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Nota importante: o texto tem por meio a informação e mesmo entreter com base em estudo

subjetivo não tendo como objetivo anular qualquer conhecimento que rume em outra
direção. A intenção é somente trazer conforto às pessoas que eventualmente estejam em
situação semelhante, não subtraindo qualquer outra opinião seja pessoal ou de terceiros em
especial, capacitadas a repeito das questões psicológicas do enfrentamento do
questionante. Desde já agradeço seu tempo e interesse. Boa leitura.

Algo mudara em Anastácia. Não subitamente, mas de uma forma gradual. A princípio
somente as pessoas mais próximas percebiam, mesmo que não soubessem dizer do que
se tratava. Depois de um tempo ela própria teve de admitir que algo mudara nela, mesmo
que em segredo, pois agora a magia que ela executava era outra: era uma magia de fada.
Negando a princípio, depois admitindo aos poucos, devido ao grau de sucesso e
refinamento que a magia havia alcançado. A magia de antes se mostrava infrutífera, mas
essa nova, era excepcional. Anastácia havia se tornado uma bruxa fada. Por mais estranho
e inacreditável que pudesse soar. Seus feitiços eram agora diferentes, quase que seguindo
um método próprio, e em contrapartida havia outros que ela não executava mais, ou
simplesmente desprezava. Com o tempo ela já admitia intimamente sua nova condição. Ela
que sempre havia pesquisado e amado o mundo feérico era agora pertencente a ele. Mas
como, quando e por que isso aconteceu? Foi de propósito? Obra de algum feitiço, ou de
alguma fada? Por que algumas pessoas parecem “mudar de espécie” magicamente
falando?

Entretanto e apesar de tudo, não há nenhuma razão para se preocupar, seja por imaginar
que a situação possa lhe causar transtornos, seja pela singularidade ou pelo estranhamento
que a situação possa causar. Ela não está sozinha nisso: milhares de praticantes de artes
mágicas passam pela exata mesma situação. Obviamente não são todos exatamente fadas,
mas sim, as mais variadas figuras como nereidas, gnomos, duendes, anões, elfos, dríades,
centauros, dragões, lobos, leões, tigres, harpias, corujas, águias, elementais da água, fogo,
terra e ar, vampiros, lobisomens e incontáveis outros. O extenso exemplo é apenas para se
ter noção da variedade de pessoas que mudaram a espécie de sua essência interior: se
tornaram “trans espécies essenciais”.

A lógica da trans especiação essencial

A trans especiação essencial é o conceito onde o bruxo por meio de um processo


intencional ou não, mesmo que subconsciente, muda sua essência interior em tempo
integral, parcial, temporariamente ou definitivamente, podendo este ocorrer por meio
automático, natural, ritualístico, revelação divina, ou mesmo forçado (transubstanciação
essencial evolutiva e involutiva, ascensionada ou amaldiçoada), onde o corpo físico é
reduzido a um simulacro humano, que por vezes acaba ainda refletindo fisicamente
nuances da nova essência, onde consequentemente a essência humana “morre” total ou
parcialmente, dando lugar a outra dando a lugar a um novo ser, uma nova entidade
encarnada, dando assim ao bruxo uma nova roupagem espiritual, mental e mágica. Noutras
palavras se torna uma nova espécie estando ligada a questão humana apenas pelo
simulacro e sua manutenção e proteção ao plano físico, ou por outra adotada como ligações
de sangue, etc.
A essência é consumida pela nova por vezes de forma gradual e silenciosa, porém quando
em estado avançado é inegável que algo incomum está ocorrendo e mesmo iludindo-se já
sabe ter se tornado “outra pessoa”; um ressurrecto trans espécie.
O motivo para o fenômeno que diferencia em definitivo um ressurrecto trans espécie de um
otherkin são seus meios de conversão em geral, causados pelo convívio mágico com a
essência matriz, ou mesmo pela necessidade de renascer como um novo ser capaz de
derrubar um obstáculo ou de evoluir. O espírito e a força de vontade encontram seus meios
para vencer os desafios dando suporte a mente consciente, mesmo que seja redesenhando
a si mesmo, se necessário for. Noutras palavras, para o bruxo são coisas como seu
refinamento da magia, coisas que por vezes possam estar se tornando impossíveis para
sua versão humana, mas como nova espécie a margem de sucesso aumentaria
consideravelmente. Toda a mudança em si não ocorre por estética e sim por busca de
resultados, o que leva-se a não recorrer a mudança de essência forçada: ela deve ocorrer
naturalmente e ocorrerá de fato, se houver necessidade. O processo não é de todo
estranho para aqueles que estão familiarizados com totens ou animais espirituais, apesar
de diferir de evocação ou incorporação: a reestruturação ocorre muitas vezes aquém do
conhecimento do próprio magista, que nem sempre percebe o quanto está mudando, mas
muitas vezes é perceptível as pessoas ao redor, que “a pessoa está mudando de alguma
forma incompreensível”.Tal qual o guerreiro berserk, cujo âmago através de seus meios e
de autossugestão, encontrou no urso o ideal de guerreiro invencível e animalesco, ele não o
invocava ou incorporava, ele se tornava o próprio urso em toda sua fúria e força,
distinguindo aliados de adversários ante sua voracidade bélica, enfrentando nu, vestido
apenas de uma pele de urso a qualquer oponente independente de quantidade de forma
inaplacável (chegando ao ponto de morder as bordas de escudos inimigos), abrindo
precedente para literais metamorfoses, dando origem a uma cepa totalmente nova de
consciência mágica, que aliado a esforço e a busca pelo conhecimento pode resultar num
grande ganho para a magia em geral. Quanto a parte ritualística, devido a cada pessoa ter
um trato único com as entidades é demasiado subjetivo, devendo ficar ao encargo do
próprio bruxo ou de pessoas capacitadas e de confiança do mesmo, para obtenção de êxito.

Trans espécie forçada: transformando pessoas em sapos

É comum em certos contos pessoas das mais variadas serem transformadas em animais
por bruxas, em sapos, cisnes e inúmeros outros. Mas qual o fundo psicológico e útil para a
magia disso? A mudança por parte de interferência de divindades é quase sempre bem-
vinda e para melhor, salvo como ocorreu com certo rei bíblico que passou temporariamente
para um estado feral, temos também a mudança causada por sugestão de terceiros: bruxos
capacitados de certos dons. O recurso já é usado a tempos para subjugar e rebaixar
psicologicamente os desafetos e oponentes do bruxo, transformando-o psicologicamente
em algum ser repulsivo incapacitando-o de praticar magia ou outros atos específicos
enquanto estiver sobre esse estado de jugo. Entretanto isso exige grande conhecimento
tanto de magia quanto de psicologia por parte do magista, caso alguém se preocupe com o
fato se tornar moa. Além disso, é reversível por meios comuns à magia.

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