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1- REFLEXOS – REPERCUSSÕES – INCIDÊNCIAS OU INTEGRAÇÕES
Todas as verbas de natureza salarial geram reflexos em outras verbas, ou seja, existem
algumas parcelas salariais reflexas que estão diretamente vinculadas com parcelas
salariais principais, cujos valores se projetam para aquelas. São verbas geradoras de
valores reflexos. Por outro lado, as verbas indenizatórias não impõem quaisquer
consectários ou repercussões em outras verbas trabalhistas.
Insta gizar, desde logo, que quando falamos em reflexos salariais, estamos aludindo
principalmente à repercussão das verbas de natureza remuneratória em repousos semanais
remunerados, férias mais gratificação de 1/3, na gratificação natalina (13o. salário), no
aviso prévio e no FGTS. Indubitavelmente estas são as principais parcelas reflexivas.
Para que as verbas trabalhistas gerem reflexos, não basta que sejam salariais, tão-somente,
mas que sejam também pagas com habitualidade.
No âmbito trabalhista, pode-se dizer que, os reflexos das parcelas salariais pagas ao
funcionário no decorrer da relação empregatícia, nada mais são do que vínculos diretos
com outras parcelas, determinados por lei em favor do empregado.
Toda parcela salarial cujo pagamento seja regular (mensal), gera automaticamente uma
parcela reflexa no aviso prévio, 13º salário, nas férias, no terço de férias, no FGTS e nos
repousos semanais remunerados.
Cita-se, por exemplo, o salário mensal pago ao funcionário, onde, cada mês de salário
pago gera 01/12 avos de repercussão sobre o 13º salário e as férias, 8% sobre o FGTS,
além dos repousos semanais remunerados, que podem estar integrados no valor mensal
pago. As repercussões sempre acompanham a verba principal.
Nas reclamatórias trabalhistas, para que existam parcelas reflexas, sempre deverá haver
uma determinação contida no título executivo, ou seja, o Juiz deverá deferir
expressamente na sentença, citando quais são os reflexos ou as integrações decorrentes
de cada parcela salarial deferida. Se a sentença fizer referência tão-somente à verba
principal, sem qualquer referência desta sobre os reflexos, o cálculo estará limitado ao
principal apenas.
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2- REFLEXOS DAS VERBAS FIXAS OU INVARIÁVEIS
A invariabilidade remete à ideia de verbas de natureza é fixa, cujo valor obedece a uma
evolução gradativa e constante.
As seguintes parcelas podem ser destacadas como exemplo de verbas de natureza fixa ou
invariável: salário fixo mensal, anuênio, adicional por tempo de serviço, adicional de
insalubridade, adicional de periculosidade, salário mínimo nacional, salário mínimo
regional, pisos salariais, e todas as demais verbas fixas que são corrigidas anualmente,
apenas para efeito de reajuste fixado pelas convenções coletivas de suas respectivas
categorias.
Neste sentido, a base de cálculo para efeito de reflexos é o valor da parcela salarial
correspondente ao mês inerente à parcela reflexa, ou seja, por ser parcela salarial fixa,
não é necessário a extração de média para obtenção do quantum a ser integrado.
Dados do Processo:
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Comando Sentencial:
Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
Cálculo:
Dados do Processo:
Comando Sentencial:
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Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
Cálculo:
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3- REFLEXOS DAS VERBAS VARIÁVEIS
Verbas variáveis são parcelas salariais cujos valores tem variações constantes, visto que,
seus valores, alteram-se em função do critério adotado para a formação do montante
devido. Estão diretamente relacionadas com o tipo do serviço executado ou contratado,
como por exemplo, o pagamento de comissão sobre vendas realizadas, onde, o montante
das vendas realizadas é que determinará o valor a ser pago a título de comissão. As vendas
variam dia a dia, período a período, e em função disto, as comissões sofrem os efeitos das
vendas realizadas.
Para efeito de cálculo dos reflexos das parcelas variáveis, se faz necessário a apuração de
média dos valores recebidos no período, como forma de se encontrar um valor equalizado
(médio), que será adotado para fins de integração.
Vejamos:
Dados do Processo:
Comando Sentencial:
Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
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3. Reflexos em: 13o. salário de 1996 (12/12 avos), 13o. salário de 1997
(03/12 avos), férias indenizadas pagas na rescisão (12/12 avos),
férias proporcionais (03/12 avos), terço de férias e aviso prévio (30
dias).
Cálculo:
Cabe destacar, ainda, que as verbas expressas em horas ou tarefas são apuráveis por um
critério misto (ver módulo “horas extras”). A média de horas se apura pelo critério
variável e o valor hora pelo critério fixo, tendo em vista que devemos utilizar sempre o
valor hora do mês de pagamento.
Isto não significa que não sejam variáveis, pois uma coisa é o critério, outra é a natureza
da verba. A utilização do valor hora do mês de pagamento presta-se como uma espécie
de correção monetária.
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Outrossim, o exemplo acima não traz esta ideia de correção monetária, mas o cálculo é
feito, quase sempre1, pelo valor corrigido. Preferimos, contudo, prescindir desta noção
para melhor entendimento.
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A legislação não estipulou que a média deve ser corrigida para fins de integração (v.g, artigo 478, § 4º,
da CLT), sendo construção jurisprudencial a incidência de correção monetária.
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4- PROBLEMÁTICA PRESCRICIONAL
Como se sabe, a prescrição é um parâmetro limitador dos cálculos, ou seja, uma vez
fixada a data da prescrição quinquenal, as parcelas deferidas nos autos são devidas
somente a partir de tal data, restando indevidas no período anterior.
Por vezes a prescrição interfere no divisor a ser aplicável para fins de obtenção de média,
mas esta influência ocorre somente no cálculo dos reflexos de verbas variáveis, pois nas
fixas, já dito, observa-se o salário do mês de pagamento, não sofrendo, portanto, nenhuma
alteração em face da limitação prescricional.
Dados do Processo:
Comando Sentencial:
Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
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Cálculo:
Dados do Processo:
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Comando Sentencial:
Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
Cálculo:
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Verba: DIFERENÇAS SALARIAIS
Salário Salário Saldo Saldo
Mês/Ano Proporção Devido Pago Integral Proporc.
jan/96 30 Dias 100,00 85,00 15,00 Prescrita
fev/96 30 Dias 100,00 100,00 0,00 Prescrita
mar/96 30 Dias 100,00 100,00 0,00 Prescrita
abr/96 Férias 100,00 100,00 0,00 Prescrita
mai/96 30 Dias 112,00 100,00 12,00 Prescrita
jun/96 30 Dias 112,00 103,00 9,00 9,00
jul/96 18 Dias 112,00 103,00 9,00 5,40
ago/96 20 Dias 112,00 103,00 9,00 6,00
set/96 30 Dias Férias Férias Férias Férias
out/96 30 Dias 112,00 103,00 9,00 9,00
nov/96 30 Dias 112,00 105,00 7,00 7,00
dez/96 30 Dias 112,00 108,00 4,00 4,00
Total da Verba Principal .................... R$ 40,40
De igual modo, o fato de haverem sido gozadas férias num determinado mês não repercute
no critério invariável. Contudo, no critério de variável, haverá modificação do divisor
em face da prescrição declarada nos autos. Vejamos:
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5- APLICAÇÃO DAS PROPORCIONALIDADES
Grande parte das parcelas reflexas são calculadas em função da proporcionalidade dos
períodos laborados no pacto contratual, sendo, portanto, de vital importância saber como
encontrar as corretas proporções devidas no período, com suas variações fracionárias,
para posterior projeção do valor encontrado sobre a parcela reflexa.
Exemplo I:
Exemplo II:
O salário hora corresponde a R$ 5,00. No mês o funcionário trabalhou 220 horas. Terá
direito a receber:
Para o cálculo das verbas pagas sob os títulos de: aviso prévio, 13o salário, férias e até
mesmo a gratificação semestral, cada mês trabalhado resulta no acréscimo de 01/12 avos
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na proporção do valor devido, ou seja, os reflexos devem ser calculados levando-se em
conta o período efetivamente trabalhado, pelo acréscimo duodecimal da verba principal.
O cálculo do 13º salário, por sua vez, deve ser realizado sempre com base no ano em que
a verba é paga, e a proporção para efeito de cálculo, deve ter como base o número de
meses efetivamente trabalhados no período compreendido entre janeiro e dezembro.
Digamos que o salário do período sempre foi R$ 1.000,00. Nesse o caso os valores das
parcelas ficariam da seguinte forma:
Digamos que o salário do período sempre foi R$ 1.000,00. Nesse o caso os valores das
parcelas ficariam da seguinte forma:
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Férias 94/95 – 12/12 avos = R$ 1.000,00 / 12 meses x 12 meses = R$ 1.000,00
Férias 95/96 – 12/12 avos = R$ 1.000,00 / 12 meses x 12 meses = R$ 1.000,00
Férias 96/97 – 12/12 avos = R$ 1.000,00 / 12 meses x 12 meses = R$ 1.000,00
Férias 97/97 – 05/12 avos = R$ 1.000,00 / 12 meses x 05 meses = R$ 416,66
Dados do Processo:
Comando Sentencial:
Com base nos dados do processo e sentença acima, podemos concluir o seguinte:
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6- REVELIA
Revelia, pelas normas insculpidas nos artigos 319 e 277, ambos do CPC, corresponde à
situação do réu que não apresenta contestação ou que não comparece à audiência, tendo
sido validamente citado.
No Processo Penal, a revelia "se verifica a partir da ausência injustificada do acusado por
ocasião da realização de qualquer ato relevante no processo, bem como a mudança de
residência, sem comunicação do novo endereço."
No Processo do Trabalho, nos termos do artigo 844 da CLT, ocorre a revelia se o réu não
comparece à audiência.
A. Haverá a presunção de veracidade dos fatos afirmados pelo autor na inicial (direito
material) – caput do art. 319 do CPC. A presunção é relativa porque o juiz poderá
entender que o direito requerido pode não ser devido ao autor, com base nos
elementos trazidos aos autos.
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3. (art. 302 do CPC) Se a petição inicial não estiver acompanhada por instrumento
público, cessam os efeitos da revelia. Ex.: Procuração firmada em cartório em caso
de menor ou incapaz.
II – ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.
No caso do inciso II do art. 9o, ao revel citado por edital ou com hora certa,
eventualmente a pessoa (réu) pode não receber a citação, sendo nomeado curador
especial.
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