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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS CAMETÁ


CURSO DE LETRAS/ PORTUGUÊS/ 2017
NÚCLEO DE BAIÃO

LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA II

BAIÃO-PA
2021
DISCENTE: ADRIELSON TEXEIRA SANTA ROSA

Trabalho apresentado ao curso de


Licenciatura Plena e Ementas,
habilitação em língua portuguesa, da
Universidade Federal do Pará Campus
Universitário do Tocantins-Cametá,
como requisito básico para obtenção de
conceito parcial da disciplina Literatura
Brasileira Contemporânea II ministrada
pela professora Maria Luiza Rodrigues
Faleiros Lima.

BAIÃO-PA
2021
A SECA – Euclides Da Cunha
“A Seca” é um relato que discorre sobre o sertão e principalmente sobre
a esperança e persistência do sertanejo, que almeja dias melhores, mesmo
diante de todas as adversidades climáticas, financeiras e sociais, que são
grandes obstáculos na vida desses cidadãos que vivem nessas regiões de
grande seca, principalmente o Nordeste. Quando tratamos da forma em que a
obra é criada encontramos uma mistura de palavras locais ou regionais, com
palavras rebuscadas e eruditas, que podem trazer um pouco de dificuldade
para o desenvolvimento da leitura, exigindo assim, bastante empenho e
concentração do leitor. Dessa forma, pode-se imaginar que, dependendo de
cada um, o texto possa diminuir um pouco o interesse de leitores menos
assíduos, mesmo diante da grande relevância da temática e de seu conteúdo.

A NOVA CALIFÓRNIA – Lima Barreto


O conto de Lima Barreto se desdobra em uma cidade pacata, que leva uma
vida tranquila e grandes movimentos, até a chegada de um novo morador,
diferente do texto “A SECA” a narrativa se desenvolve em uma situação bem
diferente, não era um povo de extrema necessidade como o povo do sertão,
mas sim um povo que foi envolvido e tentado pela cobiça, em que a cidade foi
corroída pela inveja, soberba e ganância, que terminam por destruir uns aos
outros. Podemos inferir que a questão principal do texto é uma lição de moral,
já que a pessoa mais criticada da cidade, um senhor que viva bêbado, foi o
único sobrevivente, já que o mesmo não foi ao cemitério em busca de riqueza,
mas sim em busca de tranquilidade e calmaria as margens do Rio Tubiacanga.
Considerando a forma como o conto foi produzido, podemos perceber que a
narrativa dispões de palavras simples de modo geral e que tem uma linguagem
coloquial, bem mais fácil de entender e desenvolver a leitura, e mesmo tendo
um enredo fantasioso o leitor cria interesse pelo texto, pelo suspense e
também pela curiosidade pelo desenrolar da trama, nos deixando uma moral,
um ensinamento, um exemplo (mesmo que seja fictício), que mesmo com a
boa vida que temos, como era a do engenheiro, a ganância do homem pode o
levar a devassidão e a cometer loucuras.
NEGRINHA – Monteiro Lobato
Negrinha é um conto em que se narra uma situação de preconceito racial, em
que Negrinha é uma criança, com menos de 5 anos de idade, órfã, que nasceu
e foi mantida na casa de D. Inácia, uma senhora branca, que mesmo com o fim
da escravidão não perdeu os seus costumes de sinhá escravocrata. Mesmo
sendo uma criança indefesa, Negrinha sofria de vários maus tratos, não só de
sua senhora, mas também de outras pessoas presentes na casa onde morava.
A vida da pobre personagem mudou um pouco, após a chegada de duas
meninas branquinhas, loirinhas e ricas que brincavam alegres pela casa de D.
Inácia, nesse dia a sofrida criança conheceu pela primeira vez o que era uma
boneca e sua emoção foi tão espantosa, que pode amolecer o coração de D.
Inácia, que pela primeira vez na vida teve pena da criança negrinha e a deixou
brincar no jardim com as outras meninas. Pode-se notar, que o texto de
Monteiro Lobato, como o de Lima Barreto é de fácil entendimento e de palavras
coloquiais.

CONSIDERAÇÕES
Relacionando os textos citados, podemos destacar alguns pontos, como a
linguagem de cada um deles, conseguimos identificar que “A SECA” tem uma
escrita bastante complexa e de difícil entendimento por conta das palavras e
mesmo que o conteúdo seja importante, a linguagem dificulta a fluidez da
leitura. No entanto nos textos, “A Nova Califórnia” e “Negrinha” nos apresentam
linguagens mais simples e coloquiais, que facilitam o desenvolvimento das
mesmas.
Quando o enfoque são as características do conteúdo do texto podemos
identificar que a seca apresenta as situações sociais, regionais e até mesmo
nacionais e mundiais, no caso de “Negrinha” que abarca uma questão étnico-
racial, enquanto “A Seca” nos mostra a luta da região sertaneja. Constata-se
então que os dois textos citados têm semelhança nas questões dos seus
conteúdos, ao passo que em “A Nova Califórnia” nos apresenta a pior face do
capitalismo.

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