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EXPEDIENTE EDITORIAL
Associação dos Engenheiros da Sabesp
Rua Treze de Maio, 1642, casa 1
Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3284 6420 - 3263 0484
Fax: (11) 3141 9041
aesabesp@aesabesp.org.br
Prezados associados, amigos e parceiros,
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S
Órgão Informativo da Associação dos
Engenheiros da Sabesp ob o tema central, “Recuperação de Córrego e Matas Ciliares” essa edi-
Tiragem: 6.000 exemplares
ção da Revista Saneas destaca a necessidade de preservação ambiental,
Diretoria Executiva como ferramenta para universalização do saneamento, por meio de des-
Presidente: Olavo Alberto Prates Sachs
Diretor Administrativo: Nizar Qbar
Diretor Financeiro: Evandro Nunes Oliveira
poluição de rios e reflorestamento de suas margens e de barragens.
Diretora Socioambiental: Márcia de Araújo Barbosa Nunes
Diretor de Comunicação e Marketing: Paulo Ivan Morelli
Franceschi
E dentro desse horizonte, quantos especialistas técnicos da Sabesp conseguimos
Diretoria Adjunta
Cultural: Maria Aparecida Silva de Paula Santos
reunir nessas páginas! Além desses conceituados profissionais nos trazerem um
Esportes e Lazer: Fernandes Hayashi da Silva
Pólos Regionais: Antônio Carlos Gianotti
conhecimento amplo e necessário, também nos foi contada uma novidade muito
Social: Viviana Marli Nogueira de Aquino Borges
Técnica: Gilberto Alves Martins
bem-vinda neste início de 2017: a retomada da intensificação do “Programa Córre-
Conselho Deliberativo go Limpo”, como uma das prioridades da nova Prefeitura Municipal de São Paulo,
Presidente: Ivan Norberto Borghi
Membros: Abiatar Castro de Oliveira, Agostinho de Jesus como medida estrutural de combate às enchentes.
Gonçalves Geraldes, Benemar Movikawa Tarifa, Choji
Ohara, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido
Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Iara Regina Soares Chao,
Ivo Nicolielo Antunes Junior, Luis Américo Magri, Mariza Com base nos conceitos de cidadania, educação e sustentabilidade, também apre-
Guimarães Prota, Nélson César Menetti, Richard Welch,
Rodrigo Pereira de Mendonça, Rogélio Costa Chrispim, sentamos dois “cases” de sucesso, tanto em Franca, interior de São Paulo e cidade
Sônia Regina Rodrigues
modelo como o melhor saneamento do País, quanto na região metropolitana leste,
Conselho Fiscal
Aurelindo Rosa dos Santos, João Augusto Poeta e Yazid Naked que semeiam nobres valores de preservação ambiental, na população e especial-
Coordenadores mente nos jovens escolares.
Conselho Editorial e Fundo Editorial: Luciomar Santos Werneck
Pólos da RMSP: Antonio Carlos Gianotti
Assuntos Institucionais: Fátima Valéria de Carvalho
Contratos Terceirizados: Walter Antonio Orsatti Além dos artigos técnicos inerentes ao tema da Revista, nesta edição ainda traze-
Comissão Organizadora do 27º Encontro Técnico mos o artigo da equipe da Unidade de Negócio de Produção de Água da Metro-
AESabesp - Fenasan 2016
Presidente da Comissão: Walter Antonio Orsatti politana da Sabesp (MA), representada pela engenheira Viviana Marli N. A. Borges
Coordenador do Encontro Técnico AESabesp: Maria
Aparecida Silva de Paula (nossa diretoria social), que esteve entre os três finalistas da disputada categoria
Coordenador da Fenasan: Gilberto Alves Martins
Membros: Alzira Amâncio Garcia, Antonio Carlos Roda “Inovação em Redes de Água, Esgoto e Drenagem”, na premiação”Be Inspired
Menezes, Eduardo Bronzatti Morelli, Gilberto Margarido
Bonifácio, Iara Regina Soares Chao, Luciano Carlos Lopes, Awards”, em Londres, prospectando o trabalho da Sabesp no cenário internacional
Marisa de Oliveira Guimarães, Mariza Guimarães Prota,
Nélson César Menetti, Nilton Gomes de Moraes, Nizar Qbar do setor.
Olavo Alberto Prates Sachs, Patricia Barbosa Taliberti, Paulo
Ivan Morelli Franceschi, Rodrigo Pereira de Mendonça,
Rosângela Cássia Martins de Carvalho, Sergio Luiz Caveagna
Sônia Maria Nogueira e Silva E nas páginas finais da edição, na sessão Vivências, está a nossa homenagem ao
Equipe de apoio: Maria Flávia da Silva Baroni, Maria Lúcia
da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo amigo e conceituado profissional, Osvaldo Niida, que embora seja reconhecido
Cordeiro, Vanessa Hasson
como um notável engenheiro também fotografa com extrema sensibilidade.
Polos AESabesp da Região Metropolitana - RMSP
Coordenador dos Polos: Rodrigo Pereira de Mendonça
Polo AESabesp Costa Carvalho e Centro: Ednaldo Sandim
Polo AESabesp Leste: Sílvio Caraça E como não poderia deixar de ser, temos as páginas dedicadas ao maior aconteci-
Polo AESabesp Norte: Eduardo Bronzatti Morelli
Polo AESabesp Oeste: Claudia Caroline Buffa mento do setor em 2017: o Congresso ABES/ Fenasan, a ser realizado entre os dias
Polo AESabesp Ponte Pequena: Samuel Francisco de Souza
Polo AESabesp Sul: Antonio Ramos Batagliotti 2 e 6 de outubro de 2017, no “São Paulo Expo”, em São Paulo - SP, sob o tema
Polos AESabesp Regionais “Saneamento Ambiental: Desenvolvimento e Qualidade de Vida na Retomada do
Diretor de Polos: Antonio Carlos Gianotti
Polo AESabesp Baixada Santista: Zenivaldo Ascenção dos Santos Crescimento”. Veja o número de expressivo de trabalhos inscritos no Congresso
Polo AESabesp Botucatu: Leandro Cesar Bizelli
Polo AESabesp Caraguatatuba: Felipe Noboru Matsuda Kondo e de expositores que reservaram seus espaços na
Polo AESabesp Franca: José Chozem Kochi
Polo AESabesp Itatiba: Carlos Alberto Miranda Silva Feira e faça parte desse evento histórico!
Polo AESabesp Itapetininga: Jorge Luis Rabelo
Polo AESabesp Lins: João Luiz de Andrade Areias
Polo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José Peixoto
Polo AESabesp Vale do Paraíba: Sérgio Domingos Ferreira Um grande abraço a todos!
Polo AESabesp Vale do Ribeira: Jiro Hiroi
05
Matéria
Tema
A importância da
recuperação de
córregos e matas
ciliares
15 Entrevista
O superintendente da
Dir. Metropolitana da
Sabesp, Marcelo Xavier
Veiga, discorre sobre
as ações do Programa
de Recuperação dos
Córregos da RMSP.
18 Ponto de vista
21 35
Ações de Visão de futuro Congresso ABES /
reflorestamento como
prática para a proteção Ações da ONG “Amigos do Fenasan 2017
Rio Canoas“ Rumo ao maior encontro
e conservação dos
de saneamento ambiental
Recursos Hídricos
25 Artigo Técnico
Gestão do Programa
Córrego Limpo por meio de 47 Acontece
no setor
zeladoria instrumentada
50
utilizando-se de equipamento
Vivências
multiparamétrico nas
medições dos corpos d’água A arte e a técnica de
Osvaldo Niida
28 Projeção Internacional
Sabesp esteve entre as
finalistas do “Be Inspired
Awards”
A IMPORTÂNCIA
DA RECUPERAÇÃO
DE CÓRREGOS E
MATAS CILIARES
V
amos imaginar que um córrego seja os sequilíbrio dessa proteção natural, são necessários
nossos olhos, logo as matas ciliares se- processos que retomem o ecossistema aquático, sem
riam os nossos cílios, cuja função é a de causar danos à saúde e ao meio ambiente.
proteger o seu entorno. Transferindo esta Em nossa edição da Saneas, se encontra uma abor-
analogia para a natureza, concluímos que a mata ciliar dagem peculiar voltada para a diversidade de rios e
é essencial para a proteção das nascentes de água. riachos de São Paulo, que correm em locais em que
Porém, efeitos típicos da urbanização suscitam a o leitor nem imaginaria estar navegando, bem como
alteração das margens e da vegetação ribeirinha, o que está sendo feito para a preservação e manu-
com o aumento nas taxas de erosão e consequente tenção desses ecossistemas aquáticos. Aventure-se
aumento no assoreamento. Quando ocorre um de- nesta viagem!
“Banhamo-nos e não nos banhamos no receber o esgoto doméstico e industrial no trecho da cidade, dei-
mesmo rio”. xando suas águas poluídas e contaminadas. E as curvas sinuosas
A sentença é do filósofo grego Heráclito de Éfeso (535 a 475 AC) que compunham a várzea do rio foram retificadas, transformando
e traz uma reflexão sobre o presente e o passado, utilizando a a paisagem e trazendo diversas consequências danosas ao meio
água como uma metáfora. Mas a frase tem, também, um sentido ambiente e à própria população, sobretudo à parcela que cons-
literal e que pode ser transposto para os dias de hoje no que diz truiu suas habitações próximas ao antigo leito do velho Tietê.
respeito aos cursos da água de São Paulo. A partir da década de 1990, após forte mobilização popular, o
Quem, por menos intimidade que tenha com a História do Bra- governo do estado de São Paulo deu início ao projeto de recupe-
sil, não saberia descrever a importância do rio Tietê para a coloni- ração do Tietê. Este projeto, ainda em execução, tem apresentado
zação de nosso país? O Tietê serviu de rota para os bandeirantes, bons resultados. A poluição das águas do rio já apresenta diminui-
no século XVIII. Estes aventureiros ampliaram o território brasileiro ção, pois boa parte do esgoto tem recebido tratamento. Espera-se
e usaram o rio para chegar ao interior do estado de São Paulo, que, nos próximos anos, o rio recupere as boas condições de suas
chegando até a região de Mato Grosso. Durante o percurso, os águas como nas décadas passadas.
bandeirantes fundaram diversas cidades. Mas, contrariando o ditado, nem todo rio corre para o mar. O
Nas épocas seguintes, foi muito utilizado para a navegação e Tietê, por exemplo, nasce a 840 metros de altitude, na cidade de
até mesmo para a prática de esportes náuticos, principalmente, Salesópolis, situada na região da Serra do Mar. Atravessa o estado
na região metropolitana de São Paulo. Foi a partir da década de de São Paulo, na direção de leste a oeste, e deságua no rio Paraná,
1950 que este quadro mudou. Com o crescimento populacional no município de Itapura (divisa entre São Paulo e Mato Grosso do
e industrial desordenado da cidade de São Paulo, o rio passou a Sul). Em seu curso, recebe as águas de diversos córregos.
Rio Tietê
Saem os barcos e
entram os carros
Na década de 1940 o processo de sepulta-
mento dos rios tomou um ritmo frenético
o que perdurou por todo o século XX. A
atuação do engenheiro Prestes Maia, pre-
feito nomeado da cidade de 1938 a 1945,
durante a ditadura do Estado Novo, foi
decisiva e deu um grande impulso para a
aceleração do processo.
O “Plano de Avenidas”, um estudo para
nortear o crescimento da cidade foi pu-
blicado em 1930 por Maia e influenciou
a administração municipal mesmo depois
da gestão do engenheiro.
Por baixo da Avenida Pacaembu, flui o córrego do mesmo nome, afluente O auge das canalizações e transforma-
do Tietê. As nascentes ficam nos morros localizados no entorno do estádio
do Pacaembu, inaugurado em 1940 na região central. ção de fundos de vale em avenidas ocor-
A Avenida Eliseu de Almeida, na zona oeste, encobre o rio Pirajussara. Uma das mais movimentadas da cidade, a Avenida dos Bandeirantes, na
Ele nasce no município de Embu das Artes, passa pelo vizinho Taboão da zona sul, passa por cima do córrego da Traição, afluente do rio Pinheiros.
Serra e, já em São Paulo, deságua no Rio Pinheiros. A avenida integra o complexo viário que liga às zonas sul e leste.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – atividades que depositam poluentes de forma esparsa sobre a
Sabesp, em parceria com a prefeitura de São Paulo, iniciou em área de contribuição da bacia hidrográfica e é formada por re-
maio de 2007 um audacioso projeto de despoluição dos córre- síduos de origem bastante diversificada, como os provenientes
gos da cidade. Batizado de Córrego Limpo, o programa reali- do desgaste do asfalto, do lixo acumulado nas ruas e calça-
zou intervenções nos principais córregos do município a fim de das, das decomposições orgânicas, das sobras de materiais das
recuperá-los. atividades de construção, dos restos de combustível, óleos e
De acordo com dados computados no final de 2016, foram graxas deixados por veículos, dos poluentes do ar, entre outras
despoluídos 149 córregos, um feito homérico se considerarmos demandas.
as proporções dessa cidade que conta com 11,9 milhões de ha- Em uma metrópole que em 463 anos desenvolveu-se de forma
bitantes (IBGE, 2014), uma vez que é a sétima cidade mais popu- rápida, porém irregular, não é difícil imaginar a complexidade do
losa do planeta e a oitava maior aglomeração urbana do mundo. Programa de recuperação desses cursos d’água. Basicamente a
A mesma população que produz, também consome e descar- ação se dá em duas frentes: a adequação e complementação das
ta. Quando esses resíduos não têm uma destinação correta ou redes de esgotamento sanitário, trabalho realizado pela Sabesp
são deliberadamente jogados na rua ou, ainda, arremessados e a limpeza dos leitos e das margens dos córregos, que compre-
diretamente nos regatos, produzem uma ação nefasta, a cha- ende o corte de mato, poda de vegetação e retirada de lixo e
mada poluição difusa. Ela tem esse nome porque provém de entulho, serviço empreendido pela prefeitura.
Saída da ETE
na RMSP 30
Esforços conjuntos São Paulo. Para garantir a qualidade das águas desses córregos,
Em nove anos (de 2007 a 2016) o Programa Córrego Limpo con- no entanto, é fundamental que as ações das duas instituições se-
seguiu um feito histórico, a despoluição de 149 córregos. Isso só jam mantidas. Veja no quadro a seguir as ações de competência
foi possível graças a uma parceria entre a Sabesp e a Prefeitura de de cada uma dessas instituições:
Sabesp PMSP
■■ Diagnósticos das redes coletoras de esgotos exis- ■■ Limpeza dos leitos e das margens dos córregos,
tentes, a partir de inspeções técnicas nos locais, que compreende o corte de mato e poda de ve-
televisionamentos das tubulações, etc; getação e retirada de lixo e entulho;
■■ Inspeções nas instalações sanitárias de imóveis ■■ Manutenção das galerias de águas pluviais e bo-
para verificar a forma de esgotamento, ou o lança- cas de lobo;
mento irregular de águas pluviais na rede coletora
de esgotos, com a execução de testes de corantes ■■ Verificação de eventuais interferências das gale-
ou de fumaça; rias no sistema de esgotamento sanitário;
■■ Manutenção das redes coletoras de esgotos exis- ■■ Contenção de margens (muros ou estabilização),
tentes, pela realização de desobstruções e reparos quando houver risco de deslizamento que possa
de vazamentos; danificar a infraestrutura de esgotamento sanitá-
rio ou o sistema viário adjacente;
■■ Elaboração de projetos e licenciamento ambiental
de coletores-tronco, elevatórias, remanejamentos ■■ Remoção de imóveis situados nas faixas ribeiri-
e prolongamentos de redes coletoras de esgotos; nhas, para permitir a implantação da infraestru-
tura de esgotamento;
■■ Execução de obras de remanejamento, ligações
domiciliares e industriais de esgoto, interligações ■■ Reurbanização de favelas nas proximidades dos
e prolongamento de redes coletoras e complemen- fundos de vale;
tação de obras de coletores-tronco nos fundos de
vale; ■■ Implantação de parques lineares, sempre que
possível;
■■ Monitoramento da qualidade das águas do cór-
rego, para acompanhamento dos resultados das ■■ Notificação de proprietários de imóveis para que
ações de despoluição; façam a conexão ao sistema público de esgota-
mento sanitário, de acordo com a Lei Municipal
■■ Conscientização ambiental da população local, e nº 13.369, de 03/06/2002, que dispõe sobre a
demais ações que objetivam melhorar o entendi- obrigatoriedade, para todas as edificações, do
mento do papel de cada um para a obtenção plena lançamento dos esgotos do imóvel à rede coleto-
dos resultados esperados, principalmente no que ra pública (nos logradouros providos dessa rede).
se refere ao conceito de fontes difusas de poluição.
Marcelo Xavier
aborda a retomada do
“Programa Córrego
Limpo”
N
esta edição, a Saneas aborda em sua ma- as ações da empresa no programa de recuperação dos
téria tema o “Programa Córrego Limpo”, córregos da RMSP.
uma investida da Sabesp que teve início
no ano de 2007, com uma evolução tí- Saneas: Desde o início do Programa Córrego Lim-
mida nos últimos anos, mas que em 2017 ganhou po, já foram despoluídos 149 córregos do municí-
novo fôlego. Para discorrer sobre a retomada desse pio de São Paulo. O que ainda está por fazer em
Marcelo Xavier Veiga processo, entrevistamos o eng. Marcelo Xavier Veiga, curto, médio e longo prazos?
Superintendente
de Planejamento e
superintendente de Planejamento e Desenvolvimento Marcelo Xavier: Além da manutenção dos 149 cór-
Desenvolvimento da Diretoria da Diretoria Metropolitana da Sabesp, que coordena regos já despoluídos, que envolve atividades de mo-
Metropolitana da Sabesp
nitoramento da qualidade das águas e zeladoria, realizando ade- rações do comércio, localizado em torno de córregos, voltadas à
quações no sistema de coleta e afastamento de esgotos, a Sabesp realização de atividades ligadas à conscientização da população
está planejando em conjunto com a Prefeitura listar os córregos local. Mas certamente o envolvimento da iniciativa privada no
que serão despoluídos já em 2017 e 2018, bem como, para os processo de conservação e manutenção dos córregos despoluí-
próximos anos. dos seria de grande importância já que valorizam a região.
Saneas: Quais as tecnologias utilizadas na despoluição de Saneas: De um modo geral, a poluição gerada em áreas ur-
um córrego? banas tem origem no escoamento superficial sobre áreas
Marcelo Xavier: Além da tecnologia já utilizada rotineiramente impermeáveis. A recomposição do verde em áreas urba-
pela Sabesp, para a execução de in- nas é um desafio. No caso do
terligações dos imóveis à rede cole- “Córrego Limpo”, existe a pre-
tora, pode-se evidenciar as que são ocupação na manutenção e re-
empregadas especificamente para cuperação das áreas verdes no
o Programa: entorno do córrego? Como isso
Para o monitoramento da qua- tem sido feito?
lidade das águas dos córregos
Boa parte da poluição Marcelo Xavier: Sim, a recupera-
despoluídos, são utilizadas sondas ção e manutenção das áreas verdes
multiparamétricas portáteis que difusa pode ser que inclui a retirada do lixo, a poda
apresentam os valores de (Oxigê-
nio Dissolvido – OD) e (Demanda
reduzida com a simples do mato e muitas vezes a reurba-
nização do entorno, que está sob
Bioquímica de Oxigênio – DBO) conscientização da responsabilidade da Prefeitura.
do córrego de forma instantânea.
Uma vez detectada a anomalia,
população local, Em vários casos a Prefeitura cons-
truiu ou tem projetos para execu-
a própria equipe de campo pode voltada para a ção de Parques lineares ao longo
imediatamente iniciar ações com de trechos do córrego despoluí-
a finalidade de realizar as ade-
disposição adequada do. Há também, no processo de
quações necessárias no sistema. do lixo, trabalho este Governança Colaborativa, a pro-
Importante ressaltar que corpos gramação de ações de plantio de
d´água localizados em grandes reforçado com mudas de árvores nas margens de
metrópoles estão sujeitos a um a governança alguns córregos em conjunto com
frequente dinamismo como o sur- as comunidades. E após passados
gimento de ligações clandestinas, colaborativa.” alguns anos do Programa pode-se
a incidência de carga difusa que verificar também a revitalização da
merecem atenção frequente. área e valorização dos imóveis, pois
Para a inspeção da verificação da conexão de imóveis às redes a própria comunidade começa a reformar, construir benfeitorias
coletoras de esgotos são realizados testes de fumaça e de corante. nas suas propriedades.
Saneas: O Programa conta com a filosofia da Governança Saneas: Há, por parte da população, uma confusão entre o
Colaborativa, envolvendo o Governo do Estado de São Pau- que seria o sistema de águas pluviais da cidade e o sistema
lo, a Prefeitura de São Paulo, a Sabesp e a comunidade local. de coleta e tratamento de esgotos. Eliminados os esgotos
Existe a possibilidade de também envolver a iniciativa pri- clandestinos lançados nos córregos, restariam os bueiros (bo-
vada, a exemplo de programas como o “Adote uma Praça” cas de lobo) que continuam a carrear a poluição difusa para
em que é dado, inclusive, como contrapartida a possibilida- os córregos. O que pode ou tem sido feito para resolver essa
de de publicidade à instituição adotante? situação?
Marcelo Xavier: Existem atualmente algumas pequenas colabo- Marcelo Xavier: A conscientização da população é fundamental.
Ações de
reflorestamento
como prática para a
proteção e conservação
Por
Sérgio
Antonio
dos Recursos Hídricos
da Silva e
Mara Ramos Metropolitanos
D
e maneira geral, sabe-se, ou pelo me- contexto, via de regra, no meio técnico e acadêmi-
nos se tem consciência, da importância co, há concordância que as bacias hidrográficas são
da preservação e proteção dos recursos vulneráveis às alterações do recobrimento vegetal
hídricos, em particular aqueles utilizados causadas pela degradação ambiental, urbanização e
como mananciais para abastecimento público. Neste condições de uso e ocupação do solo.
Áreas recuperadas
Ações de reflorestamento
em áreas de mananciais Estamos avançando
propiciam benefícios diretos na construção de uma
para sua preservação. Desde política socioambiental
evitar que áreas descobertas transversal aos nossos
sofram com erosões e processos principais.
carreguem sedimentos aos As ações voltadas aos
rios e represas, diminuindo sistemas produtores de
sua capacidade de transporte água com os plantios
e de reservação até a própria e o Programa Nossa
preservação do entorno para Guarapiranga são
atividades que poderiam ser exemplos importantes”,
nocivas à qualidade da água”, afirma Helio Rubens
afirma Marco Antonio Lopez Gonçalves Figueiredo,
Barros, superintendente da assessor e coordenador do
Unidade de Negócio de Fórum Socioambiental da
Produção de Água da Diretoria Metropolitana da
Metropolitana da Sabesp. Sabesp.
cente pressão das atividades antrópicas e uso e ocupação do solo. a permanência dos vários fragmentos florestais instalados em
No rol de atuação nesse segmento, mostraram-se importantes suas propriedades, de modo a se estabelecer os corredores
para a Sabesp as seguintes participações: ecológicos, indispensáveis para garantir o fluxo gênico, prin-
■■ Plano diretor de reflorestamento de área produtora de água da cipalmente naqueles fragmentos instalados no entorno dos
bacia PCJ, o qual foi concluído em 2005, com contribuição dos reservatórios.
representantes da Sabesp e ação do CBH-PCJ em prol da prote- Atualmente a Sabesp está inserida no Programa Nascentes, co-
ção dos recursos hídricos. ordenado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente – SMA, com
■■ Programa de Recomposição de Mata Ciliar nas Bacias Hidrográ- objetivo de proteger o entorno do reservatório Cachoeira, do Sis-
ficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – BH-PCJ; firmada tema Cantareira, com o plantio de espécies nativas dos biomas da
com o Consórcio Intermunicipal das BH- PCJ para o fornecimen- Mata Atlântica e Cerrado, observando-se a Resolução SMA n°032
to de mudas de espécies nativas dos viveiros Jaguari e Cotia no de 03/04/2014. O projeto de plantio tem a previsão de ser execu-
período 2003 - 2005. tado em 5 anos, atendendo às exigências contidas nos Termos de
■■ Convênio Sabesp e Secretaria de Meio Ambiente – SMA, firma- Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRAs oriundos dos
do em 2002 para fornecimento de mudas de espécies nativas empreendimentos implantados pela Sabesp.
para projeto de recomposição florestal no município de Sumaré. Portanto, a Sabesp vem desempenhando ao longo do tempo o
■■ Programa de incentivo aos comodatários da Sabesp de áreas no seu papel como protagonista e em parcerias com outras Institui-
entorno dos reservatórios para o plantio de mudas. ções, na execução efetiva de ações em prol da preservação, prote-
ção e conservação dos seus mananciais, tendo o plantio florestal
Essas ações empreendidas pela Sabesp têm por objetivo não como uma das ações, e com o objetivo de garantir a sustentabili-
só a preservação de seu patrimônio, mas, também, garantir dade desse bem tão precioso: a Água.
Ações da ONG
“Amigos do Rio Canoas“
A
Associação Amigos do Rio Canoas é Perto de completar 12 anos de existência a Asso-
uma Organização Não Governamental ciação soma a realização de diversas ações de recom-
Colaboração sem fins lucrativos, fundada em dezem- posição e preservação das matas ciliares no entorno
Sirlene Caluz,
bro de 2004, idealizada e fundada por do Rio Canoas, atuando ativamente no plantio de
Gestora do Polo
de Comunicação um grupo de empregados da Sabesp de Franca. mais 150.000 mudas de árvores e realizado eventos
da Unidade de A Associação tem como objetivo principal a cons- como cavalgadas ecológicas e atividades educativas
Negócio Pardo cientização da importância da preservação do meio de incentivo à preservação ambiental.
e Grande, da ambiente, especialmente a preservação do Rio Cano- Atualmente os esforços se concentram no Centro de
Sabesp as, principal manancial que abastece Franca. Convivência - Verde & Água, que significa a concretiza-
Atividades realizadas:
No córrego Benedito Brandão, localizado na União de Vila pagem com o plantio de mudas de árvores, que contou a
Nova, em São Miguel Paulista, uma grande festa, com a participação da comunidade e de crianças das escolas loca-
participação dos moradores do entorno, contou com um lizadas na microbacia. E com um grande plantio de árvores
“mini-trekking”, onde as crianças receberam orientações e flores, o córrego Castanho da Silva, em Guaianases, re-
sobre a importância do saneamento e da despoluição dos cebeu toda a comunidade e os jovens foram sensibilizados
rios. Já o córrego Jacupeval, em Itaquera, ganhou nova rou- sobre importantes questões socioambientais.
N
o dia 1º de janeiro, as cidades brasileiras Básico, caso o município ainda não tenha o seu. A
passaram a contar com novos prefeitos partir dessa etapa, a próxima fase é buscar executar
eleitos ou aqueles reeleitos nas Eleições o que está determinado no documento. Para os dois
de 2016. Os desafios são muitos e o co- estágios, é importante contar com especialistas e isso
bertor curto demais para atender todas as demandas é uma das grandes dificuldades das mais de cinco mil
dos municípios. Mas o saneamento básico é questão cidades brasileiras. Ainda hoje, mais de 80% delas se-
Luiz Roberto Gravina Pladevall
é presidente da Apecs essencial para qualquer mandatário do poder execu- quer contam com um profissional de engenharia para
(Associação Paulista de tivo municipal. Os recursos aplicados no setor contri- qualquer tipo de orientação. Essa lacuna vai afetar
Empresas de Consultoria e
Serviços em Saneamento e buem para a melhoria da qualidade de vida da popu- tanto a elaboração quanto a execução do plano. Uma
Meio Ambiente) e membro da
Diretoria da ABES-SP (Associação lação e ajudam a atrair investimentos. das saídas é contratar empresas de consultoria espe-
Brasileira de Engenharia
Sanitária e Ambiental). Um dos primeiros passos dos novos prefeitos nessa cializadas no assunto, que podem oferecer a orienta-
área é elaborar um Plano Municipal de Saneamento ção e os serviços necessários.
Os novos prefeitos vão enfrentar indicadores aquém das reais Hoje, as empresas brasileiras do setor já contam inclusive com
necessidades da população. Para se ter uma ideia, apenas 40% tecnologia que permite a troca desses encanamentos sem a ne-
dos esgotos do país são tratados e a média das 100 maiores cida- cessidade de abrir valas nas vias das cidades. São chamados de
des brasileiras em tratamento dos esgotos foi de apenas 50,26%, métodos não-destrutivos de substituição de tubulações antigas
conforme dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Sa- em áreas densamente urbanizadas. Além das tubulações antigas,
neamento (SNIS 2014). Isso tem reflexos diretos na qualidade de os operadores precisam melhorar a gestão de operação dos seus
vida da população. Vale lembrar ainda que para cada R$ 1 investi- sistemas de abastecimento, atualizando os seus cadastros e im-
do em saneamento economiza-se R$ 4 em saúde, de acordo com plantando Distritos de Medição e Controle (DMCs).
a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas precisamos ainda enfrentar a realidade dos custos de
Outra importante “lição de casa” para os novos prefeitos é in- tratamento de água e esgoto no país. As tarifas cobradas pelas
vestir na redução de perdas de água. Hoje, desperdiçamos 37% companhias de saneamento no país estão longe da realidade e
da água tratada pelas companhias de saneamento. O problema não refletem os reais custos operacionais, como o aumento da
se concentra principalmente em vazamentos por tubulações an- energia elétrica, gastos com produtos químicos, entre outros. Isso
tigas, ligações clandestinas, falta de medição ou medições incor- afeta diretamente os próprios investimentos, adiando obras es-
retas. Temos possibilidade de avançar, principalmente nos muni- senciais e melhoria dos serviços prestados.
cípios brasileiros. O governo federal pode incentivar as cidades Os novos prefeitos têm o compromisso de melhorar a qualidade de
com programas de troca de tubulações. Em muitas localidades, vida da população. E isso passa, invariavelmente, pelas condições de
elas já ultrapassam 70 anos de uso e contribuem para jogar fora saneamento básico. Sem investimentos no setor, os municípios bra-
um grande volume de água que passou por um processo de tra- sileiros continuarão deixando um legado de subdesenvolvimento ca-
tamento de alto custo. É dinheiro literalmente jogado pelo ralo. paz de afetar seriamente a vida das pessoas. É preciso mudar isso!
Lançamento de Livro
Foi lançado em março de 2017 o livro “Monitoramento e manejo de macrófitas
aquáticas em reservatórios tropicais brasileiros”, IB/USP Editora, 2015, de autoria
de Marcelo Pompêo, professor na USP- Universidade de São Paulo ( Instituto de
Biociências/ Depto de Ecologia) e colaborador da Revista Saneas.
Fabrício de Souza nio pela oxidação desta matéria e consequentemente Santo Amaro, responsável pela operação da coleta
Costa a alteração dos resultados obtidos nos ciclos mensais e transporte do esgoto de uma parcela da região sul
Encarregado de serviços dos ensaios de laboratório. Após análise dos resulta- do município de São Paulo, realiza visitas semanais de
operacionais de esgoto
(2014), atua na Sabesp dos, percebeu-se que qualquer ação de correção, per- zeladoria nos corpos d’água despoluídos inseridos no
desde 1996 na área de
manutenção e operação mite uma reflexão da qualidade da água somente no programa, utilizando-se de equipamento inovador ca-
de esgoto, formado em
Engenharia Civil pela próximo ciclo de ensaios realizados pelo laboratório. paz de fornecer resultados instantâneos dos ensaios
Universidade Nove de
Julho. Visando monitorar e diagnosticar com antecedência de medição do nível de oxigênio presente na água
ao resultado fornecido mensalmente pelo laboratório para monitorar e se necessário intervir com ações que
Maria Elizete Lima à qualquer alteração no corpo d’água, elaborou-se garantam os parâmetros de qualidade da água dos
Gonçalves
uma unidade autônoma denominada Unidade de córregos.
Técnica em gestão
(2014), atua na Sabesp Diagnóstico Móvel (UDM) aparelhada e equipada para
desde 1994 na área de
manutenção e operação
exercer a zeladoria dos corpos d’água. Que utilizando- Objetivo
de esgoto, é formada em -se de equipamento de medição multiparamétrico, Zelar pelas condições dos corpos d’água urbanos (cór-
Engenheira Ambiental pela
Universidade São Marcos. capaz de fornecer “in loco” o resultado instantâneo regos) participantes do Programa Córrego limpo, es-
para os parâmetros de medição da qualidade da água, tabelecido a partir de parceria entre a concessionária
Rodrigo Alberto de permite o deslocamento para determinação do ponto pública estadual de saneamento, poder concedente
Oliveira
de contaminação do corpo d’água com a possibilida- municipal e comunidade.
Líder de equipe (2014),
atua na Sabesp desde 2009 de de proposição para ação corretiva com agilidade e Esta parceria está denominada “tripé da susten-
na área de manutenção e
operação de esgoto. precisão, subsidiando de forma proativa a análise e to- tabilidade”, responsável pela ampliação da coleta e
mada de decisão para o atendimento dos parâmetros tratamento de esgoto, revitalização de áreas urbanas
pré-estabelecidos no programa. e conscientização da população. Melhorando a con-
dição ambiental das bacias hidrográficas, com a apli-
Palavras-chave: cação de metodologia que utiliza-se de equipamento
Zeladoria, Corpos d’água e Multiparamétrico. pioneiro na américa latina, para medição do oxigênio
nos corpos d’água despoluídos.
Introdução Garantindo a qualidade da água dentro dos parâ-
O Programa Córrego Limpo contempla ações para o metros pré-estabelecidos e propondo ações focadas
aprimoramento do sistema de esgotamento sanitário, na eficácia do programa.
Materiais e Métodos tenção das redes coletoras de esgotos existentes, reparos de va-
Realização de visitas semanais estruturadas, visando monitorar e zamentos, execução de obras de remanejamento, prolongamento
diagnosticar com antecedência possíveis alterações nos corpos e implantação de rede de esgoto, conexão de imóveis a rede co-
d’água despoluídos, atuando em situações que comprometam a letora, limpeza dos leitos e margens dos córregos, bem como a
qualidade da água e consequentemente o resultado do progra- remoção de imóveis situados nas faixas ribeirinhas. Propiciando
ma. Para tanto, elaborou-se uma unidade autônoma denominada inclusive a reurbanização de favelas nas proximidades dos fundos
Unidade de Diagnóstico Móvel – UDM, aparelhada e equipada de vale, arborização e paisagismo de áreas degradadas.
para exercer a zeladoria dos corpos d’água com a medição do
nível de oxigênio, identificação de infiltração de esgoto, fissuras
em coletores e prestação de serviços especializados de engenharia
(Figura 1).
Resultados
Com esta independência de atuação, agiliza o fluxo de ações e
facilita a análise na origem dos problemas de forma proativa, com
rapidez e atuação focada na causa. Inclusive com liberdade e flexi-
bilidade para medição do nível de oxigênio em pontos diferencia-
dos e alternados a montante no curso do corpo d’água.
O ciclo de ensaios realizados pelo laboratório é mensal, em
Figura 1: Unidade de Diagnóstico Móvel – UDM.
local pré-determinado e com uma coleta de amostra por córre-
go na primeira semana do mês e divulgação dos resultados na
A cada visita são retiradas amostras dos corpos d’água, para segunda quinzena do mesmo mês, reduzindo drasticamente o
realização de análise por equipamento de medição MULTIPARA- tempo entre a análise dos resultados divulgados, identificação
MÉTRICO “in loco”, com apresentação de resultado instantâneo, de possíveis interferências, diagnóstico do problema e proposi-
direcionando se necessário a diagnosticar a causa de uma possível ção de solução, até a execução do próximo ciclo. Com as visitas
alteração nas condições de qualidade da água (Figura 2). semanais monitoradas e estruturadas de zeladoria conseguimos
Os ensaios utilizados para medir a matéria orgânica presente no por inúmeras vezes, entre o intervalo de um ciclo a outro, uti-
corpo d’água são a Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO e a lizando a Unidade de Diagnóstico Móvel e seus equipamentos
Demanda Química de Oxigênio – DQO. Ambos ensaios com deter- acoplados identificar e diagnosticar problemas que interferem
minação que demonstram a quantidade de oxigênio que é absor- no resultado dos ensaios, como por exemplo: restos de podas de
vida pela oxidação da matéria orgânica, realizados com a presença vegetação ribeirinha acumulada na margem dos córregos, tron-
da Unidade de Diagnóstico Móvel, sendo ainda possível fornecer cos de árvores caídos, sobras de material de obra despejados,
resultados de ensaios de Oxigênio Dissolvido – OD, Condutividade ligações irregulares e descarte de esgoto industrial em geral no
e Potencial Hidrogeniônico – pH como parâmetros de apoio. período noturno.
Permitindo subsidiar a análise e a tomada de decisão para pro- Facilita a divulgação das informações decorrentes das ações das
posição de possíveis soluções, como por exemplo: identificação equipes de campo ou mesmo dos dados coletados a partir dos
de lançamentos clandestinos em galerias de águas pluviais, manu- equipamentos acoplados a Unidade de Diagnóstico Móvel, po-
Referência Bibliográfica
1. MULLER. A. C., Introdução à Ciência Ambiental; Curitiba –
Figura 3: Vista antes e depois de corpo d’água atualmente despoluído,
participante do Programa Córrego Limpo e das ações de zeladoria. PUC-PR; uso didático. Págs. 67 a 73, 2002.
2. PEREIRA, R. S. Identificação e caracterização das fontes de
Conclusão poluição em sistemas hídricos. Revista Eletrônica de Recursos
O lançamento de esgotos ou despejos industriais orgânicos nos Hídricos
corpos d’água aumenta a concentração de matéria orgânica no
meio, que, por sua vez, desencadeia a proliferação de bactérias
que aumenta a atividade total de respiração, portanto o esgoto
lançado causa um consumo maior de oxigênio no meio.
Esta ação de zeladoria aumenta a frequência de monitoramen-
to dos córregos, que se antecipa ao resultado de DBO fornecido
pelo laboratório, a partir do resultado de DQO medido em cam-
po, possibilitando identificar e diagnosticar possíveis lançamentos
clandestinos de esgoto doméstico ou industrial, problemas opera-
cionais em redes coletoras de esgoto ou despejo de dejetos sóli-
dos, afetando sensivelmente a ação de recuperação da qualidade
da água contaminada.
A presença da Unidade de Diagnóstico Móvel, de fácil iden-
tificação devido a sua identidade visual, aumentou a percepção
dos clientes em relação aos serviços executados na bacia dos cór-
N
o final do ano passado, foi re-
alizada a Conferência “Year in
Infrastructure 2016” , em Lon-
dres, no Reino Unido, uma reu-
nião global de importantes expoentes da
engenharia, com uma série de apresentações
e workshops interativos, voltados ao desen-
volvimento das tecnologias aplicadas nos se-
tores de infraestrutura.
Esse evento, realizado pela “Bentley Systems,
Incorporated”, empresa multinacional especia-
lizada em soluções de softwares, também con-
templou a fase final da premiação “Be Inspired
Awards”, na qual a Unidade de Negócio de
Produção de Água da Metropolitana da Sabesp
(MA) esteve entre as três finalistas, na disputada delling in Crisis”, cuja abordagem girou em torno de uma inovação no uso da
categoria “Inovação em Redes de Água, Esgoto ferramenta WaterGEMS, que permitiu a transferência de água entre os sistemas de
e Drenagem”. abastecimento, na região metropolitana de São Paulo, durante o enfrentamento da
Para proferir a apresentação da Companhia, crise hídrica em 2014 e 2015.
foi enviada como convidada, com todas as Também concorreu a empresa indiana “NJS Engineers India Pvt. Ltd.” e a aus-
despesas pagas pela patrocinadora do prêmio, traliana “Roy Hill Iron Ore”, que foi a vencedora do prêmio. Contudo, estar entre
a gerente da Divisão de Planejamento Gestão as melhores nessa competição que reuniu empresas de mais de 50 países de todo
e Desenvolvimento Operacional da Produção o mundo foi um grande mérito para a Sabesp e para todo o setor de saneamento
(MAGG) da Sabesp e diretora social da AESa- nacional.
besp, eng. Viviana Marli Nogueira de Aquino Conheça o trabalho técnico, que levou a Sabesp na disputa dessa premiação a
Borges (foto), que proferiu a palestra “Mo- partir da próxima página.
Kamel Zahed
Filho Objetivo janeiro de 2014 foi apenas cerca de 15m³/s.
Doutor em Engenharia pela O objetivo deste trabalho é apresentar a metodologia O desafio era abastecer a população da RMSP, no
Escola Politécnica, da USP.
Professor do Departamento e a aplicação de modelagem hidráulica no sistema de maior e mais complexo sistema de abastecimento que
de Engenharia Hidráulica
e Sanitária da Escola abastecimento de água metropolitano de São Paulo se tem conhecimento do mundo, com a restrição hí-
Politécnica da USP e
Engenheiro da Divisão procurando aumentar a flexibilidade entre sistemas drica jamais vista na história da região.
de Planejamento, Gestão
e Desenvolvimento produtores, reduzindo o risco de desabastecimento
Operacional da Produção,
da Sabesp. por restrição hídrica severa. Considerações Gerais
Todos os mananciais da Região Metropolitana de São
Renato de Introdução Paulo são interligados através do Sistema Integrado
Sousa Ávila
O Brasil é um país de dimensão continental e com Metropolitano (SIM). O SIM tem a capacidade de pro-
Especialização em
Gestão Pública pelo grandes diferenças entre as diversas regiões. Dentre dução de 73m³/s, nas 9 Estações de Tratamento de
Instituto Nacional de Pós
Graduação. Tecnólogo da os 5.500 municípios do país, o Estado de São Paulo, Água. O SIM é composto por:
Divisão de Planejamento,
Gestão e Desenvolvimento situado na região Sudeste possui 645 municípios, dos ■■ 24 mananciais,
Operacional da Produção,
da Sabesp. quais mais da metade concede o serviço de sanea- ■■ 9 estações de tratamento de água,
mento básico para a Sabesp. A concentração urbana ■■ 153 centros de reservação interligados através de
Marcelo em São Paulo é realmente densa e a disponibilidade adutoras,
Frugoli
hídrica é considerada muito pobre pela Organização ■■ 1300 km de adutoras com diâmetros entre 600mm
Especialização em
Gestão Pública pelo das Nações Unidas (UNEP, 2008). Na Região Metro- e 2500mm e
Instituto Nacional de Pós
Graduação. Engenheiro da politana de São Paulo (RMSP) se concentra 20% do ■■ 98 estações de bombeamento para vencer as varia-
Divisão de Planejamento, produto interno bruto do país e uma população de ções topográficas entre 740m e 1100m,
Gestão e Desenvolvimento
Operacional da Produção, mais de 20 milhões de habitantes. ■■ 36.000km de rede de distribuição.
da Sabesp.
O período chuvoso na região sudeste do Brasil ocor-
André Luiz re nos meses de outubro a março, onde se espera, Cerca de 9 milhões de habitantes, ao final de 2013,
de Freitas período em que os reservatórios de regularização nor- eram dependentes do sistema Cantareira. Para abas-
Especialização em malmente acumulam água para suprir os períodos de tecer essa população com os mananciais se esvazian-
Gestão Pública pelo
Instituto Nacional de Pós déficits. A região Sudeste do Brasil passou por uma do rapidamente, com as baixíssimas afluências, infe-
Graduação. Engenheiro da
Divisão de Planejamento, condição de seca extrema entre outubro de 2013 e riores às mínimas históricas, mês após mês, em 2014 a
Gestão e Desenvolvimento
Operacional da Produção, fevereiro de 2015, quando houve uma ausência de Sabesp iniciou um plano baseada nos pontos:
da Sabesp.
chuvas e altas temperaturas. Uma das regiões mais ■■ Incentivo à redução do consumo de água dos clien-
afetadas pela ausência de chuvas foi a Região Me- tes através de implantação de um Programa de
tropolitana de São Paulo, sendo o sistema produtor Bônus, mais tarde complementada com ônus para
Cantareira o mais afetado com chuvas muito inferior à quem consumisse acima da média por ligação;
mínima histórica. A vazão de afluência mínima espera- ■■ Transferência de água tratada de outros sistemas
da para o mês de janeiro era próxima de 30m³/s, que produtores para a área atendida pelo Sistema Can-
ocorreu em 1954. A vazão de afluência registrada em tareira (Figura 1);
que havia potencial de se ampliar as Estações de Tratamento de A RMSP tem um sistema viário complexo e de tráfego intenso
Água do Alto da Boa Vista (Sistema Guarapiranga) e Rio Grande, chegando. Assim, obras de grande porte para o Sistema Integrado
respectivamente em 2,0 m³/s e 0,5 m³/s. Metropolitano necessitam de autorizações e planejamento compar-
tilhado com diversos órgãos públicos para minimizar os impactos à
Restrições nas soluções população. As soluções de modelagem tinham, por consequência,
Abastecer a população da RMSP, durante a crise de seca extrema soluções de obras de curto prazo, a menor interferência nos espa-
de 2014/2015, com a máxima urgência e o menor desconforto à ços públicos e que contribuísse com a redução na retirada de água
população, através do avanço de outros sistemas produtores so- dos mananciais do sistema Cantareira.
bre a área de abrangência do sistema produtor Cantareira era a
condição exigida. Resultados Obtidos
Foi necessário identificar, em curtíssimo tempo, potenciais avan- Como resultados da simulação hidráulica, com a condição de re-
ços de abrangência de abastecimento de outro sistema produtor dução de consumos, surgiram soluções de novos aportes de água
sobre o sistema Cantareira. associados às obras tais como as listadas abaixo no sistema adutor
Dada a urgência exigida na busca de soluções para minimizar do SIM:
os efeitos da crise hídrica as premissas que balizaram as soluções ■■ Recuperação da Linha 1 do França Pinto – a adutora que liga a
foram: ETA RJCS a Estação Elevatória França Pinto recuperada possibili-
■■ Propor obras/intervenções de baixo custo; tou a transferência de água da região sul para a região hospitalar
■■ Utilização de equipamentos disponíveis na empresa, pois não da Avenida Paulista, antes abastecida pelo sistema Cantareira.
dispunha-se de tempo para fabricação e licitação para novos A Figura 3 apresenta a dificuldade de obra em meio a uma das
equipamentos; avenidas mais importantes de São Paulo – Avenida Ibirapuera.
■■ Obras que não exigissem licenciamentos ou autorizações ou re- Esta recuperação se deu em partes degradadas da adutora de
moções que dependessem de órgãos externos; aço com a inserção de PEAD. (Folha de São Paulo, 2015).
■■ Garantia da segurança operacional e; ■■ Ampliação do Booster Vila Sônia - As Figuras 4 e 5 apresentam
■■ Obras de pudessem ser executadas em curtíssimo prazo. as interligações no recalque e sucção do booster que recebeu
Figura 3
As lideranças das duas entidades - os ex-presidentes Dante Ragazzi quando visitamos algumas entidades em Brasília, que o momento
Pauli (ABES) e Reynaldo Young (AESabesp) e os atuais, Roberval Ta- é agora. Se quisermos mudar o saneamento tem de aproveitar
vares de Souza e Olavo Alberto Prates Sachs, além de suas diretorias, agora, que é a bola da vez. O momento é muito propício, teremos
fizeram um trabalho exemplar na construção conjunta deste Con- também o Fórum Mundial da Água, em 2018, a universalização
gresso, que terá edição única e exclusiva em São Paulo, reunindo os do saneamento. Temos de levar a sério. Queremos atingir essa
eventos mais tradicionais do setor: o Congresso da ABES e a grande universalização nos próximos 20, 50 anos ou mais e alguma coisa
feira Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente - Fenasan, tem que ser mudada para que realmente a gente consiga 100%
da AESabesp. Juntos, constituirão o maior encontro de saneamento de água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos para todo mundo.
ambiental e meio ambiente já realizado no continente americano.
Na entrevista a seguir, os presidentes Roberval Tavares de Souza Roberval Tavares de Souza: É motivo de orgulho a união da
(ABES) e Olavo Alberto Prates Sachs (AESabesp) discorrem sobre os ABES com a AESabesp. A ABES na sua 29ª edição do Congresso
desafios desta grandiosa realização e de sua importância para o setor. Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental poder fazer junto
com a AESabesp - uma instituição com grande reputação em São
Saneas: O Congresso ABES/Fenasan 2017 será um marco do Paulo - o que estamos acreditando que será o maior encontro de
saneamento e meio ambiente no Brasil. Comentem, por fa- saneamento ambiental da América. Em um local extraordinário,
vor, a importância desse evento para as duas entidades e inaugurado há pouco tempo aqui em São Paulo, o São Paulo Expo
para o setor. (antigo Centro de Convenções Imigrantes, que foi totalmente re-
Olavo Alberto Prates Sachs: Para as entidades é uma experiên- formulado e ampliado http://saopauloexpo.com.br), com 20 mil
cia nova, uma troca de expertises, elas só têm a ganhar com essa metros quadrados de feira e presença prevista de mais de 6 mil
sociedade. Nós montamos praticamen-
te uma empresa para o encontro 2017.
E esperamos que seja o maior encontro
das Américas, uma Feira nunca antes
ocorrida nesse porte, envolvendo as
duas maiores associações que tratam
sobre saneamento e meio ambiente.
São Paulo já tem essa característica de
uma cidade prestadora de serviços e a
feira estando aqui, tudo leva a crer que
será um encontro que vai deixar uma
marca muito positiva para as duas as-
sociações. E para o saneamento, então,
nem se fala. Essa área tem de ser uni-
da mesmo. Estamos em um momento
favorável. Conseguimos sentir isso,
Prêmio Jovem
Profissional AESabesp
Um sucesso aumentado a cada ano
nos Encontros Técnicos
E
m sua quarta edição, a ser completada em Os seus objetivos são incentivar profissionais com ida-
2017, o Prêmio “Jovem Profissional AE- de de até 35 anos, estudantes ou recém-formados, por
Sabesp” tem alcançado grande sucesso, meio de apresentação de seus trabalhos técnicos, con-
com o aumento do índice de participantes tribuir com as necessidades do mercado de trabalho e,
de todo o Brasil, a cada ano, nos Encontros Técnicos desta forma, colaborar com a formação de promissores
AESabesp, em São Paulo. Presume-se que neste ano, profissionais, oferecendo oportunidades de divulgarem
em virtude desse evento ser feito em realização con- seus talentos no setor de saneamento e meio ambiente.
junta com o Congresso ABES, a sua relevância será Esta troca de informações tem a finalidade de ala-
ainda mais expressiva. vancar discussões no âmbito de políticas públicas e
do desenvolvimento tecnológico, além tas no tema escolhido pelo autor. Nessa o candidato a apresentar seu projeto em
da possibilidade de ter nos trabalhos etapa serão analisados o atendimento aos banca de mestrado ou doutorado ou ain-
apresentados a aplicação de produtos e/ requisitos do prêmio, além do atendimen- da no mercado de trabalho.
ou serviços empregados nas soluções de to à Norma para elaboração de Trabalhos O vencedor será o candidato que obtiver
problemas nas diferentes situações do sa- Técnicos da AESabesp. a maior pontuação nas duas etapas: escrita
neamento e meio ambiente no Brasil e no Ainda são selecionados os melhores e oral. Durante as cerimônias de encerra-
exterior. trabalhos técnicos, ou seja, aqueles que mento do Congresso e Fenasan vem sendo
Trata-se de um grande desafio que atingem ou superam a nota de corte clas- entregue ao jovem profissional premiado
a AESabesp se propõe a encampar, ao sificando-os para a 2ª etapa com apresen- um troféu e uma bolsa de estudo no valor
apoiar e incentivar futuros profissionais tação do trabalho oral. de R$ 10.000,00 que poderá ser utilizada
transformadores das condições socioam- em qualquer instituição educacional. Além
bientais do país que poderão empreender, 2ª etapa - Avaliação do disso, tão logo concluído o curso, o jovem
gerar emprego, inovar e promover a trans- trabalho oral profissional contemplado poderá apresentar
formação do Brasil no cenário economi- Há a formação de uma equipe composta seu trabalho na edição vigente do Encontro
camente sustentável, fazendo pequenas por 3 profissionais do mercado (empresas Técnico no ano de sua formação.
mudanças no dia a dia. públicas ou privadas, sendo esta com par- Também vêm sendo contemplados com
O processo seletivo acontece em duas ticipação das melhores universidades de prêmios os autores classificados em 2º lu-
etapas: São Paulo), que analisam a apresentação e gar com um “tablet” e inscrição para a
a desenvoltura do candidato, selecionado edição do Encontro Técnico da AESabesp
1ª etapa - Avaliação do na primeira etapa. Esta avaliação ocorre do ano seguinte e em 3º lugar , com ins-
trabalho escrito sempre no último dia do CongressoTécni- crição para a edição do Encontro Técnico
É realizada por uma equipe de especialis- co em sala exclusiva. O objetivo é preparar da AESabesp do ano seguinte.
1ª colocada:
Carolina Gemelli Carneiro (bolsa de estudo no valor de R$ 10.000,00).
2º colocada:
Liane Yuri Kondo Nakada (um tablet e inscrição para a edição de 2017
do Encontro Técnico AESabesp)
3º COLOCADO:
Bruno José Costa da Cunha (inscrição para a edição de 2017 do Encontro
Técnico AESabesp).
no setor
serviços e tecnologias no
setor de saneamento e
meio ambiente
Foto: Ciete Silvério
A B&F Dias, fabricante brasileira especializada em sistemas de aeração por ar difuso, criou em 2016 uma divisão
nessa prestação de serviço. “Nosso primeiro contrato foi a locação de módulos de aeração removíveis para
uma indústria alimentícia em Minas Gerais que queria testar a tecnologia antes da definição da com-
pra. Após 10 meses de uso, o cliente ficou convencido que a solução era a mais adequada
para o tratamento e realizou a compra”, afirma Leandro Moreira, especialista de
vendas da empresa.
Outros clientes procuram a empresa para situações de reformas
e realização de retrofits em plantas de tratamento. A em-
presa recentemente assinou contrato com a CTP
Ambiental (foto), multinacional francesa
provedora de soluções comple-
tas para tratamento de
efluentes e serviços de
limpeza. O sistema de
aeração alugado será im-
plantado numa petroquímica
no Rio de Janeiro em tanques tem-
porários enquanto a estação de tra-
tamento de efluentes industriais passará
por um retrofit completo.
Pieralisi assina contrato de 4,5 milhões de euros com Grupo Acea, em Roma
A arte e a técnica de
Osvaldo Niida
H
omenageado pela AESabesp, como “Destaque Profissional do Ano
de 2012”, nesta edição destacamos a arte do também fotógrafo,
Osvaldo Ioshio Niida, em captar as imagens com a sensibilidade de
um artista e a precisão técnica de um engenheiro.
Paulistano e politécnico, como muitos dos expoentes do elogiado quadro de enge-
nheiros da Sabesp, Niida sempre é lembrado como uma referência de capacidade
e dedicação entre os seus pares.
Em 2012, quando recebeu o troféu e a placa de homenagem da AESabesp,
entregue pelo então assistente executivo da presidência da Sabesp, Dante Ragazzi
Pauli, Niida fez um pronunciamento com muita emoção, no qual destacou o es-
forço de seus pais, imigrantes japoneses, da vida de sacrifícios para formarem os
seus filhos, sempre com dedicação e respeito ao trabalho, que ele também atribui,
como “a sua maior fortuna”.
Atualmente, ele contempla as suas belas fotografias, como estas paisagens que
permeiam esta matéria, e nos concedeu um tempinho para esta breve entrevista.