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LABIRINTOPATIA
SAÚDE
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113p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-548-1
CDD 617.882
SUMÁRIO
PROPRIOCEPÇÃO MOVIMENTO
Todas as funções citadas acima são de suma importância para o equilíbrio, que é a
capacidade de manter a postura apesar de circunstâncias adversas. Vale salientar que além do
aparelho vestibular periférico, o equilíbrio é também determinado pelos olhos, com sua
percepção das relações espaciais. Os distúrbios do equilíbrio e do sistema vestibular envolvendo
o ouvido interno afligem pessoas de todo o mundo.
O sistema auditivo como um todo é composto por orelha externa, orelha média e
orelha interna e as vias auditivas. O osso temporal está localizado na face lateral da caixa
craniana é um dos ossos mais complexos tanto no aspecto funcional como anatômico, em seu
interior abriga na sua porção petrosa os órgãos sensoriais da audição e do equilíbrio corporal, no
qual recebe as terminações dos ramos cocleares e vestibulares do VIII par craniano, o nervo
vestibulococlear.
FIGURA 1 - OSSO TEMPORAL ESQUERDO VISTA LATERAL
10
denominada ampola, é nas ampolas que encontramos as estruturas sensoriais dos canais
semicirculares, que são as cristas ampulares (neuroepitélio) contendo células sensoriais ciliadas.
Os órgãos otolíticos informam sobre situações estáticas, dando a orientação gravitacional em
mudanças na posição da cabeça e sobre movimentos com aceleração linear. As extremidades
não ampolares dos CSC anterior e posterior se unem antes de chegarem ao vestíbulo, onde se 11
abrem em um orifício comum.
Os canais semicirculares (CSC) trabalham sinergicamente dois a dois (em pares), é
por meio de cada par que passa um plano espacial. Os CSC laterais fazem um ângulo de 30º
com o plano horizontal (fig. B), quando a cabeça está na posição ortostática. Sua ampola
localiza-se na porção anterior do canal, ambos os canais laterais estão no mesmo plano
horizontal, formando um par funcional. O CSC’s posterior e anterior estão em um plano vertical,
formando um ângulo de aproximadamente 45º com o plano sagital (fig. A).
Vamos “mentalmente” visualizar os CSC’s das duas orelhas (esquerda e direita), eles
trabalham em pares da seguinte forma:
12
13
FRONTAL
A dilatação terminal que está contida nos canais semicirculares (ampola) capta as
variações de aceleração angular (os movimentos de rotação da cabeça). Na região ampular as
cristas ampulares (contém células ciliadas) mantém seus cílios embebidos na substância
gelatinosa, de modo que são os movimentos de deflexão da cúpula (estrutura formada de
substância gelatinosa, contida dentro da ampola) que levam à inclinação dos cílios.
A célula ciliada é o elemento receptor do labirinto vestibular, elas podem ser de dois
tipos: Tipo I (formato arredondado e envolto por várias terminações nervosas) e Tipo II (formato
cilíndrico e com uma única terminação nervosa). Na superfície apical das células ciliadas, tanto
tipo I quanto tipo II, estão os cílios. Para cada célula ciliada existe um cílio diferente dos outros, o
cinocílio, que é único, emerge do corpo da célula e se coloca na periferia do tufo de estereocílios
(que variam de tamanho). Os cílios das células ciliadas nas cristas dos canais semicirculares são
paralelos aos eixos dos canais, estando o cinocílio sempre na mesma extremidade de cada
célula. A movimentação da cabeça leva necessariamente ao movimento do CSC, a endolinfa
contida no CSC, devido à inércia se desloca na direção oposta e este deslocamento provoca a
deflexão da cúpula com consequente inclinação dos cílios. 15
Quando a corrente endolinfática se desloca em direção à ampola, ela é ampulípeta e
provoca a deflexão da cúpula em direção ao utrículo. Porém, se a direção é de sentido contrário
e a cúpula se deflete em direção ao canal semicircular, ela ampulífuga. A compreensão torna-se
fácil, portanto, o deslocamento ampulípeto é em direção da ampola, a endolinfa no CSC lateral é
exitatório, enquanto nos CSC anterior e posterior a excitação é dada pelo deslocamento
ampulífugo, fugindo da ampola.
ampola, e no CSC lateral na extremidade utricular. Todo esse arranjo estrutural desempenha
papel relevante na fisiologia vestibular, pois permite que a célula ciliada responda de maneira
diferente conforme a direção de movimentação dos cílios. O movimento dos esteriocílios sobre 16
cinocílio leva a despolarização da célula ciliada, com aumento da liberação de
neurotransmissores e, portanto, aumento do estímulo da fibra aferente. Entretanto, a
movimentação dos cinocílios sobre os esteriocílios leva a hiperpolarização da célula com
redução da liberação de neurotransmissores e menores estímulos nas fibras aferentes.
O vestíbulo é responsável pela detecção de acelerações lineares, produzidas pela
gravidade ou pelos movimentos do corpo e pelo equilíbrio estático do corpo no espaço. O
vestíbulo é excitado pelo deslocamento da membrana otolínica sobre a mácula, isto ocorre
quando a cabeça e o corpo são deslocados seguindo uma linha, como se deslocar para frente ou
para trás (ex: carro, avião), ou para cima e para baixo (ex: elevador). Esses movimentos geram
um fenômeno de tração da membrana otolítica sobre os cílios da mácula, ou ao contrário, geram
um fenômeno de pressão. Sua resposta seria semelhante à dos CSC. É especialmente
importante que as diferentes células podem ser estimuladas. Assim, a inclinação da cabeça em
qualquer direção vai resultar em despolarização de algumas células utriculares e
hiperpolarização de outras. Esse sinal complexo fornece ao cérebro uma medida acurada da
posição da cabeça.
1.2 INERVAÇÃO
As células ciliadas dos órgãos otolíticos e dos CSC’s são inervadas pelos
prolongamentos distais de neurônios bipolares, cujos corpos celulares se encontram no gânglio
vestibular ou gânglio de Scarpa. Os prolongamentos centrais destes neurônios se juntam com
prolongamentos centrais do gânglio espiral da cóclea para formar o nervo vestibulococlear, que
atravessa o meato acústico interno, ao lado do nervo facial, após curto trajeto no ângulo
pontocerebelar entra na ponte para fazer sinapse nos núcleos vestibulares. Os axônios distais
dos neurônios vestibulares chegam ao gânglio de Scarpa através de dois ramos: ramo superior
com axônios que carregam informações do CSC anterior e lateral e utrículo e ramo inferior com
1.3 IRRIGAÇÃO
O labirinto é irrigado pela artéria labiríntica ou artéria auditiva interna, na maioria dos
casos pelo ramo da artéria cerebelar anteroinferior e em alguns casos pelo ramo da artéria
basilar. A artéria labiríntica se divide em: a. coclear (irrigando a cóclea) e a. vestibular anterior
(CSC anterior, lateral e utrículo) e a. vestibular posterior (CSC posterior, sáculo e parte da
cóclea).
De acordo com Robergs & Roberts (2002) o aparelho perifério consiste num conjunto
de sensores do movimento, as quais enviam informações ao sistema nervoso central,
especificamente ao complexo nuclear vestibular e ao cerebelo, sobre a velocidade angular da
cabeça, a aceleração linear e a orientação cefálica em relação ao eixo gravitacional. O sistema
nervoso central processa esses sinais e os combina com outras informações sensoriais, para
estimar a orientação cefálica. A resposta do sistema vestibular central é transmitida aos
músculos extraoculares e à medula espinhal para preparar dois importantes reflexos, o reflexo
vestíbulo-ocular e reflexo vestibuloespinhal.
O reflexo vestíbulo-ocular gera os movimentos oculares, os quais permitem uma visão
nítida enquanto a cabeça está em movimento, enquanto o reflexo vestibuloespinhal gera o
movimento corporal de compensação, objetivando manter a estabilidade cefálica e postural, e,
dessa forma, evitar quedas. O desempenho destes reflexos é monitorado pelo sistema nervoso
central e quando necessário, eles são reajustados por um processador adaptativo.
O sistema vestibular detecta a posição e o movimento da cabeça no espaço pela
integração das informações dos receptores periféricos localizados no ouvido interno. As células
sensoriais do labirinto transformam energia mecânica que resulta dos movimentos ciliares em
sinal biológico.
Os CSC são responsáveis pela mensuração de acelerações angulares, causadas pela
rotação da cabeça ou do corpo. Cada ducto tem um máximo de sensibilidade ao movimento 18
angular, em um eixo perpendicular à sua posição. Um movimento voltado para a máxima
excitação de um membro do par funcional produz a máxima inibição do outro membro. Como os
movimentos rotatórios da cabeça não ocorrem apenas nos planos exatos dos canais, mais de
um par deve ser excitado concomitantemente pela maioria dos movimentos.
Sistema Integração de
Receptores
Vestibular Informações
Endolinfa
Movimentação
de
Cabeça
2 NÚCLEOS VESTIBULARES
2.1 CEREBELO
relação ao tronco, assim como manter a postura ereta. Estímulos labirínticos levam a diferentes
padrões de ativação na musculatura cervical e dos membros, com o objetivo de prevenir quedas.
Reflexos fásicos de curta latência são mediados pelos CSCs através do trato
vestibuloespinhal medial, tem a função de ativar músculos cervicais específicos, com
consequente estabilização da cabeça no espaço, a partir de estímulos dos CSCs. Reflexos
otolíticos tônicos por sua vez, respondem a variações de aceleração linear, principalmente pelo 22
trato vestibuloespinhal lateral, o que produz uma excitação dos neurônios para musculatura
extensora ipsilateral com inibição recíproca dos flexores.
O trato reticuloespinhal tem sua origem na formação reticular bulbar, sendo que a
maioria dos neurônios reticuloespinhais pontobulbares recebem aferências dos órgãos otolíticos
e CSCs e se projetam principalmente para neurônios medulares lombares e em menor número
para neurônios cervicais.
As três principais vias dos núcleos vestibulares para medula são as seguintes:
Trato vestibuloespinhal medial do núcleo vestibular medial para a medula
cervicotorácica.
Trato vestibuloespinhal lateral do núcleo vestibular lateral de Deiter para medula
lombossacral.
Trato reticuloespinhal dos neurônios pontobulbares para a medula lombar
Dos núcleos vestibulares também partem aferências para o tálamo e córtex que geram
informações a respeito da orientação espacial e percepção de movimento.
Sistema Vestibular
Sensorial
Motor 23
Controle postural
Movimento de cabeça
Direção da gravidade
O SNC usa essas informações para construir uma imagem da posição e do movimento
do corpo e do ambiente que o cerca. O SNC utiliza as vias motoras descendentes, que recebem
informações vestibulares de outros tipos para controlar as posições estáticas da cabeça e do
corpo e para coordenar os movimentos posturais.
O sistema vestibular é ao mesmo tempo sensorial e motor, ele cumpre muitas funções
diferentes no controle postural, sendo as quatro mais importantes:
Estabilização Orientação
Controle
Aguda;
Repentina (pode durar, segundos, minutos, horas ou dias);
Acompanhada de sintomas neurovegetativos (náuseas, vômitos, sudorese,
palidez e taquicardia).
27
A cinetose é um distúrbio do equilíbrio provocado por movimentos constantes, os
sintomas manifestam-se com sudorese, palidez, náuseas e vômito causados pela estimulação
vestibular excessiva. Essas manifestações podem persistir por várias horas depois que cessa a
estimulação.
As consequências consideradas perigosas que estão relacionadas com as
vestibulopatias são as quedas, dificuldade de locomoção ou a redução das atividades de vida
diária, além das fraturas ou acidentes causados devido a algum sintoma relacionado às doenças
ligadas ao sistema vestibular.
28
O nosso ouvido possui dois componentes distintos: a cóclea, que é responsável pela
nossa audição e o vestíbulo, que é responsável pelo nosso equilíbrio. Juntos formam o sistema
vestibular que é responsável em manter o equilíbrio corporal. O comprometimento do labirinto vai
provocar sintomas como tonturas, desequilíbrio, surdez, vertigem (os quadros de vertigem são
acompanhados de náuseas e vômitos, além da sensação angustiante da morte iminente quando
o quadro é muito intenso) ou zumbido.
Cóclea Vestíbulo
Alterações em Crianças
Comunicação
Comportamento
psicológico
Rendimento escolar
Alterações em Adultos e
Idosos
Qualidade de Vida
Comportamento
psicológico
Vida Profissional
31
do diagnóstico e o descobrimento da etiologia, nos pacientes com tontura e sintomas
associados.
De acordo com Ganança (1998) a tontura é a sensação de alteração do equilíbrio
corporal, pode ter caráter rotatório (vertigem) ou não rotatório (instabilidade, oscilações,
vacilação, titubeio, flutuação, ascensão, afundamento, pulsão, impulsão, oscilopsia, etc.) Ambos
os tipos podem ser ou não ocasionados por distúrbios vestibulares, o que só é possível
comprovar por meio da realização e interpretação de exames otoneurológicos.
Os sintomas clássicos das labirintopatias ou alterações no sistema vestibular como um
todo, são decorrentes de desordens funcionais primárias ou secundárias do sistema vestibular.
As tonturas de desordens não vestibulares são mais raras e podem ser causadas por
perturbações exclusivamente oculares (miopia, diplopia, astigmatismo, estrabismo, lentes
bifocais), somestésicas, psicogênicas (claustrofobia, histeria, agorafobia, “vertigem dos
pescadores em alto-mar e outras fobias), doenças cardíacas ou cervicais. Obnubilações ou
perdas de consciência por diferentes estimulações (vertigem laríngica, vertigem olfativa, vertigem
tátil) também não tem relação com sistema vestibular.
Ocular
Doença
Somestésica
Cervical Desordens
32
Não
Vestibular
Doenças
Psicogênica
Cardíacas
Sistema 33
Nervoso
Central
encontrar mais de um tipo de uma vestibulopatia em um mesmo paciente, ao longo de sua vida.
Podem ser encontrados diferentes tipos de alterações em vários membros de uma mesma
família, sem qualquer relação entre elas.
A tontura é um sintoma presente
em mais de 10% da população mundial
90%
10%
34
O que deve ficar bem claro é que as disfunções vestibulares podem ser:
A história clínica do paciente é fundamental para o adequado diagnóstico, tem que ser
analisada com cautela as características de início das tonturas, sua duração, intensidade,
constância ou intermitência, progressão, estabilização ou regressão, fatores de melhora ou piora
IMPORTANTE:
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Características das Tonturas
Duração da Tontura
Intensidade
Constância ou intermitência
Progressão, estabilidade ou
regressão
Vale salientar que pacientes com qualquer tipo de tontura, com ou sem sintomas
auditivos, podem ser inicialmente avaliados por meio de perfil otoneurológico.
FATORES DE MELHORA/PIORA:
IMPORTANTE:
Subjetiva – Quando tem a impressão de estar girando no ambiente, pode ser chamada
de excêntrica. 37
Vômito Taquicardia
38
Perda auditiva;
Otites médias;
Traumas acústicos;
Cirurgias otológicas;
Cinetose;
Distúrbios vasculares;
Hiper ou hipotensão;
Arritmias cardíacas;
Infarto do miocárdio;
Isquemia cerebral;
Crises epilépticas;
Traumatismo craniano;
Distúrbios psíquicos;
Ansiedade;
Depressão;
Fobias; 39
Ataques de pânico;
Distúrbios metabólicos;
Hipo e hipertireoidismo;
Hipoglicemia;
Diabetes;
Problemas genéticos.
Inflamatória;
Traumática;
Vascular;
Tóxica.
1. Vertigem
2. Nistagmo;
Doença de ménière;
Enxaqueca;
Esclerose múltipla;
1. Olhos;
2. Propriocepção;
3. Labirinto.
Aguda – de instalação súbita e pode ocorrer pela via explosiva (um aumento de
pressão de líquidos, que estão associados a esforços físicos ou tensão intensa) ou pela via 42
É importante frisarmos que ligado ao espaço perilinfático ainda pode ser encontrado:
Surdez mista;
2. Vertigem;
3. Tinitus (zumbido).
Os sintomas acima causados por uma elevação da pressão do labirinto podem ter
várias causas, que são: 43
Trauma físico;
Trauma acústico;
Distúrbios metabólicos;
Voos espaciais;
Vasculites.
Vale ressaltar que tanto o espaço endolinfático como o espaço perilinfático, podem
apresentar alterações importantes que oferecem de forma relativamente comum a sintomatologia
crônica ou aguda para alguns casos. Estruturas como: células receptoras, cúpula, nervo
vestibular, núcleos vestibulares, conexões centrais, conexões oculomotoras, e conexões
medulares, dão origem a diversos sintomas nos quais os pacientes se referem.
44
O feto reage a estímulos sonoros após o quinto mês, pois as etapas de respostas a
sons seguem um padrão de maturação. Ao nascer o ser humano apresenta apenas audição do 45
Caretas – O rosto enruga-se como se quisesse protestar contra o som, pode ocorrer
contração das sobrancelhas, além, de abertura e fechamento dos olhos.
Sucção – leve retração do lábio inferior, o bebê pode parar de sugar ou aumentar o
ritmo de sucção.
Riso e/ou choro – O bebê tanto pode cessar quanto iniciar estes comportamentos.
47
com tontura, o que faz com que disfunções vestibulares na infância sejam encaradas como “mal-
estar”, indisposição gastrointestinais ou até mesmo como epilepsia.
Agitação;
Perturbação do sono;
Cefaleia;
Medo de altura;
Medo do “escuro”;
Quedas frequentes;
Insegurança psíquica;
Perdas de consciência;
Náuseas e vômitos;
Perdas auditivas;
Zumbidos;
Plenitude auricular; 49
De acordo com Russo e Santos (1994) algumas exigências são feitas com relação ao
profissional na hora da avaliação de crianças e são as seguintes:
52
Processos inflamatórios e/ou infecciosos de orelha externa, média e tuba
auditiva – obstrução (total ou parcial) pode ocasionar tonturas e sintomas ligados às
labirintopatias;
Doenças metabólicas;
Doenças de menière;
Síndromes menieriformes;
Ototoxicoses;
Infecções bacterianas;
Viroses;
Distúrbios vasculares;
Epilepsia;
Síndrome do pânico;
Cinetose;
Fístula perilinfática;
Tumores do acústico;
Vertigem epidêmica.
sempre a melhor opção. Ganaça (1998) descreve que o tratamento com a múltipla abordagem
terapêutica deverá ser direcionado à correção do fator etiológico responsável pelas alterações
vestibulares. A utilização de medicamento antivertiginoso, exercícios de reabilitação vestibular de
acordo com o deficit vestibular e com a etiologia da lesão, intervenções cirúrgicas podem ainda
ser indicadas em casos específicos e rebeldes ao tratamento clínico. Porém, outras medidas
podem ser tomadas, como à correção de erros alimentares e a não utilização de substâncias
vestibulotóxicas.
Exercícios de
Medicamento Cirurgia Alimentação
RV
Há uma grande preocupação com o equilíbrio corporal do idoso, pois sem ele as 55
atividades como manter-se em pé, andar e movimentação da cabeça no espaço estariam
comprometidas. Qualquer alteração vestibular no idoso pode deixá-lo inseguro (com medo de
cair), isso faz com que suas atividades de vida diária sejam reduzidas, comprometendo sua vida
social. Como já foi dito, os distúrbios vestibulares diminuem significativamente a qualidade de
vida, compromete o dia a dia. Nos idosos esse comprometimento ainda é maior, para esta fase
da vida a perda de equilíbrio tem grande impacto.
Medicamento
Reabilitação
Cirurgia
Vestibular
O envelhecimento populacional é um fato que não podemos fugir, e a cada dia a
expectativa de vida aumenta (fatores como: diminuição da mortalidade e fecundidade, melhora
das condições de vida, avanços tecnológicos etc.), contribuindo para o crescimento da
população idosa. O que não podemos esquecer é que o envelhecimento é um processo
fisiológico, sujeito às alterações biológicas, psicológicas e sociais resultante de diversos fatores,
sejam eles genéticos relacionados ao estilo de vida e/ou às doenças crônicas, além de ser um
processo contínuo, durante o qual ocorrem declínios progressivos de todos os sistemas 56
Doenças
Envelhecimento Estilo de Vida
Crônicas
Desequilíbrio
Quedas
No idoso é bastante comum o zumbido, a dificuldade de compreender a fala em
ambientes ruidosos, de perceber sons agudos e intolerância a sons intensos. Junto com as
tonturas, pacientes idosos relatam sintomas neurovegetativos como: náuseas, vômitos,
sudorese, palidez, taquicardia, além das pré-sincopes, sincopes, quedas, distúrbios de memória,
dificuldade de concentração, fadiga física e mental.
Hemograma completo;
Colesterol;
Triglicérides;
1. Presbivertigem; 59
2. Presbiataxia;
3. Presbitinitus;
4. Presbiacusia.
Qualidade
Vida
4 AVALIAÇÃO OTONEUROLÓGICA
61
66
67
68
70
É de suma importância uma avaliação criteriosa, sem exageros, porém não pode ser 71
subestimado que os sinais e sintomas das alterações vestibulares. É interessante que seja
realizada uma avaliação audiológica completa, quando necessário, inicia-se pelos testes
subjetivos, ficando para complemento e fechamento de diagnóstico os testes objetivos. Segue
abaixo os exames que compõem a avaliação audiológica:
Audiometria Tonal e Vocal – exame subjetivo que tem como objetivo determinar
o limiar de audibilidade nas frequências de 250 a 8000 hertz. Os dados são distribuídos em um
gráfico e o limiar auditivo é definido como o nível mínimo de intensidade sonora necessária, para
que o tom puro possa ser percebido 50% das vezes em que for apresentado, para cada
frequência testada.
Imitanciometria – mede a função e a integridade do sistema tímpano-ossicular e
da via reflexo do estapédio. É um teste objetivo, onde é colocada uma sonda revestida por uma
oliva de borracha macia no meato acústico externo em uma das orelhas e por um fone de ouvido
na outra.
Emissões otoacústica – captar atividade da célula ciliada externa através de
uma pequena sonda, as otoemissões acústicas (sons de baixa intensidade gerados pela cóclea
e transmitidos para a orelha média e canal auditivo) podem ser eliciadas por um estímulo
acústico, que é um som muito breve e altamente estimulante para a membrana basilar.
Eletrococleografia – a cóclea mesmo em repouso mantém um gradiente elétrico
bastante elevado, o registro vai depender do estímulo utilizado. A aplicação deve ser sempre em
paciente com queixas simples ou que indique comprometimento coclear.
Respostas auditivas de tronco encefálico – o BERA, é internacionalmente aceito
como ABR, tem grande importância no contexto do diagnóstico clínico neurológico e audiológico,
aferindo os limiares auditivos de forma objetiva (sem a participação do paciente).
Respostas auditivas de média latência – é indicada para avaliar as disfunções
que comprometem as vias auditivas localizadas no sistema nervoso central, na região entre o
tronco encefálico e o córtex primário.
Equilibriometria
Investigação
Audiológica
Exame
Otorrinolaringológico
Anamnese
A avaliação do equilíbrio, junto com a função cerebelar pode ser avaliada no
consultório de forma tranquila e descontraída, antes que o paciente passe por exames
elaborados. Segue abaixo um demonstrativo do que pode ser realizado em consultórios de
profissionais que cuidam de pacientes com alterações vestibulares:
O nistagmo vestibular são movimentos oculares dotado de uma componente lenta (CL)
e uma componente rápida (CR) que se sucedem alternadamente (oscilações rítimicas do globo
ocular). São movimentos que podem ser horizontais, verticais ou oblíquos, de acordo com os
três CSC (os três planos).
Decúbito dorsal;
Decúbito lateral direito e esquerdo;
Posição de Rose (cabeça pendente); 75
Depois de assumir cada uma destas posições pede ao paciente que ele fixe o olhar em
um ponto, tomando sempre cuidado de manter o olhar para frente. Para que o nistagmo seja
observado à pesquisa deve ser feita com olhos abertos, a presença do nistagmo postural indica
geralmente que há comprometimento vestibular.
também deve ser limpa (utiliza-se de gaze ou algodão úmido com álcool ou éter). Primeiramente 76
coloca-se o eletrodo (fio-terra) em qualquer região da fronte (com pasta eletrolítica), os eletrodos
ativos serão colocados conforme o tipo de equipamentos a ser usado.
Segue abaixo alguns cuidados que devemos tomar na hora da colocação dos
eletrodos:
77
Vale salientar que o nistagmo espontâneo (NE) com os olhos abertos não é observado
em pessoas normais, pois sua presença indica alteração do tônus vestibular, que pode ser
problema periférico ou lesão central. Entretanto, o nistagmo espontâneo com os olhos fechados
79
pode estar presente em pessoas normais, lembrando que o NE presente pode influenciar os
outros testes.
80
O nistagmo optocinético (NO) é mais uma prova que utiliza estímulo visual, realizada
com olhos abertos, este nistagmo está presente em todos os vertebrados e sua função é a de
manter um objeto em movimento na fóvea. É utilizado um tambor de listras pretas e brancas,
posicionado a 1m à frente do paciente. O tambor começa a girar para a esquerda sentido horário
e em seguida para a direita/anti-horário, solicitando ao paciente que sempre fixe os olhos na
listra central, embora a tendência seja acompanhar as faixas que passam a sua frente, a
velocidade de rotação do tambor é de 60 a 90 rotações por minuto. Quando se olha para o
centro surge a componente rápida do nistagmo (movimento de fixação), enquanto que a
componente lenta representa a movimentação dos olhos na tentativa de acompanhar o
deslocamento do tambor. Quanto o tambor gira para a esquerda/horário, o nistagmo é para a 81
direita, e quando gira para a direita/ anti-horário, o nistagmo é para a esquerda. O objetivo dessa
prova é verificar se existe uma simetria entre os batimentos ocorridos quando o tambor gira em
sentido horário e anti-horário.
os olhos do paciente, manter conversação constante para inibição cortical, repetir a prova mais
de uma vez caso o registro da primeira esteja ruim de análise, tentar tranquilizar e passar
segurança ao paciente e corrigir posições da cabeça do paciente caso haja alteração durante a
prova.
Prova rotatória com aceleração constante – esta prova fornece a possibilidade
de localizar a lesão (central ou periférica)
As provas calóricas (nistagmos pós-calórico) criam variações térmicas no conduto
auditivo externo, qual alcança o ducto labiríntico modificando a densidade da eindolinfa. As
variações térmicas são abaixo ou acima da temperatura corporal, a técnica mais conhecida
empregada para a realização da prova calórica foi a descrita por Fitzgerald & Hallpike, que
consiste na irrigação dos condutos auditivos externos direito e esquerdo com 240 ml de água,
nas temperaturas de 30º C e 44º C durante quarenta segundos.
O método mais utilizado é a verticalização dos CSC’s laterais, usando 240 ml de água
durante 40 segundo de estimulação seguindo a seguinte sequência: 44º C – OD (nistagmo pós-
calórico para a direita), 44º C – OE (nistagmo pós-calórico para esquerda), 30º C – OE (nistagmo
pós-calórico para a direita), 30º C – OD (nistagmo pós-calórico à esquerda). Respeitando um
intervalo de 3 minutos de um para outro, isso depende muito da reação do paciente.
É importante frisarmos que durante as provas calóricas devemos ter cuidado nas
seguintes situações:
De acordo com Munhoz (2000), cerca de 40% da população adulta tem algum distúrbio
de equilíbrio em alguma época da vida. A história clínica do paciente é importante na hora da 85
avaliação vestibular, a configuração de diversos quadros clínicos, proporciona diferenciar
problemas vestibulares periféricos e centrais. Testes avaliam audição e equilíbrio corporal
possibilita a confirmação de lesões auditivas e/ou vestibular, a sua localização (periférica ou
central), além da orientação terapêutica e o prognóstico.
Segue abaixo o que podemos fazer para facilitar na hora de interpretar, e analisar em
pacientes:
Registro no NE com olhos abertos e fechados, como que possamos comparar
essas medidas;
O ND sofre influência do NE com olhos abertos;
Deve ser observado se o registro do NE aparece quando simplesmente
conversamos com o paciente, pedindo para ele realizar cálculo etc., sem verbalizar.
É de grande valia o NE, para análises, devemos escolher para se medir VACL a
constância e a regularidade, não se pode considerar nistagmo quando existe apenas um 89
91
7 ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
É muito importante orientar o paciente que chega aos consultórios com sintomas de
alterações vestibulares, que a moderna avaliação otoneurológica procura especificar o fator
etiológico, manipular racionalmente os antigos e novos medicamentos, modificar hábitos ou
vícios e eliminar erros alimentares, proporcionando assim uma melhora na qualidade de vida e
eliminando os fatores de risco para o dia a dia. Nos dias atuais ainda é muito comum paciente
vertiginoso, sem diagnóstico fechado, receber informações de que tem “labirintite” e ser
medicado de forma empírica. O equilíbrio do corpo, em condições normais recebe informações
do sistema visual, proprioceptivo e vestibular de maneira harmoniosa, desencadeando reflexos
oculares e espinhais, que automaticamente mantêm o controle postural.
Modificar hábitos ou eliminar vícios
Orientação alimentar
Farmácos e eliminação de fatores de
riscos
94
Melhora na qualidade de vida
Acomodação Compensação
Descompensação Superinformação
Processo de
Acomodação
Vestibular
É importante mostrar ao paciente todo o processo de reabilitação vestibular, explicando
principalmente os mecanismos de compensação vestibular. Lembrar ao paciente a cada sessão
sobre os objetivos da reabilitação, como alcançá-lo e os limites da terapêutica.
O paciente deve estar ciente sobre todo o procedimento, é interessante que desde a
avaliação vestibular o paciente já esteja ciente sobre seus sintomas e que poderá ser feito caso
o diagnóstico seja de lesão no sistema vestibular. Pois a reabilitação no intuito de restaurar o
equilíbrio, acelerando e estimulando os mecanismos naturais de compensação, permite que o
paciente execute o mais perfeitamente possível os movimentos que estava acostumado a fazer 95
antes de surgir a vertigem. Os objetivos principais da reabilitação, que devem ficar bem claro
para o paciente são:
O profissional que cuida de pacientes com sintomas vestibulares, deve sempre lembrar
que cada paciente é único e o seu atendimento deve ser dirigido especificamente para as suas
deficiências funcionais, identificadas anteriormente na avaliação. Quando a deficiência foi
reconhecida (vestibulovisual, somatossensorial e/ou postural), deve ser identificada se a lesão é
unilateral, bilateral, periférica ou central. De acordo com Ganança (1998) o sistema vestibular
pode ser fisiologicamente reabilitado em pacientes com vertigem aguda ou crônica por meio de
exercícios físicos específicos, eficientes e habitualmente sem eventos adversos. Os exercícios
devem promover a resolução do conflito sensorial, estimulando a função vestibular e as pistas
alternativas visuais e somatossensorial. O emprego precoce de exercícios com os olhos, a
cabeça e o corpo suscita o conflito sensorial que acelera a compensação, propiciando a
recalibração central da função vestibular. A compensação é mais rápida quando a situação de
conflito é apresentada repetitivamente.
O paciente que irá iniciar o tratamento de alterações vestibulares deve estar bem
informado sobre o processo adaptativo, que é justamente a habituação, que reduz ou anula as 96
respostas sensoriais por meio de estímulos repetidos a intervalos regulares. O papel
fundamental da habituação é compensação vestibular na vertigem aguda ou crônica e nas
vestibulopatias de origem periférica. A repetição repetida dos receptores vestibulares produz
1. Orientações Alimentares:
Procurar comer bem pela manhã, menos no almoço e muito menos à noite;
Procura não ficar mais que três horas no período diurno sem ingerir algum
alimento;
Evitar o uso de carboidratos de absorção rápida (açúcar refinado, mascavo,
demerara, cristal, mel);
Usar adoçantes ou dietéticos;
Massas e comidas gordurosas devem ser limitadas a pequenas quantidades;
Procurar comer devagar e mastigar bem os alimentos;
Evitar ou reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas;
Beber de quatro a seis copos de água por dia;
Evitar café em excesso, chá mate, chá preto e chocolate;
Procurar não beber mais de três xícaras de café;
Dar preferências as carnes brancas (aves ou peixes);
Aumentar a ingestão de verduras frescas ou pouco cozidas;
Comer devagar e mastigar bem os alimentos.
3. Tratamento Medicamentoso:
Evitar o uso de medicamentos potencialmente tóxicos labirínticos (anti-
inflamatórios, diuréticos, moderadores de apetite);
Não tomar medicamento sem ordem médica.
1. Antivertiginoso/antieméticos;
2. Vasodilatadores;
3. Ansiolíticos.
Em suma, devemos ficar atentos, pois em muitos casos, alguns pacientes com
alterações vestibulares não conseguem uma melhora com o tratamento medicamentoso,
fisioterápico, dietético, necessitando de intervenção cirúrgica. Segundo Pereira e Saes (2006),
quando a gênese do problema é persistente, quando se deseja abreviar a cura ou quando as
sequelas do processo geram informações erradas aos centros cerebrais, mantendo a
sintomatologia e exigindo que o ouvido seja corrigido ou abolido, para que o processo, que
muitas vezes é extremamente incapacitante, seja suprimido, surgindo à indicação de cirurgia.
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A indicação de cirurgia deve ser analisada com muito cuidado, pois existem maneiras
menos invasivas para abolir os sintomas, para que possa esperar a compensação vestibular. A
estimulação sensorial deve ser usada no período crítico, apesar do desconforto, o paciente deve
8 ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
O objetivo principal da RV é:
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4. Exercícios em pé:
A partir da posição sentada, levantar-se com os olhos abertos. (20 vezes);
Repetir com os olhos fechados o exercício acima;
Passar uma pequena bola de borracha de uma mão para outra, acompanhando
com os olhos;
Passar a bola de uma mão para outra, por baixo de um dos joelhos.
5. Exercícios de movimentação:
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23. Em pé, com os olhos fechados, oscile a cabeça e o tronco para frente e para
trás, com os joelhos rígidos;
24. Idem em relação ao exercício 23, nas pontas dos pés;
25. Idem em relação ao exercício 23, sobre os calcanhares;
26. Idem em relação ao exercício 23, sobre o pé direito;
27. Idem em relação ao exercício 23, sobre o pé esquerdo;
28. Em pé, com os olhos abertos, oscile o corpo para frente e para trás, fixando o
olhar em linha vertical;
29. Idem em relação ao exercício 28, sobre um pé só;
30. Idem em relação ao exercício 28, sobre uma plataforma oscilante;
31. Caminhe primeiro com os olhos abertos e depois, fechados;
32. Caminhe na ponta dos pés;
33. Caminhe sobre os calcanhares; 105
34. Realiza os movimentos da marcha sobre um travesseiro;
35. Caminhe segurando um peso de cinco quilos em cada mão;
36. Caminhe formando círculos;
37. Caminhe formando uma figura similar a oito;
38. Caminhe formando ângulo para os lados;
39. Com os olhos abertos, sente-se na cadeira;
40. Com os olhos abertos, levante-se da cadeira;
41. Jogue uma bola para cima;
42. Acompanhe os saltos de uma bola.
1. Estimulação vestibular
Gire a cabeça 45º de um lado para o outro, sem parar, mantendo o olhar
focalizado em palavras num cartão à sua frente, durante um a dois minutos.
Repetir, rapidamente.
Repetir novamente, movendo a cabeça para cima e para baixo
2. Interação vestibulovisual
Movimentar o cartão e a cabeça em direções opostas, sem parar, mantendo as
palavras em foco durante um a dois minutos.
Repetir rapidamente.
Repetir, movendo a cabeça para cima e para baixo.
A seguir imagens para que você possa visualizar os exercícios propostos acima:
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Pereira e Saes (2006) relatam que a AOOI elaborou um protocolo simplificado para
exercícios de reabilitação vestibular nas seguintes posições:
2. Posição sentada
Movimentar a cabeça, fletindo-a para cada um dos lados, inicialmente devagar
e, a seguir, rapidamente, com os olhos fechados e posteriormente com os olhos abertos olhando
um determinado ponto;
Flexionar o tronco para frente na tentativa de colocar um pequeno objeto no solo
e retornar à posição inicial acompanhando com o olhar o objeto;
Flexionar o tronco para frente, desviando-o para a direita e, posteriormente para
a esquerda;
Ficar em pé e sentar-se, repetidas vezes, inicialmente com os olhos abertos
fixando um determinado ponto e posteriormente com os olhos fechados.
3. Posição em pé
Girar a cabeça de um lado para o outro, inicialmente devagar e, a seguir,
rapidamente, com os olhos abertos, fixando o olhar em um ponto e posteriormente com os olhos
fechados;
Adotar a posição de Romberg;
Ficar em pé, sobre os calcanhares;
Ficar em pé, na ponta dos pés;
Ficar em pé, somente com uma perna de apoio ao solo;
Ficar em pé, sobre uma superfície macia (colchão), inicialmente com os olhos
abertos olhando um determinado ponto e, posteriormente, com os olhos fechados.
4. Caminhando
Caminhar para frente e para trás;
Caminhar sobre os calcanhares;
Caminhar nas pontas dos pés;
Subir e descer as escadas.
É muito importante a produção de estratégias para a realização das atividades de vida 109
diária (AVD), o paciente geralmente quando procura a reabilitação vestibular, apresenta-se
inseguro e privado de muitas situações que antes eram normais. O profissional deve
proporcionar na reabilitação o desenvolvimento da autoconfiança e estabelecer os seus limites
funcionais daquele momento ou em longo prazo.
Qualidade de
RV Autoconfiança
Vida
Primeira fase
Quatro sessões de estimulação optocinética horizontal, vertical e oblíqua. É utilizado o
tambor optocinético para as estimulações horizontais anti-horária e horária (na primeira sessão),
vertical para cima e para baixo (na segunda sessão), oblíqua para a direita e para a esquerda,
para cima e para baixo (na terceira e quarta sessão)
Segunda fase
Quatro sessões de estimulação per rotatória pendular decrescente com a cadeira
rotatória de dupla função Rover.
Terceira fase
Quatro sessões de estimulação conjugada optocinética e per rotatória, sendo que a 110
optocinética é exclusivamente horizontal e a prova rotatória pendular decrescente destina-se
apenas à estimulação dos CSC’s laterais.
Quarta fase
Quatro sessões de estimulação calórica com ar, por intermédio do otocalorímetro. A
estimulação deve obedecer à seguinte ordem: 42ºC lado direito, 42º C lado esquerdo, 20º C lado
esquerdo, 20º C lado direito, deve ser respeitado um intervalo de 90 segundos entre cada
estimulação.
Reabilitação
Vestibular
Qualidade Amenizar
de os
Vida Sintomas
O tratamento vai além do medicamento, a reabilitação vestibular é um recurso forte e
que resulta em atender as necessidades individuais de cada paciente, a RV juntamente com
outros recursos terapêuticos procura auxiliar a todos os envolvidos com as alterações
vestibulares (profissionais, pacientes, familiares).
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