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21/08/2021 Acorde – Wikipédia, a enciclopédia livre

Acorde
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na música, um acorde é um conjunto harmônico de três ou mais notas musicais que se ouve simultaneamente,[1][2][3]
mas não têm de ser realmente tocadas juntas: arpejos e acordes quebrados também constituem acordes. Acordes e
sequências são, frequentemente, usados na música moderna ocidental, da Oceania[4][5] e do oeste africano[6],
enquanto estão ausentes em muitas outras partes do mundo.

Os acordes fundamentais para a harmonia são: o perfeito maior, perfeito menor e, o maior com sétima menor.[3] Os
demais acordes existentes são baseados nos fundamentais e, os substituem.[3] Os acordes formados por três notas
musicais distintas são as denominados tríades, classificados conforme a qualidade: em maiores, menores. aumentadas
e, diminutas; notas ainda podem ser adicionadas para formar acordes de sétima, acordes estendidos, ou acordes com Acorde C/G (Dó maior com
nota adicionada. baixo em Sol ou 2° inversão
de Dó) em um violão.
Acordes também são classificados pela sua nota fundamental ou tônica, é a nota principal que dá nome ao acorde e
inicia a tríade,[3] como por exemplo, o acorde C (Dó) pode ser descrito como uma tríade de qualidade maior construída sobre a nota C (Dó). Acordes
também podem ser classificados por inversão, a ordem em que as notas são empilhadas.

Uma série de acordes é chamado de uma progressão harmônica (sequencia). Apesar de todo o acorde poder, em princípio, ser seguido por qualquer
outro acorde, certos padrões de progressões de acordes foram estabelecidos na harmonia da prática. Para descrever isso, os acordes são numerados
com algarismos romanos, subindo a partir da nota-chave[7] (veja função diatônica). Formas comuns de notação ou representação de acordes[8] na
música ocidental que não seja a notação convencional incluem algarismos romanos, baixo cifrado (muito usado na era barroca), símbolos de macro
(às vezes utilizados na musicologia moderna), e vários sistemas de cartas de acordes tipicamente encontrados nas lead sheets utilizadas na música
popular para demonstrar a sequência de acordes para que o músico possa tocar acordes de acompanhamento ou improvisar um solo.

Índice
História
Tríade
Tipos
Notação
Cifras
Acordes para guitarra
Outros acordes
Ver também
Referências
Bibliografia

História
A não notação da música no período anterior à Idade Média não nos permite especular sobre a utilização dos acordes
na música dos povos antigos, mas as características de alguns instrumentos, como a cítara, a qual permite a execução
de várias notas juntas, nos leva a pensar na possibilidade de seu uso. Na música ocidental, os acordes aparecem com o
surgimento da polifonia. No entanto, apesar de ocorrerem naturalmente no encontro de notas entre duas ou mais O "Passeio", de "Quadros de
vozes, a música polifônica foi pensada muito mais como uma sobreposição de linhas melódicas do que uma formação uma Exposição", de
harmônica. Nos primeiros motetos silábicos seria pressentida a origem de uma organização vertical na música, Mussorgsky, apresenta uma
reforçado pelo movimento cadencial, que foi tomando importância com o passar dos séculos. O estilo "falso bordão" explícita progressão de
inglês, representado principalmente por Dunstable, pode ser considerado uma primeira tentativa de organização acordes. ? Play
vertical da música, pela sobreposição de terças (Ver Terça maior e Terça menor) e sextas no encontro de notas entre as
vozes. Mas, apesar da crescente conscientização das possibilidades harmônicas, só no Barroco, com a funcionalização da harmonia, esta ocorreu de
fato. A escolha pelos modos maior e menor contribuiu para a teorização das leis dos acordes, onde sua concatenação partirá do pressuposto que todos
os acordes baseados nas tríades montadas sobre uma escala diatônica se relacionam com as funções principais em uma música, isto é, funções de
tônica, dominante ou subdominante.

Os acordes eram montados principalmente a quatro vozes, sendo a quarta voz uma duplicação da nota de outra voz, normalmente a fundamental ou a
quinta. O acréscimo de novas notas ao chamado acorde de quatro notas se fará de duas maneiras distintas. A primeira, a quarta nota deixa de
duplicar uma das vozes e passa a representar um retardo proveniente do acorde anterior, resolvendo em uma nota formativa do acorde. A outra
maneira foi a inclusão de uma nota estranha ao acorde a partir do acréscimo de mais uma terça à tríade, formando o intervalo de sétima entre a
fundamental e a nota acrescentada. Da primeira maneira, aparecem os acordes de 4ª e 6ª apojaturas, e da segunda, os acordes de 7ª (com destaque
para o acorde formado sobre a tríade da dominante). Posteriormente, mais terças foram acrescentadas ao acorde de 7ª da dominante, formando o
acorde de 9ª, com o acréscimo de uma terça, e o de 13ª, com o acréscimo de 3 terças à tríade do acorde. Posteriormente, a 6ª seria acrescentada ao
acorde não na posição de 13ª, mas formando um intervalo de 2ª com a 5ª do acorde. Mais tarde, no romantismo (século XIX), novas escalas são
inseridas, tirando a música do âmbito tonal e diatônico.

A utilização de acordes alterados, isto é, acordes com notas estranhas à escala em que ele está inserido, amplia ainda mais os recursos de expressão
dos compositores. A inversão de acordes, propriamente dita, ocorre por várias vezes, causando uma "falsa ideia" aos ouvidos, fazendo, por vezes
leigos, escreve-los erradamente, como por exemplo, em uma inversão do acorde de dó maior (dó, mi, sol), qual seja mi, sol, dó; por vezes é escrito
como mi menor com sexta, ao invés de dó maior em sua primeira inversão. Ocorria também a utilização de notas comuns a vários acordes de forma
sustentada, que recebia o nome de pedal, ostinado ou obstinado, assim causava-se uma certa inquietação aos ouvidos com uma impressão de notas
intermináveis, como nas cadências plagais (I, IV, VI) e ainda com um efeito antiplágio de músicos limitados não conseguirem distinguir
perfeitamente o tom (modus) no qual a música era executada.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acorde 1/5
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Tríade
Tríade é um acorde de 3 notas montado sobre uma escala, normalmente a diatônica, com a sobreposição de duas terças.
Suas três notas constituintes são a fundamental, nota mais grave e que dá o nome ao acorde, a 3ª, também chamada nota
modal, que determina o caráter do acorde (maior ou menor) e a 5ª justa com intervalo de 3 tons e meio da nota
fundamental.

Não há alteração no intervalo de 5ª justa entre as tríades maiores e menores[9].

Existem 4 tipos de tríades possíveis de serem montadas a partir das escalas diatônicas maior e menor. São elas:

Tríade maior: um intervalo de 3ª maior sob um intervalo de 3ª menor, formando o intervalo de 5ª justa entre a primeira e a terceira nota da tríade.
É encontrado nos graus I, IV e V da escala diatônica maior e nos graus V e VI da escala menor harmônica.

Tríade menor: um intervalo de 3ª menor sob um intervalo de 3ª maior, formando o intervalo de 5ª justa entre a primeira e a terceira nota da
tríade. É encontrado nos graus II, III e VI da escala maior e nos graus I e IV da escala menor harmônica.

Tríade diminuta: um intervalo de 3ª menor sob outro intervalo de 3ª menor, formando o intervalo de 5ª diminuta entre a primeira e a terceira nota
da tríade. É encontrado no grau VII da escala maior e nos II e VII graus da escala menor harmônica.

Tríade aumentada: um intervalo de 3ª maior sob outro intervalo de 3ª maior, formando o intervalo de 5ª aumentada entre a primeira e a terceira
nota da tríade. É encontrado no grau III da escala menor harmônica.

Todos os acordes seguem um padrão relativo e, nesses casos, é necessário obedecer esses padrões.

Existem dois tipos básicos de acordes: consonantes e dissonantes (Ver consonância e dissonância).
Consonantes: acordes básicos normais, que
seguem padrões naturais, sem alterações.
Exemplo: dó maior.
Dissonantes: acordes com baixos variados, geralmente com a terça como baixo. Mas,
nesses acordes, existem variações,pois também é possível que a quinta seja o baixo no acorde, nesses casos os acordes são chamados de dissonantes.
Exemplo: ré maior com fá sustenido no baixo.
Existe uma divisão mais complexa dos acordes, classificando-os em quatro tipos de acordes: maior,
menor, diminuta e aumentada.
Maior: acordes com o baixo, terça e quinta justa (normais)
Menor: baixo e quinta normais, mais a terça é bemol
(menor)
Diminuta: acordes com baixo justo, com terça menor(bemol), quinta bemol, e sétima menor (bemol).
Aumentado: baixo e terça justas, e
quinta sustenida (aumentado)

Tipos
Os acordes podem ser classificados quanto à:

Posição
cerrada: não há espaço para a colocação de nenhuma nota formadora do acorde entre as vozes de soprano e contralto ou as vozes de
contralto e tenor.
aberta: há espaço para a colocação de notas formadoras do acorde entre as vozes de soprano e contralto ou as vozes de contralto e tenor.
Nota do soprano: define-se a posição de oitava, de terça ou de quinta a partir do aparecimento dessas notas no soprano.
Tríade formadora:
Perfeito maior: quando é formado sobre uma tríade maior.
Perfeito menor: quando é formado sobre uma tríade menor.
Imperfeito: quando é formado sobre uma tríade diminuta ou aumentada.
Inversão:
Estado fundamental: a primeira nota formadora do acorde (fundamental) aparece como base do acorde.
Primeira inversão: a segunda nota formadora do acorde (3ª) aparece como base do acorde
Segunda inversão: a terceira nota formadora do acorde (5ª) aparece como base do acorde
Modo de execução:
Simultâneo: as notas são executadas ao mesmo tempo.
Arpejado: as notas são executadas uma após a outra.
Quantidade de notas: os acordes podem ter 3, 4, 5, 6 etc. notas diferentes em sua formação.

Notação
Os acordes aparecem notados com a primeira letra maiúscula quando se tratar de um acorde perfeito maior:

Dó - dó maior
Ré - ré maior

https://pt.wikipedia.org/wiki/Acorde 2/5
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Mi - mi maior
Fá - fá maior
Sol - sol maior
Lá - lá maior
Si - si maior

Os acordes aparecem notados com a primeira letra minúscula quando se tratar de um acorde perfeito menor:

dó - dó menor
ré - ré menor
mi - mi menor
fá - fá menor
sol - sol menor
lá - lá menor
si - si menor

Quando forem acordes diminutos ou aumentados, escreve-se dim ou aum após o nome do acorde:

dó dim - dó diminuto
ré aum - ré aumentado

Cifras

Outra maneira de notar os acordes é através da cifra, ou notação anglo-saxônica. Nela, os nomes dos acordes são identificados pelas primeiras sete
letras do alfabeto, a começar pelo acorde de fundamental lá, que recebeu a denominação A. Para a indicação de acordes menores, faz-se o uso da letra
m minúscula após a letra denominativa. No caso do acorde ser diminuto ou aumentado, os símbolos dim, 5° ou 5 dim, no caso dos diminutos, e +, +5
e 5 aum são empregados para os aumentados. Para novas notas acrescentadas ao acorde, coloca-se o número equivalente ao intervalo entre esta nota
e a fundamental do acorde, como, por exemplo, o número 7 indicará um acorde com 7ª. Ainda, a depender do intervalo, caso ele seja menor,
acrescenta-se um sinal de - antes do número (-7 é a cifra para 7ª menor) ou + para os casos de intervalos aumentados.

Lá = A
Si = B (sistema inglês)
Si = H (sistema alemão), sendo B equivalente a si bemol.
Dó = C
Ré = D
Mi = E
Fá = F
Sol = G

Am = lá menor
G7 = Sol maior com sétima
C7M = dó maior com sétima maior
Dm5+ = ré menor com quinta aumentada

Acordes para guitarra

C (Dó) D (Ré) E (Mi) F (Fá) G (Sol)

Maior

Menor

Menor7

sus4

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7#9

7add9

Outros acordes
Modernamente, aparecem acordes formados baseando-se em outros intervalos que não terças sobrepostas:

Cluster: acordes formados a partir da sobreposição de notas de intervalos consecutivos.


Acordes formados por 4ª: como o próprio nome diz, são acordes formados com a sobreposição de intervalos de 4ªs entre as notas constituintes.
Acordes formados por 5ª: acordes formados pela sobreposição de 5ªs.
Acordes sem terça (power chords), formados apenas pela fundamental e quinta, podendo ser acrescentadas a formação as suas oitavas.
Largamente usados por guitarristas que se utilizam de distorções (efeitos tais como overdrive, distortion etc.)
Acordes sem quinta, formados apenas pela fundamental e terça, podendo ser acrescentadas a formação as suas oitavas (também muito
utilizados pelos guitarristas).

Ver também
Acorde meio diminuto
Arpejo
Pizzicato
Riff
Slap
Solo

Referências
1. Benward, Bruce; Saker, Marilyn Nadine (2003). Music. In Theory and Practice (em inglês). I. "A chord is a harmonic unit with at least three
different tones sounding simultaneously." "A combination of three or more pitches sounding at the same time." 7ª ed. [S.l.]: McGraw-Hill. pp. 67,
359. ISBN 978-0-07-294262-0
2. Károlyi, Otto (1965). Introducing Music (em inglês). "Two or more notes sounding simultaneously are known as a chord". [S.l.]: Penguin. p. 63
3. Lyra, Carlos (1999). Harmonia prática da bossa-nova : método para violão (https://www.worldcat.org/oclc/183894615). São Paulo: Irmãos Vitale.
ISBN 9788574070742. OCLC 183894615 (https://www.worldcat.org/oclc/183894615)
4. Linkels, Ad, BROUGHTON, Simon; ELLINGHAM, Mark; McCONNACHIE, James; DUANE, Orla, eds., «The Real Music of Paradise».
5. BROUGHTON, Simon; ELLINGHAM, Mark; TRILLO, Richard. World Music. Latin & North America, Caribbean, India, Asia and Pacific. Col:
Rough Guides (em inglês). 2. [S.l.]: Penguin. p. 673. ISBN 1-85828-636-0
6. Barry, Mitchell (16 de janeiro de 2008). «An explanation for the emergence of Jazz (1956)» (http://theoryofmusic.wordpress.com/2008/01/16/an-e
xplanation-for-the-emergence-of-jazz-1956/) (em inglês). Theory of Music
7. Schoenberg, Arnold (1983). Structural Functions of Harmony (em inglês). [S.l.]: Faber & Faber. pp. 1, 2
8. Benward, Bruce; Saker, Marilyn Nadine (2003). Music. In Theory and Practice (em inglês). I 7ª ed. [S.l.]: McGraw-Hill. p. 77. ISBN 978-0-07-
294262-0
9. «Teoria Musical: Ensino em Aulas Fáceis - Avançando Na Música» (https://avancandonamusica.com.br/). Avançando na Música | Estudo
Musical. Consultado em 29 de maio de 2020

Bibliografia
Benward, Bruce; Saker, Marilyn Nadine (2003). Music. In Theory and Practice (em inglês). I 7ª ed. [S.l.: s.n.] pp. 67, 359. ISBN 978-0-07-294262-
0

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Esta página foi editada pela última vez às 14h32min de 7 de março de 2021.

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