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Aprender Antropologia -

Prof. Me. Rodrigo de A. Calsani

A pré-História da Antropologia
p. 25-36
“Uma das maneiras mais
proveitosas de se dar a conhecer
uma área do conhecimento
é traçar-lhe a história, mostrando
como foi variando o seu colorido
através dos tempos [...]”
https://www.youtube.com/watch?v=IbHxuOYkzNs

https://www.youtube.com/watch?v=IKa9_accLjw
A pré-História da Antropologia
• A gênese da reflexão antropológica: Novo
Mundo (América), Ásia.
• Renascimento – discursos sobre os habitantes
que povoavam aqueles espaços: literatura de
viagem e os relatórios dos missionários.
• Esses povos...pertenciam à humanidade?
• Estatuto humano: critério religioso.
A pré-História da Antropologia
• O “selvagem” (bárbaro) tem alma?
• O pecado original também lhes diz respeito?
• Desde o século XIV...duas ideologias:
• A recusa do estranho x fascinação pelo
estranho...
• Las Casas (dominicano) x Sepulvera (jurista) -
p. 26.***
Preconceitos?
Aprender Antropologia -
Prof. Me. Rodrigo de A. Calsani

A figura do mau selvagem e do bom


civilizado
https://www.youtube.com/watch?v=MSThxcvYcko

https://www.youtube.com/watch?v=9h6wSJyQ0v4
A figura do mau selvagem e do
bom civilizado
• Na História, a extrema diversidade das
sociedades humanas era vista como
aberração...exigindo uma justificação!
• Na Grécia (antiguidade): “bárbaros”.
• No Renascimento (séc. XVI-XVII): “naturais”,
“selvagens” (seres da floresta).
• Animalidade x Humanidade.
A figura do mau selvagem e do
bom civilizado
• Atitude de expulsar da cultura (Lévi-Strauss)
tudo aquilo que é “selvagem”.
• “Estatuto humano” – critérios (XIV) para
conferir ao índio sua condição ou não de ser
humano.
• Religião? Aparência física? Comportamentos
alimentares? Inteligência?
• O “selvagem” era visto como uma “besta”.
A figura do mau selvagem e do
bom civilizado
• Sem moral, sem religião, sem lei, sem escrita,
sem Estado, sem consciência, sem razão, sem
arte, sem passado, sem História.
• No séc. XVIII, Cornelius de Pauw, “sem pelos”,
“sem alma”, “sem ardor”.
• Preconceitos...na América, na África, na Ásia.
A figura do mau selvagem e do
bom civilizado
• Pauw (XVIII), “selvagem como inverso do
civilizado”, “índios como raça inferior sem
História”.
• Stanley (XIX), “compara os africanos aos
macacos de um jardim zoológico.”
• Hegel (Introdução à Filosofia da História -XIX),
“esses selvagens jamais ascenderão à
História”, “tudo na África [...] eles não tem
moral, religião ou Estado [...] nem o estatuto
de vegetal [...] um objeto sem valor”.
Bom civilizado?
Aprender Antropologia -
Prof. Me. Rodrigo de A. Calsani

A figura do bom selvagem e do mau


civilizado
https://www.youtube.com/watch?v=UOwM4jlVsMQ

https://www.youtube.com/watch?v=7PfKNbGetaM
A figura do bom selvagem e do
mau civilizado
• Boa natureza: selvagem feliz.
• Discurso (o civilizado) x objeto (o natural).
• Outro olhar: caráter privativo dessas
sociedades (eram “diferentes”).
• “O selvagem não é quem pensamos.”
• Interpretação gradual...um estado
embrionário...(XVI-XVIII).
A figura do bom selvagem e do
mau civilizado
• “As pessoas estão nuas, são bonitas, de pele
escura, de corpo elegante [...]. Nenhum possui
qualquer coisa que seja, pois tudo é colocado
em comum. E os homens tomam por
mulheres aquelas que lhes agradam, sejam
elas sua mãe, sua irmã, ou sua amiga, entre as
quais eles não fazem diferença [...]. Eles
vivem cinquenta anos. E não têm governo.”
(VESPÚCIO)
A figura do bom selvagem e do
mau civilizado
• “Eles são muito mansos e ignorantes do que é
o mal, eles não sabem se matar uns aos
outros [...]. Eu não penso que haja no mundo
homens melhores, como também não há
terra melhor.” (COLOMBO)
A figura do bom selvagem e do
mau civilizado
• Crítica à civilização e elogio à ingenuidade
original (estado de natureza).
• “Eles são mais cruéis do que os selvagens
(Tupinambás) dos quais estou falando.” (LÉRY)
• “Podemos chamá-los de bárbaros quanto às
regras da razão, mas não quanto a nós
mesmos que os superamos em barbárie.”
MONTAIGNE)
A figura do bom selvagem e do
mau civilizado
• “Eles (índios Hurons) são afáveis, liberais,
moderados [...]. Todos os nossos padres que
frequentaram os Selvagens consideram que a
vida se passa mais docemente entre eles do
que entre nós. Seu ideal: viver em comum
sem processo, contentar-se de pouco sem
avareza, ser assíduo no trabalho.” (JESUÍTAS)
A figura do bom selvagem e do
mau civilizado
• “Viva os Hurons que sem lei, sem prisões e
sem torturas passam a vida na doçura, na
tranquilidade, e gozam de uma felicidade
desconhecida dos franceses.” (PENSADORES
FRANCESES)
“Um dos refúgios fora dessa prisão
mecânica da cultura é o estudo das
formas primitivas da vida humana
[...]. A Antropologia, para mim,
pelo menos, era uma fuga
romântica para longe de nossa
cultura uniformizada.”
(MALINOWSKI)
Todos os discursos são atuais!

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