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Modelos de motor elétrico mínimos

Modelos didáticos de motores elétricos são sempre atrações em Feiras de Ciências,


nas quais diversos tipos de motor elétrico costumam servir de tema. Os motores
mais comuns são os que apresentam um estator (parte fixa) e um rotor (parte móvel,
isto é, rotativa). Dentre os motores assim constituídos, porém, há uma grande
variedade de alternativas, pois tanto os rotores quanto os estatores podem ser feitos
com ímãs permanentes, com eletroímãs ou bobinas.
Há também os motores lineares, como aqueles que impulsionam os trens de alta
velocidade que operam em certos países. Apresentaremos uma resumida coletânea
dos motores elétricos, começando pelo que denominamos motor mínimo.
Material
A construção desse modelo de motor elétrico mínimo do desenho acima, com
estator de ímã permanente e rotor de bobina, requer o seguinte material:

 1 pilha grande;
 1 ímã permanente de alnico ou de ferrite (tipo quadrado, retangular ou
circular, de tamanho menor do que o comprimento da pilha grande);
 10 cm de fio de cobre de bitola 16 AWG;
 2 m de fio de cobre esmaltado de bitola 20 a 26 AWG;
 base de madeira, plástico ou duratex, com dimensões de aproximadamente
10 cm x 10 cm;
 cola (superbonder ou araldite transparente), um prego (de pequeno diâmetro),
alicate de bico, faca, solda “fina” (conhecida como solda “50 por 50″) e soldador
elétrico de 50 W ou mais.
Seqüência e detalhes para a montagem:
 Cole a pilha grande na base de madeira;
 Cole o ímã sobre a pilha com a face Norte para cima (uma bússola poderá
ajudá-lo nessa identificação);
 Corte dois pedaços do fio rígido 16 AWG e repita para ambos o seguinte
procedimento: raspe as duas extremidades (para retirar o verniz isolante) e
use o alicate para enrolar uma delas em volta de um prego de pequeno
diâmetro (duas ou três voltas bastam). Assim, quando você retirar o prego, o
mancal estará pronto;
 Solde as extremidades inferiores desses mancais diretamente sobre os
terminais (+) e (-) da pilha (note que esta soldagem vai definir a altura do
mancal). A altura correta do mancal será determinada pelos tamanhos da
espira e da bobina, pois ambas devem passar passar bem rente ao ímã,
durante o funcionamento do motor. Aliás, essa é uma boa oportunidade para
aprender a usar um ferro de soldar! Se você nunca tiver feito uma soldagem
desse tipo, saiba que o ferro deve ser usado para aquecer as peças a serem
soldadas (uma por vez), mantendo se o fio de solda bem próximo, até que se
consiga que um pouco de solda venha a aderir sobre cada uma das peças.
Assim, só se deve tentar unir (soldar) as peças depois que ambas já tiverem
um “pingo” de solda solidificada, quando então pode se encostar uma peça na
outra e tocá-las com o ferro de soldar (sem adicionar mais solda!): tão logo as
duas porções de solda derretam, afaste o ferro e mantenha as peças unidas
até que a solda solidifique novamente.
Faça a espira (conforme a figura) dobrando o fio de menor bitola (de 20 a 26 AWG)
com o alicate. Depois, visando obter uma variante da montagem, construa uma
bobina (que nada mais é senão um conjunto de várias espiras) dobrando
sucessivamente um pedaço mais longo do mesmo fio. O motor de uma só espira é
mais didático e facilita as explicações de seu funcionamento, mas tem o
inconveniente de descarregar a pilha bem mais rapidamente do que o motor dotado
de bobina (que pode ter de 10 a 20 espiras, nesta montagem). É importante, ainda,
que a espira e a bobina tenham uma das extremidades totalmente raspada (para
retirar o verniz isolante), e a outra, raspada apenas até até a metade (expondo
somente a metade da superfície do fio), conforme o detalhe mostrado na figura
(esse procedimento visa fazer com que a corrente elétrica, durante o funcionamento,
circule no rotor apenas nos momentos adequados para a produção das forças que
mantêm o seu movimento).
Observação: os terminais (extremidades raspadas) da espira e da bobina
funcionarão tanto como eixo de rotação do motor como coletores de corrente
elétrica; portanto, ajuste bem estes terminais, com o alicate, de maneira que fiquem
alinhados com o eixo horizontal da bobina);
Introduza os terminais do rotor (isto é, da espira ou da bobina) nos mancais,
centralizando- o bem. Observe, então, um detalhe muito importante sobre o terminal
parcialmente raspado: quando uma das “faces” do rotor estiver voltada para o ímã,
apenas a metade raspada deve estar em contato com o mancal (e, de modo
recíproco, se fizermos o rotor girar meia volta, apenas a metade ainda envernizada
deve fazer contato com o mancal). Se for necessário corrigir a posição desse
terminal em relação à “face” do rotor, vá lentamente torcendo esse terminal com o
alicate até obter a posição correta. (se este ajuste não ficar perfeito, funcionamento
do motor ficará bastante prejudicado).
Modelos de motor elétrico mínimos

Para ilustrar o princípio de funcionamento dos motores elétricos, o bom professor


simplesmente coloca um fio de cobre entre os pólos de um ímã em forma de U e faz
passar por aquele uma corrente elétrica. O campo magnético do ímã interage com a
corrente elétrica. A força magnética, exercida pelo campo sobre as cargas que
constituem a corrente, faz o fio se mover. É assim que o motor funciona. Vejamos
agora um outro modelo didático de motor elétrico.

Material
A construção desse modelo de motor elétrico, com estator de ímã permanente e
rotor de bobina, requer o seguinte material:

 2 ímãs permanentes, de formato prismático;

 uma tira de lata (folha

 de

 flandres), de 15 cm x 2,5 cm;

 outra tira de lata, de 12 cm x 1,0 cm;

 3 m de fio de cobre esmaltado (com bitola entre 22 AWG e 28 AWG);

 base de madeira, pilha grande, porta

 pilhas e cola.

Montagem
As ilustrações seguintes fornecem uma visão do material preparado e aspectos da
montagem.
Eis a seqüência da montagem:

Dobre a tira de lata mais larga para que fique com a forma de U, com 5cm em cada
perna. Fixe essa armadura na base de madeira com preguinhos, tachinhas ou
pequenos parafusos; Cole os ímãs nas faces internas das pernas dessa armadura
em forma de U. Nessa fase, tome as devidas providências para que faces opostas
dos ímãs se defrontem (uma bússola pode auxiliá-lo); Corte a tira mais estreita pela
metade e dobre 1 cm da extremidade de cada uma delas (essa pequena dobra
servirá para fixar os mancais na base de madeira). Na extremidade livre dessas tiras
faça dois cortes em V(esses serão os mancais em que se apoiarão as extremidades
da bobina girante); Construa a bobina girante (rotor) enrolando o fio de cobre
esmaltado (espiras juntas) em uma fôrma de madeira ou papelão de 3 cm x 3 cm
(essa bobina poderá ter de 10 a 50 voltas). Deixe pelo menos 10 cm livres nas
extremidades do enrolamento (estes trechos funcionarão como eixo do motor).
Assim como no primeiro modelo que apresentamos, uma dessas extremidades deve
ser completamente raspada (visando retirar o verniz isolante), e a outra, raspada
apenas até a metade (o efeito produzido pelo movimento da extremidade
parcialmente raspada é o de um comutador, isto é, a corrente ora circula no rotor,
ora não). Uns pedacinhos de durex ou mesmo uma gotinhas de superbonder darão
maior fixação a esse enrolamento. Apóie as extremidades livres dessa bobina sobre
os mancais, bem centrada, de modo que o enrolamento gire bem dentro do campo
dos ímãs. Corte os excessos de fio.

Comentários teóricos

A ilustração a seguir mostra :

cada um dos ímãs, com suas faces Norte e Sul identificadas por N e S,
respectivamente; os ímãs colados na armadura, com as faces N e S se defrontando;
o campo magnético produzido pelos dois ímãs (cujas faces opostas se defrontam,
sem a armadura); o campo magnético gerado pelos mesmos ímãs, agora colados na
armadura (repare como a presença da armadura concentra o campo).
A ilustração seguinte mostra uma visão lateral da montagem (como se o observador
estivesse posicionado na direção do eixo). Observe:

o vetor campo magnético produzido pelos ímãs fixos

 o sentido da corrente elétrica em cada lado da bobina girante , “entrando” no


plano da figura, “saindo” desse plano);

 as forças magnéticas e que surgem sobre as cargas elétricas em movimento


(isto é, sobre a corrente elétrica) por influência do campo magnético.

Para fazer funcionar o motor, coloque a pilha grande no porta[*]pilhas e ligue, com
pedaços de fio comum, os terminais desse porta[*]pilhas aos preguinhos que fixam
os mancais. Um pequeno impulso na bobina dará início à rotação, cabendo às
forças ilustradas na figura acima o papel de vencer o atrito do eixo com os mancais
e, assim, manter o rotor em movimento.

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