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Ano XII – Nº 51 – Novembro / Dezembro / Janeiro de 2014

EAD - Ensino à Distância


no Universo da Engenharia
Universidades de renomes estão aderindo ao processo do ensino de engenharia à distância,
que traz bastante polêmica entre os profissionais da área, com defesas e críticas a essa nova realidade.

25 Anos de Encontro Técnico AESabesp levará o saneamento A homenagem que lotou o


AESabesp e Fenasan brasileiro para a Alemanha Instituto de Engenharia
Uma edição especial de 25 anos do A AESabesp fará uma missão técnica A celebração da AESabesp alusiva ao
maior evento técnico-mercadológico da na “IFAT Entsorga 2014”. Essa feira Dia do Engenheiro, juntamente com a
América Latina recebe preparos especiais internacional de Água, Resíduos Líquidos Cerimônia de Homenagem aos Destaques
da AESabesp, que espera mais de 17 mil e Sólidos e Reciclagem chega a ter 3 mil Profissionais do Ano de 2013, lotou o
visitantes para a Fenasan 2014. expositores e 100 mil visitantes. Instituto de Engenharia de São Paulo.
BAumiNAs Química.
Da riqueza da terra à pureza da água.
Transformar minérios em matérias-primas de alta qualidade, e estas em produtos inovadores para o
tratamento de água e efluentes: há mais de 50 anos, esse é o nosso foco. Com 12 unidades fabris
estrategicamente localizadas e sólidas relações de parceria, estamos ao lado das principais empresas
de saneamento e processos industriais do Brasil. A segurança e eficácia dos nossos produtos são
comprovadas através do uso em mais de 3.500 municípios. Nossa liderança é resultado de uma estrutura
única, aliada a diferenciais estratégicos que garantem a mais completa solução para os clientes:

• Produção vertical de matérias-primas


• Tecnologia de última geração e inovação constante
• Logística estruturada e inteligente
• Suporte técnico altamente capacitado

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Editorial

Prezado(a)s Associado(a)s

É com grande satisfação que a AESabesp faz chegar a suas mãos mais uma edi-
ção da Revista SANEAS.

Neste exemplar dedicaremos uma especial atenção ao ensino de engenharia


no Brasil, particularmente no que se refere à modalidade EAD – Educação à
Distância, descrevendo experiências exitosas, como a em utilização na UFSCar –
Universidade Federal de São Carlos.

Também, com especial destaque, para os eventos em homenagem aos Profissio-


nais do Ano e Dia do Engenheiro 2013, em São Paulo e em Franca, com o mere-
cido reconhecimento aos associados escolhidos por nosso Conselho Deliberativo.
A FENASAN 2014 e a nossa participação na IFAT ASTORGA 2014 – reconhecida-
mente a maior feira de saneamento e meio ambiente do mundo em Munique, na
Alemanha – também são descritas com destaque por nossos diretores que nelas
representarão a AESabesp à convite dos organizadores.

Finalmente para destacar os artigos técnicos, sempre com um ótimo conteúdo,


que lhes proporcionarão momentos de aperfeiçoamento técnico e profissional
de forma bastante completa.

Desejo-lhes uma ótima leitura !

Reynaldo Eduardo Young Ribeiro


Presidente da AESabesp (Gestão 2013-2015)

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Índice Expediente
Saneas é uma publicação técnica da Associação dos Engenheiros da Sabesp

Diretoria Executiva
Presidente: Reynaldo Eduardo Young Ribeiro
Vice-presidente: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges
1º Secretário: João Augusto Poeta
2º Secretário: Aram Kemechiam
1º Tesoureiro: Walter Antonio Orsatti
2º Tesoureiro: Nelson Cesar Menetti

Diretoria Adjunta
Cultural: Sonia Maria Nogueira e Silva
Esportes: Evandro Nunes de Oliveira
Marketing: Paulo Ivan Morelli Franceschi
Polos: Antônio Carlos Gianotti
Projetos Socioambientais: Maria Aparecida Silva de Paula
Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges
Técnica: Olavo Alberto Prates Sachs

Conselho Deliberativo
Antonio Carlos Gianotti, Benemar Movikawa Tarifa, Carlos Alberto de Carvalho,
Carlos Augusto Pleul, Cid Barbosa Lima Junior, Dejair José Zampieri, Evandro Nunes
de Oliveira, Gilberto Alves Martins, Iara Regina Soares Chao, Ivan Norberto Borghi,

06
Luciomar Santos Werneck, Maria Aparecida Silva de Paula, Paulo Ivan Morelli
matéria Especial Franceschi, Rodrigo Pereira de Mendonça, Sonia Maria Nogueira e Silva

EAD - Ensino à Distância no


Conselho Fiscal
Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Nelson Luiz Stabile

Universo da Engenharia
Conselho Editorial - Jornal AESabesp e Revista Saneas
Coordenador: Luciomar Santos Werneck
Colaboradores: Luiz Yukishigue Narimatsu, Nivaldo Rodrigues da Costa Jr e
Paula Rosolino

CoordenadorA de Assuntos Tecnológicos


Marcia de Araújo Barbosa Nunes
11 Entrevista
Professor do IFSP exalta o profissional que consegue se graduar à distância Comissão Organizadora do 25º Encontro Técnico AESabesp -
Fenasan 2014
Presidente da Comissão: Gilberto Alves Martins
13 Ponto de vista Coordenadora do Encontro Técnico AESabesp: Sonia Maria Nogueira e Silva
Coordenador da Fenasan: Olavo Alberto Prates Sachs
O Ead e a Formação Profissional Membros da Comissão: João Augusto Poeta, Maria Aparecida Silva de Paula,
Nélson César Menetti, Paulo Ivan Morelli Franceschi, Reynaldo Eduardo
Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Tarcisio Luis Nagatani,
15 Especial Fenasan Walter Antonio Orsatti
Fenasan 2014 - Congresso Técnico AESabesp Equipe de apoio: Maria Flávia S. Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade,
Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson
25 Anos de Tecnologia a Serviço do Saneamento Ambiental
POlos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP
17 IFAT 2014 Coordenador dos Polos da RMSP: Rodrigo Pereira de Mendonça
Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Claudia Bittencourt
AESabesp levará o saneamento brasileiro para a Alemanha Polo AESabesp Leste: Antonio Carlos Roda Menezes
Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli
Polo AESabesp Oeste: Aurelindo Rosa dos Santos
21 Projetos Socioambientais Polo AESabesp Ponte Pequena: Alisson Gomes de Moraes
Plantio de 1.000 mudas de árvores uma das ações do Projeto Ecoeventus AESabesp® Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti

POlos AESabesp Regionais


23 Prêmio Jovem Profissional no 25º Encontro Técnico AESabesp Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti
Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos
AESabesp firma Convênio de Cooperação Técnica com Fundação de Energia e Saneamento Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli
Polo AESabesp Caraguatatuba: Sidney Morgado da Costa
Polo AESabesp Franca: Mizue Terada
24 Acontece no setor Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva
Polo AESabesp Lins: Marco Aurélio Saraiva Chakur
Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto
Artigos técnicos Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira
28 Alternativas para Tratamento e Disposição do Lodo e Estações de Tratamento de
Água e Seus Impactos na Qualidade das Águas Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp

37 A Contribuição de Novos Sistemas de Informática para os Estudos Hidrológicos Jornalista Responsável


Maria Lúcia da Silva Andrade – MTb. 16081

43 Matéria Sabesp PROJETO VISUAL GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


Capacitação da 1ª turma em instalação e manutenção de redes e ramais de água Neopix Design
neopix@neopixdesign.com.br | www.neopixdesign.com.br

45 Dia do Engenheiro Associação dos Engenheiros da Sabesp


Rua Treze de Maio, 1642, casa 1
AESabesp celebra o Dia do Engenheiro e homenageia os Profissionais do Ano Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484
Fax: (11) 3141 9041
48 Vivências aesabesp@aesabesp.org.br
Torrezan: um gênio vindo do interior passou por São Paulo www.aesabesp.org.br

4 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


L I V R O
H A R E
M P A N i cos
CAso de Livros Té c n

Reu AESabesp
Rua Treze de Maio
1642 - casa 01
Bela Vista
São Paulo-SP
CEP 01327-002 A AESabesp, se
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relivro@aesabesp.org.br os registros desses
f t l /aesabesp repasses, bem como
incentivar doadores
em todo o Estado,

A primeira remessa de livros técnicos da Campanha Relivro, destinada


aos estudantes de engenharia do Estado de São Paulo que
necessitam de livros técnicos para dar andamento aos seus cursos, foi
disseminando esta
Campanha nas escolas
de engenharia, nas
realizada na FCA - Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp de empresas expositoras
Limeira. Essa iniciativa de sucesso terá sequencia, em 2014. da FENASAN e nas
bibliotecas públicas.
O objetivo desta Ação é suprir a necessidade de uma demanda
educacional, social e financeira, ao propor o reaproveitamento Para a triagem do
dos livros de engenharia, cujos preços não estão ao alcance da material, contamos com
população estudantil desprovida de poder aquisitivo. a bibliotecária Isabel
Amato, que atuará
Como funCiona: especificamente para
esta Campanha.
Se você quiser ser um doador de livros, deve se cadastrar pelo e-mail
relivro@aesabesp.org.br e enumerar os livros que dispõe (título da obra, Posteriormente à
autor, ano). Se preferir, você também poderá levar sua remessa à sede triagem e à catalogação
da AESabesp, na Rua 13 de Maio, 1642 - casa 1, em São Paulo-SP, ou do material recebido
nos polos regionais. durante a Campanha,
a bibliotecária fará
Eventualmente, somente para grandes e significativas quantidades de uma pesquisa entre as
livros, o doador poderá solicitar à AESabesp para que faça a retirada do Universidades Públicas,
material, ação esta que deve ser com data previamente solicitada e que, por e-mail,
agendada pelo e-mail: relivro@aesabesp.org.br. manifestarem o interesse
em receber a doação
Já os agentes receptores (Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo) dos livros, objeto dessa
devem adotar a forma mais conveniente para o recebimento, de acordo Campanha da AEsabesp.
com suas prioridades. As alternativas para essa retirada são:
Cordialmente
• Retirar pessoalmente na sede da AESabesp, situada na
Rua 13 de Maio, 1642 - casa 1 - Bela Vista - São Paulo-SP; Eng. Sonia Maria
Nogueira e Silva
• Retirar nos Polos Regionais da AESabesp no interior de São Paulo, Diretora Cultural da AESabesp
situados nas Unidades da Baixada Santista, Botucatu, Caraguatatuba,
Franca, Itatiba, Lins, São José dos Campos e Presidente Prudente; Eng. Reynaldo Young Ribeiro
Presidente da AESabesp
• Solicitar a entrega pela Correio.
matéria tema

EAD
Ensino a Distancia
no universo da
Engenharia
matéria tema

Implantada para ampliar a possibilidade de forma-


ção para pessoas que tenham o tempo ou dificul-
dades para presenciar um curso, a modalidade de Vejam abaixo depoimentos de estudan-
cursos a distância é legal e reconhecida pelo Minis- tes e profissionais, pinçados em discus-
tério da Educação (MEC). sões on lines, os quais omitiremos as
Tais cursos têm grande parte da carga horária autorias, por respeito à privacidade.
cumprida à distância, mas requerem aulas e avalia-
ções presenciais com determinada frequência. Vá- “Que profissional é este que será formado,
rias universidades, inclusive públicas, têm buscado pois aulas de laboratório não terão quase
desenvolver metodologias que supram as carências nenhuma. Pior, vai aprender a fazer cálculo
verificadas comparativamente aos cursos presen- estrutural a distância ? Pior, poderá fazer
ciais, tais como acesso a bibliotecas e laboratórios, um curso de pós e ser um Engenheiro de
orientações diretas dos professores, troca frequen- Segurança do Trabalho, sendo que apren-
te de informações com colegas, produção coletiva deu toda a Engenharia por correspondên-
de trabalhos, entre outras. cia? Não sou contra cursos a distância
Porém, mesmo com esse reconhecimento, o mas engenharia, medicina são cursos que
ensino à distância ainda é uma modalidade que não podem ser feitos dessa forma...”
recebe críticas por parte da população graduada
em nível superior. Tanto que o aconselhamento de “Sou aluno do CEIT e tenho a dizer que
grande parte do mundo acadêmico é que, à medi- o EAD não é tão simples assim, pois o
da do possível, o estudante sempre deve ter como nosso curso tem aulas virtuais durante
primeira opção um curso presencial, inclusive por a semana, práticas em laboratório, com
que terá que despender quase o mesmo tempo para entrega de trabalhos e outras atividades,
seus estudos, já que deseja ter o mesmo grau de alem disto a maioria dos alunos já atua
qualificação dentro da carreira escolhida. Mas, se na área e não tem mais a necessidade de
optar pelo curso a distância, é imprescindível pro- ficar 5 anos diariamente sentado em uma
curar informações junto ao MEC sobre a qualidade sala de aula”
do curso escolhido.
“Não acredito na viabilidade de certos
cursos operacionalizados à distância. Cer-
tamente, estão “à distância” do tecnica-
mente aceitável. Entretanto, se a razão é
a falta de tempo, não estrague o pouco do
que têm. Fiquem com seus bons conheci-
mentos práticos que - creio - devem ser
muitos e bons e abandonem a vaidade de
ostentar um diploma vazio - verdadeiro
estelionato intelectual.”

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matéria tema

Veja como escolher ■■ Pedagogia - UFSCar (Universidade Federal de São

um curso superior Carlos)


■■ Processos Gerenciais - Ebape (Escola Brasileira de
de qualidade Administração Pública e de Empresas)
■■ Sistemas de Computação - UFF (Universidade Fe-
Até o fechamento desta matéria, em janeiro de 2014, deral Fluminense)
dados do MEC apontavam para o registro de 1.207 ■■ Teologia - Umesp (Universidade Metodista de São
cursos de graduação à distância. Eles são classificados Paulo)
nos índices de CPC (Conceito Preliminar do Curso). Os critérios de avaliação levam em conta a propos-
O sistema de pontuação é em ordem decrescente e ta educacional de ensino e aprendizagem, os sistemas
dividido em cinco classificações: excelente (5), muito de comunicação, material didático, avaliação, equipe
bom (4), suficiente (3). Cursos com nota abaixo de 3 multidisciplinar, infraestrutura de apoio, gestão aca-
são reprovados pelo MEC. dêmico-administrativa e sustentabilidade financeira.
Veja os melhores cursos de graduação EAD do país O Enade (Exame Nacional dos Estudantes) também é
■■ Administração - UFSC (Universidade Federal de considerado na avaliação do governo.
Santa Catarina) A maioria dos cursos de graduação a distância
■■ Administração - UnB (Universidade de Brasília) autorizados pelo MEC ainda não têm suas notas di-
■■ Ciências - USP (Universidade de São Paulo) vulgadas: 885. De acordo com o ministério, a falta de
■■ Gestão Comercial - Unesc (Universidade do Extre- notas pode ter origem pelo processo de reconheci-
mo Sul Catarinense) mento do curso (ou sua renovação) estar tramitando
■■ Gestão de Micro e Pequenas Empresas - UNISUL ou interposição e recurso pelas instituições de ensino.
(Universidade do Sul de Santa Catarina) A regulação dos cursos superiores a distância segue
■■ Gestão da Tecnologia da Informação - UPF (Uni- dinâmica semelhante àquela dos cursos presenciais.
versidade de Passo Fundo) Para iniciar a oferta de um curso superior na mo-
■■ História - PUC-Rio (Pontifícia Universidade Cató- dalidade a distância, a instituição precisa ser creden-
lica do Rio de Janeiro) ciada pelo MEC para essa finalidade e ter seu curso
■■ Letras - UFSM (Universidade Federal de Santa autorizado (no caso das faculdades, já que universi-
Maria) dades e centros universitários têm autonomia).
■■ Música - UFRGS (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul) Diplomas válidos
O diploma universitário só terá validade no Brasil se
o curso for reconhecido pelo MEC. O reconhecimen-
to só é dado após o resultado da avaliação feita
quando a primeira turma do novo curso
completa entre 50% e 75% de sua
carga horária.

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matéria tema

“Os cursos EAD foram criados para auxi-


liarem alunos que trabalham o dia todo,
que tem limitações físicas de locomoção
ou que residem muito longe das Univer-
sidades, ou seja, uma opção pra aqueles
que não tem como estudar numa facul-
dade normalmente. Não é a faculdade
ou a forma que alguém estuda que vai
garantir que seja um bom profissional e
sim o seu empenho e desempenho. Exis-
tem ótimos diplomas na praça e péssimos
profissionais os apresentando.”

“Para quem acha que será impossível


Inicialmente restrita aos cursos de formação de fazer engenharia, medicina ou qual-
professores e administração, a educação a distância quer outro curso a distância, está bem
começa a ser oferecida no Brasil em áreas em que desatualizado em relação ao avanço
sua aplicação não era comum é está longe de ser tecnológico, há alguns tempos atrás re-
consenso, como engenharia, enfermagem, ciências almente era muito difícil isto acontecer
aeronáuticas e até disciplinas de medicina. mas ainda não impossível, mas hoje com
A Universidade de Uberaba (MG), por exemplo, grande avanço na informática, sistema
oferece graduação a distância para as engenharias de comunicação e transporte, é possível
civil, ambiental, de computação, elétrica e de pro- fazer qualquer curso a distância com a
dução, além de um curso de ciências aeronáuticas. mesma qualidade do presencial, depen-
Em Santa Catarina, o centro universitário dendo das ferramentas que a faculdade
Leonardo da Vinci tem curso de engenharia de disponibilizar para o aluno é possível ter
produção a distância. A PUC-RS já adotou o de até uma melhor qualidade neste sistema
engenharia química e uma das escolas mais con- de ensino.”
ceituadas do Brasil: a Universidade Federal de São
Carlos iniciou, 2013, o seu curso de engenharia “Acho muito relativo o fato de um curso
ambiental nesse formato. ser presencial ou à distância ser ou não
No ano passado, o Conselho Federal de Enge- eficiente. Por exemplo, vi minha ex-espo-
nharia, Arquitetura e Agronomia, em seu 6º Con- sa ralando horas a fio por muitas madru-
gresso Nacional, aprovou uma resolução de “não gadas estudando e preparando trabalhos
apoiar a graduação à distância para formação em para um curso de engenharia em EAD.
qualquer nível”. Em comparação, passei por uma univer-
Nesta edição, trazemos uma entrevista do prof. sidade Federal e outra particular, ambas
dr. Nelson Villela, coordenador do IFSP- Instituto Fe- tradicionalmente presenciais e vi muitos
deral de São Paulo, em defesa dessa modalidade. colegas serem aprovados às custas de fa-
Outros docentes fazem coro a essa postura, como o vores de colegas de equipes e “piedade”
prof.dr. Pedro Ferreira, do ESTBarreiro/IPS, que ates- de professores...”
ta que a CAE (Comissão de Avaliação Externa) da
AES (Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino

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matéria tema

a educação a distância começa a ser oferecida no Brasil


em áreas em que sua aplicação não era comum é está longe
de ser consenso, como engenharia, enfermagem, ciências
aeronáuticas e até disciplinas de medicina.

Superior) recomenda a acredita o seu curso de En- Em linhas gerais, a formação de um engenheiro
genharia Civil, com a seguinte fundamentação: “O civil consiste em elaboração, gestão, orçamenta-
plano de estudo é bem planeado e equilibrado; As ção, assessoria técnica, acompanhamento e análise
Unidades são ministradas por professores com for- de projetos e obras. É possível angariar esta baga-
mação e perfil adequado; O corpo docente é estável, gem técnica e cultural à distância? Grande parte
qualificado, e com formação e experiência em diver- dos profissionais acham que não e expressa insatis-
sas áreas da engenharia civil; As instalações são boas fação com o MEC por autorizar o funcionamento
e têm os laboratórios necessários para desenvolver de Faculdades que oferecem cursos de Engenharia
as atividades de ensino correspondentes; A bibliote- nessa modalidade. E por outro lado, outros acham
ca é bem equipada e tem um conjunto significativo que esta nova realidade veio para ficar e quem se
de referências adequadas para os estudantes e in- dispõem a fazer uma curso com seriedade pode fa-
vestigadores em Engenharia Civil”. zelo perfeitamente por esse processo.

Reconhecimento do MEC ao curso de Engenharia


Ambiental a distância da UFSCar
O Ministério da Educação (MEC) divulgou em 03 cação a Distância da UFSCar, também comemorou
de junho de 2013, no Diário Oficial da União, a o reconhecimento dos cursos pelo MEC e reforçou
Portaria Nº 244, de 31 de maio de 2013, que re- a importância desse momento para a Universidade
conheceu o curso de Bacharelado em Engenharia e para os alunos. “O nosso modelo de EaD tem ser-
Ambiental oferecido pela UFSCar (Universidade vido de referência para outras instituições do país
Federal de São Carlos) na modalidade de Educa- e, agora, o MEC comprova que estamos mesmo no
ção a Distância (EaD). caminho certo”.
De acordo com a universidade, “os resultados po- No que se refere ao curso de Engenharia Am-
sitivos dos processos de avaliação necessários para o biental, é o primeiro na área de Engenharia ofertado
reconhecimento dos cursos pelo MEC vêm confirmar por uma Instituição Pública de Ensino Superior na
a qualidade da formação que a UFSCar tem ofereci- modalidade a distância, no Brasil, e tem o objeti-
do aos seus alunos na modalidade a distância. “A fi- vo principal de formar profissionais para atuar na
nalização desse processo reitera que estamos fazen- conservação, preservação e manejo dos recursos
do um excelente trabalho, tanto na gestão da EaD ambientais conforme a legislação específica, desen-
quanto na parte pedagógica”, afirmou o professor volver projetos de controle aos impactos ambientais,
Daniel Mill, Coordenador da Universidade Aberta do auxiliar na recuperação de áreas degradadas e em
Brasil (UAB), na UFSCar. projetos de reflorestamento e desenvolver estraté-
A professora Aline Reali, Secretária Geral de Edu- gias de educação ambiental.

10 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


entrevista

Professor do IFSP exalta o profissional


que consegue se graduar à distância
Nelson Villela
é Professor do Defensor do Ensino à Distância, o professor Nelson Villela, do IFSP (Instituto Federal de Educação,
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de São Paulo) evidencia que um aluno que se dispõe a fazer e consegue concluir
Educação Ciência
e Tecnologia de
esse tipo de curso, possui as qualidades que o mercado de trabalho exige: iniciativa, disciplina, orga-
São Paulo – IFSP, nização, conhecimento de tecnologias e planejamento. O IFSP, além dos cursos presenciais, oferece
além de Mestre os cursos técnicos em administração e em informática para internet e, a partir de 2012, o superior
em Educação;
Pós-Graduado de formação de professores na modalidade de Ensino a Distância (EaD).
em Metodologia
e Didática do
Ensino Superior;
Especialista Saneas: Em sua concepção, existe um público controle de tempo de acesso durante o desen-
em Análise de
de perfil diferenciado para o qual o curso a volvimento do curso e existem também ava-
Sistemas; Bacharel
em Comunicação distância seria de melhor utilidade do que um liações presenciais periódicas. Se o curso tem
Social (Propaganda presencial? o reconhecimento do MEC, na conclusão do
e Marketing) e
Químico Industrial. Prof. Villela: Sim, existe. Pessoas que tem a ne- mesmo ou de suas etapas, existe a avaliação
cessidade do aprendizado e, por vários fatores final obrigatória que é presencial.
Atuou na área de
informática em
está impossibilitada de frequentar um curso As aulas práticas são normalmente reali-
empresas de médio presencial, seja pela distância ou pelos horários zadas nos Polos de EAD, locais indicados pela
e grande porte, disponíveis, então um curso a distância seria mantenedora do curso usados para esta finali-
tanto na indústria
como em empresas mais indicado para ela. dade e também para as avaliações.
de prestação Entretanto, independentemente da necessi-
de serviços,
como analista dade, as pessoas que mais se adaptam aos cursos Saneas: Por ser à distância, o curso é mais fá-
de sistemas, a distância são aquelas que têm autodisciplina, cil de entrar e de se concluir? Como é feito o
coordenador
tem o hábito da leitura e a vontade de apren- vestibular?
e gerente em
atividades der. Familiaridade com o uso do computador e Prof. Villela: A maioria das instituições de ensino
ligadas a gestão saber utilizar os recursos disponíveis atualmen- adota o processo de vestibular normal, inclusive
de projetos e
metodologias de te na internet também são fatores importantes. com a utilização do resultado da nota do ENEM.
desenvolvimento Em relação à conclusão do curso, uma das
de sistemas de
Informação.
Saneas: Um curso à distância tem equivalente grandes dificuldades dos nossos alunos de cur-
carga horária de um presencial? sos à distância é a disciplina exigida em seus
Prof. Villela: Sim. Um curso a distância, a despei- estudos. Não é porque se trata de um curso à
to do tipo, se pós-graduação ou de graduação, distância que os trabalhos e pesquisas podem
deve ter o seu reconhecimento pelo MEC e deve ser entregues a qualquer tempo. Muito pelo
estar em consonância com as diretrizes curri- contrário os sistemas hoje monitoram essas
culares da área de formação, portanto com sua entregas com mais rigor que um professor em
equivalência em carga horária. sala de aula. Talvez esteja aí o motivo do grande
índice de desistência nos cursos à distância que
Saneas: Como são feitas as avaliações dos ainda presenciamos.
alunos que cursam a distância? Além de aulas
virtuais, tem práticas em laboratório, cobrança Saneas: Como é feita a integração dos alunos
de entrega de trabalhos e outras atividades? com o corpo docente, em um sistema EAD?
Prof. Villela: Existem vários modelos de ava- Prof. Villela: Quando se trata de um curso à
liação, isso depende do tipo de curso. As ava- distância, normalmente é marcada a aula inau-
liações podem ser totalmente on-line, com gural do curso, onde os docentes se apresentam

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entrevista

aos alunos e vice versa. As faculdades que oferecem cida, mas felizmente está cada vez menor. Esse
esse tipo de curso criam o que é denominado Polos preconceito não se justifica se levarmos em conta a
de EAD, onde ocorrem as reuniões, palestras, orien- grande quantidade de profissionais que realizaram
tações e avaliações, que são agendadas ao longo cursos presenciais e apresentam sérias deficiências
do curso. em sua formação.
Vale lembrar que por força da lei, o diploma de
Saneas: Um curso de engenharia pode ser bem ad- um curso a distância tem o mesmo valor legal da-
ministrado à distância? quele obtido em aulas presenciais, não pode existir
Prof. Villela: Sim, pode. Isso vai depender da serie- nada nesse documento que o diferencie de um cur-
dade da instituição de ensino mantenedora desse so presencial.
curso, dos recursos disponíveis, da infraestrutura, da Portanto essa informação: se o diploma é de um
exigência e do controle da frequência às atividades curso presencial ou a distância, sequer deveria ser
presenciais. Mas a administração também deve ser discutida em um processo seletivo. Não é o tipo de
feita pelo próprio aluno através de sua agenda pes- curso que irá determinar a competência do profis-
soal de estudos. sional e sim a sua dedicação aos estudos e o desen-
volvimento da sua prática.
Saneas: Pelo sistema EAD, as notas são divulgadas, Outro aspecto interessante é que um aluno de
os diplomas são reconhecidos? um curso a distância possui ou desenvolveu, ao lon-
Prof. Villela: Os sistemas atuais divulgam as no- go do mesmo, algumas características que o mer-
tas para os alunos, como em qualquer outro curso, cado de trabalho avalia como essenciais, tais como:
valendo-se das tecnologias de comunicação dispo- iniciativa, disciplina, organização, conhecimento de
níveis. Quanto ao reconhecimento do diploma não tecnologias e o seu próprio planejamento, e isso de-
há problemas desde que o curso seja reconhecido veria ser considerado como um conjunto de diferen-
pelo MEC. ciais positivos na seleção de um candidato.

Saneas: O senhor tem conheci- Saneas: Quais os cuidados que o


mento de bons profissionais de Não é o tipo de curso senhor recomenda para os pro-
engenharia graduados pelo sis- fissionais que querem buscar
que irá determinar
tema EAD? um bom curso à distância?
a competência do
Prof. Villela: Conheço alguns Prof. Villela: Em primeiro lugar
ex-alunos que ainda estão cur- profissional e sim verificar se o curso tem o reco-
sando Engenharia Ambiental à a sua dedicação nhecimento do MEC e isso é mui-
distância, e acredito que pelos aos estudos e o to fácil, basta consultar a página
seus históricos acadêmicos nos desenvolvimento da do Ministério da Educação - Sis-
cursos técnicos que realizaram, sua prática. tema e-MEC. Acesso em: http://
serão excelentes profissionais ao emec.mec.gov.br.
se graduarem. No site é possível obter mui-
tas informações sobre os cursos, as instituições assim
Saneas: Esses profissionais podem encontrar uma como as avaliações dos mesmos.
visão preconceituosa em relação à sua formação É de suma importância conhecer também o Pro-
à distância, na hora da disputa de uma vaga no jeto Pedagógico do Curso, pesquisar a grade curricu-
mercado? lar, assim como a infraestrutura e recursos ofereci-
Prof. Villela: Isso ainda é uma barreira a ser ven- dos aos alunos pela instituição de ensino.

12 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


ponto de vista

O EAD E A FORMAÇÃO PROFISSIONAL


Suely Bacchereti
Bueno é formada
Por Suely Bacchereti Bueno - Presidente da ABECE – Associação
em Engenharia Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural
Civil pela EPUSP
(Escola Politécnica
da Universidade Muito se tem discutido sobre o Ensino à Dis- os estudantes onde estiverem. A flexibilização
de São Paulo). tância (EAD), principalmente quanto aos seus dos períodos de estudo, possibilitando que as
Iniciou seu
desenvolvimento benefícios. Hoje, já é possível encontrar diversas pessoas possam adequar seu tempo de estu-
na área de escolas de nível superior, oferecendo estes cur- dos com suas demais atividades (trabalho, lazer
estrutura, em
1973, na empresa
sos, nas mais diversas áreas de conhecimento. etc). A redução de despesas com deslocamento,
Roberto Rossi A ABECE (Associação Brasileira de Engenharia alimentação fora de casa, moradia, entre ou-
Zuccolo Engenharia
e Consultoria Estrutural), como uma entidade tras, ampliando as oportunidades para aqueles
Civil e Estrutural
Ltda., atuando que reúne profissionais da engenharia, vem que possuem uma situação financeira familiar
em projetos de acompanhando esse movimento e discutindo o mais apertada. Os motivos citados, parece claro,
Edificações e
Obras de Arte. Em assunto sob o aspecto que interessa ao setor: justificam totalmente a inclusão do EAD dentre
1980, começou como será o profissional de engenharia egresso as discussões prioritárias para o país.
a trabalhar no
Escritório Técnico
dos cursos de EAD? Diante dessa perspectiva, para nossa enti-
Julio Kassoy e Essa é uma questão que deve ter sua resposta dade, parece claro que o caminho do EAD não
Mario Franco construída com racionalidade, afastando-se, tan- oferece retorno. Assim, ao invés de apontar os
Engenheiros Civis
Ltda., onde, a to quanto possível, conceitos pré-estabelecidos. pontos negativos do EAD, parece-nos mais pro-
partir de 1986, É inegável que o EAD possui apelos indis- dutivo discutir os cuidados a serem tomados na
passou a integrar
esta sociedade, cutíveis: a universalização do ensino, atingindo sua implantação, buscando-se a minimização
desenvolvendo
inúmeros projetos
de Edifícios Altos
e Obras Especiais.
É presidente da
ABECE (Associação
Brasileira de
Engenharia e
Consultoria
Estrutural) e
coordenadora
da CE 02:124.15
- Comissão
de Estudo de
Estruturas de
Concreto - Projeto
e Execução,
constituída pela
ABNT (Associação
Brasileira de
Normas Técnicas)
para revisar a
NBR 6118 Projeto
de estruturas
de concreto –
Procedimento.

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 13


ponto de vista

dos problemas e uma formação profissional adequa- daquela exigida para as aulas físicas. A prepara-
da às exigências da sociedade. Seguem os pontos de ção desse material exige tempo e recursos, o que
discussão, mapeados pela entidade até o momento: não tem sido regra em muitos cursos oferecidos,
I. Necessidade de legislação com requisitos claros em que o EAD se resume a disponibilizar as mes-
para o EAD e exigência de reconhecimento e mas apostilas utilizadas nas aulas físicas;
acompanhamento dos cursos: as escolas físicas IV. Visitas e Laboratórios: nos cursos aplicados (en-
existentes no país têm sido objeto de avalia- genharia, medicina etc.), o contato com a prática
ção (ENADE, ENEM etc), sendo que seus resul- profissional, através da elaboração de experiên-
tados têm trazido preocupações para governos, cias em laboratório, simulação de casos reais,
educadores, pais e alunos. Se cursos em esco- apresentação de seminários, visitas técnicas etc.,
las físicas possuem problemas, pode-se esperar são parte importante da formação profissional.
que cursos virtuais, que exigem investimentos Deve-se discutir se a validade de se assistir expe-
muito menores, potencializem esses problemas riências em vídeo, ou ainda, realizar visitas isola-
de infraestrutura. Dessa forma, é importantíssi- das, sem o acompanhamento de professores que
mo que uma estrutura de avaliação e validação expliquem e justifiquem os procedimentos apli-
desses cursos seja criada, em virtude do seu po- cados. No caso específico da Engenharia, nos pa-
tencial de multiplicação; rece vital o complemento das aulas virtuais com
II. Necessidade de maior maturidade do educando: aulas de laboratórios e um programa de visitas e
o menor controle sobre as atividades exigidas seminários, para que esse importante conteúdo
durante o curso, bem como sobre o horário de não seja perdido, o que prejudicaria a formação
“frequência”, exige do aluno uma maior cons- do profissional;
ciência sobre a importância daquela formação V. Convivência acadêmica: talvez esse seja o pon-
para a sua vida. Estabelecer rotinas de estudo to em que a perda seja mais notável e difícil de
é de fundamental importância para que se ob- recuperar. O ambiente acadêmico oferece uma
tenha sucesso nessa iniciativa, mas nem sem- série de experiências difíceis de reproduzir no
pre o aluno tem essa determinação. Este é um ambiente virtual e que serão importantes para
tema de discussão mais difícil, pois envolve as a formação técnica e também da personalida-
diferentes personalidades. O estabelecimento de do profissional. As trocas de experiências,
de uma idade mínima para a frequência de cur- as discussões técnicas e de situações do dia a
sos de EAD ou a discussão sobre o oferecimento dia, os estudos e trabalhos em grupo e, prin-
de cursos de EAD apenas para pós-graduação e cipalmente, a formação de uma rede de con-
formação profissional complementar são maté- tatos profissionais que serão importantes ao
rias de difícil consenso; longo da carreira.
III. Material de apoio: talvez o ponto em que ainda
estejamos mais atrasados seja quanto às carac- Como se pode notar, existem vários pontos que
terísticas do material de apoio a ser oferecido estão sendo objeto de discussão, não só no meio
nos cursos de EAD. O ambiente virtual oferece acadêmico, mas também no nível de governos, en-
inúmeras possibilidades, desde textos, passando tidades e empresas. Como dissemos anteriormente,
pelas apresentações, vídeo aulas, consultas de não se trata de resistir às novas possibilidades que
Internet, chegando a exercícios e avaliações com nos oferecem os ambientes virtuais, mas de se fa-
a utilização de softwares específicos para esse zer uma discussão séria sobre como minimizar as
fim. Uma grande discussão é como fazer a com- deficiências decorrentes dessa mudança. Estamos
binação dessas possibilidades e, principalmente, apenas no início de um longo caminho. É impor-
como se medir a efetividade do ensino com sua tante a participação de todos os intervenientes, a
utilização. Saliente-se que a preparação de ma- fim de extrairmos o melhor resultado possível dessa
terial para ensino em EAD é totalmente diversa nova realidade.

14 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


especial fenasan

Fenasan 2014 - Congresso Técnico AESabesp


25 Anos de Tecnologia a Serviço do
Saneamento Ambiental
A Associação dos Engenheiros da Sabesp promoverá Até o fechamento desta edição, a Fenasan 2014
a Fenasan 2014, em caráter simultâneo com seu 25º já contava com reserva de mais de 200 expositores
Congresso Técnico, nos dias 30, 31 de julho e 01 de nacionais e internacionais, com a estimativa de pú-
agosto, no Pavilhão Azul do Expo Center Norte, em blico de cerca de 17.000 visitantes, índice atingido
São Paulo – SP. Sua realização é considerada como o na edição de 2013.
maior evento em saneamento ambiental da América Já o Congresso Técnico concentrará mesas redon-
Latina, que completará os seus 25 anos de existên- das, cursos de especialização e diversas palestras téc-
cia, com uma edição especial. nicas, de autorias de docentes de universidades, de
Em 2014, o tema do evento será “25 Anos de Tec- técnicos de Companhias de Saneamento de todo o
nologia a Serviço do Saneamento Ambiental”. Aberta País e de grupos privados, geralmente voltadas para
à visitação gratuita, a Fenasan - Feira eficiência operacional, recuperação de
Nacional de Saneamento e Meio Am- áreas degradadas, novas tecnologias,
biente - apresentará o panorama de um Prazo para envio preservação ambiental e políticas pú-
dos setores mais importantes da econo- de trabalhos: blicas do setor. No final do primeiro e
mia nacional, num cenário de Bombas, 31 / março / 2014 segundo dia, respectivamente 30 e 31
Hidrômetros, Filtros, Tubos, Válvulas, de julho, haverá palestras magnas de
Estações Compactas de Tratamento de encerramento, de cunho motivacional,
Água e de Esgotos de demais equipamentos, produtos, com Rolando Boldrin e Lars Grael. E, no encerramento,
serviços e tecnologias desenvolvidas para o setor. dia 01 de agosto, será realizada a entrega do troféu
Está previsto um aporte federal de R$ 508 bi- AESabesp aos destaques de 2014.
lhões, a serem aplicados até 2033, com a implan- O envio de trabalhos técnicos para o Congresso
tação do Plano Nacional de Saneamento Básico. O Técnico deverá ser feito pelo site oficial do even-
setor de saneamento interfere diretamente nas po- to: www.fenasan.com.br, até 31 de março de 2014,
líticas públicas de habitação e saúde, onde a cada para que a comunicação de aceite ou recusa aos
1dólar investido são economizados 4 dólares na pre- autores seja feita a partir de 01 de maio, com uma
venção de doenças de veiculação hídrica, uma das data-limite para alteração ou atualização dos tra-
principais causas mundiais da mortalidade infantil. balhos aprovados com ressalvas, até 12 de maio.

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 15


NOTA: PLANTA SUJEITA A ALTERAÇÕES A CRITÉRIO DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO

16
Área de Montagem - 6952,5m² SANITÁRIO SANITÁRIO
MASCULINO FEMININO

SAÍDA DE SAÍDA DE
M01 M03 M05 EMERGÊNCIA M07 18m² M09 15m² M11 15m² M13 15m² M15 M17 M19 18m² M21 15m² M23 M25 M27 15m² M29 M31 M33 M35 EMERGÊNCIA
Serv Isoil Vogelsang Digitrol Zebron
WEF 45m² Lamon 30m² Promar 15m² 15m² VICTOR 15m² 18m² 18m² 18m²
Técnica SAÍDA DE Analítica SAÍDA DE
SAÍDA DE EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA
EMERGÊNCIA
RUA M RUA M

Borges &
Katayama
B23 B24 C23 C16 E11 E24 F23 F24 G23 G24 H23 H24 I23 I24 J23 J24 K23

Saneas
B21
B19 Toray Stringal Netzsch Rehau Vermeer Danfoss Gaiatec
BBL Bray RESTAURANTE
25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² KSB 50m² Politejo 25m² 25m²
B22 C21 E22 F21 F22 G21 Engenharia H22 I21 Controls J22 K21
WEF GEA Ag. Solve Hagplan Stúdio Imap Yamatec
20m² Biotecs 20m² 20m²
20m² 20m² 20m² 20m² Monitora 20m² G22 45m² H21 45m² 20m² 20m² I22 45m² J21 45m²
B20 C19 E20 F19 F20 G19 G20 H19 H20 I19 I20 J19 J20 K19
Power
Bishen Aerzen Wasserlink Huesker Helibombas Otek A.R.I. SABESP Prominas ETA
Eletronics 30 de ju
25m² 25m² ILHA SINDESAM 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 50m² 350m²
45m²

B18 C17 E18 F17 F18 G17 G18 H17 H18 I17 I18 J17 J18 K17 K18 L17
B17 Sigma Etatron Conaut Agru Hidro Solo Franklin Eletric Emec Imagem L16
ANALYSER 20m² 20m² 20m² 40m² 20m² 20m²
Tigre 40m² 40m² 20m²
Hydro Z Kanaflex Ecofirma
B16 E16 F15 F16 20m² G15 G16 H15 H16 I16 J15 J16 K15 20m² L15 Exp
15m² 15m²
IBRAM Prominent VCW Job Itron SSI Maxiagua Unitubos Gehaka Haarslev ADI Acqua Conexx
B15 468m² 20m² L14
20m² 40m² C15 20m² 20m² Engenharia 40m² 20m² I15 60m² 20m² 20m² 20m² 20m² K16 40m² Válvulas
Bruker Empretec P
15m² 15m²
B13 B14 C13 C14 D13 D10 E09 E14 F13 F14 G13 G14 H13 H14 I13 I14 J13 J14 K13
K13 K14 L13 L12
L13
Solar KRIEGER Andritz VAG Seko Pentair Nunes WIKA Permastore PH
Paques Policontrol McFluid Restor Cassio Lima Italy Valves
RUA L

Sampla Oliveira Ambiental Spencer


Armaturen
15m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 15m²
B11 B12 C11 C12 D11 D08 E07 E12 F11 F12 G11 G12 H11 H12 I11 I12 J11 J12 K11 50m² L10
WS Polierg Hidroductil Poly Easy Ebara Higra Grupo Alfacomp
Controles Tree-Bio Sondeq Wilo Vaz Flux
RUA I
Interativa Bauminas
RUA J

RUA F

RUA E

RUA C
RUA H
RUA K

RUA G
15m² 50m² 50m² 25m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² K12 L11 15m²
Fenasan 2014 - planta da exposição

SAÍDA DE SAÍDA DE
EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA

B09 B10 C09 C10 D09 D06 E05 E10 F09 F10 G09 G10 H09 H10 I09 I10 J09 J10 K09 K10 L09 L08

Novus Corr Plastik Robuschi Guarujá Saint-Gobain Sulzer ESA Bugatti Sappel FGS EURO

RUA B
85m²
WKL TANKS
18m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m² 60m²
B07 B08 C08 D07 E08 F07 F08 G07 25m² G08 H07 I07 I08 J07 J08 K07 K08 L07 21m²
40m² H08
Gardner Gardner WEIR L06
Polimate D04 E03 Bentley Nivetec KOCH Caetano SIKA Metrohm TSA MERCK
C07
Denver Denver Nash MINERALS
15m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² I08 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m²
B05 B06 C05 C06 D05 E06 F05 F06 G05 G06 H05 H06 I05 I06 J05 J06 K05 K06 L05
Xylem Tetralon Bermad Asperbrás Talis Leão Linde 21m²
Tecnal Dinatécnica Nicsa B&F C.R.I.
Gases
50m² 25m² 25m² 40m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 25m² 25m²
18m²
RUA L

L04

B03 B04 C03 C04 D03 D02 E01 E04 F03 F04 G03 G04 H03 H04 I03 I04 J03 J04 K03 K04 L03 Invel
Bombas Beto Electrosteel AVK Schneider Eletric Parkson Fibrav 18m²
Marte XCMG Brasworld Holland
L02
Científica 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 50m² 25m² 25m²
Kaeser

RUA D
B02 C01 C02 25m² D01 E02 F01 F02 G01 G02 H01 H02 I01 I02 J01 J02 K01 K02 L01 Bongas

Confira planta atualizada e relação de expositores no site: www.fenasan.com.br


30m² Shinge Alpax Produquimica Rothenberger Grundfos Enmac Apecs Hexis Imperveg Emak Tanks BR Hidrogeron Digimed Fast ADI
RUA I
RUA J

RUA F

RUA E

RUA B
RUA C
RUA H
RUA K

RUA G

B01 25m² 25m² 25m² 50m² 50m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 25m² 25m² 50m² 25m² 25m² 21m²

SAÍDA DE
PROJEÇÃO DO MEZANINO EMERGÊNCIA
RUA A RUA A
Benny
A02 A04 Tours
CECRES
JWC 18m² Quimis 18m² A30 18m² A32 18m²
TELEFONES A06 A08 A10 25m² A12 A14 A16 A18 A20 A22 A24 A26 A28 TELEFONES
GO Coester
Glass
Tecniplas Britefil Mult- Eaux Gratt Petrofisa AESABESP SCHWING
Hidro ASSOCIADOS Bombas SANITÁRIO
SANITÁRIO 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 25m² 50m² 50m² FEMININO
FEMININO SANITÁRIO
MASCULINO SAÍDA DE
EMERGÊNCIA SANITÁRIO
MASCULINO
ACESSO
EXPOSIÇÃO

novembro / dezembro / janeiro | 2014


EXTINTOR EXTINTOR EXTINTOR
ÁGUA PRESSURIZADA 10 LITROS GÁS CARBÔNICO (CO2) 5KG PÓ QUÍMICO SECO 4KG ESCADA TÉCNICA H 3,10m COLUNA DO PAVILHÃO

ESTANDES DISPONÍVEIS ESTANDES RESERVADOS ESTANDES CONFIRMADOS


projeto e consultoria: arqta. Renata Pita / arqto. Getulio Tamada
IMPLANTAÇÃO GERAL (PAVILHÃO AZUL - 30 de julho a 01 de agosto de 2013) data: 18/04/2012 - atualização 10: 12/07/2013(II) Montad
IFAT 2014

AESabesp levará o saneamento brasileiro


para a Alemanha
Rumo à projeção internacional, a AESabesp fará uma de 2014 chega a contar com cerca de 3 mil expo-
missão técnica na “IFAT ENTSORGA 2014”, com uma sitores e mais de 100 mil visitantes por edição.
comissão inicialmente formada pelo diretor técni- A apresentação da Fenasan, pela AESabesp, será
co da entidade, Olavo Alberto Prates Sachs; pela realizada no dia 07 de maio, das 13h00 às 13h30,
vice-presidente e representante da diretoria exe- no Fórum do Pavilhão A5 – Setor de água. E no
cutiva, Viviana Aquino Borges; pelo gerente de ma- estande da AESabesp, a comunidade internacional
rketing e coordenador do estande da AESabesp na poderá ver um pedaço do Brasil na Alemanha, por
Feira, Paulo Oliveira e mais dois membros sorteados meio dos produtos e serviços do nosso setor de
durante a reunião do Conselho Deliberativo: os en- saneamento.
genheiros Carlos Alberto de Carvalho (conselheiro) e Para discorrer sobre a importância da AESabesp
Sonia Maria Nogueira e Silva (diretora cultural). estar presente nesse evento, o diretor técnico da
Essa Feira Internacional de Água, Resíduos Lí- AESabesp e responsável técnico pela Fenasan 2014,
quidos e Sólidos e Reciclagem, a ser realizada em eng. Olavo Alberto Prates Sachs, concedeu a seguin-
Munique, Alemanha, entre os dias 05 e 09 de maio te entrevista à Revista Saneas:

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 17


IFAT 2014

Saneas: Quais são as principais características da mento com técnicos de todas as partes do mundo
IFAT e por que é importante para a AESabesp estar vivenciando as suas experiências, além da questão
presente nesse evento? de tomarmos contato com equipamentos e servi-
Olavo Sachs: A IFAT Entsorga é a maior feira de ços que com certeza seriam muito úteis para nós
saneamento e meio ambiente da atualidade e se aqui no Brasil, pois temos muito ainda para fazer
realiza bianualmente na cidade de Munique na Ale- até conseguirmos a tão pretendida universaliza-
manha. A AESabesp foi convidada pela diretoria da ção do saneamento.
IFAT a participar da mesma, devido ao sucesso da
Fenasan no Brasil, sendo para nós uma oportunidade Saneas: Num evento de porte mundial como esse,
única de mantermos contato com potenciais futuros é possível que o saneamento desenvolvido em São
parceiros do nosso evento. além de termos a opor- Paulo seja destacado?
tunidade de nos inteirarmos das novas tecnologias Olavo Sachs: São Paulo, todos nós sabemos, des-
existentes na área. toa bastante da realidade brasileira,
pois atingimos índices que estão
Saneas: Quando o senhor esteve na mais próximos dos países que fazem
Feira Internacional Watec, em Tel parte do chamado “primeiro mun-
Aviv- Israel, sentiu que a represen- do”, mas ainda temos um caminho
tatividade brasileira está reconhe- muito árduo a percorrer para que
cida em nível mundial? possamos ajudar ao resto do país
Olavo Sachs: Sim, deu orgulho de pois temos profissionais competen-
ser brasileiro e fazer parte da AESa- tes e utilizamos o que há de melhor
besp/Fenasan, tendo uma agradável “A AESabesp foi em tecnologia existente no mundo,
surpresa pois não esperávamos que convidada pela restando para isto vontade política e
a nossa feira fosse tão bem elogia- diretoria da IFAT, uma melhor consciência ambiental
da em Israel pela sua qualidade e devido ao sucesso do nosso povo, mas acho que esta-
organização. da Fenasan, sendo mos no caminho certo.
para nós uma
Saneas: Em linhas gerais, quais são oportunidade única Saneas: E a Fenasan, como Feira
os principais focos da palestra so- de mantermos sul-americana e brasileira, também
bre a Fenasan na IFAT? contato com já está mundialmente reconhecida
potenciais futuros
Olavo Sachs: A princípio deverão na globalização do setor?
parceiros.”
ser apresentados os números do sa- Olavo Sachs: Com certeza já somos
neamento no Brasil e em São Pau- o maior evento latino americano
lo, a atuação da AESabesp e a extensão do nosso no setor e não podemos parar de crescer, só que
Congresso Técnico e da Fenasan (Feira Nacional de necessitamos manter a qualidade do evento graças
Saneamento e meio Ambiente), com os seus princi- ao empenho dos nossos colaboradores, sejam eles
pais produtos, equipamentos e serviços, sem deixar associados ou fornecedores que são a chave do
de perder a oportunidade de mencionar o momento nosso sucesso.
que estaremos vivendo, com a realização da Copa do
Mundo de Futebol em nosso País. Saneas: Como se deu os primeiros contatos e tra-
tativas entre a Fenasan e a IFAT?
Saneas: Como profissional técnico do saneamento, Olavo Sachs: Começou no ano passado quando re-
quais são os pontos desse evento que mais trazem cebemos uma missão da IFAT na Fenasan 2013 e ini-
benefícios e projeção para o corpo técnico sanita- ciamos uma parceria (IFAT/Fenasan) que viabilizou
rista de São Paulo, especialmente da Sabesp? uma permuta de espaços tanto na Feira como no
Olavo Sachs: Acho muito importante o relaciona- próprio Congresso.

18 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Bem-vindos ao futuro das
tecnologias ambientais

Registre-se online a partir


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IFAT 2014

Saneas: Qual é a sua expectativa e a da delegação Saneas: Haverá posterior relatório de atividades,
da AESabesp em relação à participação nessa Feira? avaliações e resultados a serem passados para os
Olavo Sachs: Vamos nos deparar com uma feira dez vezes associados da AESabesp?
maior que a nossa em tudo: em área de exposição, em Olavo Sachs: Pretendemos fazer uma apresentação
público visitante em um local que era um antigo aero- prevista na grade do nosso do 25º Encontro Técnico
porto e foi adaptado para ser um local de eventos, sendo da AESabesp, onde estaremos comemorando nosso
servido inclusive por duas estações de metrô. Acho que jubileu de prata, com tudo que vivenciamos nesta
necessitamos em São Paulo de um local como este, pois nossa participação, na “maior feira internacional
há uma carência muito grande de áreas para eventos o de água, resíduos líquidos, sólidos e reciclagem”
que de certa forma dificulta o nosso crescimento e por da atualidade.
consequência o crescimento da nossa Fenasan.

Demais participações da
AESabesp em eventos nacionais
e internacionais
8º ENCUENTRO TECNICO INTERAMERICANO Quantificação do Lodo da Estação de Tratamen-
DE ALTO NIVEL to de Água do Guaraú”, que será apresentado
“Gestión del Agua con Responsabilidad Socio na categoria “poster”.
Ambiental”
Realização no período de 20 a 22 de março de FIEMA Brasil (Feira Internacional de Tecnolo-
2014, em Trujillo – Perú, gia para o Meio Ambiente)
No dia 21 de março, das 15h10 às 15h45, na Realização no período de 22 a 25 de abril de
sala de exposição 7, o presidente da AESabesp, 2014, em Bento Gonçalves – RS
Reynaldo Young Ribeiro, apresentará a palestra A AESabesp será expositora e terá uma delega-
“Nuevas Oportunidades y Mejoramiento Profe- ção representativa.
sional en el Área Tecnológica de la Ingeniería
Sanitaria”. SEA - Semana da Engenharia Ambiental (SEA)
Site do evento: http://www.aidisnet.org/html/ Realização no período de 19 a 23 de abril de
esp/not_8encontro.html 2014, em São Carlos – SP
A AESabesp participará do evento como enti-
12.º Congresso da Água; 16.º Encontro de dade expositora e a Diretoria de Projetos Socio-
Engenharia Sanitária e Ambiental e XVI Sim- ambientais apresentará a palestra: ecoeventus
pósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária AESabesp®.
e Ambiental
Realização no período de 05 a 08 de março de
2014, em Lisboa – Portugal
A conselheira da AESabesp, Iara Chao, fará
apresentação de trabalho técnico, “Avaliação e

20 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Projetos Socioambientais

Plantio de 1.000 mudas


de árvores: uma das
ações do Projeto
Ecoeventus AESabesp ®

Visando compensar a emissão dos gases de efeito estu- área, o que transforma o local numa grande área
fa, emitidos durante o 24º Encontro Técnico e 24º edi- verde, onde é possivel observar a presença intensa
ção FENASAN, a AESabesp, em parceria com diversos de uma fauna diversa que frequenta o local, advinda
colaboradores, implantou na Estação de Tratamento dos fragmentos florestais existentes na área e de ou-
de Esgotos de Rubião Junior, município de Botucatu tras formações florestais que circunda o local.
o “projeto de reflorestamento” através do plantio de A implantação desse reflorestamento visou
1.000 mudas de espécies arbóreas nativas regionais. incrementar as potencialidades naturais da área,
Construída em outubro de 1.997, possuindo através da introdução de 1.000 espécies arbóre-
aproximadamente 25.000 m2 de área construida, as nativas, que além da função paisagística con-
a Estação de Tratamento de Esgotos de Rubião Ju- tribuirão para o sequestro de carbono, unindo e
nior está inserida em uma área de aproximadamen- incrementando os diversos florestais existentes na
te 90.000 m2 e trata o esgoto de aproximadamente área, fornecendo abrigo, local de nidação, repro-
4.700 habitantes. dução e alimento para fauna, visto que o projeto
Dentro dessa área, além da Estação de Trata- contemplou o plantio de diversas espécies frutí-
mento, encontram-se diversos fragmentos florestais, feras nativas, como a goiabeira, uvaia, pitanga,
dois cursos d’água, além de uma vegetação arbórea gabiroba, ingá, coqueiro jerivá, canela amarela,
diversa que se encontra de forma isolada por toda cerejeira do mato, figueira branca, grumixama,

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 21


Projetos Socioambientais

lobeira, leiteiro, dentre outras.


Os procedimentos técnicos básicos utiliza-
dos para implantação desse projeto envolveram
operações como: combate as formigas, limpeza
prévia da área incluindo roçadas e aplicação de
herbicida, coroamento, abertura e fertilização
das covas, aplicação de gel hidroponico, plan-
tio propriamente dito e tutoramento das mudas,
além de outras operações características dessa
etapa de implantação.
Importante salientar que na fertilização das
covas, além do tradicional adubo químico N:P:K:
04-14-08, foi utilizado um composto orgânico pro-
duzido através da compostagem do lodo de esgotos
da Estação de Tratamento de Esgotos “Lageado”, do
município de Botucatu.
Atualmente o plantio está em fase de manuten-
ção que envolve serviços como: combate as formi-
gas, coroamento, roçadas e aplicação de herbicida,
adubações de cobertura e replantios das mudas que
vierem a perecer e das com baixo desenvolvimento.
Observa-se que aproximadamente 3 meses da
sua implantação as mudas encontram-se em pleno
desenvolvimento, atingindo na média aproximada- Avaliação e monitoramento do plantio após aproximadamente 3
mente 1,30 metros, sendo que podemos encontrar meses, realizada por Leandro Cesar Bizelli, engenherio agrônomo
algumas espécies que já ultrapassaram 2,00 metros. da Coordenadoria de Empreendimentos Centro - REE e Coordena-
dor, recém-empossado, do Pólo AEsabesp de Botucatu. Na foto,
Neste período apenas 2 mudas não sobreviveram e
Bizelli e dois doadores das 1.000 mudas, Guto e Sidney, que deram
serão substituídas. todo o apoio e instruções para que os voluntários plantassem e
Concluindo, espera-se que após 01 (um) ano cuidassem das mudas, de maneira adequada.
de implantação a área reflorestada apresente fe-
chamento de dossel e encontro de copas, e dessa
forma adquira condições que a tornem “auto-sus- a inclusão no mercado de trabalho por intermédio
tentável”, ou seja, terá plena condição de avançar das atividades desenvolvidas por estagiários e pes-
no seu desenvolvimento através da continuidade soas com deficiência.
do processo de regeneração natural. Destaca-se como ação de sensibilização e cons-
O projeto Ecoeventus não tem a finalidade de cientização por meio do convite feito a cada par-
plantar para compensar a emissão de gases, mas ticipante em ser o padrinho ou madrinha da muda
atuar na fonte da sua emissão evitando desperdício plantada em Botucatu e, desta forma, contribuiu-se
por meio de ações de conscientização e sensibili- com a disseminação dos valores de sustentabilida-
zação dos atores (visitantes, palestrantes, equipe de, junto ao público do evento, tornando-o agente
de montagem entre outros, durante a FENASAN) a multiplicador quanto ao cuidado e a importância do
planejarem suas atividades de forma evitar desper- reflorestamento.
dício de água e energia, gerando menor quantidade Desta forma, pode-se afirmar que a cada edição
de resíduo, dando destino ambientalmente correto da FENASAN mobilizam-se cada vez mais os partici-
do material com potencial para ser reciclado, ge- pantes dos eventos a contribuírem de forma efetiva
rando renda por meio do trabalho dos catadores de na melhoria da qualidade de vida local e consequen-
resíduos. Além disso, o projeto também promove temente com o meio ambiente.

22 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Projetos Socioambientais

Prêmio Jovem Profissional no 25º Encontro Técnico AESabesp


Lançado durante a cerimônia de encerramento da edição pós-graduado com até 30 anos de idade.
de 2013, o Prêmio Jovem Profissional promete ampliar as Haverá apenas 1 (um) vencedor nesta edição, que
emoções do dia 01 de agosto de 2014, no encerramento será destacado como JOVEM PROFISSIONAL 2014,
da edição de 25 anos de Encontro Técnico AESabesp. portanto, os trabalhos técnicos deverão ser submeti-
O Prêmio tem por objetivo identificar jovens profis- dos até 21/03/2014 por meio do site: www.fenasan.
sionais dando oportunidade para mostrarem sua capa- com.br/br/congresso/envio-trabalhos,
cidade intelectual e produtiva na avaliação do cenário Uma equipe de professores das Universidades de
ambiental produzindo trabalhos técnicos que possibili- São Paulo analisarão os trabalhos escritos e a apre-
tem contribuir para mudança no cenário atual. sentação oral. O vencedor será o que obtiver a maior
Realizada por duas diretorias da AESabesp: Téc- nota nas duas etapas (escrita e apresentação oral).
nica e Projetos Socioambientais, a ação se propõe O prêmio será um troféu e subsídio de uma bol-
a ajudar a formar futuros profissionais transforma- sa de estudo. O vencedor poderá escolher o curso
dores das condições socioambientais do país que e a instituição educacional que pretende estudar.
poderão empreender, gerar emprego, inovar e pro- Além disso, caso tenha interesse, poderá contar com
mover a transformação do Brasil no cenário eco- orientação profissional (mentoring) para desenvol-
nômico, fazendo pequenas mudanças no dia a dia. ver e implantar o produto do trabalho, tornando-o
A AESabesp destacará líderes com potencial para de- um projeto, de acordo com o regimento interno da
senvolverem e implantarem projetos preparando-os para AESabesp, sendo incorporado na carteira de projetos
serem inseridos no mercado de trabalho. Este prêmio é da Diretoria de Projetos Socioambientais.
um instrumento para identificar, incentivar e destacar
jovens com potenciais para empreenderem que estejam Maiores informações visite o site:
no meio universitário e/ou profissional já graduado e/ou www.fenasan.com.br ou telefone: 3284-6420.

AESabesp firma Convênio de Cooperação Técnica


com Fundação de Energia e Saneamento
A AESabesp, visando à ampliação do acesso da socie-
dade ao conhecimento e informações sobre a impor-
tância do saneamento ambiental, inclusive através
da educação ambiental, firmou um Convênio de Co-
operação Técnica com Fundação de Energia e Sane-
amento. Dessa forma, as duas entidades resolveram
somar suas competências.
O objetivo desse convênio é conjugar esforços para
desenvolver e executar projetos que atendam às fina-
lidades estatutárias das partícipes. O convênio deverá
fornecer conhecimento e informações recíprocas à Este convênio é mais um passo para que a Diretoria
sociedade por intermédio da ação conjunta da AESA- de Projetos Socioambientais atinja seus objetivos de
BESP e da FUNDAÇÃO, tendo como base de conteúdo aprimorar os projetos da sua carteira para ampliar sua
os programas, projetos, acervos e os materiais publi- participação nos editais e implantá-los no mercado.
cados, bem como os cursos de formação, capacitação
e certificação, já existentes e aqueles que vierem a ser Colaboração: Dra. Vanessa Hasson (Consultora Jurídica da
desenvolvidos e incorporados pelas entidades. AESabesp).

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 23


Acontece no setor
Tigre-ADS inaugura fábrica em Alagoas
tários, detenção e retenção, infiltração, drenagem,
e drenagem esportiva, tendo em vista uma grande
oportunidade de negócios na região. “O Brasil passa
por um momento muito importante no que se refe-
re a obras de infraestrutura, principalmente com a
proximidade de grandes eventos esportivos, como a
Copa do Mundo, que terá um impacto especial sobre
a região Nordeste. Desta maneira, a Tigre-ADS po-
derá atender com mais agilidade a um mercado que
tem registrado forte demanda”, afirma José Antonio
A Tigre-ADS inaugurou, no início de fevereiro, sua Cattani, gerente-geral da Tigre-ADS.
fábrica em Marechal Deodoro, região metropolitana O constante desenvolvimento da economia local
de Maceió (AL). Esta é a primeira planta da empresa também foi outro importante fator para a instala-
no Nordeste e a segunda no País. A unidade produ- ção da segunda unidade da Tigre-ADS. “Temos ob-
zirá tubos corrugados e terá, de acordo com a em- servado grandes oportunidades de atender esta re-
presa, capacidade de produção até o final do ano gião, que em 2013 representou 50% do faturamento
e até 450 toneladas/mês, quando estiver em pleno da empresa. Diferentes estudos apontam que Norte
funcionamento. A Tigre-ADS investiu cerca de R$ 20 e Nordeste crescerão acima da média do Brasil em
milhões na planta, que ocupará um terreno de 40 2014”, observa Cattani. “Assim, estaremos em um lo-
mil metros quadrados, sendo 3,8 mil de área coberta. cal estratégico para o desenvolvimento do país, com
A unidade está voltada para atendimento às ne- o fornecimento da mais avançada tecnologia para
cessidades de infraestrutura, mineração e agricul- grandes obras”, concluiu o executivo.
tura, com soluções para saneamento, aterros sani-

Elipse Mobile: o controle na palma da mão


Atenta ao fato que os celulares se tornaram novos microcomputadores, a Elipse Sof-
tware desenvolveu uma nova ferramenta destinada a aparelhos móveis. Compatível
a qualquer sistema operacional móvel (Android, Web ou Windows Phone), a tecno-
logia é capaz de monitorar todos os equipamentos e também enviar comandos para
abrir ou fechar uma válvula, um disjuntor, uma comporta, enfim, pode controlar
uma aplicação, independente de sua localização.
O Elipse Mobile também permite registrar uma foto de um determinado va-
zamento em um duto, por exemplo, enviando-a ao setor de manutenção com a
inclusão de alguns comentários a respeito. Antes de enviar a imagem, o usuário
pode ainda inserí-la em um mapa, indicando a precisa localização da ocorrência
em questão. Pela razão de estar associada a um aparelho mobile, a solução também
permite baixar um aplicativo leitor de QR Codes. Uma vez baixado este aplicativo, o
Elipse Mobile consegue atuar como uma verdadeira IHM, agilizando o acesso à tela
correspondente àquele QR Code. Por fim, o usuário pode integrar o software com
outras tecnologias capazes de aprimorar ainda mais o controle de sua aplicação.

24 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


ACONTECE NO SETOR

Espaço Mizumo de Educação Ambiental Capacitação da 1ª turma em instalação e


manutenção de redes e ramais de água
Entre os dias 14 e 16 de janeiro foi realizada na sede
da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental, ABES, a capacitação da 1ª turma de Ins-
talação e Manutenção de Redes, Ramais e Unidades
de Medição de Água, destinada aos profissionais da
Sabesp e de terceirizadas, responsáveis pela execu-
ção e fiscalização de serviços de instalação e ma-
nutenção no sistema de abastecimento de água. A
capacitação atende a recomendação da Agência Ja-
ponesa de Cooperação Internacional - JICA que por
ocasião do financiamento do Programa Corporativo
de Redução de Perdas, embasada pelos diagnósticos
realizados ao longo do desenvolvimento do Proje-
Para a Mizumo, a conscientização é fundamental to Eficaz (cooperação técnica entre Sabesp e JICA
para a preservação do meio ambiente. Por isso, a ocorrida entre 2007 a 2009). Desde então, o Depar-
empresa apoia o projeto designado “Espaço Mizu- tamento de Engenharia da Operação (TOE) se dedi-
mo de Educação Ambiental”, organizado pela Flor cou a viabilizar a estruturação do processo.
do Vale - Alambique e Parque Ecológico, complexo
turístico e ecológico instalado em Canela (RS).
O espaço, que entrou em operação em outubro
de 2013, conta com a exposição de banners infor-
B&F Dias promete inovações para 2014
mativos fornecidos pela Mizumo, que explicam, por Para 2014, a B&F Dias planeja atingir um crescimen-
meio de ilustrações, o funcionamento da ETE insta- to superior a 20%. Além do crescimento no mercado
lada no local e a sua importância para a preservação interno, a empresa pretende alavancar as vendas no
do meio ambiente. A expectativa é que a Flor do exterior, com novos projetos e parcerias que já estão
Vale receba mais de 10 mil alunos de escolas e uni- em desenvolvimento.
versidades ao ano. “Trata-se de uma ação importan- Assim a empresa pode completar a linha de equi-
te para apresentar o sistema como solução segura pamentos com dois lançamentos inéditos e inovado-
e eficiente no tratamento do esgoto e despertar a res, o B&F Cleartec e o B&F Strip Diffusers, que “per-
conscientização nas novas gerações e visitantes do mitem a otimização do custo-benefício nos sistemas
local”, afirma o gerente de mercado da Mizumo, de tratamento de efluentes”, atesta a empresa.
Giovani Toledo. Ainda de acordo com a sua assessoria, “os investi-
O acesso ao espaço é gratuito para quem visita mentos na melhoria dos processos levaram, em 2013,
o parque. As pessoas que fazem o Percurso da Ca- à redução em 30% no tempo de entrega, mantendo
chaça – uma das atrações do local - recebem visitas a qualidade, pontualidade e confiança da marca. Por
guiadas. Para estudantes, são formatadas apresen- isso, para 2014, a expectativa é dar continuidade aos
tações de acordo com o nível de escolaridade. A Flor resultados positivos com o lançamento de novidades”.
do Vale - Alambique e Parque Ecológico foi criada
em 2007 e conta com 5 mil m² de área, das quais
70% são de mata preservada. Recebe 45 mil visitan-
tes anualmente e tem como atrações, além da na-
tureza exuberante, produção de cachaça artesanal
e gastronomia.

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 25


ACONTECE NO SETOR

Sopradores de parafuso Atlas Copco


para tratamento com economia
Muitas indústrias que usam sopradores de ar para
seus processos podem se beneficiar da eficiência
energética dos sopradores de ar rotativos de para-
fuso, especialmente aquelas que operam estações
de tratamento de águas residuais, onde sopradores
de ar utilizados para aeração geralmente represen-
tam até 70% do total dos custos de energia elétrica.
No processo de tratamento, milhões de bactérias se
alimentam de resíduos orgânicos, quebrando-se em
dióxido de carbono, gás de azoto e água e, porque as
bactérias necessitam de oxigênio, é necessário que Na tecnologia VSD (Variable Speed Drive) ou mo-
uma grande quantidade de ar seja soprada para den- tor de acionamento de velocidade variável, o con-
tro dos tanques de aeração. versor de frequência integrado varia a velocidade do
A linha de sopradores ZS da Atlas Copco tam- motor de acionamento, para coincidir com as mu-
bém é isenta de óleo. De acordo com a assessoria danças na demanda de ar do soprador. Dessa forma,
da empresa: “os sopradores que fazem parte dessa o equipamento consome apenas a quantidade míni-
linha apresentam, em média, 30% mais eficiência de ma de energia necessária e é capaz de proporcionar
energia, quando comparados aos sopradores de ar uma economia de até 35%.
convencionais, do tipo lóbulo”.

Veolia aposta na recuperação de Sanepar investe em tecnologia de


sólidos em efluentes geração de cloro
De acordo com a empresa Hidrogeron, a Sanepar -
Companhia de Saneamento do estado do Paraná, ali-
nhada com sua missão de “prestar serviços de sanea-
mento ambiental de forma sustentável, contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida do paranaense”,
substituirá, em 2014, todo o sistema de cloração das
maiores estações de tratamento de água do Estado,
com exceção da capital – Curitiba. Serão instalados
sistemas de geradores de cloro Hidrogeron, “com o
objetivo de eliminar os riscos civil, patrimonial e tra-
A Veolia Water apresenta o processo HPD® de eva- balhista decorrente do método anterior”.
poração e cristalização para tratamento de águas A Hidrogeron informa que implantará equipa-
residuais e efluentes, com base num sistema de câ- mentos, de acordo com a necessidade de cada ETA,
maras no qual o efluente entra para ser aquecido. geradores com capacidade de produzir a partir de 24
De acordo com a empresa, “por meio do proces- até 300 quilos de cloro ativo por dia.
so de evaporação da água retiram-se as impurezas
e, também, os cristais de sais que se formam e se
concentram. Após essa etapa, a água gerada está re-
ciclada e os sais prontos para reuso”.

26 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


ACONTECE NO SETOR

Tanques hidroneumáticos da Conexx


Os acumuladores hidroneumáticos são indicados para xiga ou membrana, a qual separa hermeticamente
instalações de abastecimento de água potável, assim as câmaras de ar e de água. Isso implica em uma
como em captações de água em poços, depósitos e diminuição do volume inicial de ar cativo no de-
mananciais, formando parte do grupo de pressão, pósito e por conseguinte um aumento da pressão.
com a finalidade de garantir um abastecimento de Quando se alcança a pressão máxima desejada
água ótimo em vivendas, propriedades, cultivos, etc. (pressão parada bomba), o pressostato corta a cor-
De acordo com a Conexx, que apresenta no rente e se interrompe neste momento de circulação
mercado os seus Tanques Anti ariete Modelo de água entre a bomba e o depósito. Em função das
ARG-CX , para manter uma reserva de água à pres- necessidades dos usuários, a energia armazenada
são, os acumuladores hidroneumáticos permitem através do ar cativo no depósito, impulsionará a
uma maior duração do grupo de bombeio, já que água contida no interior da bexiga para os pontos
se reduz sensivelmente em número de manobras de de consumo. A medida que a água flui e a bexiga
arranque-parada da bomba, assim como uma im- se esvazia, a pressão do ar diminui, até alcançar a
portante economia de energia. mínima estabelecida (pressão de arranque da bom-
Como exemplo de seu funcionamento, a em- ba), momento o qual se restabelece novamente a
presa descreve: “a água potável que se capta da corrente de alimentação de água desde o grupo de
rede, de um depósito etc., é impulsionada para o bombeio ao depósito. Este ciclo se executa auto-
acumulador, pelo grupo de bombeio. A medida que máticamente, tantas vezes como se alcancem as
entra no depósito, se armazena no interior da be- pressões mínimas e máximas”.

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artigo técnico

Cynthia Franco Andrade


Engenheira ambiental
pela Fundação Mineira
ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO
de Educação e Cultura
(Universidade Fumec)
DO LODO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA
e Mestranda em
Saneamento, Meio
Ambiente e Recursos
E SEUS IMPACTOS NA QUALIDADE DAS ÁGUAS
Hídricos na Universidade por Cynthia Franco Andrade, Cristina Mendes Silva,
Federal de Minas Gerais
(UFMG).
Fernanda de Cássia Oliveira

Cristina Mendes Silva


Engenheira civil pela RESUMO torna-se necessário o uso de coagulantes para
Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), A potabilização da água é uma necessidade, garantir que a água tratada atenda aos padrões
Especialista em Gestão contudo esse processo gera resíduos que pre- de potabilidade da Portaria nº 2.914/2011, le-
da Construção Civil
cisam ser gerenciados de maneira apropriada. vando a um aumento da geração de lodo dentro
pela UNA, Mestranda
em Saneamento, Meio Buscando soluções economicamente viáveis e da estação.
Ambiente e Recursos ambientalmente aceitáveis, estudos têm sido De acordo Fontana (2004), o lodo é gerado
Hídricos na UFMG e
Analista técnica da desenvolvidos a fim de propiciar a escolha da de duas maneiras: primeira devido à sedimen-
Companhia Urbanizadora melhor alternativa para tratamento e disposi- tação dos flocos que ocorre nos decantadores,
e de Habitação de Belo
Horizonte (Urbel).
ção final do lodo de ETAs. Assim, como resul- onde ficam retidos por dias ou até meses, de
tado do trabalho, baseado na revisão da lite- acordo com o sistema de descarga. E a outra
Fernanda de
ratura, foi verificado a necessidade de análises forma de produção de lodo é devido à parte dos
Cássia Oliveira
Bióloga pela de laboratório ou em escala-piloto para sele- flocos que não se sedimentaram nos decanta-
Universidade de Itaúna, ção da melhor técnica de tratamento do lodo dores, e que seguem para a etapa de filtração,
Gestora Ambiental
pela Universidade e a importância da análise conjunta de todas onde são retidos. Durante a limpeza dos decan-
Federal de Viçosa as etapas do processo para o seu adequado ge- tadores, por processos mecanizados ou manu-
(UFV) e Especialista em
Tratamento de Água
renciamento. Além disso, apuradas as formas de ais, e dos filtros por lavagem, o lodo é removido
de Abastecimento disposição de lodo adotadas no Brasil, foi ave- e encaminhado para o processo de desidratação
e Residuária pela riguado que a maior parte do lodo gerado em e disposição. Assim, a geração do lodo ocorre
Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). ETAs é lançada em corpos d’água, e que essa nos decantadores e na lavagem dos filtros.
prática causa impactos ao meio ambiente e à Os lodos possuem características variadas,
saúde humana. dependendo fundamentalmente das condições
apresentadas pela água bruta, da dose e tipo
INTRODUÇÃO de produtos químicos utilizados, e da forma de
O controle da poluição das águas é essencial limpeza dos decantadores. Com a produção de
para a saúde da população humana, assim uma grande quantidade de resíduos, as ETAs
como para o meio em que essa se insere. Uma precisam dispor de forma correta todo o lodo
importante questão ambiental que vem sendo para atender a legislação ambiental.
pesquisada atualmente, e um dos principais No Brasil, a maior parte das estações lan-
problemas enfrentados pelos grandes centros çam seus resíduos sem nenhuma forma de tra-
urbanos, é o processo de disposição final para tamento, diretamente no corpo d’água mais
o lodo gerado nas estações de tratamento de próximo à estação, ocasionando assoreamento
água (ETA). e deterioração da qualidade da água dos rios
Com o incremento populacional vem au- e lagos.
mentando o consumo de água potável, sendo Atualmente é necessário fazer novas bus-
necessário o tratamento de uma maior vazão cas por tecnologias de tratamento do lodo e
de água para suprir toda a demanda da popula- determinar formas diferenciadas de dispo-
ção. Com a deterioração da qualidade da água, sição, de maneira a causar o menor impacto

28 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


artigo técnico

possível no meio ambiente e atender as legislações ■■ Levantar os diferentes tipos de disposição de lo-
ambientais. dos de ETAs e seus aspectos positivos e negativos;
A procura por soluções para minimizar os impac- ■■ Apresentar os principais impactos causados pelo
tos e viabilizar a disposição adequada dos resíduos lançamento do lodo de ETAs in natura no meio
da ETA, levou ao desenvolvimento de várias tecno- ambiente.
logias. No entanto, a escolha da melhor tecnologia
depende das características qualitativa e quantita- METODOLOGIA
tiva do lodo, e das condições climáticas, sendo que Para a realização deste estudo foi enfatizada a gera-
cada estação terá um lodo com características dis- ção do lodo de ETA no Brasil e para mensurar a atual
tintas (FONTANA, 2004). Pode-se acrescentar a estes conjuntura, foram levantados dados secundários em
fatores, segundo Reali (1999), a área necessária para relação à disposição final do lodo de ETAs.
implantação, custo da área, distância da estação até Após a revisão da literatura, foram selecionadas
o destino final, custo dos equipamentos, operação, algumas das diversas formas de tratamento e dispo-
preparo de recursos humanos para preparação e a sição final do lodo de ETA para serem explicitadas
necessidade de condicionamento do lodo. quanto à viabilidade técnica, econômica e ambiental.
De acordo com Fontes (2008), a grande preocu- Além disso, foi realizado um apanhado quanto
pação em dispor corretamente o lodo das ETA está aos impactos ao meio ambiente e a saúde humana
na presença de metais na composição desse resí- que podem ser ocasionados pela gestão inadequada
duo e no aumento do volume de chorume gerado do lodo de ETA.
durante o processo de degradação quando o lodo
é disposto em aterros sanitários, contribuindo para RESULTADOS E DISCUSSÕES
a geração de impactos adversos ao meio ambiente TRATAMENTO DO LODO DE ETA
(água, solo, flora e fauna) e à saúde da população, Os resíduos gerados em ETAs, segundo Cordei-
quando depositados de forma inadequada. ro (1999), caracterizam-se por possuírem grande
Muito se tem estudado sobre as alternativas de umidade, geralmente maior que 95%, estando, de
disposição do lodo de ETA, como: insumo na agri- maneira geral, sob forma fluida. O autor chama a
cultura, disposição em aterro sanitário, incineração, atenção para o fato de que a redução do seu volume
uso na fabricação de cerâmica, recuperação de área propicia uma disposição mais adequada, a redução
degradada e recuperação do coagulante. No entan- do custo de transporte e de disposição final, e mini-
to, ainda existem lacunas sobre a melhor maneira de miza os riscos de poluição do meio ambiente.
dispor estes resíduos, de forma que cause o menor Reali (1999) observa que as estratégias de trata-
impacto ambiental possível, devido às diversas ca- mento e disposição final de lodos de ETAs envolvem
racterísticas do lodo gerado. diversas opções e técnicas cujas pertinências são
grandemente influenciadas, dentre outros fatores,
OBJETIVO pelas características do lodo, área disponível, cli-
O objetivo principal desse artigo é fazer uma revisão ma local; e condições socioeconômicas, culturais e
bibliográfica concernente ao tema lodo de ETA, de ambientais da região onde se pretende implantar o
forma a reunir os principais dados de pesquisas rea- sistema de tratamento de lodo.
lizadas de maneira concisa em um único documento, Normalmente, a primeira etapa dos sistemas de
e assim contribuir para uma gestão mais adequada tratamento de lodo gerados em ETAs convencionais
desse resíduo. Como objetivos específicos têm-se: é o seu espessamento ou adensamento, que é um
■■ Levantar a situação brasileira em relação à dis- processo preparatório para o seu posterior condi-
posição final do lodo de ETA; cionamento e desidratação final. Reali (1999) re-
■■ Identificar as possíveis formas de tratamento do lata que essa etapa objetiva a separação de parte
lodo de ETAs e sua adequabilidade à diferentes da água mais facilmente removível do lodo com
circunstâncias; vistas à diminuição do volume desse lodo e, con-

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 29


artigo técnico

sequentemente, possibilita a redução no tamanho dratabilidade de um lodo de mesma origem durante


dos equipamentos utilizados na etapa subsequente o processo de centrifugação.
de desidratação final do lodo, cujos custos de im- Como espessadores são utilizados tanto em
plantação e de operação (energia, manutenção, etc.) ETAs quanto em estações de tratamento de esgoto
dependem do volume e das características do lodo a (ETE), uma opção que pode ser avaliada para uma
ser desidratado. ETA que não possua esse tipo de unidade implan-
Para Ferreira Filho (1997), o adensamento é tada é o direcionamento e tratamento do seu lodo
uma das mais importantes operações unitárias do em uma ETE. Peixoto (2008) estudou o espessa-
processamento de tratamento da fase sólida, pois, mento de um lodo de ETA através de sua aplicação
de modo geral, os equipamentos de desidratação no adensador por gravidade de uma ETE piloto, e
mecânica existentes no mercado recomendam uma demonstrou que com adoção de uma carga de 200
concentração de ST no lodo de entrada na ordem mg.L-1 esse procedimento pôde ser realizado sem
de 2% para que o seu funcionamento ocorra de causar problemas. Contudo, Tsutiya & Hirata (2001)
forma adequada. alertam que os sólidos dissolvidos presentes nos
O espessamento pode ser efetuado em uni- lodos de ETAs, em determinadas concentrações po-
dades de sedimentação (espessamento por gravi- dem inibir o processo biológico de tratamento de
dade), em unidade de flotação por ar dissolvido esgoto e recomendam a equalização da descarga
(espessamento por flotação) ou em espessadores de acordo com as vazões afluentes à ETE, para que
mecânicos de esteira. as concentrações de compostos potencialmente
Reali & Patrizzi (1999) informam que, embora o tóxicos permaneçam constantes.
uso de adensadores por gravidade seja mais antigo e Para proporcionar uma melhoria na desidrata-
disseminado em vários países do mundo, a alternati- bilidade do lodo podem ser empregados diferentes
va de espessamento por flotação vem conquistando tipos de produtos químicos em distintas dosagens.
a simpatia dos projetistas. Tal fato ocorre devido a Ferranti (2005) estudou o condicionamento químico
algumas vantagens inerentes ao espessamento de do lodo de ETAs com resíduo de cal antes do seu lan-
alguns tipos de lodo por flotação em relação ao çamento em leitos de secagem e verificou que esse
procedimento de sedimentação, podendo-se citar: resíduo favoreceu uma rápida desidratação. No seu
maiores taxas de aplicação de sólidos e de clarifi- experimento um dos resultados que esse autor ob-
cação (unidades mais compactas), maiores concen- teve foi o de que para leitos com 10% de resíduo de
trações de sólidos no lodo espessado por flotação cal o tempo gasto para drenar 90% do total de água
e maior versatilidade operacional da instalação de- coletada (1,5 horas) foi 40 vezes menor se compara-
vido à possibilidade de controle da qualidade de ar do ao tempo gasto pelos leitos que não continham
fornecida para flotação. Contudo, enfatizam que a cal (60 horas).
escolha do tipo de unidade de espessamento de lo- Di Bernardo et al. (1999) avaliaram a tratabilida-
dos de ETAs deve sempre se pautar em resultados de de resíduos produzidos na ETA Descalvado, situada
de ensaios de laboratórios, ou escala-piloto, pois o na cidade de Descalvado em São Paulo, e verificaram
desempenho de qualquer processo de espessamento que com uso de polímero foi obtido um lodo com
dependerá das características do lodo considerado, maior facilidade de desaguamento por centrifugação.
as quais podem variar significativamente de uma Ferreira Filho (1997) investigou as características do
ETA para outra. pré-condicionamento de lodo de ETAs visando seu
Guimarães (2007), ao realizar experimentos de posterior adensamento por gravidade e desidratação
desidratação em centrífuga de lodos das ETAs Brasí- e concluiu que a escolha do polímero mais adequa-
lia e Descoberto, obtidos em adensamento por flo- do para fins de adensamento é algo extremamente
tação e sedimentação, observou que, embora esses específico, devendo a sua seleção e dosagem serem
lodos apresentassem características distintas, essas definidas com base em ensaios experimentais.
diferenças não refletiram na maior ou menor desi- ASCE & AWWA (1996) apud Sabogal & Di Ber-

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artigo técnico

nardo (2005) relataram que o tratamento do lodo dem de 83 e 87%, respectivamente, no sétimo dia
realizado unicamente por adensamento, inviabili- de aplicação, sem consumo de energia e adição de
za sua disposição em aterro, dada a dificuldade na produtos químicos.
sustentação dos equipamentos e taludes, devido à Os sistemas mecânicos para redução do volume
baixa concentração de sólidos ≤ 8%. Sabogal & Di do lodo são alternativas atraentes a serem adota-
Bernardo (2005) acrescentam ainda que este fato das, em detrimento de sistemas naturais, principal-
também limita sua utilização como matéria-prima mente quando não se tem grande disponibilidade
na fabricação de cerâmica e na incorporação em de área para tratamento e o clima local não favo-
matriz de concreto, embora essa baixa concentração rece a perda de água do lodo pelo processo natural
de sólidos possa ser recomendável para disposição de evaporação.
desses resíduos em ETEs ou recuperação de solos Richter (2001) apud Tartari (2008) fez um le-
agrícolas, dependendo das características qualitati- vantamento de generalidades práticas, aplicações,
vas e quantitativas dos resíduos. Logo, dependendo limitações e custo relativo de tecnologias de de-
da disposição final que se pretende dar ao lodo de sidratação mecânica do lodo. Dentre os aspectos
ETAs, pode ser necessária, após o adensamento, a mencionados por esse autor, destacam-se os se-
aplicação de outra tecnologia de desaguamento, a guintes pontos: i) a prensa desaguadora é apro-
fim de aumentar a concentração de sólidos totais e, priada para secagem de lodos provenientes de
consequentemente, reduzir de forma mais significa- coagulação de água, sua eficiência é sensível às ca-
tiva o volume de lodo. racterísticas da suspensão e essa tecnologia apre-
Achon et al. (2008) relatam que as tecnologias senta um baixo custo relativo; ii) a centrifuga de
para redução do volume de lodo produzido nas ETAs, tambor funciona paralelamente com o uso de polí-
mediante remoção da água livre e nos interstícios meros no condicionamento, o tambor está sujeito a
dos sólidos, podem ser classificadas como: sistemas abrasão e trata-se de uma técnica de custo relativo
mecânicos (centrífugas, filtros-prensa, prensa desa- médio; iii) o filtro prensa é utilizado para desidratar
guadora, filtros a vácuo) e sistemas naturais (lagoas sedimentos finos, a técnica necessita da aplicação
de lodo e os leitos de secagem). Esses autores des- de cinza de cal e apresenta custo elevado e; iv) o
tacam o grande potencial de aplicação de sistemas filtro rotativo a vácuo não funciona bem com lodos
naturais no Brasil, devido à disponibilidade de área leves, é mais indicado para desidratar sedimentos
e às condições climáticas favoráveis. Entretanto, en- finos granulares, é o método menos eficaz de fil-
fatizam que no caso de adoção de lagoas de lodo tração e possui um custo relativo muito alto.
o tempo necessário ao desaguamento pode ser de Sobogal-Paz & Di Bernardo (2005) concluíram
meses, sendo com relação a esse aspecto, os leitos de em sua pesquisa que a escolha da técnica de tra-
secagem mais atrativos. tamento deve ser analisada do ponto de vista sis-
Objetivando melhorar ainda mais o desempe- têmico, considerando que o grau de tratamento do
nho do leito de secagem, Cordeiro (2001) propôs lodo da estação depende, diretamente, do método
uma alteração da sua estrutura convencional (ca- de aproveitamento e de disposição do resíduo, junto
mada filtrante de areia e camada suporte de brita), com a qualidade desejada para a parcela líquida a
sendo que o leito modificado, denominado leito de ser recirculada no início da ETA (se esta possibilidade
drenagem, é constituído por uma camada de 5 cm for considerada).
de brita 1, coberta por uma manta geotêxtil. Com
esse novo arranjo, o autor verificou que o tempo DISPOSIÇÃO DO LODO DE ETA
de drenagem de água livre diminui bruscamente. As ETAs que utilizam o tratamento convencio-
Achon et al. (2008) utilizaram o protótipo do leito nal (coagulação, floculação, decantação e filtração),
de drenagem desenvolvido por Cordeiro (2001) para transformam a água inadequada ao consumo hu-
o desaguamento do lodo de ETAs que empregavam mano em um produto em acordo com o padrão de
sulfato de alumínio e cloreto de polialumínio como potabilidade, para isso são necessários processos e
coagulantes, e obtiveram redução de volume da or- operações que geram resíduos (REALI, 1999).

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artigo técnico

No Brasil, a maior preocupação tem sido em rela- dos sistemas de tratamento de água, promovendo
ção aos resíduos gerados em estações de tratamento impactos ambientais diversos.
de esgoto (ETEs), enquanto pouco tem sido discuti- Segundo IBGE (2010), dos 5.564 municípios bra-
do em relação aos rejeitos gerados em ETAs, como o sileiros, 2.098 produzem lodo no processo de trata-
lodo (CORDEIRO, 2001). mento da água. As destinações desse lodo gerado
De acordo com a NBR 10.004, o lodo é classifi- são apresentadas na Figura 1. É importante ressaltar
cado como resíduo sólido, não sendo permitido seu que um município pode dar mais de um destino ao
lançamento in natura em águas superficiais. No en- lodo gerado.
tanto, no Brasil essa prática é realizada pela maioria

Figura 1: Destinação do lodo gerado nos municípios brasileiros em percentual

Fonte: Adaptado de IBGE, 2010

Observa-se que o percentual de municípios bra- Dentre os municípios que destinam o lodo gerado
sileiros que destinam o lodo em rios corresponde a em rios, a região sudeste é a que contribui com o maior
62,44%. Esse percentual mostra que um grande vo- número de municípios, seguida da região sul, conforme
lume de lodo vem sendo lançado nos rios brasileiros, a Tabela 1. Essas duas regiões são as que possuem a
o que interfere na qualidade das águas, podendo maior demanda por água e consequentemente as que
causar diversos impactos. produzem a maior quantidade de água tratada e lodo.

Tabela 1: Municípios que destinam o lodo gerado no tratamento de água em rios

Região N° de municípios que N° de municípios que


geram lodo destinam o lodo em rios
Brasil 2.098 1.415
Norte 84 46
Nordeste 537 231
Sudeste 896 703
Sul 442 330
Centro-Oeste 139 105

Fonte: Adaptado de IBGE, 2010

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artigo técnico

Segundo Achon et al. (2012), em um estudo re- vegetação de cerrado, caracteriza-se por apresentar
alizado sobre as 23 ETAs da sub-bacia do rio Pira- forte acidez, deficiência extrema de fósforo, cálcio,
cicaba em São Paulo, que é pioneira na gestão de magnésio e níveis elevados de alumínio e manganês.
recursos hídricos, a forma de destinação que pre- A baixa produtividade e a baixa resposta de muitos
valece é a disposição in natura do lodo nos corpos desses solos à fertilização têm sido, em grande parte,
d’água, sendo que 73% do lodo é lançado nos cor- atribuídas à presença de alumínio em concentrações
pos receptores sem tratamento prévio, 23% das ETAs tóxicas (BONATO, 2000).
não disponibilizaram esta informação e somente 4% Diante dos possíveis efeitos causados pelo alu-
enviam o lodo para aterro, após desaguamento. mínio, para a aplicação de lodos de ETAs em solos
Ainda de acordo com Achon et al. (2012), as in- agrícolas é necessária a realização de análises, prin-
formações sobre o lodo gerado na maioria das ETAs cipalmente quando o coagulante utilizado no trata-
não é, sequer, efetivamente medido e quantificado, mento for o sulfato de alumínio.
o que dificulta ações de melhoria da gestão deste
resíduos e a avaliação de impactos ambientais ad- Recuperação de áreas degradadas
vindos da disposição inadequada. A utilização do lodo de ETA para a recuperação de
Segundo Owen (2002), as principais característi- áreas degradadas é uma alternativa viável, desde
cas que distinguem o lodo de outros resíduos são: a que sejam realizadas análises para identificar os
capacidade de suportar a vida vegetal, a capacidade efeitos causados ao solo e as plantas.
de retenção de água e o conteúdo de ferro e alumínio. Segundo Teixeira (2005), o lodo de ETA pode ser
Com base nesses aspectos, podem ser citadas disposto em áreas degradadas, pois eleva os teores
algumas técnicas de disposição final: aplicação em de macronutrientes e o valor do pH do solo. Em al-
solos agrícolas, recuperação de áreas degradadas, tas doses pode causar a salinidade do solo. Para fins
material de construção, materiais cerâmicos, recu- de recuperação, sua aplicação deve estar associada a
peração do coagulante, disposição em ETE, disposi- um resíduo orgânico, como composto de serragem e
ção em aterro, dentre outras. No Brasil, tais alterna- esterco bovino, entre outros.
tivas ainda são pouco empregadas. Silva (2005), utilizando lodo de ETA em estudos
de recuperação de área degradada por mineradora
Aplicação em solos agrícolas de cassiterita, verificou aumento do pH do solo e dos
A aplicação em solos agrícolas é umas das possíveis teores de Ca e Fe. O autor relata que o uso do lodo de
formas de disposição do lodo de ETA. Como o sulfato ETA como fertilizante pode ser viável porque contém
de alumínio é bastante utilizado como coagulante determinados nutrientes às plantas. No entanto o
nas ETAs, os possíveis efeitos que ele pode causar nitrogênio não deve ser utilizado como critério para
têm sido um ponto central nas pesquisas sobre a definir as doses de aplicação, já que este se encontra
aplicação do lodo em solos agrícolas. em pequena quantidade neste tipo de resíduo.
Segundo Malavolta (1980) é muito antiga a lite-
ratura que apresenta os efeitos tóxicos do alumínio Material de construção
nas plantas e atribuindo, em parte, o efeito bené- A construção civil é um setor que apresenta um con-
fico da calagem à neutralização desse elemento. O sumo elevado de recursos naturais e a utilização do
aumento da concentração desse elemento no subs- lodo de ETA pode ser uma alternativa benéfica para
trato reconhecidamente provoca diminuição na ab- mitigar tal consumo. Pesquisas têm sido realizadas a
sorção do fósforo. fim de verificar a adequabilidade dos produtos para
A toxicidade do alumínio é um dos mais im- construção gerados com adição de lodo de ETAs em
portantes fatores que limitam a produtividade das relação às normas pertinentes.
culturas em solos ácidos, os quais compreendem Sartori & Nunes (1999) procederam à caracteri-
mais de 40% das terras aráveis do mundo. No Brasil, zação do lodo da ETA do Rio das Velhas, verificando
aproximadamente 1,8 milhão de km² de solos, sob que as características possibilitam que se enqua-

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artigo técnico

drem na categoria de siltes e argilas. Os lodos apre- de alumino silicatos e fundentes na massa cerâmica.
sentaram características de materiais plásticos, com Dependendo da quantidade e da característica do
pesos específicos entre 27 e 28 kN/m³, altos valores resíduo, essa incorporação pode, inclusive, melhorar
de umidade ótima e valores de peso específico apa- o processamento cerâmico, a qualidade da cerâmica
rente seco de 1,33 g/cm³ e 1,28 g/cm³, para o ensaio e ainda, contribuir para a redução do gasto energé-
de compactação Proctor Normal. Em virtude de suas tico na etapa de queima e na redução do consumo
características, esses lodos podem servir para a fa- de argilas, recurso natural utilizado como matéria
bricação de solo-cimento, materiais cerâmicos, pig- prima na confecção de cerâmica (RAUPP-PEREIRA
mentos para argamassas e revestimentos ou como et al. 2005 apud VITORINO et al. 2009).
aditivo para agregados. Aléssio & Teixeira (2005) afirmam que o lodo ge-
Sales & Cordeiro (2001) reuniram os rejeitos ad- rado em ETAs, principalmente o proveniente de água
vindos do lodo de ETAs em conjunto com os resí- de superfície, pode ser incorporado à massa cerâmi-
duos de construção, no intuito de estudar formas ca devido a sua composição mineralógica sem alte-
de utilização dos mesmos. Em função dos resultados rar de forma significativa as propriedades físicas das
das análises e ensaios realizados, pode-se afirmar a peças produzidas.
possibilidade de aproveitamento da reciclagem con- A incorporação do lodo gerado em ETAs na massa
junta dos resíduos em aplicações como o concreto cerâmica pode reduzir a temperatura de queima, de-
para contrapiso, argamassa de assentamento não vido à fração orgânica, e consequentemente reduzir
estrutural e blocos de concreto não estrutural. a energia total requerida durante o processo. Além
Em estudo semelhante, incorporando lodo de disso, os hidróxidos metálicos presentes no lodo re-
ETA a concretos, em substituição parcial do agre- duzem a porosidade e, no caso dos lodos férricos,
gado miúdo, Hoppen et al. (2006) mencionou a aumentam a intensidade da cor vermelha dos tijolos
possibilidade de uso desse material também como e telhas (OWEN, 2002).
concreto estrutural, entretanto destacaram o não Couto (2011) demonstrou que há possibilidade
conhecimento do seu desempenho ao longo do da utilização do lodo na fabricação de materiais ce-
tempo, e desta forma direcionaram a sua utilização râmicos desde que o teor máximo de lodo não ul-
apenas a concretos não estruturais. Portanto, faz-se trapasse 10%, pois observou que com concentrações
necessário o desenvolvimento de outras pesquisas maiores houve comprometimento das propriedades
nesta linha para verificar se é possível a utilização físicas e mecânica do material.
desse material também com função estrutural, o que
agregaria maior valor ao mesmo. Recuperação do coagulante
Silva (2009) analisou a incorporação de lodo de De acordo com Gonçalves et al. (1999), a alternativa
ETA na fabricação de tijolos de solo-cimento, e nos ti- de recuperação do coagulantes permite minimizar
jolos nos quais incorporou 3 e 5% de lodo obteve ca- os custos e os problemas associados à disposição fi-
racterísticas construtivas dentro da NBR 10.836/1994. nal do lodo, pois além de diminuir o volume a ser
descartado, promove a reciclagem dos produtos quí-
Material cerâmico micos dosados no tratamento. A redução dos custos
Segundo Raupp-Pereira et al. (2005) apud Vitorino pode chegar a valores próximos de 45%.
et al. (2009), a agregação de resíduos de diversas Entorno de 35 a 45% dos sólidos presentes no
atividades em produtos cerâmicos argilosos é uma lodo são hidróxidos e qualquer que seja o tipo de
alternativa tecnológica que pode contribuir para a regeneração, a etapa inicial será a solubilização dos
redução do impacto ambiental causado por estes. hidróxidos precipitados. Os processos se diferenciam
Durante a queima da cerâmica pode ocorrer a na forma pela qual os compostos solúveis serão sepa-
inertização de materiais potencialmente tóxicos por rados dos materiais inertes (GONÇALVES et al., 1999).
volatilização, transformação química e estabiliza- As opções tecnológicas que se encontram dispo-
ção na fase vítrea que se forma pela participação níveis para a realização da recuperação de coagu-

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artigo técnico

lantes de lodos de ETAs são: recuperação pela via IMPACTOS DO LODO DE ETA
ácida, recuperação pela via alcalina, extração com No Brasil, a maior parte das estações lançam seus
solventes orgânicos e extração com quelantes. Den- resíduos sem nenhuma forma de tratamento dire-
tre as quatro, a que alcançou o maior desenvolvi- tamente no corpo d’água mais próximo à estação,
mento industrial foi a recuperação pela via ácida ocasionando assoreamento e deterioração da quali-
(GONÇALVES et al., 1999). dade da água dos rios e lagos.
De acordo com Reali (1999) a toxidade potencial
Disposição em ETEs dos lodos de ETA, para plantas, seres humanos e or-
Segundo Di Bernardo et al. (1999), um método de ganismos aquáticos, depende de fatores tais como:
disposição do lodo gerado nas ETAs, que tem sido características da água bruta, produtos químicos
observado em alguns países da Europa e nos Estados utilizados no tratamento, possíveis contaminantes
Unidos, é o seu lançamento nas estações de trata- contidos nesses produtos, reações químicas ocorri-
mento de esgoto (ETEs), via rede coletora de esgoto das durante o processo, forma de remoção e tempo
ou por meio de transporte em caminhão. Tal alter- de retenção dos resíduos dos decantadores, caracte-
nativa torna-se atraente, pois elimina a implantação rísticas hidráulicas, físicas, químicas e biológicas do
de um sistema de tratamento nas próprias ETAs. No corpo receptor.
entanto, o que ocorre é a transferência do gerencia- As águas naturais utilizadas como mananciais es-
mento para a administração das ETEs. tão sujeitas à contaminação por formas naturais de-
Para a realização de tal procedimento são ne- corrente da ação da água sobre as rochas e também
cessárias análises criteriosas para avaliar as possíveis sobre o meio, tais como: aplicação de fertilizantes e
interferências que podem ocorrer nas unidades da pesticidas e disposição de resíduos sanitários e in-
ETE devido às características do lodo gerado e do dustriais. Esse aspecto é de grande importância, pois
incremento da vazão (DI BERNARDO et al., 1999). esses podem estar presentes nos resíduos gerados
Rosário (2007) em seu trabalho, no qual analisou (CORDEIRO & CAMPOS, s/d).
em escala piloto o impacto do lançamento dos resí- A grande preocupação em dispor corretamente o
duos de uma ETA em uma ETE operando com reator lodo das ETAs, está na presença de metais na com-
UASB, constatou que a disposição do lodo em um posição desse resíduo e no aumento do volume de
reator UASB não interfere prejudicialmente no de- chorume gerado durante o processo de degradação
sempenho operacional do mesmo. quando o lodo é disposto em aterros sanitários, con-
tribuindo para a geração de impactos adversos ao
Disposição em aterro meio ambiente (água, solo, flora e fauna) e à saúde
A alternativa de disposição dos lodos de ETAs em da população, quando depositados de forma inade-
aterros é sempre recomendada por ser compro- quada (FONTES, 2008).
vadamente viável tecnicamente e possuir regula- O lançamento do lodo em corpos recepto-
mentação pelas legislações ambientais vigentes. res, devido a sua concentração, ao tamanho das
Mesmo adotando-se outras formas de disposição, partículas dispostas e a baixas velocidades de es-
propõe-se sempre prever a utilização de aterros sa- coamento do rio a jusante do lançamento, pode
nitários como opção de armazenamento dos lodos, levar a sedimentação das partículas sobre a ca-
pois pode haver necessidade de sua utilização nos mada bentônica, inibindo o crescimento de várias
casos de variações bruscas na quantidade ou quali- espécies de peixes e outros organismos aquáticos
dade dos lodos (JANUÁRIO & FERREIRA FILHO, 2007). (CORDEIRO, 2002).
Para a disposição do lodo de ETA em aterros é Estudos realizados por Achon et al. (2005), so-
necessária a análise da interação das substâncias bre o descarte do lodo in natura da ETA São Carlos
químicas presentes na composição do lodo de ETA – SP, no rio Monjolinho, mostraram que a grande
com os resíduos de origem predominantemente do- concentração de metais (Al e Fe) comprometeu a
méstica (POHLAND & GOULD, 1986). camada bentônica.

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artigo técnico

A elevada quantidade de sólidos, a alta turbidez, rado, diversas pesquisas demonstraram que, em se
as altas concentrações de metais, a alta DQO são tratando da seleção da técnica de tratamento, cada
classificados por Achon et al. (2005) como os prin- caso deve ser analisado individualmente, por meio
cipais parâmetros que comprometem o lançamento de ensaios de laboratório ou em escala-piloto.
de lodo nos corpos receptores. Com base nisto, ou- Além disso, não se deve pensar na etapa de trata-
tros impactos relevantes sofridos pelo rio Monjoli- mento do lodo isoladamente, um dos motivos é devi-
nho foram: depleção da concentração de oxigênio do ao fato que o nível de tratamento necessário vai
dissolvido, alteração da biota aquática, mortandade depender do tipo de disposição final escolhido. Logo,
da comunidade bentônica de invertebrados, mor- é imprescindível uma análise sistêmica da situação le-
tandade de peixes e redução do volume útil do rio. vando em consideração todos os aspectos pertinentes.
Estudos realizados por Machado et al. (2005) Dentre as alternativas de disposição final, al-
chegaram as mesmas conclusões, a descarga de lodo gumas ainda exigem muita cautela e análises mais
com altos teores de alumínio no corpo receptor cau- criteriosas para sua adoção, como é caso do uso do
sa toxicidade do meio aquático. A carga orgânica lodo na recuperação de áreas degradadas para qual
contida no lodo pode contribuir para o consumo de é recomendada análise dos efeitos causados no solo
oxigênio no corpo d’água, levando a condições ana- e nas plantas; do uso do lodo em solos agrícolas em
eróbias, produção de maus odores e mortandade de que há de se verificar os possíveis efeitos do alumí-
peixes e algas, além de afetar a camada bentônica. nio; da destinação do lodo das ETAs às ETEs, em que
Assim, os lançamentos destes efluentes contribuem deve-se analisar um possível comprometimento do
para aumentar a degradação dos corpos d’água e des- desempenho operacional da ETE e; no caso de dispo-
respeitam a DN conjunta COPAM/CERH nº 01 (MINAS sição em aterros, para qual recomenda-se a análise
GERAIS, 2008) e a Lei de Crimes Ambientais nº 9.605 da interação das substâncias químicas presentes na
(BRASIL, 1998). Sendo necessário o conhecimento dos composição do lodo com resíduos domésticos.
aspectos legais para definição de estratégias geren- Outras opções de disposição têm se mostrado
ciais que objetivem a minimização de resíduos gerados além de ambientalmente corretas, tecnicamente vi-
e o aproveitamento e disposição dos resíduos, sem o áveis, podendo-se citar a incorporação do lodo na
detrimento da qualidade dos corpos receptores. fabricação de materiais da construção civil e cerâ-
micos. Algumas se apresentam atraentes também do
CONCLUSÕES ponto de vista econômico, como no caso da recupe-
Nas ETAs, assim como em outras indústrias, as res- ração do coagulante. Contudo, a busca de soluções,
ponsabilidades deixaram de estar relacionadas ex- economicamente viáveis e ambientalmente vantajo-
clusivamente à produção do produto final, no caso, sas, para o tratamento e disposição final de lodos de
água potável, e passou-se a dar uma maior atenção ETAs, continua sendo um grande desafio em todos os
aos resíduos gerados, dadas as atuais restrições le- países, principalmente no Brasil, onde esse assunto
gais do lançamento in natura dos lodos de ETAs em ainda está no seu início.
corpos d’água, embora esta ainda seja a alternativa Na realidade, essas alternativas de disposição
mais adotada em território nacional. ainda não são, efetivamente, muito empregadas no
Assim, vários estudos estão sendo realizados Brasil, onde a maior parte do lodo gerado é lança-
com o objetivo de propiciar tratamento e desti- da nos rios. E, conforme já comprovado essa prática
nação adequada a esse resíduo, de maneira a até acarreta impactos ambientais nos corpos receptores
mesmo reaproveitá-lo, portanto, transformá-lo de e a legislação em vigor a proíbe. Logo deve-se evitar
rejeito em recurso, sendo para isso, considerados tal prática e continuar investindo em estudos sobre
aspectos técnicos, econômicos, ambientais, legais, tratamento, disposição e impactos do lodo de ETAs
sociais e culturais. em corpos d’água a fim de se propiciar a uma gestão
Dada a grande variabilidade das características cada vez mais adequada desses resíduos e proteger o
do lodo e das situações nas quais ele pode ser ge- meio ambiente.

36 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


artigo técnico

A CONTRIBUIÇÃO DE NOVOS SISTEMAS DE


Alisson Gomes
de Moraes
Doutor e Mestre em
engenharia civil,
modalidade obras
INFORMÁTICA PARA OS ESTUDOS HIDROLÓGICOS
hidráulicas, pela
Por Alisson Gomes de Moraes e Vania Lucia Rodrigues
Escola Politécnica
da Universidade de
São Paulo (USP).
RESUMO Recentemente, com o uso de tecnologia di-
Graduado em
Engenharia Civil A determinação das características físicas das gital, o engenheiro dispõe de informações com
e em Tecnologia bacias hidrográficas pode ser feita através de mais facilidade que em anos passados. Cálculos
em Engenharia cartas topográficas publicadas na internet pelo hidrológicos são comumente baseados em infor-
Civil, modalidade
obras hidráulicas,
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- mações geográficas e séries históricas de obser-
pela Universidade tica. Muitas vezes torna-se necessário formar um vações pluviométricas e fluviométricas. O enten-
Estadual “Julio de mosaico de cartas para abranger a área da bacia dimento matemático dos processos hidrológicos
Mesquita Filho”
em questão. Sistemas computacionais como o tornou-se mais rápido e simples na era digital.
(UNESP). Atuou
como professor da GeoFTP, Sig IBGE, Google Eearth, Regionalização Por exemplo, o levantamento das características
Universidade Nove Hidrológica, ABC6, Atlas digital das águas de Mi- físicas das bacias hidrográficas, pode ser obtido
de Julho (UNINOVE) nas, Spring, e o Hidro Web são muito úteis para das cartas topográficas disponibilizadas gratui-
e atualmente é
engenheiro na Cia. de
estes trabalhos. Este artigo destaca o uso destes tamente na internet pelo IBGE- Instituto Brasi-
Saneamento Básico softwares para aplicação em um trabalho de en- leiro de Geografia e Estatística.
do Estado de São genharia e apresenta um exemplo. A definição em planta da área da bacia hi-
Paulo (SABESP).
drográfica é o primeiro passo dos estudos hidro-
Vania Lucia OBJETIVO lógicos. Cada seção de controle, mesmo dentro
Rodrigues Este trabalho apresenta um método para a reali- de uma mesma bacia hidrográfica, determina
Doutora e Mestre zação de estudos hidrológicos, baseado em ferra- uma bacia de esgotamento diferente. A bacia
em engenharia
civil, modalidade
mentas disponibilizadas na Internet, que reduz o de esgotamento obtida para uma determinada
engenharia tempo gasto na execução dos trabalhos. Não tem seção é única, ou seja, para cada estudo é ne-
hidráulica, pela como objetivo apresentar os métodos de cálculo, cessário executar novamente o procedimento de
Escola Politécnica
mas sim, as ferramentas computacionais dispo- definição de área. Dependendo do tamanho da
da Universidade de
São Paulo (USP). níveis para facilitar o trabalho dos projetistas. bacia de esgotamento, este procedimento pode
Graduada em envolver uma ou mais cartas ou topográficas em
Engenharia Civil
INTRODUÇÃO escala. Para a determinação dos limites de bacias
pela Faculdade de
Engenharia Civil Estudos hidrológicos são frequentes no cam- que ocupam mais de uma carta topográfica, é
de Itajubá. Atuou po de saneamento básico. Embora os temas necessário juntar as cartas - este procedimento
como professora na saneamento básico e recursos hídricos sejam é conhecido como mosaico ou “balão”. Além da
Universidade Federal
tratados, em termos institucionais, cada um dificuldade de se trabalhar com várias cartas ao
de Itajubá (UNIFEI).
Atualmente é por uma política pública própria, os recursos mesmo tempo, as medições de área e distância
engenheira na Cia. de hídricos constituem-se como uma envoltó- apresentam-se como barreiras a serem vencidas.
Saneamento Básico
ria dos processos de saneamento, visto que a As tecnologias descritas neste, combinadas,
do Estado de São
Paulo (SABESP). água captada, após percorrer um ciclo urbano tornam fácil e ágil o levantamento dos dados fí-
nos processos de abastecimento e de coleta sicos das bacias hidrográficas.
e tratamento de esgotos, retorna a nature-
za, muitas vezes no mesmo corpo hídrico. Em MÉTODO
consequência, qualquer estudo de engenharia Considere a solicitação para a realização do es-
sanitária que tenha correlação com um corpo tudo hidrológico para determinação de vazão
hídrico deve estar fundamentado em um estu- onde estejam disponíveis apenas os dados de
do hidrológico. localização da barragem e as coordenadas UTM

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 37


artigo técnico

do empreendimento. Com isto, os trabalhos a serem 5. Determinar os dados da bacia com a carta elaborada;
realizados devem obedecer a seguinte sequência: 6. Obter as áreas homogêneas da seção através de
1. Verificar a consistência das coordenadas apre- sobreposição de fotos;
sentadas; 7. Determinar a vazão mínima;
2. Determinar as cartas geográficas a serem utili- 8. Determinar a vazão máxima.
zadas;
3. Baixar as cartas geográficas do IBGE para o com- SISTEMAS DISPONÍVEIS
putador de trabalho; Os sistemas listados abaixo são alguns dos siste-
4. Criar um mosaico com as cartas utilizando um mas que se encontram disponíveis, contando com li-
sistema CAD ou SIG; cença total ou parcialmente livre.

Tabela 1: Programas utilizados na elaboração de estudos hidrológicos


Software Fonte Uso indicado Tipo Licença
GeoFTP IBGE - Obtenção de cartas topográficas On-line Livre
- SIG
Sig IBGE IBGE On-line Livre
- Determinação de cartas topográficas
- Localização de pontos Instalado / Uso
Google Eearth Google
- Obtenção de fotos de satélite On-line Licenciado
Regionalização - Determinação de vazões mínimas
DAEE On-line Livre
Hidrológica - Determinação volumes de regularização
- Cálculo de vazões máximas
ABC6 EPUSP Instalado Livre
- Estudos cota-vazão
Atlas digital das - Determinação vazões mínimas
UFV On-line Livre
águas de Minas - Determinação vazões centenárias
Spring INPE - SIG Instalado Livre
- Informações Hidrológicas
Hidro Web ANA Instalado Livre
- Cálculos Hidrológicos

EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO Geo-referenciamento. Comparam-se as coordena-


Com o objetivo de facilitar a compreensão do leitor, das obtidas com as fotos aéreas do empreendimento.
foi tomado como exemplo um estudo hidrológico Após a conferência das coordenadas, tem início
de vazões máxima e mínima, realizado para a ve- a busca dos cartas topográficas necessárias para a
rificação da segurança de um pequeno barramento determinação da bacia de escoamento para a seção
em Campo Limpo Paulista – SP. O estudo hidrológico de controle. A principal fonte constitui-se das cartas
buscou determinar a vazão máxima, com período de 1:50.000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
retorno de 100 anos, e a vazão mínima Q7,10 da ba- tística – IBGE.
cia hidrográfica. Para encontrar as cartas correspondentes, IBGE
A verificação das coordenadas é necessária, ten- (2013-1), disponibiliza o SIG IBGE através da inter-
do em vista que um erro grosseiro de posição pode net. Nesta ferramenta é possível determinar apro-
comprometer todo o estudo. Tais erros podem ocor- ximadamente quais são as cartas em que ser vai
rer, por isto as coordenadas preferencialmente devem trabalhar, no caso 1:50.000, e que cartas contêm a
ser conferidas em campo através de equipamento de bacia em estudo.
posicionamento global (GPS, Galileo, Glossnass). Os mapas podem ser baixados pela internet atra-
Na impossibilidade da conferência “in loco” vés do “link downloads” da página do IBGE (2013-
devem-se verificar as coordenadas em sistemas de 2). Os dados estão dispostos em página do tipo FTP,

38 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


artigo técnico

Figura 1. Mosaico do mapeamento 1:50.000. Fonte: IBGE (2013-1).

Figura 2. Página de Downloads do IBGE. Fonte: IBGE (2013-2).

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 39


artigo técnico

onde é possível encontrar um diretório relativo ao Com as seções homogêneas, área da bacia e
mapa procurado contendo todos seus arquivos de declividade equivalente do talvegue, a vazão cen-
camadas em formato CAD. tenária foi calculada pelo método I-PAI-WO, con-
Os arquivos de camadas são do formato DGN, for- forme critério apresentado por DAEE (2005). Para
mato este utilizado pelo software Workstation. Porém, apoiar a utilização deste método, também foi de-
tal fato não impede de serem utilizados em outros sof- terminada a chuva de projeto através de equação
twares CAD similares, como por exemplo o AutoCad. de chuvas intensas.
No estudo em questão foi utilizado como pro- Utilizando o método I-PAI-WO, juntamente com
grama CAD o AutoCad 2012. Os arquivos foram im- o hidrograma unitário do SCS, foram determinados
portados para este programa. os hidrogramas unitários para a seção de controle.
As camadas, em função de estarem geo-referen- Esta determinação utilizou como ferramenta o sof-
ciadas, se sobrepõem perfeitamente. Os mapas tam- tware MS-Excel 2010.
bém se encaixam perfeitamente, formando assim Para a determinação da vazão mínima, que
um “balão” ou “mosaico”, quando juntadas todas as no caso do Estado de São Paulo adota-se a vazão
cartas necessárias. No desenho já montado, deter- Q7,10, foi utilizado um sistema disponibilizado pelo
mina-se a seção de controle através das coordena- DAEE na internet. DAEE (2011) utiliza o método
das do ponto onde o empreendimento vai intervir da regionalização hidrológica como ferramenta
nos recursos hídricos. Este ponto deve cair aproxi- de cálculo.
madamente em cima do talvegue.
Com o ponto determinado foi traçado o limite da ATLAS DIGITAL DAS ÁGUAS DE MINAS
bacia de contribuição. De posse da área da delimita- O Atlas Digital das Águas de Minas é um sistema que
da, foi possível determinar: foi desenvolvido pela Universidade Federal de Viço-
■■ A área e o perímetro de bacia hidrográfica; sa - UFV, em Minas Gerais. Este Atlas disponibiliza
■■ O talvegue do curso de água principal e deter- dados hidrológicos espacializados por meio de um
minar também qual o seu maior comprimento; sistema SIG.
■■ A declividade do rio principal. Os dados distribuídos, ao contrário dos demais
sistemas, nos quais são disponibilizadas apenas in-
Segundo DAEE (2005), esta declividade não deve formações coletadas em campo, este sistema dis-
ser a efetiva da bacia, mas sim a equivalente. Este ponibiliza informações já tratadas. Tais dados vêm
recomenda fórmula harmônica (eq. 1) para a deter- facilitar o trabalho do usuário, tendo em vista que o
minação da declividade equivalente. sistema já fornece as informações hidrológicas ne-
cessárias o uso.
Segundo Euclides (2011) as informações são dis-
tribuídas em seções. Estas seções são equidistantes
90 m, totalizando 3.470.000 seções abrangidas pelo
Atlas. Além dos dados de posicionamento geográfi-
co, são atributos de cada ponto (seção) neste atlas
as vazões: Q7,10, Q95, e as vazões máximas de 10, 50
A determinação das áreas homogêneas é neces- e 100 anos de período de retorno.
sária para a obtenção do coeficiente de escoamento Os dados são tratados e armazenados em um
superficial coeficiente de “run off”. Para esta deter- servidor, segundo Euclides (2011). Com isto, não há
minação foram importadas para o desenho fotos de operação de cálculo quando usuário acessa uma de-
satélite geo-referenciadas. terminada seção, pois a informação já foi tratada
Os mapas foram sobrepostos sobre a foto, com com antecedência. Isto garante-se uma velocidade
isto foi possível traçar o limite dos núcleos, obtendo de acesso maior e redução na quantidade de trans-
assim cada valor de área homogênea. missão de dados.

40 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


artigo técnico

Figura 3. Desenho da bacia discriminando as áreas homogêneas

Figura 4. Hidrogramas unitários para a seção determinada

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artigo técnico

Figura 5. Consulta à uma seção qualquer da bacia do PCJ ao Atlas Digital das Águas de Minas. Fonte: UFV (2013).

CONCLUSÃO senvolvimento de sistemas que façam a integração


A maior dificuldade encontrada no trabalho foi o dos dados existentes numa plataforma única. Neste
tempo de download das cartas topográficas, associa- sentido, “Atlas Digital das Águas de Minas” está mais
da com a montagem de mosaico e a obtenção dos evoluído que as demais ferramentas citadas. O Atlas
dados da bacia em sistema CAD. Porém o cálculo hi- é uma ferramenta poderosa para o gerenciamento
drológico, principalmente no caso da vazão máxima, da bacia. Porém, ainda é limitado espacialmente,
o procedimento até se chegar aos valores foi am- permitindo o uso apenas para alguma determinada
plamente facilitado, dispensando o uso de grandes região, no caso, Minas Gerais.
mapas em papel, planímetro para medição de áreas e
curvímetro para medição dos comprimentos lineares. OPORTUNIDADES DE MELHORIAS
O método de trabalho empregado permite a Diante do exposto, são apontadas as seguintes ne-
aplicação dos métodos clássicos da hidrologia, de cessidades:
maneira ágil e com mais precisão. Além disso, o uso ■■ Integração dos sistemas existentes;
de sistemas digitais como os citados neste artigo ■■ Utilização mais efetiva dos sistemas “on-line” via
traz economia de tempo, de recursos e praticidade internet;
aos estudos hidrológicos. ■■ Automatização dos algoritmos para a determi-
Desta maneira, o atendimento à solicitações de nação dos dados hidrológicos mais utilizados;
estudos hidrológicos de pequeno porte, como aque- ■■ Integração de diversas fontes de dados sobre
les necessários para apoiar o licenciamento ambien- uma plataforma única;
tal, obtenção de outorga de direito de uso de recur- ■■ Utilização de sistemas GIS como interface para
sos hídricos, cálculos de pequenas interferências nos espacialização dos dados hidrológicos;
recursos hídricos para barramentos ou drenagem ■■ Desenvolvimento dos sistemas mais modernos,
podem ser prontamente atendidas. que permitam acesso mais simplificado às infor-
Apesar disto, faz-se necessário continuar o de- mações hidrológicas.

42 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Matéria Sabesp

A diretora-presidente da Sabesp,
Dilma Pena, e o deputado Samuel
Moreira, presidente da ALESP.

Sabesp comemora 40 anos de atuação


Em sessão solene, realizada em 16 de dezembro, no guidas pelo pronunciamento do deputado Samuel
Plenário “Presidente Juscelino Kubitschek de Olivei- Moreira, ex-sabespiano e presidente da ALESP, além
ra” da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo da execução do hino nacional, pelo Coral da Asso-
(ALESP), autoridades, ex-diretores, funcionários da ciação Sabesp, que ainda entoou mais três canções,
companhia e a diretora-presidente da Sabesp, Dilma obtendo longos aplausos da platéia que se emocio-
Pena, reuniram-se para prestar homenagem a uma nou com a apresentação.
história de conquistas, que tornaram São Paulo exem- Na sequência, foi feita a transmissão de um ví-
plo no saneamento nacional. O evento ainda contou deo institucional da Sabesp, para o qual a diretora-
com a presença do secretário estadual de Saneamen- -presidente Dilma Pena ressaltou que os grandes
to e Recursos Hídricos, Edson Giriboni, que nesse ato números exibidos na tela tinham um significado
representou o governador Geraldo Alckmin. especial: “Na Sabesp, grandes números represen-
A abertura do evento contou com honras mili- tam vidas transformadas pelo acesso à água de
tares da banda da Polícia Militar de São Paulo, se- qualidade, rios limpos e um ambiente cada vez

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 43


matéria sabesp

mais saudável, principalmente para nossas crianças “A Sabesp é um orgulho para São Paulo, con-
de hoje e futuras gerações”. seguiu atingir patamares invejáveis nesses anos da
Entre os destaques da cerimônia, quinze funcio- sua existência”, destacou Edson Giriboni, que ain-
nários com mais de 40 anos de serviços prestados à da concluiu: “esses 40 anos refletem competência,
Sabesp foram contemplados com medalhas de agra- honestidade e dignidade.” O deputado encerrou seu
decimento: discurso convidando todos a participar do coquetel
■■ Iaci Coelho – 45 anos de confraternização realizado no Hall Monumental,
■■ Gilmar Felippe de Oliveira – 42 anos onde também estava disponível a exposição dos 40
■■ Marcos Antonio dos Santos – 42 anos anos da empresa.
■■ Calixto Simões de Freitas – 41 anos
■■ Jair Mendes Rodrigues – 41 anos
■■ Pérsio Faulim de Menezes – 41 anos
■■ Walter Sigollo – 40 anos
■■ João Mitsunori Tuboni – 40 anos
■■ Maria Aparecida Fatima Gazza – 40 anos
■■ Edgard Nardini de Lima – 40 anos
■■ Pedro Hiroshi Suemasu – 40 anos
■■ Luiz Carlos Floriano – 40 anos
■■ João Batista Meinberg Porto – 40 anos
■■ Ailson Pedro de Melo – 40 anos
■■ Jose Natanael Dias Chaves – 40 anos

44 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Dia do Engenheiro

AESabesp celebra o Dia do Engenheiro e


homenageia os Profissionais do Ano
Com o Instituto de Engenharia de São Paulo, com- Luiz de Melo Pereira; a presidente da APU, Francisa
pletamente lotado, a AESabesp antecipou, em 10 de Adalgiza da Silva e demais representatividades.
dezembro, uma celebração alusiva ao “Dia do Enge- A cerimônia foi aberta com a execução do
nheiro”, cuja data oficial é 11 de dezembro. Nessa Hino Nacional, seguida por um vídeo com efeitos
Cerimônia também foi feita a entrega do Troféu AE- especiais, evidenciando realizações da Sabesp e
Sabesp aos profissionais que se destacaram em 2013: da AESabesp, que estimulou a interatividade com
os associados e engenheiros da Sabesp Luiz Paulo de o público presente. Após a exibição, o presidente
Almeida Neto (diretor de Sistemas Regionais) e Paulo da AESabesp gestão 2013-2015, Reynaldo Eduardo
Massato Yoshimoto (diretor Metropolitano). Young Ribeiro, enalteceu a importância do Dia do
Organizado pela diretoria social da AESabesp, Engenheiro, bem como dos profissionais que dedi-
conduzida pela eng. Viviana Aquino Borges, o cam a sua vida ao setor de saneamento, além de
evento contou com presença dos profissionais da exemplificar ações fundamentais do setor para o
Sabesp, com a presença praticamente unânime desenvolvimento nacional, destacar o perfil dos ho-
dos seus superintendentes. Também levaram o seu menageados da noite e fundamentar que “a maior
prestígio a essa homenagem o secretário estadual riqueza da AESabesp é o seu patrimônio humano”.
de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de Após a entrega dos troféus aos destaques de 2013,
São Paulo, Edson Giriboni, nesse ato representando o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori, felicitou
o governador Geraldo Alckmin; a diretora presiden- os homenageados, as autoridades e o público presen-
te da Sabesp, Dilma Seli Pena; o diretor de Tecnolo- te, discorreu sobre a universalização do saneamento,
gia e Meio Ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares destacou a personalidade de ambos, que sempre colo-
Papa; o presidente do CREA-SP, Francisco Kurimori; caram seus ideais acima de tudo, e que a Sabesp é uma
o ouvidor do CREA-SP, Ivo Nicolielo Antunes Ju- grande família, feita de princípios e companheirismo.
nior; o presidente da ABES nacional, Dante Ragazzi Convidada a prestigiar a cerimônia com o seu
Pauli; o presidente da ABES-SP, Alceu Guérios Bit- pronunciamento, a diretora presidente da Sabesp,
tencourt; o presidente da APECS, Luiz Roberto Gra- Dilma Pena, cumprimentou a AESabesp pela ceri-
vina Pladeval; o vice-presidente do Sindicato dos mônia e elogiou a iniciativa e toda a condução da
Engenheiros do Est. de São Paulo, João Carlos Gon- mesma, saudou os presentes e também elogiou a
çalves Bibbo; o presidente da Associação Sabesp, trajetória e a dedicação profissional dos diretores
Pérsio Faulim de Menezes; o presidente da Associa- homenageados, na atual gestão de ponta que a Sa-
ção dos Aposentados e Pensionistas da Sabesp, José besp se propõe a prestar para seus clientes.

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 45


Dia do Engenheiro

Encerrando os pronunciamentos, o deputado e


secretário da SSRH, Edson Giriboni, avaliou o evento
como prova da competência e da união de São Paulo,
em torno do setor de saneamento, concluindo que
a Sabesp é um dos maiores orgulhos do Estado. Na
sequência, todos foram convidados a participarem
de um coquetel oferecido pela AESabesp no salão de
festas do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Polo AESabesp de Franca e RG Após a leitura do currículo de Paulo Massato Yoshimoto,


homenagearam seus profissionais conduzida pela diretora social e vice-presidente da AESa-
besp, eng. Vivina Aquino Borges, o homenageado foi con-
Em 16 de dezembro, foi realizada, no Auditório da
vidado a subir ao palco para receber o Troféu AESabesp,
Estação de Tratamento de Esgotos de Franca, a 9ª
entregue pelo secretário Edson Giriboni e um certificado
edição da solenidade de entrega do “Troféu Eng. Ar-
de Destaque Profissional 2013, entregue pelo diretor téc-
mando Fonzari Pêra” aos engenheiros José Chozem nico da AESabesp, Olavo Prates Sachs. Em seu discurso de
Kochi (Gerente do Setor de Produção e na Sabesp há agradecimento, ele evidenciou a importância do apoio da
33 anos) e Genesci Vieira (Gestor de Empreendimen- sua família em sua trajetória profissional, citou parceiros
tos e na Sabesp há 31 anos). que estiveram ao seu lado em momentos importantes de
O troféu é batizado com o nome do Eng. Armando sua vida na Sabesp e a emoção de ser reconhecido dentro
Fonzari Pêra (falecido em 2007), por ele ter sido um dos da esfera do saneamento para a qual se dedicou em tempo
mais respeitados profissionais da área de saneamento integral e inteiramente. E emoção ainda ficou maior com a
ambiental e ser reconhecido como o responsável pela apresentação de um vídeo musical de sua vida, elaborado
por seus amigos, com a ajuda de seus familiares.
interiorização da Sabesp no Estado de São Paulo.
Os convidados foram recebidos pela coordena-
dora do Polo da AESabesp na RG, Eng. Mizuê Terada,
e pelo presidente da AESabesp, Reynaldo Eduardo
Young Ribeiro, o qual, naquele momento, proferiu o
discurso alusivo ao Dia do Engenheiro. A representa-
ção da entidade ainda foi reforçada com a presença
do seu diretor de Polos, Antonio Carlos Gianotti, dos
seus conselheiros Gilberto Margarido e Helieder Rosa
Zanelli, além dos engenheiros João Comparini e José
Everaldo Vanzo, que também já presidiram a entidade
. Também foram destacadas as presenças dos enge-
Em seguida, após a leitura do currículo de Luiz Paulo de
nheiros Rui Engrácia Garcia Caluz, José Marcio Carioca
Almeida Neto, conduzida pela ex-presidente da AESabesp,
e Nathanael Silva Junior, que fizeram uso da palavra
eng. Eliana Kitahara, o homenageado também foi chamado
para homenagear os escolhidos. ao palco para receber o seu troféu das mãos presidente do
Durante seu pronunciamento, Mizue Terada refle- CREA-SP, Francisco Kurimori e um certificado de Destaque
tiu que “a missão do engenheiro é contínua, ininter- Profissional 2013, entregue pelo ex-presidente da AESa-
rupta e eterna. Assim, o bem estar das futuras gera- besp, João Baptista Comparini. Da mesma forma, Almeida
ções estará intrinsecamente vinculada à sensibilidade, Neto fez um pronunciamento com muita emoção, no qual
percepção, empenho e comprometimento dos profis- destacou o esforço de seus pais lavradores do interior de
sionais Eng. Kochi e Eng. Genesci na universalização São Paulo, o apoio da sua família e os valores aprendidos
do saneamento no Estado de São Paulo”. Na sequencia, com vários companheiros da Sabesp, sempre com dedica-
ela ainda reforçou o papel da AESabesp em reconhe- ção e respeito ao trabalho voltado à qual idade de vida
da sociedade, pelo exercício do saneamento. Também foi
cer, valorizar e incentivar talentos.
apresentado um vídeo musical de sua vida, elaborado por
seus amigos, com a ajuda de seus familiares.

46 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Dia do Engenheiro

Panorama geral do coquetel


oferecido pela AESabesp no
salão de festas do Instituto de
Engenharia de São Paulo, onde
se reuniu vários expoentes do
setor, na maioria funcionários da
Sabesp, tanto da Metropolitana
quanto das Regionais. O presidente Reynaldo Young e a
diretora social e vice-presidente,
Viviana Borges, receberam os
convidados. Na foto, estão com o
presidente da Associação Sabesp,
Pérsio Faulim de Menezes e o
presidente da APECS, Luiz Pladeval.

A diretora presidente da Sabesp, Dilma


Pena, cumprimentou a AESabesp pela
iniciativa da valorização do corpo técnico
da Empresa, em prestar esta homenagem ao
Dia dos Engenheiros e também à dedicação
profissional dos diretores homenageados.

O homenageado, Luiz Paulo de Almeida Neto, ladeado por alguns


de seus amigos que fizeram parte de sua longa trajetória dentro das
Unidades de Sistemas Regionais da Sabesp. Profissionais de todo o
interior compareceram à cerimônia.
O homenageado, Paulo Massato Yoshimoto, junto ao
presidente da AESabesp, Reynaldo Young Ribeiro, ao diretor
técnico Olavo Prates Sachs e às diretoras Maria Aparecida
de Paula (socioambiental), Sonia Nogueira e Silva (cultural)
e Viviana Borges (social e vice-presidência).

Representatividades da engenharia com Reynaldo Young: Luiz


Pladeval (presidente da APECS), Alceu Guérios Bittencourt
(presidente da ABES-SP), Francisco Kurimori (presidente do
CREA-SP) e Dalton Thadeu de Mello - Engenheiro do RET.

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 47


Vivências

Torrezan: um gênio vindo do


interior passou por São Paulo
Em 10 de dezembro, foi realizada, no Instituto de
Engenharia de São Paulo, a celebração da AESa-
besp alusiva ao Dia do Engenheiro, oficializado
em 11 de dezembro, juntamente com a Cerimô-
nia de Homenagem aos Destaques Profissionais
do Ano, na qual foi feita a entrega do Troféu
AESabesp aos profissionais que se destacaram
em 2013: os associados e engenheiros da Sabesp
Luiz Paulo de Almeida Neto (diretor de Sistemas
Regionais) e Paulo Massato Yoshimoto (diretor
Metropolitano). Foi um evento que lotou o Insti-
tuto de Engenharia do Estado de São Paulo.
Na ocasião, tanto os homenageados, como
os convidados, como o presidente do CREA-SP, Em visita à Sabesp, José Carlos Torrezan com o diretor de
Francisco Kurimori, citaram que ali estava um Sistemas Regionais, Luiz Paulo de Almeida Neto.
profissional da engenharia que fez a diferença
dentro da Sabesp, cuja inteligência e despren- Quando a reportagem deparou com uma
dimento em passar seus conhecimentos foram pessoa tão modesta, de modos gentis e sota-
fundamentais para realização de várias obras que do interior, a preocupação de se entrevistar
essenciais para a comunidade. O seu nome: José um gênio ficou um pouco mais branda. À me-
Carlos Torrezan. E o adjetivo mais usado para dida em que Torrezan foi expondo fatos, tanto
identificá-lo: um gênio! da sua vida, como de sistemas complexos do
No dia seguinte, o presidente da AESabesp, setor, com uma explicação tão simples e clara,
Reynaldo Young Ribeiro, incumbiu a Revista Sane- deixando o clima parecido com um sofá de sala
as de fazer uma entrevista com “o gênio” tão fala- recebendo um amigo para um café, não restou
do na véspera, uma vez que ele estaria na Capital, a menor dúvida: tratava-se de um autêntico gê-
em visita à Diretoria de Sistemas Regionais da nio, mesmo. Não seria de espantar, se tivesse
Sabesp, antes de ir para o interior de São Paulo. saído de uma garrafa...

Saneas: Ontem o senhor foi muito citado, inclusive e preferi trabalhar na roça, com plantação de feijão,
por mexer nas ondas de rádio de Aramina, fazen- mas quem conhece esse tipo de lavoura sabe que
do o povo acreditar que lá existia um fantasma, ela precisa de água e na época não choveu e nada
há mais de 50 anos, quando ninguém entendia do nasceu... Costumo dizer que já fui até homenageado
assunto. Como era a sua vida, nessa época? pela AESabesp, em 1996, como engenheiro do ano,
Torrezan: Eu morava num sítio e era encantado por por causa de um feijão que não nasceu.
mexer em aparelhos eletrônicos, tanto que falava
que queria fazer engenharia, mas só se fosse ele- Saneas: Daí o senhor decidiu fazer engenharia civil
trônica. Então, meu pai, que era lavrador, disse que em Uberaba?
não tinha condição de me mandar para cidades dis- Torrezan: É, fui tentar se eu dava jeito pra outra coi-
tantes e que se eu quisesse fazer engenharia, tinha sa. Isso foi em 1963. Lembro que o médico de Ube-
que ser civil, em Uberaba, que era perto. Não topei raba, quando tive de fazer um exame, olhou bem pra

48 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


Vivências

mim e falou que eu tinha pinta de roceiro e levava das, desenvolver uma consciência na companhia na
mais jeito para tratorista do que para engenheiro. relação custo/tarifa, enfim foi uma experiência mara-
Mas fui insistente e consegui me formar em 68. vilhosa, um período muito gratificante na minha vida.

Saneas: Quando o senhor começou a trabalhar na Saneas: Então por que o senhor saiu da empresa?
Sabesp e como o setor de saneamento foi acolhido Recebeu uma oferta melhor?
em sua vida? Torrezan: Que nada, saí da Sabesp em 1984, triste,
Torrezan: Em 1970, ano da Copa, e logo fiquei en- desempregado e com seis filhos pra criar. Foi uma
cantado com o saneamento, da mesma forma que época dura, mas o que me deixa feliz é que até hoje
era com a eletrônica, quando moleque. Procurei es- não fui esquecido.
tudar, fiz pós USP em 1971, e me dedicar ao que o
saneamento tem de mais rico: melhorar a qualidade Saneas: Mas, embora realizado na empresa, a opção
de vida das pessoas, principalmente nas comunida- de sair foi sua. Qual foi o motivo?
des que mais necessitam de condições básicas para Torrezan: Ah, tiveram uns acidentes de percurso...
uma vida digna. (...desconversou, mas mediante a persistência da re-
portagem, desabafou...). Quer saber mesmo? Foi por
Saneas: Sua trajetória na empresa foi satisfatória? causa de ciúme (e ciúme de homem... rs). Quando a
Torrezan: Muito! Eu adorava a Sabesp e trabalhava criança é linda e começa a fazer sucesso, todo mun-
com entusiasmo. Em 3 anos consegui, na Superinten- do quer ser o pai, não é? Eu nunca escondi os dados
dência de Obras Especiais, implantar um modelo pa- das coisas que fiz, mas também não dei falsa autoria
drão de ETA. Mais à frente, em 82, conseguimos criar para quem não participava dos projetos e isso inco-
modelos de indicadores de desempenho, ferramentas modou algumas pessoas, que começaram a inventar
de gestão, projetos padrões para cidades, de acordo fatos e comportamentos que nunca tive. Mas você
com o seu tamanho, um sistema de redução de per- não vai escrever isso, né? (Desculpe, gênio, mas é

Implantação em Ferreira das Almas – C. Bonito.

novembro / dezembro / janeiro | 2014 Saneas 49


Vivências

muito difícil para qualquer jornalista cumprir este


tipo de promessa...).

Saneas: E como foi a sua vida a partir de então?


Torrezan: Continuei a atuar naquilo que acreditava e
comecei a desenvolver tecnologias para os excluídos. A
partir de 2004, eu e meu filho Junior pesquisamos, de-
senvolvemos e patenteamos uma miniplanta modular
para tratamento de água doce, a qual tínhamos certeza
que atenderia os desafios de abastecimento, com uma
logística eficaz, não uso de energia elétrica (sómente
hidráulica), muito indicada para o saneamento rural, Iporanga 3 – Juquiá - Sabesp
que acabou sendo aproveitada pela própria Sabesp.
pressurizada, de concepção inovadora na estrutura
Saneas: O senhor chegou a trabalhar fora do Brasil? e de tecnologias de alto desempenho nos processos
Torrezan: Sim, estive em alguns países, dentre os quais operacionais. Vale destacar ainda que as tecnologias
o Equador, local onde o meu trabalho, voltado aos da ETA Modular DSL TRATO são empregadas em câ-
sistemas de potabilização de água, foi bastante re- maras fechadas não pressurizadas, isto é, abertas para
conhecido, gerando matérias em jornal, homenagem a atmosfera através de câmaras de carga. Portanto,
de órgãos públicos. Me senti até meio famoso por lá. nada tem a ver com as chamadas “ETAs Compactas
Pressurizadas”, que tantos dissabores deram e ainda
Saneas: Naturalmente, o seu projeto teve uma boa dão aos profissionais sérios voltados à potabilização
expansão e o senhor virou então um empresário da água de abastecimento às pequenas comunidades,
bem-sucedido? em harmonização com o meio ambiente.
Torrezan: Fui bem sucedido em termos ideológicos,
mas todo o dinheiro que ganhei, investi em pesquisa Saneas: Como o senhor se autodefine hoje?
e desenvolvimento tecnológico para este projeto da Torrezan: Como um técnico, com uma visão adminis-
miniplanta modular. Ainda tenho que trabalhar para trativa e com uma experiência e conhecimentos no se-
viver e para comprar remédio. tor, que coloco totalmente a serviço da inclusão social.

Saneas: Como está estruturada a sua vida pessoal, Saneas: Com essa bagagem toda, como o senhor
hoje? vislumbra a universalização do saneamento?
Torrezan: Os meus filhos cresceram e moram em Torrezan: Como um objetivo real e possível, desde
grandes cidades e eu voltei a morar no sítio, em que haja vontade política.
Aramina-SP, com a minha mãe, que já está velhinha
e precisa ter alguém por perto. Saneas: Uma última curiosidade: por que sua mi-
niplanta modular se chama DSL Trato?
Saneas: E a sua vida profissional? Torrezan: Esta sigla “DSL” quer dizer “Deus Seja
Torrezan: Esta anda a mil por hora (no dia da entrevis- Louvado”, pois agradeço a cada dia as oportuni-
ta o próprio diretor de Sistemas Regionais da Sabesp, dades e os instrumentos que Deus colocou em mi-
Luiz Paulo de Almeida Neto confirmou o interesse nhas mãos.
da Sabesp em seus projetos). Nesse sítio onde moro,
também montei a base do meu Projeto, que é uma
Estação de Tratamento de Água Modular, denomina- Nota da redação: quem quiser conhecer o trabalho
da DSL TRATO. Trata-se de uma miniplanta de unida- da DSL Trato, consulte o site:
de de potabilização em ciclo completo, fechada, não www.tratoaguas.com.br

50 Saneas novembro / dezembro / janeiro | 2014


FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA O MEIO AMBIENTE

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Novos comportamentos. 22 a 25 de abril de 2014


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