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Faculdade de Matemática
Equações Diferenciais
As soluções usuais destas equações são funções exponenciais, funções lineares e as funções
trigonométricas seno e cosseno, que são periódicas. Por exemplo, uma solução da equação
diferencial y′′ – 9y = 0 é y = e3x, pois y′ = 3e3x e y′′ = 9e3x, donde y′′ – 9y = 9e3x – 9e3x = 0. De
acordo com a teoria, as equações diferenciais lineares de ordem 2, homogêneas, com coeficientes
constantes, possuem duas soluções linearmente independentes. Tais soluções podem ser
determinadas através do método da equação característica. No caso da equação y′′ – 9y = 0 ,
supondo uma solução exponencial, isto é, da forma y = erx, vemos que y' = rerx e y'' = r2erx ;
substituindo na equação y′′ – 9y = 0, resulta r2erx – 9erx = 0, logo (r2 – 9)erx = 0. Como erx ≠ 0,
segue r2 – 9 = 0, donde r = 3 ou r = – 3. A equação r2 – 9 = 0 é chamada de equação característica
da equação diferencial. Assim, as soluções linearmente independentes da equação y′′ – 9y = 0
são as funções y1 = e3x e y2 = e–3x . Neste caso, a solução geral da equação y′′ – 9y = 0 é
dada por y = ae3x + be–3x, onde a e b são constantes arbitrárias. Generalizando este exemplo,
descrevemos abaixo o método da equação característica.
1
Caso 1 : Raízes reais e diferentes ( r1 ≠ r2 )
A solução geral da edo é
rx r x
y = c1 e 1 +c2 e 2 ,onde c1 e c2 são constantes arbitrárias.
1) y′′ + 5y ′ + 6y = 0.
Solução: a = 1 b = 5 c=6
2
EC : r + 5r + 6 = 0
Raízes : r = ( – 5 ± 25 − 4 * 6 )/2
r1 = – 2 r2 = – 3 ( caso 1)
Logo, y= c e - 2x +c e - 3x é a solução geral da equação y′′ + 5y ′ + 6y = 0.
1 2
3) y ′′ + 4y ′ + 4y = 0
Solução : a =1 b=4 c=4
EC: r2 + 4r +4 = 0
Raízes : r1 = r2 = – 2 ( raiz real dupla )
De acordo com o caso 2, y = c1 e - 2x + c2 x e - 2x é a solução geral da edo.
2
4) y ′′ + y ′ + y = 0
Solução : a = b = c = 1 EC: r2 + r + 1 = 0
1 3 1 3 1 3
Raízes : r1= − + i , r2= − – i ( raízes complexas ) α = − , β =
2 2 2 2 2 2
x x
− 3 − 3
De acordo com o caso 3, y = c1 e 2 cos x +c2 e 2 sen x é a solução geral da edo.
2 2
3
6) PVI y′′ + 9y = 0
y(0) = 3
y ′ (0) = 0
Solução : a =1 b=0 c=9
EC: r2 + 9 = 0
Raízes : r1 = 3i r2 = –3i ; então α = 0 e β = 3.
0x 0x
A solução geral da edo é y = c1 e cos(3x) + c2 e sen(3x)
ou y = c1cos(3x) + c2sen(3x).
Condições iniciais: y (0) = 3 ⇒ 3 = c1cos(3*0) + c2sen(3*0)
3 = c1cos(0) + c2sen(0) ou 3 = c1 .
Então: y =3cos(3x) + c2sen(3x)
Derivando: y ′ = –9sen(3x) + 3c2cos(3x)
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Exercícios.
I. Resolver as equações:
1. y′′ = 0
2. y′′ + 16y = 0
3. y′′ + 6y′ + 9y = 0
4. y′′ + 16y′ = 0
Respostas:
1. y = ax + b
2. y = acos(4x) + bsen(4x)
3. y = ae–3x + bxe–3x
4. y = a + be–4x
5. y = cos(4x)
6. y = e–2x + 2xe–2x
7. y = 2e–2x – e–3x
8. y = 1 + e–x .
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RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS DE
ORDEM 2 ,NÃO-HOMOGÊNEAS, COM COEFICIENTES
CONSTANTES
1) 2 y ′′ + 3y ′ + y = x.
Coeficientes : a =2 , b = 3 , c=1.
Função externa q(x)=x .
2) y ′′ + 9y = 4
Coeficientes a = 1 , b = 0 , c= 9
Função externa q(x) = 4.
2) cálculo de uma solução particular yp da equação não-homogênea. Tal solução particular tem
uma forma induzida pela função q(x);
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O quadro a seguir apresenta como deve ser a solução particular yp, dependendo da função q(x).
sen(mx)
q(x)=Pn(x) e µx ⇒ yp(x)=xs e µx [(b0+b1x+...+bnxn) sen(mx)+(c0+c1x+...+cnxn) cos(mx)]
cos(mx)
Aqui, s é o menor inteiro ( s= 0, 1 ou 2 ) que assegura que nenhum termo de yp(x) seja solução da
equação homogênea associada. Equivale a dizer que os termos da solução particular são
Linearmente Independentes dos termos da solução homogênea.
Em resumo: se q(x) for uma função polinomial, então devemos supor que yp(x) é uma função
polinomial; se q(x) for uma função exponencial, então devemos supor que yp(x) é uma função
proporcional à função exponencial; se q(x) for uma função sen(mx) ou cos(mx), devemos supor
que yp(x) é uma combinação linear destas funções. O mesmo princípio se aplica quando q(x) for
um produto destas funções. A multiplicação por xs é necessária, somente se um termo de yp(x) for
linearmente dependente da solução homogênea.
Solução:
Equação homogênea y′′–3y′– 4y = 0
EC : r2 – 3r – 4 = 0
Raízes: r1 = –1 r2 = 4 ⇒ yh = c1 e − x + c2 e 4x
Cálculo da solução particular : q(x) = 3e 2x
r = 2 não é raiz da eq. Característica ⇒ yp(x) = A e 2x , y′p(x) = 2A e 2x e y′′p(x) = 4A e 2x
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Raízes: r1 = –1 r2 = 4 ⇒ yh = c1 e − x + c2 e 4x
Cálculo da solução particular : q(x) = 8.
Como r = 0 não é raiz da eq. Característica, devemos supor yp(x) = A ( A constante ) .
Exercícios. Resolver :
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1. y′′–3y′– 4y = 5 Solução : y = c1 e − x + c2 e 4x – .
4
5 15
2. y′′–3y′– 4y =5x Solução: y = c1 e − x + c2 e 4x – x+ .
4 16
3. y′′–5y’ = 5 Solução : y = c1 + c2e5x – x.
1
4. y′′– y = ex Solução : y = c1ex + c2e–x + xex
2
1
5. y′′ + 4y = cos(x) Solução: y = c1cos(2x) + c2sen(2x) + cos(x)
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Referências :
8
Boyce & Di Prima. Equações diferenciais elementares e problemas de valores de contorno. Editora LTC,
Rio de Janeiro, 2002.
Zill, Dennis G. Equações diferenciais com aplicações em modelagem. Editora Thomson, São Paulo ,
2003.