ocorre é a transferência do gerencia- As águas naturais utilizadas como mananciais es-
mento para a administração das ETEs. tão sujeitas à contaminação por formas naturais de-
Para a realização de tal procedimento são ne- corrente da ação da água sobre as rochas e também
cessárias análises criteriosas para avaliar as possíveis sobre o meio, tais como: aplicação de fertilizantes e
interferências que podem ocorrer nas unidades da pesticidas e disposição de resíduos sanitários e in-
ETE devido às características do lodo gerado e do dustriais. Esse aspecto é de grande importância, pois
incremento da vazão (DI BERNARDO et al., 1999). esses podem estar presentes nos resíduos gerados
Rosário (2007) em seu trabalho, no qual analisou (CORDEIRO & CAMPOS, s/d).
em escala piloto o impacto do lançamento dos resí- A grande preocupação em dispor corretamente o
duos de uma ETA em uma ETE operando com reator lodo das ETAs, está na presença de metais na com-
UASB, constatou que a disposição do lodo em um posição desse resíduo e no aumento do volume de
reator UASB não interfere prejudicialmente no de- chorume gerado durante o processo de degradação
sempenho operacional do mesmo. quando o lodo é disposto em aterros sanitários, con-
tribuindo para a geração de impactos adversos ao
Disposição em aterro meio ambiente (água, solo, flora e fauna) e à saúde
A alternativa de disposição dos lodos de ETAs em da população, quando depositados de forma inade-
aterros é sempre recomendada por ser compro- quada (FONTES, 2008).
vadamente viável tecnicamente e possuir regula- O lançamento do lodo em corpos recepto-
mentação pelas legislações ambientais vigentes. res, devido a sua concentração, ao tamanho das
Mesmo adotando-se outras formas de disposição, partículas dispostas e a baixas velocidades de es-
propõe-se sempre prever a utilização de aterros sa- coamento do rio a jusante do lançamento, pode
nitários como opção de armazenamento dos lodos, levar a sedimentação das partículas sobre a ca-
pois pode haver necessidade de sua utilização nos mada bentônica, inibindo o crescimento de várias
casos de variações bruscas na quantidade ou quali- espécies de peixes e outros organismos aquáticos
dade dos lodos (JANUÁRIO & FERREIRA FILHO, 2007). (CORDEIRO, 2002).
Para a disposição do lodo de ETA em aterros é Estudos realizados por Achon et al. (2005), so-
necessária a análise da interação das substâncias bre o descarte do lodo in natura da ETA São Carlos
químicas presentes na composição do lodo de ETA – SP, no rio Monjolinho, mostraram que a grande
com os resíduos de origem predominantemente do- concentração de metais (Al e Fe) comprometeu a
méstica (POHLAND & GOULD, 1986). camada bentônica.
A elevada quantidade de sólidos, a alta turbidez, rado, diversas pesquisas demonstraram que, em se
as altas concentrações de metais, a alta DQO são tratando da seleção da técnica de tratamento, cada
classificados por Achon et al. (2005) como os prin- caso deve ser analisado individualmente, por meio
cipais parâmetros que comprometem o lançamento de ensaios de laboratório ou em escala-piloto.
de lodo nos corpos receptores. Com base nisto, ou- Além disso, não se deve pensar na etapa de trata-
tros impactos relevantes sofridos pelo rio Monjoli- mento do lodo isoladamente, um dos motivos é devi-
nho foram: depleção da concentração de oxigênio do ao fato que o nível de tratamento necessário vai
dissolvido, alteração da biota aquática, mortandade depender do tipo de disposição final escolhido. Logo,
da comunidade bentônica de invertebrados, mor- é imprescindível uma análise sistêmica da situação le-
tandade de peixes e redução do volume útil do rio. vando em consideração todos os aspectos pertinentes.
Estudos realizados por Machado et al. (2005) Dentre as alternativas de disposição final, al-
chegaram as mesmas conclusões, a descarga de lodo gumas ainda exigem muita cautela e análises mais
com altos teores de alumínio no corpo receptor cau- criteriosas para sua adoção, como é caso do uso do
sa toxicidade do meio aquático. A carga orgânica lodo na recuperação de áreas degradadas para qual
contida no lodo pode contribuir para o consumo de é recomendada análise dos efeitos causados no solo
oxigênio no corpo d’água, levando a condições ana- e nas plantas; do uso do lodo em solos agrícolas em
eróbias, produção de maus odores e mortandade de que há de se verificar os possíveis efeitos do alumí-
peixes e algas, além de afetar a camada bentônica. nio; da destinação do lodo das ETAs às ETEs, em que
Assim, os lançamentos destes efluentes contribuem deve-se analisar um possível comprometimento do
para aumentar a degradação dos corpos d’água e des- desempenho operacional da ETE e; no caso de dispo-
respeitam a DN conjunta COPAM/CERH nº 01 (MINAS sição em aterros, para qual recomenda-se a análise
GERAIS, 2008) e a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605 da interação das substâncias químicas presentes na
(BRASIL, 1998). Sendo necessário o conhecimento dos composição do lodo com resíduos domésticos.
aspectos legais para definição de estratégias geren- Outras opções de disposição têm se mostrado
ciais que objetivem a minimização de resíduos gerados além de ambientalmente corretas, tecnicamente vi-
e o aproveitamento e disposição dos resíduos, sem o áveis, podendo-se citar a incorporação do lodo na
detrimento da qualidade dos corpos receptores. fabricação de materiais da construção civil e cerâ-
micos. Algumas se apresentam atraentes também do
CONCLUSÕES ponto de vista econômico, como no caso da recupe-
Nas ETAs, assim como em outras indústrias, as res- ração do coagulante. Contudo, a busca de soluções,
ponsabilidades deixaram de estar relacionadas ex- economicamente viáveis e ambientalmente vantajo-
clusivamente à produção do produto final, no caso, sas, para o tratamento e disposição final de lodos de
água potável, e passou-se a dar uma maior atenção ETAs, continua sendo um grande desafio em todos os
aos resíduos gerados, dadas as atuais restrições le- países, principalmente no Brasil, onde esse assunto
gais do lançamento in natura dos lodos de ETAs em ainda está no seu início.
corpos d’água, embora esta ainda seja a alternativa Na realidade, essas alternativas de disposição
mais adotada em território nacional. ainda não são, efetivamente, muito empregadas no
Assim, vários estudos estão sendo realizados Brasil, onde a maior parte do lodo gerado é lança-
com o objetivo de propiciar tratamento e desti- da nos rios. E, conforme já comprovado essa prática
nação adequada a esse resíduo, de maneira a até acarreta impactos ambientais nos corpos receptores
mesmo reaproveitá-lo, portanto, transformá-lo de e a legislação em vigor a proíbe. Logo deve-se evitar
rejeito em recurso, sendo para isso, considerados tal prática e continuar investindo em estudos sobre
aspectos técnicos, econômicos, ambientais, legais, tratamento, disposição e impactos do lodo de ETAs
sociais e culturais. em corpos d’água a fim de se propiciar a uma gestão
Dada a grande variabilidade das características cada vez mais adequada desses resíduos e proteger o
do lodo e das situações nas quais ele pode ser ge- meio ambiente.
do empreendimento. Com isto, os trabalhos a serem 5. Determinar os dados da bacia com a carta elaborada;
realizados devem obedecer a seguinte sequência: 6. Obter as áreas homogêneas da seção através de
1. Verificar a consistência das coordenadas apre- sobreposição de fotos;
sentadas; 7. Determinar a vazão mínima;
2. Determinar as cartas geográficas a serem utili- 8. Determinar a vazão máxima.
zadas;
3. Baixar as cartas geográficas do IBGE para o com- SISTEMAS DISPONÍVEIS
putador de trabalho; Os sistemas listados abaixo são alguns dos siste-
4. Criar um mosaico com as cartas utilizando um mas que se encontram disponíveis, contando com li-
sistema CAD ou SIG; cença total ou parcialmente livre.
onde é possível encontrar um diretório relativo ao Com as seções homogêneas, área da bacia e
mapa procurado contendo todos seus arquivos de declividade equivalente do talvegue, a vazão cen-
camadas em formato CAD. tenária foi calculada pelo método I-PAI-WO, con-
Os arquivos de camadas são do formato DGN, for- forme critério apresentado por DAEE (2005). Para
mato este utilizado pelo software Workstation. Porém, apoiar a utilização deste método, também foi de-
tal fato não impede de serem utilizados em outros sof- terminada a chuva de projeto através de equação
twares CAD similares, como por exemplo o AutoCad. de chuvas intensas.
No estudo em questão foi utilizado como pro- Utilizando o método I-PAI-WO, juntamente com
grama CAD o AutoCad 2012. Os arquivos foram im- o hidrograma unitário do SCS, foram determinados
portados para este programa. os hidrogramas unitários para a seção de controle.
As camadas, em função de estarem geo-referen- Esta determinação utilizou como ferramenta o sof-
ciadas, se sobrepõem perfeitamente. Os mapas tam- tware MS-Excel 2010.
bém se encaixam perfeitamente, formando assim Para a determinação da vazão mínima, que
um “balão” ou “mosaico”, quando juntadas todas as no caso do Estado de São Paulo adota-se a vazão
cartas necessárias. No desenho já montado, deter- Q7,10, foi utilizado um sistema disponibilizado pelo
mina-se a seção de controle através das coordena- DAEE na internet. DAEE (2011) utiliza o método
das do ponto onde o empreendimento vai intervir da regionalização hidrológica como ferramenta
nos recursos hídricos. Este ponto deve cair aproxi- de cálculo.
madamente em cima do talvegue.
Com o ponto determinado foi traçado o limite da ATLAS DIGITAL DAS ÁGUAS DE MINAS
bacia de contribuição. De posse da área da delimita- O Atlas Digital das Águas de Minas é um sistema que
da, foi possível determinar: foi desenvolvido pela Universidade Federal de Viço-
■■ A área e o perímetro de bacia hidrográfica; sa - UFV, em Minas Gerais. Este Atlas disponibiliza
■■ O talvegue do curso de água principal e deter- dados hidrológicos espacializados por meio de um
minar também qual o seu maior comprimento; sistema SIG.
■■ A declividade do rio principal. Os dados distribuídos, ao contrário dos demais
sistemas, nos quais são disponibilizadas apenas in-
Segundo DAEE (2005), esta declividade não deve formações coletadas em campo, este sistema dis-
ser a efetiva da bacia, mas sim a equivalente. Este ponibiliza informações já tratadas. Tais dados vêm
recomenda fórmula harmônica (eq. 1) para a deter- facilitar o trabalho do usuário, tendo em vista que o
minação da declividade equivalente. sistema já fornece as informações hidrológicas ne-
cessárias o uso.
Segundo Euclides (2011) as informações são dis-
tribuídas em seções. Estas seções são equidistantes
90 m, totalizando 3.470.000 seções abrangidas pelo
Atlas. Além dos dados de posicionamento geográfi-
co, são atributos de cada ponto (seção) neste atlas
as vazões: Q7,10, Q95, e as vazões máximas de 10, 50
A determinação das áreas homogêneas é neces- e 100 anos de período de retorno.
sária para a obtenção do coeficiente de escoamento Os dados são tratados e armazenados em um
superficial coeficiente de “run off”. Para esta deter- servidor, segundo Euclides (2011). Com isto, não há
minação foram importadas para o desenho fotos de operação de cálculo quando usuário acessa uma de-
satélite geo-referenciadas. terminada seção, pois a informação já foi tratada
Os mapas foram sobrepostos sobre a foto, com com antecedência. Isto garante-se uma velocidade
isto foi possível traçar o limite dos núcleos, obtendo de acesso maior e redução na quantidade de trans-
assim cada valor de área homogênea. missão de dados.
Figura 5. Consulta à uma seção qualquer da bacia do PCJ ao Atlas Digital das Águas de Minas. Fonte: UFV (2013).
A diretora-presidente da Sabesp,
Dilma Pena, e o deputado Samuel
Moreira, presidente da ALESP.
mais saudável, principalmente para nossas crianças “A Sabesp é um orgulho para São Paulo, con-
de hoje e futuras gerações”. seguiu atingir patamares invejáveis nesses anos da
Entre os destaques da cerimônia, quinze funcio- sua existência”, destacou Edson Giriboni, que ain-
nários com mais de 40 anos de serviços prestados à da concluiu: “esses 40 anos refletem competência,
Sabesp foram contemplados com medalhas de agra- honestidade e dignidade.” O deputado encerrou seu
decimento: discurso convidando todos a participar do coquetel
■■ Iaci Coelho – 45 anos de confraternização realizado no Hall Monumental,
■■ Gilmar Felippe de Oliveira – 42 anos onde também estava disponível a exposição dos 40
■■ Marcos Antonio dos Santos – 42 anos anos da empresa.
■■ Calixto Simões de Freitas – 41 anos
■■ Jair Mendes Rodrigues – 41 anos
■■ Pérsio Faulim de Menezes – 41 anos
■■ Walter Sigollo – 40 anos
■■ João Mitsunori Tuboni – 40 anos
■■ Maria Aparecida Fatima Gazza – 40 anos
■■ Edgard Nardini de Lima – 40 anos
■■ Pedro Hiroshi Suemasu – 40 anos
■■ Luiz Carlos Floriano – 40 anos
■■ João Batista Meinberg Porto – 40 anos
■■ Ailson Pedro de Melo – 40 anos
■■ Jose Natanael Dias Chaves – 40 anos
Saneas: Ontem o senhor foi muito citado, inclusive e preferi trabalhar na roça, com plantação de feijão,
por mexer nas ondas de rádio de Aramina, fazen- mas quem conhece esse tipo de lavoura sabe que
do o povo acreditar que lá existia um fantasma, ela precisa de água e na época não choveu e nada
há mais de 50 anos, quando ninguém entendia do nasceu... Costumo dizer que já fui até homenageado
assunto. Como era a sua vida, nessa época? pela AESabesp, em 1996, como engenheiro do ano,
Torrezan: Eu morava num sítio e era encantado por por causa de um feijão que não nasceu.
mexer em aparelhos eletrônicos, tanto que falava
que queria fazer engenharia, mas só se fosse ele- Saneas: Daí o senhor decidiu fazer engenharia civil
trônica. Então, meu pai, que era lavrador, disse que em Uberaba?
não tinha condição de me mandar para cidades dis- Torrezan: É, fui tentar se eu dava jeito pra outra coi-
tantes e que se eu quisesse fazer engenharia, tinha sa. Isso foi em 1963. Lembro que o médico de Ube-
que ser civil, em Uberaba, que era perto. Não topei raba, quando tive de fazer um exame, olhou bem pra
mim e falou que eu tinha pinta de roceiro e levava das, desenvolver uma consciência na companhia na
mais jeito para tratorista do que para engenheiro. relação custo/tarifa, enfim foi uma experiência mara-
Mas fui insistente e consegui me formar em 68. vilhosa, um período muito gratificante na minha vida.
Saneas: Quando o senhor começou a trabalhar na Saneas: Então por que o senhor saiu da empresa?
Sabesp e como o setor de saneamento foi acolhido Recebeu uma oferta melhor?
em sua vida? Torrezan: Que nada, saí da Sabesp em 1984, triste,
Torrezan: Em 1970, ano da Copa, e logo fiquei en- desempregado e com seis filhos pra criar. Foi uma
cantado com o saneamento, da mesma forma que época dura, mas o que me deixa feliz é que até hoje
era com a eletrônica, quando moleque. Procurei es- não fui esquecido.
tudar, fiz pós USP em 1971, e me dedicar ao que o
saneamento tem de mais rico: melhorar a qualidade Saneas: Mas, embora realizado na empresa, a opção
de vida das pessoas, principalmente nas comunida- de sair foi sua. Qual foi o motivo?
des que mais necessitam de condições básicas para Torrezan: Ah, tiveram uns acidentes de percurso...
uma vida digna. (...desconversou, mas mediante a persistência da re-
portagem, desabafou...). Quer saber mesmo? Foi por
Saneas: Sua trajetória na empresa foi satisfatória? causa de ciúme (e ciúme de homem... rs). Quando a
Torrezan: Muito! Eu adorava a Sabesp e trabalhava criança é linda e começa a fazer sucesso, todo mun-
com entusiasmo. Em 3 anos consegui, na Superinten- do quer ser o pai, não é? Eu nunca escondi os dados
dência de Obras Especiais, implantar um modelo pa- das coisas que fiz, mas também não dei falsa autoria
drão de ETA. Mais à frente, em 82, conseguimos criar para quem não participava dos projetos e isso inco-
modelos de indicadores de desempenho, ferramentas modou algumas pessoas, que começaram a inventar
de gestão, projetos padrões para cidades, de acordo fatos e comportamentos que nunca tive. Mas você
com o seu tamanho, um sistema de redução de per- não vai escrever isso, né? (Desculpe, gênio, mas é
Saneas: Como está estruturada a sua vida pessoal, Saneas: Com essa bagagem toda, como o senhor
hoje? vislumbra a universalização do saneamento?
Torrezan: Os meus filhos cresceram e moram em Torrezan: Como um objetivo real e possível, desde
grandes cidades e eu voltei a morar no sítio, em que haja vontade política.
Aramina-SP, com a minha mãe, que já está velhinha
e precisa ter alguém por perto. Saneas: Uma última curiosidade: por que sua mi-
niplanta modular se chama DSL Trato?
Saneas: E a sua vida profissional? Torrezan: Esta sigla “DSL” quer dizer “Deus Seja
Torrezan: Esta anda a mil por hora (no dia da entrevis- Louvado”, pois agradeço a cada dia as oportuni-
ta o próprio diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, dades e os instrumentos que Deus colocou em mi-
Luiz Paulo de Almeida Neto confirmou o interesse nhas mãos.
da Sabesp em seus projetos). Nesse sítio onde moro,
também montei a base do meu Projeto, que é uma
Estação de Tratamento de Água Modular, denomina- Nota da redação: quem quiser conhecer o trabalho
da DSL TRATO. Trata-se de uma miniplanta de unida- da DSL Trato, consulte o site:
de de potabilização em ciclo completo, fechada, não www.tratoaguas.com.br
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