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HISTÓRIA

Hydra Malfoy é um projeto que começou entre 2001 e 2002, quando tinha doze anos e
vi pela primeira vez o filme “Harry Potter e a câmara secreta”, pouco depois, fui ver o
primeiro filme e ler os livros que já tinham sido lançados (acho que até o prisioneiro de
Azkaban, se não me engano), eu me apaixonei pela história de um jeito, que eu quis
me incluir nela, então criei um personagem, na época, sem pensar muito em
etimologia que fizesse sentido nem nada, criei a “Julia Malfoy”, a história era um
pouco diferente, mas a base era a mesma, era uma irmã mais velha de Draco, que
chegou em Hogwarts no ano do livro dois, na época, não sabia da existência da
Beauxbatons, então inventei alguma outra coisa. Outra coisa que não mudou, foi que
Hydra seria diferente, não iria ser preconceituosa e desafiaria a sua família.

Eu começo essa saga de seis livros, com Hydra Malfoy com seus 14 anos, uma menina
jovem, bonita, desafiadora, vinda de uma vida de abusos (não sexuais, ok?) de seu pai
e de descontentamente com sua família, encontrando um novo lar, amigos e amor,
então sim, o primeiro livro é muito focado na vida do que seria uma adolescente em
Hogwarts, ela vê a história de fora, conta seu ponto de vista, mas ela termina no sexto
livro com Hydra como uma mãe que participa ativamente de toda batalha contra
Voldemort, então eu espero que vocês gostem e acompanhem a evolução nos seis
anos da vida de Hydra que eu irei narrar.

Todos os outros livros já foram escritos, mas estão em fase de reavaliação da história e
eu irei postar em breve.

Se quiserem informações, me escrevam: Paula.vmello@hotmail.com

Facebook: Paula Vieira de Mello

Twitter: paulasland

Um beijo,

Paula Mello.
AGRADECIMENTOS:

Queria agradecer ao Rennan e Gustavo, que foram meus consultores sobre assuntos
de Harry Potter durante principalmente o começo, já que eu queria fazer um livro mais
coerente com os originais possível. Rennan também foi um dos meus principais
incentivadores para escrever e me deu muitas boas idéias.

Novak, minha amiga, que recebeu algumas homenagens ao longo do livro e também
foi uma das que me incentivaram.

Ao meu primo Wagner, que foi o primeiro, lá em 2002, que me levou para ver Harry
Potter e a câmara secreta e começou o meu amor pela saga, me emprestando todos os
livros dele para eu ler e me levando em algumas outras estreias dos filmes.
Hydra Malfoy

Prólogo

Era uma tarde quente de Julho. O sol estava forte do lado de fora, mas é claro, ela,
deitada em seu quarto, não se importava muito com isso - não naquele dia, não
enquanto ela estivesse naquela casa, aquela casa... Era engraçado como o lugar onde
ela nasceu e cresceu nunca foi seu lar; sempre se sentia melhor em qualquer outro
canto do mundo menos ali. Ela não tinha ideia do que se passava naquele lugar e nem
queria, por isso que sempre que voltava de férias para casa, inventava viagens para
fazer com seus amigos. Sua mãe não gostava, mas seu pai estava mais do que contente
de não tê-la por perto, ao menos era como ela se sentia. A única parte triste era seu
irmão: ela sempre o amara muito, mas ele não podia ser mais distinto dela em algumas
atitudes - na verdade, pior do que isso, ele não podia ser mais parecido com o pai. Isso
a incomodava profundamente, porém não diminuía seu desejo de estar perto dele e
de ajudá-lo. Ele não tinha toda a culpa, claro que ele tinha algo muito também, ela
pensava, mas a maior parte do que ele foi feito feito era culpa de seu pai que o fez
desse jeito. Mas então, qual era o porquê dela ser tão diferente?
Capítulo 1

O BECO DIAGONAL

- Mestre Hydra, mestre Hydra, o mestre Lúcio mandou Dobby vir aqui lhe chamar.

Hydra abriu os olhos e viu o pequeno e mal vestido elfo doméstico com quem sempre
tivera uma grande relação de carinho, pena e culpa pelo jeito que sua família o tratava.
Ele estava na porta de seu quarto com a mesma expressão de medo que sempre tinha.

- Tudo bem Dobby, muito obrigada, eu já irei. - Hydra viu que Dobby não se mexeu. -
Pode ir Dobby, eu já vou...

- Mestre Hydra, Dobby não pode se mexer até que a mestre Hydra saia do quarto e
siga com Dobby. Dobby não pode, não pode! - O elfo parecia estar com medo e
desesperado falando em uma voz que demonstrava grande agonia.

- Não, Dobby, não tem problema. Veja, já estou levantando.

"Mais um truque do meu pai, ele sabe muito bem que eu não iria sem isso", pensou
Hydra enquanto levantava da cama contrariada. Deu uma rápida olhada no espelho
próximo a uma das portas laterais ao seu quarto. Estava com o rosto e roupas
"amassados" de quem passara o dia inteiro na cama. Sua mãe provavelmente iria
reclamar desse descuido, mas bem, ela não parecia se importar com isso quando
deixou que seu pai a obrigasse a seguir com o elfo. Por fim, dando uma leve ajeitada
nos cabelos, Hydra seguiu com Dobby pelo corredor escuro e longo e logo depois
desceu a escada que levava até uma das salas de estar da família.

Lá, encontrou seu pai sentado em uma grande cadeira de veludo verde escuro, virada
de costas para a porta onde ela se encontrava, sem sequer parecer notar a sua
presença. De frente para ele, em outras duas cadeiras de veludo verde, estavam sua
mãe e seu irmão, Draco, com uma quarta cadeira vazia entre os dois.

- Pode ir, elfo... – Disse ele sem nem olhar para o pobre Dobby, apenas acenando com
a mão.

Dobby fez uma pequena reverência e saiu, sempre parecendo desesperado para se
afastar da presença de seu mestre.
- Hydra, sente-se, preciso ter uma conversa com você. - Disse Lucius, sem nem ao
menos se virar para olhar a filha.

Hydra seguiu em direção à cadeira, estranhando as expressões sérias de sua mãe e


irmão, mas também, quem poderia ficar feliz perto daquele homem? Não é que Hydra
não amasse seu pai, ela amava - pelo menos sentia algo que achava que era amor -
mas seu desgosto pelas atitudes do pai fazia com que esse amor se tornasse frio e
distante, assim como seu pai o era.

- Bem, não precisava ter pedido para o pobre do Dobby ficar me esperando, eu já ia
vir... – Disse ela em um tom educado enquanto se sentava.

- Não, você provavelmente não viria, você provavelmente seria a mesma insolente de
sempre me fazendo esperar. - Lúcio interrompeu com uma voz séria, porém calma.

- O que você quer? - Perguntou Hydra, se tornando mais impaciente e desgostosa com
a conversa a cada minuto.

- Olhe a maneira como fala, não está falando com um elfo doméstico. – Lúcio levantou
os ombros e a olhou com quase tanto desprezo quanto olharia para Dobby.

- Não mesmo, com eles eu jamais precisaria falar desse jeito. – Narcisa arregalou os
olhos. Hydra e Lúcio já estavam acostumados a brigar desse jeito, mas sua mãe parecia
que nunca se acostumaria.

- Hydra, Lúcio, por favor!- Disse sua mãe depois de ver a expressão de raiva de Lúcio.
Narcisa parecia nervosa e agitada, com as mãos apertadas.

- Perdão, mãe. - Disse Hydra com um falso (bem falso) sorriso no rosto – Pai...

Lúcio voltou a recostar-se na cadeira e a falar calmamente, enquanto mexia no copo


que estava em sua mão.

- Alguns colegas conversaram comigo, me questionaram sobre o porquê de minha


própria filha, a filha do conselheiro de Hogwarts, não estudar ali e sim em uma escola
na França. - Continuou Lúcio com o mesmo tom sério e calmo de antes.
- E você disse a eles que é porque você prefere que ninguém saiba da minha
existência? – Seu tom irônico trazia sempre o ollhar de medo da mãe e do irmão de
volta, o compasso acelerado do seu coração não obedecia a mesma regra da acidez e
liberdade de sua língua. Tinha medo, mas jamais deixaria seu pai saber disso, é claro.

- Hydra, por favor filha, não fale esse tipo de coisa! - Narcisa, sua mãe, pedia com uma
voz de choro que fez Hydra se arrepender do que disse. Ela sempre tinha essa
fraqueza, não aguentava ver a mãe com medo ou triste com ela - na maioria das vezes,
pelo menos.

- Perdão, não foi o que quis dizer. Quero dizer, o senhor disse que é porque eu pedi
para estudar em uma escola de fora e conhecer novas culturas? – Agora Hydra falava
com uma voz calma e educada para Lúcio.

- Sim, eu disse isso inúmeras vezes, mas eles insistem em dizer que isso fica mal para a
imagem de Hogwarts, como se eu a achasse, de alguma forma, inferior a Beauxbatons.
Disseram que isso estava repercutindo entre o ministério e que o próprio Cornélio não
estaria gostando. – Lúcio parecia altamente irritado falando isso, como se pudesse ver
as pessoas; seus olhos mostravam o desprezo que sentia por eles.

- Isso é ridículo, por quê o ministro da magia iria se importar sobre onde eu estudo?
Não faz o mínimo sentido!

- Você não entende como as coisas funcionam, Hydra. Se eu pudesse teria enviado
você e seu irmão para Durmstrang, lá vocês teriam um ensino de acordo com o status
de vocês. Mas você e sua mãe insistiram em fazer diferente. - Ele lançou um olhar para
Narcisa – Contudo, agora isso mudou. Não posso mais tolerar esses rumores, eles
estão prejudicando a minha imagem, a nossa imagem, e eu não posso e nem vou
perder a minha posição em Hogwarts.

- O que isso quer dizer? - Hydra agora tinha uma expressão de pânico no rosto e na
voz, não podia ser o que ela pensava que era...

- Que eu já conversei com a sua diretora e com Dumbledore, aquele velho


incompetente pelo menos para isso não me irritou. E ele concordou em recebê-la em
Hogwarts esse ano.
As últimas palavras eram como uma faca que machucava Hydra por dentro, aquilo não
podia ser verdade. Ela não iria abandonar sua escola amada no seu quarto ano para se
juntar ao seu irmão em Hogwarts, um lugar onde todos sabiam seu sobrenome e iriam
sempre olhar para ela como uma pessoa que se acha superior pela sua família. Era a
última coisa que ela queria, ser reconhecida como uma Malfoy, deixar seus amigos,
aquilo não podia ser verdade...

- Não pai, por favor, não, eu não quero deixar a minha escola, por favor, eu não te dou
trabalho lá pai, pensa bem, por favor, me deixa ficar na minha escola, eu não quero
sair dali, por favor!

Hydra chorava descontroladamente e era consolada por sua mãe, que apareceu ao
lado de sua cadeira a abraçando. Draco continuava imóvel, como se tivesse medo de
falar alguma coisa.

- SILÊNCIO! Chega de choro, não adianta chorar! Não adianta, eu dou as ordens nessa
casa e já está tudo feito, já está decidido. Sua antiga diretora e Dumbledore já estão
avisados, sua ida para Hogwarts já está acertada, não tem volta! - Lúcio já estava
extremamente irritado ao falar estas palavras e batia o punho no braço da poltrona.

- Filha, minha querida, mamãe estudou lá, é uma ótima escola apesar de tudo, acho
que você pode gostar muito! - Narcisa falava com uma voz doce, mas ao mesmo
tempo desesperada, Hydra sabia que sua mãe odiava a ver chorando. Ela acariciava
seus longos cabelos loiros e segurava sua mão.

- Você deve gostar Hydra, existem alguns tipos lá que realmente me fazem querer sair
dali, mas na Sonserina tem pessoas de qualidade, Hydra. Eu posso te apresentar a
algumas pessoas, você vai gostar. - disse Draco, falando pela primeira vez desde que
Hydra entrou na sala, em uma tentativa frustrada de consolar a irmã.

- Eu não quero ir para a Sonserina, eu não quero ir para Hogwarts, vocês não podem
fazer isso comigo! - Berrou Hydra.

- Não só posso como já fiz. Eu sou seu pai, você é menor de idade e vai fazer o que eu
mandar. Aqui, essa é a sua carta de aceitação. - Lúcio tinha a voz calma e um sorriso no
rosto. Ele amava quando conseguia mandar em Hydra, quando ela não tinha outra
opção a não ser obedecer a ele, era um grande prazer para si. Ele entregou nas mãos
trêmulas da filha o envelope com selo vermelho e o brasão da escola Hogwarts.
- Isso é o que vamos ver! – Hydra saiu correndo em direção ao seu quarto, deixando a
mãe e Draco chamando por ela. Passou voando pelo corredor sem se importar com
nada e ninguém.

Chorou durante todo o resto do dia. Dobby foi levar um lanche para Hydra, mandado
por Narcisa, mas ela recusou. Não sentia fome, não sentia nada, apenas tristeza: como
ela iria deixar sua escola? Suas amigas? Sua casa? Seu time de quadribol? Ela era
goleira, seu time tinha sido campeão no ano anterior, sua capitã contava com ela. Ela
não podia decepcionar a todos.

A carta de Hogwarts estava aberta sobre a cama, assim como a primeira que recebeu
com 11 anos e rejeitou pela Beauxbatona:

"Prezada Srta. Malfoy,

Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga de transferência autorizada na
Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Segue anexa uma lista dos livros e
equipamentos necessários. O ano letivo começará no dia 1º de setembro.

Atenciosamente,

Minerva McConagall. Vice diretora."

O dia seguinte chegou sem que Hydra sentisse. Dormiu a noite inteira, tendo
pesadelos. Em um deles, chegava a um castelo escuro e frio onde todos a olhavam e
riam, falando que ela não era bem-vinda ali, que deveria ir embora.

- Chega, eu não vou mais deixar você ficar deitada nessa cama como se fosse o fim do
mundo. Você consegue ser extremamente dramática quando quer.

Era a voz de Narcisa, irritada. Ela apontou sua varinha para a cama e tirou os lençóis de
cima de Hydra, mas a garota não se moveu.

- Olha você, uma menina tão bonita, está cheia de olheiras, aposto! Levante agora, nós
vamos ao beco diagonal.

- Eu não vou em lugar algum e você não pode me obrigar! – Hydra nem olhava para
Narcisa; tinha a cabeça enfiada no travesseiro.
- Posso e vou! – Narcisa usou um feitiço com sua varinha que nem mesmo Hydra ouviu
e a levantou da cama, fazendo-a flutuar no ar.

- Mãe, me tira daqui agora! - Hydra gritava, tentava procurar por sua varinha, mas esta
estava na mesa, longe de seu alcance, e ainda que pudesse alcançá-la sabia que seria
expulsa de Hogwarts ou de qualquer outro lugar se usasse magia fora da escola. Aí sim,
teria que viver ali para sempre.

- Você quer que eu te force a se arrumar ou vai fazer isso sozinha? - Narcisa parecia
extremamente satisfeita consigo mesma, como se fosse muito esperta por pensar
naquilo a fim de obrigar a filha a ficar.

- Eu vou, ok?! Agora me desce daqui! – Hydra odiava admitir derrota, mas sabia que
teria que se curvar à vontade da mãe naquele momento.

Narcisa desceu delicadamente Hydra e a colocou no chão.

- Você tem 40 minutos para estar muito bem arrumada na sala de jantar, não quero
saber de relaxamento. Nós provavelmente vamos encontrar muitos conhecidos do seu
pai e eu não quero que te vejam como uma menina relaxada. – O olhar petulante de
Narcisa era uma característica marcante da mesma e ela o fazia muito bem naquele
momento.

- Nossa, porque isso realmente seria o fim do mundo. – Disse Hydra de modo irônico
enquanto ajeitava o pijama e os cabelos.

- AGORA HYDRA! – Mandou Narcisa.

Hydra sentia mais medo de quando sua mãe ficava irritada do que de seu pai. Lúcio
ficava irritado com tanta frequência que ela já achava normal, mas sua mãe
geralmente era muito calma e o seu tom de voz indicava que era melhor que Hydra
fizesse o que ela mandava - e rápido.

- Já estou indo... – Disse ela correndo para o banheiro.

Narcisa se retirou do quarto e Hydra foi se arrumar.


Hydra herdou uma qualidade de sua mãe - ou seria um defeito? Não tinha certeza: era
extremamente vaidosa. Não precisava Narcisa tê-la ameaçado, ela jamais sairia de casa
sem estar menos do que impecável. Escolheu um robe de seda preto por fora e roxo
por dentro, ajustado na cintura. Usou seu objeto mágico preferido, o espelho de
maquiagem que a maquiava sozinha conforme ela desejava, prendeu seus cabelos
(que de tão loiros eram quase brancos) em um coque baixo e colocou o chapéu que
fazia conjunto com seu robe. Ao se olhar no espelho, estava extremamente satisfeita
com o que via, até mesmo sorriu.

Hydra era uma menina bonita, muito bonita na verdade, talvez uma das mais bonitas
em toda a sua escola. Ela herdara isso de sua mãe, apesar de achar que parecia ainda
mais com seu pai e sabia que, apesar da expressão amarga que sempre trazia no
rosto,era bela. Hydra tinha cabelos loiros e lisos que iam até à cintura e os olhos cinzas
dos Malfoys, contudo era mais bonita que qualquer Malfoy que ela já tenha
conhecido. Seu rosto era alongado e era uma menina alta para os seus 14 anos; sua
pele era clara, rosada em algumas partes como as bochechas e macia. Isso muito
contribuía para sua vaidade, não que ela se achasse melhor do que as outras pessoas
por isso, como sua família o fazia por ter sangue-puro puro. Hydra era uma menina
boa, muito diferente de sua família.

- Mestre Hydra! Dobby veio buscar a mestre Hydra para a sala de jantar, o mestre disse
para Dobby bater com a cabeça na parede até que a mestre Hydra venha com ele.

- NÃO, DOBBY! Eu estou indo com você, vamos. – Disse Hydra apressada.

Hydra pegou a varinha, colocou-a no bolso de seu robe mesmo sem poder usá-la e
seguiu com o elfo doméstico. Hydra detestava quando seu pai usava o pobre Dobby
para que a filha fizesse o que ele queria; o homem sabia da sua compaixão com o elfo
e fazia questão de usar isso.

Ao chegar à grande sala de jantar, sua família já a aguardava arrumada, seu pai na
ponta da mesa de frente para a porta, Narcisa à sua direita e Draco à sua esquerda.

- Bom dia Hydra, que bom que decidiu se juntar a nós. – Disse Lúcio com um sorriso
mais falso do que o de Hydra no dia anterior e ela sabia muito bem quando seu pai
estava sendo irônico.
- Sim, papai, você e mamãe fizeram um convite tão doce que não pude resistir. –
Respondeu Hydra com igual ironia.

Hydra sentou em seu lugar ao lado da mãe e ao ver toda a comida e bebida que
sobrevoava voava a mesa, lembrou de como estava com fome. Não comia desde a
manhã anterior, então se serviu em silêncio. Com movimentos de varinha de sua mãe,
a comida voava de um canto para o outro da mesa e era servida nos pratos.

Depois de acabado o desjejum, Lúcio anunciou que todos deveriam se preparar para
sair, então toda a família foi até a sala de estar onde, na noite anterior, Hydra tivera a
notícia mais triste de sua vida. Pararam em frente à lareira.

- Eu realmente odeio viajar por pó de flu. – Disse Narcisa revirando os olhos.

- Infelizmente eles ainda não podem aparatar, Narcisa. – Disse Lúcio em um tom
levemente irônico.

- Eu sei, eu sei, mas também eu chego nos lugares sempre com um pouco de poeira,
parecendo uma qualquer.

- Mãe, usa essa poção, ela vai impedir que qualquer tipo de pó ou sujeira grude em
você. – Hydra disse, tirando uma pequena poção das vestes.

- De onde você tirou isso? - Perguntou Draco surpreso, com os olhos arregalados.

- Eu fiz. Na verdade eu aperfeiçoei uma poção de limpeza. – Respondeu Hydra falando


como se não tivesse absolutamente nada de mais.

- Esse seu dom natural para poções, está vendo? Você dará uma ótima Sonserina. –
Narcisa parecia muito orgulhosa enquanto falava isso.

- É, Sonserina... – Agora Hydra revirava os olhos.

A ideia de ir para a mesma casa que toda sua família arrepiava todo o corpo de Hydra.
Ela nunca gostara do que ouvira falar da casa, apesar de saber que não é a casa que faz
o bruxo e sim ele mesmo e que existiam boas pessoas da Sonserina. Infelizmente, até o
momento, não tinha conhecido nenhuma; na verdade, na companhia de Lúcio e seus
amigos, não tinha conhecido quase nenhuma pessoa boa, fora as da Beauxbatons.

- Vamos, Hydra, você primeiro. – Disse Lúcio com um tom autoritário.

- Use a poção, querida. – Lembrou Narcisa carinhosamente.

Hydra usou a poção, assim como todos da família e então se posicionou dentro da
lareira da sala de estar. Pegando uma porção de pó de flu dentro do pote que sua mãe
segurava, derramou o pó no chão da lareira, sendo envolta em uma espécie de chama
verde. Pronunciou as palavras "beco diagonal" e, logo depois de sentir todo seu corpo
e tudo ao seu redor girar por um tempo, se viu dentro da lareira de uma das lojas do
beco diagonal. Saindo dali, esperou sua família chegar.

- Ah, a jovem senhorita Malfoy, na minha loja, quanta honra! – Dizia um bruxo com
aparência um pouco assustadora, cabelos brancos e olhos esverdeados.

- Ah, sim, olá. Meus pais estão vindo logo depois de mim. – Anunciou Hydra. Aquele
homem lhe dava arrepios.

- Sem problemas, senhorita Malfoy, fique totalmente à vontade. Olhe o que quiser na
loja, estou à sua disposição. – Anunciou o bruxo.

Lúcio foi o primeiro a aparecer na lareira depois de Hydra.

- Ah, Alfredo. – Disse ele olhando como olhava para quase todos, especialmente os
que estavam em alguma posiçao inferior a dele: com desprezo, como se estivessem ali
apenas para lhe servir e nada mais.

- Senhor, Malfoy, quanto prazer, quanto prazer! – Falava o bruxo, fazendo uma leve
reverência para Lúcio. – No que posso ajudar hoje?

- Se metendo em seus assuntos, apenas. – Respondeu Lúcio de modo afetado.


zangadamente.

O bruxo logo fez uma nova reverência e retrocedeu.


Narcisa veio logo depois de Draco e, juntos, os quatro deixaram a loja para o
movimentado beco diagonal. Que visão bonita que era: estava cheia de alunos e seus
pais subindo e descendo a rua, entrando e saindo das lojas, todos conversando
animadamente e com muitas sacolas nas mãos. Depois de um tempo andando pelas
ruas e vendo as lojas, Lúcio informou que deveriam se separar. Narcisa e Hydra foram
até a loja Madame Malkin - Roupas Para Todas as Ocasiões onde Narcisa iria comprar
um robe escolar para Hydra e Draco, enquanto Lúcio iria resolver alguns assuntos. Em
seguida comprariam os livros que os dois iriam precisar neste ano.

- Madame Malfoy, que surpresa a senhora aqui hoje! – Uma bruxa ia alegremente em
direção das duas; os outros clientes da loja olhavam para as duas com curiosidade.

- Madame Malkin, eu vim aqui hoje comprar vestes para minha filha, para ela poder ir
para escola. – Disse Narcisa cumprimentando a bruxa.

- Sim, sua filha está cada vez mais linda!

- Muito obrigada, Madame Malkin, é um prazer revê-la. – Disse Hydra. Essa era a única
loja que ela visitava regularmente, apesar de sempre ir direto até ela e não entrar nas
outras lojas do Beco Diagonal já tinha muito tempo.

- E sempre tão educada! – Disse ela com alegria. - Mas, suas vestes não são sempre
compradas na França? Achei que tinha uma especialista que fazia os uniformes da sua
escola, Beauxboton, não é?

- Beauxbatons. - Corrigiu Hydra com uma certa tristeza de não voltar para lá naquele
ano.

- Não, Madame Malkin, esse ano Hydra vai para Hogwarts com o irmão, então
precisamos de vestes novas. - Disse Narcisa com um tom levemente alto, fazendo
questão de que todos na loja escutassem.

- Ah, mas é mesmo?! Que bom, Hogwarts é uma escola excelente! Nunca entendi
porque a senhorita Malfoy ia para tão longe estudar.

- Adaptação e para conhecer novas cultuas, é claro. – Disse Narcisa interrompendo o


pensamento de Madame Malkin.
Essa era a desculpa oficial: abrir horizontes, conhecer novas culturas. Mas Hydra sabia
que seu pai tinha um motivo para deixar ela na Beauxbatons; ela, por sua vez, tinha
outro: Lúcio pretendia deixar a filha longe, onde seu comportamento não pudesse
envergonhá-lo (de onde seu comportamento poderia envergonhá-lo); já Hydra
desejava ficar longe de onde seu sobrenome fosse um pré-julgamento, apesar de,
mesmo na França, a fama dos Malfoys ser conhecido e por isso escolheu e pediu tanto
para estudar no local.

- Venha, senhorita Malfoy, vamos tirar suas medidas. Você parece que cresceu
bastante desde que fez sua última veste de festa.

- 2 centímetros na verdade, estou com 1,73 agora. – Disse Hydra rapidamente.

- Se continuar desse jeito ficará tão grande quanto um gigante! – Madame Malkin
disse rindo. Narcisa parecia não ter gostado muito do comentário, não gostava que sua
filha fosse comparada com o que ela considerava "criaturas inferiores" contudo não
comentou nada sobre isso, apenas acrescentou um pedido.

- Pensando bem, talvez devêssemos fazer novas vestes de festa para você também,
afinal o seu aniversário está chegando e você tem que estar belíssima para a sua festa.
- Narcisa sempre se animava para comprar roupas.

- Ah sim, tenho novos modelos que acho que ficarão lindos! Se bem que com uma
modelo como essa qualquer veste fica maravilhosa. – Hydra nem se importava do
elogio ser mais para que ela comprasse roupas do que espontâneo, ela gostava do
mesmo jeito.

Esse tipo de comentário também deixava Narcisa feliz. A beleza de Hydra era seu
orgulho, uma prova da superioridade de seu sangue Black com o sangue nobre dos
Malfoys; uma prova indiscutível do que o sangue mágico puro pode fazer, ao menos
era esse idiotice que ela falava para si mesma e para os outros, pensava Hydra.

Narcisa encomendou duas vestes de festa para Hydra e uma para ela, além de pegar as
vestes de Hogwarts de Hydra.

- As vestes da Beauxbatons são muito mais bonitas. – Disse Hydra observando suas
novas vestes escolares: vestes pretas simples, sem muitos detalhes e um chapéu, além
de uma capa de inverno e luvas.
- É, quanto a isso você tem razão, mas não há nada que eu possa fazer, Hydra. – Disse
Narcisa solidária.

- Mãe, talvez se você falasse com o papai...

- Não, Hydra, ele já está decidido e já está tudo acertado, agora chega desse assunto!

Narcisa estava ficando impaciente e Hydra sabia disso, decidindo então não falar mais
sobre o assunto naquele momento. Pediu permissão à mãe para visitar algumas lojas
enquanto ela comprava pergaminhos e penas novas para Hydra e Draco.

- Tudo bem, mas me encontre em 20 minutos na porta do Gringotes, preciso fazer uma
retirada com seu pai. – Disse ela conferindo as sacolas e não dando muita atenção para
Hydra.

- Ok, 20 minutos sem atraso! – Repetiu Hydra alegremente, sorrindo e saindo


rapidamente antes que Narcisa mudasse de ideia.

Já tinha muito tempo que Hydra não explorava o beco diagonal. Todas as suas compras
escolares eram feitas em um local muito similar na França; seus livros eram todos em
francês e não eram fáceis de achar em Londres.

Ela decidiu ir até à sua loja favorita da infância, a sorveteria Florean Fortescue. Sua
tutora costumava lhe levar ali para falar livremente sobre tudo que Hydra queria
saber, coisas estas que em sua casa seriam consideradas proibidas como o mundo dos
trouxas. Hydra sempre teve uma grande fascinação pelo mundo dos trouxas,
principalmente a música, mas seus pais jamais poderiam saber disso. Portanto, ela
aproveitava seu tempo com a tutora quando criança e depois as férias que passava na
França, na casa de amigas mestiças, para saber mais sobre esse mundo encantador.

Sua tutora era a pessoa que ensinou a Hydra tudo sobre como ser boa e agir
corretamente. Ela era muito grata à mulher e sempre a visitava na França, onde ela
agora morava e de onde veio em primeiro lugar.

Depois de comer seu sorvete preferido, decidiu entrar na loja Gambol & Japes – Jogos
de Magia, enquanto observava as poções do amor e tentava lembrar mentalmente de
todos os ingredientes usados nela. Notou que três meninos a olhavam e decidiu,
disfarçadamente, observá-los, notando serem um par de gêmeos e mais um terceiro
menino. Os gêmeos eram ruivos, com vestes desgastadas e o outro rapaz era negro, de
cabelos igualmente negros. Viu que um dos gêmeos vinha em sua direção e disfarçou,
olhando para a frente novamente.

- Gosta de poções do amor? – Perguntou o menino ruivo, gêmeo do outro rapaz que
ficou para trás.

Hydra ficou vermelha na mesma hora.

- Eu... eu gosto, quer dizer, não de poções do amor, de poções no geral. – Respondeu
ela.

- Eu não gosto, são chatas de fazer. – Respondeu o rapaz, mexendo no cabelo.

- Não são, você só tem que saber preparar com cuidado. – Disse Hydra sem olhar nos
olhos do rapaz.

- Se você diz...

Hydra observou que estava na hora de encontrar Narcisa e sabia que não podia se
atrasar.

- Eu tenho que ir... – Disse ela se retirando sem esperar a resposta, deixando o rapaz
parado e assustado com a atitude dela enquanto os outros riam. Hydra estava se
sentindo um pouco desapontada; queria conhecer um pouco mais dos que seriam seus
prováveis colegas de escola, afinal, eles pareciam ter a mesma idade e provavelmente
frequentavam Hogwarts, como quase todos os jovens bruxos da Inglaterra.

- Você está 5 minutos atrasada. – Disse Narcisa conferindo o relógio.

- Perdão, mãe, eu me distraí em algumas lojas. – Disse Hydra disfarçando o sorriso,


ainda na euforia do que acabara de fazer.

- Vamos, preciso pegar ouro em nosso cofre.

Hydra e sua mãe entraram em Gringotes e foram prontamente levadas ao cofre da


família Malfoy, que estava - como sempre - cheio de galeões, sicles e nuques. Sua mãe
pegou o que precisava e então subiram. Hydra sempre achara a viagem até os cofres
divertida, apesar dos duendes não serem nem um pouco.

Ao chegar à porta de Gringotes, Hydra e Narcisa soltaram um grito de exclamação,


chocadas com o que vinha em sua direção: o pai, sujo, com um pouco de sangue na
testa e cabelos despenteados ao lado de Draco.

- Pelas barbas de Merlin, o que houve com você Lúcio?! – Disse Narcisa, atonia,
olhando chocada para o marido que vinha ajeitando as vestes.

- WEASLEY! Aquela vergonha para o sangue bruxo, aquele traidor do sangue maldito! –
Lúcio parecia furioso.

- Papai e ele brigaram lá na Floreios e Borrões. – Disse Draco rapidamente, levando


uma olhada feia de Lúcio.

- LÚCIO! Eu não acredito! E se algum de seus amigos tivesse visto? Já pensou no que
falariam?! – Disse Narcisa em um tom completamente irritado.

- Eu não estou interessado em saber o que poderia ou não acontecer, Narcisa, já


peguei todos os livros e já vi o suficiente. Vamos agora para casa. – Respondeu Lúcio
tentando manter o controle em sua voz e não causar uma cena.

Hydra sabia melhor do que contrariar seu pai nesse momento, apesar de estar
morrendo de vontade de rir e parabenizar o Sr. Weasley pelo feito. Ela já ouvira falar
dele; seu pai o desprezava e à sua família ainda mais do que aos trouxas, o que os fazia
extremamente interessantes aos olhos da menina.

"Quem sabe eu posso conhecer algum Weasley em Hogwarts" pensou Hydra enquanto
caminhavam em direção à mesma loja por onde chegaram no beco diagonal. A viagem
não fora tão ruim quanto ela imaginava, afinal.
CAPÍTULO 2

O EXPRESSO DE HOGWARTS

A festa de aniversário de Hydra e Draco aconteceu poucos dias depois, estava sendo
uma pequena tortura de pessoas insuportável querendo puxar conversa com ela, os
amigos da Sonserina eram especialmente desagradáveis e nenhuma das amigas da
França de Hydra podia participar naquele ano da festa.

- Então, você é a irmã de Draco – Disse um rapaz alto, de cabelos castanhos escuros e
corpo forte chegando perto de Hydra que estava encostada no balcão de onde as
bebidas saiam voando até os convidados, ele vestia uma veste preta bem feita e
parecia extremamente convencido de si mesmo.

- Sim, sou eu – Respondeu Hydra, sem muita vontade, tentando pensar como sair dali
sem ofendê-lo.

- Meu nome é Adrian, Adrian Pucey e você? – Perguntou o rapaz.

- Hydra Malfoy.

- Então, Malfoy, em que ano você vai estar esse ano? – O rapaz chegava cada vez mais
perto de Hydra, a deixando extremamente incomodada.

- Quarto – Respondeu Hydra secamente.

- Legal, eu também, vamos ser colegas de classe então, seu irmão disse que você joga
quadribol, já pensou em tentar uma vaga para o time? Estamos precisando de alguma
presença feminina lá dentro – Disse ele rindo.

- Não sei muito bem, eu sinceramente não sei se tenho interesse em voltar a jogar... –
Hydra se sentia muito triste e estranha em pensar que poderia jogar para outro time
que não o seu.

- Que pena, de qualquer maneira, em qual posição você jogava? – Perguntou Pucey.

- Goleira e você?

- Artilheiro.
Estranhamente, depois de passado o preconceito initial por ele ser um colega de
Draco, a conversa com Pucey acabou fluindo, os dois ficaram bastante tempo
conversando sobre vários assuntos.

- Então, nessa escola da França tem gente de todo lugar? – Perguntou Pucey, agora os
dois sentados em uma das mesinhas que tomavam conta do jardim.

- Todo lugar não, mas quase todas as partes da Europa, principalmente França,
Portugal, Espanha, lugares perto...

- Que legal, em Hogwarts só temos gente daqui mesmo – Disse Pucey.

- Eu sei, eu li sobre isso em um livro – Disse Hydra.

- Então, Malfoy, você está ansiosa para conhecer a Sonserina? – Perguntou Pucey,
ajeitando os cabelos.

- Eu não sei se vou para a Sonserina, vocês tem alguma forma de seleção, não tem?

- Temos, mas isso é óbvio que vai acontecer, não? Você é uma Malfoy e vocês tem ido
para a Sonserina por anos, não?

- Sim, mas eu não sou exatamente igual a minha família – Disse Hydra educadamente,
não querendo falar mal dos Malfoys na frente de um estranho.

- Bem, eu espero que você entre, vai gostar de lá, é uma boa casa – Pucey olhou para
um senhor, muito parecido com ele que o chamava com as mãos.

- Bom, eu tenho que ir, meu pai está me chamando, eu espero te ver em Hogwarts,
Hydra – Disse ele pegando a sua mão e a beijando galantemente.

- Eu também espero – Disse Hydra sorrindo.

Nos dias que passaram, Hydra passou grande parte do dia na pequena biblioteca
particular, um dos seus lugares favoritos naquela casa, o único acesso aquele local era
pelo quarto de Hydra, pela porta da esquerda, uma das quatro portas de seu quarto, a
direita tinha a porta para seu grande closet, onde guardava todas as vestes que sua
mãe fazia questão de comprar, ao lado, a porta de um banheiro luxuoso e na esquerda
ficava a porta para uma pequena biblioteca de paredes verdes escuras e móveis de
madeira com detalhes dourados, além de várias prateleiras repletas de livros de
diversos temas e uma galeria no centro do cômodo, onde tinha uma mesa,
pergaminhos e uma luxuosa cadeira de veludo dourado, ali Hydra passou os dias de
férias, sem saber o que acontecia na casa, apesar de ter sentido algumas vezes seu pai
estranho e agitado, mas não prestou muita atenção, deveria ser pelas blitz que o
Ministério da Magia estava fazendo nas casas, ela sabia que seu pai escondia artefatos
de artes das trevas, mas não se interessava em saber onde estavam ou o que eram,
decidiu passar seus dias lendo sobre Hogwarts, escondida é claro, não queria que seus
pais soubessem que ela tomou interesse por aquele lugar, não podia dar o braço a
torcer, não depois de ter chorado e gritado com seus pais mais duas vezes, quando,
depois de finalmente ter coragem de contar as notícias para elas, recebeu as corujas
de suas amigas de Beauxbatons que não acreditavam que estariam sem a amiga no
próximo ano letivo e quando recebeu a coruja da capitã de seu time de quadribol,
Letice DiFiore, dizendo o quanto estava desapontada por ela deixar o time na mão e
que agora com certeza iriam perder o campeonato, tendo que procurar uma nova
goleira, não que Hydra gostasse muito de Letice, mas se sentia mal por deixar sua casa
na mão, bom, nada disso adiantou, sua ida para Hogwarts ainda era algo certo, ela já
tinha enviado a suas escolhas de matérias que iria cursar para a escola e tudo, no dia
anterior a sua ida, sua mãe fingia felicidade e ansiedade no café da manhã.

- Amanhã você vai ver Hydra, você vai gostar de Hogwarts – Disse Narcisa
alegremente.

- Só fique longe dos tipinhos como os Weasleys e aquele diretor, Dumbledore, procure
pelo Snape, professor de poções, ele irá cuidar de você – Lúcio parecia legitimamente
doce quando disse essas palavras.

- Não se preocupe irmã, eu irei te mostrar quem vale a pena conhecer ou não –
Completou Draco esperando a aprovação no rosto do pai, que concedeu.

- Os amigos que Draco trouxe para o seu aniversário, os da Sonserina, são pessoas
interessantes – Disse Narcisa – eu vi você conversando com um rapazinho, como é o
nome dele mesmo, Draco?

- Adrian Pucey – Respondeu Draco, pegando pedaços de ovo frito para comer.
- Ele é aceitável, rapaz bonito, sangue-puro, não é Lúcio? – Perguntou Narcisa, Lúcio
não falava nada sobre o assunto.

- Ele é de uma família sangue-puro da Italia, o pai dele veio para Inglaterra criança, a
mãe é uma Rowle, completamemte aceitável uma amizade com esse rapaz sim.

- Aquele outro rapaz, Flint, também vi ele querendo conversar com você Hydra, ele é
de uma boa família de sangue-puros dos Estados Unidos, o avô veio para Inglaterra
jovem, a mãe é uma Yaxley, muitos jovens que você pode ter amizade em Hogwarts,
está vendo?

Hydra fingia aceitar tudo aquilo que falavam, na verdade ela achou os amigos de Draco
completamente idiotas, tirando Adrian que parecia ter sido genuinamente simpático
com ela, os outros rapazes mais velhos que foram, tentaram "cantar" ela sem sucesso,
ela na verdade não tinha nenhum interesse pela Sonserina, esperava de verdade ficar
em outra casa, qualquer outra, ela estudou muito sobre a história das casas e não
sabia qual achava melhor, deixaria para o tal de "chapéu seletor" que Draco falou
decidir, só sabia que Sonserina era algo que ela não queria, ouviu o verão inteiro sobre
como a casa tem bruxos superiores, de sangue puro, sobre o salão comunal, sobre as
aulas, não aguentava mais na verdade ouvir falar sobre nada daquilo.

- E se eu não ficar na Sonserina? Minha casa na Beauxbatons era bem diferente da


Sonserina, tinha mais a ver com a...

- Bobagem - Interrompeu Lúcio, todos os Malfoys vão para a Sonserina há anos, você
irá para casa onde pertence.

- Mal posso esperar... – Disse Hydra ironicamente, não que seu pais ou Draco tivessem
percebido.

- Já arrumou tudo? Suas vestes? Seus livros? Sua coruja? Sua vassoura? – Perguntou
Narcisa tentando mudar o assunto.

- Já sim mãe, os livros e as vestes já estão na mala e eu já preparei a gaiola da Lydra,


mas a vassoura eu não vou levar.
- E por quê não? Você pode tentar entrar no time da Sonserina, eu vou, - Disse Draco,
cujo ódio pelo famoso Harry Potter Hydra já conhecia de có –eu vou para ganhar
daquele Potter metido e da Grifinória.

- Não quero mais jogar quadribol, para mim só existe uma equipe que eu posso jogar e
ela vai estar bem longe de mim – Respondeu Hydra voltando para a habitual tristeza
de quando falava sobre a Beauxbatons .

- Que bobagem, você irá levar sua vassoura sim, pare com dramas – Lúcio começava a
ficar novamente irritado, algo normal para Hydra.

- Ok papai, eu levo minha vassoura se você quiser, mas eu não vou jogar – Disse Hydra
querendo evitar uma briga.

- Vamos ver – Disse Lúcio seriamente.

Depois do café Hydra decidiu voltar para a biblioteca, mexeu uma caixa que era só
podia ser aberta por ela, de lá retirou um objeto que havia comprado em um bairro
trouxa na França, uma caixinha preta que se chamava vitrola, um dos rapazes dos
meninos do sexto ano da Beauxbatons consertou o objeto de um jeito que ele não
precisasse ser ligado a uma caixinha na parede que a Hydra não entendeu muito do
que se tratava e funcionasse sozinho, junto com essa vitrola, Hydra comprou um
objeto circular que quando colocado na vitrola, produzia música, ela não lembrava o
nome, mas adorava aquilo, as músicas trouxas eram um fascínio seu e ela achava
extremamente engenhoso e inteligente como eles conseguiram se virar com suas
chamadas tecnologia, ficou a tarde inteira lá dentro ouvindo música e lendo alguns
livros de romance bruxo que ela tanto amava.

No dia seguinte, era chegada a hora ir embora, deixar aquele local que ela tanto
desprezava e ir para outro que ela não desejava ir, não era exatamente a melhor troca
de todas.

Ela se trocou, colocou uma roupa trouxa, um vestido até os joelhos de seda preta e um
grande casaco amarelo da mesma altura, um pequeno chapéu que ela viu que os
trouxas chamavam de "chapéu clochê" também preto, ela achava interessante se
vestir daquele jeito, era engraçado, mas seus pais odiavam ter que "não chamar
atenção dos trouxas" enquanto nos levavam para a estação King's Cross ou para o
Ministério, como faziam até ano anterior com ela, para que eu pudesse usar uma
chave de portal até a França, eles se recusavam a lhe deixar ir de avião, diziam que não
era digno de uma família bruxa importante se sentar junto com os trouxas para viajar.

- Pronta Hydra? O carro do ministério já esta nos esperando, já mandei o elfo


doméstico buscar suas coisas – Disse Narcisa ajeitando as luvas que vestia (no calor,
pensou Hydra), aparecendo na porta do quarto de Hydra.

- Já mamãe, vamos.

Dobby veio logo atrás com um toque de dedos fez suas coisas flutuarem e as seguirem
até o carro.

Foi uma viagem calma, chata na verdade, só ficou ouvindo seus pais e Draco falando
mais algumas bobagens sobre o que ela deveria ou não fazer. Chegando na estação,
ela notou que seus pais e Draco pararam em frente das plataformas 9 e 10.

- O que houve? – Perguntou Hydra não entendendo o que tinham que fazer agora.

- É por aqui que se chega na estação 9 ¾, você tem que andar diretamente entre as
plataformas 9 e 10. – Disse Narcisa.

- Mas, como? – Perguntou Hydra olhando surpresa para a coluna na frente dela.

- Vamos, Draco, vá na frente com o seu pai e mostre como é feito, eu esqueço que é a
primeira vez que você pega o expresso de Hogwarts.

Draco segurou o carrinho com suas coisas e seguiu rápido em direção a plataforma,
logo depois desapareceu e foi seguido por Lúcio que entrou com mais calma.

- Só isso? – Perguntou Hydra rindo

- Só isso Hydra, vamos?

- Vamos.

Hydra e Narcisa entraram na plataforma logo depois e um e ela se viu de frente a uma
grande locomotiva a vapor de cor vermelha e inúmeros bruxos e bruxas que se
despediam de seus filhos na plataforma, Hydra e Narcisa encontraram Draco e Lúcio.
- Bem, tomem cuidado, ok? E me escrevam todos os dias. – Narcisa estava
visivelmente chorosa e emocionada.

- Mãe, todos os dias? – Perguntou Hydra revirando os olhos.

- Ok Hydra, de dois em dois dias, está melhor? – Disse ela evitando as lágrimas.

- Ok mãe...

Narcisa deu um forte abraço em Hydra e depois em Draco. Hydra realmente gostava
da mãe, apesar de seus pensamentos com os quais não concordava, ela sempre fora
carinhosa com ela e Draco.

- Cuidado com aquela gentinha que frequenta Hogwarts Hydra, procure pelo professor
Snape, ele pode cuidar de você... – Disse Lúcio de forma casual e fria, como se fosse
algo muito normal pedir por isso.

- Pode deixar papai – Respondeu de forma irônica.

Na verdade Hydra pretendia conhecer cada uma dessas pessoas que seu pai chamada
de gentinha, disso ela fazia questão.

Lúcio não abraçou os filhos, mas deu um pequeno "tapinha" no ombro de cada um,
depois, Hydra seguiu Draco para dentro da locomotiva, enquanto procuravam um
vagão, ela olhada ao redor para as cabines e para as pessoas, muitos encaravam
Hydra, ela sabia que eles estavam estranhando uma pessoa nova que não parecia ter
somente 11 anos e também já estava acostumada com os olhares maldosos dos jovens
do sexo masculinos, depois de acenar para seus pais pela janela e a locomotiva
começar a se mexer, ela parou em uma cabine vazia onde Draco abriu e acomodou
suas coisas e a da irmã, depois de sentarem, dois amigos de Draco chegaram e se
juntaram a eles.

- Hydra, você conheceu o Crabbe e o Goyle, no nosso aniversário, certo? – Disse Draco
acenando para os amigos sentarem ao seu lado.

- Sim, claro – Respondeu Hydra desgostosa.


Ela lembrava dos dois guarda costas de Draco, dois meninos grandes e que não
pareciam particularmente muito inteligentes e enquanto eles sentavam, Crabbe a seu
lado e Goyle ao lado de Draco e a analisavam da cabeça aos pés, ela começou a
perceber que aquela seria uma longa viagem...

- Draco, esse ano você vai entrar no time de quadribol? – Perguntou o grandalhão
Goyle.

- Mas é claro, já está na hora daquela escola conhecer o meu talento, ou eles
realmente acham que só o idiota do Potter pode jogar aquela porcaria? – Crabbe e
Goyle forçaram uma risada. Hydra não conseguia achar graça naquela conversa idiota,
decidiu pegar um livro em seu baú, "Hogwarts, uma história" e ler durante aquela que
parecia uma tediosa viagem.

Depois de algumas horas, um rapaz grande e relativamente forte, de cabelos negros e


de dentes grandes e tortos, entrou na cabine, ele vestia as vestes escolares com um
brasão da Sonserina no peito, Hydra o reconheceu como um dos amigos mais velhos
de Draco que estavam em seu aniversário e não saia do seu lado por muito tempo,
Marcus Flint.

- A, Draco, aqui está você e sua irmã também, que bom, que bom, posso me juntar a
vocês? – Perguntou o rapaz, analizando com desejo, Hydra, que voltou os olhos para o
livro que estava lendo.

- Claro, Flint, pode se sentar ao lado de Hydra – Disse Draco fazendo um movimento
para que Crabbe chegasse para o lado, ele parecia empolgado com a presença do
rapaz.

- Então, Hydra, seu irmão me disse que você joga quadribol – Disse Marcus, colocando
o braço por cima do ombro de Hydra, a deixando super incomodada e a forçando a
deixar o livro de lado.

- Ah, jogava, não jogo mais – Respondeu ela friamente.

- E por quê não? – Perguntou Marcus, chegando mais perto.

- É uma longa história...


- Ela está brincando – Disse Draco um pouco nervoso e irritado, dando um olhar muito
feio para Hydra.

- Não estou não! – Disse Hydra o encarando.

- Tudo bem, uma beleza como a sua, imagina se machucar em um jogo – Disse Marcus
lambendo os lábios, era realmente chato e inconveniente o que acontecia.

- Obrigada, mas isso já aconteceu diversas vezes... – Respondeu ela chegando um


pouco para o lado.

- Eu sou o capitão do time da Sonserina – Disse Marcus interrompendo com um ar de


orgulho e mostrando o distintivo de capitão preso em suas vestes, como se aquilo
fosse grandes coisas.

- A sim, que interessante Marcus... – Hydra queria muito que ele fosse embora e a
deixasse em paz, mas nem sua irônia parecia funcionar.

- Então se você quiser – continuou Marcus – eu posso te colocar no time facilmente...

- Obrigada, eu vou pensar com carinho na sua proposta – Disse ela forçando um sorriso
falso.

Marcus ficou o que pareciam horas tentando conversar com Hydra, finalmente ele saiu
da cabine dizendo que em breve chegariam à estação, Hydra trocou suas vestes, seu
irmão, Crabbe e Goyle também, ela começou a se sentir nervosa e ansiosa pelo que a
esperava.

- Ah, oi Hydra – Disse Adrian, aparecendo na porta – eu achei que vocês estariam aqui,
como vão, Malfoy, Crabbe, Goyle?

- Bem – Responderam os três ao mesmo tempo.

- Você ficou bem com as vestes da escola –Disse Adrian para Hydra.

- Obrigada, Adrian, você também – Adrian também exibia orgulhoso, o símbolo da


Sonserina nas suas vestes.
- Bom, eu tenho que ir arrumar minhas coisas, já vamos descer, acho que vejo você no
castelo então – Disse ele sorrindo e saindo rapidamente.

Depois de um tempo, o tem desacelerou e ela pegou suas coisas e saiu dele
acompanhada dos três meninos.

- Draco, você disse que quem era do primeiro ano ia por um lugar diferente dos outros
– Disse Hydra, levando seu malão e a gaiola de Lydra.

- É, mas você não é do primeiro ano – Respondeu ele sem dar muita atenção para a
menina.

- Eu sei, mas eu vou ter que ser sorteada junto com eles, é melhor eu perguntar para
alguém.

Hydra foi tentar achar alguém que pudesse orientá-la e achou um grande homem,
parecia um gigante com uma grande barba e uma lanterna gritando "PRIMEIRO ANO,
AQUI COMIGO".

- Com licença, meu nome é Hydra Malfoy, eu não sou do primeiro ano, mas eu estou
entrando em Hogwarts esse ano, eu não sei para onde devo ir exatamente – Disse ela
simpaticamente para o gigante.

- A sim, Malfoy – Disse o gigante com um tom desgostoso que ela tanto temia ouvir. –
O professor Dumbledore me avisou sobre você, por favor, siga comigo e os alunos do
primeiro ano.

Hydra seguiu com um grupo de crianças assustadas que a olhavam admiradas.

- Você é do primeiro ano também? Mas você é tão grande... – Disse uma das meninas
do primeiro ano, uma menina ruiva com vestes de segunda mão, ela lembrava os dois
meninos gêmeos que ela viu no beco diagonal.

- Não, eu sou do quarto ano, é que eu sou transferida de outra escola – Respondeu
Hydra pacientemente sorrindo.

- Outra escola? Uau! Existem muitas escolas de magia? Eu já ouvi falar em algumas,
mas nunca conheci ninguém de fora.
- Sinceramente eu não sei, eu estudava na Beauxbatons , uma escola na França.

- Ué, mas você é Francesa? – Perguntou a menina a encarando, como se tentasse


adivinhar se sim ou não só pelo seu rosto.

- Não, eu sou Inglesa como você, mas eu queria conhecer outros lugares – Disse Hydra
sorrindo, achava a menina muito fofinha.

- Que legal! Eu queria conhecer outros lugares também... – Disse ela pensativa.

Hydra sorriu para a menina, ela sempre quis ter uma irmã, achou simpática aquela
conversa.

- Você está nervosa? Eu estou, eu quero entrar para a Grifinória, é a casa de todos os
meus irmãos e dos meus pais – Continuou a menina enquanto caminhavam com os
demais alunos.

- Eu estou com muito medo, mas tudo que eu não quero é entrar na casa do meu
irmão...

- E qual é a casa do seu irmão?

Hydra abriu a boca para falar, mas antes que Hydra pudesse responder, o gigante os
chamou, ela parou em frente a um grande lago e o gigante pediu para que eles
entrassem em barcos, quatro em cada um, dizia ele.

- Isso parece divertido – Disse a menininha ruiva.

Ela entrou no barco com Hydra, que ficou na parte da frente ao seu lado, os barcos
começaram a seguir o do gigante, quando Hydra admirou pela primeira vez o castelo
de Hogwarts, não podia deixar de se chocar com sua beleza e tamanho, talvez não
fosse um lugar tão ruim afinal...

- Abaixem as cabeças! — berrou o gigante quando os primeiros barcos chegaram ao


penhasco, todos abaixaram as cabeças e os barquinhos atravessaram uma cortina de
hera que ocultava uma larga abertura na face do penhasco.
Depois de descer do barco e de o gigante confirmar que todos estavam ali (ainda
olhando feio para ela), ela e os alunos seguiram para dentro do castelo.

Uma bruxa alta de cabelos negros e de aparência imponente, informava a Hagrid (esse
era o nome do gigante) que podia deixar os alunos com ela, em seguida abriu a porta
para um grande saguão, ela ouviu vozes vindas de uma porta a direita, mas a bruxa os
levou até uma sala vazia ao lado.

- Bem-vindos à Hogwarts — disse a Professora. — O banquete de abertura do ano


letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão
selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque,
enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês
assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da
casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória,
Lufa-Lufa, Cornival e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma
produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus
acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do
ano, a casa com o maior numero de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande
honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a
pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na
presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem
enquanto esperam.

Em seguida a bruxa olhou para Hydra.

- Você deve ser a senhorita Malfoy, estou certa?

E com isso, algumas cabeças, incluindo a da menininha ruiva com quem conversava se
viraram para ela.

- Sim, professora – Respondeu ela sem graça.

- Você fique na frente dos outros alunos, tudo bem? Você será a primeira a ir a ser
selecionada – Disse ela a analisando.

- Ok – Respondeu ficando ainda mais nervosa com a informação de que iria primeiro.
- Não temos o costume de receber alunos de outros anos para passar pela seleção,
mas, é uma ocasião diferente... – Disse a professora, olhando para o lado.

Hydra ficou calada, não sabia muito bem dizer se a professora falava isso de forma
ruim ou não, ela era muito enigmática.

— Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês — disse a Professora


Minerva. — Por favor, aguardem em silêncio.

Muitas vozes começaram a perguntar a Hydra de onde ela vinha em que ano estava e
o que estava fazendo ali com eles, ela tentava responder a todos, mas estava
realmente muito nervosa.

- Como será que nós somos selecionados? - Perguntou um pequeno menino louro ao
lado de Hydra.

- Meu irmão disse que eles colocam um chapéu em nós e esse chapéu diz para onde
devemos ir – Disse uma menina morena.

- Será que dói? - Perguntou um outro pequeno menino de cabelos pretos.

- Não se preocupe, acho que é indolor pelo que li e ouvi – Disse Hydra, todos pareciam
respeitar a menina mais velha que estava na frente deles, como se ela soubesse do
que falava, o que não era exatamente verdade.

- Na escola que você veio, vocês usavam um chapéu também, para saber par aonde
iam? – Perguntou o menininho negro de cabelos pretos.

- Não, na Beauxbatons nós usamos um espelho – Disse Hydra ficando triste novamente
e pensando com saudades na sua cerimônia de seleção, exatos quatro anos atrás.

- Um espelho? – Perguntou o menino louro admirado.

- Sim, a gente fica em frente a esse espelho e ele vê qual casa combina com a sua
personalidade, quando ele escolhe, pedaços da nossa vestes mudam de cor, para a cor
da casa – Hydra sentia um certo orgulho ao explicar as tradições de sua agora, antiga
escola.
- Que legal! Será que aqui é assim também? – Perguntou a menina ruiva com quem
falará antes.

- Não, acho que não – Disse Hydra, - eles usam o tal do chapéu mesmo, meu irmão me
contou, só não sei como funciona direito.

- É, meus irmãos falaram um monte de coisas diferentes, mas eu não acredito muito
neles – Disse a menina.

Hydra riu, depois de um tempo e muitas especulações, a professora voltara mandando


que os alunos a seguissem em fila.
CAPÍTULO 3

A SELEÇÃO

Todos atravessaram a sala e entraram pela porta dupla no salão, onde quatro mesas
estavam lotadas de alunos, Hydra ia na frente, tentando se manter séria e centrada, o
local era iluminado por dezenas de velas que flutuavam, era uma visão espetacular e
Hydra olhava cada centimento com curiosidade, no outro extremo do salão, estava a
mesa dos professores, Hydra seguia a professora até lá, ela tentava olhar diretamente
para frente, mas sentia centenas de olhos a olhando com curiosidade, ela pensou que
não precisava ter vergonha, ela havia usado a poção que modela os cabelos, de forma
que os seus longos cabelos louros faziam ondulações nas pontas, ela se sentia
bem,mas era inevitável o nervosismo, ouvia alguns sussurros e pessoas perguntando
se aquela menina era do primeiro ano e outras dizendo, é dela que estavam falando,.

Tentando não prestar atenção em nada que falavam para não ficar ainda mais nervosa,
ela olhou para o teto, que sabia pelo livro "Hogwarts, uma história" que era encantado
para parecer o tempo lá fora, realmente era um lugar fantástico.

Hydra viu quando a Professora silenciosamente colocou um banquinho de quatro


pernas diante dela e dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um
chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo.

Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu começou a cantar uma
canção de boas-vindas, falando da história de cada fundador das casas de Hogwarts e
de como era só colocar ele em suas cabeças que seriam selecionados para suas casas.
Hydra sorriu, depois de se espantar com o chapéu que falava, achou graça e beleza em
tudo aquilo e o salão todo aplaudiu.

Ela viu quando um bruxo com grande barba branca e vestes lilás se levantou no centro
da mesa dos professores e pediu silêncio, aquele só podia ser Dumbledore que tão mal
ouvira falar, sentiu uma instantânea simpatia por ele.

- Silêncio por favor – Disse ele seriamente e no mesmo momento todos no salão
obedeceram. - Esse ano – Continuou ele- excepcionalmente, Hogwarts recebe uma
aluna de quarto ano transferida da digníssima Academia de Magia Beauxbatons na
França.
Hydra sentiu seu rosto corar, não era muito tímida, mas sentiu todos olhando para ela
novamente e muitos novos sussurros surgiram.

– Ela, – Ele continuou – junto com os alunos do primeiro ano irá passar pela cerimônia
de seleção das casas, quero que por favor se juntem a mim, dando as boas-vindas a
sua nova colega e apontou para Hydra.

O salão aplaudiu e de novo Hydra sentiu seu rosto corar fortemente mas tentou sorrir
e acenar para Dumbledore com a cabeça, que se sentou.

A professora Minerva voltou a falar.

— Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho


para a seleção. – Ela olhou para Hydra e chamou seu nome, - Hydra Malfoy.

Hydra deu um passo a frente e se virou para sentar no banquinho, deu uma rápida
olhada na multidão que cochichava, sentiu que os cochichos aumentaram muito após
a professora dizer seu nome, ouviu alguns cochichos enquanto sentava no banco.

- Ah não, Malfoy!

- Ué, ela não é Francesa?

- Ela vai para a Sonserina, com certeza, todos sabem disso, não sei nem o porquê
fazem a seleção.

A professora colocou o chapéu em sua cabeça ela ouviu a mesma voz que cantou
dessa vez dentro da sua cabeça, ficou assustada e deu quase um salto de início, depois
ficou prestando atenção no que ele falava.

- Ah, sim, sim, uma Malfoy, posso ver, mas não uma Malfoy comum, não, não, tão
diferente da sua família que conheci, tão diferente, porém com muita coisa em
comum, em qual casa deve colocá-la?

Hydra começou a sentir sua mão suar e o coração palpitar, se sentia nervosa demais
naquele momento e procurava não olhar para ninguém em especial, mas também não
demonstrar o seu nervosismo.
- Sonserina, talvez? – Disse o chapéu em sua cabeça, fazendo seu coração palpitar mais
ainda. – Você tem tantas qualidades que a casa certamente preza, vaidade, nobreza,
consigo ver tudo isso, mas não, não é só isso, corvinal talvez? Vejo grande inteligência
e talento, não, não, coragem, ousadia, vontade de se provar, sim, sim, sei exatamente
aonde devo colocá-la – E então o chapéu pareceu gritar para todos – GRIFINÓRIA!

Hydra não conseguiu evitar de dar um grande sorriso e agradecer silenciosamente


apenas com os lábios, enquanto a professora tirava o chapéu de sua cabeça, por um
segundo, todos ficaram em silêncio, parecendo em choque, e então o salão aplaudia,
um pouco timidamente em algumas partes, ela podia ver rostos chocados vindos de
todas as mesas, especialmente da Sonserina, onde seu irmão olhava de boca aberta
para a cena.

Ela andou em direção a mesa da Grifinória, se sentindo extremamente bem e aliviada,


para se sentar nos espaços vazios.

- Sente-se aqui conosco, somos do quarto ano também – Disse uma menina negra de
cabelos negros mais ao centro da mesa, algumas pessoas chegavam para o lado para
que Hydra pudesse se acomodar, enquanto isso, a professora chamava os alunos do
primeiro ano para se sentarem no banquinho.

- Obrigada – Disse Hydra enquanto sentava ao lado da menina.

- Meu nome é Angelina Johnson, essa é a Alicia Spinnet, nós somos do seu ano - Disse
ela apontando para uma outra menina negra ao seu lado - essa é a Katie Bell -Agora ela
apontava para uma menina de cabelo castanhos ao lado de Alicia, ela é do terceiro
ano, esses são Fred e Jorge Weasley eles são do nosso ano também – Hydra notou que
ela apontava para os dois meninos ruivos gêmeos que ela viu no beco diagonal, ela
sorriu e os meninos retribuíram parecendo não reconhecer ela, eles afinal eram os
famosos Weasleys – E esse é o Lino Jordan também do nosso ano – Disse apontando
para um rapaz ao lado dos gêmeos, o que estava com eles também no Beco Diagonal,
todos retribuíam os cumprimentos dela –Essa é a Hermione Granger, ela é do segundo
ano – Ela apontou para a menina de cabelos cheios e dentes grandes sentada ao lado
de Kate - E esse é o Olívio Wood – Hydra voltou os olhos para o bruxo alto, forte, de
ombros largos e de cabelos e olhos castanhos do outro lado da mesa, ao lado de Lino,
ela o achou muito bonito e notara que o rapaz demorou para tirar os olhos
dela enquanto sorria e acenava – Ele é do sexto ano, quase todos somos todos do
time de quadribol da Grifinória.
- Você joga quadribol? - Perguntou Olívio ainda sorrindo, ignorando um pouco os
outros ao seu redor.

- Não, quer dizer, sim, eu jogo, eu sou goleira – Respondeu ela.

Todos deram risadinhas, como se ela tivesse contado algum tipo de piada, Hydra não
entendeu o porquê no começo.

- Bem, essa é a minha posição, eu sou o capitão da equipe – Disse Olívo explicando.

- Então já sei que nem devo tentar entrar para o time – Disse Hydra também rindo,
enquanto isso, mais três alunos tinham sido selecionados para a Grifinória e eles
paravam para aplaudir.

- Não, nós sempre precisamos de reservas, acredite – Olívio ainda sorria e não tirava os
olhos de Hydra e nem ela dele.

- Obrigada, vou pensar no assunto – Não pretendia entrar no time, mas gostava da
visão que estava tendo no momento.

- Você é uma Malfoy mesmo? – Perguntou um dos gêmeos, fazendo Hydra tirar os
olhos de Olívio para olhar agora para ele. - Como você está aqui na Grifinória? – Ele
parecia realmente confuso.

Hydra se sentiu um pouco desconfortável, mas respondeu pacientemente e ainda


sorrindo.

- Eu sou uma Malfoy sim, meu irmão Draco é da Sonserina, assim como toda a minha
família, mas eu e eles somos completamente diferentes, não compartilhamos das
mesmas ideias digamos assim.

- Você então não pensa ser melhor que todo mundo por ter sangue-puro? – Perguntou
o outro gêmeo, fazendo todos olharem para ele um pouco assustados com a
sinceridade pergunta talvez, mas Hydra sabia que era o que deviam estar todos
imaginando.
- Não, eu não penso isso, eu acho isso uma grande bobagem na verdade, acredite, a
última coisa que eu quero é ser associada a minha família, eu não sou eles, somos
completamente diferentes – Disse ela um pouco menos paciente agora.

- Ok então – Disse o gêmeo sorrindo – bem-vinda à Grifinória.

Hydra sorriu de volta.

- Muito obrigada, Jorge... ou Fred? Me desculpe, eu não sei ainda...

- Não se preocupe, eu sou o Jorge, esse feioso aqui do meu lado é o Fred.

- Prazer meninos! – Disse Hydra ainda tentando distinguir entre os dois – Eu na


verdade meio que já conhecia vocês, mas acho que vocês não lembram – Os meninos
olharam confusos para ela. – no Beco Diagonal, eu vi vocês no dia que fui comprar meu
material e você também, Lino.

- Sim, você era a bonitona que o Fred quase derrubou o queixo quando viu – Disse Lino
rindo.

Hydra ficou corada enquanto todos riam.

- Cala a boca, você que quase derrubou o queixo! – Disse Fred – E o Jorge que foi falar
com ela e levou um fora.

- Não, não, eu não estava dando um fora em você, eu realmente tinha que correr para
encontrar a minha mãe, ela não gosta muito de atrasos – Respondeu Hydra
rapidamente.

- Olha, não é a irmã de vocês que a Minerva acabou de chamar? – Perguntou Angelina.

- Sim, a Gina – Disse Fred olhando com atenção enquanto o chapéu gritava
"GRIFINÓRIA" para a menininha ruiva que Hydra conversara mais cedo, então ela
também era uma dos famosos Weasleys.

- Eu conheci a sua irmã, conversamos enquanto eu vinha para o castelo com os alunos
do primeiro ano, ela é uma menina muito doce – Disse Hydra aplaudindo com os
outros alunos da Grifinória.
- É que você nunca viu ela levantando de manhã – Disse Jorge.

A menina se aproximou timidamente da mesa da Grifinória e foi parabenizada pelos


irmãos e o resto das pessoas que estavam perto e por mais um rapaz ruivo e magro
que Hydra supôs ser outro irmão.

- Aquele é o Percy, nosso irmão mais chato, digo, mais velho, ele é monitor da
Grifinória, provavelmente você vai ouvir muitas vezes ele dizer isso – Brincou Fred.

- Vocês todos se parecem – Disse Hydra olhando para Percy e então para eles.

- É o cabelo ruivo – Disse Fred.

Hydra percebeu que timidamente, Olívio ainda a lançava olhares.

- Então, Hydra, como uma bruxa Inglesa acaba em uma escola na França? – Perguntou
Angelina.

- E por quê você saiu de lá? – Completou Alicia, enquanto os demais olhavam com
curiosidade.

- Eu pedi para os meus pais para estudar lá, eu não queria vir para Hogwarts e todo
mundo ficar me julgando algo que eu não sou só por causa do meu sobrenome – Disse
ela, sem a intenção de parecer um fora, mas todos olhavam envergonhados agora para
ela, então deve ter parecido um.

- A gente não quis... – Disse Jorge, interrompido por Fred.

- É só que... bem, não conhecemos muitos Malfoys bons.

- Não existem muitos Malfoys bons eu acho, não que eu conheça pelo menos – Disse
Hydra rindo. – não se preocupe, eu entendo, pensaria a mesma coisa se fosse vocês,
provavelmente.... e por falar nisso, sou uma grande admiradora do seu pai.

- Por quê? Como conhece nosso pai? – Perguntou Jorge curioso.


- Eu soube da briga deles no beco diagonal, não o conheço pessoalmente, mas meu pai
deve ter merecido, grande admiradora aqui. – Disse Hydra rindo.

Todos riram surpresos, Hydra olhou para o prato e taça na sua frente e Alicia
respondeu como se estivesse lendo a sua mente.

- Sempre tem um banquete depois da seleção, você sabe, para comemorar o ínicio do
ano.

- Ótimo, estou com muita fome – Ela parou por um segundo e então continuou. - Fico
pensando que a essa hora minhas amigas na Beauxbatons também devem estar
jantando... sem mim... – Hydra parecia genuinamente triste e com os olhos cheios de
lágrimas.

- Ei, eu não sei sobre as suas amigas, mas nós somos bem legais, acredite, eu acho você
vai gostar daqui – Disse Fred tentando animá-la.

- Eu acredito, Fred – Hydra voltara a sorrir.

- Você tinha muitos amigos na sua antiga escola? – Perguntou Olívio, era engraçado
como o som da sua voz fazia Hydra corar.

- Eu tinha... eu tenho três melhores amigas lá, Gabrielle, Desiré e Gisele, são do meu
ano, nós éramos inseparáveis, não imagino passar o ano sem elas – Respondeu ela
olhando para ele.

- Tenho certeza que você poderá ter amigos aqui, como teve lá – Disse Angelina, o que
fez Hydra sorrir e agradecer.

- E namorado, você deixou algum namorado lá? – Olívio perguntou de um jeito


espontâneo, depois que perebeu o que falou, pareceu corar e se arrepender, o que fez
Alicia, Katie e Angelica trocarem risadinhas e Hydra corar ainda mais, o que estava
acontecendo? Ela nunca foi tímida desse jeito.

- Não, eu já tive um namorado, se é que pode se chamar de namorado lá sim, mas é


coisa do passado... – Disse ela ainda vermelha.
- Todos os garotos de Hogwarts agradecem por esse notícia – Fred disse e os outros
meninos riram, até Hydra riu, apesar de ter certeza que estava mais vermelha que um
pimentão, então decidiu mudar de assunto

- Quantos irmãos vocês são?

- Sete, dois já se formaram, tem mais nós dois, o Percy, a Gina e o Rony, que nós não
sabemos por onde se meteu – Disse Fred.

- Sim, era disso que eu estava falando antes, eu não os vi no trem! – Disse Hermione,
mostrando pela primeira vez interesse na conversa. - Nem ele e nem o Harry.

- Harry Potter? – Perguntou Hydra curiosa.

- Sim, ele, a Hermione e meu irmão são grandes amigos – Respondeu Fred.

- Que interessante, já ouvi falar muto dele, do meu irmão e pai, então acredito que ele
é o oposto de tudo que ouvi.

- Deve ser uma pessoa maravilhosa então, já que aposto que seu irmão só lhe contou
as piores coisas – Disse Hermione e Hydra notou um pouco de raiva e magoa nos seus
olhos enquanto ela falava isso.

- Hermione, é claro, o Draco já falou de você, me desculpe sinceramente por tudo que
ele já deve ter lhe feito – Disse Hydra, lembrando das coisas horríveis que ele chamava
a menina.

- Você não tem culpa, mas ele não é uma das melhores pessoas – Disse a menina, um
pouco mais suavemente.

- Ele não é tão ruim, ele tem culpa é claro de ser preconceituoso, mas muito ele meio
que repete o que aprendeu com meu pai – Disse Hydra.

- Mas você aprendeu as mesmas coisas e não parece repetir isso – Hermione parecia
ríspida ao responder.
- Não, você tem razão, mas eu, bem, eu, nós, tivemos uma tutora quando éramos
crianças, madame Bouvier, ela é da França, ela me ensinou a não odiar os trouxas e os
que não tinham sangue puro, ela me fez crescer sem essa visão vazia do mundo.

- E por quê ela não ensinou a mesma coisa ao Draco? – Perguntou Hermione, um
pouco mais calma.

- Porque o Draco era muito novo, quando ele cresceu mais um pouco, eu já, vamos
dizer, irritava o meu pai o suficiente, então ele manteve o Draco mais próximo dele.

- Que azar o nosso então – Disse Hermione seriamente.

- Foi por causa dela que você quis ir para a França? – Perguntou Katie Bell.

- Sim, também, ela me ensinou francês quando criança e me falou tanto de lá, eu tinha
aquele lugar como meu refugio muito antes de me mudar – Disse Hydra sorridente.

A cerimônia tinha acabado, a última aluna havia sido sorteda para a Sonserina e a
professora Minerva havia recolhido o chapéu seletor e o banco, o bruxo que Hydra
julgou ser Dumbledore sorridente, levantou e falou aos alunos.

— Sejam bem-vindos! — Disse. — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts!


Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Bolo de
milho, suco de abóbora e ovo de hipogrífo, obrigado.

O salão aplaudio e ele se sentou.

- Então, esse então é o Dumbledore? – Perguntou Hydra rindo.

- Você não o conhecia? – Perguntou Olívio.

- Só de nome.

Hydra se surpreendeu ao ver os pratos na mesa que estavam vazios a um minuto atrás
se encherem de comida, das mais deliciosas possíveis, todos encheram os pratos, ela e
os alunos do primeiro ano receberam as boas vindas de Sir Nicolas-quase-sem-cabeça
o fantasma da Grifinória o qual Hydra achara muito diveritdo, Hydra estava
conversando animadamente com Angelina, Katie e Alicia sobre os bruxos da França
quando ela sentiu uma mão em seu ombro.

- O que você está fazendo aqui? – Draco estava atrás dela, com um enorme olhar de
desprezo.

- Comendo e você? Não deveria estar em outra mesa? – Respondeu Hydra


calmamente. Os novos colegas de Hydra, assim como algumas outras pessoas ao
redor, olhavam curiosos para a cena.

- Não aqui, o que você está fazendo na Grifinória, você deveria estar na Sonserina! –
Disse muito irritado.

- Eu deveria estar aonde fui selecionada e a não ser que eu tenha ouvido errado, o
chapéu disse Grifinória.

- ESSE MALDITO CHÁPEU ESTÁ ERRADO, ISSO DEVE SER ARMAÇÃO DAQUELE
DUMBLEDORE COM MEU PAI, TEM QUE SER! – Draco gritava, não alto o suficiente
para que Dumbledore ouvisse, mas alto o suficiente para que todos na mesa se
virassem para ele.

- Draco, lá fora, agora – Hydra falava baixinho com ele e extremamente irritada.

- Não vou a lugar nenhum, você que virá comigo para a sua mesa...

Hydra levantou, o interrompeu, segurou forte em seu braço e disse em seu ouvido.

- Se você não vier comigo agora, eu talvez vá transformar o seu nariz em uma enorme
verruga e você sabe que eu posso fazer isso.

Draco ficou com medo e resolveu ir com a irmã, Hydra pediu desculpas a todos e
seguiu com Draco até a porta do salão.

- Draco, qual é o seu problema? – Disse ela irritada com o menino.

- Você sabe muito bem que está no lugar errado.


- Draco, olha pra mim, você achou mesmo que eu iria pra mesma casa que o resto da
nossa famíia?

- Você é uma Malfoy! – Disse Draco agora mais irritado do que nunca e vermelho. –
Papai vai ficar sabendo disso, vou enviar uma coruja pra ele imediatamente, ele vai
resolver isso! Ele é conselheiro desse lugar imbecil!

- Vai Draco, envie, eu não pretendia manter nada em segredo mesmo, ele que
pensasse melhor antes de me tirar da minha escola e me trazer para cá.

Com isso, Hydra virou as costas para o irmão, foi interrompida no meio do caminho de
volta para a sua mesa.

- Hydra! – Disse Adrian, fazendo Hydra se virar para falar com ele. – Parabéns pela
seleção, é uma pena que não vamos estudar juntos então.

Hydra sentiu mais simpatia ainda pelo rapaz, que até agora, era educado com ela.

- Obrigada, Adrian, meu irmão não reagiu tão bem quanto você.

- Eu sei, eu vi... mas não ligue para ele, de qualquer maneira, vamos nos ver em alguma
aulas – Disse ele sorrindo.

- Que bom que vamos! – Respondeu Hydra, retribuindo o sorriso.

Depois que voltou para a mesa e se sentou todos estavam a olhando com olhares
desconfortáveis.

- Olha, me desculpe ok? O Draco, O Draco...

Antes que terminasse de falar, todos disseram para deixar isso para lá.

- Não deve ser fácil – Disse Olívio.

- Você não faz ideia...

- Aquele menino da Sonserina que você estava falando, ele é seu amigo? – Perguntou
Jorge.
- Amigo do meu irmão, eu acho, ele estava na minha festa de aniversário, era o único
dos amigos dele que foi realmente gentil e não um babaca comigo, somos colegas –
Respondeu Hydra.

- Ele parece gostar de você... – Disse Olívio, com um tom estranho.

- Ele é gente boa – Disse Hydra.

Depois de algum tempo algumas pessoas começaram a falar sobre Harry Potter e
Rony.

- Vocês ficaram sabendo? Perguntou uma menina de olhos puxados e cabelo negro
para o grupo – Harry Potter e Rony Weasley chegaram em Hogwarts em um carro
voador e pousaram no Salgueiro Lutador!

- O QUE? ELES VIERAM NO CARRO VOADOR? – Perguntou Fred e Jorge ao mesmo


tempo com uma mistura de raiva de surpresa.

- Sim! – Disse a menina – E parece que eles foram expulsos!

- Não, isso deve ser mentira, com licença... – Hermione disse e saiu pela porta do salão
principal.

- Eu não acredito que eles não nos chamaram! – Disse Jorge para Fred.

- Mas onde eles arranjaram um carro voador? – Hydra perguntou curiosa.

- É do nosso pai, mas a gente não sabia que eles iam fazer isso, senão viriamos junto! –
Disse Fred desgostoso – Chegar voando em um carro, eles provavelmente vão virar
lenda!

- Pois é, é a coisa mais legal que eu já vi acontecer aqui – Completou Jorge.

Percy no entanto não pareceu gostar da notícia e reclamou sobre como Rony estava
manchando o nome dos Weasleys, assim como Jorge e Fred.

- Manchando está você, sendo um chato de galocha como sempre! – Disse Fred.
- Ele não pode fazer isso! – Disse Percy sem dar muita atenção para ele. – Mamãe e
papai devem estar furiosos.

- Furioso estou eu, que não fui convidado para ir junto – Disse Jorge frustrado.
CAPÍTULO 4

HOGWARTS

Conforme o banquete seguiu, Hydra conseguiu esquecer um pouco sobe Draco e se


alegrar, todos falavam sobre a possível expulsão de Harry e Rony e de como era legal
eles terem chegado em um carro voador.

- E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! — exclamou
Dumbledore e fez um pequeno aceno com a varinha, como se estivesse tentando
espantar uma mosca na ponta e surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou
para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras. — Cada
um escolha sua música preferida — convidou Dumbledore — e lá vamos nós!

Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts,

Nos ensine algo por favor,

Quer sejamos velhos e calvos Quer moços de pernas raladas,

Temos às cabeças precisadas De idéias interessantes.

Pois estão ocas e cheias de ar, Moscas mortas e fios de cotão.

Nos ensine o que vale a pena. Faça o melhor, faremos o resto, Estudaremos até o
cérebro se desmanchar.

- Maravilhoso! – Exclamou Dumbledore, agora, hora de dormir.

Hydra não sabia muito o que pensar da música, ficou calada o tempo inteiro olhando
os outros canterem, parecia um pouco ridícula na verdade já que cada um parecia
cantar em uma melodia e especialmente os gêmeos fazia a música ficar mais
engraçada cantando mais lentamente a letra algumas vezes.

- Com licença, você é a Malfoy, certo? – Perguntou Percy atrás de Hydra, falando de
forma séria e educada.

- Sim, sou eu – Respondeu Hydra sorrindo.


- A professora Minerva pediu para você seguir comigo e os alunos do primeiro ano
para o dormitório, assim você aprende o caminho.

- Tudo bem, é só te seguir? – Perguntou Hydra

- Sim – Disse Percy pomposo, ele parecia um pouco corado quando Hydra falou com
ele, ela se despediu de todos e agradeceu pelas boas vindas, percebeu que Olívio ainda
a olhava disfarçadamente a todo momento e sorriu quando ela foi embora.

- Andando! – Os novos alunos de Grifinória seguiram Percy, saíram do salão principal e


subiram a escadaria de mármore, os retatos ao longo dos corredores murmurassem
enquanto eles passavanquando eles passavam, Hydra percebeu que eles subiram
muitas escadas e que elas se moviam as vezes.

No finzinho do corredor havia um retrato de uma mulher muito gorda vestida de rosa.

- Senha? — pediu ela.

- Maçarico – Respondeu Percy.

O retrato se inclinou para frente revelando um buraco redondo na parede. Todos


passaram pelo buraco.

E se viram na sala comunal da Grifinória, um aposento redondo cheio de poltronas


fofas. Percy indicou às garotas a porta do seu dormitório e, aos meninos, a porta do
deles. No alto de uma escada em caracol, Hydra percebeu que estavam em uma torre.
Percy orientou Hydra sobre onde estaria seu quarto, um dos quartos do quarto ano.

Hydra subiu as escadas olhando para tudo curiosamente, abriu a porta do quarto
indicado e encontrou suas coisas ao lado de uma das seis camas com reposteiros de
veludo vermelho-escuro, ela se acomodou, tirou de sua mala um porta-retrato com
uma foto sua com suas amigas em sua antiga escola, as quatro meninas sorriam e
pareciam dançar divertidamente no retrato, Hydra voltou a se lembrar que nunca mais
estaria com elas na mesma escola e ficar triste com isso.

Mas, antes que pudesse ficar muiito triste, a porta do quarto se abriu e um rosto
conhecido apareceu.
- Ei, você ficou no nosso quarto, que bom, mas vamos, todos estão lá embaixo
esperando o Harry e o Rony aparecer – Disse Angelina ansiosa.

Hydra seguu Angelina até a sala comunal, que estava agora lotada de gente, todos
ansiosos pela chegada de Rony e Harry.

Ela se sentou em uma poltrona, seguindo Angelina.

- Ela está no nosso quarto – Disse ela para Alicia.

- Que bom! – Disse Alicia animadamente.

Olívio se sentou ao lado de Hydra.

- Então, Hydra, você jogou muito tempo na sua antiga escola? – Perguntou ele.

- Lá vai ele... – Disse Jorge, Olívio olhou irritado para o rapaz.

- Lá vai ele o que? – Perguntou Olívio.

- Falar de quadribol – Respondeu Fred rindo.

- Você gosta muito de quadribol? – Perguntou Hydra, todos os amigos riram.

- Só um pouquinho, não é Olívio? – Perguntou Jorge.

- É só a vida dele inteira e mais um pouco provavelmente... – Completou Fred.

Olívio estava vermelho, todos riram mais ainda.

- Eu gosto, eu sou capitão da equipe, quadribol realmente é a minha vida, mas não é
toda ela – Disse ele meio irritado.

- Aposto que as meninas gostam disso – Disse Hydra, se sentindo um pouco ousada
com a brincadeira.

- Não – Olívio disse vermelho. – Elas realmente não ligam, sei lá.
- Ligam sim, ele que não presta atenção nelas direito – Disse Angelina agora rindo mais
ainda com as meninas.

- Até hoje pelo menos... – Completou Alícia com um sorriso malicioso.

- Não liga para elas – Disse Olívio olhando feio para as meninas. – Você jogou quanto
tempo?

- Dois anos – Respondeu Hydra, enquanto os outros voltavam a rir.

- E era boa?

- O suficiente...

- Está com medo da concorrência, Wood? – Perguntou Fred.

- Seria legal se você parecesse assim (disse Jorge apontando para Hydra) enquanto nos
da sermões, pelo menos ia ser menos chato – Disse Fred rindo. – Ia prestar atenção
com certeza – Completou ele, rindo mais ainda.

- Eu realmente preciso de reservas – Disse Olívio, ignorando completamente os


meninos.

- Eu posso fazer o teste, se quiser – Disse Hydra, pensando que na verdade não tinha
nenhum interesse em entrar para o time da casa, mas não queria desagradá-lo.

- Gostaria muito – Respondeu ele sorrindo.

Depois de um tempo, o retrato se abriu em meio a uma repentina tempestade de


aplausos, todos parabenizavam Potter e Weasley pelo seu feito grandioso.

- Genial! – berrou Lino Jordan. – Um achado! Que entrada! Aterrissar um carro voador
no Salgueiro Lutador, vão comentar isso durante anos!

Todos deram tapinha nos ombros dos meninos e os parabenizaram, Jorge e Fred
pareciam super animados, Hydra achou toda situação divertida e inédita, mas logo os
meninos subiram correndo para seus quartos.
- O pessoal realmente é animado – Disse Hydra para os novos amigos.

- Muito, você não viu nada... – Respondeu Angelina.

Hydra decidiu subir para o quarto depois de um tempo, se sentia muito cansada.

- Eu acho que vou dormir – Disse ela.

- Nos vamos amanhã? – Perguntou Wood.

- Eu espero que sim – Disse Hydra sorrindo.

Chegando no quarto, junto com Angelina, mais quatro meninas estavam lá dentro,
incluindo Alicia.

- Essas são, Rita Orance – Disse Alicia apontando para uma menina ruiva de cabelos um
pouco abaixo do ombro meio cacheados na ponta.- Jeniffer Macmillan – Disse
apontando para uma menina bonita de estatura mediana e cabelos loiros e lisos e
muito bonita. - E Laura Schimmer – Disse apontando para a última garota, uma bruxa
magra de cabelos castanho escuros e nariz um pouco curvado. Todas sorriram e deram
" boas-vindas para Hydra.

- Você é a menina da França – Disse Laura.

- Não, na verdade eu sou da Inglaterra mesmo, eu só estudei na França – Respondeu


Hydra, indo até a sua cama.

- E como é a escola na França? – Perguntou Jeniffer com interesse.

Hydra passou horas explicando sobre sua antiga escola, sua casa e mostrando álbuns
de fotos com seus amigos, as meninas ouviam fascinadas, a maioria não sabia que
existiam outras escolas mágicas tão perto.

- E você tinha um namorado lá afinal? – Perguntou Alicia.

- Tinha uma espécie de namorado, digamos assim, foi no ano passado, mas ele me
magoou e nós terminamos tem um tempo já, depois dele não tive mais nenhum, acho
que fiquei com problemas para confiar em garotos um pouco.
- Bom, Hogwarts pode mudar isso – Disse Angelina rindo.

Depois de todas ficarem bem cansadas, trocaram de roupa e deitaram em suas camas,
era um lugar novo, mas Hydra começava a ter a impressão de que iria gostar de estar
ali.

Hydra amanheceu para o seu primeiro dia de aula na nova escola se sentindo disposta,
apesar de terem dormido bem tarde, se trocou e acompanhou as meninas até o salão
onde esteve na noite anterior para tomarem café da manhã, McGonagall entregou
para elas os seus horários de aulas.

- Poção dupla logo na primeira aula – Resmungou Angelina.

- Eu amo poções, é minha matéria preferida – Todas as meninas olharam para Hydra
enquanto ela falava isso.

- Você não conhece o professor Snape, ele meio que torna impossível para qualquer
aluno que não seja da Sonserina gostar de poções... – Disse Alicia em um tom de
alarde.

Hydra se lembrou que o professor Snape foi muito bem recomendado por seu pai e
irmão, o que significava que provavelmente Hydra não iria gostar dele.

- É uma pena, já eu realmente amo poções, pretendo trabalhar com isso um dia
inclusive! – Respondeu Hydra calmamente, pegando um pouco de café.

- Você é completamente doida! – Disse Alicia brincando e todas as outras meninas


riram, Hydra e as meninas comiam o maravilhoso café da manhã que era servido,
quando os gêmeos e Lino Jordan se aproximaram.

- Bom dia senhoritas, prontas para mais uma maravilhosa aula de poções? – Perguntou
Fred irônicamente.

- A Hydra está doida pela aula e acredite, eu não estou brincando – Disse Angelina
rindo.

- Não é possível! – Disse Jorge – Acho que ninguém gosta da aula de poções.
- Vocês estão me assustando, poções sempre foi minha matéria preferida – Disse
Hydra rindo.

- Tadinha, tão bonita e tão cheia de "probleminhas" – Disse Jorge fazendo todos rir.

Eles foram interrompidos por centenas de corujas que entraram no salão trazendo
cartas e encomendas para os alunos de Hogwarts, sua mãe tinha enviado uma carta
dizendo o quanto estava irritada com Dumbledore por ela não estar na Sonserina e
que seu pai daria um jeito nisso e também mandou doces e bolos.

- Olha, o que é aquilo? – Perguntou Angelina apontando para Hermione e dois


meninos.

Uma coisa grande e cinzenta caiu na jarra de Hermione, salpicando todo mundo com
leite e penas.

- Errol, a nossa coruja – Esclareceu Jorge.

Rony agora apontava para o envelope vermelho que Hydra reconheceu, ela e diversos
outros estudantes perto fizeram careta.

- Um berrador – Disse Alícia – tadinho!

Rony estendeu a mão trêmula, tirou o envelope do bico de Errol e abriu-o. Um menino
do terceiro ano perto deles enfiou os dedos nos ouvidos e Hydra fez o mesmo, junto
com muitos ao seu redor, um estrondo encheu o enorme salão, sacudindo a poeira do
teto.

"... ROUBAR O CARRO, EU NÃO TERIA ME SURPREENDIDO SE O TIVESSEM EXPULSADO,


ESPERE ATE EU PÔR AS MÃOS EM VOCÊ, SUPONHO QUE NÃO PAROU PARA PENSAR
NO QUE SEU PAI E EU PASSAMOS QUANDO VIMOS QUE O CARRO TINHA
DESAPARECIDO..." – Dizia a voz de uma mulher aos berros, pratos e talheres se
entrechocarem na mesa e produziram um eco ensurdecedor nas paredes de pedra. As
pessoas por todo o salão se viravam para ver quem recebera o berrador, e Rony
afundou tanto na cadeira que só deixara a testa vermelha visível.

"... A CARTA DE DUMBLEDORE Á NOITE PASSADA, PENSEI QUE SEU PAI IA MORRER DE
VERGONHA, NÃO O EDUCAMOS PARA SE COMPORTAR ASSIM, VOCÊ E HARRY PODIAM
TER MORRIDO, EU ESTOU ABSOLUTAMENTE DESGOSTOSA, SEU PAI ESTA
ENFRENTANDO UM INQUÉRITO NO TRABALHO, E É TUDO CULPA SUA, E, SE VOCÊ SAIR
UM DEDINHO DA LINHA, VAMOS TRAZÊ-LO DIRETO PARA CASA."

Seguiu-se um silêncio que chegou a ecoar. O envelope vermelho, que caíra das mãos
de Rony, pegou fogo e encrespou-se em cinzas.

- Sua mãe? – Perguntou Hydra para Fred e Jorge que confirmaram com a cabeça, ainda
olhando com pena para o irmão mais novo.

Depois de passada a confusão, o grupo desceu até uma sala nas masmorras do castelo,
aonde esperavam na porta o professor de cabelos negros e oleosos e olhos negros e
frios, vestindo uma veste igualmente negra entrar e abrir as portas, Hydra se sentou
entre Angelina e Alicia e logo atrás se sentaram Jorge, Fred e Lino, Hydra reparou que
junto com eles na sala também estavam alunos da Sonserina, que a olhavam com
reprovação toda vez que ela os encarava, exceto Adrian, ele acenava gentilmente para
ela que acenava de volta.

- Silêncio, como sempre não irei permitir brincadeiras e nem conversas em minha sala
– Disse o professor Snape, com um tom assustador entrando na sala.

Hydra olhou para ele, realmente parecia alguém de quem seus pais iriam gostar.

- Abram os livros na página 125. – Disse ele ainda em um tom ameaçador – Quem sabe
o que eu consigo se misturar Pimenta Verde pequena, 300 ml de Sangue de
Salamandra, 12 Escamas de Kappa e 6 Pelos do Rabo de Erumpente?

Hydra levantou a mão e ele acenou com a cabeça, permitindo que ela falasse.

- O Senhor teria uma poção apimentada, se misturasse tudo de forma correta. – Todos
olhavam para Hydra em choque e prendiam a respiração em conjunto.

- Correto, senhorita Malfoy, não é mesmo? – Perguntou ele a examinando.

- Sim – Respondeu ela ficando vermelha.


- Claramente se vê que foi colocada na casa errada, aparentemente até mesmo o
chapéu seletor se engana, a senhorita está correta... – Ele parecia extremamente
desgostoso ao falar isso.

- Meu Deus, ele teve que admitir que um aluno da Grifinória está certo, isso deve ter
machucado! – Disse Fred baixinho.

A aula passou tendo Hydra acertado todas as perguntas que o professor fez e tendo
corretamente feito a poção do sono que Fred se recusou a provar, fazendo a Grifinória
perder 5 pontos, ele notou que ela não foi pontuada por nenhum de seus acertos,
enquanto alunos da Sonserina que respondiam perguntas mais fáceis eram sempre
pontuados. No final da aula, Hydra seguiu seus colegas para a aula de transfiguração
com a professora McGonagall.

- Você é sempre tão inteligente assim? – Perguntou Lino rindo.

- Não, acho que só com poções, eu sou boa nas outras matérias, mas poções é
especial.

- Percebemos – Disseram Jorge e Fred ao mesmo tempo.

Ao entrar na sala da professora McGonagall, novamente Hydra sentou entre Angelina


e Alicia, a professora de cabelos negros que á acompanhara até dentro do castelo na
noite anterior já
as aguardavam.

- Hoje vamos aprender sobre o Feitiço Avifors, alguém sabe me dizer sobre ele? –
Perguntou Minerva e Rita Orance levantou a mão.

- Senhorita Orance?

- É um feitiço Transfiguratório de Pássaros. – Respondeu ela.

- Muito bem, 5 pontos para a Grifinória – Disse Minerva –, hoje vamos trabalhar nele,
ok? Quero todos concentrados.

Cada um colocou um objeto na sua frente, o de Hydra, era um par de óculos e tinham
que fazer ele corretamente se tornar um pássaro. Hydra conseguiu transformar o seu
em um pequeno canário, alguns conseguiam apenas transfigurar metade do objeto,
alguns em passáros maiores e outros em menores.

No final da aula, todos os os alunos reclamaram do alto número de dever de casa que
a Professora havia passado.

- Vocês agora estão entrando numa fase importantíssima da sua educação em magia! –
disse ela. – O exame para obter os Níveis Ordinários em Magia estão se aproximando...

- Eles são no quarto ano, professora McGonagall? – Perguntou Hydra chocada por não
saber disso.

- Não, senhorita Malfoy, ano que vem, mas toda preparação é necessária – Disse com
os olhos atentos a aluna.

- Ah sim, é que na Beauxbatons as provas são no sexto ano... – Disse Hydra, sem a
intenção de fazer uma comparação entra as duas escolas, apenas como uma surpresa
por saber que precisaria fazer as provas um ano antes do esperado.

- A senhorita irá descobrir que Hogwarts e Beauxbatons tem imensas diferenças! –


Disse Minerva de maneira um pouco ríspida.

- Sim, desculpe professora McGonagall, eu realmente não sabia... – Hydra se sentia


envergonhada e sabia que todos os olhos, mais uma vez, estavam nela.

- Agora já sabe e pode começar a se preparar com seus outros colegas – Respondeu
McGonagall, encerrando o assunto.

- Ela é durona! – Disse Hydra para os colegas no final da aula.

- Sim, mas é ótima professora – Disse Alícia.

- Parece ser realmente... o que temos agora? – Perguntou Hydra.

- Almoço e depois Herbologia lá fora – Respondeu Alícia.


O Salão Principal era uma visão para Hydra toda vez que ela entrava ali, ficava
admirando o teto encantado, Beauxbatons ainda fazia muita falta, é claro, mas se
sentia bem ali em Hogwarts.

- Ei, Hydra, bom trabalho na aula de poções hoje – Disse Adrian, aparecendo atrás
dela.

- Ah, obrigada Adrian, você também foi ótimo.

- Nos encontramos na mesa, Hydra – Disse Angelina, lançando um olhar esquisito para
Adrian e saindo com o resto dos amigos em direção a mesa da Grifinória.

- Jhonson é ótima jogadora, mas tem um problema de rivalidade, assim como os meus
colegas tem com ela – Disse Adrian, rindo do olhar de Angelina.

- Ela é muito bacana, tem me ajudado bastante. – Disse Hydra – Adrian, por quê todo
mundo da Sonserina fica me olhando estranho? – Perguntou ela observando a mesa da
casa.

- Porque eles meio que acham que você traiu a casa entrando para a Grifinória, que
desprezou eles – Disse Adrian se virando para sua mesa e depois para Hydra,
parecendo meio sem graça.

- Mas isso é uma idiotice, eu não menosprezei ninguém, o chapéu seletor que escolheu
a minha casa, não eu.

- Eu sei disso, mas alguns deles parecem esquecer, não liga, tá? É bobagem deles.

- Obrigada, Adrian, você é muito legal comigo... – Disse Hydra sorrindo.

- Não tem porquê não ser – Respondeu ele.

Hydra seguiu até a mesa da Grifinória, aonde Olívio e o resto do time de quadribol
tinha a cara amarrada e não olhavam para ela.

- O que houve? – Perguntou Hydra.

No começo, ninguém respondeu, até que Jorge disse:


- É aquele Pucey, você é amiga dele?

- Eu conheci ele no meu aniversário, é uma pessoa legal, eu disse isso já para vocês,
por quê?

- Porque a gente meio que não gosta dele – Disse Angelina.

- Mas por quê?

- Porque ele e os colegas de time dele são uns babacas – Respondeu Olívio, parecendo
mais raivoso que os outros.

- Mas ele é ruim com vocês? Faz coisas erradas? Todos do time são iguais?

Todos ficaram meio pensativos, Lino apenas assistia a cada um deles, assim como
Hydra.

- Não, não exatamente... – Disse Fred – mas eles são meio que todos uma coisa só.

- Mas isso não é justo, seria a mesma coisa que dizer que eu sou a mesma coisa que o
meu irmão por ser uma Malfoy! – Disse Hydra com severidade, olhando seriamente
para cada um deles.

- Ok... você meio que tem razão – Disse Fred.

- Meio... – Completou Jorge.

- Desculpa, vai... – Disse Angelina – é que não é fácil lidar com esse time da Sonserina.

Todos se desculparam com Hydra, até mesmo Olívio, mas ele ainda parecia nervoso.

- O que houve, Olívio? Ainda está chateado comigo? – Perguntou Hydra.

- Não! – Disse ele sem olhar ela nos olhos, apenas mexendo em sua comida. – Você e
esse Adrian, vocês são?

- Somos o que? – Perguntou Hydra.


- Namorados – Completou ele envergonhado, enquanto o resto dos colegas seguravam
as risadas.

- Não, Adrian é um colega, eu conheci ele na minha festa, eu disse, nós só


conversamos, ele é muito gentil comigo, só isso. – Respondeu Hydra.

- Acho que ele quer mais do que isso, dá para ver – Disse Olívio, olhando para trás,
para a mesa da Sonserina, aonde Adrian e os amigos olhavam para Hydra.

- Só ele, Olívio? – Perguntou Jorge rindo, os outros não seguraram a risada, mas Olívio
ficou muito vermelho de vergonha.

- Eu não tenho nada com o Adrian. – Disse Hydra, ficando ainda mais vermelha que
Olívio.

Depois do almoço, eles foram para a aula de Herbologia, nas estufas, do lado de fora
do castelo, aonde uma bruxa baixinha e gordinha que ela descobriu ser a professora
Sprout, foi ao encontro deles, abrindo a estufa, eles dividiam essa aula com os alunas
da Lufa-Lufa.

- Boa tarde para todos, boa tarde – Dizia a Professora enquanto todos tomavam seus
lugares em torno da mesa no centro da estufa.

- Boa tarde, professora Sprout – Responderam os alunos.

- Hoje, vamos aprender um pouco mais sobre os fungos mágicos, começar a aprender
na verdade, alguém sabe me dizer quais são os fungos de classificação Effroyable? –
Perguntou ela. Hydra imediatamente levantou a mão. – A Senhorita é?

- Malfoy – Respondeu Hydra.

- Muito bem, Srta. Malfoy, pode falar.

- Os fungos de classificação Effroyable, são fungos prejudiciais à saúde por quem os


ingere, toca ou ao menos chega perto. Suas formas de infecções podem se instalar no
corpo de um ser humano, por parte de 3 dos 5 sentidos: Tato, olfato e paladar.
- Que esplêndido! – Disse a Professora com empolgação. – Cinco pontos para a
Grifinória é claro.

Os colegas olharam na mesma hora para Hydra.

- Eu meio que sou boa em Herbologia também – Disse ela para eles, se sentindo sem
graça –, precisa ser, para ser boa em poções, saber o que usar e tal.

- Nerd! – Brincou Jorge.

- Quero que prestem atenção aqui! – Disse a Professora Sprout - vou mostrar para
vocês hoje dois tipos de fungos de classificação Effroyable.

Ela acenou com a varinha e alguns potinhos de plantas voaram para o centro da mesa
com cogumelos.

- O primeiro, esse de coloração escura, é o Savoureux. – Alguns alunos chegaram


perto, quase tocando o cogumelo – Eu ficaria longe se fosse vocês, ele é altamente
perigoso.

Todos os alunos recuaram.

- Após o ingerir por ter movimentação e escolha própria, ele lança suas hífas no
estomago da pessoa que o engoliu; suas hifas contém espinhos que perfuram o
estomago, possibilitando sua saída.

Alguns alunos fizeram cara de enjoados, imaginando o efeito desse fungo.

- O segundo, de aparência amarronzada e que tem um círculo enroscado em seu


suposto castro é o Dealbatha, se você ingerir esse cogumelo, ele irá se trancar sobre
sua garganta fechando a passagem de ar, assim matando a pessoa asfixiada.

- Meu Deus! – Exclamou uma aluna da Lufa-lufa.

- Sim, sim, são muito perigosos de fato. – Afirmou a professora – Mas eles não são os
únicos fungos que temos no mundo mágico. – Disse ela acenando a varinha e fazendo
os vazinhos serem recolhidos para prateleiras. – Alguém pode citar quais outros?
Hydra e uma menina da Lufa-Lufa levantaram a mão, dessa vez, a Professora Sprout
escolheu a menina da Lufa-Lufa para responder.

- Tem os fungos áereos – Disse ela.

- Excelente, Srta. Jones, cinco pontos para a Lufa-Lufa. – A Professora Sprout acenou
mais uma vez com a varinha e agora na mesa, apareciam desenhos de fungos – Eu não
vou mostrar um real, é claro, o risco de contaminação é enorme, alguém sabe o
porquê?

Hydra levantou a mão mais rápido que a menina da Lufa-Lufa e a professora Sprout
deixou ela responder.

- Porque eles são transmitidos e levados até o ser pela corrente de ar. Suas formas de
intoxicação são por contato direto e aspiração nasal, – Disse Hydra.

- Muito bem, Srta. Malfoy, mais cinco pontos para a Grifinória.

- Nerd... – Disse Jorge apenas mexendo os lábios.

Eles passaram o resto da aula aprendendo sobre os tipos de fungos aéreos e


gastronômicos existentes e receberam, é claro, uma pilha de dever de casa para fazer.

No final das aulas do dia, Hydra já sentia que Hogwarts seria bem mais puxado do que
ela imaginava, não que Beauxbatons também não fosse uma escola exigente, mas ela
não fazia ideia dos costumes e cobranças da escola nova.
CAPÍTULO 5

OLÍVIO WOOD

De noite, depois das aulas, Hydra se sentou com Angelina, Katie, Alicia, Fred, Jorge e
Lino para jantar no salão principal, quando viu Hermione se aproximando com Rony
Weasley e Harry Potter.

- Então vocês não foram expulsos como disseram? Que pena, estava ansioso para ter
um irmão a menos depois que mamãe te expulsasse de casa... – Disse Fred em um tom
de brincadeira.

- Muito engraçado Fred! – O menino de cabelos ruivo disse irritado e logo depois
pousou os olhos em Hydra e corou instantaneamente.

- Oi, você deve ser o Rony, eu sou a Hydra Malfoy – Disse Hydra de forma simpática.

- Malfoy? Então é verdade que o Draco tem uma irmã na Grifinória... – Disse Harry
Potter, o rapaz de cabelo bagunçado.

- Isso mesmo e você deve ser o famoso Harry Potter, desculpe por tudo que meu irmão
possa ter te feito, devo começar dizendo isso talvez... – Hydra disse isso sorrindo e
Harry sorriu timidamente de volta.

- Tudo bem, eu sei que não é culpa sua, Hermione me contou que você parecia ser
bem diferente do resto da sua família, foi difícil de acreditar na verdade... – Disse ele
ainda de um jeito tímido.

- É, eu sei, se eu não tivesse os olhos e cabelos do meu pai nem eu mesma acreditaria-
Disse Hydra, fazendo com que Fred e Jorge dessem uma risada.

Hyda decidiu ir até a biblioteca depois do jantar, mas Angelina a convenceu de fazer o
dever com eles na sala comunal da Grifinória, quando estava a caminho da torre,
encontrou com Olívio Wood.

- Ah, Oi Hydra, como foi o primeiro dia? – Perguntou Wood, fazendo de novo Hydra
corar.
- A gente se vê lá em cima! – Disse Angelina e Alicia saindo, Hydra não entendeu muito
o porquê.

- Foi bom, pesado um pouco, ainda estou me acostumando, eu gostei dos professores,
parecem ser realmente muito bons.

- Sim, eles são e o quarto ano não é muito fácil, mas acho que você vai conseguir se
adaptar logo – Wood parecia tão vermelho quanto ela.

- Obrigada – Disse Hydra sorrindo para ele.

- Quanto ao quadribol, eu queria lhe fazer um pedido, no primeiro treino, eu queria


observar um pouco de fora a equipe. Você disse que faria o teste para reserva,
geralmente o time reserva não faz isso, mas será que poderia me ajudar? É só ser
goleira por algumas horas, você tem uma vassoura? Se não tiver eu posso te emprestar
uma... – Olívio parecia realmente corado enquanto dizia isso.

- Não, não precisa se preocupar eu tenho sim e seria um prazer ajudar.

- Ótimo – Disse Wood, os dois ficaram calados por alguns segundos.

- Escuta, Hydra, você já passeou para conhecer o castelo? – Perguntou ele, olhando
para o chão e não para ela.

- Não, ainda não tive muita oportunidade, além do mais acho que ficaria perdida
sozinha aqui dentro, é tão grande... – Respondeu ela observando o corredor.

- Eu imaginei, você tem algum período vago?

- Sim, na verdade eu tenho um na quarta depois do almoço e você?

- É sério? Eu tenho também esse período vago, será que você não gostaria de talvez
que eu lhe acompanhasse pelo castelo? – Wood parecia verdadeiramente
envergonhado e suas bochechas estavam vermelhas.

- Sim, claro, eu ia amar na verdade, eu realmente preciso conhecer melhor esse lugar –
Hydra ficou pensando no que ele pretendia com esse convite. Seria só um gesto de
gentileza por ela ser nova na escola? Mas ele não tinha tirado os olhos dela durante o
jantar e tiveram aquelas brincadeiras... se bem Hydra também não tirava os olhos dele,
na verdade, do que ela estava falando? Não sabia se estava pronta para algo com
alguém, apesar daquele Wood balançar com ela.

- Você está indo para a sala comunal? – Perguntou Wood, interrompendo os


pensamentos de Hydra.

- Sim, estava indo fazer a pilha de dever de casa que eu tenho.

- Vamos, eu também estou indo para lá.

Os dois subiram conversando sobre quadribol, Wood queria saber tudo sobre o jogo
na França e de novo ela ficou pensando, seria esse seu interesse nela? O quadribol ?

Ao atravessar o retrato e entrar na sala comunal da Grifinória, Hydra se despediu de


Wood e se juntou a Angelina, Fred, Jorge, Lino e Alicia para fazer o dever de casa,
enquanto Wood sentou em um dos sofás e parecia fazer algum dever também.

- É provavelmente um plano para o treino de quadribol – Disse Fred – o Olívio não


pensa em outra coisa.

- Ou talvez pense... – Disse Angelina rindo e olhando de Olívio para Hydra – e acho que
você também pensa.

Hydra corou imediatamente e Fred e Jorge a olharam sérios.

- Wood? Sério? A não, vai... – Jorge parecia inconformado – de todos os garotos na


escola que já estão apostando quem consegue sair com você, você vai escolher o
Wood?

- Que? Apostando o que? – Disse Hydra um pouco confusa.

- Ah, talvez alguém tenha dito que apostava que ia sair com você e outros alguéns
decidiram que eles deveriam apostar de verdade e tem recolhido ouro pela escola o
dia inteiro, mas eu não sei quem... – Disse Jorge disfarçando o olhar.

- Jorge, eu não acredito que você fez isso! – Hydra disse furiosa, apoiada por Angelina
e Alicia.
- Foi ideia do Fred!

- Não foi não! – Disse Fred – Mas Hydra, pense nisso como um investimento.

- O Olívio participou disso? – Perguntou Hydra aborrecida.

- Não, ele não quis participar, por isso não acredito que escolheu logo ele! –
Resmungou Jorge chateado.

- Eu quero todos os nomes que participaram disso para eu não chegar perto e eu não
escolhi ninguém, parem com isso!

Depois de insistir muito, Fred e Jorge entregaram a lista de quem apostou, nela
estavam mais de vinte alunos, entre eles, Marcus Flint, Hydra se sentiu extremamente
irritada, mas desculpou os gêmeos depois de eles terem levantado na frente de toda
sala e cantado uma música de desculpas que a fez rir imediatamente. Depois de fazer
todo dever de casa e Lino, Fred e Jorge mostraram para ela uma pequena bolinha que
fazia com que a pessoa que eles jogassem começasse a crescer penas (e demonstrar
em um menino do terceiro ano) eles decidiram dormir.

- O Olívio é um cara legal Hydra, você não deve ligar para o que o Fred e Jorge dizem. –
Disse Angelina enquanto elas se arrumavam para ir para cama.

- Ele só é um pouco, como vou dizer, intenso... – Completou Alicia.

- Mas ele só vai me mostrar a escola, não é nada demais meninas! – Disse Hydra, com
os olhos vagando pelo quarto enquanto se encostava em seu travesseiro.

- Ah ok, a gente viu muito bem o jeito dele Hydra, eu nunca vi o Olívio assim com uma
menina antes, acredite, muitas tentaram... – Disse Angelina, também encostando em
seu travesseiro e olhando com um olhar que parecia meio culpado para o chão.

- Você, Angelina? – Disse Hydra olhando interessada para ela.

- O que, eu? Não! Mas muitas meninas da escola, alguma já conseguiram, mas nada
sério, ele nunca deixava o quadribol tempo o suficiente para ter algo sério com
alguém. – Disse Angelina deitando e olhando para o lado em direção a Hydra. – Na
verdade eu gosto de outra pessoa.
- De quem? – Hydra percebeu que Alicia tinha caído no sono e só estavam Angelina e
ela acordadas e ela estava muito interessada.

- Do Fred, por favor não conta pra ninguém – Angelina susurrava e olhava ansiosa – Eu
sei que ele é meio imaturo as vezes, mas eu sei lá.

- Ele é o máximo Angelina, por quê você não fala nada com ele?

- Não, ainda não, quem sabe um dia mais na frente – Angelina se virou de barriga para
cima, mas seus olhos ainda estavam abertos.

- Bom, eu acho que vocês formam um lindo casal – Disse Hydra, sorrindo, ainda de
lado olhando para a cama de Angelina.

- Você acha mesmo? – As duas sorriram e finalmente cederam ao sono.

O dia seguinte se passou rápido, as aulas já não estavam tão surpreendentes, exceto
pela de defesa contra as artes das trevas, cujo professor, Gilderoy Lockhart, apesar de
fazer seu coração bater mais forte quando sorria, não parecia entender muito do que
falava, era estranho, mas devia ser só o jeito dele, ao menos era o que Hydra pensava,
afinal ele era famoso pelos seus feitos corajosos, ela já lera todos os seus livros e
sempre achou ele extremamente fascinante.

Hydra pegou a pilha de livros, todos de Lockhart e Fred resmungava.

- Você acredita que cada um dos meus irmãos e eu tivemos que comprar todos esses
mesmos livros? É um absurdo!

Mas antes que pudesse responder, Lockhart falou com seu sorriso estranhamente
branco.

– Eu – disse apontando a foto e piscando também. – Gilderoy Lockhart, Ordem de


Merlin, Terceira Classe, Membro Honorário da Liga de Defesa Contra as Artes das
Trevas e vencedor do Prêmio Sorriso mais Atraente da revista Semanário dos Bruxos
cinco vezes seguidas. – Deu uma pausa para um sorriso presunçoso. – Vejo que todos
compraram a coleção completa dos meus livros, muito bem. Pensei em começarmos
hoje com um pequeno teste. Nada para se preocuparem, só quero verificar se vocês
leram os livros com atenção, o quanto assimilaram, fiz isso com todas as outras
turmas, mas tenho certeza que vocês irão melhor...

Depois de distribuir os testes ele voltou à frente da classe e falou:

– Vocês têm trinta minutos... começar, agora!

Hydra olhou para o teste e leu:

1. Qual é a cor favorita de Gilderoy Lockhart?

2. Qual é a ambição secreta de Lockhart?

3. Qual é, na sua opinião a maior realização de Gilderoy Lockhart até o momento?

E as perguntas continuavam, ocupando três páginas, até a última:

54. Quando é o aniversário de Gilderoy Lockhart e qual seria o presente ideal para ele?

Ela tentou responder o máximo que conseguia lembrar, ela havia lido todos os livros
de Lockhart durante as férias, mas não prestou atenção em todos esses detalhes, Fred
e Jorge escreveram "Ter um espelho para se olhar a todo momento" como resposta
em quase todas as perguntas.

- Abominável, ninguém acertou todas as respostas, ninguém! – Disse Lockhart


enquanto examinava as folhas.

Depois do jantar, Jorge e Fred fizeram novas brincadeiras com alunos menores,
gerando boas risadas entre eles, apesar de Hydra se perguntar se os alunos que
sofriam as brincadeiras também achavam graça, alguns até pareciam que sim,
pareciam admirar os gêmeos na verdade. Um pouco mais tarde enquanto fazia sua
lição, o retrato da parede se abriu e a professora Minerva entrou por ele, fazendo
todos se assustarem e se perguntarem o que havia acontecido.

- Senhorita Malfoy, a senhorita poderia me acompanhar, por favor?

- Cla-claro – Disse Hydra gaguejando um pouco, desconfiada do que poderia estar


acontecendo.
Os amigos a olharam com olhares de piedade e curiosidade enquanto ela seguia a
professora Minerva em silêncio. Saindo da sala comunal, andando pelos corredores,
viraram em um canto depois de um tempo e ela parou diante de uma gárgula de pedra
feiíssima.

– Gota de limão! – disse. E a gárgula logo ganhou vida e afastou-se para o lado, ao
mesmo tempo que a parede atrás dela se abria em dois e mostrava uma escada em
caracol que subia suavemente, a Profa McGonagal bateu a uma porta que se abriu e
eles entraram em uma sala circular, a sala tinha em suas paredes retratos que olhavam
curiosos, um deles Hydra teve a impressão de falar "essa é minha ta ta ta ta... tara
neta, uma Black de verdade, vê." Ela também viu o chapéu seletor em uma prateleira,
ao olhar para frente no entando, viu que estavam ali parados seu pai e o professor
Dumbledore, ela parou em choque, olhando para os dois ali.

- Ah sim, aqui está ela, muito obrigada Minerva – Disse Dumbledore sorridente
enquanto se sentava e indicava para que ela e Lúcio fizessem o mesmo. –, você pode
se retirar, agradeço muito.

A professora Minerva saiu da sala sem dizer uma palavra, Hydra não conseguia
entender o que seu pai fazia ali em seu segundo dia de aula, mas evitava olhar para
ele, mas percebeu o mesmo ar de superioridade e frieza que ele sempre tinha.

- Bem, bem, senhorita Malfoy, devo dizer que primeiramente é um prazer recebê-la
em nossa escola. – O Professor olhava com olhos gentis para Hydra atrás de seus
óculos de meia lua, ele vestia uma extravagante veste violeta e um chapéu com
estrelas, ele estava sentado calmamente na sua frente.

- Obrigada, professor Dumbledore, me desculpe, mas o que está acontecendo? –


Hydra olhava assustada para o professor, evitando o cruel olhar do pai.

- Bem, me parece que seu pai achou que você foi selecionada para a casa errada. –
Dumbledore em momento nenhum mudava o tom de voz calmo.

- Achei não, eu sei, é um absurdo, como conselheiro dessa escola eu tenho o direito de
me impor contra injustiças cometidas dentro desse local e essa é uma delas, minha
filha pertence a Sonserina, ela é uma Malfoy! – Lúcio ainda não olhava para Hydra e
nem ela para ele e falava com o tom de desprezo que ela conhecia tão bem.
- Compreensível – Disse Dumbledore – Lúcio trouxe a assinatura dos doze conselheiros
pedindo que eu reconsidere esse assunto, o que é claro foi uma surpresa de como
todos se preocupam com a casa que senhorita foi selecionada, deve ser realmente
muito querida entre os amigos de seu pai – Dumbledore mantinha o mesmo tom, mas
Lúcio ficou com mais ódio em seu olhar, Hydra finalmente olhou para o pai e seus
olhos pareciam que estavam pegando fogo.

- Eles apenas sabem reconhecer quando uma injustiça está sendo cometida... – Lúcio
agora estava furioso.

Hydra ainda estava em choque, não se movia e não tirava os olhos de um ponto fixo na
mesa de Dumbledore, não conseguia acreditar que isso estava acontecendo.

- Depois de conversarmos e de o próprio chapéu seletor dar o seu depoimento – Disse


Dumbledore ainda com a mesma calma de antes enquanto o coração de Hydra
acelerarava de medo do que viria depois –, decidi que nenhuma injustiça foi cometida,
mas, em consideração aos conselheiros dessa escola, decidi deixar a senhorita decidir
se houve algum erro ou não. – Dumbledore olhava para Hydra que estava quase
chorando, não de tristeza, mas de raiva e vergonha que seu pai estava fazendo ela
passar. Ainda sem olhar para Lucius, ela levantou a cabeça e olhou para Dumbledore.

- Nenhum erro foi cometido, professor Dumbledore, eu estou muito feliz na minha
casa e não acho que poderia ter sido uma escolha melhor, sinceramente apesar das
quatro casas serem honradas, eu sinto que a Grifinória é a casa para mim. – Ela
tentava falar com toda calma possível. – Se é só isso professor, eu peço desculpas, mas
devo me retirar e continuar meus deveres.

Lúcio levantou imediatamente em um pulo, com os olhos que pareciam pegar fogo, ele
a agarrou pelo braço e a levantou.

- Você não vai fazer isso comigo, você vai mudar de casa sim!

Dumbledore imediatamente se levantou também, inclusive com muita agilidade para


alguém de sua idade e se colocou entre os dois.

- Ora Lúcio! – Disse em um tom mais severo, de costas para Hydra e de frente para ele
– Eu não vou tolerar esse tipo de comportamente na minha presença e na minha
escola! A decisão já está tomada e a menina continuará na Grifinória, pode dizer aos
conselheiros que quem ainda tiver algo a dizer quanto a isso, pode vir aqui e ouvir
pessoalmente minha explicação, mas ela não sairá de onde está.

Lúcio chegou o rosto mais próximo ao de Dumbledore e o encarou com o olhar que
deu medo em Hydra.

- Isso não ficará assim, ela vai para onde ela pertence, nem que eu tenha que pedir ao
próprio Ministro ordenar isso! Eu sei muito bem o que você pretende com isso.

- Lúcio, – Disse Dumbledore com o tom mais calmo – eu duvido muito que o ministro
se interesse por esse tipo de futilidade, mas caso se interesse, o meu recado vale para
ele também, agora por favor, queira se retirar.

Lúcio virou o rosto para Hydra e a lançou um olhar furtivo.

- Não se acostume, no que depender de mim você não irá ficar nessa casa, você vai
para a Sonserina nem que seja a última coisa que eu faça!

E antes que Hydra pudesse fazer qualquer coisa, ele virou as costas e saiu pela porta,
Hydra ficou sem ação, parada e chorando enquanto Dumbledor a consolava .

Ele a colocou sentada e trouxe um pouco de chá, depois voltou a sentar em sua
cadeira, levando um pouco de chá até a boca.

- Professor Dumbledore... – Disse Hydra mais calma, mas ainda com os olhos
vermelhos – eu não quero sair da Grifinória, por favor.

- Não se preocupe, você não irá sair de lá se não desejar, isso lhe prometo, o chapéu
não errou, você foi colocada aonde devia estar, mas acho que já sabe disso... – Disse
ele olhando gentilmente para Hydra enquanto ela se servia de mais chá – agora
termine o chá e vá para cama, já está tarde.

Hydra terminou o chá e o professor a acompanhou até a saída de sua sala, depois de
ela agradecer por toda a ajuda, ela tentou se lembrar o caminho que fez com a
professor Minerva até a torre da Grifinória, se perdendo algumas vezes, quando
finalmente chegou e passou pelo retrato, a sala estava vazia, exceto por uma pessoa
que escrevia em um pergaminho sentado em uma das poltronas. Quando ele a viu,
sorriu...
- Hydra, eu estava preocupado, você saiu aqui com a professora McGonagall e não
voltou mais. – Olívio deixou o pergaminho e pena de lado e se levantou indo em sua
direção.

Se sentindo ainda humilhada e envergonhada e antes que pudesse dizer qualquer


coisa, ela o abraçou e começou a chorar de soluçar, Olívio ficou abraçado com ela por
alguns minutos, apenas parado ali alisando seus longos cabelos loiros e dizendo que
estava tudo bem. Hydra ouvia o som do seu coração batendo acelerado enquanto ela
chorava em seu peito, mas o rapaz não se abalou, apenas continuou a abraçando até
ela parar de chorar um pouco, então pegou um copo, conjurou um pouco de água e a
colocou sentada no sofá junto a ele. Hydra explicou tudo o que aconteceu e ele ouviu
pacientemente, sem tirar os olhos dos dela.

- Eu sinto muito Hydra, eu nem imagino como é ter um pai assim... – Disse ele sentado
ao seu lado com o corpo virado para ela.

- É, eu já estou acostumada, eu geralmente não deixo meu pai me abalar tanto, eu não
sei o que houve hoje, medo eu acho, medo de sair daqui e tudo mais... – Disse hydra
tentando controlar o choro e bebendo um pouco mais da água que Olívio dera para
ela.

- Você acha que ele vai conseguir? Te tirar da Grifinória? – Olívio olhava e falava com
preocupação.

- Não acho não, Dumbledore foi bem claro de que eu não preciso sair daqui se eu não
quiser. – Hydra forçava um sorriso enquanto falava isso.

- Eu não gostaria que você saísse... – Olívio disse isso corando e desviando o olhar para
o chão.

- Nem eu – Hydra disse também corando, os dois se olharam por alguns segundo em
silêncio.

- Você já teve a sensação de que conhece alguém por muito mais tempo do que
realmente conhece? – Perguntou o rapaz curioso, desviando o olhar.

- Sim, já tive sim, foi assim com as minhas amigas da França. – Disse Hydra se sentindo
um pouco melhor.
- Pois bem, eu sinto como se já te conhecesse antes...

- Eu também sinto isso – Disse Hydra sorrindo.

Os dois ficaram ali muito sem graça olhando para o chão por um tempo depois disso,
depois ficaram conversando um pouco sobre o ocorrido, até Hydra se sentir cansada.

– Bem, acho que devemos dormir, já é tarde. – Disse ela bocejando.

- Você tem razão. – Olívio se levantou e Hydra também, ela agradeceu toda a ajuda e
beijou sua bochecha, o que fez com que ele ficasse muito vermelho e sorrisse.

- Você foi maravilhoso comigo hoje... – Disse ela.

- Não foi nada... – Ele respondeu, levando a mão ao rosto, no local aonde ela havia o
beijado.

Hydra subiu para o quarto onde todas já dormiam e logo que se deixou, dormiu, estava
esgotada.

Na manhã seguinte, Angelina e Alicia a interrogaram preocupadas, ainda no quarto


sobre o que aconteceu, quando desceram para o café, Fred, Jorge e Lino também
fizeram as mesmas perguntas e ela tentou responder pacientemente a cada um,
quando estavam se levantando para ir para a aula de trato de criaturas mágicas, Draco
apareceu na sua frente.

- Então, o que o papai resolveu ontem? – Perguntou ele com um ar convencido, sendo
seguido de perto por Crabbe e Goyle.

- Nada Draco, só que eu vou continuar aonde eu estou! – Disse Hydra tentando desviar
dele e seguir para a sua aula.

- Isso é um absurdo! – Disse Draco ruivos, ficando vermelho de raiva.

- Draco, eu tenho aula agora, se o seu problema é eu não estar na mesma casa que
você, saiba que isso não impede que possamos conversar e andar juntos, você só
precisa saber falar direito comigo. – Dizendo isso, ela saiu antes que Draco pudesse
responder mais coisas, deixando o menino muito confuso.
Muitos alunos da Grifinória ficaram curiosos para saber o que tinha acontecido na
noite anterior, para a maioria, Hydra mentia ou dava respostas vagas, foi uma manhã
chata tendo que responder as mesmas perguntas várias vezes. Depois do almoço,
Olívio veio encontrar com ela.

- Preparada para o tour por Hogwarts? – Perguntou ele animado, parado na porta do
salão principal.

- Muito!

Os dois passaram o resto do tempo vago circulando pela escola e conversando e dessa
vez, não só sobre quadribol ou ficaram sem graça, depois da noite anterior, conversar
com Olívio passou a ser fácil e confortável.

- Aqui é muito diferente da sua antiga escola? – Perguntou Olívio sobre o castelo
enquanto passeavem.

- É sim, mas não é que isso seja ruim, eu gostava... eu ainda gosto muito da
Beauxbatons, mas eu gostei daqui, o lugar é lindo e as pessoas foram muito agradáveis
comigo. – Respondeu ela com entusiasmo.

- Que bom que gostou daqui, eu acho que você combina com Hogwarts.

- Combino? – Perguntou Hydra sorrindo esperando uma afirmação do rapaz que tinha
o rosto iluminado pelo sol da tarde que batia de uma das janelas.

- Sim, eu fico feliz que você tenha vindo... – Respondeu o menino sorrindo.
CAPÍTULO 6

ROMANCES E PROLEMAS

A semana passou sem muitos problemas, seu primeiro fim de semana em Hogwarts
finalmente chegara, um pouco antes do pôr do sol, ela aproveitou para ficar nos
jardins do castelo.

- Ei, Hydra – Disse Adrian, se aproximando da menina que lia deitada na grama, ao ver
o rapaz se aproximando, ela se levantou e ficou sentada, ele se sentou ao seu lado – o
que está fazendo?

- Lendo, você não vai acreditar na quantidade de dever que eu tenho...

- Eu vou sim, Hydra, somos do mesmo ano e temos os mesmos professores, esqueceu?
– Disse ele rindo.

- É verdade! – Hydra colocou a mão na testa rindo – Eu acho que estou ficando louca.

- Semana difícil?

- Um pouco, me acostumando com tudo, parece bobagem, mas eu não estava mais
acostumada a estudar em Inglês – O sol da tarde batia no rosto de Hydra e ela forçava
um pouco a vista e colocava a mão no rosto para enxergar Adrian, ele parecia encará-
la admirado.

- Seus olhos no sol, ficam ainda mais claros, cinzas, quase brancos – Disse ele, tirando
uma mecha de cabelo dos olhos de Hydra.

- Sim, eu sei – Hydra respondeu sorrindo.

Os dois ficaram conversando por um bom tempo, Adrian era muito agradável, ela ria
de suas piadas e eles aproveitaram para estudar um pouco da matérias juntos.

Em todo momento, alguém da Sonserina passava por eles, olhava muito feio para
cena, Hydra sabia que uma espécie de raiva coletiva da Sonserina com ela cresceu
ainda mais depois do que houve com seu pai, depois de ter escolhido de fato ficar na
Grifinória, eles (alguns idiotas, nem todos os alunos da casas é claro!) achavam que ela
estava rejeitando a casa e começaram a tentar fazer provocações, mas Hydra não
ligava muito para isso.

- Eles são uns idiotas se você me perguntar – Disse Adrian.

- Eu também acho... – Afirmou Hydra.

- Malfoy, posso te perguntar uma coisa? – Pediu Adrian parecendo muito sem jeito.

- Mas é claro, pergunte... – Falou Hydra.

- Você está namorando alguém? – Pucey não ficou vermelho enquanto perguntava,
mas Hydra parecia mais um pimentão agora,

- Não, não no momento, não... – Respondeu ela muito sem jeito.

- Então eu não preciso me sentir culpado de fazer isso...

Adrian a beijou, assim, sem Hydra esperar, sem muito aviso, a menina ficou paralisada
por um momento antes de parar o beijo depois de pouco tempo...

- Adrian, me desculpa, você é maravilhoso e tal, mas eu ainda meio que não me
recuperei do meu último namoro e eu não acho que queira algo, eu quero ser apenas
sua amiga Adrian, eu sinto muito... – Disse ela se sentindo meio tonta e confusa.

O rapaz não parecia triste, ele apenas sorriu,

- Tudo bem, eu sou paciente.

- Não Adrian, eu realmente só quero...

- Só amigos Malfoy, não se preocupe, eu entendi – Disse ele sorrindo enquanto saia.
Hydra demorou alguns segundos para finalmente entender o que tinha acontecido,
parecia tão irreal...

A outra semana, pareceu mais fácil do que a primeira, os dias passaram fazendo as
aulas parecerem melhores e mais agradáveis, menos a de Lockhart, é claro, e apesar
de ainda não dar pontos para ela, as aulas com o professor Snape eram muito boas e
proveitosas. Sua amizade com Angelina, Alicia, Lino, Fred e Jorge ficava mais forte
também, ela se sentia muito confortável com todos eles.

Em um sábado de manhã, Hydra foi acordada muito cedo por Angelina.

- O que foi? Tem alguém morrendo? – Disse Hydra ainda confusa de sono, olhando ao
redor assustada.

- Treino de quadribol, você prometeu ao Wood que ia ajudar, você lembra? – Disse
Angelina, igualmente com sono.

Ela lembrava, só que nunca se arrependeu tanto de ter prometido algo como agora,
finalmente depois de Alicia jogar o travesseiro em cima de Hydra, ela se levantou e foi
se arrumar com as meninas.

- Olha a gente tem esse uniforme extra de quadribol, você pode usar – Disse Alícia,
tentando animá-la.

Hydra levou alguns segundos até pegar o uniforme vermelho das mãos de Alicia,
depois de vestir, se olhou no espelho e se sentiu desconfortável, como se estar
naquele uniforme significasse estar traindo seu antigo time, mas tentou esconder o
que estava sentindo, desceu com a sua vassoura que seu pai insistiu para que
trouxesse nos ombros, encontrou Katie, Fred e Jorge, todos muito sonolentos no salão
comunal e juntos desceram até o vestiário, aonde Wood esperava animado, muito
animado para aquela hora da manhã.

- Ah, que bom que você veio... – Disse ele sorridente – você fica linda de uniforme – e
ao perceber o que disse, corou fortemente, os gêmeos deram risadas, mas Hydra
estava com tanto sono que não conseguia nem sentir vergonha.

Quando Harry chegou, Wood começou a mostrar um diagrama ao time e falar sobre
novas estratégias, nada que interessasse muito Hydra, já que ela nem mesmo era
oficialmente do time, então ela se pegava tirando cochilos o tempo inteiro, apoiando a
cabeça no ombro de Jorge, apesar de não querer ofender Olívio e sua paixão pelo
quadribol e o que ele queria explicar, ela não aguentava de sono para ouvir tudo aqui.
Hydra não tinha certeza quanto tempo passou no vestiário, mas sabia que tinha
perdido o café e estava morrendo de fome, ela estava tirando um novo cochilo, com a
cabeça novamente no ombro de Jorge e abraçando o seu braço, ele também cochilava.

– Então, este ano, vamos treinar mais do que jamais treinamos... Muito bem, vamos
colocar as nossas teorias em prática! - Ela ouviu Wood gritar, o que fez com que ela
acordasse assustada e desse um pulo, logo depois, todos saíram do vestiário com suas
vassouras.

Quando saiu, enquanto Wood explicava algumas jogadas ao time, percebeu que o
pequeno rapazinho louro que tinha falado com ela no dia em que eles chegaram em
Hogwarts estava tirando fotos na arquibancada e viu Olívio nervoso ir falar algo com
Harry.

- Você está no time? – Ela se virou e viu que Rony falava com ela, parecendo assustado
e curioso.

- Ah, não, só sou reserva, mas o Olívio me pediu para ajudar nesse treino, mas eu já
estou começando a me arrepender de ter dito sim...

"Por que aquele aluninho de primeiro ano está tirando fotos? Não gosto disto. Pode
ser um espião da Sonserina, tentando descobrir o nosso novo programa de
treinamento." – Ela ouviu Olívio falando com Harry sobre o menino que tirava fotos na
arquibancada.

- Ele é da Grifinória – informou Harry depressa.

- E o pessoal da Sonserina não precisa de espião, Olívio – acrescentou Jorge.

- E por quê você está dizendo isso? – perguntou Wood irritado.

- Porque eles vieram pessoalmente – respondeu Jorge apontando.

Vários alunos de vestes verdes estavam entrando em campo, de vassouras na mão,


entre eles, Adrian, que sorria e acenava para ela.

- Eu não acredito! – sibilou Wood indignado. – Reservei o campo para hoje! Vamos
cuidar disso.
Hydra tentou se manter um pouco mais afastada, não era do time, não queria se
envolver em brigas do mesmo, mas então ela viu que seu irmão saia de trás de alguns
jogadores grandes, entre eles, ela reconheceu Marcus Flint, então decidiu de
aproximar.

- Draco? O que você esta fazendo aqui? – Perguntou ela sem entender.

- O que você está fazendo aqui? Desde quando você joga no time da Grifinória? –
Perguntou Draco com um ar de superioridade.

- Eu não jogo, estou ajudando no treino... – Respondeu ela sem graça.

- Ela é nossa jogadora reserva – Afirmou Wood, encarando principalmente Pucey e


Flint.

- Ah, olha ali – disse Flint. – Uma invasão de campo.

Hermione e Rony se aproximaram do campo, vendo a confusão.

- Que é que está havendo? – perguntou Rony para Harry. – Por que vocês não estão
jogando? E que é que ele está fazendo aqui? – Perguntou ele olhando para Draco,
reparando nas vestes de Quadribol com as cores da Sonserina que o garoto usava.

- Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley – disse Draco, presunçoso. – O pessoal


aqui está admirando as vassouras que meu pai comprou para o nosso time.

Rony olhou, boquiaberto, as sete magníficas vassouras diante dele e Hydra prestou
atenção também, entendeu tudo que acontecera, fechou os olhos e respirou fundo
por um segundo, seu pai comprara a entrada de Draco para o time dando a cada um
deles vassouras novinhas e não qualquer uma, Nimbus 2001, ponta de linha, melhor
do que a que ela usava (uma Nimbus 2000), ela sabia que isso era algo que seu pai
faria dinheiro e falta de escrúpulos para conseguir o que quer não faltava na família
Malfoy.

- Boas, não são? – disse Draco com a voz macia. – Mas quem sabe o time da Grifinória
pode levantar um ourinho e comprar vassouras novas, também. Você podia fazer uma
rifa dessas Cleansweep 5; imagino que um museu talvez queira comprá-las. – Dizia ele
olhando para as vassouras de Fred e Jorge, que ficaram um pouco sem graças, mas não
deixaram de encará-lo.

O time da Sonserina dava gargalhadas, Pucey tentava disfarçar e não rir enquanto
Hydra, que estava com o rosto vermelho de raiva do irmão, prestes a explodir, apenas
olhava.

- Pelo menos ninguém do time da Grifinória teve de pagar para entrar – disse
Hermione. – Entraram por puro talento.

O ar presunçoso de Draco pareceu oscilar.

- Ninguém pediu sua opinião, sua sujeitinha de sangue ruim – xingou ele.

- DRACO! – Gritou Hydra, chocada, levando a mão até a boca – você está maluco?
Como pode chamar ela assim? – Perguntava agora aos gritos para o irmão.

- Como é que você se atreve! – ela ouviu e Rony mergulhou a mão nas vestes, puxou a
varinha e gritou:

- Você vai me pagar! – E apontou a varinha, furioso, para a cara e Draco, por baixo do
braço de Flint.

Um estrondo muito forte ecoou pelo estádio, e um jorro de luz verde saiu da ponta
oposta da varinha de Rony, atingiu-o na barriga e o atirou de costas na grama.

- Rony! Rony! Você está bem? – gritou Hermione,

Rony abriu a boca para falar, mas não saiu nada. Em vez disso, ele soltou um poderoso
arroto e várias lesmas caíram de sua boca para o colo.

O time da Sonserina ficou paralisado de tanto rir (de novo, Pucey não ria, não na frente
de Hydra pelo menos). Flint, dobrado pela cintura, tentava se apoiar na vassoura nova.
Draco caíra de quatro, dando murros no chão. Os alunos da Grifinória, incluindo Hydra,
agrupavam-se em torno de Rony, que não parava de arrotar lesmas enormes. Ninguém
parecia querer tocar nele, Hydra estava com um misto enorme de pena e nojo do que
estava acontecendo.
Por fim, Harry e Hermione o levaram para casa do Hagrid e Hydra se virou com raiva e
puxou sua varinha em direção ao seu irmão.

- Furnunculus – Gritou e inumeros furunculos começaram a aparecer no corpo e rosto


de Draco, que saiu gritando em direção ao castelo, acompanhado de alguns colegas de
time, os alunos da Grifinória agora riam descontrolados.

- Caramba, essa foi cruel – Dizia Fred, chorando de tanto rir.

- Preciso tentar com um dos meus irmãos algum dia! – Afirmou Jorge, que se apoiava
no irmão.

Mas Hydra se sentiu arrependida, ela e Draco já brigaram antes e usaram objetos
mágicos para punir um ao outro (já que não podiam usar magia fora da escola) até na
frente de amigos, como formas de brincadeira, mas nunca usara com tanta raiva, mas
quando se sentia mal, lembrava do insulto que ele preferira para a pobre Hermione,
iria pedir desculpas por ele na primeira oportunidade que tivesse.

- Bem, acho que o treino então está cancelado – Disse Olívio, extremamente frustrado
e triste, tentando conter o tom de voz, mas todos os outros jogadores comemoravam.

Ainda se sentindo mal, apesar de tudo, Hydra foi direto até a ala hospitalar, sem falar
com nenhum dos seus amigos para onde ia. Lá, encontrou a Madame Pomfrey, que
cuidava da enfermaria, aplicando alguma poção em Draco e pedindo para ele beber
outra enquanto ele reclamava muito, deitado em uma maca.

- Quem fez esse tipo de brincadeira sem graça? – Perguntava Madame Pomfrey.

- Eu não sei, eu não vi – Disse Draco, depois de fazer careta ao beber a poção, o que fez
Hydra se sentir ainda pior.

- Draco – Disse Hydra se aproximando –, aonde estão seus amigos?

- Eu mandei eles saírem, não queria que me vissem assim. – Disse ele cruzando os
braços e sem olhar para ela.

- Me desculpe Draco, eu não deveria ter feito isso – Disse Hydra sentando ao seu lado
quando a Madame Pomfrey se afastou – obrigada por não falar nada.
- Eu não preciso da sua pena – Disse Draco secamente.

- Draco, eu não tenho pena de você, mas você não deveria ter feito o que fez, a
Hermione não merecia isso... – Hydra estava tentando manter a voz calma.

- O que eu fiz? Eu só falei a verdade! Ela é uma sangue ruim intrometida sim! – Era
difícil ver que expressão Draco estava fazendo, já que estava coberto de furúnculos da
cabeça aos pés. - A Madame Pomfrey disse que eu vou ter que ficar essa semana aqui,
que tive sorte da azaração não ter pego mais forte, ou eu poderia ficar meses com
essas coisas.

- Perdão Draco, eu passei dos limites, me desculp, mas você também passou Draco, eu
não posso deixar que você faça essas coisas com pessoas inocentes! – O tom choroso
de Hydra enquanto se aproximava dele e acariciava os cabelos loiros (como os dela) do
irmão, sempre fazia Draco ceder e foi exatamente o que ele fez

- Tudo bem, eu já fiz coisa pior com você, lembra quando eu fiz aquela azaração que
fez você ficar se coçando por duas semanas? - Draco parecia rir enquanto falava isso.

- Sim, papai teve sérios problemas explicando para o Ministério sobre o porquê você
estava usando magia sem nem mesmo ter começado a escola – Hydra agora secava as
lágrimas e também ria.

- É, foi engraçado...

- Foi horrível Draco! Mas agora acho que estamos quites. – Disse ela rindo, os dois
estavam em paz novamente.

Eles ficaram conversando por muito tempo, até que a Madame Pomfrey pediu para
que ela se retirasse já que ele precisava descansar, Hydra subiu até a torre da
Grifinória e trocou de roupa, ainda estava com as roupas de quadribol , depois desceu
até o salão, estava na hora do almoço e ela ainda não havia comido nada o dia inteiro,
estava faminta. Lá, ela encontrou, Fred, Jorge, Lino, Angelina, Alicia, Katie e Olívio, eles
contaram que Rony ficaria bem e ela pediu desculpas para Hermione, que disse que
entendia que não era sua culpa.

Depois de um almoço que a deixou muito aliviada, aonde Fred e Jorge ficaram
contando histórias engraçadas de sua infância, Olívio pediu se podia conversa lá fora
com Hydra depois do almoço, que concordou, os dois sentaram em um banco próximo
ao lago.

- Hydra, eu queria te agradecer, eu sei que não tivemos treino, mas você acordou cedo
e nos ajudou –Olívio estava sentado de frente para ela no banco, parecendo menos
tímido do que o usual.

- Não foi nada... - Disse ela, ajeitando os longos cabelos, ela também tinha o corpo
virado para Olívio no banco - eu posso ajudar de verdade na próxima vez, se você
ainda quiser.

- Quero muito! – Ela notou como os olhos de Olívio eram doces, mas tentou não
encará-los por muito tempo e desviou o olhar.

- Como ficou o seu irmão? Eu vi que você saiu correndo – Perguntou ele, vendo que ela
parecia tímida e desviava o olhar.

- Ele está bem, mas vai ficar uma semana na ala hospitalar – Respondeu Hydra,
voltando a olhar para Olívio.

- Caramba! Que azaração poderosa – A risada de Olívio era gostosa de se ouvir.

- Na verdade poderia ser bem pior, é que, ele me deixa louco tratando as pessoas
desse jeito, ele não tem esse direito... sabe?

- Não mesmo, eu sinto muito mesmo por isso. – Olívio pareceu perder mais ainda a
timidez, já que enquanto falava isso, ele desceu a mão pelo seu braço, até chegar na
mão de Hydra, então a segurou carinhosamente.

Hydra de novo notou os olhos de Wood nos dela, sentiu seu coração acelerar por
algum motivo, ela não percebeu como aconteceu, mas quando viu, estava mais
próxima a ele, seu rosto estava quase junto ao dele, seus lábios se encontraram, com
muita ternura os dois trocaram um beijo que durou vários minutos, não era o primeiro
beijo de Hydra, mas ela sentia como se fosse, não sabia explicar a sensação boa que
tinha, era muito diferente do que foi com Pucey por exemplo, que era algo forçado e
sem emoção, aquilo era bom e tinha muita ternura envolvida.
- Hydra, eu, eu...– Antes que Wood pudesse falar mais alguma coisa, Hydra o beijou
novamente e assim parecia que a tarde inteira se passou, até que finalmente eles
voltaram para o castelo e foram até a sala comunal, onde Hydra se juntou a seus
amigos, com um sorriso no rosto que não conseguiu disfarçar e nem Olívio, que se
juntou ao seus amigos do sexto ano.

- O que aconteceu? Você sumiu! – Perguntou Angelina, que estava sentada em uma
cadeira em frente a sua, ela fez um sinal para que Angelina, Alicia e Katie chegassem
mais perto, não queria que os meninos ouvissem.

- Eu beijei o Olívio – Angelina, Alicia e Katie tentaram abafar os gritinhos, mas todos
olharam para elas, depois de um tempo e de despistar os meninos que queriam saber
o que elas conversavam, Hydra continuo – ele foi incrível, foi perto do lago e não sei,
foi tão maravilhoso, eu não sei explicar o quanto – Hydra e as meninas davam
pequenos gritinhos frenéticos, nada que os outros pudesse ouvir direito, depois ela
explicou tudo para as meninas em detalhes.

- Agora vocês estão namorando então? – Perguntou Angelina.

- Eu não sei, eu não conversei com ele sobre isso ainda, eu sinceramente não sei –
Estranhamente, Hydra pensou na reação de Adrian, ela sabia que ele estava flertando
com ela e tudo mais, ela tinha dito que não estava pronta para algo e de repente, bem,
ela estava...

- Você tem que conversar com ele – Disse Alícia apressadamente, interrompendo os
pensamentos de Hydra.

- Eu vou, mas, não hoje, hoje deixa como está que já está muito bom assim... – Disse
Hydra, encostando as costas na poltrona e pensando novamente sobre Olívio.

Durante todo o resto da noite, Olívio e Hydra não paravam de se olhar, apesar de
nenhum dos dois ir até o outro.

No dia seguinte, era domingo, apesar de ser um dia um pouco frio, Hydra e seus
amigos decidiram ir passar a manhã do lado de fora do castelo, depois do café, eles se
instalaram no gramado perto do lago.
- Caramba, aqui faz tanto frio – Disse Hydra sentada em uma toalha no gramado e
abraçando o braço de Angelina para se aquecer.

- Na França não faz frio? – Perguntou Fred, que estava trabalhando em alguma coisa
secreta com Jorge e Lino.

- Não tanto, é até bem fresco aonde a escola fica.

- Bom, você ainda não viu o inverno então, mas se precisar de calor humano, estamos
aqui pra isso – brincou Jorge, sentada na frente das meninas.

- Falando em calor humano, olha quem está chegando aí – Disse Alicia segurando um
riso, Hydra olhou para trás e viu Olívio Wood se aproximando.

- Oi gente, posso ficar aqui com vocês? – Perguntou Olívio, ele parecia desconfortável
e olhava para o chão.

- Oiiiii Olívio – Fred e Jorge falaram afinando a voz, como se imitando uma menina e
soltavam beijinhos no ar, o que fez Hydra e Olívio corarem imediatamente.

- Claro, senta aqui no meu lugar, eu preciso me esticar um pouco – Alicia se levantou
do lado de Hydra e parou em pé ao lado dos gêmeos.

- Quer saber, eu também preciso – Angelina também se levantou rindo, Hydra queria
que elas não fizessem isso, afinal acabava a deixando cada vez mais sem graça com a
situação.

O Grupo começou a conversar sobre os N.O.M.s que se aproximavam no próximo ano.

- Os exames são realmente difíceis, mas eu não queria mesmo fazer muitas matérias
esse ano, preciso me dedicar integralmente ao quadribol – Disse Olívio, com um brilho
maníaco que ele ficava nos olhos sempre que falava de quadribol.

- Mas ano que vem você tem os N.I.E.M.s, não está nem um pouco preocupado? –
Perguntou Kate, que estava sentada ao lado de Hydra – eu ainda estou longe de fazer
as provas, mas já me arrepio só de pensar.
- Não, eu estou preocupado mesmo com quem vai ganhar a taça de quadribol esse
ano, tem que ser a Grifinória, temos que ganhar de qualquer jeito! – Hydra não
deixava de se assustar um pouco com a intensidade no olhar de Olívio ao falar isso,
Angelina e Alicia a olhavam com um olhar que dizia "eu te disse."

- Eu não entendo muito esse sistema de vocês, eu não achei que iria fazer os exames
até o sexto ano – Disse Hydra tentando desviar o assunto.

- Eu e Jorge não estamos preocupados, não achamos que a educação tradicional pode
nos dar o que precisamos – Disse Fred, com um sorriso irônico.

- E o que vocês querem fazer quando sair daqui? – Perguntou Hydra, se ajeitando ao
lado de Olívio, afinal, ainda sentia muito frio.

- Abrir uma loja de logros e brincadeiras, é claro – Disse Jorge, Hydra notava um
genuíno brilho no olhar dele ao falar isso.

- Eu quero jogar quadribol – Disse Katie, apoiada por Olívio.

- Eu ainda não sei o que eu quero fazer – Disse Angelina, que por sua vez foi apoiada
por Alicia e Lino.

- Eu quero ser mestre em poções – Ao dizer isso, todos olharam para Hydra
espantados.

- Coitada, eu disse para vocês, doida de pedra! – Fred dizia com a mão na boca,
fingindo um exagerado espanto e fazendo todos rirem.

A tarde se passou entre conversas e demonstrações de Fred e Jorge de suas novas


invenções, pastinhas que faziam sua cabeça ficar vermelha e sair fumaça de suas
orelhas, enquanto os amigos riam quando eles ofereceram a mesma para um aluno do
segundo ano.

- Eu queria conversar com você – Disse Olívio para Hydra baixinho, de modo que
ninguém ouviu, estavam todos distraídos vendo Fred e Jorge deixar a cabeça de Lino
roxa, um defeito de uma das pastinhas, segundo Fred – sozinhos... – Completou ao
olhar ao redor.
- Claro, vamos – Hydra disse e se levantou, dizendo que tinha que resolver um
problema e ignorando o pedido dos gêmeos de saber o que, mas viu que Angelina deu
uma cotovelada em Fred quando ele perguntou porque o Olívio estava indo junto.

Depois de se afastarem do grupo, procuraram o mesmo banco que estavam no dia


anterior e se sentaram, novamente um na frente do outro.

- Hydra, eu prometi a mim mesmo que não iria me distrair do meu objetivo esse ano...
– Disse Olívio apressado, deixando Hydra triste, imaginando que ele estava falando
que não queria mais nada com ela ou que se arrependia do que tinha acontecido –
não, não é nada disso que você está pensando! – Disse Olívio ao notar o seu rosto
triste – Eu prometi que não iria, mas eu não consigo, não com você, eu quero namorar
você, se você também me quiser, é claro, mas eu preciso deixar claro que eu terei que
também me dedicar ao time.

Hydra ficou pensativa por alguns instantes, deixando Olívio apreensivo, parado na
frente dela.

- Você tem certeza? Nós acabamos de nos conhecer e... – Dessa vez Olívio que tinha
um olhar triste – não, não é isso que você está pensando! – Disse Hydra rindo – Eu
quero também, eu nunca namorei desse jeito, mas acho que seria legal tentar.

Os dois trocaram sorrisos e se beijaram, ficaram por ali até a hora do jantar e depois
entraram juntos no Salão Principal, o que deixou Fred, Jorge e Lino com olhares
desapontados.

- Agora ninguém mais vai querer apostar com a gente... – Comentou Fred.

Mas ninguém parecia mais desapontado do que Adrian, ele olhou primeiro parecendo
chateado, depois genuinamente irritado para os dois e Hydra conseguia imaginar o
porquê disso.
CAPÍTULO 7

PREOCUPAÇÕES EM HOGWARTS

Outubro chegou, trazendo um frio que Hydra já não mais estava acostumada, ela ficou
gripada logo depois do primeiro treino de quadribol que ajudara Olívio e o time, depois
de pegar uma chuva no final da partida, ela ficou doente com uma pequena gripe e
precisou dos cuidados da Madame Pomfrey, que rapidamente a curou com uma
poção.

- O que você está fazendo? – Perguntou ela para Hydra, que estava com a poção perto
de seu nariz.

- Tentando reconhecer o que tem aqui dentro – Esclareceu ela, colocando uma gotinha
da poção em seu dedo e depois na língua, tentando sentir o sabor.

- Apenas beba a poção, mocinha! - Disse Madame Pomfrey.

Seu relacionamento com Olívio estava indo bem, apesar de algumas vezes Hydra se
irritar com sua obsessão por quadribol.

Adrian passou a ter um comportamento maldoso com Hydra, a tratando da mesma


forma que Flint, com cantadas baratas e brincadeiras sem graças ou a ignorando, o que
a deixou bastante magoada.

Sua mãe mandava ainda diariamente docinhos e bolos para ela e Draco, o que Fred e
Jorge amavam, já que comiam a maioria do que ela recebia, Draco e Hydra estavam
com a relação mais amistosa e ele parecia ainda não ter percebido, por algum motivo,
que ela estava namorando Olívio, o que era bom, já que se ele soubesse que ela estava
namorando um menino da Grifinória, ele provavelmente surtaria, assim como seus
pais.

Agora, a turma se preparava para sua primeira visita a Hogsmeade, o vilarejo bruxo
que Hydra muito ouvira falar, ela estava animada e se preparava para sair com as
meninas.

- Você provavelmente vai amar, tem tanta coisa legal para fazer! – Disse Angelina,
colocando a capa de frio.
- Eu mal posso esperar para tomar uma cerveja amanteigada... – Alicia parecia salivar
enquanto falava.

- Hydra, você vai com seu namorado? – Perguntou Laura, ela achava fascinante o casal
Hydra-Olívio.

- Sim, ele vai estar lá também – Respondeu Hydra.

- Você está namorando mesmo? – Perguntou Jeniffer, enquanto também vestia a capa
de frio.

- Sim, eu sei, foi rápido...

- Ele tinha razão... – Jeniffer falava consigo mesma.

- Ele quem? – Perguntou Hydra, chegando perto da menina.

- Nada, ninguém, coisa minha. – Jeniffer se apressou, saindo com Rita na frente das
outras meninas.

Por fim, as meninas saíram do quarto em direção a sala comunal onde encontraram os
meninos e seguiram para a entrada do castelo, onde o zelador mal humorado, Sr.Flitch
esperava para conferir os nomes com permissão para participar do passeio, por sorte,
Lúcio tinha assinado a permissão antes de toda confusão na sala de Dumbledore,
desde então ele e Hydra não se falaram e ela duvidava que ele iria permitir qualquer
saída.

- Eu estive pensando – Disse Olívio sorrindo, abraçado com Hydra no caminho para o
vilarejo -, esse é nosso primeiro encontro de verdade.

- É verdade, mas vivendo em Hogwarts não temos exatamente muitas oportunidades


para sairmos – Hydra deu um suave beijo em Olívio e parou quando ouviu Fred e Jorge
imitando o barulho de beijo muito alto.

- Vamos aproveitar esse então – Disse Olívio.


Em Hogsmeade, Hydra se sentiu em casa, era um vilarejo inteiramente mágico, cheio
de lojas, pubs e coisas para fazer e ver, os gêmeos foram direto para a loja Zonko's,
uma loja de brincadeiras, Hydra decidiu entrar na loja também e Olívio a seguiu.

- Nos vemos no Três vassouras – Disse Angelina enquanto se afastava.

- Vamos guardar uma cerveja amanteigada para você – Disse Alicia, seguindo Angelina
e Kate logo atrás.

Zonko's era melhor do que Hydra esperava, ela viu os gêmeos e Lino indo de um lado
para o outro da loja que vibrava com risos de alunos e explosões de bolas coloridas.

Depois de um tempo, Hydra seguiu com Olívio para Honeydukes, onde comprou alguns
caldeirões cremosos e trufas com cores do arco-íris, Olívio comprou um enorme
pirulito em forma de unicórnio de presente e ela comprou alguns caldeirões cremosos
extras para ele e para seus amigos, ela percebeu que Olívio observava enquanto ela
tirou alguns galeões do bolso, ela achava que ele não gostava do fato de ela ser tão
rica quanto ela era, de fato os Malfoys eram uma das família mais ricas de toda a Grã-
Bretanha, apesar de Hydra sempre falar que o dinheiro era dos pais dela e não dela.

Depois de sair da Honeydukes lotada de doces, Hydra e Olívio seguiram para Dogweed
and Deathcap, onde Hydra comprou algumas plantas e ervas para testar novas poções
e depois para Scrivenshaft's Quill Shop onde Olívio comprou algumas penas novas.

Olívio sugeriu que os dois fossem até a Madam Puddifoot's Tea Shop, segundo ele, era
o melhor lugar para um encontro.

Eles entraram na aconchegante lojinha, romanticamente decorada, vários casais


estavam sentados nas mesas e Olívio e Hydra se aconchegaram até a mais próxima,
depois de pedir um pouco de chá, Hydra não pode deixar de se contagiar com o clima
de inúmeros casais se beijando e passou um bom tempo ali com Olívio, era bom ver
ele não pensando em quadribol, só nela.

- Acho que devemos ir encontra o pessoal no tal do Três Vassouras – Disse ela, depois
de algum tempo beijando Olívio.

- Não... vamos ficar aqui... – Olívio não parecia disposto a parar o que estava fazendo.
- Mas daqui a pouco temos que ir pra casa e eu prometi... – Disse Hydra se afastando
de seus beijos.

- Ta bom, vai... – Olívio concordou, muito a contragosto.

Ao entrar no pub, Hydra viu Fred, Jorge, Angelina, Alicia, Kate, Jeniffer e dois outros
alunos do sexto ano, amigos de Wood sentados na mesa.

- Até que enfim, eu achei que vocês tinham se perdido – Disse Angelina ao ver os dois
entrando.

- Não, estávamos na Madame Puddifoot – Disse Olívio, um pouco sem graça e


levemente corado.

- uuuuu, estavam fazendo o que lá, hein garanhão? – Perguntou Jorge brincando,
dessa vez Olívio ficou muito corado e a mesa toda riu, Hydra e Olívio sentaram entre
Jorge e Alicia, Olívio pediu duas cervejas amanteigadas para eles e a conversa correu
solta pelo resto da tarde e claro, a maior parte foi sobre quadribol.

Depois que o passeio acabou e todos voltaram para o castelo, satisfeitos com o dia
divertido que tiveram e lotados de doces e compras.

Na véspera do dia das bruxas, depois de um treino intenso embaixo de chuva e vento,
Hydra foi para o vestiário com as meninas, se sentindo desgostosa.

- Eu não entendo o porquê preciso treinar desse jeito, eu nem do time principal sou! –
Reclamava ela, enquanto tirava suas vestes encharcadas, falando com Angelina, que
fazia o mesmo.

- O Olívio se sente melhor quando você está no treino, por isso ele insiste para que
você participe, não percebeu isso ainda? – Angelina fazia uma cara como se falasse a
coisa mais óbvia domundo e que Hydra devia se sentir estúpida por não perceber.

Por um lado isso fazia Hydra ficar contente, ela gostava que Olívio a valorizasse desse
jeito, mas ela achava que aqueles treinos iam acabar a matando.
- Eu tinha prometido que não ia participar do time, além disso quem mandou o Fred e
o Jorge falarem que a Sonserina estava melhor do que nunca com as vassouras novas?
– Disse ela, se recuperando de seus pensamentos, enquanto se secava.

- Eles só falaram a verdade, mas eles não precisavam sugerir que você pedisse ao seu
pai algumas para a Grifinória... – Angelina, Alícia e Katie olharam sem graça para
Hydra.

- Eu acho que meu pai jamais iria dar vassouras novas para o time da Grifinória,
mesmo que eu pedisse, ele ainda não aceita que eu esteja na casa e muito menos no
time, jogando contra o Draco, mamãe mandou uma coruja dizendo que não devia
estar contra a família jamais... e além disso eles controlam o meu dinheiro, não me dão
o suficiente para comprar vassouras para o time. – Comentou Hydra, evitando o olhar
das amigas.

- Eu sei disso, não se preocupe. – Disse Angelina simpaticamente.

As meninas se secaram, vestiram suas vestes e saíram junto com Kate e Alicia do
vestiário em direção a torre da Grifinória, quando passavam perto do salão principal,
foram interrompidas por Draco.

- Alguns meninos da Sonserina me disseram que te viram se agarrando com aquele


paspalho do capitão do time da Grifinória, isso é verdade? – Perguntou Draco sem
cerimônias, fazendo com que as meninas se assustassem e parassem, no meio do
saguão de entrada, que estava vazio naquele momento, exceto pelas meninas.

- Meninas, eu vejo vocês lá em cima, vem aqui comigo Draco – Disse Hydra puxando
Draco ferozmente pelo braço, enquanto as meninas subiam e ele gritava que estava
doendo, parou em um corredor vazio com o irmão.

- Me larga, o que pensa que está fazendo? – Se enfureceu Draco, largando o braço da
mão de Hydra e ajeitando as vestes.

- Qual é o problema de eu estar com o Olívio, Draco? – Disse ela em um tom baixo, na
esperança de que o irmão também não falasse alto.
- O problema é que você é uma Malfoy e não deveria se aproximar de um meio-sangue
qualquer – Disse Draco com desprezo e a voz ainda muito alto, de modo que Hydra
olhava para os lados vendo se alguém estava vindo ou ouvindo eles.

- O Olívio é meio-sangue?

- Há! Você não sabia? – Perguntou Draco irônico – Como você namora alguém e nem
pergunta se ele é sangue-puro?

- Eu não ligo para isso Draco, você sabe muito bem, além disso, ele já me contou da
família dele e seus pais são bruxos – Disse Hydra, tentando lembrar de algum
momento que possa ter perdido no qual Olívio contara que era meio-sangue.

- O avô materno dele era trouxa e a bisavó paterna também, ele não é puro como nós
– Afirmou Draco, parecendo satisfeito, como se ele tivesse pego ela em uma grande
mentira.

- E daí, Draco? – Hydra disfarçava o nervoso, ela sabia que não tinha ouvido o fim
disso, para seu pai, seria melhor do que namorar um trouxa, mas ainda assim não
aceitaria bem, provavelmente enfrentaria muitos problemas. – Além disso, como você
sabe de tudo isso?

- Mamãe descobriu sobre vocês dois já tem semanas e decidiu investigar sem o papai
saber, ela descobriu tudo e me contou hoje - Draco parecia satisfeito consigo mesmo
ao falar isso e mais ainda ao ver a cara de espanto de Hydra.

- Mamãe sabia disso já tem semanas e não veio me contar? Por quê? – Perguntou
Hydra, crescendo com a raiva, fazendo Draco fazer a cara de assutado de quando eles
brigavam.

- Alguém contou para ela, ela me contou hoje e enquanto eu lia, alguns meninos da
Sonserina me disseram que viram vocês dois se agarrando nos corredores. – Disse
Draco, parecendo assustado com o tom de voz de Hydra, mas ainda sem acabar com a
petulância em seu tom de voz e pose.

- Como assim? Quem ela conhece aqui sem ser você? Os professores? Eles não fariam
isso, fariam? – Hydra estava realmente preocupada e curiosa com a situação e andava
de um lado para outro do corredor.
- Eu não sei, alguém que ela deve ter pago para espionar você, provavelmente, eu só
sei que ela disse que o papai deve ficar furioso quando souber e eu concordo! –
Respondeu Draco, parado no mesmo lugar.

- Bom, o problema é deles, eu não vou terminar com o Olívio por ele ser meio-sangue,
eu não vejo problema nenhum nisso e o papai pode acrescentar isso na lista de coisas
que ele odeia em mim se ele quiser, aposto que a lista já está bem grande, não é
mesmo? – Hydra gritou essas últimas palavras e saiu correndo em direção a torre da
Grifinória, dando as costas para Draco que ficou parado sem ação.

Chegando na torre, disse a senha para o retrato e entrou na sala comunal redonda, lá
alguns alunos faziam a lição, mas somente Fred e Jorge que ela conhecia estavam a
vista, ao verem o rosto branco e assustado de Hydra, a chamaram para perto e
perguntaram o que houve, Hydra explicou tudo, sentando ao lado do gêmeos e
tentando se acalmar.

- Uau, pagar alguém para te espionar é pesado e eu achava a nossa mãe era difícil...–
Disse Fred admirado.

- Você devia ter namorado um de nós, está vendo, pelo menos de sangue seu pai não
ia reclamar – Disse Jorge brincando e rindo, tentando animar Hydra que sorriu
forçadamente.

- Na verdade acho que o Lúcio Malfoy deve nos odiar mais do que ele odeia os trouxas,
Jorge. – Disse Fred, olhando para o irmão e Hydra sabia que isso era verdade, ela
desprezava os Weasleys e achavam que eles eram uma vergonha para o sangue bruxo,
mas decidiu não falar nada, apenas rir levemente.

- Eu sinceramente já esperava uma reação dessas da parte deles, só não sabia que
estava sendo espionada! – Hydra estava com o olhar triste e distante, Jorge sentou ao
seu lado e segurou sua mão, ela havia desenvolvido uma amizade com os gêmeos,
apesar do pouco tempo que se conheciam, ela sentia uma genuíno carinho por eles.

Eles ficaram ali no salão, a chuva la fora estava forte e a janela estava escura, ela ouvia
enquanto Fred e Jorge se perguntavam o que aconteceria se a pessoa fizesse uma
salamandra comer um fogo Filibusteiro, ela notou quando Harry Potter se juntou a
seus amigos Rony e Hermione, ela conversava com os três frequentemente, sua mãe já
havia mandado algumas corujas reclamando sobre sua aproximação de Harry, mas ela
achava que Draco estava contando tudo para ela, agora já não sabia mais se era assim
mesmo ou o espião fazia esse trabalho sujo por ele.

Fred e Jorge mostravam para ela a o lagarto de couro laranja, que vive no Fogo o qual
eles roubaram de uma aula de o Trato das Criaturas Mágicas e deu para ele um fogo
Filibusteiro, e ele agora fumegava suavemente em cima de uma mesa a frente deles
que ficou rodeada de meninos curiosos, tudo aconteceu muito rápido, a salamandra
saiu rodopiando descontrolada pelo ar, soltando fagulhas e estampidos.

Percy apareceu berrando de ficar rouco com Fred e Jorge, a visão de estrelas cor de
tangerina que jorravam da boca da salamandra e sua fuga para a lareira, acompanhada
de explosões fizeram com que Hydra, que estava sentada de boca aberta, não notasse
quando Olívio sentou ao seu lado, rindo da situação, Fred e Jorge tiveram que se
afastar com Percy que ainda gritava furioso.

- Você não vê isso todo dia! – Disse Olívio ainda rindo, esquecendo completamente
sobre as pessoas ao seu redo, ele a aproximou da bruxa e a beijou suavemente, mas
Hydra o afastara depois de alguns segundos, ela sabia que dificilmente o espião de sua
mãe era da Grifinória, mas se sentia um pouco paranoica mesmo assim, decidiu dar a
desculpa para Olívio de que Percy estava tão nervoso que iria acabar sobrando para
eles se ele os vissem se beijando na sala comunal e de como não gostava de fazer isso
em público, Olívio pareceu acreditar e também concordou, então colocou o braço em
seu ombro e ficou abraçado com ela, depois de um tempo, Fred e Jorge voltaram e
contaram que Percy fizera todo tipo de ameaça e que prometeu que contaria para a
mãe deles sobre o que aconteceu, deixando Fred e Jorge furiosos.

- Nós temos que nos vingar – Dizia Fred, sentado na poltrona na frente de Hydra, com
a mão no queixo, como quem planejava algo.

- Você sabe alguma poção que faça Percy ter orelhas gigantes e sair voando? –
Perguntou Fred para Hydra, que observava os dois.

- Infelizmente não...

- Droga! – Exclamou Fred, cruzando os braços.

Depois de um tempo, Olívio começou a conversar com os gêmeos sobre quadribol.


- Acredite meninos, Flint não está para brincadeira, ele quer acabar com a nossa
equipe, ele e o resto da Sonserina – Disse Olívio nervoso, ele tinha tirado os braços de
Hydra para explicar aos meninos técnicas novas que estava desenvolvendo.

- Vai ver ele é o espião da sua mãe Hydra – Disse Fred, depois se arrependendo,
ficando calado e pedindo desculpas quando viu os olhos arregalados de Hydra
enquanto Olívio perguntava o que ele queria dizer com aquilo.

- É, Jorge, olha, a gente esqueceu aquela coisa que tínhamos que fazer lá no quarto,
lembra? – Perguntou Fred tentando disfarçar e levantando da poltrona.

- Claro, claro, vemos vocês depois – Disse Jorge, saindo rapidamente com Fred em
direção as escadas que davam para os quartos, Hydra só pensava que queria "matar"
aqueles dois.

- Que história é essa de espião, Hydra? – Perguntou Olívio, sério, virando o corpo na
poltrona para encará-la.

Hydra decidiu explicar a situação toda para Olívio e ele murchou de tristeza quando ela
contou sobre a parte de sua mãe ter descoberto sobre sua família ser meio-sangue.

- Eu não ligo para isso Olívio, eu juro, mas por que você não me contou isso antes? –
Perguntou Hydra, com as mãos nos cabelos de Olívio e acariciando seus macios
cabelos curtos.

- Eu não pensei nisso, não achei necessário, me desculpe Hydra, eu não queria te pegar
de surpresa... - Olívio ainda parecia triste e nervoso ao falar, Hydra decidiu chegar
perto e dar um beijo nele, esquecendo um pouco sobre espiões e fazendo com que
alguns alunos os olhos sem desconfortavelmente e outros do primeiro ano dessem
risinhos.

- Eu não ligo de verdade, esquece isso, está bem? – Disse ela, se afastando um pouco.

- Tudo bem, está esquecido. – Hydra não acreditou muito, algo em seu tom de voz
dizia que aquilo era mentira, mas resolveu fingir que sim.

Na noite seguinte, Hogwarts estava se preparando para a sua festa do dia das bruxas, o
Salão Principal fora decorado com os morcegos vivos, além de enormes lanternas de
abóbora, o salão estava lindo, iluminado e animado, Hydra caprichou no visual, usando
os cabelos presos em uma bonita trança que deixava em evidência seu rosto maquiado
de forma natural, Fred e Jorge levaram alguns segundos para falarem quando a viram
na sala comunal e depois a acompanharam até o salão, onde se juntaram a Kate, Lino,
Angelina, Alicia e Olívio , Percy e alguns meninos do sexto ano que também estavam
próximos, Hydra notou o rosto de irritação de Olívio ao notar que vários meninos se
viravam para olhar para ele, principalmente quando viu Adrian, Flint e outros do time
assobiando quando ela passou.

Eles se sentaram na mesa da Grifinória, ela sentou ao seu lado e depois de um tempo
ele pareceu esquecer o assunto, a festa estava alegre e todos se divertiam, Hydra
estava sentada de frente para a mesa da Lufa-Lufa e da Corvinal, ela notou que um
rapaz louro de olhos muito azuis e cabelos longos a olhava e disfarçadamente da mesa
da Corvinal, ela já o havia notado, mas nunca falou com ele, de qualquer maneira,
estava feliz demais com Olívio para pensar em outros meninos, mas de fato aquele era
muito bonito, ela aproveitou quando Olívio estava distraído conversando sobre qual
time de quadribol era melhor Pudldlemere United ou Chudley Cannons com Fred,
Jorge, Lino e incrivelmente, Percy, para perguntar quem era ele para Angelina.

- Você sabe quem é aquele menino louro ali na frente na mesa da Corvinal? – Angelina
olhou disfarçadamente para trás, já que estava sentada de frente a Hydra e depois
respondeu:

- Sim, é o Peter Macmillan, ele é irmão da Jeniffer, está no sexto ano.

- Ele deve ser o cara mais bonito de Hogwarts, sinceramente... – Suspirou Alícia, se
juntando a conversa – tirando o Cedric talvez, se bem que, não, acho que os dois estão
empatados.

– Mas por quê? – Angelina olhou desconfiada para Hydra, que resolveu mentir.

- Não, nada, ele me lembrou a Jeniffer, achei que pudesse ser irmão dela mesmo, ou
algum parente talvez... - Hydra tentava não corar para denunciar sua mentira.

- Achei que era porquê ele não tira os olhos de você desde que você chegou em
Hogwarts. – Disse Alícia casualmente, como se não tivesse falado nada demais,
esquecendo de Olívio, que estava perto.
Hydra corou e ficou com medo de Olívio ouvir a conversa, não tinha motivos porque
ficar com raiva, já que Hydra não estava interessada em Peter, mas ainda assim.

- Que isso Alícia, é impressão sua... – Disfarçou Hydra, olhando para o lado, vendo que
Olívio não tinha ouvido nada.

- Não é não, mas cuidado, ele namora a Amee Goat e ela é bem ciumenta, ela é do
sexto ano também, minha amiga Emília disse que uma vez a Amee achou que ela
estava olhando para o Peter e colocou uma azaração nela, ela ficou com espinhas por
quase uma semana, eu não sei o que ele vê nessa menina, mas a Emilia disse que eles
nem se dão tão bem assim. – Disse Alícia, com o rosto animado de quem contava um
segredo.

Hydra notou a menina ruiva de olhos verdes que estava ao lado dele, conversando
com uma amiga de cabelos negros e longos ao seu lado, ela era bonita e parecia ser
doce e delicada, não tão ameaçadora quanto Alícia a descreveu.

- Pelo amor de Deus Alícia, você esqueceu do Olívio? – Perguntou Angelina, ao lado da
amiga, a recriminando pelo que ela falava.

- Não, só estou comentando... – Disse Alícia balançando os ombros e voltando a


comer.

As três mudaram de assunto e começaram a conversar sobre as lições de


transfiguração.

No fim da noite, todos estavam satisfeitos e felizes, uma trupe de esqueletos


dançarinos tinha acabado de se apresentar para alegria de todos e o coral de Hogwarts
fez uma apresentação especial com sapos.

- Eu não sabia que aqui tinha um coral! – Disse Hydra, admirando a boa música que
cantavam.

- A tem, tem aulas de música e música trouxa – Respondeu Percy, próximo a eles.

- Sério? Eu amo música e a música trouxa é bem legal, vocês já ouviram falar em uma
cantora trouxa chamada Madonna? Ela é genial! – Hydra perdeu a animação da fala ao
perceber que seus amigos a olhavam – O que foi? Não ouviram falar?
- Não, na verdade não, mas também nunca imaginei que gostasse de algo de trouxas –
Disse Fred rindo, ao lado de Alícia.

- Eu gosto, da música em especial, é genial, tantas bandas interessantes, vocês nem


imaginam...

- Você parece o papai falando, acho que deveria conhecê-lo – Disse Jorge, que ria com
Percy e Fred.

O Coral parou de cantar e todos aplaudiram.

- Você acha que eu consigo entrar nessas aulas? – Perguntou Hydra para Percy, que
sabia melhor do que os outros meninos sobre esses assuntos.

- Não sei, acho que tinha que ter se inscrito antes de Setembro, mas talvez sim,
converse com o Professor Flitwick.

O baixinho Professor, comandava o coral e agora estava fazendo reverências para a


plateia que ainda aplaudia.

- Legal, eu vou sim, obrigada Percy.

Percy ficou vermelho e agradeceu, Hydra notou que Fred e Jorge riam da reação do
irmão, o que fez Hydra querer desesperadamente trocar de assunto.

- Lino, por que você não está no time? – O rapaz parou de rir com os amigos para
responder, meio surpreso pela troca brusca de assunto.

- Porque meu negócio é narrar os jogos mesmo, não jogá-los.

- E ele é o melhor nisso – Disse Fred, dando um "high five" no amigo.

- Que maneiro, eu não sabia que você narrava os jogos! – Disse Hydra.

- Sim, é bem divertido – Lino parecia bem satisfeito em falar sobre o assunto.

- Ele é ótimo, realmente. – Confirmou Olívio.


- Mas consegue ser imparcial? – Perguntou Hydra.

Os amigos na mesa riram.

- Não muito, mas as vezes a gente tenta – Respondeu Lino.

- Você deve ver no próximo jogo – Disse Jorge.

Hydra continuo conversando com os meninos, notando que o rapaz louro realmente
não parava de olhar para eles e pensando se talvez não seria ele o espião da mãe,
apesar de achar essa possibilidade distante e improvável, apostava mais em alguém da
Sonserina, ela teria mais contato com os pais deles e não de alguém da Corvinal, mas
vai saber...
CAPÍTULO 8

A CÂMARA SECRETA

Depois da festa, todos voltavam cansados para a torre da Grifinória.

- Eu acho que nunca comi tanto – Reclamava Fred, colocando a mão na barriga.

- Estava uma delícia, gostei muito da festa – Disse Hydra, que andava de mãos dadas
com o Olívio.

- As festas de Halloween são maravilhosas em Hogwarts realmente, não são assim na


Beauxbatons ? – Perguntou Olívio enquanto andavam.

- São sim, acho que um pouco mais formal talvez, mas é o jeito deles... – Respondeu
Hydra, sentindo o coração apertar com saudades.

Quando todos estavam passando por um corredor no segundo andar, pararam e


ficaram em silêncio.

- O que está acontecendo? – Perguntou ela que olhava ao redor confusa.

- Eu não sei, não da pra ver nada daqui – Disse Jorge, abrindo caminho pela multidão.

Hydra fez o mesmo e viu o chão cheio de água, olhou então para cima e abriu a boca
de espanto ao ver Madame Nor-r-ra, a gata do zelador, pendurada pelo rabo em um
suporte de tocha. Estava dura e de olhos arregalados.

- Meu Deus, o que houve? Quem fez isso? – Exclamou.

Então, sua surpresa foi maior ainda ao olhar e ver que na parede entre duas janelas,
estava escrito como que com sangue:

"A CÂMARA SECRETA FOI ABERTA. INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO."

Harry, Hermione e Rony estavam parados perto da gata, Hydra olhava para eles, para a
parede e para a gata sem entender nada, um silêncio imperava entre os alunos. Então
alguém gritou em meio ao silêncio.
– Inimigos do herdeiro, cuidado! Vocês vão ser os próximos, sangues ruins!

Hydra reconheceu na hora a voz de seu irmão que parecia rir e se divertir com a
situação e com raiva, tentou chegar perto dele para brigar, mas Olívio, que agora
aparecia ao seu lado, a segurou.

- Deixa Hydra, brigar com ele agora só vai piorar as coisas, alguém pode te ver e te
colocar de castigo, você não ia querer isso, acredite...

Angelina, Fred e Jorge que estavam perto, concordaram, então ela tentou se acalmar.

– Que está acontecendo aqui? Que está acontecendo?

Atraído, sem dúvida, pelo grito de Draco, Argo Filch apareceu, abrindo caminho com os
ombros por entre os alunos aglomerados. Então ele viu Madame Nor-r-ra e recuou,
levando as mãos ao rosto horrorizado.

– Minha gata! Minha gata! Que aconteceu a Madame Nor-r-ra? – gritou ele.

Hydra viu que seus olhos saltados pousaram em Harry.

– Você! – gritou. – Você! Você assassinou a minha gata! Você a matou! Vou matá-lo!
Vou...

– Argo!

Dumbledore chegara à cena, seguido de vários professores. Em segundos, passou por


Harry, Rony e Hermione e soltou Madame Nor-r-ra do porta-archote.

– Venha comigo, Argo – disse a Filch. – Os senhores também, Sr. Potter, Sr. Weasley e
Srta. Granger.

Lockhart deu um passo

– A minha sala fica mais próxima, diretor, logo aqui em cima, por favor, fique à
vontade...

– Muito obrigado, Gilderoy – disse Dumbledore.


Depois deles terem se afastado, a professora Minerva ordenou que os monitrores
levassem os alunos para suas salas comunais, o que Percy prontamente atendeu.

- Vamos, Grifinória, para a nossa torre agora! – Berrava Percy.

Durante todo o caminho, eles debatiam sobre o que teria acontecido e se Harry,
Hermione e Rony teriam realmente feito alguma coisa.

- Duvido, acho que a Hermione jamais faria isso – Disse Hydra, lembrando da menina
inteligente e dedicada as regras que conhecera.

- E nem o Rony, eu duvido que ele saberia fazer isso... – Disse Fred, em tom de
brincadeira, como sempre.

- Então o que aconteceu? – Perguntou Hydra e os amigos balançaram os ombros.

Todos se questionavam a mesma coisa, depois de chegarem na sala comunal.

Por muito tempo debatendo mais o assunto, ninguém parecia querer ou conseguir
dormir.

- Não é possível que seja o Harry, ele é o menino que sobreviveu, para que ele ia
querer matar uma gata, ou nascidos trouxas? – Perguntou Hydra, sentada em uma
poltrona, com seus amigos sentados ao redor.

- Não sei, se você me perguntasse, falaria que isso era mais coisa do seu irmão mesmo
– Disse Jorge, depois parando para pensar no que disse e ficando sem graça.

- Sim, para falar a verdade, eu também acho – Respondeu Hydra, afundando na


poltrona.

- Não se preocupe, ninguém acha que vocês dois fazem ou são capazes de fazer a
mesma coisa – Disse Olívio, a abraçando.

- Sim, é verdade Hydra – Confirmou Jorge, coçando a cabeça e com o rosto corado.

- Por favor, será que vocês poderiam dar o exemplo e ir dormir? – Perguntou Percy,
chegando perto do grupo, parecendo cansado e preocupado.
- Não! – Responderam quase todos ao mesmo tempo.

Percy saiu de perto do grupo, irritado e "xingando", tentando agora convencer um


grupo de alunos do primeiro ano.

- Tadinho – Disse Hydra, rindo, olhando para como o rosto de Percy ficara vermelho
enquanto falava com os alunos.

- Ele é um chato, sério, não dá bola – Disse Fred.

Depois de conversarem e se divertirem por muito tempo, Hydra se despediu dos


meninos, morrendo de sono e sonhando com sua cama. Ao chegar no quarto, Jeniffer
e Rita estavam se apontando para dormir, depois de conversarem mais um pouco
sobre o o que aconteceu no corredor, Alícia, que tinha subido com Hydra e Angelina,
se virou e disse para Jeniffer:

- Eu vi seu irmão lá no salão, Jeniffer, como ele é lindo! – Alícia ria brincando e se
divertindo com o rosto vermelho de Hydra, que sabia que ela estava a provocando,
não de forma maldosa, mas ainda assim, provocando.

- É, eu sei, todas as meninas me falam isso, acredite... – Disse Jeniffer se ajeitando na


cama e revirando os olhos.

- Pena que ele ta com aquela menina chata – Disse Alicia procurando o pijama.

- É, mas não acho que vá durar, sinceramente! – Disse Jeniffer, já deitada.

- Ele parece ser legal, sempre foi comigo, pelo menos... – Disse Rita, que também
estava deitada em sua cama.

- Ele é o orgulho da família Macmillan – Disse Jeniffer rindo -, meus pais só faltam
babar quando falam dele, mas ele é um bom irmão sim, sempre fomos muito amigos.

- Macmillan, eu não tinha parado para pensar que você é uma Macmillan, já ouvi falar
na sua família – Disse Hydra, colocando o pijama e olhando para a menina.
- Eu imaginei, também somos "sangue-puros", - Disse ela fazendo as aspas com a mão
e rindo em desdém - não tão nobres como os Malfoy, eu acho... – Jeniffer falava de
forma gentil e ria.

- Acredite, eu queria muito não ser uma Malfoy – Afirmou Hydra, ajeitando a cama
para deitar.

- Você é rica, muito rica! Tem tudo que quer, por quê você não ia querer isso? –
Perguntou Rita.

- Ouro não é tudo, você deve saber da fama da minha família, o que eles pensam e
como eles agem, não é exatamente o que eu queria para a minha vida... – Disse Hydra,
tentando controlar a frieza em sua voz, enquanto deitava na cama.

- É, quanto a isso você tem razão – Disse Rita.

- Bem, minha família não tem essa bobagem de ligar para sangue, graças a Deus, deve
ser difícil viver assim – Disse Jeniffer.

- É bem complicado, se você não concorda, como eu não concordo... – Hydra respirava
fundo e tentava não pensar sobre tudo que já ouvira na vida sobre esse assunto, vindo
de seus pais e parentes.

- Você e seu irmão são de casas diferentes, né? Acho isso tão engraçado – Disse Alícia
para Jeniffer.

- A Hydra e o dela também – Disse Rita.

- Sim, é verdade, mas no meu caso eu sou da mesma casa que a minha mãe e ele que a
do meu pai – Disse Jeniffer.

Deitada na cama, Hydra não via o rosto de ninguém direito, mas ouvia suas vozes.

- No meu caso, ninguém é da Grifinória mesmo, só eu e um primo da mamãe que foi


da Grifinória alguns anos atrás – Hydra não queria mencionar o nome do primo, já que
ele era famoso no mundo mágico e não por uma coisa boa.
- E como foi para eles saber disso? Que você não era da Sonserina? – Perguntou
Jeniffer.

- Horrível, papai não aceitou bem, tentou me tirar da casa, na verdade eu acho que ele
ainda está tentando – Hydra se recordava daquele dia horrível na sala do diretor e
pensava com medo que um dia ele poderia voltar a se repetir, ou algo pior ainda
poderia acontecer...

- Que droga, mas que bom que você ficou – Disse Rita.

- É, o Olívio acho que ia chorar se você saísse daqui – Disse Angelina rindo.

- Seu namorado é um gato... com todo respeito, Hydra – Disse Rita, fazendo todas as
meninas no quarto rirem.

- Ele é mesmo! – Disse Hydra rindo.

- Não tão gato quanto o irmão da Jeniffer, mas é sim – Completou Alicia, que insistia
no assunto.

- Acho que alguém está querendo o seu irmão, Jeniffer – Disse Angelina rindo.

- Não estou, quer dizer, não negaria, mas não estou de olho nem nada – Afirmou Alicia.

- Ele acho que está fora de questão no momento... – Afirmou Jeniffer.

- Por causa da Amee? – Perguntou Rita.

- É... por causa de uma menina, isso com certeza – Disse Jeniffer.

Laura entrou no quarto, deixando a claridade do lado de fora da porta entrar e


incomodando os olhos de Hydra.

- O Potter ainda não apareceu, desisti de esperar para ver o que aconteceu – Disse ela,
indo em direção a sua cama.
De novo começou uma discussão sobre o que aconteceu ou não aconteceu no segundo
andar, as meninas demoraram muito para cair no sono depois de se empolgarem com
a conversa novamente.

No dia seguinte, ainda não se falava sobre outro assunto nos corredores da escola, o
Professor Flitwick teve que pedir silêncio repetidas vezes.

- Hoje vamos aprender um feitiço muito importante – Disse o pequeno professor em


cima de algumas caixas – Um feitiço convocatório, alguém sabe o que podemos fazer
com ele?

Uma menina de pele negra e cabelos claros da corvinal levantou a mão.

- Podemos convocar objetos ao pronunciar a fórmula do feitiço e seu nome, o bruxo


deve conhecer a área geral do objeto, a fim de convocar, e quanto mais longe for, mais
difícil será convocar.

- Muito bem senhorita Tomson, dez pontos para a Corvinal.

A menina parecia satisfeita, sorrindo e falando com a amiga ao seu lado.

- Prestem bastante atenção, estão vendo aquele pequeno relógio no outro lado da
sala? – Todos se viraram para olhar o pequeno relógio de pulso em uma mesa perto da
porta – Eu vou apontar minha varinha – Disse ele apontando a varinha em direção ao
relógio – e pensar muito claramente no objeto, isso é muito importante e dizer "accio
relógio".

O relógio saiu voando da mesa onde estava para a mão do professor, todos soltaram
exclamações de surpresa.

– Muito bem, muito bem, agora quero que todos tentem convocar algum objeto da
sala,lembrem de sempre ter uma visão clara do que querem.

O feitiço era um pouco mais difícil do Hydra imaginou, sendo preciso algumas
tentativas até conseguir convocar uma pena da mesa do professor Flitwick até as suas
mãos, Fred e Jorge passaram a aula tentando convocar o próprio professor, sem
sucesso, mas o deixando muito irritado.
- Menos cinco pontos para a Grifinória! – Disse ele olhando feio para os meninos.

- Ah, bem, não custava nada tentar – Disse Fred, dando os ombros.

No final da aula, Hydra ficou para trás para tentar conversar com o Professor, pedindo
para os amigos encontrarem ela no Salão.

- Professor Flitwick – Disse Hydra, se aproximando da escrivaninha do Professor –, eu


queria perguntar sobre as aulas de música, se eu podia participar delas, eu sei que não
me inscrevi antes, é que eu não sabia que eu podia...

- Senhorita Malfoy, certo? – Perguntou o Professor, tirando os olhos do pergaminho e


olhando para ela – Em qual aula estaria interessada?

- A de música trouxa – Disse ela e o pequeno professor a olhou espantado.

- Música trouxa? Mas, mas, você é uma Malfoy, certo? – Perguntou ele, com uma
sobrancelha erguida.

- Sim, mas eu esperava que isso não me impedisse de participar... - Hyra odiava
sempre que alguém associava ela com sua família, especialmente com as coisas ruins
deles.

- Não, não impede, mas infelizmente as inscrições para as aulas já acabaram, mas
quando abrir de novo, eu aviso para a Srta. – O Professor ainda olhava Hydra com uma
incredulidade que a incomodava muito.

- Ok, muito obrigada... – Disse Hydra sorrindo e se retirando rapidamente.

No caminho para o Salão Principal, Hydra foi interrompida por Pucey.

- Ei, Malfoy, tudo bem? – Perguntou o rapaz, no meio de um dos corredores, com as
vestes da Sonserina um pouco tortas.

- Você não fala comigo desde o começo de Setembro... o que houve agora? –
Perguntou Hydra, o encarando.
- Eu sei, me desculpa, eu acho que fiquei um pouco irritado por causa de você e do
Wood, eu fui meio idiota... – Pucey ficava vermelho e não olhava nos olhos de Hydra
enquanto falava, o que a fez desconfiar um pouco de sua atitude.

- Ok, tudo bem, considere esquecido, desde que não se repita... – Respondeu ela,
parada na frente do rapaz.

- E vocês ainda estão namorando? – Pucey agora levantava a cabeça e a olhava nos
olhos.

- Sim, ainda namorando...

- Ah, sim, que pena, bem, eu vou indo então... – O rapaz nem deixou Hydra responder,
apenas saiu em direção aos corredores, a deixando parada sozinha e espantada.

No Salão Principal, Hydra notou que muitos alunos cochichavam sobre Harry e o
olhavam com desconfiança e até mesmo medo.

- O que está acontecendo? – Perguntou Hydra para os amigos e Olívio, que estavam
sentados juntos na mesa da Grifinória.

- Estão com medo de Harry, falando que ele pode ter petrificado a gata e tudo mais. –
Disse Jorge, comendo verozmente algo que estava no seu prato.

- Eu não acho que ele faria isso, o pessoal da Grifinória não está acreditando, não é? –
Perguntou Hydra.

- Alguns estão desconfiados – Disse Olívio, sentado ao seu lado –, mas ninguém
acredita de verdade eu acho.

Hydra olhava para a mesa da Sonserina, Draco ria com alguns amigos, Hydra cada vez
imaginava se ele não teria alguma coisa a ver com isso, apesar de não imaginar como
ele faria uma coisa dessas. Pucey estava ao seu lado, rindo junto com Flint e alguns
meninos dos quarto e sétimo anos, Hydra não entendia ainda se ele era um cara legal
ou não, já que vivia constantemente mudando de humor e de atitude com ela.
Seus olhos então pararam na mesa da Corvinal, aonde o rapaz louro, irmão de Jeniffer,
estava sentado conversando com um rapaz negro, ela reparou que sua namorada,
Amee, estava bem longe deles e ficou se perguntando o que havia acontecido.

- Peter e ela terminaram, já estava mais do que na hora, insuportável aquela menina! –
Hydra ouviu Jeniffer conversando, ao lado de Alícia, com ela e com Rita.

- Ainda bem, pelo menos ele está livre agora... – Disse Alícia rindo.

- É, livre, sei lá... - Disse Jeniffer, um pouco sem graça.

- Já sabe que é pra falar da sua amiga, né? – Pediu Rita, rindo tanto que ficava
vermelha.

- Das duas – Completou Alícia, também rindo.

- Você vê o que elas vêem no Macmillan? – Perguntou Olívio, fazendo Hydra virar o
rosto, completamente sem graça para ele.

- Em quem? – Perguntou Hydra, concentrando todos os seus esforços para não ficar
corada.

- O Macmillan, irmão da Jeniffer, o da Corvinal – Olívio olhava para a direção do rapaz


na mesa da Corvinal –, ele é do meu ano, nos vemos às vezes em algumas aulas.

- Não, quer dizer, ele é bonito, mas você também é...

Olívio pareceu um pouco enciumado com a resposta, mas não falou nada que pudesse
indicar que estava chateado ou nervoso, pelo contrário, apenas olhou para frente e
continuou a comer.

No tempo seguinte, tiveram aula de Defesa contra as artes das Trevas.

- Muito bem, quem aqui pode recitar para nós uma página do meu livro, o mágico eu?
– Perguntou Lockhart, com seu sorriso branco e petulante de sempre.

- Eu, eu, eu! – Disseram várias meninas, fazendo os rapazes revirarem os olhos.
- Calma, calma menina, temos páginas para todo mundo. – Respondeu ele, sorrindo e
fazendo algumas meninas suspirarem.

- Como vamos aprender algo? É sério isso mesmo? – Dizia a voz de Fred, atrás da
cadeira de Hydra.

- Ele não sabe nada, só sabe falar de coisas que diz que fez, mas nem sei se isso é
verdade! – Disse Lino.

- Ele escreveu tudo aquilo, deve ser verdade, não? – Perguntou Hydra, virando para
trás para ver os meninos.

- Não sei, pode ser inventado – Disse Jorge, falando baixinho para Lockhart, que ouvia
atentamente Rita Orance recitando seu livro, não ouvir.

- Não, tem muitos detalhes, não pode ser inventado, ele não parece ser uma pessoa
tão criativa assim... – Respondeu Hydra.

- E nem corajoso! – Completou Lino.

- Eu não sei, eu realmente sei lá, não consigo não olhar para ele... – Disse Hydra,
olhando para o professor e suspirando, quando virou, viu os amigos fazendo caretas –
mas ele realmente parece cheio de besteiras às vezes.

- Ele é, Hydra, supere a beleza e veja, ele não sabe nada, o que são as aulas dele? A
gente lendo trechos da vida dele e só! – Disse Fred, olhando com raiva para o
Professor, que agora ria explicando como matou um vampiro sozinho e fazendo
gestos, usando um dos alunos para encenar o vampiro, enquanto as meninas olhavam
atentas e "prendiam a respiração" nas cenas de ação, só para suspirarem segundos
depois em admiração.

- Ele também faz demonstrações... – Disse Hydra, não deixando de achar graça em
tudo aquilo.

- É, caramba, agora eu me sinto preparado para enfrentar o mal lá fora! – Disse Fred.

- Da um desconto, só tem o que? Dois meses que ele está nos ensinando? Vamos ver
como fica mais para frente... – Disse Hydra.
- A Srta. Malfoy talvez queira me ajudar a demonstrar o resto – Disse a voz de
Lockhart, fazendo Hydra olhar para frente sem graça.

- Desculpe, professor...

- Tudo bem, mas por favor, venha aqui na frente...


CAPÍTULO 9

O HERDEIRO DA SONSERINA

Nos dias seguintes, a escola ainda falavam sobre o acontecimento no corredor do


segundo andar, sobre a tal câmara secreta que Hydra não sabia muito a respeito e a
mensagem na parede, muitas teorias sobre o que se tratava foram formadas, mas o
que Hydra mais ouvia era que Harry Potter era o responsável pelo que estava
acontecendo.

- Meu primo Ernie é da Lufa-Lufa e lá todos estão com medo de que o Harry irá
petrificar eles ou algo do tipo – Disse Jeniffer em uma manhã no quarto, enquanto se
arrumavam para o café.

- Isso é ridículo, completamente ridículo! E afinal de contas, quantos parentes você


tem aqui em Hogwarts? – Perguntou Angelina, passando da voz séria para o riso,
tentando desviar o assunto.

- Três na verdade, o Peter e mais dois primos na Lufa-Lufa. – Disse Jeniffer, vestindo o
robe com o símbolo da Grifinória.

No fim do dia, já sentados na sala comunal da Grifinória, alguns alunos do segundo ano
estavam contando a história que seu professor de História da magia os contou na aula.

- Ele disse que os fundadores de Hogwarts: Godrico Gryffindor, Helga Hufflepuff,


Rowena Ravenclaw e Salazar Slytherin, viviam bem e em harmonia e tudo mais, mas
que Slytherin não concordava que nascidos trouxas podiam estudar em Hogwarts, que
só famílias bruxas deveriam ter esse direito – Hydra engoliu a seco quando ouviu essa
parte, ouvia esse mesmo discurso desde que nasceu – depois de um tempo, teve uma
briga entre Slytherin e Gryffindor e Slytherin abandonou a escola e a melhor parte vem
agora, ou a pior, sei lá -Disse a menina morena de cabelos longos e negros - Slytherin
teria selado a Câmara Secreta de modo que ninguém pudesse abri-la até que o seu
legítimo herdeiro chegasse à escola. Somente o herdeiro seria capaz de abrir a Câmara
Secreta, libertar o horror que ela encerrava e usá-lo para expurgar a escola de todos
que não fossem dignos de estudar magia.

A história causou terror e conversas entre os alunos, Hydra ficou extremamente


pensativa sentada em sua poltrona.
- O que houve você acredita nessa história? – Perguntou Olívio, se sentando ao seu
lado.

- Se fosse verdade? Eu ouço esse mesmo discurso de Slytherin na minha casa todos os
dias, você não acha que... que eu e meu irmão seríamos herdeiros dele, acha? – Hydra
estava pálida e nervosa e Olívio levou alguns segundos pensando antes de responder,
ela reparou que em um canto, Harry, Hermione e Rony a encaravam, estariam eles
pensando a mesma coisa que ela?

- Você saberia se fosse não saberia? Seus pais teriam te contado, não teria? –
Respondeu Olívio finalmente.

Olívio tinha um ponto, seus pais provavelmente jamais ficariam quietos e não se
vangloriam se fossem herdeiros de Slytherin, disso ela sabia, o pensamento pareceu a
reconfortar, ela relaxou na sua cadeira e sorriu.

- Você tem razão, meus pais iriam ter me contado... – Hydra estava tão feliz com Olívio
que o chamou para o lado de fora da sala comunal, onde pudessem ficar a sós, era rara
as ocasiões em que ele não estava pensando em quadribol e ela estudando, as poucas
que tinham, tinham que ser altamente aproveitadas.

Na manhã seguinte, o assunto nos corredores da escola era sobre Harry ser o herdeiro
da Sonserina, o que Hydra considerava uma grande besteira, já que ele não tinha nada
que ligasse ele ao bruxo, nem mesmo da casa de Slytherin ele era, ela decidiu esquecer
isso e foi para a aula de poções, aonde agora fazia com perfeição uma poção
revigorante.

- Muito bem... – Disse Snape analisando seu caldeirão – parece estar bem feita – Snape
pegou um pouco da poção com um frasco e fez o restante do conteúdo sumir do
caldeirão.

- Ele provavelmente nunca vai te dar pontos, não importa quantos acertos você faça! –
Disse Angelina baixinho, enquanto Snape se afastava, tendo criticado a sua poção que
estava de uma cor alaranjada que não deveria estar.

- Isso não é muito justo, né? Ele da pontos para as pessoas da Sonserina por muito
menos que isso! – Disse Hydra, olhando enquanto Pucey e um amigo ganhavam cinco
pontos cada para a casa e a poção deles nem parecia estar tão bem feita quanto a de
Hydra.

- Esse menino te olha de um jeito estranho... – Comentou Angelina sobre Pucey – ele
não era seu amigo?

- Era, mas ele ficou muito esquisito depois que eu comecei a namorar o Olívio.

- Acho que é ciúmes! – Disse Alícia.

- Eu estou atrapalhando a conversinha das senhoritas? – Perguntou Snape, de uma


forma assustadora, se virando para elas e fazendo toda sala também olhar.

- Não, Professor Snape, nos desculpe – Responderam as três.

- Menos cinco pontos para a Grifinória... cada!

Hydra, Angelina e Alícia fizeram caretas de reclamação, mas Snape as ignorou


completamente, ameaçando tirar mais pontos de cada e continuou a verificar os
caldeirões.

Na hora do almoço, Hermione se aproximou de Hydra e perguntou se podia conversar


sozinhas, todos estranharam o pedido e olharam desconfiados para as duas, mas
Hydra se levantou e seguiu com ela para o saguão de entrada.

- Hydra, eu, eu não queria que você se ofendesse, mas, eu queria te perguntar uma
coisa e tudo bem se você não quiser responder – Disse a menina, com o rosto corado,
parando na frente de Hydra e falando apressadamente.

- Eu já sei Hermione... – Hydra interrompeu – você quer saber se eu e meu irmão


somos os herdeiros de Slytherin, não é isso? – Hermione ficou branca e mais sem graça
aomda com a afirmação, respondeu sem conseguir olhar Hydra nos olhos.

- É, sim, eu queria saber se isso era verdade...

- Não, não é, meus pais nunca me falaram nada disso e se por acaso isso fosse um
segredo ou tradição de família, eu iria saber, certo? Afinal eu sou a filha mais velha –
Hydra não sabia se queria convencer Hermione ou a si mesma.
- Mas, Hydra – Disse Hermione ainda sem graça – e se sua família tivesse escondido de
você e só contado para o Draco? Você disse algumas vezes que seu pai a deixava de
fora e sempre confiava tudo a ele.

A pergunta soou como um baque para Hydra, ela não tinha pensado nisso, estava tão
aliviada de não ser a herdeira que não pensou se isso não seria um grande segredo a
qual ela não foi confiada.

- Não, não pode ser, não pode Hermione! – Hydra a olhava com um olhar de
perturbação e desespero, balançando a cabeça negativamente.

- Calma, provavelmente não é isso, não é, desculpe eu ter perguntado – Hermione


parecia sem jeito, olhando para os lados e tentando acalmar Hydra.

- Não, eu vou perguntar ao Draco, ele vai ter que me contar a verdade. – Seus olhos se
enchiam D'guá e a cabeça voava com preocupações.

- De que adiantaria Hydra, se for um segredo, ele não irá lhe contar, olha, deixa isso
para lá, vamos jantar e esquecer que perguntei, ok?

Mas Hydra não esqueceu, as duas voltaram a mesa, Hydra passou o jantar inteiro
distraída em pensamentos e não comeu quase nada, o que, foi notado por todos os
amigos, que constantemente perguntavam se ela estava bem, mas ela sempre
respondia que estava tudo bem, só não estava com fome.

No final do jantar, ela pediu licença, disse que precisava conversar com seu irmão e
que os encontraria na sala comunal e foi em direção a mesa da Sonserina, todas as
cabeças da mesa se viraram para ela ao se aproximar, não era tão comum um aluno da
Grifinória estar ali, Hydra parou atrás de onde Draco estava sentado, rindo com seus
mesmo amigos de sempre.

- Draco, eu preciso conversar com você...- As risadas pararam e Draco se virou


espantado para a irmã, ela sabia que ele iria reconhecer seu olhar sério, ele sempre
teve medo desse olhar.

- Ora, você por aqui, Hydra, finalmente desistiu de ficar na Grifinória e daquele
capitão meio sangue? Não se preocupe, você pode ficar aqui comigo – Disse Flint de
forma irônica e maliciosa, sentado perto de Pucey e também de Draco.
- Não, não desisti! – Respondeu Hydra friamente, ela notou que ele e Pucey riam. –
Draco?

- Tudo bem... – Disse Draco sem protestar e se levantou e a seguiu para fora do salão,
os alunos da Sonserina os seguiam com o olhar e davam risadinhas, principalmente
Flint e os amigos.

- Draco, me diz a verdade, nós não somos herdeiros de Slytherin, somos? – Hydra
decidiu ser direta e Draco arregalou os olhos com a surpresa do comentário tão
repentino.

- Não, Hydra, você não acha que saberia se isso fosse verdade? Mas é até bom que
pensem que sim, bem que eu queria ser...– Draco parecia honesto, o que deixou Hydra
confusa e aliviada ao mesmo tempo.

- Você não está mentindo para mim, está? Papai não fez você prometer que não iria
me contar, fez? – Hydra observou no fundo dos olhos do irmão enquanto ele negava
todas as acusações, ela decidiu acreditar nele, não sabia se por achar que era verdade
ou para sentir alivio, então o agradeceu e abraçou, Draco ficou completamente em
choque e imobilizado enquanto Hydra seguia para a torre da Grifinória.

- Então, vai nos dizer a verdade? – Perguntou Fred, sentando ao lado de Hydra na sala
comunal, seguido por Lino, Jorge, Olívio, Angelina, Katie e Alicia.

Hydra contou toda a verdade para eles, desde a sua preocupação inicial, que Olívio já
sabia até sua conversa atual com Draco.

- E você acha que é verdade? – Perguntou Fred, no final, depois de ouvir tudo
atentamente.

- Sim, eu pelo menos prefiro acreditar que é, sei lá, é melhor assim, não? – Perguntou
Hydra, olhando as faces atentas de cada um de seus amigos.

- Eu acho que ele deve estar falando a verdade sim, Hydra, você não tem com o que se
preocupar – Disse Angelina sorrindo de forma reconfortante.

No sábado, era o dia do grande jogo da Sonserina contra a Grifinória, Angelina e Alicia
se levantaram sem falar uma palavra e desceram para o café, Hydra seguiu as meninas
logo depois e encontrou quase todo o resto do time de quadribol, todos sentados sem
comer ou falar muito, ela se sentiu aliviada por não participar da partida.

- Gente, calma, vocês tem tudo para ganhar... – Olívio tentou forçar um sorriso,
sentado ao seu lado, mas ela percebeu o seu nervosismo.

- Eu não duvido mesmo que vão! – Disse Hydra, segurando a mão do amado.

- Espero que sim, aquelas vassouras deles são difíceis de se bater... – Até Fred parecia
desanimado e nervoso.

- Não pensem assim, pensem que vocês são muito melhores do que eles, isso sim! –
Disse Hydra.

Depois do café, eles desceram para o vestiário, Hydra ia sair para se juntar o restante
dos alunos nas arquibancadas, mas Olívio a segurou pela mão e a parou.

- Fica? Eu preciso de você aqui... – Ele parecia triste e desesperado, partiu o coração
dela o ver desse jeito.

- Claro, o tempo que você quiser... - E se sentou ao lado de Fred e Jorge que também
estavam nervosos.

– Hoje, Sonserina tem vassouras melhores que nós – começou ele. – Não adianta
negar. Mas nós temos jogadores melhores nas nossas vassouras. Treinamos com maior
garra do que eles, estivemos no ar fosse qual fosse o tempo... – ("Quem duvida",
murmurou Jorge Weasley. "Não sei o que é estar seco desde agosto.") – ... e vamos
fazer com que eles se arrependam do dia em que deixaram aquele trapaceiro do Draco
pagar para entrar no time. – Hydra tentou ignorar a última parte na qual seu
namorado chamava seu irmão de trapaceiro, principalmente porque ela sabia que era
verdade, ele não pareceu perceber.

O peito arfando de emoção, Wood virou-se para Harry.

– Vai depender de você, Harry, mostrar a eles que um apanhador tem que ter mais do
que um pai rico. – De novo, Hydra tentou ignorar o que ele disse, mas dessa vez ela
não conseguiu, ela fez um olhar de tristeza muito grande que até Angelina reparou.
- Ele não quer dizer você, Hydra... – Disse Angelina preocupada.

- Chegue ao pomo antes de Draco ou morra tentando, porque temos que vencer hoje,
é muito simples.

– Por isso nada de pressioná-lo, Harry – disse Fred piscando o olho.

Hydra chamou Olívio antes dele sair.

- É isso que você pensa de mim? Que eu sou só uma menina com um pai rico? –
Perguntou Hydra extremamente ofendida, quase chorando.

- O que? Hydra! Pelo amor de Deus, não! Não você e sim seu irmão! – Disse Olívio
parecendo nervoso e um pouco desesperado.

- Eu só...

- Hydra, você é a garota dos meus sonho, eu não acho que consiga pensar mal de você!
Me desculpe, eu não devia ter falado daquele jeito, ainda mais na sua frente... – Disse
ele parecendo mais calmo.

- Você também é o garoto dos meus sonhos... – Disse Hydra sorrindo e chegando perto
dele – eu não deveria ter te deixado nervoso antes do jogo, esquece tá? Foi só besteira
minha, vai lá e arrasa no jogo!

Os jogadores se levantaram e Hydra se despediu de cada um.

- Olívio, fica calmo, eu sinceramente acho que vai dar tudo certo. – Ela deu um beijo
nele, que estava tão nervoso que não conseguiu corresponder direito. – Vou estar
torcendo por vocês.

- Só o Olívio ganha beijo ou...? – Brincou Jorge, mas parou quando Olívio olhou para
sua direção com uma cara feia.

- É só brincadeira... – Disse ele, revirando os olhos.

Hydra se sentou na arquibancada, encontrando Rony e Hermione e ficou ao lado dos


dois e também de Jeniffer, Rita e Laura, que esperavam ansiosas o começo da partida.
Quando o time entrou no campo, foram saudados por um vozerio, muitos vivas,
porque a Corvinal e a Lufa-Lufa estavam ansiosas para ver a Sonserina derrotada, mas
os alunos da Sonserina nas arquibancadas vaiaram e assobiaram, também. Madame
Hooch, a juíza de quadribol, mandou Flint e Wood se apertarem as mãos, o que eles
fizeram, lançando um ao outro olhares ameaçadores e pondo mais força no aperto que
era necessário.

- Eu acho que eles querem se matar... – Disse Jeniffer.

- Eu espero que não consigam... – Respondeu Hydra.

– Quando eu ... – disse Madame Hooch. – Três... dois... um...

Com um rugido de incentivo das arquibancadas, os catorze jogadores subiram em


direção ao céu carregado, Hydra observava tudo nervosa, os jogadores da Sonserina
voarem rapidamente com as vassouras que seu pai comprara e secretamente desejou
que pudesse ter feito o mesmo com o time da Grifinória, apesar de saber que é errado.

Ela viu Jorge jogando um balaço na direção de Draco e teve um misto de alegria e
preocupação na hora, mas ela sabia que ela devia se preocupar com seu time apenas e
não com Draco, ele sabia no que estava se metendo, a chuva desceu ferozmente e
Hydra mal conseguia ver o que acontecia, ela ouviu Lino narrando:

"Sonserina na liderança, sessenta a zero..."

Hydra notou que Jorge e Fred lutavam contra um balaço que parecia descontrolado
que parecia estar indo em direção a Harry, logo depois, Olívio pediu um tempo da
partida, ela se sentia extramamente apreensiva, sabia o quanto ganhar aquele jogo
significava para ele e desejava muito que ele conseguisse, não sabia como ele ficaria se
perdesse e sinceramente, não desejava descobrir.

Depois de um tempo, o time voltou para o ar, Hydra se sentia curiosa sobre o que
tinham conversado, mas não tinha muito como saber, não agora pelo menos.

Pouco depois da partida recomeçar, Hydra viu quando um balaço atingiu o cotovelo de
Harry, causando gritos na arquibancada e fazendo ela levar a mão até a boca em
surpresa e agonia, ela se perguntava porque Jorge e Fred não estavam perto de Harry
para ajudá-lo, a chuva cegou sua visão logo depois.
- O que está acontecendo? – Estamos ganhando? – Perguntou Hydra para os colegas
do lado, ficando completamente ensopada.

- Não sei, não da pra ver nada daqui, nem ouvir o que o Lino está falando – Disse Rita.

- E por quê o balaço está perseguindo o Harry? – Perguntou Jeniffer, com as mãos em
cima dos olhos, tentando aliviar a chuva que caia em cima deles.

- Eu não sei, isso é tão estranho, nunca vi nada assim nos jogos! – Disse Laura, ao lado
de Rita.

Depois de um tempo, elas finalmente conseguiram ver Harry no chão e ouvir o anúncio
de que a partida acabara, Harry conseguiu pegar o pomo e a Grifinória havia ganhado,
Rony e Hermine dispararam até o gramado em direção ao Harry e Hydra os seguiu, viu
Harry desmaiado no campo e algumas pessoas ao seu redor, deu um grito de susto, o
professor Lockhart chegou correndo, abrindo caminho entre os alunos e o segurou e
logo depois, Harry acordou.

– Ah, o senhor, não – Ela ouviu Harry dizer gemendo.

– Ele não sabe o que está dizendo – falou Lockhart em voz alta para o ajuntamento de
alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os dois. – Não se preocupe, Harry. Já vou
endireitar o seu braço.

– Não! – exclamou Harry. – Vou ficar com ele assim, obrigado... – Hydra olhava
confusa, não entendia o porquê da resistência de Harry em deixar o professor
consertar seu braço, que estava em um ângulo muito estranho, se bem que,
provavelmente ele deveria pensar como Fred, Lino e Jorge, que ele não sabia nada na
verdade.

Harry tentou se sentar e ao ver o pequeno menino do primeiro ano tirando suas fotos,
disse:

- Não quero uma foto deste momento, Colin – disse em voz alta.

- Deite-se, Harry – mandou Lockhart acalmando-o. – É um feitiço muito simples que já


usei muitíssimas vezes...
- Por que não posso simplesmente ir para a ala hospitalar? – disse Harry com os dentes
cerrados.

- Ele devia mesmo, professor – disse um enlameado Olívio, que não pôde deixar de
sorrir mesmo com o seu apanhador machucado. – Grande captura, Harry, realmente
espetacular, a melhor que já fez, eu diria... – Hydra olhou irritada para Olívio que
parou de falar, como ele podia falar da vitória nesssa hora?

- Desculpa, mas foi... – Disse Olívio olhando para baixo.

- Afastem-se – pediu Lockhart, enrolando as mangas de suas vestes verdes jade.

- Não... não faça isso... – disse Harry com a voz fraca, mas Lockhart agitava a varinha e
um segundo depois apontou-a diretamente para o braço de Harry.

Hydra se sentiu enjoada ao ver o braço de Harry torto e mole, com certeza já não tinha
nenhum osso ali dentro.

- Ah – disse Lockhart. – É, às vezes isso pode acontecer. Mas o importante é que os


ossos não estão mais fraturados. Isto é o que se precisa ter em mente. Então, Harry,
vá, dê uma chegada na ala hospitalar, ah, Sr. Weasley, Srta. Granger, podem
acompanhá-lo?, e Madame Pomfrey poderá... hum... dar um jeito nisso.

Harry se levantou e ficou olhando e mexendo seu braço sem ossos, parecendo que iria
desmaiar a qualquer momento de novo.

Harry, Hermione, Rony para a ala hospitalar, Hydra notou que Marcus Flint gritava
furioso com Draco, ela podia ouvir Flint xingando seu irmão por não ter pego o pomo,
não resistiu e foi até eles.

- Seu idiota, para de falar assim com meu irmão, ele provavelmente fez o melhor que
podia na hora! – Disse Hydra furiosamente, peitando Flint e deixando ele e Draco sem
ação e o time da Sonserina olhando de boca aberta olhando.

- Quem você acha que é para falar comigo assim? – Flint perguntou a encarando
raivoso e o time da Sonserina riu.

- Hydra, vai embora, eu não preciso que você me defenda! – Disse Draco com raiva.
- Deixa ela, Flint... – Pediu Pucey - ela só está querendo defender o irmão.

- O que está acontecendo aqui? – Olívio chegou, ainda cheio de lama acompanhado de
Fred e Jorge.

- A sua namoradinha chegou me chamando de idiota, só porque eu estava falando com


o meu apanhador! – Flint falava com o tom irônico – Acho melhor levar ela pra dentro,
ou...

- Ou o que? Pode falar pra mim! Ou o que? – Hydra se sentia nervosa por dentro,
apesar de por fora estufar o peito e encarar Flint de perto.

- Hydra, vamos embora, por favor – Disse Olívio nervoso segurando sua mão – Ou eu
não me responsabilizo pelo que posso fazer com esse garoto! – Ele olhava
furiosamente para Flint, com mais fúria ainda do que tinha quando pegou deram as
mãos no começo da partida.

- Vai embora Hydra! – Gritou Draco, que parecia tremer de raiva e com o rosto muito
vermelho, Hydra olhou para ele e ficou triste quando viu que ele realmente não a
queria ali, então virou e saiu com Olívio, Fred e Jorge em direção a ala hospitalar

- No que você estava pensando? – Perguntou Olívio enquanto seguiam em direção ao


castelo.

- Em nada, absolutamente nada... – Hydra se sentia magoada por seu irmão ter
mandado ela ir embora quando ela só queria denfender ele, Olívio reclamou um
pouco mais com ela, mas ao ver a expressão raivosa em seu rosto, decidiu ficar quieto
e entrar no castelo, mas antes, Hydra o puxou pelo braço e deu um beijo nele, fazendo
com que Fred e Jorge dessem risadas e entrassem correndo.

- Parabéns pela vitória – Disse e se virou para entrar no castelo, deixado Olívio parado
abobado na porta, ela imaginava que apesar de tudo, Olívio só estava tentando a
proteger, o time seguir junto com ela em direção a ala hospitalar, um mais cheio de
lama que o outro, Hydra lembrou que deveriam levar algo para Harry, comentou com
Fred e Jorge, que foram em direção a cozinha para pegar alguns bolos, doces e
garrafas de suco de abóbora.
Ao chegar na ala hospitalar, viram Harry deitado em uma das camas, com Rony e
Hermione ao seu lado.

- Incrível aquele vôo, Harry – disse Jorge, entrando na ala hospitalar cheio de comidas
e bebidas – Acabamos de ver Marcos Flint berrando com Draco, estava falando alguma
coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz. –
Jorge olhou para Hydra para ver sua reação, mas ela decidiu não falar nada.

Hydra e as meninas arrumaram tudo que tinham trazido ao redor da cama de Harry,
todos estavam alegres e prontos para comemorar a vitória do time, mas Madame
Pomfrey apareceu colocando eles para fora e afirmando que Harry precisava
descansar.

Eles então seguiram em direção a torre da Grifinória, Hydra tomou um banho quente e
colocou vestes novas, depois foi até a sala comunal, onde encontrou o time
comemorando a vitória junto com alguns outros alunos, ela nunca tinha visto Olívio
tão feliz em sua vida, ele a segurou pela cintura e deu um grande beijo quando a viu, a
girando no ar depois, depois de ouvir sons de simulação de vômito feitos por Fred e
Jorge, ele a soltou.

- Tinha que retribuir – Disse ele, sorrindo sem graça.

- Muito bem retribuído! – Afirmou Hydra, com a testa colada na sua.

- Chega, sério, eu não quero ter que vomitar toda minha comida! – Disse Jorge,
fingindo um tom sério e irritado e depois caindo na risada.

Os alunos comemoraram por horas a vitória do time, foi uma noite para nunca se
esquecer.
CAPÍTULO 10

O OFIDIOGLOTA

Na manhã seguinte, Hydra estava no corredor, conversando com Fred e Jorge sobre a
possibilidade para uma nova invenção deles e então viu um grupo de meninas
conversando nervosamente, muitas outras pessoas pararam ao redor delas.

- O que está acontecendo? – Perguntou Hydra para os gêmeos.

- Vamos verificar... – Disse Jorge e os três seguiram para perto do grupo, aonde uma
menina ruiva do Lufa-Lufa falava em pânico com os outros.

- Teve um novo ataque, um menino do primeiro ano da Grifinória, aquele que vive com
uma câmera na mão, ele foi atacado! – Algumas pessoas soltavam gritinhos de terror e
Hydra levou a mão até a boca e soltou um suspiro de espanto.

- Ele era nascido trouxa, você lembra da lenda? Lembra? – Disse uma menina também
da Lufa-Lufa para outra, Hydra ainda não sabia o que pensar direito, ficou parada
ouvindo junto com os gêmeos, até sentir uma mão no seu ombro.

- Você ainda não está pensando naquela bobagem de herdeiro, está? – Perguntava
Olívio, que estava parado atrás de Hydra, com um grupinho de alunos do sexto ano
junto.

- Não, só estou preocupada mesmo – Hydra colocou a mão na mão de Olívio e sorriu o
tranquilizando, mas não era verdade, ela na verdade imaginava se isso não seria obra
de Draco, se ele na verdade não estava mentindo para ela, ficou com muito medo de
ser verdade.

- Okay então, esquece isso, tá bom? – Disse Olívio a olhando com olhos gentis.

Hydra se despediu de Olívio e seguiu com Fred e Jorge para a aula de poções, o clima
na escola não poderia estar mais pesado, todos estavam com medo e andando em
bandos, ao chegar na sala, o professor Snape os recebeu com seu mau humor de
sempre.

- Não quero ouvir um pio sobre o que aconteceu ontem a noite, o professor
Dumbledore e todos os outros professores já estão cientes e estamos trabalhando
para capturar o autor ou autores – Disse ele, prolongando a letra S –, desses ataques,
agora, abram seus livros na página duzentos e cinquenta e sete.

A aula de poções conseguiu animar Hydra levemente, sua relação com o professor
Snape era mais "amigável", se é que se pode dizer assim, do que com a dele com
qualquer outro aluno da Grifinória, pelo menos na maioria das vezes, apesar de nunca
receber pontos por suas poções sempre corretas.

Nos dias seguintes, o comércio de amuletos na escola ficou muito próspero, mesmo
Hydra achando eles uma grande bobagem.

- Mas é claro, você é sangue-puro, não corre nenhum risco com esse herdeiro de
Slytherin. – Comentou Angelina, quando as duas passaram por alguns alunos usando
enormes amuletos a caminho das salas de aula.

- E nem você, eu sinto pena dos que correm risco, é uma tristeza que isso precise
acontecer, mas sinceramente, não acho que esses amuletos deles ajudem em nada.

No final do dia, Hydra decidiu abrir uma carta que recebeu por coruja naquela manhã,
mas devido aos milhões de pensamentos sobre os crimes que estavam acontecendo
em Hogwarts, acabou não lendo e ficou arrasada com seu conteúdo.

- O que houve meu amor? – Hydra levantou os olhos, sentada em uma poltrona na sala
comunal e viu Olívio parecendo muito preocupado, Jorge e Fred se sentaram ao lado
dela também.

- É uma carta de uma amiga, Gabrielle – Hydra estava com a voz triste, prestes a
chorar.

- Ela é da Beauxbatons ? Aconteceu algum problema?– Perguntou Jorge, parecendo


sinceramente preocupado, ao lado da menina.

- Sim, ela é uma das minhas melhores amigas, ela está bem, só... – Hydra segurou o
choro para continuar- ela escreveu dizendo que está decepcionada comigo, que eu não
escrevo para as meninas com tanta frequência e que – Hydra não segurou e começou a
chorar –, e que eu esqueci delas e só quero saber de Hogwarts agora.
Os meninos deram tapinhas de consolo em suas costas, pareciam não saber muito o
que dizer.

- Isso não é verdade, você sempre fala delas! – Disse Fred e com isso Angelina, Kate e
Alicia também se aproximaram assustadas com o choro de Hydra.

- Não, não é mentira, eu escrevia toda semana para elas, agora eu demoro para
escrever, eu nunca falo da Beauxbaton, é como se eu tivesse renegando meu lugar,
vocês não conhecem a Gabrielle, ela é sempre tão quietinha e calma, se ela está
falando algo, é porque realmente sente. – Hydra limpava as lágrimas com um lenço
que Olívio tinha acabado de conjurar.

- Seu lugar é aqui Hydra, como também foi lá, você não tem que se sentir mal, sua
época lá passou, mas não significa que não tenha sido importante... – Katir fala tão
carinhosamente que fez Hydra sorrir.

- Você quase não quis entrar no time por causa de lá! – Lembrou Olívio.

- Se você acha que não tem falado o suficiente, nos conte sobre lá, eu tenho
curiosidade de saber sobre outras escolas mágicas. – Disse Jorge, enquanto todos
sentavam ao redor de Hydra, chegando mais perto para ouvir o que ela tinha a dizer–
Qual era a sua casa lá? Como era o palácio? – Hydra se sentiu estranhamento animada
ao lembrar dessas respostas e abriu um sorriso, espantando as lágrimas.

- Minha casa era a Lucttore a casa dos corajosos e de ousadia, segundo dizem, nossa
cor era a vermelha, – Todos olhavam interessados para Hydra enquanto ela falava – o
palácio era lindo, os jardins eram tão verdes e luxuosos, criado por mágica, tinham
pessoas de vários países, Belgica, Portugal, vários sotaques, era bem interessante, não
era muito frio, então no verão eu e minhas amigas gostávamos de ficar do lado de fora
do palácio, tomando sol ou nadando do lago... – Hydra sorria e lembrava de tudo como
se estivesse revivendo cada momento.

- E seu time de quadribol? - Perguntou Olívio, sentado ao seu lado, segurando a sua
mão.

- Eram maravilhosos, ganhamos quatro vezes seguidas a taça, claro que eu só joguei
dois anos lá, mas a tradição era passada... – Os olhos de Hydra brilhavam, ela passou
mais alguns minutos falando sobre seus dias na sua antiga escola e depois trouxe o
álbum de seu quarto, Jorge e Lino perguntavam repetidamente se podiam enviar
corujas para suas amigas e Katie, Angelina e Alícia para os amigos.

- Todo mundo parece bonito, que estranho! – Comentou Angelina, vendo uma foto
aonde Hydra aparecia com alguns amigos no seu terceiro ano.

- É só impressão mesmo, eram pessoas normais - Disse Hydra, vendo a foto aonde
todos faziam caretas e depois riam.

- Quem é esse aqui? – Perguntou Olívio, apontando para um rapaz alto, bonito de
cabelos castanhos atrás de Hydra.

- Esse é o Pierre... – Disse Hydra corando imediatamente.

- Ele é seu ex namorado? – Perguntou ele, com um olhar sério.

- É, não, sim, é complicado, ele é meu ex namorado, ou meu ex alguma coisa que seja
parecido com namorado..
– Jorge e Fred riam da confusão de Hydra, enquanto Olívio olhava sério para a foto.

- Não é tão bonito... – Disse ele.

- Ah, é sim – Disse Alicia, rindo.

- Não acho! – Disse ele novamente, olhando sério para a amiga.

Hydra conversou bastante com seus amigos, depois de falar sobre sua vida na França,
eles comentaram sobre os acontecimentos dos últimos dias e de como Neville
Longbottom, um aluno desengonçado do segundo ano, parecia engraçado usando
vários amuletos.

- Mas ele não é sangue -puro? Longbottom é um nome que eu já ouvi – Disse Hydra.

- Sim, mas ele tem medo, não sei direito o motivo, tadinho. – Disse Katie.

Dezembro chegou, trazendo a neve e o frio intenso para Hogwarts, na segunda


semana do mês, a professora McGonagall estava anotando o nome de quem ficaria em
Hogwarts para o natal, Hydra tinha recebido uma coruja de sua mãe avisando que
iriam viajar e que ela deveria permanecer na escola com Draco, Fred e Jorge também
ficariam na escola, o que deixou Hydra um pouco mais animada e Olívio anunciou que
seus pais aceitaram que ele também permanecesse, o que deixou Hydra muito feliz.
Harry, Hermione, Rony e o resto do clã Weasley também ficariam na escola.

- Que bom, não vou ficar sozinha! – Disse Hydra para os meninos em uma manhã
durante o café da manhã.

- Eu sei, vamos nos divertir muito – Afirmou Fred.

- Vão ficar aqui para o Natal? – Perguntou Jeniffer, sentando na mesa junto com Rita.

- Sim e você? – Perguntou Hydra, enquanto pegava um pouco de torrada e geleia da


mesa.

- Não, mamãe e papai estão planejando uma festa com o resto da família, é bem chato
na verdade... – Disse ela, parecendo bastante animada.

- E você, Rita? – Perguntou Hydra.

- Também não, papai e mamãe decidiram ir para Nova York esse ano, mas talvez eu
passe um dia antes da viagem na casa da Jeniffer – Disse ela dando risadinhas.

Hydra ficou sabendo que Rita estava saindo com o irmão de Jeniffer, Peter, apesar de
Jeniffer afirmar que era algo bem casual, já que Peter não estava interessado em
namorar e Rita aparentemente não estava interessaa em namorar também, apenas
passar um tempo. Jeniffer sempre disse que a cabeça do irmão estava em outra coisa,
apesar de nunca dizer no que.

- Bem, que pena, seria legal se todos vocês ficassem, mas entendo – Disse Hydra
sorrindo para as colegas.

- Você vai ficar? Por quê? – Perguntou Jeniffer.

- Meus pais vão viajar, mandaram eu e Draco ficarmos na escola esse ano, o que pra
mim, sinceramente, é até muito melhor – Afirmou Hydra.

- Eu aposto que as festas na sua casa devem ser demais! – Disse Rita.
- São boas para quem gosta, eu acho... mas para mim são sempre um saco. – Afirmou
Hydra.

Alguns dias mais tarde, Hydra e Angelina viram uma aglomeração de alunos e leram
um aviso que foi fixado no saguão de entrada, dizendo que o clube de duelos seria
reaberto, as duas decidiram participar, assim como Jorge, Fred, Alicia, Lino e Olívio.

- Acho que isso vai ser demais – Afirmava Fred, enquanto assinava seu nome.

- Totalmente! – Concordou Jorge.

Naquela noite, eles seguiram para o salão principal, muito animados com a
possibilidade de duelar de verdade. As longas mesas de jantar tinham desaparecido e
surgira um palco dourado encostado a uma parede, cuja iluminação era produzida por
milhares de velas que flutuavam no alto. O teto voltara a ser um veludo negro.

- Isso é tão legal, quem será que vai duelar? – Disse Angelina animada para Hydra e
Alícia.

- Eu não sei, mas eu não me importaria de duelar com o seu irmão, Hydra - Comentou
Fred atrás delas, parado junto de Lino e Jorge.

- Eu também não me importaria, na verdade – Afirmou Hydra.

- Do que vocês estão falando? – Perguntou Olívio, que agora chegava perto do grupo
junto de Katie.

- Sobre quem deve duelar – Respondeu Hydra.

- Eu acho que algum Professor, provavelmene, eu só espero que não seja o Lockhart –
Afirmou Olívio, olhando o palco que foi armado.

- Nós também – Disseram Jorge e Fred juntos.

Logo depois, o Prof .Lockhart se aproximou e andou pelo palco com roupas ameixas-
escura, apesar de sempre se admirar com o professor, Hydra se sentiu um pouco
decepcionada pela escolha e Jorge, Fred, Lino e Olívio, soltaram suspiros de
reprovação.

- Pra que eu fui falar? – Perguntou Olívio, revirando os olhos.

– Aproximem-se, aproximem-se! Todos estão me vendo? Todos estão me ouvindo?


Excelente! – Dizia o Professor andando no palco. - O Prof. Dumbledore me deu
permissão para começar um pequeno Clube de Duelos, para treiná-los, caso um dia
precisem se defender, como eu próprio já precisei fazer em inúmeras ocasiões, quem
quiser conhecer os detalhes, leia os livros que publiquei.

Lockhart soltou um risinho que mais uma vez fez as meninas supirarem.

- Deixem-me apresentar a vocês o meu assistente, Prof. Snape", disse Lockhart, dando
um largo sorriso. - Ele me conta que sabe alguma coisa de duelos e desportivamente
concordou em me ajudar a fazer uma breve demonstração antes de começarmos.
Agora, não quero que nenhum de vocês se preocupe, continuarão a ter o seu professor
de Poções mesmo depois de eu o derrotar, não precisam ter medo! – Hydra na
verdade achava que Lockhart que deveria ter medo de Snape, julgando pelo olhar
ameaçador que o Professor estava em Lockhart, que ainda sorria, completamente
alheio.

Lockhart e Snape se viraram um para o outro e se cumprimentaram com uma


reverência; pelo menos, Lockhart cumprimentou com muitos meneios, enquanto
Snape curvou a cabeça, rritado. Em seguida, os dois ergueram as varinhas como se
empunhassem espadas.

- Como vocês veem, estamos segurando nossas varinhas na posição de combate


normalmente adotada – disse Lockhart aos alunos em silêncio. – Quando contarmos
três, lançaremos os primeiros feitiços. Nenhum de nós está pretendendo matar, é
claro. – Ao olhar nos olhos irritados de Snape, Hydra ficou na dúvida se aquilo seria
verdade.

- Um... dois... três...

Os dois ergueram as varinhas acima da cabeça e as apontaram para o oponente; Snape

exclamou:
- Expelliarmus! – Viram um lampejo vermelho ofuscante e Lockhart foi lançado para o
alto: voou para os fundos do palco, colidiu com a parede, foi escorregando e acabou
estatelado no chão.

Draco e outros alunos da Sonserina deram vivas, já as meninas de todas as casas,


pareciam extremamente preocupadas com Lockhart.

Lockhart foi-se levantando tonto. Seu chapéu caíra e os cabelos ondulados estavam
em pé.

- Muito bem! – disse, cambaleando de volta ao palco. – Isto foi um Feitiço de


Desarmamento, como viram, perdi minha varinha, ah, muito obrigado, Srta. Brown...
sim, foi uma excelente demonstração, Prof. Snape, mas se não se importa que eu diga,
ficou muito óbvio o que o senhor ia fazer. Se eu tivesse querido detê-lo teria sido
muito fácil, mas achei mais instrutivo deixá-los ver...

Lockhart acabou mudando de ideia, Hydra achou que ele na verdade parecia ter medo
de Snape.

- Chega de demonstrações! Vou me reunir a vocês agora e separá-los aos pares. Prof.
Snape, se o senhor quiser me ajudar...

Os dois caminharam entre os alunos, formando as duplas, Hydra foi colocada com
Jorge, Angelina com Fred e Olívio com um grande menino do sétimo ano da Lufa-Lufa .

Ela notou que Harry foi colocado com Draco e pensou que nada de bom poderia sair
disso.

- De frente para os seus parceiros! –mandou Lockhart, de volta ao tablado. – E façam


uma reverência!

Jorge fez uma reverência exagerada e quase encostou a cabeça no chão, fazendo
Hydra rir.

– Preparar as varinhas! – gritou Lockhart. – Quando eu contar três, lancem seus


feitiços para desarmar os oponentes, apenas para desarmá-los, não queremos
acidentes, um... dois... três...
Hydra e Jorge faziam turnos desarmando um ao outro.

- Até que voce é boa nisso, Malfoy – Afirmou Hydra, depois de ter desarmado ele com
sucesso pela terceira vez.

- Você também não é nada mau, Weasley – Disse Hydra sorrindo, agora sendo
desarmada pelo amigo.

Eles pararam ao notar uma confusão vinda de um lado da sala.

- Parem! Parem! – Hydra ouviu Lockhart berrar em direção a confusão e foi correndo
ver o que estava acontecendo.

Uma névoa de fumaça verde pairava sobre o local, vários alunos estavam caídos e
machucados, Hermione duelava ferozmente com uma garota da Sonserina muito
maior do que ela.

- Ai, ai-ai, ai-ai! – exclamou Lockhart, passando por entre os duelistas, para ver o
resultado das lutas. – Levante, Macmillan... Cuidado, Senhorita Fawcett... aperte com
força, vai parar de sangrar em um segundo, Boot...

- Acho que é melhor ensinar aos senhores como se bloqueia feitiços hostis –, disse
Lockhart, parando no meio do salão. Ele olhou para Snape, cujos olhos negros
brilhavam, e desviou rápido o seu olhar. - Vamos arranjar um par voluntário,
Longbottom e Finch-Fletchley, que tal vocês...

- Uma má ideia, Prof. Lockhart – disse Snape, deslizando até ele como um enorme
morcego malévolo. – Longbottom causa devastação até com o feitiço mais simples.
Vamos ter que mandar o que sobrar de Finch-Fletchley para a ala hospitalar em uma
caixa de fósforos. – Hydra sentiu pena do pobre menino de rosto redondo que ficou
vermelho. – Que tal Malfoy e Potter? – sugeriu Snape com um sorriso.

Hydra abriu a boca para protestar, mas decidiu ficar calada, não poderia reclamar da
decisão do professor assim na frente de todo mundo.

- Ótima ideia! – disse Lockhart, fazendo um gesto para Harry e Draco irem para o meio
do salão, enquanto os demais alunos se afastavam para lhes dar espaço.
- Agora, Harry – disse Lockhart. – Quando Draco apontar a varinha para você, você faz
isto. Ele ergueu a própria varinha, tentou um complicado floreio e deixou-a cair. Snape
abriu um sorriso quando Lockhart a apanhou depressa, dizendo:

- Epa, minha varinha está um tanto excitada demais...

Snape aproximou-se de Draco, curvou-se e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. O


garoto riu também. Harry ergueu os olhos, nervoso, para Lockhart e disse:

- Professor, podia me mostrar outra vez como se bloqueia?

Draco disse algo a Potter, mas Hydra não conseguiu ouvir, ela estava parada junto a
multidão, com medo do que viria desse duelo.

- Eles podem se matar! – Disse ela, olhando assustada para o palco.

- Não se o Lockhart não matar eles com algum feitiço mal feito antes – Afirmou Fred,
que parecia achar tudo muito divertido.

Lockhart deu uma palmada bem-humorada no ombro de Harry.

- Faça exatamente como fiz, Harry!

- O quê, deixar cair a varinha?

Hydra riu da afirmação de Harry, mas não tanto quando Fred, Jorge e Lino. O professor
parece não ter ouvido nada, porque apenas continuou:

- Três... dois... um... agora! – gritou ele.

Draco ergueu a varinha depressa e berrou:

- Serpensortia!

A ponta de sua varinha explodiu. Hydra se chocou e soltou um gritinho de surpresa


quando viu uma comprida cobra preta se materializar, cair pesadamente no chão entre
Harry e Draco e se erguer, pronta para atacar. Os demais alunos gritaram recuando
rapidamente, abrindo espaço.
- Não se mexa, Potter – disse Snape tranquilamente, parecendo sentir prazer com a
situação– Vou dar um fim nela...

- Permita-me! – gritou Lockhart. E brandiu a varinha para a cobra, ao que se ouviu um


grande baque; a cobra, em lugar de desaparecer, voou três metros no ar e tornou a
cair no chão com um estrondo. Enraivecida, sibilando furiosamente, ela deslizou direto
para Justino Finch-Fletchley e se levantou de novo, as presas expostas, armada para o
bote.

Hydra e os demais alunos estavam em pânico sem saber como agir, ela olhou e viu que
Harry gritou alguma coisa em uma língua esquisita que ela não conseguia entender, o
mais estranho, era que Harry parecia estar falando com a cobra que olhou em direção
a ele.

- Que diabos é isso? – Perguntou Olívio.

- O Harry sabe falar a língua das cobras? – Perguntou Alicia para os colegas, mas todos
deram os ombros em uma expressão de "não sabemos"

- Isso não é supostamente ruim? – Perguntou Angelina.

Hydra não respondeu, viu assustada que a cobra parecia prestes a atacar um aluno da
Lufa-Lufa que gritou.

– De que é que você acha que está brincando? – Ele então saiu enfurecido do salão.

Snape se adiantou, acenou a varinha e a cobra desapareceu com uma pequena


baforada de fumaça preta.

Harry saiu com Rony, Hydra ficou imóvel tentando assimilar o que tinha acontecido.

- É ele mesmo, ele é o herdeiro de Slytherin, ele fala com cobras! – Disse uma menina
da Corvinal assustada para a outra.

- Só pode ser ele, você viu o que ele fez? – Ouviu um menino da Lufa-Lufa falar e sair
assustado.
- Vamos Hydra, é melhor a gente sair daqui – Olívio segurou na mão de Hydra a
levando para fora do salão.

Quando chegaram na torre da Grifinória, Hydra ainda incrédula com o que tinha
acontecido, se sentou em uma poltrona, sem tirar os olhos do chão, não notou quando
Fred, Jorge e Angelina se aproximaram.

- Você não acham que? – Disse Angelina interrompida por Fred.

- Não, o Harry é nosso amigo, lembra? Ele não seria... – Fred não parecia tão certo de
sua resposta, nem Hydra, ela se recusava a acreditar que Harry faria algo de ruim para
alguém, mas não conseguia entender como ele pode falar com cobras.

- Ofidioglota! – Disse Hydra, finalmente olhando para cima e encarando os amigos –


Alguém aqui sabia que o Harry era Ofidioglota? – todos negaram com a cabeça –
Slytherin era... – Decidiu não completar o pensamento.

- Ok, mas isso não significa nada – Disse Fred.

- Eu sei, eu sei que não... – Afirmou Hydra.

Depois de um tempo, a menina decidiu ir dormir, ficou pensativa deitada na cama,


seria Harry mesmo o herdeiro de Slytherin? Não, não podia ser...
CAPÍTULO 11

NATAL EM HOGWARTS

No dia seguinte, a neve caia forte, desde os 10 anos Hydra não via uma nevasca como
aquela, morrendo de frio, ela desceu para o café da manhã, o castelo estava mais
escuro do que o normal, enquanto comia um delicioso sanduíche de carne, as
correspondências da manhã chegaram e ela recebeu um envelope junto com as
tradicionais guloseimas que sua mãe mandava.

Ela reconheceu a caprichosa letra de Narcisa em um pergaminho.

"Querida Hydra,

Passado o pior, acho melhor lhe informar o que tem acontecido nos últimos meses;

Seu pai não aceitou nada bem a cena no escritório de Dumbledore, ele passou os
últimos meses tentando exigir que o ministério intervisse a seu favor e mudasse você
de casa, não tendo sucesso, ele decidiu tentar pedir a sua imediata transferência de
volta para Beauxbatons, o pedido foi negado pela diretora do local e por Dumbledore,
então ele decidiu pedir sua transferência para Durmstrang, o diretor aceitou, mas
Dumbledore foi contra sua transferência e argumentou em como isso iria lhe
prejudicar, seu pai decidiu pela não transferência para evitar perguntas dos
conselheiros sobre os motivos da mesma.

Por enquanto está tudo calmo quanto a isso, seu pai parece ter se conformado, embora
não esteja feliz, decidi não contar a ele sobre seu namoro com o rapaz meio-sangue,
ou acho que nada iria impedir que ele lhe tirasse de Hogwarts e eu não quero que você
vá para tão longe novamente, mandei uma coruja a Draco pedindo que ele também
não fale nada sobre isso, mas espero que até o final do Natal esse assunto já esteja
concluído.

Ele não é para você, Hydra, não tem nosso sangue, nosso status, você já pensou que ele
possa estar te usando? Gente como essa não pode ser confiada nunca.

Como foi dito antes, iremos passar o Natal fora, então estarei enviando seus presentes
e de Draco por coruja na manhã de natal.
Com amor,

Mamãe."

O choque inicial da carta demorou para passar, Hydra ficou relendo por alguns minutos
até que Fred e Jorge gritassem para ela voltar a realidade, ela decidiu mostrar a carta a
seus amigos, não queria que Olívio lesse a parte onde sua mãe falava dele com tanto
desprezo, mas ele chegou quando Angelina estava lendo e acabou vendo seu nome e
pedindo para ver a carta, Hydra primeiro quis negar, mas ele insistiu em saber o que
estavam falando dele e viu o rosto de Olívio entristecer enquanto lia.

- Esquece isso, eu já te disse que eu não ligo para essas coisas... – Hydra tentava
consolá-lo.

- Eu sei, isso não é nada – Olívio tentava parecer okay com a situação, mas seus olhos
denunciavam outra história.

- Minha mãe é uma idiota quanto a isso, assim como o resto da minha família quando
se trata dessas coisas, de jeito nenhum isso relfete como eu me sinto, você sabe disso,
não sabe, Olívio? – Perguntou Hydra, ele estava sentado ao seu lado, parecendo
miserável.

- Eu sei, Hydra, é só que... eu não gosto que pensem menos de mim porque eu não sou
sangue-puro ou porque eu não tenho tanto ouro quanto você... – Afirmou ele com a
voz baixa, enquanto os seus amigos fingiam não ouvir nada, o que fez Hydra se sentir
agradecida.

- Eu não penso, eu não penso, eu juro! Pra mim você é um menino maravilhoso e... –
Hydra tavou, nunca falou para ninguém o que ia falar para ele agora – bom, eu te amo,
Olívio.

Olívio olhou para a namorada, sorriu e acariciou o seu rosto.

- Eu também te amo, Hydra... – Respondeu ele sorrindo, com um sorriso tão largo que
pareceu iluminar o local,

- Tá, agora chega, né? – Perguntou Fred, fingindo querer vomitar.


Olívio pareceu bem melhor, na verdade agora parecia muito animado.

Durante o café, só se falava de Harry Potter e como só podia ser ele o herdeiro de
Slytherin e que todos os nascidos trouxas deveriam se proteger contra seu ataque,
Hydra continuo achando toda história surreal e não acreditou nela, mas não conseguia
deixar de achar estranho os acontecimentos no clube do duelo.

A aula de transfiguração corria normalmente, com Minerva brigando com Fred e Jorge
por terem tentado transformar a cabeça de Justin Millagroge em uma abobora,
quando ouviu berros vindo do lado de fora.

– ATAQUE! ATAQUE! MAIS UM ATAQUE! NEM MORTAL NEM FANTASMA ESTÃO


SEGUROS! SALVEM SUAS VIDAS! ATAAAAAQUE!!!

Minerva correu e abriu a porta e todos a seguiram, no meio da multidão de alunos era
quase impossível identificar o que aconteceu, Hydra viu Nick-quase-sem-cabeça o
fantasma da Grifinória parado no ar, parecia estar congelado, então viu um menino do
segundo ano da Lufa-Lufa no chão, petrificado, o mesmo que quase tinha sido atacado
pela cobra no clube de duelos e Harry Potter próximo a eles.

Todos começaram a gritar e falar alto, em desespero, mas logo em seguida, a


professora Minerva usou a varinha para produzir um alto estampido e restaurar o
silêncio, e mandou todos de volta para as salas de aula, Hydra estava obedecendo e
indo de volta para a sala quando ouviu Ernie MacMillan, o primo de Jeniffer que estava
no segundo ano gritar.

- Apanhado na cena do crime! – ele tinha o rosto lívido, apontando dramaticamente


para Harry.

- Agora já chega, Macmillan! – disse a professora Minerva rispidamente.

Hydra teve que seguir com o resto dos alunos para a sala e não viu o que acontecera
em seguida no corredor.

- Foi o Harry, só pode ter sido! Mas não é possível! – Dizia Rita.

- Não, não foi ele, ele não faria isso, não foi ele, essa ideia é completamente ridícula! –
Fred e Jorge defendiam fortemente Harry.
- Não acho que o Harry faria isso, por quê ele iria querer matar nascidos trouxas? Sua
melhor amiga é uma! – Disse Hydra, que apesar de na hora ter pensado na
possibilidade que teria sido ele, pensou melhor no assunto e viu que era uma ideia
absurda, isso era mais coisa realmete de seu irmão do que de Harry, mas também, o
que sabia sobre Harry, além do que ouvia falar? Não, não, não podia ser ele.... pensava
ela, discutindo consigo mesma dentro de sua mente.

- Eu ouvi dizer que ele odeia os trouxas que moram com ele, vai ver ele criou um ódio
de todos os trouxas, sua família também não é assim? – Perguntava um dos meninos
de sua turma.

- Sim, mas se estivessem acusando a minha família eu até entenderia, mas não o
Harry! – Disse Hydra.

- Então quem foi, você? É bem coisa dos Malfoys isso mesmo!

Fred e Jorge partiram para cima do menino quando ele terminou de falar, com as
varinhas na mão, mas foram separados pelos outros alunos, pouco depois, a
professora McGonagall chegou e deu uma advertência aos três, mesmo Hydra tendo
argumentado que Fred e Jorge só estavam a defendendo.

O ataque duplo levantou uma maré de pânico entre os alunos, quase todos que
tinham colocado seus nomes para passar o natal em Hogwarts correram para reservar
lugares no expresso de Hogwarts.

Todos continuavam a ter medo e evitar Harry, o que deixava Hydra indignada e com
pena do rapaz, decidiu falar com ele em uma tarde no corredor entra as aulas.

- Harry...

- Ah, oi Hydra – Harry parecia espantado que alguém quisesse chegar perto dele e
parou junto com Hermione e Rony, os três olhando espantados para Hydra.

- Eu só quero que você saiba que eu acredito que você não tem nada a ver com esses
ataques, as pessoas estão sendo ridículas, eu sei como é ser julgada por algo que você
não é... – Harry a olhou e Hydra notou um certo alivio em seus olhos, como se
esperasse que as pessoas chegassem também a essa conclusão, mas também parecia
sem graça e não muito disposta a conversar.
- Obrigada! – Hydra raparou que Rony a olhava de forma estranha, mas Hydra decidiu
ignorar, se despediu deles e seguiu para sua aula, mas logo depois ouviu Jorge e Fred
gritarem, ela voltou para ver o que era.

Eles estavam na frente de Harry nos corredores, gritando em tom de brincadeira:


"Abram caminho para o herdeiro de Slytherin, um bruxo realmente maligno vai
passar..."

Hydra já tinha reclamado com eles sobre esse comportamento, mas os dois achavam
muita graça na situação, ela então olhou para o lado e viu Draco parado perto da cena,
ela notava que Draco ficava com a cara amarrada toda vez que ouvia os gêmeos
brincarem, ela sabia o quanto Draco invejava Harry, será que estava com raiva por
estarem levando o crédito dele? Parece algo que ele faria, mas não pode ser o Draco...

O período letivo terminou, Hydra se despediu de Angelina, Katie, Alicia e Lino que
foram para casa para as férias de natal, Hydra havia encomendado presentes para
todos que seriam entregues em suas casas, o castelo ficou em silêncio, na torre da
Grifinória, somente Harry, Hermione, Hydra, Olívio e os Weasleys permaneceram e
todos podiam brincar de snap explosivos, por sorte, Percy não passou muito tempo na
sala comunal.

- Eu comprei um presente para você – Disse Olívio na noite antes do natal sentado em
uma das poltronas perto da lareira com Hydra a seu lado.

- Sério? Não precisava meu amor – Depois de dar um beijo em Olívio, continuou – O
que você comprou?

- Espera, vou te entregar. – Olívio levantou da poltrona e foi até o seu quarto, ele
voltou pouco tempo depois com uma linda caixinha dourada, ele mostrou para ela e
tirou de dentro dela uma pulseira de ouro com uma pequena estrela – Essa pulseira é
especial, ela vem com um encantamento, sempre que você sentir ela quente, significa
que eu estou pensando muito em você, não se preocupe, não vai esquentar com todo
pensamento, é somente se o pensamento for muito forte, é simples, mas achei que
fosse gostar.

Hydra nunca recebeu um presente tão lindo em toda sua vida, ela beijou Olívio com
muita paixão, não tinha quase ninguém na sala comunal para ver mesmo, então
apenas ignorou tudo ao redor, depois de Olívio recuperar o fôlego, ela pediu pra que
ele colocasse a pulseira em seu pulso, imediatamente ela sentiu que onde a pequena
estrela tocava sua pele, estava quentinho, mas não algo que incomodasse, era
confortável, apesar de todas as vezes que Olívio parecia não pensar em mais nada
além de quadribol, ela sabia agora que não era verdade, que ele pensava nela e
provavelmente queria que ela soubesse disso.

Depois de agradecer mais muitas vezes, Hydra disse que entregaria o presente de
Olívio na manhã de natal e ambos foram dormir.

A manhã de natal veio fria e branca.

Hydra, que estava sozinha em seu quarto, notou algumas embalagens perto de sua
cama, levantou imediatamente e começou a abri-las.

Ela ganhou uma vassoura nova de corrida de sua mãe (curiosamente a mesma coisa
que comprara para Olívio), Angelina enviou um livro intitulado "Grandes e perigosas
poções e como prepará-las" Hydra amou esse presente, Jorge e Fred lhe deram um
pacote com algumas de sua invenções e um bilhete (para usar quando achar
necessário, talvez na sua casa, com seu irmão, mas é só uma sugestão), Alicia enviara
um lindo porta retrato com uma foto dela com Hydra, Angelina, Katie, Fred, Lino,
Olívio e Jorge sorrindo e acenando alegremente no pátio do castelo (Fred e Jorge
faziam caretas) com um bilhete escrito:

"Agora você pode colocar também do lado da sua cama, todos seus amigos deveriam
ficar juntos"

Hydra quase chorou com esse presente e colocou imediatamente ao lado do porta
retrato com suas amigas Francesas, seu pai enviou um luxuoso jogo de pena e
pergaminho feitos de ouro e suas amigas da Beauxbatons enviaram diversos doces
franceses que elas sabiam que Hydra amava (as meninas estavam muito mais felizes
desde que Hydra voltou a escrever semanalmente) ela notou uma pequena caixinha na
sua cama que não tinha visto antes e a abriu era um colar com um medalhão grande e
verde com a letra M gravada em dourado, ela abriu o medalhão e notou que em um
canto havia uma foto de sua família fazendo uma pose pompuda e séria com Lúcio
sentado em uma das luxuosas poltronas verde escura de sua sala, Narcisa estava
inclinada no braço da cadeira com as mãos em seu ombro na sua direita, Hydra estava
na mesma posição na sua esquerda com Draco a seu lado em pé e firme, els acenavam
levemente e no outro canto do medalhão, tinha uma de Hydra e Draco quando eram
crianças se abraçando forte, sorrindo e acenando, dentro do pacote tinha um bilhete

"Para você nunca esquecer de onde vem e quem está sempre do seu lado.
com amor,
Draco"

Hydra ficou alguns segundos olhando o medalhão, que trazia junto uma corrente
dourada, certamente de ouro puro, nunca Draco dera um presente tão simbólico,
Narcisa geralmente escolhia os presentes que iriam dar um para o outro (como Hydra
havia deixado acontecer novamente esse ano) ela se emocionou profundamente,
apesar de saber que esse era um medalhão da família Malfoy, era algo que pelo menos
parecia que ele tinha escolhido sozinho, ela logo colocou o cordão no pescoço.

Ela foi correndo até o quarto de Olívio, que estava em pé, ainda com o pijama, por
sorte, Percy não estava por perto.

- Hydra, o que você está fazendo aqui? O Percy ia fazer um escândalo se estivesse aqui
e te visse! – Disse ele, parando assustado para olhar para ela.

- Eu queria te entregar seu presente – Disse Hydra, mostrando o enorme pacote que
escondia nas suas costas.

- Hydra, isso é? Isso é uma?? - Olívio ficou sem voz, sem ter o que falar, ele apenas
pegou o embrulho e abriu rapidamente.

Era uma nimbus 2001 que comprou em segredo de seus pais (e acabou recebendo
uma igual de presente), Olívio demorou uns cinco minutos para se recuperar e quase
chorando, agradeceu Hydra e prometeu que com isso ele iria tentar ser o melhor
goleiro que ela já viu, ele alisava a vassoura como se fosse uma pedra preciosa, seus
olhos brilhavam.

- Eu vou comprar um kit para polir ela todos os dias, você vai ver, acho que essa vai ser
a vassoura mais linda que essa escola já viu! – Disse Olívio ainda emocionado, Hydra
não conseguia deixar de achar um pouco de graça da situação toda.
- Que bom que você gostou – Disse Hydra, rindo, ao lado da cama dele, enquanto ele
acariciava a vassoura.

- Gostei? Foi o melhor presente que eu já ganhei na minha vida, eu não, eu não sei se
posso aceitar, é muito, é maravilhoso, é tão caro... – Disse ele ainda muito emocionado
e sem jeito.

- Você pode e se não quiser me ofender, você vai aceita sim! – Disse Hydra rindo da
cena, ele ainda segurava a vassoura como um bem precioso.

Ele olhou para Hydra e a puxou para junto dele.

- Você tem como ficar melhor? – Perguntou ele, sorrindo, com o rosto perto do de
Hydra e com ela em seus braços, os dois sentados na cama do rapaz.

- Na verdade tem, quanto tempo o Percy vai ficar fora? – Perguntou Hydra rindo.

- O suficiente... – Respondeu Olívio a beijando logo depois (não sem antes deixar a
vassoura dele cuidadosamente posicionada no chão).

Hydra entregou, um pouco mais tarde, na sala comunal, para Fred e Jorge, seus
presentes, um jogo novinho de snap explosivos e um grande kit de fogos de artifício
Dr. Filibusteiro, os gêmeos pareciam agradecidos e satisfeita, ela também entregou
sua antiga vassoura, a nimbus 2000 para que eles revezassem usando, o que deixou
eles extremamente incrédulos e agradecidos.

- Não é só isso. – Disse Hydra, pegando um pequeno vidriho de suas vestes – Essa
poção aqui, se misturada com a sua geleca que estavam me mostrando ontem,
consegue fazer ela crescer de um jeito que tomaria uma sala inteira.

- O que!? Isso é genial! – Disse Fred, pegando o vidro animadamente.

- Isso é o que faltava, valeu, Hydra, esse é o presente perfeito! – Disse Jorge, dando um
beijo em sua bochecha.

O almoço de natal foi maravilhoso, O Salão Principal estava magnífico.


Não só tinha uma dúzia de árvores de Natal cobertas de cristais de gelo e largas
guirlandas de visco e azevinho que cruzavam o teto, como também caía uma neve
encantada, morna e seca, Dumbledore puxou o coro de algumas de suas músicas de
Natal preferidas. Hagrid cantava cada vez mais alto a cada taça de gemada de vinho
quente que consumia. Percy, que não reparou que Fred havia enfeitiçado o seu
distintivo de monitor – agora com os dizeres "Cabeça de Alfinete" –, não parava de
perguntar por que os garotos ficavam dando risadinhas.

Hydra viu Draco debochando do novo suéter de Harry, dado de presente pela Sra.
Weasley, segundo Jorge, que usava um no mesmo estilo, Hydra decidiu ir até a mesa
da Sonserina agredecer ao irmão pelo presente que ganhara.

Quando chegou atrás de seu irmão, ele, Crabbe e Goyle e os outros poucos alunos da
Sonserina que estavam na mesa pararam de rir e conversar e olharam atentos para
ela, então ela pediu licença para Crabbe e se sentou do lado de Draco, os três meninos
olhavam assustados e sem ação.

- O que você está fazendo na mesa da Sonserina? – Perguntou Draco ainda parecendo
em choque.

- Não se preocupe, não pretendo ficar muito, eu só queria agradecer pelo presente. –
Exibiu o colar para Draco sorrindo – Eu gostei muito, foi a mamãe que escolheu?

- Não, na verdade esse colar está na família desde o amo de mil quinhentos e vinte e
seis, eu encontrei um dia e perguntei para o papai se podia ficar com ele, ele
concordou, desde que eu não desse a ninguém não digno dos Malfoy, então eu pensei,
que quem seria mais digna do que uma outra Malfoy? – Draco não conseguiu terminar
a frase, Hydra pulou em seu pescoço e o abraçou, os alunos da Sonserina olhavam
dando risinhos e os amigos de Hydra estavam com olhares chocados na mesa da
Grifinória. – Chega Hydra, chega! – Disse Draco a afastando, ele estava vermelho – Eu
já entendi que gostou do presente, agora, vá embora, está me fazendo passar
vergonha – Completou ele baixinho.

- Tudo bem. – Nem mesmo a falta de educação de Draco conseguiu deixar Hydra
menos feliz, ela saiu sorridente em direção à mesa de sua casa, onde explicou o que
aconteceu.
- Achei que você estava atacando ele... – Disse Jorge com voz de triste e parecendo
desapontado.

- Não no natal. – Hydra disse rindo, todos estavam de muito bom humor naquele dia e
parecia que nada iria estragar isso.

Harry, Hermione e Rony saíram do salão apressados, Hydra, Fred, Jorge e Olívio
decidiram voltar para a sala comunal, onde brincaram de snaps explosivos enquanto
Olívio passava o tempo quase inteiro polindo sua nova vassoura com um kit que
conseguiu emprestado.

- Calma ai Olívio, é uma vassoura, não é a Hydra! - Brincou Fred enquanto Olívio
chegava a boca perto da vassoura para lustrá-la com o vapor que saia dela, ele parou
sem graça, encostou a vassoura na poltrona e se juntou a eles no jogo.

Rony e Harry chegaram na torre parecendo nervosos depois de algumas horas.

- Oi Harry, onde está a Hermione? – Perguntou Hydra.

- Na ala hospitalar, aconteceu um... um acidente – Disse Harry parecendo um pouco


nervoso enquanto sentava em uma poltrona.

- Ela está bem? O que houve? É o herdeiro novamente? – Hydra parou o jogo
preocupada, sempre gostou muito de Hermione, apesar de saber bem o tipo de
pensamento que sua família teria sobre ela.

- Não, ela está bem, foi um... feitiço, isso, ela estava praticando um feitiço e não deu
muito certo, mas ela deve ficar bem logo, não se preocupe, ela não quer visitas, então,
pode deixar que eu falo que você perguntou por ela. – Hydra não acreditou em Harry,
seu tom de voz era nervoso e seu olhar confuso, estava claro que ele inventara toda a
história, mas decidiu fingir que acreditava, já que ele queria muito que claramente
ninguém fizesse mais perguntas, porém, não deixou de imaginar, por um segundo pelo
menos, se alguém não teria atacado ela...

- Hydra, você sabia que o Ministério da magia fez uma blitz na sua casa? – Perguntou
Rony, sentado ao lado de Harry.
- Não! Como você soube? Mamãe nunca me conta nada que está acontecendo e meu
pai, bem, meu pai nunca me escreve, ele só falar com o Draco. – Hydra parecia um
pouco triste ao falar a última frase.

- Eu ouvi falar, parece que não encontraram nada, mas ele deve ter alguma coisa na
sua casa, certo? Escondido talvez? – Harry deu uma cotovelada no braço de Rony,
como se pedisse para ele parar de falar, Hydra achou tudo muito suspeito, o tom de
voz de Rony era como se esperasse uma confirmação e não uma resposta.

- Provavelmente Rony, mas eu não sei, eu não passo muito tempo em casa desde que
fui para a escola, nem as férias, eu passo uma ou duas semanas lá e viajo para casa das
minhas amigas na França, sempre que estou na mansão eu geralmente fico trancada
no meu quarto.– Hydra olhava atentamente para Rony enquanto falava com um olhar
sério e firme. - O papai deve ter coisas escondidas, é claro, lembro de ele falar algo
sobre um quarto onde esconde as coisas quando eu era criança, mas eu não faço ideia
de onde seja ou o que esteja ali, como eu disse, ele não fala comigo e também não
deixa a mamãe me contar as coisas, ele só fala com o Draco, eu sou praticamente
invisível dentro daquela casa para ele, mas também, nunca me interessei em saber de
nada, mas o por quê da pergunta? O que está acontecendo? – O tom de voz de Hydra
era nervoso, ela não estava gostando das perguntas, parecia que Rony desconfiava
dela.

- Por nada Hydra, Rony está nervoso porque soube que o Sr. Weasley está sofrendo
um inquérito no ministério por causa do carro que nós pegamos... – Disse Harry, sem
deixar Rony responder, Hydra não acreditou, mas se solidarizou com os Weasleys que
pareciam todos muito nervosos pedindo explicações a Harry e decidiu não fazer mais
perguntas, pelo menos por enquanto, para Rony.

- Seu pai está pedindo para que ele seja demitido do Ministério. – Disse Rony para
Hydra, com raiva, Hydra se sentiu triste e de alguma forma responsável pelo
sofrimento de sua família.

- Eu vou falar com ele, vou mandar uma coruja imediatamente ameaçando falar com
seus amigos sobre como ele na verdade os despreza, algumas coisas que me
interessam eu ouço naquela casa, eu posso usar isso contra ele, papai odeia
escândalos com seu nome. – Hydra falava com a voz angustiada se levantando da
poltrona – Vou agora mesmo...
- Não, Hydra, você leu a carta que sua mãe lhe enviou, seu pai quer tirar você da
escola, se você fizer algo ele vai ficar com mais raiva! – Disse Fred levantando e
segurando Hydra pelo pulso a impedindo de sair da sala – Papai deve dar um jeito, o
Ministério não deve demitir ele por bobagem. – Hydra se sentou tentando se acalmar,
depois de um tempo, ela e Wood decidiram subir disfarçadamente para o quarto do
rapaz, que estava ainda sem o Percy, parece que afinal, algo tirou a alegria que sentiu
no resto do dia, cada vez mais a raiva de seu sobrenome crescia nela, no dormitório,
Olívio se sentou em frente a ela.

- Você e seu pai não se falam direito mesmo? – Perguntou ele com a voz calma e doce
e uma das mãos deslizando no rosto de Hydra.

- Não, desde que ele percebeu que eu não seguia o que ele falava... – Hydra se ajeitou
na cama, esse assunto sempre a incomodou muito, mas não queria parecer grossa de
alguma forma.

- E quando foi isso? – Perguntou Wood também se ajeitando.

- Bem, acho que quando eu tinha uns sete ou oito anos, alguns anos depois da que de
Você-Sabe-Quem caiu, minha tutora já vinha me ensinando escondida sobre o mundo
dos trouxas e porque não deveria desprezá-los, por algum motivo, eu a ouvi, ouvi de
verdade, aquilo tudo fazia sentido, sabe?

Olívio olhava com muita atenção para tudo que Hydra falava

- Ela me levava em segredo para brincar com crianças em um bairro trouxa, eu


comecei a gostar delas – Hydra tinha alegria na sua voz quando contava isso, mas
mudou para um tom triste ao continuar a história – Um dia meu pai estava na mesa
falando sobre como todos os trouxas deveriam ser eliminados do mundo mágico e de
como somente o sangue bruxo puro deveria ser respeitado e dominar sobre todo o
que ele chamava de escória mágica que tomava conta depois da queda de Você-Sabe-
Quem... – Olívio parecia agora ainda mais interessado na história, seus olhos estavam
muito atentos em cima de Hydra.

- E o que aconteceu? – Perguntou ele curioso.


- Bem, eu disse que isso não era verdade e que os trouxas eram pessoas legais que
deveriam ser respeitadas – Olívio soltou um suspiro de surpresa, era como se ele
pudesse imaginar a cena, pensou Hydra, e a reação de seus pais.

- Seu pai não deve ter gostado nada disso...

- Não, ele brigou comigo, disse que eu era uma vergonha para família, uma amante de
trouxas e que deveria me eliminar junto com eles. – Hydra não conseguia esconder a
tristeza em sua voz e seus olhos ficaram molhados, Olívio também parecia triste e
chocado.

- Eu, eu sinto muito, ele não devia ter dito isso... – Disse ele sem jeito.

- O pior não é o que ele disse, é o que ele fez...

- E o que ele fez? – O tom de voz de Olívio denunciava a sua imensa preocupação.

Hydra parecia com medo de continuar.

– Ele usou um feitiço em mim, quando eu tinha 7 ou 8 anos, eu não sabia o que era na
época, mas todo meu corpo doeu muito, eu fiquei com alguns ferimentos, achei que ia
morrer, mamãe empurrou a varinha dele no chão para ele parar, gritou com ele,
tentou impedir, então ele me trancou no calabouço do porão por semanas, me
alimentando duas ou três vezes por dia. – Olívio estava completamente chocado, seu
rosto estava vermeho de raiva e a surpresa era tão grande que ele até se levantou
antes de Hydra continuar — Ele demitiu minha tutora amada, mas antes ela cuidou de
mim junto com a minha mãe quando eu sai de lá de dentro, daquele lugar horrível,
completamente assustada...

- O que? Isso é um cime! – Disse ele com raiva – E sua mãe? Ela não fez nada?

- Fez, acho que por isso que ele me tirou, senão talvez eu estaria lá até hoje, ela
chorou e implorou todos os dias para que ele tirasse ela de lá, que ela era só uma
criança e não sabia o que falava, ela tentava ir até o porão todos os dias, mas papai
impedia... – Algumas lágrimas caiam nos olhos de Hydra e Olívio a abraçou, ainda
muito chocado.
- Eu não acredito nisso, seu pai é realmente um monstro, o seu irmão, ele também não
tentou te ajudar?

- Ele tinha só cinco anos, não sabia de nada do que estava acontecendo, acho que até
hoje não sabe, eu sei que depois de algumas semanas ele me soltou, eu fiquei em
pânico, com medo dele por muito tempo, eu por algum motivo ainda o amo, ele é meu
pai, mas, não sei...

Hydra se ajeitou novamente na cama e parou de chorar

– Ele prometeu para minha mãe que não faria mais isso e me pediu desculpas,
forçadas, mas pediu, então quando eu fiz onze anos quis ir para longe e ele permitiu,
só que alguma coisa mudou quando eu sai, eu criei mais coragem, comecei a não ter
tanto medo dele e falar o que pensava livremente, todos já sabiam que eu existia, era
tarde demais para me matar, mas ainda assim, lá no fundo, eu tenho pavor do meu
pai... – Olívio estava deitado ainda em grande choque.

- Então é por isso que ele nunca te conta nada, – Disse Olívio em um tom mais de
afirmação do que de pergunta – E essa cicatriz nas suas costas?

Perguntou ele, se referindo a cicatriz que Hydra tinha um pouco acima da parte da
lombar, era branca e por ser mágica, jamais sumiria.

- Sim, foi ele quem me deu... ele se apegou ainda mais ao Draco depois disso, como se
fosse sua única esperança de continuar a família, sei lá.

- E sua tutora, ela ainda está viva?

- Sim. – Hydra sorriu ao falar – Ela mora em um vilarejo na França e eu a visito todos os
anos, também enviamos corujas uma para outra todo mês, ela me ensinou tanta coisa,
não só sobre os trouxas, mas sobre respeito e também me ensinou a gostar de ler e
aprender.

- Ela parece ser uma pessoa maravilhosa! – Afirmou Olívio passando o braço direito em
cima de Hydra.

- Muito, é minha segunda mãe, ela é jovem ainda, casou, teve seus filhos, crianças
amáveis, gosto muito de todos eles. – Disse Hydra, agora já sorrindo de verdade.
Depois de encerrar o assunto sobre sua família, Hydra e Olívio ficaram juntos e
conversaram sobre seus planos para depois de Hogwarts, Olívio contou que quer
entrar para algum time grande de Quadribol e Hydra disse que queria sair de casa e ser
mestre de poções, quem sabe usar um novo sobrenome.

- Eu poderia usar o de solteira da minha mãe, mas ela é uma Black e eu não sei qual
das duas família é pior! – Hydra contou em tom de brincadeira.

- Ou eu posso te levar comigo – Disse Olívio.

- Para onde? – Perguntou Hydra.

- Para onde eu for, ué! Não teria talvez tanta riqueza, mas teria amor! — Brincou ele.

- É, quem sabe, parece um bom futuro... – Disse Hydra, beijando o namorado.


CAPÍTULO 12

O MENINO DA CORVINAL

Alguns dias depois, ainda aproveitando as férias, Hydra decidiu caminhar sozinha pelo
castelo, ainda achava encantador cada detalhe daquele grande lugar quando esbarrou
com Hagrid, o guarda caças de Hogwarts que parecia um gigante, Hydra sempre notou
que ele nunca a olhara diretamente e parecia não gostar dela, mas decidiu falar com
ele mesmo assim:

- Bom dia Hagrid – Disse ela animada.

- Ah, sim, bom, bom dia senhorita Malfoy – Mais uma vez o gigante parecia seco e não
a olhava diretamente, ele se preparava para continuar caminhando quando Hydra
decidiu perguntar:

- Hagrid, eu queria saber por quê você não gosta de mim? – O guarda caças parecia
assustado e surpreso com a pergunta parou de demorou alguns segundos para
responder:

- Eu, eu, quem lhe disse isso? – Perguntou um pouco nervoso.

- Ninguém, eu só sinto, você nunca me olha e sempre fala comigo de forma esquisita, o
que eu fiz?

- Nada, nada senhorita Malfoy – Hydra percebeu uma certa ênfase no seu sobrenome.

- Ah, então é isso – Hagrid ficou intrigado com a afirmação de Hydra – É porquê eu sou
uma Malfoy, não é? – O Guarda caças parecia que ia cair para trás de tanto susto.

- Não, é, não! – Gaguejou Hagrid.

- Olha, tudo bem, eu entendo de verdade, minha família é horrível e eles odeiam todos
que são diferentes, eu sei disso, eu também os odiaria se estivesse em seu lugar. –
Hagrid parecia cada vez mais confuso e envergonhado – Mas eu não sou igual a eles, é
sério, mas me desculpe se lhe fiz algo.
Agora Hydra estava pronta para sair quando o Guarda caças a chamou de volta:

- Você gostaria de tomar chá? Eu estava indo para minha cabana fazer um pouco para
mim, você gostaria? – Ele parecia um pouco mais composto ao falar, já não gaguejava.

- Claro, tudo bem! – Disse Hydra sorrindo.

Os dois saíram do castelo em direção a cabana de Hagrid, Hydra já tinha visto a cabana
de fora, mas nunca imaginou que iria entrar ali dentro, ao entrar na cabana, Hydra viu
notou cada detalhe, havia apenas um aposento na casa. Presuntos e faisões pendiam
do teto e em um canto, havia uma cama maciça coberta com uma colcha de retalhos,
ela se assustou quando um enorme cão negro pulou em Hagrid parecendo muito feliz.

- Esse é o Canino, meu cão de guarda.

- Que cão lindo! – Na verdade Hydra ficou assustada por alguns minutos com o
tamanho do bicho, mas logo depois ele a cheirou e deu algumas lambidas.

Hagrid a convidou para se sentar em uma de suas cadeiras e ferveu o chá, logo em
seguida trouxa uma grande caneca para Hydra e outra para ele e serviu aos dois,
Canino descansava perto de Hydra.

- É verdade sim, senhorita Malfoy – Começou a falar Hagrid, sentado na sua frente,
parecendo mais confortável que no corredor do castelo.

- Me chame de Hydra, por favor... – Disse ela, depois de beber um gole do chá
oferecido pelo meio gigante.

- Tudo bem, Hydra, eu achei que você seria igual a seu pai, tive o desprazer de
conhecê-lo em algumas situações e nunca foi agradável, seu pai é... – Ele pareceu
escolher com cuidado as palavras – uma das piores pessoas que já conheci e toda sua
família sempre foi o mesmo comigo.

Hydra abaixou a cabeça, concordava com tudo com o que Hagrid disse, mas se sentia
estranha ao ouvir isso de um estranho.

- Não quis aborrecê-la, me desculpe! – Disse Hagrid depressa.


- Não, não, eu entendo, é verdade, eles são tudo isso mesmo, eu sei que são. – Disse
Hydra depressa, dando um leve sorriso.

- Hermione já me falou que você era diferente, mas não consegui acreditar muito,
acho que eu fui preconceitos vejam só! – Hagrid deu uma risada reconfortante.

- Eu também seria, acredite, se eu pudesse, nem eu falava com a minha família.

- Mas só de ver a senhorita aqui e na Grifinória, sei que eles estavam falando a
verdade, espero que aceite as desculpas de um velho tolo... – Hagrid colocou a mão no
peito e deu um olhar sincero para Hydra, o que fez sorrir no mesmo instante.

- Mas é claro que sim e não vejo nenhum velho tolo aqui!

Os dois sorriram e ficaram ali conversando e rindo por algumas horas, Hagrid contava
sobre os animais que encontrava em suas caminhadas na floresta, ficaram ali até que
ela teve que voltar para o castelo, Hydra sentiu que fizera ali um novo amigo e isso
valeu todo seu dia.

- Aonde a senhorita estava? – Perguntou Jorge, fingindo estar falando sério, enquanto
se sentava ao lado de Hydra na poltrona.

- Na casa do Hagrid, tomando chá – Respondeu ela.

- Legal, o Hagrid é bem gente boa! – Disse Fred, que sentou a poltrona ao lado.

- E vocês dois? Como estão aproveitando o dia?

- Jogando, planejando algumas novas invenções e sendo incríveis, como sempre. -


Jorge sempre fazia Hydra rir, o jeito como ele falava as coisas era algo que trazia
alegria para qualquer um, assim como Fred.

- Vocês dois são realmente incríveis, sabiam? – Perguntou Hydra.

- Acabei de dizer que sim, – Disse Jorge brincando e rindo.

- É o que todas dizem... – Completou Fred também rindo.


Angelina e Hydra tinham uma boa amizade, assim como Alícia e Katie, mas Fred e
Jorge pareciam a cada dia se aproximar mais de Hydra, ela se sentia feliz e confortável
com os dois, mas não da maneira que sentia com Olívio, era algo mais fraternal, difícil
de explicar, como se já conhecesse os dois de muito tempo.

- E cadê sua melhor metade? – Perguntou Jorge, enquanto comia um pedaço de bolo
caramelado que tinha sobrado dos muitos que Narcisa mandara por coruja para ela
naquela manhã.

- Testando a vassoura nova pela milésima vez, provavelmente. – Respondeu Hydra.

- Eu não sei como você aguenta essa fascinação dele por quadribol. – Disse Jorge – Eu
gosto também, mas o Olívio leva a coisa para outro patamar.

- É verdade, eu não entendo muito também – Completou Fred.

- O Olívio é doce, é um homem focado,que sabe o que quer, eu só sei apreciar isso, eu
acho. – Respondeu Hydra, se servindo também de um pedaço de bolo.

- Coloca focado nisso! – Disse Fred rindo.

O ano letivo começou e o boato sobre Hermione Granger ter sido vítima de um novo
ataque se espalhava pela escola depois que todos notaram que ela não estava indo
para as aulas, Hydra tentava não dar ouvidos para os boatos, mas estava ainda muito
preocupada com Hermione.

Na primeira aula de Herbologia do semestre, a professora Sprout parecia mais disposta


do que nunca.

- Bom dia, queridos, bom dia – Disse ela, abrindo a estufa para que os alunos do quarto
ano da Grifinória e Lufa-Lufa pudessem entrar.

Hydra se posicionou na mesa entre Fred e Jorge.

- Espero que todos tenham aproveitado suas férias e estejam prontos para mais uma
emocionante lição de Herbologia!
Algus alunos fingiram entusiasmo, outros, nem tanto, Fred e Jorge apenas se
seguraram para não rir da "piada".

- Hoje vamos aprender sobre alguns tipos de plantas que curam envenenamento –
Continuou a professor, agora conquistando a atenção de alguns alunos –, por exemplo
hoje, vamos usar a Abútua. – A Professora fez um aceno com a varinha e um vaso com
uma planta saiu da prateleira e foi até o centro da mesa.

- Legal – Disse uma menina da Lufa-Lufa.

- Alguém sabe algo sobre a Abútua? – Perguntou a professora.

Hydra e uma menina da Lufa-Lufa levantaram a mão.

- Senhorita Malfoy – Disse a Professora

- A Abútua é uma trepadeira medicinal originária de florestas tropicas que produz


frutos de coloração laranja-escura – Disse Hydra.

- Excelente, dez pontos para a Grifinória, é claro! – Disse a professora com entusiasmo.

- Você podia ser mais nerd? – Perguntou Fred, causando risadas em Jorge e Lino.

- Não sou, eu só conheço bem essa planta – Disse Hydra, deixando os irmãos olhando
um para o outro.

- Você já envenenou alguém com ela? – Perguntou Fred, parecendo com medo da
resposta.

- Claro que não, né? Você não ouviu o começo da aula? Ela cura envenenamento, não
causa, e ela é muito usada em poções.

Eles foram interrompidos pela Professora que continuava explicando sobre a planta.

- Os frutos da Abútua levam cinco semanas para amadurecer e e ela é uma planta
muito procurada por preparadores de poções, pois de seus frutos são extraídos uma
seiva espalhada em sua estrutura utilizada em poções para engrossá-las e aumentar
seus efeitos. Também pode ser ingerida para cura envenenamentos de grau um.
- Será que eu conseguiria pegar um pouco sem a Professora perceber? – Perguntou
Hydra para os gêmeos, se referindo a planta que estava na frente deles.

- Claro, deixa com a gente! – Disse Fred, olhando para Jorge e dando uma piscada com
um olho só.

- Mas para que você quer? – Perguntou Jorge, falando baixinho para ninguém mais
ouvir.

- Para engrossar uma poção, na verdade várias, é realmente uma planta muito boa. –
Respondeu Hydra, olhando em direção a Professora para ter certeza de que ela não
estava ouvindo os três.

- Hydra Malfoy, uma contraventora das leis escolares, continue assim e em breve
estará na detenção com a gente. – Disse Jorge rindo.

- Mal posso esperar... – Disse Hydra também rindo.

No final da aula, de alguma forma que nem mesmo Hydra entendeu ou viu como,
Jorge apareceu seguido de Fred com a planta no bolso de suas vestes.

- Vocês são demais! – Disse Hydra.

Depois do jantar e de passar algumas horas na biblioteca, Hydra andava em um dos


corredores a caminho da torre da Grifinória, quando foi interrompida por um rosto
familiar.

- Ah, olá, você é a Hydra, certo? Hydra Malfoy? – Falava o lindo rapaz da Corvinal que
ela já observara antes, parado na sua frente a olhando com seus olhos azuis e com um
sorriso que revelava dentes quase tão brancos quando os de Lockhart.

- Oi, isso, você é o Peter, certo? Peter Macmillan, você é o irmão da Jeniffer – Hydra
não conseguia deixar de se sentir hipnotizada pelo sorriso branco do bruxo.

- Isso, Você são do mesmo ano, ela me contou, eu queria me apresentar, eu sempre te
vejo pelos corredores mas nunca nos falamos. – Hydra continuava hipnotizada pelo
sorriso que parecia nunca desaparecer – Eu sou do mesmo ano do Olívio, vocês são
namorados, certo?
- Sim, somos sim, eu também já te vi aqui pelo corredor. – Disse Hydra, saindo do
"transe".

- Eu não quero te incomodar, só pensei em dizer oi mesmo, de qualquer maneira, se


precisar de algo, é só me chamar – O sorriso permanecia firme ali.

- Claro, com certeza eu irei, obrigada.

O rapaz seguiu pelo corredor descendo as escadas e Hydra subiu para a torre

– "Que esquisito" Ela pensava – "ele nunca tinha falado comigo antes... mas bem, deve
estar só querendo ser educado".

Quando percebeu, já estava na frente da sala comunal da Grifinória.

- Senha? – Perguntou a mulher gorda.

- Caracol – Respondeu Hydra e o retrato se abriu e revelou o buraco que levava até a
sala comunal, que ainda estava cheia de gente estudando e conversando, incluindo
Fred, Jorge, Angelina, Alícia e Lino, sentados no centro da sala e Olívio com alguns
amigos do sexto ano sentado perto da lareira. Ao ver a menina, Olívio foi em sua
direção.

- Estava te procurando, aonde você estava? – Perguntou ele, a recebendo com um


sorriso e um beijo rápido.

- Na biblioteca, cada hora os exames chegam mais perto, preciso me preparar... –


Respondeu ela, se sentindo estranhamente culpada, como se tivesse feito algo de
errado para Olívio.

- Eu estava pensando em uma nova estratégia para o próximo jogo de quadribol, acho
que você vai gostar, vem, vamos falar com o time.

Olívio a segurou pela mão e a levou até onde estavam Fred, Jorge e o resto dos colegas
do time. Olívio explicava com entusiasmo sobre uma nova jogada que Angelina e Alícia
deveriam tentar fazer e Hydra fingia ouvir tudo com entusiasmo, apesar de se sentir
cansada e sem a mínima paciência para aquilo.
- Então se vocês focarem em marcar os jogadores e deixarem que o Fred e o Jorge
façam esse esquema aqui, pode dar tudo certo! – Disse ele com seu sorriso e olhar
maníaco de quando falava sobre quadribol.

- Okay, Olívio, vamos tentar no próximo treino. – Respondeu Angelina, que estava
sentada na frente dela e de Olívio ouvindo atentamente, de todos os jogadores,
Angelina era a que mais prestava atenção nas coisas que ele falava.

- Ótimo, ótimo, estou falando pessoal, esse ano... acho que é esse ano que o título é
nosso, nada pode deter a Grifinória se dermos o nosso melhor! – Olívio parecia tão
estranhemente animado que Fred e Jorge o imitavam de forma sarcastica, fazendo
todos rirem, menos Olívio, que estava animado demais para reparar na brincadeira.

- Ele é animado assim com você também? – Perguntou Jorge, ainda rindo.

- Eu tenho que me conformar que eu vou ser sempre o segundo amor dele, eu acho...
– Respondeu Hydra, também rindo, enquanto Olívio voltava a falar com Angelina sobre
o time.

Durante os meados de janeiro, Hydra agora já conseguia controlar bem o frio que
sentia, se reacostumando, as aulas ficavam mais intensas, o professor Snape agora
parecia apreciar um pouco mais os dons dela, mas sem ainda conceder um único
ponto para a Grifinória.

Pucey continuava oscilando entre simpático e frio com Hydra, ele mudava
principalmente quando a via com Olívio, mas agora era ela quem não dava muita bola
para o menino.

Peter continuava sendo amigavel sempre que a encontrava, teve um dia o qual ela
esbarrou com ele e Rita se agarrando no corredor, ele parecia nervoso e muito
envergonhado, ele e a menina se separaram rapidamente, Hydra nunca viu alguém
ficar tão vermelho em sua vida, ele pedia desculpas quase que sem parar na hora.

"Está tudo bem, gente, desculpa eu ter interrompido" - disse Hydra sem graça no dia.

Outra coisa que Hydra estava começando a se acostumar era com o poltergeist Pirraça,
ele perturbava a maioria dos alunos, mas estranhamente a deixava quase sempre em
paz.
- Hydra, preciso que você preste atenção! – Dizia Olívio, enquanto os dois estavam
com o time no campo, treinando para o proximo jogo – Você pode voar até o gol para
demonstrar a minha jogada enquanto eu narro?

- Claro... – Disse Hydra, montando na vassoura e levantando vôo até um dos lados do
campo.

- Muito bem, - Dizia Olívio, também levantando vôo, mas ficando na lateral do campo –
Fred e Jorge, marquem a Angelina. Angelina, prepare para fazer a jogada dupla.

Depois de mais de duas horas de treino exaustivo, as meninas voltaram para a o


quarto delas, caindo na cama, sem nem conseguir falar direito.

- Eu não aguento mais, é sério, eu não sou do time, por que diabos eu preciso
participar de todo treino? Eu sei, eu sei, por o Olívio se sente bem e blá blá blá – Disse
Hydra, interrompendo Angelina que tinha aberto a boca para responder.

- Mas é verdade! – Disse Angelina, deitada em sua cama, com os braços abertos e a
barriga para baixo.

- Treino puxado hoje, meninas? – Perguntou Jeniffer, que entrava no quarto seguida
de Rita.

- Aham! – Gemeram as três meninas, exaustas demais para responder direito.

- Ei, Hydra, queria pedir desculpas por aquele dia com o Peter. – Disse Rita, sentando
na cama ao lado da menina.

- Que dia? – Perguntou Hydra, virando para olhar para ela.

- Que você me viu no corredor com o ele. – Respondeu ela.

- Mas desculpas por quê? Não foi sua culpa! E tirando pelo ponto de vista escolar,
vocês não estavam fazendo nada sério. – Disse Hydra, se sentindo envergonhada de
pensar no que tinha acontecido.

- Mesmo assim... bem, não é como se isso fosse acontecer novamente... – Disse Rita,
com uma voz levemente irritada.
- Como assim? – Perguntou Hydra, levantando e sentando na cama.

- O Peter terminou comigo...

- Ele não terminou com você, vocês nunca chegaram a namorar, você também disse
que não queria! – Disse Jeniffer, partindo em defesa ao irmão.

- Eu sei, mas eu quis dizer, ele terminou o que tínhamos, eu realmente não queria
namorar, mas não vou mentir que era bom, seu irmão tem uns jeitos com as coisas
que meu Deus... Inacreditável - Rita sorria maliciosamente, enquanto Jeniffer fazia
careta enojada.

- Eca, é meu irmão!

- Ele está solteiro então? – Perguntou Alícia rindo.

- Aparentemente sim, mas está bem difícil também, não sei o que deu nele! –
Respondeu Rita.

- Eu não acho o Peter tudo isso – Disse Angelina, virando para as meninas –, quer dizer,
ele é bonito e tal, mas eu acho que tem outros meninos mais bonitos que ele.

- Ah, eu não acho – Respondeu Rita.

- Eu também não, talvez o Cedrick da Lufa-Lufa, mas acho que os dois estão no mesmo
nível na verdade. – Completou Alícia, ainda deitada em sua cama.

- Ele também é lindo, realmente, mas o Peter é mais velho, mais charmoso, sei lá! –
Disse Rita, parecendo ter água na boca.

- Ah, mas o Cedrico realmente... – Disse Angelina rindo.

- Vamos chamar de um empate então, – Anunciou Jeniffer – apesar de ser super


desconfortável falar do meu próprio irmão.

- Empate! – Disseram as meninas.


- E coloca o Olívio no meio, ele também é lindo, com todo respeito, Hydra – Disse Rita,
sentada em sua cama.

- Eu concordo! – Disse Hydra rindo.

Durante toda a semana, Angelina anunciou que estava com raiva de Rita por seu
comentário sobre Olívio.

- E qual é o problema, Angelina? – Perguntou Hydra, enquanto as duas andavam pelo


corredor entre uma aula de poções e uma de feitiços.

- O problema é que ela não tinha que falar nada disso do SEU NAMORADO! –
Respondeu Angelina, quase espumando pela boca.

- Mas é meu namorado e eu não ligo, então, qual é o problema? – Disse Hydra,
tentando segurar a risada.

- Não gosto, só isso, ela tem que te respeitar...

- Okay, Angelina, às vezes eu acho que você protege mais o Olívio do que uma mãe! –
Hydra agora não controlava a risada.

- Ele é um grande amigo e um bom garoto, eu gosto de vocês dois juntos, é só isso. –
Respondeu Angelina, olhando séria para amiga.

- Okay, só não fique com raiva da Rita, ela realmente não fez por mal.

- Que seja...

- Desino Lacesso, alguém pode me dizer do que se trata? – Perguntou o Professor


Flitiwick.

- Um feitiço que cancela um outro feitiço, antes dele chegar até o alvo. – Respondeu
uma Laura.

- Muito bem, Srta. Schimmer, dez pontos para a Grifinória – Disse o Professor
empolgado.
- Interessante... – Comentou Hydra com as amigas ao seu lado.

- É preciso que tenha imensa concentração, pense no seu objetivo com clareza, aponte
a varinha para o seu alvo, no caso, a pessoa que está lançando um feitiço contra você e
diga "Desino Lacesso". – O Professor passava o olho pela classe, que estava toda
tentando imitar o que ele falava. – Quero que se dividam em pares e que um tente
lançar o feitiço de desamarmento enquanto o outro tenta usar o Desino Lacesso para
impedir.

Hydra acabou treinando o feitiço com Lino, enquanto Fred treinava com Jorge
(deixando o Professor sempre confuso sobre quem era quem) e Angelina com Alícia,
foram precisas três tentativas até entender e usar o feitiço corretamente e pela sala
inteira, pessoas acabavam sendo desarmadas em tentativas frustradas de impedir os
feitiços que saíssem de suas varinhas, essas voavam de um lado para o outro.

- Se concentrem, lembrem, se concentrem, não estão se concentrando o suficiente! –


Gritava o Professor, passando pela confusão de alunos sendo desarmardos.
CAPÍTULO 13

O DIA DOS NAMORADOS

Quando chegou o mês de Fevereiro, Hydra estava lotada de dever de casa e mal tinha
tempo de ficar com Olívio, que, além de dever, passava horas pensando em novas
estratégias para o time de quadribol.

O dia dos namorados se aproximava e uma visita a Hogsmeade tinha sido marcado
para o fim de semana depois.

- Vamos no Madame Puddifoot's, o que acha? Ouvi dizer que colocam uma decoração
especial para o dia dos namorados – Perguntou Wood animado na sala comunal,
sentido ao lado de Hydra, enfeitiçando bonequinhos para voarem como se fossem os
membros do time de quadribol.

- Eu acho ótimo – Hydra se lembrou do salão de chá que ia com Wood quando tinha
visitas a Hogsmeade e isso a deixou animada.

- Uuuuuu, Olívio meu amor, Olívio meu, bem, me da um beijinho Olívio! – Brincava
Fred e Jorge com uma voz cômica imitando Olívio e Hydra, fazendo todos ao redor
rirem enquanto os dois ficavam corados.

O clima de medo nos corredores de Hogwarts havia diminuído consideravelmente, não


aconteceram novos ataques e as pessoas pareciam pensar que o herdeiro de Slytherin
talvez tivesse desistido de seus planos.

Na noite antes do dia dos namorados, Hydra acompanhou a pedido de Olívio, um dos
treinos de quadribol da Grifinória que acabara muito tarde.

- O Olívio vai acabar me matando assim – Reclamou Hydra com Angelina, Alícia e Katie
no vestiário depois do treino.

- É, ele parece que não se cansa nunca! – Disse Katie, que massageava os
próprios ombros.
- É a paixão, a dele por quadribol com certeza é a maior que eu já vi na vida... –
Afirmou Hydra.

Para compensar o treino cansativo, Olívio ficou até tarde com Hydra fora da sala
comunal namorando.

- Eu prometo te dar mais atenção quando tudo isso acabar, okay? - Disse ele enquanto
a beijava.

- Okay... - Respondeu Hydra.

A menina quase não conseguiu levantar no dia seguinte, desceu para o café quase
morrendo de fome e sono, mas a visão do salão principal a acordou com um choque.

As paredes estavam cobertas com grandes flores rosa berrante. E de um teto azul-
celeste caía confete em feitio de coração, ela não conseguia deixar de achar aquilo
tudo muito exagerado e berrante.

- O que aconteceu aqui? – Perguntou para Jorge, Fred, Angelina, Alicia, Katie, Lino e
Olívio enquanto se sentava entre Jorge e Olívio .

- Eu acho que um unicórnio vomitou nas paredes– Fred parecia enjoado com toda
aquela visão rosa.

- Até que está um pouco romântico... - disse Olívio, parecendo não acreditar muito nas
próprias palavras, ele tirou de seu bolso um cartão que quando Hydra abriu, viu a foto
dos dois se beijando e acenando e uma nuvem de coração foi até a direção de seu
rosto e a cobriu com um perfume gostoso de flores, em cima da foto, apareceu a frase
"eu te amo".

- Obrigada! Eu amei! – Hydra abraçou Olívio e deu seu presente, um pequeno bolo cor
de rosa em forma de coração com um desenho de um jogador de quadribol que saia e
voltava para o meio do bolo, Olívio agradeceu e guardou o bolo.

- E para nós? Nada? – Perguntava Fred, se fazendo de irritado – Vamos ter que
terminar esse nosso relacionamento quádruplo desse jeito...
Os amigos caíram na risada com a brincadeira de Fred, mas Olívio não parecia gostar
muito, apesar de não falar nada contra.

Depois de um tempo, Lockhart, usando vestes rosa berrante, para combinar com a
decoração, da mesa dos professores, gesticulava pedindo silêncio. Os professores, de
cada lado dele, estavam impassíveis. De onde se sentara, Hydra podia ver a bochecha
da Professora McGonagall tremendo. Snape parecia enjoado.

– Feliz dia dos Namorados! – exclamou Lockhart. – E será que posso agradecer às
quarenta e seis pessoas que me mandaram cartões até o momento? Claro, tomei a
liberdade de fazer esta surpresinha para vocês, e ela não acaba aqui! Lockhart bateu
palmas e, pela porta que abria para o saguão de entrada, entraram onze anões de cara
amarrada. Lockhart mandara-os usar asas douradas e trazer harpas, Hydra olhava de
boca aberta para essa visão inusitada.

– Os meus cupidos, entregadores de cartões! – Sorriu Lockhart. – Eles vão circular pela
escola durante o dia de hoje entregando os cartões dos namorados. E a brincadeira
não termina aí! Tenho certeza de que os meus colegas vão querer entrar no espírito
festivo da data! Por que não pedir ao Prof. Snape para lhes ensinar a preparar uma
Poção do Amor! E por falar nisso, o Prof. Flitwick conhece mais Feitiços de Fascinação
do que qualquer outro mago que eu conheça, o santinho! - O Prof. Flitwick escondeu o
rosto nas mãos. Snape fez cara de que obrigaria a beber veneno o primeiro aluno que
lhe pedisse uma Poção do Amor.

O dia inteiro, os anões não pararam de invadir as salas de aula e entregar cartões, para
irritação dos professores, Hydra recebeu vinte e dois cartões ao todo até o final do dia,
sendo um durante a aula de poções, onde um anão mal encarado entregou um cartão
para ela, o que deixou o Prof. Snape irado por ser interrompido.

- Menos cinco pontos para a Grifinória! – Disse ele ainda com raiva do anão que
acabara de sair.

- Mas eu não fiz nada! – Hydra respondeu indignada.

- Se reclamar novamente, serão mais cinco pontos retirados!

Os outros cartões foram chegando ao longo do dia, o que deixou Olívio muito mal-
humorado.
- Isso é um absurdo, você é minha namorada, por que alguém estaria te enviando
cartões? – Disse ele, sentado na poltrona ao lado da sua e olhando a pilha de cartões
que Hydra recebeu.

Um deles veio de Olívio , era um cartão com um casal de bruxos na capa e um poema
particularmente ruim que piscava em letras verdes brilhantes dentro.

"Você é suco de abóbora do meu café


Seus olhos são cinzas como o dia nublado
Sua boca é meu doce
Tão doce como o mel."

- Que lindo amor! – Mentiu Hydra.

- É, bonito sim – Olívio ainda estava extremamente irritado, virando o rosto para não
olhar para o resto dos cartões.

Os outros cartões todos tinham poemas tão ruins quanto, alguns eram assinados por
meninos que Olívio fez questão de anotar os nomes e outros vinham como "seu
admirador secreto"

Fred e Jorge faziam questão de recitar comicamente em voz alta todos os poemas,
revezando nos papeis de admirador secreta e de Hydra, não era de se admirar, eles
passaram o dia inteiro cantando no ouvido do pobre Harry Potter que havia recebido
um cartão cantado.

Um dos cartões chamou a atenção de Hydra, não tinha um poema pronto e ruim, mas
sim uma declaração.

"Desde que eu te vi, naquele dia da seleção não consigo acreditar, para mim você não
era real, nunca tinha visto bruxa tão linda em toda a minha vida, nunca vi sorriso tão
sincero, apesar de não ser para mim, ah, quem sabe um dia...

Te admiro de longe, me encantado á distância, mas nunca perco as esperanças de um


dia esse sorriso tão lindo ser para mim, de um dia você ver, que pode ter tudo que
merece e que pode ter comigo e não com os outros, quem sabe um dia você não vê que
merece muito mais do que você está recebendo agora, que meio amor não é o
suficiente para você, que você precisa de alguém que te ame por inteira e quem sabe
você um dia percebe que esse alguém pode ser eu...

Ass: Esbarro"

Se Olívio já estava irado antes, esse cartão o fez ficar vermelho de raiva, ele queria
saber quem era esbarro e o que ele achava que estava fazendo mandando esse tipo de
coisa para a namorada dele, ainda mais na parte que insinuava que Olívio não estava
dando o amor que ela merecia, nem mesmo Fred e Jorge tiveram coragem de ler esse
em voz alta.

- Eu não sei Olívio e eu não me importo! – Disse Hydra, fingindo indiferença, quando
na verdade estava mais curiosa do que nunca.

- Eu vou ter que descobrir quem é esse abusado desse Esbarro, ah, mas eu vou! –
Olívio saiu irado em direção ao retrato da mulher gorda e saiu da sala comunal, Hydra
pensou em segui-lo mas mudou de ideia, não gostava dessa personalidade ciumenta
que Wood apresentava e preferia esperar até que ela sumisse.

- Vai ver ele está com raiva porque esse cartão está muito melhor do que o dele –
brincou Jorge, que depois continuo sua encenação com Fred.

Hydra não conseguia imaginar quem seria esse tal de Esbarro mas passou muito tempo
tentando imaginar quem seria enquanto Fred e Jorge continuavam as brincadeiras.

- Vocês tem certeza que não sabem quem é esse menino? – Perguntou Hydra.

- Quem disse que é um menino? – Retrucou Fred.

- Okay, quem é essa pessoa...

- Não sabemos, mas realmente está muito bom esse cartão, ele deve estar apaixonado
por você de verdade – Disse Jorge, parando a brincadeira e sentando ao lado de Hydra,
seguido por Fred.
- Ou ela. – Completou Jorge.

Depois de bastante tempo, enquanto Hydra já estava fazendo o dever de casa, Olívio
voltou, parecendo não muito melhor do que antes.

- Eu fui atrás daqueles anões para que eles me contassem quem te enviou o cartão,
mas o professor Lockhart disse que eles foram embora.

- Eu não acredito que você foi incomodar um professor com isso Olívio! – Disse Hydra
irritada, enquanto Olívio tomava o lugar vazio ao seu lado.

- Eu que não acredito que alguém se ache no direito de enviar cartão para a minha
namorada e que ainda tenha insinuado que eu, insinuado que eu... você não se sente
meio amada apenas, se sente Hydra?– Olívio perguntava com o tom nervoso.

- Não, eu não me sinto, mas eu vou dormir, quando você voltar ao normal a gente
conversa – Hydra subiu as escadas em direção ao quarto, deixando Wood na sala
comunal, ela na verdade às vezes sentia que ele apreciava mais o quadribol do que ela,
mas com certeza não se sentia "meio amada" como ele disse.

No dia seguinte, Wood pediu desculpas repetidamente para Hydra pelo


comportamento ciumento da noite anterior, que acabou aceitando, mas ela ainda não
conseguia deixar de pensar em quem seria seu admirador misterioso.

- Eu acho que é o Jorge. – Disse Angelina, enquanto as duas estavam sentadas na sala
comunal fazendo o dever de casa.

- Nem pensar, o Jorge é meu amigo, não acho que ele me veja desse jeito e mesmo se
visse, eu não acho que ele me mandaria um cartão desses, ele é mais direto que isso e
ele é amigo do Wood, ele não desrespeitaria ele assim, desrespeitaria? – Disse Hydra
rindo.

- É, tem razão, eu acho que não... - disse Angelina pensativa - quem seria então?

- Não faço ideia!


Hydra pensou em várias possibilidades, mas decidiu não se atormentar com isso, fosse
quem fosse, ela estava com Olívio e estava feliz com ele, não tinha razão para tentar
descobrir quem ficava mandando cartões para ela.

- E aí, Hydra, recebeu muitos cartões? – Pergunto Jeniffer, sentando junto com Rita
perto das meninas na sala comunal.

- Nem tanto e vocês?

- Nem tanto? Ela recebeu mais de vinte! – Disse Angelina, deixando Hydra
envergonhada.

- Algum especial? – Perguntou Jeniffer, parecendo estranhamento interessada.

- Não, alguns poemas ruins, alguns admiradores secretos, provavelmente brincadeiras


de criança, você sabe... – Hydra evitava olhar para colega, que parecia ver que ela
estava mentindo.

- Ouvi dizer que teve um cartão que deixou Olívio irritado. – Disse Rita rindo de leve.

- Sim, mas ele é meio ciumento mesmo...

- Ela recebeu uma declaração escrita só para ela, Olívio ficou irado sim e se você me
perguntar, eu acho uma grande falta de respeito! – Disse Angelina, voltando a olhar o
pergaminho que segurava depois que Hydra a lançou um olhar irritado.

- Que lindo, quem será o seu admirador secreto? – Perguntou Jeniffer, trocando
olhares com Rita.

- Não sei, mas não interessa, eu tenho namorado... – Hydra de novo sabia que estava
corando e não estava mentindo muito bem.

- Certo, não interessa... – Disse Rita dando uma risadinha – vamos Je, temos que fazer
nossos deveres de casa também.

Ela e Jeniffer se retiraram em direção ao quarto, deixando de novo, Angelina e Hydra


sozinhas.
- Eu não vou com a cara dessa Rita, não adianta... – Disse Angelina vendo as duas
subindo as escadas.

- Eu achei que vocês se davam bem, vocês tiveram três anos de aulas juntas antes de
eu chegar, não? – Perguntou Hydra, depois que as duas desapareceram nas escadas
em espiral.

- Nunca me dei muito bem com ela, mas tolerava melhor, admito...

- Bem, ela é legal comigo, mas e não consigo deixar de achar que tem algo a mais aí
entre vocês.

Angelina pareceu muito sem graça, colocou o pergaminho na mesa e olhou para
Hydra.

- Talvez ela tenha tido um pequeno caso com o Fred no ano passado e eu ainda tenha
um pouco de ciúmes disso... apesar de na época eu não gostar dele e tal... – Admitiu
Angelina, olhando para os lados.

- Então é isso! Mas Angelina, e foi no passado, o que que tem?

- Nada, eu só não consigo gostar dela, okay? – Angelina lançou um olhar de quem
queria definitivamente encerrar o assunto para Hydra.

- Okay...

O dia da visita a Hogsmeade chegou e todos os alunos do terceiro ano para cima foram
em direção ao vilarejo.

A casa de chá Madame Puddifoot's estava toda decorada com querubins dourados que
pairavam sobre cada uma das mesas e que, ocasionalmente, jogavam confetes rosa
sobre as pessoas sentadas abaixo deles, Hydra e Olívio passaram bastante tempo ali,
tomando café e se beijando, ao lado deles, vários outros casais faziam o mesmo.

- Eu estive pensando, eu acho que sei quem é "Esbarro" – Disse Olívio enquanto
tomava um gole de café.
- Por favor, por favor me diz que você não está falando disso aqui Olívio! – Disse Hydra
irritada e levantando levemente o tom de voz e deixando Wood assustado.

- Mas é que...

- Não Olívio , chega desse assunto, por favor, você não confia em mim? Do que
interessa o que alguma outra pessoa pensa de mim se eu não vou fazer nada sobre
isso? – Seu tom de voz permanecia severo e seu olhar fixo no rapaz.

- Tudo bem, me desculpe, é que eu não consigo me conformar, você é minha


namorada! – Olívio parecia tão triste falando que Hydra decidiu esquecer a briga e
voltou a beijá-lo, ele pareceu esquecer da tristeza no mesmo momento.

Eles aproveitaram o resto da visita para comprar doces na Honeydukes e depois


encontraram os amigos no três vassouras para uma cerveja amanteigada.

- Ele não consegue esquecer a história do "Esbarro" – Disse Hydra para Alicia, Angelina
e Katie enquanto Olívio estava distraído falando sobre estratégias para o jogo de
quadribol com Fred e Jorge.

- É claro que não, um cara escreveu um cartão de amor para você, ele está com raiva –
Disse Angelina, como sempre, defendendo o Olívio.

- Mas isso não é justo, ele recebeu um cartão também – Disse Hydra.

- Dois, na verdade – Corrigiu Alícia.

- Sete, na verdade. – Corrigiu Katie.

- Ele recebeu um cartão de uma menina do primeiro ano que achaele lindo e mais
algumas outras meninas que admiram ele, você recebeu vinte e dois cartões de
garotos de vários anos e casas e um que parecia realmente apaixonado, quem você
acha que tem direito de ficar mais irritado? – Disse Angelina depois de tomar um gole
de cerveja amanteigada.

- Okay, talvez você tenha razão, mas não é motivo para ele ficar desse jeito, eu não
tenho culpa – Disse Hydra, cruzando os braços.
- Eu aposto que foi aquele Pucey, aquele garoto da Sonserina é meio insuportável às
vezes! – Disse Katie.

- Não, não acho, ele seria mais cara de pau, na verdade ele foi, ele assinou um dos
cartões que me mandou – Afirmou Hydra.

- Qual deles? – Perguntou Alícia.

- O com o poema sobre minha "pele sedosa" – Respondeu Hydra sem graça.

- Ainda assim, foi alguém e o Olívio não tem culpa de estar irritado com isso. – Afirmou
Angelina.

A falta de compreensão de Angelina a deixou um pouco chateada, mas Hydra sabia


que ela só estava protegendo o amigo, apesar de ser muito irritante.

Para completar tudo, nos dias seguintes, vários meninos faziam piadas e perguntavam
se Hydra tinha gostado dos cartões que haviam enviado, incluindo todos os meninos
do time da Sonserina (menos Draco, é claro).

- Eu achei que podia deixar seu dia mais especial, com um namorado idiota daqueles,
você ia precisar. – Dizia Marcus Flint, junto de seus amigos, quando encontraram
Hydra estudando no jardim do castelo.

- Com certeza não seria o seu cartão que iria me fazer feliz, Flint e além disso, meu
namorado é dez mil vezes mais homem do que você! – Disse Hydra, levantando e
encarando Flint, que ficara vermelho de raiva enquanto seus amigos de time riam e
faziam sonzinhos de provocação.

- É porque você não provou ainda, Malfoy, ainda... – Disse ele mordendo os lábios.

- Deus que me livre de um homem babaca assim! - Disse Hydra, pegando a mochila no
chão e se retirando.

- Você ainda vai se arrepender disso, Malfoy – Afirmou Flint, segurando seu braço.

- Isso é o que vamos ver – Disse Hydra, se libertando da mão de Flint e saindo correndo
em direção ao interior do castelo.
- Vadia louca! – Ela ouviu Flint gritando enquanto os amigos riam descontrolados, o
que fez com que Hydra voltasse, sacasse sua varinha das vestes e fosse em direção a
ele.

- O que foi que você disse? Repete se você for homem! – Disse Hydra, gritando e
encurralando Flint em uma árvore, com a varinha em seu queixo.

- Vai fazer o que com isso? Me matar? – Perguntou ele, fingindo uma falsa coragem.

- Não, mas talvez te dar um belo par de orelhas gigantes ou furúnculos no corpo, quem
sabe...

- Senhorita Malfoy, o que significa isso? – Perguntou Lockhart, se aproximando da cena


e fazendo com que Hydra abaixasse a varinha e libertasse Marcus.

- Ele me chamou de vadia louca, eu só quis me defender! – Afirmou Hydra.

- Ora, ora, meninos, isso não é jeito de conquistar uma dama... – Lockhart tinha um
sorriso imbecil no rosto que fez Hydra revirar os olhos – elas precisam ser tratadas com
carinho e respeito, muito feio, Sr.Flint.

- Ela me atacou enquanto andava, eu não fiz nada! – Disse Flint, sendo apoiado por
vários colegas que afirmavam o que ele disse.

- Isso é mentira, esses menins são uns idiotas! – Disse Hydra, com o rosto vermelho de
raiva.

- Está vendo? É uma maluca! – Flint ria enquanto Lockhart não olhava.

- Ora, senhorita Malfoy, como não sei quem começou, dez pontos a menos para cada
uma das casas e aconselho que todos entrem para o castelo.

Hydra pegou suas coisas e se preparava de novo para sair quando Lockhart voltou a
falar:

- E Sr. Flint, se quiser algumas dicas de como conquistar uma dama, é só ir até o meu
escritório – Disse ele lançando um sorriso para os dois.
- Nem com todo treinamento do mundo esse aí me conquistaria!– Afirmou Hydra,
entrando no castelo, deixando os rapazes para trás.
CAPÍTULO 14

PETER MACMILLAN

A chegada de Março parece ter tirado o dia dos namorados da cabeça de Olívio,
mesmo depois de ele quase surtar e levar uma semana de castigo após brigar com
Flint, depois de saber da briga que ele teve com Hydra no jardim do castelo.

A próxima partida de quadribol seria no mês seguinte com a Lufa-Lufa e parecia ser a
única coisa que Wood pensava, ele levava Hydra para todos os treinos o que a deixava
bastante irritada com o trabalho pesado e a falta de atenção para ela.

- Eu preciso estudar, faltam só poucos meses para o fim do ano letivo, as provas finais
estão cada vez mais perto... – Disse Hydra para Olívio no final de um dos treinos.

- Eu sei, mas você vai, quando ganharmos aquela taça, você vai ter todo o tempo livre
do mundo. – Afirmava Olívio.

Mais tarde, ela conversava com as meninas do time sobre a situação mais uma vez.

- Fala para ele que você não quer mais jogar e pronto! – Alicia tinha razão, mas todas
as vezes que Hydra tentava falar isso para Olívio ele a olhava com olhos muito tristes e
pedia por favor para ela não fazer isso, então Hydra acabava concordando com ele,
realmente ela não podia reclamar, já que tinha aceitado estar ali.

- Ai desculpem meninas, meu pai me enviou uma carta ontem e eu ainda estou um
pouco nervosa, desculpe por ficar reclamando – Afirmou Hydra, enquanto trocava o
uniforme do time pelas vestes pretas.

- O que ele disse? – Perguntaram Angelina, Alicia e Kate a mesmo tempo.

- Ele descobriu meu namoro com o Olívio e disse que eu sou uma desgraça para o
nome da família, aquelas coisas todas de sempre e que eu tinha até o fim do semestre
para terminar com ele, ou iria me enviar direto para Durmstrang – Hydra falava com
calma, já estava acostumada as ameaças de seu pai, mas as meninas todas pararam e a
olhavam assustadas.
- E agora Hydra, o que você vai fazer? – Perguntou Katie, ainda de olhos arregalados.

- Nada!– disse Hydra calmamente – Vou deixar para falar com ele pessoalmente nas
férias, duvido que ela vá me tirar daqui assim do nada, se ele fosse cumprir todas as
ameaças que já me fez, provavelmente eu não estaria mais viva.

Na verdade Hydra tinha medo da reação de seu pai, nunca conseguiu esquecer o seu
grande ataque de fúria quando ela ainda era criança, mas decidiu tentar pelo menos
fingir que tudo estava bem, não poderia fazer nada para mudar a situação naquele
momento e não iria desistir de Olívio, apesar de toda a irritação que passava com ele
nos últimos tempos.

No dia seguinte, ainda cansada do treino da noite anterior, Hydra foi literalmente
arrastada por Fred e Jorge para a aula de transfiguração, os gêmeos puxavam Hydra
pelo corredor, mesmo ela dizendo que já estava indo sozinha.

- Você não parece que vai vir sozinha! – Disse Fred, enquanto puxava ela.

- Eu só queria dormir mais um pouco...

Na aula, a Professora Minerva pedia para eles transformarem um pequeno pássaro em


uma caneca de chá, Hydra estava tão cansada, que precisou de muitas tentativas até
finalmente acertar.

- Sugiro que estude um pouco mais, Srta. Malfoy, o seu desempenho na aula de hoje
foi menos do que aceitável – Disse a Professora McGonagall com seu tom sério de
sempre.

- Eu vou, me desculpe Professora... – Disse ela, pensando que queria "matar" Olívio
naquele momento.

Logo depois, seguiram com os alunos da Lufa-Lufa para a aula de Herbologia onde
Madame Sprout aguardava ansiosa para ensinar sobre plantas aquáticas.

Hoje vamos aprender sobre a Perehu hijau, alguém pode me dizer do que se trata? –
Disse a Professora olhando esperançosa enquanto mostrava uma planta que se parecia
muito com uma batata, só que é de superfície quadrada e de coloração roxa. Hydra
levantou a mão, por sorte, Herbologia era uma das suas matérias preferidas, por se
tratar da matéria prima para a maioria das poções. – Pode falar senhorita Malfoy.

- É conhecida como "flutuante instantâneo" é uma espécie de planta que permite


quem a digeriu andar sobre a água, como se fosse ambiente terrestre. – Disse Hydra
com a voz denunciando seu cansaço.

- Muito bem senhorita Malfoy, dez pontos para a Grifinória! – Disse sorridente – E
alguém pode me dizer o tempo de efeito e onde encontrá-las? —De novo Hydra
levantou a mão. – Senhorita Malfoy?

- O tempo de efeito é indeterminado e é uma planta muita rara, só é encontrada


atualmente em preservatórios no Brasil.

- Muito bem senhorita Malfoy! Mais dez pontos para a Grifinória! – Seu sorriso ficou
ainda maior – Essa aqui foi muito difícil de conseguir, uma bruxa Brasileira me deu de
presente na última vez que esteve na Inglaterra.

O resto da aula foi sobre várias outras plantas aquáticas e seus usos, Fred e Jorge
tentaram pegar uma Bobotúbera cujo pus é usado para fazer poções anti acnes para si,
mas, Madame Sprout os pegou no flagra e tirou cinco pontos de cada.

- Não estão tão bons quanto antes – Disse Hydra rindo enquanto se retiravam da
estufa.

- É só uma questão de tempo... – Disse Jorge.

- Não foi dessa vez, mas aquela plantinha que me aguarde...– Disse Fred, risonho
enquanto eles seguiam para o almoço

- Boa tarde pessoal, prontos para mais um treino hoje? – Wood falou enquanto
sentava ao seu lado, Hydra nesse momento estava quase cochilando sentada.

- Não, nem pensar, eu não posso Olívio, eu tenho muito dever de casa e eu não dormi
nada ontem... – Disse Hydra antes que ele pudesse falar outra coisa.

- Mas, mas, eu preciso de você lá! – Gaguejou Wood – Eu preciso que você me ajude
a...
- Olívio, eu nem do time principal sou! – Interrompeu Hydra - Eu posso deixar de
treinar alguns dias, a não ser que você pretenda não jogar e eu tenha que ir no seu
lugar. – Olívio parecia muito triste, como sempre ficava quando Hydra tocava no
assunto sobre não querer jogar, mas Hydra permaneceu firme e ele acabou aceitando.

- Okay, eu acho que um treino não tem problema nenhum... – Mas sua voz soou muito
desanimada.

- Eu prometo que eu vou te ajudar depois, eu prometo, é sério, mas por favor, me dá
só um dia de folga. – Hydra parecia tão desesperada que Olívio ficou um pouco sem
reação.

- Okay, Hydra... não tem problema – Disse ele, dando palmadinhas em suas costas.

Depois do almoço, Hydra ainda teve aula de poção a qual novamente depois de acertar
com perfeição cada pedido do professor Snape, não recebeu nenhuma pontuação para
a Grifinória, enquanto uma menina da Sonserina fez uma poção incompleta e recebeu
cinco pontos pela tentativa.

Hydra decidiu ir até a biblioteca antes de subir para a torre e se preparar para o jantar,
saindo de lá, encontrou novamente uma figura conhecida no corredor.

- Eu acho que só nos corredores nos esbarramos. – Disse o rapaz louro, muito alto e
forte, mais alto e tão forte quanto Olívio e de sorriso branco parado na sua frente.

- Peter, é verdade, acho que só nos corredores que nos encontramos. – Disse Hydra
sorrindo, Peter olhou os livros que levava nas mãos.

- Poções de cura? Você está querendo ser uma curandeira? – Perguntou ele curioso.

- Não, na verdade eu até acho uma profissão interessante, mas eu quero ser mestre
em poções.

- Isso é ótimo! – Peter parecia estranhamente entusiasmado – Eu quero ser


curandeiro, meus pais são e eu sempre quis e nenhum curandeiro consegue trabalhar
sem um bom preparador de poções... – Peter deu um sorriso hipnotizante.
- Curandeiros? Isso é tão legal, meus pais são... – Hydra deu uma pausa antes de falar –
bem, meu pai tem uma loja e eles meio que vivem de...

- Eu sei quem seus pais são – Disse Peter rindo –, acho que todo mundo sabe...

Hydra lançou um olhar de tristeza, odiava ser lembrada de tudo que sua família
representa e de como são conhecidos por isso, Peter deve ter percebido porque se
apressou para falar:

– Não que eu ache que isso importa, deu para perceber que você não é como ele, na
Grifinória e com amigos nascidos e trouxa e tudo, mas os Malfoy são conhecidos,
especialmente para as família de sangue-puro. – ele disse sangue puro de um jeito
meio debochado, porém não maldoso, o que fez Hydra rir.

- Macmillan, eu sabia que já tinha ouvido esse sobrenome antes, vocês também estão
nos sagrados 28. – Sagrados 28 era a lista das 28 famílias consideradas de verdadeiro
puro-sangue no Reino Unido, essa lista foi catalogada em meados dos anos 30 ou 40,
Hydra era obrigada a saber todos os sobrenomes na lista quando era criança, seu pai
deixava claro que somente aquelas famílias mereciam ser conhecidas.

- Sim, uma bobagem, eu sei, mas ninguém mais na nossa família se preocupa com
isso... – Disse ele sorrindo.– e é claro, mesmo considerada pura, não é um nome de
importância como os Malfoys e os Blacks. – Disse ele em tom de brincadeira.

Hydra deu uma risada um pouco forçada, era verdade que mesmo entre os 28,
algumas famílias se consideravam melhores que as outras, como os Malfoys de seu
pai, os Blacks de sua mãe e os Lestrange de sua detestada tia Bellatrix (que herdou seu
sobrenome de seu marido, Rodolfo Lestrange, já que ela era originalmente uma Black),
que se encontrava em Azkaban.

- E eu com certeza não dou importância para isso... – Disse quase suspirando – e o que
faz por aqui essa hora? – Hydra decidiu mudar de assunto para não continuar naquele
tópico.

- Eu estava indona biblioteca, os exames estão perto e eu gosto de estar preparado. –


O sorriso de Peter parecia mágico, pois nunca parecia acabar ou irritar e sempre
deixava Hydra meio boba.
- Eu também, digo, eu também gosto de estar preparada, ano que vem são meus
N.O.M.s e eu quero muito me dar bem.

- Sim, ano que vem tenho os meus N.I.E.M.s, acredite, eu também preciso ir bem, eu
quero conseguir uma boa vaga no St. Mungo's quando me formar. – Hydra conhecia o
hospital bruxos em Londres, ela teve que ser levada para lá depois do ataque de fúria
de seu pai com a desculpa de ter se acidentado.

- É uma boa ambição... e você disse que toda a sua família são curandeiros? – Hydra
decidiu andar até a abertura de pedra que funcionava com janela no corredor para se
sentar e apoiar seus livros, Peter a seguiu continuando a conversa e ficou em pé na sua
frente.

- Não, só meus pais, se conheceram em Hogwarts e viraram curandeiros juntos,


trabalham juntos até hoje. – Hydra admirou o brilho no olhar de Peter ao falar de seus
pais, ela nunca conseguiu sentir algo parecido ao falar dos dela.

- Que Lindo! Você parece gostar muito deles, isso é muito legal!

- Você não dos seus? – Hydra ficou com a expressão visivelmente desconfortável e os
olhos fixos no chão – Desculpe, eu não quis me intrometer nem nada...

- Não, tudo bem, na verdade eu amo meus pais, de certa forma, talvez não a mesma
que a sua, minha mãe bem mais do que o meu pai com certeza. - Hydra forçava um
sorriso que parece ter sido aceito por Peter – Minha mãe é carinhosa comigo, eu só
não concordo com as coisas que ela fala, meu pai, bem, meu pai é tudo aquilo que
você já deve imaginar.

- Sim, pais podem ser complicados... – Peter percebeu o desconforto de Hydra porque
logo mudou de assunto – E quadribol , vi que você com o uniforme do time treinando
no campo, você faz parte do time? Não lembro de ter te visto no último jogo.

- Não, quer dizer, sim, eu sou goleira reserva, mas eu não tenho muito interesse por
isso, não mais, eu jogava quadribol na Beauxbatons e decidi largar quando vim para cá,
eu só jogo ainda por causa do Olívio, ele sempre me pede para estar nos treinos. – O
sorriso de Peter parecia ter diminuído um pouco, Hydra notou.
- Sim, Olívio Wood, ele realmente ama quadribol , já deu para ver, mas é um cara legal,
conversamos às vezes nas aulas de Feitiços. – Peter parecia desconfortável ao falar de
Wood, Hydra não entendia muito bem o por quê, teriam eles brigado e ela não sabia?

O menino continuou:

– Vocês se conheceram aqui em Hogwarts mesmo?

- Sim, quando fui selecionada para a Grifinória, começamos a namorar pouco tempo
depois. – O desconforto no rosto de Peter continuava, Hydra pensou em perguntar se
aconteceu algo entre os dois, mas decidiu deixar para lá – Você também namorada
uma menina da sua casa, não? Esqueci o nome...

- Amee Goat,– Peter disse atrapalhado – Nós terminamos, ela era uma pessoa muito
intensa para mim, digamos assim – Hydra sem querer deu um pequeno sorriso sem
entender muito o motivo.

- Sinto muito – Disse tentando parecer simpática, na verdade não tinha gostado de
Amee Goat, ela sempre a encarava de forma grosseira nos corredores e no salão
principal mesmo Hydra nunca nem mesmo ter falado com ela.

- Eu não, acredite – Peter riu.

- E também teve a Rita... – Disse Hydra, ficando quase tão sem graça quanto Peter
parecia naquele momento.

- É, sobre aquele dia...

- Esquece, a Rita já me falou e mesmo assim, vocês não estavam fazendo nada de
muito sério, foi só engraçado mesmo.– Disse Hydra sorrindo.

- Eu sei, mas foi um erro, a Rita é legal e tal, mas é só uma amiga, com certeza é só
uma amiga... – Peter não olhava diretamente para Hydra enquanto falava da menina.

- Eu entendo, deixa isso para lá...

Peter sorriu e continuou com outro assunto.


– Eu tenho uma curiosidade, como você foi parar em uma escola na França? E por quê
veio para cá? – Ah, então era isso, Peter tinha curiosidade sobre Hydra, era algo
normal, muitos queriam saber dessa história, Hydra contou como acabou parando em
uma escola em outro país e como acabou indo para Hogwarts, Peter ouvia a tudo
muito atento e surpreso.

- Então, seu pai te trouxe para cá e queria te tirar já que você não ficou na mesma casa
que ele e o resto da sua família?

- Sim, nenhum Malfoy ficou em outra casa senão a Sonserina, nem nenhum Black do
lado da minha mãe a não ser o Sirius Black, você já ouviu falar nele, não é? O assassino
que está em Azkaban? Ele é primo da minha mãe. – Peter acentiu, Hydra parou para
pensar naquele momento quantos parentes ela tinha em Azkaban, a prisão bruxa a
qual Hydra só ouviu falar, isso deveria mostrar um pouco do caráter de sua família.

- Então você pelo menos não foi a primeiro do lado dela... – Disse ele rindo – não que
você tenha algo a ver com um assassino é claro! – Ele adicionou, fazendo Hydra rir –
Minha família é toda misturada, meu pai tem um irmão, o tio Henry, cada um foi para
uma casa, o tio Henry para a Lufa-Lufa e papai para a Corvinal e meu avô paterno era
da Sonserina, já mamãe era da Grifinória. – Riu Peter, Hydra não imaginava como é ter
uma família tão espalhada

– Os filhos acabaram seguindo os mesmos caminhos, eu fui para a Corvinal que era a
casa do meu pai, a Jeniffer foi para a Grifinória, casa da mamãe e o Ernesto e a
Magnólia acabaram indo para a Lufa-Lufa, casa dos pais, então um Macmillan pode
acabar parando em qualquer lugar! – Peter e Hydra riram e ficaram conversando por
mais algum tempo sobre diversos assuntos, até perceberem que estavam atrasados
para o jantar.

- Acho melhor eu ir correndo, vejo você mais tarde? – Perguntou ela, pegando seus
livros.

- Claro, será um prazer. – Afirmou Peter, com seu sorriso maravilhosamente branco.

Então Hydra correu para a torre da Grifinória para deixar seus livros e se apressou para
o salão principal onde o jantar já estava na metade.
- Aonde você estava? Eu fiquei preocupado! – Disse Olívio enquanto Hydra sentava a
seu lado.

- Eu estava estudando na biblioteca, eu te disse, os exames estão chegando... – Hydra


preferiu omitir a parte sobre conversar com Peter, Olívio já andava ciumento o
suficiente sem isso, ela se serviu de purê e coxa de frango e notou que Peter estava
sentado na mesa da da sua casa, no banco que o deixava de frente para Hydra,
comendo e conversando com alguns amigos, ela então voltou a conversar com Olívio
que falava sobre suas estratégias para o jogo contra a Lufa-Lufa no mês seguinte.

Depois do jantar, subiram para a torre da Grifinória e Hydra decidiu ir direto para a
cama, estava completamente exausta.

No dia seguinte, Olívio a "pediu carinhosamente" para participar do treino mais uma
vez.

- Aonde está sua cabeça, Hydra? Você deixou passar dois gols! – Perguntou Olívio,
voando em sua direção com a vassoura e parecendo muito irritado.

- Me desculpa, eu estou realmente distraída hoje, eu tenho muito o que estudar e


estou um pouco nervosa...

- Eu sei, Hydra, mas o jogo contra a Lufa-Lufa está chegando e eu realmente preciso...

- De mim, eu sei, eu sei, eu vou te ajudar, okay? – Respondeu Hydra, com irritação,
interrompendo Olívio.

- Ok, vamos voltar, pessoal! – Anunciou ele para o resto dos jogadores.

- Vocês não estão bem, estão? – Disse Angelina, que estava sentada com ela na sala
comunal depois do treino, junto com Alícia, Fred e Jorge.

- Do que você está falando? – Perguntou Hydra, tirando os olhos do pergaminho de


poções que ela estava preparando.

- Você e Olívio, vocês não estão bem, estão brigando, você parece menos paciente
com ele... – Angelina parecia mais gentil do que o normal.
- Eu estou bem, Angelina...

- Não está não, Hydra. – Disse Fred, também gentilmente.

- Eu acho que você está bem irritada com a mania do Olívio de quadribol, o que é
completamente compreensível... – Disse Jorge, revirando os olhos.

- Não é não, o pobre rapaz só quer fazer o trabalho dele... – Disse Angelina, voltando
ao normal de defesa ao Olívio.

- Existe fazer o trabalho e existe obsessão e o Jorge está certo, Angelina – Disse Alicia.

- Ele sempre foi assim... é o jeito dele... – Disse Angelina, parecendo ficar vermelha,
Hydra não sabia se de vergonha ou de raiva, a voz dela não denunciava.

- Mas o jeito dele é irritante as vezes, mesmo eu gostando muito do Olívio – Disse
Alicia.

- Gente, calma, eu estou bem, eu e e Olívio estamos bem, está tudo bem, okay? –
Interrompeu Hydra, sabendo que na verdade eles tinham um pouco de razão, mas ela
preferia negar.

- Okay... – Disseram os quatro sem graça.

- Eu realmente amo o Olívio, de verdade mesmo, eu só fico irritada as vezes, é só isso!

- Okay, Hydra....

Durante toda a semana de noite, quando não estava treinando, Hydra estava na
biblioteca e sempre encontrava Peter quando saia e os dois ficavam conversando por
horas, era bom ter um amigo como ele, que parecia compreender o que ela sentia.

- Então, você está treinando todos os dias para um time que nem faz parte? –
Perguntou Peter, parecendo achar um pouco de graça na situação, enquanto os dois
estavam sentados no corredor conversando.

- Não é bem assim, o Olívio meio que gosta da minha presença lá e eu acho que não
custa nada agradar as vezes.
- Mas você está deixando de lado seus estudos? Ele sabe que você tem exame ano que
vem, não sabe?

- Sabe, mas ele meio que não entende, tudo que ele quer na vida é jogar quadribol, é o
sonho dele, é pra isso que ele se dedica e eu até admiro isso nele, para falar a verdade
– Disse Hydra, sorrindo ao lembrar de forma tão positiva do namorado.

- Eu não sei, você deveria pensar um pouco mais em você, eu sei que ele não faz por
mal, mas cabe a você impor os seus limites... – Disse Peter, a olhando de forma
delicada e abrindo o seu largo sorriso.

- Você tem razão... eu preciso me impor mais, eu preciso mostrar as minhas


prioridades, ele vai entender... Obrigada, Peter – Disse Hydra, sorrindo para o rapaz.

- De nada, eu fico feliz de poder te ajudar....


CAPÍTULO 15

NOVOS ATAQUES

O feriado da páscoa veio, mas não antes da Professora Minerva deixar os alunos do
quarto ano muito assustados durante a última aula de transfiguração.

- Lembrem-se – Disse ela com seu olhar severo para toda a turma–, o semestre está
perto de acabar e o quinto ano já está chegando e com eles os N.O.M.s, eu sei que
nem todos aqui levam esses exames tão a sério quanto deveriam... – Hydra notou que
a professora olhava diretamente para os gêmeos Weasley quando falava isso – mas
para os que sim, esse exame significa o começo de suas futuras carreiras, sem uma boa
nota nos seus N.O.M.s vocês não poderão prosseguir com as matérias necessárias nos
sexto e sétimo anos e assim não poderão praticar a profissão que escolheram e se
contentar com algo que não queria, estou me fazendo clara?

Ela estava, todos, menos Fred e Jorge é claro olhavam assustados, Hydra precisava de
notas excelentes principalmente em Poções e Herbologia, sabia que o Professor Snape
não aceitava nada menos do que um ótimo nos N.O.M.s para prosseguir para os
N.I.E.M.s, então decidiu usar o feriado de páscoa para alguns estudos extras, o que não
foi bem aceito por Olívio que queria ajuda para preparar todas as estratégias para o
jogo contra a Lufa-Lufa .

- Olívio , você não entende, você não precisou tirar O nos meus N.O.M.s de poções? Eu
preciso! – Disse Hydra irritada enquanto lia um dos vários livros que tinha na sua
frente na sala comunal.

- Mas seus N.O.M.s são só no ano que vem e você é excelente em poções, até o Snape
sabe disso. – Wood estava impaciente e nervoso, mas Hydra não cedeu dessa vez,
então ele saiu irritado em direção ao quarto.

- Problemas no amor? – Perguntou Fred, que chegava junto com Jorge para perto de
Hydra.

- Não, eu só preciso estudar, você ouviu a Professora McGonagall, se eu não conseguir


os N.O.M.s que eu preciso eu não vou poder ser uma mestre em poções! – Hydra
parecia desesperada falando isso enquanto procurava um segundo livro em sua pilha.
- Você sempre pode vir trabalhar conosco, o dia que abrirmos nossa loja de logros. –
Disse Fred, querendo ser simpático, o que fez Hydra sorrir.

- Vocês são maravilhosos!

- Ou você pode virar nossa esposa coletiva e a gente te sustenta, sempre é uma boa
opção também – Disse Jorge brincando e dando uma piscadinha, fazendo Hydra rir
alto.

- Talvez o Olívio tenha razão, eu estou me preocupando demais, mas ele só pensa em
quadribol e ele quer sempre que eu esteja disposta a ajudar ele...

- Você foi avisada de que o Olívio era intenso – Disse Jorge em um tom brincalhão
fazendo careta enquanto lia um pedaço do livro que Hydra tinha nas mãos.

- Sim, mas ele também é uma pessoa boa e gosta de mim de verdade.. – Hydra notou
que sua pulseira estava quente o que significava que Olívio estava pensando muito
nela – eu vou atrás dele...

- Você vai no quarto dos meninos com o Percy aqui te olhando? – Hydra notou o irmão
mais velho de Fred e Jorge em um canto sentado conversando com Harry, Hermione,
Rony e alguns outros alunos do segundo ano.

- Ah, droga, vocês não podiam chamar ele para mim?

- Só com um beijinho. – Disse Jorge apontando para a bochecha e Hydra a beijou rindo,
Fred e Jorge eram amigos maravilhosos, ela tinha uma boa amizade com Angelina,
Alicia, Lino e Katie também, especialmente com Angelina, mas sua amizade com Fred e
Jorge se desenvolvia de forma simples, gostosa, os dois sempre estavam com ela e a
sabiam fazer rir como ninguém.

Depois de um tempo, Jorge e Fred voltaram com Olívio que ainda parecia chateado.

- Entregue... agora com licença, temos negócios para fazer. – Fred disse se retirando
com Jorge para falar com um grupo de alunos do primeiro ano.
- Desculpe Olívio, eu estava nervoso por causa de toda essa história de N.O.M.s é claro
que eu quero te ajudar, você me desculpa? – Disse Hydra acariciando a mão de Olívio
que estava sentado ao seu lado.

- É claro que sim! – Disse ele sorrindo – Eu vou pegar meus pergaminhos e já volto. –
Ele deu um beijo rápido em Hydra e subiu para o quarto, voltando poucos minutos
depois com muitos pergaminhos na mão, todos com estratégias diferentes que ele
tinha anotado e pedindo a opinião de Hydra para cada uma.

O jogo contra a Lufa-Lufa se aproximava e Olívio pedia treinos diários depois do jantar
para a equipe, o que Hydra não concordou em participar.

- Dois treinos por semana no máximo, Olívio! – Disse Hydra.

- Cinco, por favor! – Pedia ele com seus olhos tristes.

- Três!

- Fechado... – Concordou ele frustrado.

- Alguém aqui está ficando flexível. – Disse Fred, que estava sentado do outro lado da
mesa do Salão Principal.

- Eu disse... – Angelina sorria para Olívio e Hydra.

- Se um dia vocês casarem e não colocarem Angelina de dama de honra, acho que ela
morre. – Disse Jorge fazendo uma careta para a menina.

- Ou mata vocês... - Completou Fred.

- Bem, é possivelmente verdade... – Disse Angelina rindo.

No dia do grande jogo, Hydra desceu com Alicia e Angelina para o salão principal, lá,
Olívio já estava animado, fingindo que comia um pouco de cereal, quando na verdade
não estava comendo nada.

- Condições perfeitas para o quadribol — exclamou Wood, entusiasmado, à mesa da


Grifinória, enchendo os pratos dos jogadores com ovos mexidos. E disse a Harry Potter
que tinha acabado de chegar -Harry, mexa-se, você precisa de um café da manhã
decente.

Hydra não podia deixar de admirar o bom humor do namorado.

- Boa sorte, Wood. – Disse Peter para Olívio quando eles passaram pela mesa da
Corvinal.

- Ah, sim, obrigado... –Olívio parecia confuso, olhando para Peter como se não
entendesse o motivo de ele falar com ele, mas Hydra deu um sorriso para o rapaz de
agradecimento.

Com o aproximar das 11 horas, ela seguiu com o time para o vestiário a pedido de
Olívio, onde ele passou algumas estratégias de última hora e Hydra seguiu para a
arquibancada para assistir o jogo.

- Bom jogo, você sabe que é muito melhor do que eles – Disse Hydra, beijando Wood,
um pouco antes de sair.

- Ui!!! – Exclamavam Fred e Jorge fazendo sons de beijo, mais uma vez.

- É muito injusto que só o Olívio ganhe beijos de boa sorte, só estou dizendo... – Disse
Jorge, fingindo amarrar a cara.

- E você ia querer um beijo meu? – Perguntou Hydra rindo, notando que Olívio olhava
irritado.

- Não seu, mas pode chamar as outras meninas da escola sem problemas, não pode? –
Disse Jorge piscando um olho para Hydra.

Os times entraram em campo sob aplausos estrondosos. Olívio decolou para um voo
de aquecimento em volta das balizas; Madame Hooch lançou as bolas. Os jogadores da
Lufa-Lufa , que jogavam de amarelo-canário, estavam amontoados num bolinho,
discutindo táticas de última hora quando Hydra notou que a Professora Minerva se
aproximava do campo.
Ela notou que Olívio Wood, arrasado, pousou e correu para a professora sem
desmontar da vassoura e decidiu correr para o campo ao encontro dele, algo terrível
deve ter acontecido....

Hydra ouviu a Professora falar em um megafone enquanto corria para o campo.

-Todos os alunos devem se dirigir às salas comunais de suas casas, onde os diretores
das casas darão maiores informações. O mais rápido que puderem, por favor!

- Não, não, por favor Professora Minerva, não faça isso! – Olívio estava chorando, o
que deixou Hydra desesperada.

- Silêncio Wood! E retorne imediatamente para a sua sala comunal.

- O que houve? – Perguntou Hydra para o namorado.

- O... quadribol... foi... cancelado – Dizia ele soluçando.

- Cancelado? Todos os jogos? – Perguntou Hydra, abraçando o rapaz.

- Infelizmente sim... – Disse Jorge, que também parecia arrasado.

- Tanto trabalho... – Dizia Angelina.

Alguns alunos que caminhavam perto deles, reclamavam do cancelamento do jogo;


outros pareciam preocupados, Hydra não teve tempo de consolar mais o Olívio, que
saiu correndo em direção ao vestiário, ela tentou esperar por ele, mas foi arrastada
para dentro do castelo por Percy e o aglomerada de alunos.

Ao chegar na sala comunal, todos estavam nervosos e imaginando o que poderia ter
acontecido.

- Um novo ataque, provavelmente. – Disse Angelina que também estava muito triste
com o cancelamento da partida, mas não tão triste quanto Olívio, que chegou de olhos
vermelhos e queria subir direto para seu quarto, só não o fez por insistência de Hydra
que pediu para ele ficar na sala comunal com ela, então ele ficou completamente
calado em uma poltrona ao lado da sua com Hydra segurando a sua mão.
Depois de um tempo e muita conversa sobre o que podia ter acontecido, a Professora
McGonagall veio até o encontro dos alunos seguida por Potter e Rony Weasley.

- Todos os alunos devem voltar à sala comunal de suas casas até as seis horas da tarde.
Nenhum aluno deve sair dos dormitórios depois dessa hora. Um professor os
acompanhará a cada aula. Nenhum aluno deve usar o banheiro a não ser escoltado por
um professor. Todos os treinos e jogos de quadribol estão adiados. Não haverá mais
atividades noturnas.

Os alunos da Grifinória aglomerados na sala comunal ouviram a professora em


silêncio. Ela enrolou o pergaminho que acabara de ler e disse com a voz um tanto
embargada:

- Não preciso acrescentar que raramente me senti tão aflita. É provável que fechem a
escola a não ser que o autor desses ataques seja apanhado. Eu pediria a quem achar
que talvez saiba alguma coisa que me procure.

Foi ela sair um tanto desajeitada pelo buraco do retrato e os alunos começarem a falar
imediatamente e Harry explicou sobre o ataque á Hermione e de Penelope Clearwater,
a monitora da casa da Corvinal.

— São dois alunos da Grifinória atacados, sem contar o nosso fantasma, um aluno da
Corvinal e um da Lufa-Lufa — disse Lino Jordan, contando nos dedos. — Será que
nenhum professor reparou que os alunos da Sonserina não foram tocados? Não é
óbvio que essa coisa toda está vindo da Sonserina? O herdeiro de Slytherin, o monstro
da Sonserina, por que é que eles não mandam embora todo o pessoal da Sonserina? —
vociferou ele, em meio a acenos de concordância e aplausos.

Hydra não conseguia saber o que pensar muito bem, ela não conseguia acreditar que a
escola poderia ser fechada, que ela poderia ser enviada para Durmstrang como
vingança de seu pai, porque ela sabia que ele nunca a enviaria de volta para
Beauxbatons depois de tudo, não agora, não quando tinha conhecido pessoas que já
amava em Hogwarts e depois de tanta luta para ficar. Ela observou que Olívio se
encolhia em sua poltrona sem falar nada e com os olhos fixos no chão, ela sabia que a
notícia da suspensão dos jogos que quadribol deve ter vindo como uma bomba, mas
não sabia o que falar para consolá-lo.
Hydra notou também que Percy estava sentado em uma poltrona atrás de Lino sem
dizer nada e com uma expressão de profundo choque.

A sala comunal ficou lotada de alunos por muitas hora, todos se lamentando sobre ter
que possivelmente voltar para a casa, Olívio não disse nenhuma palavra e Hydra ficou
preocupada.

- Olívio, você está bem? – Perguntou ela ainda segurando a sua mão.

- Eu, eu... – Guagejou – você acha que o responsável vai ser pego? Que a temporada de
quadribol vai voltar? Que nós ainda iremos poder ganhar a taça? Esse ano ainda...–
Seus olhos se encheram de lágrimas, Hydra sentia um misto de pena e raiva por ele
não ter mostrado preocupação pelos ataques ou a possibilidade de ficar longe dela,
mas somente com o quadribol , mas preferiu falar sobre aquilo em uma outra hora e o
consolou dizendo que acreditava que tudo voltaria ao normal, o que pareceu
convencer um pouco Wood que voltou a ter um pouco de cor em seu rosto.

Com o cair da noite, Olívio se retirou e disse que precisava dormir para esquecer um
pouco tudo aquilo, Hydra continuou na sala comunal com Jorge, Lino, Fred e Angelina,
Katie e Alicia também já tinham ido para os quartos, nem mesmo Fred e Jorge
pareciam conseguir brincar.

- O que vocês vão fazer se Hogwarts fechar? – Perguntou Angelina triste.

- Eu não sei, meus pais não iriam ter dinheiro para mandar nós cinco para uma escola
fora do país. –Hydra sentia uma pontada no estômago ao ouvir Fred falar isso, ela
reclamava de sua sorte, mas ficar sem ir a nenhuma escola parecia muito pior.

- Eu não sei o que vai acontecer, talvez eu peça para ir para a sua antiga escola Hydra,
mas eu não quero sair de Hogwarts, mas pelo menos estaríamos juntas – Disse
Angelina dando outra pontada no estômago de Hydra.

- Meu pai não vai querer me colocar na Beauxbatons, eu duvido, seria como uma
premiação depois de toda dor de cabeça que eu dei para ele em sua mente... – Disse
Hydra séria – ele provavelmente me colocaria na Durmstrang com certeza, eu e o
Draco.

- O que é a Durmstrang? – Perguntaram todos praticamente ao mesmo tempo.


- Acho que já ouvi falar, é uma um pouco do mal, não é? – Perguntou Lino.

- Não são do mal, mas lá eles não aceitam nascidos trouxas. – Disse Hydra ainda mais
séria e enojada – E os alunos lá aprendem a arte das trevas e não como se defender
dela – Todos olharam espantados.

- Uau e seu pai te enviaria para um lugar desses? – Perguntou Lino, mas Fred
respondeu antes que Hydra pudesse.

- O pai dela é o Lúcio Malfoy, ele provavelmente deve ser considerado um exemplo lá
dentro, é claro que ele enviaria ela para lá – Hydra concordou.

Depois de discutirem um pouco mais sobre o assunto, decidiram subir para dormir,
Hydra demorou algumas horas para cair no sono, sua cabeça estava agitada com a
possibilidade de perder tudo que conquistou esse ano, por fim, conseguiu dormir.

Hydra foi acordada durante a noite, não sabia que horas eram mas todas no quarto
ainda dormiam, então ela levou um verdadeiro choque ao ver a professora
McGonagall ao lado de sua cama.

- Senhorita Malfoy, eu sinto muito acordá-la essa hora, mas preciso que me
acompanhe. – Minerva tinha uma expressão desgostosa no olhar e na fala, o que fez
Hydra se assustar mais ainda.

- É o Draco? Ele foi atacado? – Perguntou Hydra levantando em um salto.

- Não, não se trata disso senhorita Malfoy e não acredito que o senhor Malfoy seja alvo
desses ataques... – Sua expressão era ainda mais desgostosa ainda – Apenas me
acompanhe por favor.

Hydra levantou e se vestiu em poucos segundos, então desceu acompanhando a


professora para fora da sala comunal e entrando em alguns corredores, até parar em
uma porta.

- A senhorita pode usar a minha sala, temporariamente estou usando a sala do


Professor Dumbledore – Hydra se chocou com essa afirmação, mas nada a preparou
para o que viria a seguir.
– O seu pai esta lhe esperando... – Hydra ficou alguns segundos imóveis observando a
Professora McGonagall se retirar, seu corpo não obedecia, até que ela ouviu a porta se
abrir ao seu lado.

- O que você está fazendo parada aí? Entre aqui agora!

Era a voz de seu pai, Lúcio Malfoy, em um tom severo e áspero como de costume.
Hydra obedeceu e entrou na sala em pânico, ela nunca soube descrever detalhes da
sala, não conseguia prestar atenção em nada, ainda em choque, se sentou em
uma cadeira mais próxima, e seu pai, se sentou na cadeira atrás de uma grande mesa.

Hydra ainda não o olhava nos olhos, mas notou uma outra pessoa sentada a seu lado,
olhou e viu seu irmão, Draco Malfoy, sentado sem completo silêncio.

- Pai, o que você está fazendo aqui? – Hydra se encheu de coragem e decidiu falar, não
tinha motivos para ter medo, não havia nada que Lúcio pudesse fazer com ela,
Dumbledore provavelmente não iria deixar... ele a olhou com seus mesmos olhos cinza
e frios de sempre.

- Eu sou conselheiro dessa escola – disse ele sério – e é meu dever prezar pelo bem de
estar de todos os alunos, claramente o herdeiro de Sonserina está fazendo um
excelente trabalho purificando essa escola de todos que nunca deveriam ter estado
aqui... – Seu tom era mesquinho e frio, Hydra não se chocava com o tipo de coisa que
ele falava, mas sim de saber de fato agora que não se tratava de Draco e nem ninguém
de sua família – e eu tinha o dever de purificar todo o resto.

- O que você fez? – Hydra tinha a voz nervosa ao perguntar.

- Calada, quando eu quiser que você fale você irá saber!

Hydra conhecia muito bem a voz de quando Lúcio estava prestes a perder a paciência,
exatamente aquela mesma que ele usava agora...

– Eu vim entregar a Dumbledore as doze assinaturas dos conselheiros e colocá-lo para


fora de onde ele nunca deveria estar, claramente, ele não está fazendo seu papel de
diretor, pobres sangue-ruins, petrificados, que tragédia... – Lúcio disse com uma
pequena risada maléfica, acompanhado por Draco que também ria.
Hydra olhava chocada de um a outro, seu coração parecia estar saindo pela garganta
de tão forte que batia, como assim Dumbledore estava fora da escola? O que seria dos
nascidos trouxas?

- Você não pode fazer isso, não pode! Hogwarts precisa de Dumbledore, sem ele todos
os nascido trouxas... eles provavelmente não vão sobreviver se isso continuar...– Hydra
se levantava e gritava nervosa, ela ia chegar mais perto do pai, mas foi atingida por um
feitiço saído da ponta da varinha de Lúcio que conjure vai cordas ao redor do seu
corpo e a impedia de se mexer.

Pai, para, por favor, você está machucando ela! – Gritava Draco desesperado e tentava
tirar as cordas que apertavam cada vez mais Hydra, Lúcio a colocou sentada
novamente na cadeira e tirou à corda de seu corpo, Hydra suava frio e tremia com as
lembranças horríveis que vinham à tona e Draco também se sentou assustado, Lúcio
finalmente tirou as cordas dela depois de um tempo.

- Eu já disse que quando quiser que você fale, será informada...– Disse Lúcio com seus
olhos frios mostrando um certo tom de felicidade. – agora, fique quieta e espere.

Hydra ainda estava em estado de choque para revidar, odiava como se sentia
acovardada diante de seu pai algumas vezes, ele era a única pessoa a causar essa
reação apavorada, um dia, quando tinha treze anos, estava visitando uma de suas
amigas na França nas férias, Hydra veio de encontro com a figura de seu pai que
gritava irado e tentava lhe lançar um feitiço, o pai de sua amiga lhe lançou um feitiço e
Lúcio caiu, depois ficou sabendo que não se tratava na verdade de seu pai e sim de um
bicho papão que assumia a forma daquilo que você mais tinha medo.

- Pai, o que está acontecendo? Hogwarts realmente vai fechar? – Perguntou Draco,
com a voz tremida, porém tentando transmitir uma falsa calma.

- Talvez, provavelmente, espero que sim,– Disse Lúcio com um sorriso cruel em seu
rosto – não se preocupe, depois do hedeiro de Sonserina completar seu nobre dever,
Hogwarts poderá retornar em sua melhor forma! – ele aumentou ainda mais o sorriso
– Da forma que sempre deveria ter sido...– Completou Lúcio.

Hydra novamente soltou um grito e se levantou, uma força e coragem sobrenatural se


apoderaram de seu corpo e ela ergueu sua varinha em direção a Lúcio sem saber
direito o que fazia, a raiva, o desprezo, a coragem, tudo tomou seu corpo de uma vez
só.

- ESTUPEFAÇA! – Hydra lançou o feitiço que deixou seu pai inconsciente no chão,
Draco levantou em um único pulo e foi ao encontro de seu pai desesperado.

Hydra recuou assustada, balançando a cabeça em negativa, sem acreditar no que


estava acontecendo. Encostou em uma parede completamente sem ação e com os
olhos arregalados olhando a imagem de seu pai caído no chão e Draco ao seu lado o
sacudindo, ela não conseguia pensar no que tinha feito, não queria imaginar o que
aconteceria se seu pai acordasse e o pânico começou a tomar conta de seu corpo e
mente, ela se sentou no chão e ficou paralisada ainda olhando seu pai inconsciente.

- Enervate – Disse Draco com a varinha apontada para o pai, o que fez com que Lúcio
acordasse.

Depois de alguns segundos, Lúcio se levantou, mais irado do que nunca, empurrou
Draco para o lado e veio em direção a Hydra que já estava em pé, tinha chegado mais
perto de onde ele estava, ele a olhava com um olhar de fúria diferente de tudo que
ela
já tinha visto.

- Filpendo!– Gritou Lúcio. Hydra foi lançada com muita força na parede, sentiu seus
ossos doerem e saia sangue de trás de sua cabeça onde atingiu a parede com mais
força.

- Incisio! – Disse Lúcio se aproximando mais uma vez. Hydra sentiu uma dor cortante
por todo seu corpo.

– Namorando um meio-sangue imundo, andando com a escória dos Weasleys e até


aquele Potter, você é uma desgraça para essa família! – Gritou Lúcio.

Era quase tudo do mesmo jeito de quando era criança, ela gritava em desespero, se
contorcendo e implorando para ele parar com aquilo e Draco chorava ao lado do pai,
sacudindo suas vestes,.

Foi como voltar ao tempo, Hydra se viu aos sete anos na sala da mansão de sua família
e seu pai usou pela primeira vez essa mesma maldição e sua mãe chorava e o
implorava para parar ao seu lado, de repente, a dor parou e ela se viu de volta ao
escritório de Minerva, caída no chão imóvel sem conseguir se mexer, seu corpo todo
machucado, com muitas feridas e sangrando.

- PAI, POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? POR QUÊ? – Chorava Draco que foi correndo ao
encontro de Hydra.

- Ela, ela me provocou, você viu, você viu que não foi minha culpa! – Disse Lúcio
gaguejando e parecendo confuso. sem conseguir apoiar seu corpo, se sentou em um
único movimento na cadeira ao seu lado e seus olhos giravam como se quisesse
entender o que tinha acabado de acontecer – Eu não queria, não foi minha culpa...

Draco chorava e segurava a cabeça de Hydra que ouviu a porta se abrindo


rapidamente antes de perder a consciência.

Acordou algum tempo depois deitada em uma maca na ala hospitalar, Madame
Pomfrey andava de um lado para o outro e Draco estava ao lado da cama, Hydra
reconheceu a Professora Minerva ao seu lado e Lúcio do outro, os quatro não estavam
olhando para ela, então decidiu fingir que ainda dormia.

- Me conte de novo o que aconteceu, eu não consigo entender! – Dizia a voz da


Professora.

- Eu já lhe disse Minverva, Hydra ficou fora de si quando disse sobre o conselho ter
tirado Dumbledore, a pobrezinha, está apavorada – Dizia Lúcio de maneira cínica e
quase convincente – Ela me atacou e quando fui me defender, o feitiço voltou nela,
pergunta a Draco, ele viu tudo!

Hydra abriu os olhos de leve e viu que Draco estava pálido e calado, mas concordou
com a cabeça

– É claro que não a culpo, foi um momento de pânico, Hydra não é exatamente
equilibrada Minerva, por isso a enviamos para o exterior.

Hydra sentia como se tivesse engolido fogo, queria gritar e dizer que Lúcio estava
mentindo, mas não conseguia, só conseguia abrir os olhos e falar baixinho com a voz
rouca.
- Eu quero falar com ele...

- Hydra, a Graças a Deus está acordada, nos deu um grande susto! – Dizia McGonagall,
parecendo aliviada, e Hydra repetiu a mesma frase – O que disse querida? A quer falar
com seu pai? Claro, ele está aqui e viu Lúcio em pé ao seu lado, dando um sorriso
paternal mentiroso.

- A graças a Deus minha filha, fiquei tão preocupado, não se preocupe, eu lhe perdôo,
sei que não quis fazer nada – Dizia com a voz doce que nunca teve.

- Professora Minverva, eu poderia falar com meu pai e Draco a sós? – Minerva
desconfiou do pedido, mas se retirou com Madame Pomfrey, deixando Draco, Lúcio e
Hydra a sós.

- Escute aqui, nem mesmo pense eu contar nada a ninguém! – Disse Lúcio de novo
com sua voz fria e nervosa de sempre. Hydra pensou em responder, mas pensou
melhor e disse:

- Eu não vou contar para eles papai, mas você vai ter que trazer Dumbledore de volta!
– Disse ela decidida e Lúcio levou um susto com o pedido.

- Você está louca, eu não posso, mesmo se quisesse, as doze assinaturas já estão
colhidas, não tem mais nada que eu possa fazer...

- Tem sim, eu sei que tem e você vai, ou eu vou contar tudo para todo mundo! – Disse
Hydra, recuperando a capacidade de falar.

- E eu irei arrumar todos os atestados necessários para a sua ida direta para St.
Mungo's arrastada, eu prometo! – Disse Lúcio com os olhos que pareciam sair chamas.

- Não, você não vai papai...– Disse Draco falando pela primeira vez, Lúcio o lançou um
olhar fulminante – e nem você vai contar Hydra, mamãe não aguentaria a vergonha.

- Eu vou sim Draco! – Contestou Hydra.

- Não vai, se você contar eu não irei confirmar e se você quiser mandar Hydra para o
St. Mungo's papai, eu também não irei, deixe ela em paz. – Disse Draco decidido e
assutado. - Como ele podia ficar ao lado dele depois de tudo que viu? - Hydra se sentia
com o coração partido.

– Ele não teve intenção Hydra, perdeu a cabeça...

- De novo? Quantas vezes mais ele vai perder a cabeça? – Gritou Hydra.

- O que ela quer dizer com de novo? – Disse Draco.

- É uma longa história que não precisa ser contada agora... – Disse Lúcio lançando o
olhar fulminante para Hydra.

- Quer saber? Vocês dois são iguais, eu achei que não Draco, mas você é! – Gritou
Hydra.

- Hydra, eu te amo, mas eu também amo o papai e eu sei que ele não fez por mal, ele
não queria te machucar! – Disse Draco chorando – E papai, você não vai mais tirar
Hydra de Hogwarts e caso feche, ela poderá ir para onde quiser! – Barganhou Draco e
Lúcio concordou, contrariado e se retirou com pressa.

- Isso não faz nada okay, Draco, você não me apoiou quando eu mais precisei, mesmo
eu sempre te ajudando...– Disse Hydra chorando.

- Hydra, papai não faz por mal, eu sei que você não acreditar agora, mas é verdade e
ele agora não vai mais te incomodar, eu prometo – Draco chorava desesperado, uma
parte de Hydra queria consolá-lo, mas estava magoada demais para isso.

- Sai daqui Draco, sai, por favor, SAI! – Gritou Hydra e Draco se retirou chorando,
virando as costas e saindo pela porta apressado.

Alguns instantes depois a professora Minerva e Madame Pomfrey voltaram para a ala,
Minerva perguntou a Hydra o que realmente tinha acontecido, mas sem o apoio de
Draco ela decidiu não contar, imaginou que ele iria ceder a seu pai e confirmar a
história de distúrbios mentais.

- Eu não acredito em nada que Lúcio contou Hydra, saiba disso, absolutamente nada,
eu conheço seu pai, eu sei o tipo de homem que ele é... – Os lábios de Minerva
desapareciam de tanto que ela os apertava – Mas eu respeito se não quiser falar, só
saiba que se um dia quiser conversar sobre tudo isso comigo, minha porta está aberta.

Hydra se sentiu tão grata pela gentileza da professora que começou a chorar e
Madame Pomfrey logo veio pedindo para Minvera se retirar que Hydra precisava
dormir.

- Okay, me chame se precisar – Disse a Professora, também se retirando.

Antes de dormir, Hydra notou as camas ao seu lado que estavam ocupadas e com as
cortinas ao redor levantadas, eram todos que foram petrificados, lembrar das palavas
de seu pai sobre isso a deixaram ainda pior, ela chorou até finalmente conseguir cair
no sono.

No dia seguinte, Fred, Jorge, Olívio , Lino, Kate, Alicia e Angelina vieram a visitar,
deixando Madame Pomfrey irada, mas ela sentia tanta pena de Hydra que acabou
deixando que todos entrassem.

Todos a questionaram sobre o que aconteceu e Olívio correu para abraçá-la, porém, o
corpo de Hydra ainda doía, Hydra só confirmou a história de que atacou seu pai e o
feitiço voltou para ela, Olívio, no entanto ficava calado, ela sabia que ele não
acreditava, sabia a verdade sobre Lúcio...

- Uau garota, mandou bem! – Disse Fred alegremente.

- Eu daria tudo para ver isso, uma pena que se machucou, mas valeu a intenção... –
Disse Jorge, Hydra gostava da alegria que eles traziam, mas Olívio permanecia calado e
sério, até que não aguentou mais:

- Hydra, não, por quê você está mentindo? – Disse ele e todos o olharam espantados,
incluindo Hydra. - Por que está protegendo ele?

- Do que ele está falando? – Perguntou Jorge nervoso – Você está mentindo? O que
aconteceu Hydra?

- Conta a verdade Hydra, conta para eles, eles são seus amigos e aquele maldito não
merece ser protegido! – Disse Olívio quase gritando.
Hydra começou a chorar, não queria contar nada, sentia raiva de Olívio por a obrigar a
fazer aquilo.

- Não... é verdade...

- Não é, Hydra, conta a verdade! – Disse novamente Olívio, incisivamente.

- Para, Olívio, você está assustando ela! – Dizia Alicia assustada com toda a situação,
olhando de um para o outro em "pânico".

Hydra chorou mais ainda e acabou contando toda a verdade para eles, dizendo desde
o primeiro ataque quando tinha sete anos até o da noite anterior.

Quando terminou, Angelina, Katie e Alicia estavam olhando atentas com um misto de
tristeza e raiva, Angelina parecia ter lágrimas nos olhos, Fred e Jorge tinham os rostos
tão vermelhos que pareciam que iriam explodia a qualquer momento, Lino e Olívio
olhavam tristes para Hydra.

- Eu não acredito aquele maldito, maldito! E seu maldito irmão também não irá te
ajudar? – Hydra nunca viu Jorge tão nervoso e sério em sua vida.

- Você tem que denunciar Hydra, ele não pode usar maldições assim nos filhos! – Dizia
Fred, também tão nervoso quanto Jorge.

- Não vai, ele é poderoso, sem o apoio de Draco ele provavelmente vai conseguir fazer
com que eu seja internada, eu não tenho duvida disso.

- E ninguém na sua casa faz nada, sua mãe, ninguém? – Perguntou Fred irado, andando
de um lado para o outro da cama.

- Eles acham que papai perdeu a cabeça mas não queria me fazer mal e a da primeira
vez o Draco nem sabe sobre... – O pior era que no fundo Hydra sentia a mesma coisa,
ela se recusava a acreditar que seu pai a odiava a tal ponto.

- Você tem que sair de lá, você pode morar com a gente, eu tenho certeza que papai e
mamãe não se importariam e que a gente pode fazer mais um caber... – Dizia Jorge de
um jeito tão doce que fez Hydra chorar novamente.
- Enquanto eu for menor de idade eles não vão deixar eu sair de casa, seria um
escândalo e eles não suportam escândalos, eles já me falaram isso diversas vezes, mas
assim que fizer dezessete anos, será a primeira coisa que provavelmente irei querer
fazer, pode ter toda certeza...
CAPÍTULO 16

A BRIGA COM ANGELINA

Hydra passou mais dois dias em observação na ala hospital are apesar de se sentir
bem, durante os quais seus amigos vieram visitar sempre que podiam, também
recebeu a visita de Peter, Jeniffer, Rita, Laura, Hagrid, Harry e Rony.

Draco tentou visitá-la diversas vezes, mas ela nunca queria vê-lo, depois soube que
Fred e Jorge fizeram seu cabelo ficar pontudo e variando entre o vermelho e laranja
deixando cair sobre ele um pó de invenção própria, Hydra ainda não gostava de ver
seu irmão sofrer, mas estava magoada demais para dizer algo sobre. Pucey também
veio vê-la, mas ela fingiu estar dormindo, não queria falar com ele.

Como ficou dias sem aparecer nas aulas, os mais diversos boatos de que teria sido
vítima do herdeiro da Sonserina, que agora resolveu atacar também os sangues-puros,
se espalharam pelo castelo, isso e o fato de Dumbledore não estar mais como diretor,
fez com o que o pânico ficasse ainda maior.

- Você tem certeza de que está bem? – Perguntou Olívio, na primeira noite de Hydra
no Salão Principal, todos a tratavam como se ela fosse quebrar a qualquer momento
na frente deles.

- Eu estou bem... – Disse Hydra, um pouco irritada, evitando os olhares e comendo um


pouco de sopa que estava sendo servida.

- Tem certeza? – Perguntou Fred, a olhando com um olhar de pena desagradável.

- Eu não queria dizer nada por causa disso, se continuarem desse jeito só vão me
deixar muito pior do que já estou, por favor gente, parem de me tratar como se eu
fosse algo frágil, eu estou bem, de verdade...

- Ok, se você diz... – Disse Jorge, passando agora a contar piadas junto com seu irmão,
Fred.

Hydra reparou que Olívio, apesar de solicito, continuava cabisbaixo e não parecia com
muita de vontade de fazer absolutamente nada.
Depois de algumas semanas, o verão começava a se aproximar e seus amigos
finalmente pararam de lançar olhares de pena para ela.

Fred e Jorge voltaram a seus "eus" brincalhões de sempre e Olívio, não se sentindo
mais na obrigação de consolá-la, voltou a ficar completamente deprimido pelo
Qquadribol que se foi. A Professora McGonagall também voltou a tratar Hydra com a
severidade de sempre depois de um tempo, só o que não voltou ao normal foi sua
relação com Draco, ele tentou muitas vezes falar com Hydra sem sucesso e sempre a
olhava de forma triste e culpada.

A aula de poção corria normalmente, Hydra nunca soube se o Prof. Snape não soube
do ocorrido ou apenas não ligava, mas todo o seu mau-humor continuava em todas as
aulas.

Até que um dia, enquanto aprendiam como fazer Poção Homobolhus, que cria uma
enorme bolha em volta da cabeça do bruxo(a) que a tomar. Depois de fazer os alunos
testarem cada uma de suas poções, causando as mais diversas reações possíveis como
cabeças inchadas que ficaram o dobro do tamanho normal até pequenas bolhas pelo
rosto, (depois de relutar muito, especialmente com os alunos da Grifinória, que
ficaram até o final da aula, ele consertou o efeito de cada uma) ao chegar em Hydra, a
poção funcionou perfeitamente.

- Muito bem... senhorita Malfoy. – Disse Snape com a voz sem nenhuma emoção –
Cinco pontos para a Grifinória.

Todos os alunos olharam imediatamente chocados, alguns se olhavam assustados.

- Cinco pontos para a Grifinória? Na aula de poções? É Sério isso mesmo? – Dizia Fred
incrédulo.

- Muito bem senhor Weasley, menos cinco pontos para a Grifinória por atrapalhar
minha aula. – Disse Snape irritado, os alunos da Grifinória tiraram imediatamente o
sorriso do rosto e os da Sonserina davam altas gargalhadas.

Todos os alunos tinham que sair acompanhados de uma aula para outra, o que era um
grande inconivente tanto para os alunos e talvez ainda mais para os professores que
pareciam impacientes.
Na hora do almoço, Olívio decidiu permanecer na sala comunal, ele continua muito
triste e distante, quase não falava, nem mesmo com Hydra, depois de passado
algumas semanas do ataque de Lúcio, ele não parecia ter ânimo para nada, nem
mesmo ficar sozinho com ela (o que era praticamente impossível agora que não
podiam andar pelos corredores desacompanhados) e ela percebeu que sua pulseira
não aquecia mais com a mesma frequência que antes e que os poucos momentos que
Olívio estava entre ela e os amigos, ele estava criando mais táticas na esperança de
que ainda pudesse de alguma forma, disputar o campeonato, mas tentou imaginar que
seria apenas uma fase.

- Está tudo bem com vocês? – Perguntou Jorge, que estava sentado ao seu lado na
mesa do Salão principal.

- Sim, quer dizer, não sei, a gente não se fala mais o suficiente para eu saber... –
Respondeu Hydra desanimada.

- Bem, é uma pena, mas se não der certo com ele, tem uma velha lista de apostas que
eu gostaria de reviver. – Disse Fred rindo.

Angelina, Katie e Alicia conversavam sobre o que seus pais falaram que aconteceria se
Hogwarts de fato fechasse " Mamãe já disse que vai me enviar para outra escola no
exterior" Disse Angelina "A minha disse que vou ter que ter aulas em casa, você
consegue imaginar que horrível?" Disse Alicia. Fred e Jorge estavam cada um em um
lado de Hydra sem prestar atenção nas conversas, ela sabia que seus pais já disseram
não ter condições de mandá-los para uma escola no exterior, mas isso não os deixara
muito desanimados "Sempre achei que nossos talentos estão além do que a educação
tradicional pode oferecer." Diziam.

Antes que Hydra pudesse falar algo, ela reparou que os seus amigos ao redor ficaram
em completo silêncio e logo entendeu o porquê. Em pé atrás de Hydra, o jovem louro
e forte da Corvinal estava parado a chamando.

- Pe... Peter? O que você está fazendo aqui? – Perguntou Hydra surpresa, ela notou
que muitas pessoas nas mesas da Grifinória e da Corvinal olhavam, especialmente
Amee Goat, a menina ruiva, bonita e de olhos verdes da Corvinal lançava um olhar de
ódio fulminante para a cena. Olívio, para variar, não estava com eles, quase nunca
ficava para jantar.
- Eu queria falar com você e não da exatamente para te encontrar nos corredores e eu
não estou na mesma casa que você então... – Jorge ofereceu seu lugar para Peter se
sentar e sentou ao lado de Fred.

Peter aceitou, mas todos seus amigos apesar de tentarem sem sucesso disfarçar,
prestavam atenção na conversa.

– Eu queria saber só se você está bem, eu mal consegui trocar duas palavras desde o
dia na ala hospitalar.

- Você foi na ala hospitalar? – Perguntou Fred, mas ao notar o olhar fulminante que
Hydra lançara por escutar sua conversa, desistiu de ouvir a resposta e virou o rosto
para "conversar" com Angelina.

- Eu estou bem, de verdade, só estou preocupada com o que vai acontecer se


Hogwarts fechar... - Disse desesperançosa, graças ao pedido de Draco, já era certo de
poder voltar para Beauxbatons caso isso acontecesse, apesar de uma parte estar feliz
em poder voltar para suas amigas, outra estava arrasada de ter que se afastar dos que
conquistou ao longo do ano letivo.

- Eu também, mamãe quer que eu continue os estudos em outro lugar, não temos
certeza ainda de onde, realmente não queria deixar Hogwarts, mas... – continuou
Peter – eu fico feliz que você esteja bem. – Notando que seus amigos na mesa da
Corvinal ainda olhavam atentos, ele começou a se sentir sem graça, Jeniffer e Rita
simplesmente pararam de falar para olhar atentamente os dois. – Eu acho melhor eu
voltar para a minha mesa, eu só queria saber como você estava.

- Obrigada pela preocupação, de verdade e você pode sentar aqui quando quiser. –
Disse Hydra sorrindo e foi retribuída com um sorriso de Peter que se levantou e voltou
para a sua mesa, sobre os olhares atentos dos amigos de Hydra e dele.

- E o Olívio? – Perguntou Angelina chocada assim que Peter se afastou.

- O que tem o Olívio?

- Bem, você agora está de papo com esse garoto da Corvinal, você não estava
namorando o Olívo? – Angelina sempre foi uma grande defensora de Olívo, em todos
os momentos de raiva de Hydra, ela sabia que nunca podia desabafar sobre isso com
Angelina que sempre ficava ao lado do amigo.

- E por causa disso eu não posso ter outros amigos? – Disse Hydra com irritação visivel
– O Fred, o Jorge e o Lino são meus amigos e eu não vejo você reclamando disso.

- Você sabe muito bem que não é a mesma coisa, esse Macmillan nunca tirou os olhos
de você desde o começo do ano e agora vocês ficam de papinho! – Angelina estava
irada.

- Eu não devo satisfação de com quem eu falo ou não, nem para você e nem para
ninguém! – Hydra se levantou irritada e acompanhou na frente os professores que
acabaram de anunciar que iriam acompanhar os alunos até suas aulas da tarde.

Durante o resto do dia, Angelina e Hydra sentaram separadas e não se falaram, Fred e
Jorge tentaram fazer brincadeiras para animá-las, mas nenhuma das duas dava o braço
a torcer e no final do dia, Angelina subiu irritada para o quarto sem falar com Hydra,
que encontrou a amiga dormindo quando foi deitar.

O clima ruim entre as duas amigas continuou pelos dias que se passaram.

- Isso é completamente ridículo, vocês são melhores amigas e nem se olham mais, por
causa de uma bobagem! – Gritou Jorge uma noite na sala comunal.

- Por que você brigaram afinal? – Perguntou Olívio, finalmente participando da


conversa.

- Coisas de mulher! – Se apressou Jorge, antes que Hydra pudesse falar o verdadeiro
motivo e Olívio parece ter acreditado, porque perdeu o interesse na conversa e voltou
a se concentrar em suas anotações, a falta de atenção de Olívio a tudo ao seu redor
estava deixando Hydra cada vez mais impaciente, mas ela estava assim com quase
tudo ao seu redor, Angelina e Draco faziam mais falta do que ela imaginava.

- Seu pai tentou falar com você de novo, Hydra? – Perguntou Fred.

- Não, ele deve estar guardando tudo para as férias, não tem muito para onde fugir
dentro de casa – Hydra dizia com a voz triste e Fred parecia se simpatizar.
- Você pode ir para A Toca a hora que quiser – Disse ele.

- A Toca? O que é A Toca? – Perguntou Hydra, ficando um pouco mais animada.

- Nossa casa, é pequena e cheia, mas pelo menos não tem nem sinal de Lúcio Malfoy lá
dentro, isso eu prometo!– Respondeu Jorge. Nada parecia melhor do que passar férias
na casa de Jorge e Fred e finalmente conhecer o famoso senhor Weasley, mas ela sabia
que seus pais jamais permitiram que ela colocasse os pés perto da casa deles.

- Bom, quem sabe eu consigo fugir um dia das férias e ir para lá... – Disse
desesperançosa – masseus pais, será que eles gostariam de mim? Afinal eu acho que
eles, como todo mundo decente no mundo Bruxo devem pensar o pior do nome
Malfoy .

- É, isso é verdade... – Respondeu Fred sem graça – mas eu acho que eles vão te amar
quando conhecerem. – Fred sorriu e Hydra também, os gêmeos a faziam muito bem,
doía pensar que se Hogwarts realmente fosse fechada, não os veria mais todos os dias
como agora.

O verão espalhou-se lentamente pelos jardins que cercavam o castelo; o céu e o lago,
os dois, ficaram azul-clarinhos, e flores do tamanho de repolhos se abriram
repentinamente nas estufas.

Peter fazia agora visitas frequentes a mesa da Grifinória, Olívio parecia não gostar
muito quando isso acontecia, mas não demonstrava muitas emoções e nem falava
muito durante todo tempo.

Hydra achava que o sentimento de Olívo por ela já não era o mesmo, mas não tinha
coragem de fazer nada a respeito com medo da resposta, deixando o sentimento
desconfortável se prolongar.

Durante a aula do Professor Lockhart, Hydra passou a perceber que o encantamento


inicial que tinha pelo seu sorriso desaparecia conforme a falta de informações sobre
Defesa contra as artes das trevas ficava maior, durante todas as aulas, era lido poemas
de fãs que Lockhart recebia, ou trechos de seu livro eram interpretados por ele e
alunos desgostosos, Fred e Jorge conseguiram enfeitiçar (como, Hydra nunca soube.) a
capa de um dos livros que Lockhart lia chamado "Meu eu mágico" que agora se lia "O
idiota mágico" e causava risada em todas os alunos, mas ele parecia achar que eram
sinais de admiração por seu belo trabalho.

- Que Imbecil! – Dizia Fred rindo.

Muitas meninas, Hydra reparou, não ficaram contentes com a brincadeira e lançavam
olhares furiosos para os gêmeos.

Angelina agora se sentava em uma mesa distante e Alicia reclamava de ter que se
dividir entre as duas amigas.

- Não é justo, se eu sentar com ela você fica com raiva, se eu sentar com você ela fica,
eu não consigo me dividir em duas!

- Desculpe, mas se ela quiser voltar a falar comigo, ela que me peça desculpas!

Hydra era muito orgulhosa, característica que segundo sua mãe, herdou de seu pai,
apesar de saber que herdara qualquer coisa do pai que não fossem os olhos, cabelos e
ouro, a apavorava.

As aulas de poção continuavam sendo suas aulas favoritas e a mais odiada pelo resto
de seus amigos, Hydra começou a ter grande admiração por seu professor, Severus
Snape apesar de não parecer ser algo mútuo, já que ele continuava a tratando como
todos os demais da Grifinória, com injustiça e frieza, mas Hydra não podia deixar de
admirar suas habilidades como mestre de Poções e desejar que, quem sabe um dia,
pudesse aprender mais com ele.

- Você tem algum problema muito sério Hydra, eu não estou brincando, não pode ser
normal gostar do Snape – Dizia Lino em uma noite enquanto faziam o dever de casa na
sala comunal.

Ela estava sentada em uma poltrona com Lino, Fred, Jorge e Olívio. Angelina, Kate e
Alicia estavam sentadas um pouco distantes, Alicia e Kate dividiam o tempo entre as
duas, mas nunca conseguiam estar com ambas ao mesmo tempo já que elas agora
evitavam até mesmo se olharem.
- Não é que eu goste dele, eu gosto das suas aulas, ele sabe do que fala ao contrário de
Lockhart. – Dizia Hydra enquanto escrevia freneticamente em um pedaço de
pergaminho, Snape havia passado muito dever de casa naquela tarde.

- Bom, isso é verdade, eu não aprendi absolutamente nada durante esse ano inteiro!
Mas eu achei que você gostasse dele – Disse Lino.

- Eu gostava, mas eu realmente tive que concordar com vocês, ele não nos ensinou
nada! – Disse Hydra.

- Nem para nós. – Disse Harry Potter que estava em uma poltrona próxima com Rony,
desde que foi atacada, Hermione ainda se encontrava na ala hospitalar e os dois
amigos pareciam sentir grande falta dela já que pareciam nervosos e inquietos nos
últimos dias – Lockhart só fala de si mesmo durante toda a aula.

- Nem me diga, não sei como Hermione consegue gostar daquele paspalho! – Rony
parecia extremamente triste depois de falar o nome de sua amiga.

- Como ela está meninos, alguma notícia sobre a poção que irá acordá-la? – Perguntou
Hydra, abaixando os pergaminhos e prestando atenção nos meninos.

- Madame Pomfrey não deixa mais que visitemos ela, ela diz que o atacante pode
voltar a qualquer momento para finalizar o trabalho... – Disse Harry triste.

– Mas a madame Sprout disse que as mandrágoras estão quase adultas e logo vão
poder ser usadas para fazer a poção. – Rony completou e Harry e Hydra forçaram um
falso sorriso.

A situação no castelo estava cada dia pior e o clima de medo era constante, todos os
dias, os professores tinham que responder as mais diversas perguntas sobre os
ataques.

- Não sei quando todos voltarão ano normal e ainda não sabemos se Hogwarts será
fechada de vez ou não, eu sinto muito... – Dizia Minerva, irritada, enquanto
acompanhava a turma de Hydra da aula de Transfiguração para a de Feitiços.

- Mas e se fechar, o que será de nós? – Perguntou Laura.


- Não sei, Srta. Schimmer, sinceramente não sei – Minerva parecia mais simpática e
solidária enquanto consolava Laura, a menina havia dito mais cedo no quarto, que os
pais planejavam a educar em casa, já que não podiam enviar ela para uma escola no
exterior, sendo que Laura tem cinco irmãos e dizia que seria insuportável aprender
novamente em casa com todos eles fazendo bagunça.

"Eu provavelmente nunca vou conseguir uma certificação desse jeito", disse ela,
enquanto era consolada por Hydra, Rita e Jeniffer.

O Professor Flitwick, estava explicando sobre mais um feitiço bloqueador e insistiu as


duplas que deveriam treinar desarmar e proteger.

- Deixa eu ver... senhor Weasley e senhor Perrisom... O outro senhor Weasley – Disse
ele para Fred.

- Senhorita Spinnet e Sr.Weasley, agora sim você, Fred, e Srta. Malfoy e Srta. Jhonson.

- Professor, será que eu poderia mudar de dupla? – Perguntou Angelina


imediatamente, sem olhar para Hydra.

- Algum problema, Senhorita Jhonson? – Perguntou o Professor, em cima de uma


pequena mesa, olhando séria para ela.

- Não, nenhum, eu só queria...

- Eu concordo, Professor, deixe que eu troque com a Alícia – Interrompeu Hydra, que
não queria sair por baixo da situação.

- Não, nada disso, vocês duas, seja qual for o problema, vão ter que trabalhar juntas –
Disse o Professor, olhando feio para as meninas.

Angelina e Hydra, ainda sem se falar ou se olharem direito, ficaram em frente uma
para a outra.

- Quem começa? – Perguntou Hydra, de braços cruzados.

- Eu começo, você me bloqueia. – Angelina mostrava uma indiferença.


- Ok...

Antes que Hydra pudesse mesmo erguer a varinha, Angelina a atacou com um feitiço
que a fez cair de costas no chão.

- Senhorita Jhonson, o que é isso? – Gritava o Professor furioso, indo em direção as


duas.

Hydra ignorou completamente a sala que tinha parado para olhar a cena, apenas se
levantou rapidamente e apontou a varinha para Angelina.

- Impedimenta.

Agora Angelina foi jogada para trás.

- Senhorita Malfoy, parem agora!

- Descendit! – Gritou Angelina, se levantando rapidamente. O feitiço fez com que


Hydra caísse sentada.

- PAREM, PAREM AGORA! – Gritava o Professor.

- CIRCUMITIO! – Gritou Hydra, o que fez Angelina girar no ar antes de cair no chão.

- Expelliarmus! – O Professor disse duas vezes, tirando as varinhas de Angelina e Hydra,


que estavam sujas, com o cabelo para o alto e machucadas.

- Ah não Professor, eu tinha apostado dez sicles na Hydra – Gritou Jorge, Hydra notou
que todos os alunos estavam em círculo olhando as duas.

- Eu tinha apostado na Angelina... – Disse Fred rindo.

- As duas, agora, para a sala da professora McGonagall, AGORA! – Disse o Professor,


deixando a turma praticando, enquanto levava as duas até a sala aonde a professora
ensinava o sexto ano.

- Inaceitável, inaceitável! Duas jovens, menos vinte pontos para a Grifinória, para cada
uma! – Dizia ele, andando na frente das duas.
Chegando na sala, o Professor bateu na porta e a abriu, toda a turma do sexto ano,
incluindo Olívio e Peter (A Corvinal e a Grifinória estavam tendo aula juntas
excepcionalmente naquele dia), ambos olhavam assustados para as duas meninas.

- Hydra, Angelina, o que houve? – Perguntou Olívio, se levantando do seu lugar.

- Sentado, Sr. Wood, todos vocês, sentados e quietos – Disse a Professora McGonagall,
indo em direção a porta.

Hydra ouvia sussurros e risinhos, mas logo a professora saiu da sala com eles e fechou
a porta.

- O que diabos está acontecendo aqui? – Perguntou McGonagall, olhando chocada


para as duas meninas – O que é isso? E por quê as duas parecem que saíram de um
campo de guerra?

O Professor Flitwick, ainda muito irritado, explicou tudo que aconteceu na sala, os
lábios de Minerva ficavam cada vez menores enquanto ouvia a história.

- Isso é completamente inaceitável! – Disse ela com um tom mais severo do que Hydra
jamais ouvira na vida – As duas receberão detenção severa e tirarei mais vinte pontos
da Grifinória, isso é inaceitável, completamente inaceitável – Repetia ela.

Hydra e Angelina foram enviadas com o Professor Flitwick para a ala hospitalar, para
checarem os ferimentos que tinham, a detenção seria pensada por Minerva e
anunciada em breve.

- Está tudo bem, aparentemente pelo menos, o que as senhoritas estavam pensando?
–Perguntou a Madame Pomfrey, enquanto passava uma poção nos machucados de
Hydra.

Nenhuma das duas falava, apenas se ignoravam e ficavam quietas, depois do sinal
tocar, foram acompanhadas por Madame Pomfrey para a aula de Defesa Contra as
Artes das Trevas, aonde Angelina sentou afastada de seus amigos.

- O que diabos foi aquilo? – Perguntou Fred, enquanto Lockhart encenava mais uma
das cenas de seu livro.
- Nada, quer dizer, eu não sei, a Angelina me atacou, eu só me defendi. – Disse Hydra,
desejando mais do que tudo não falar sobre o assunto.

- Eu vi, mas vocês duas meio que aproveitaram a situação, não? – Perguntou Jorge.

- Não quero falar sobre isso, sério meninos, eu meio que quero só esquecer...

Mas não tinha como, durante o almoço, todos na escola falavam sobre isso, vários
vieram perguntar para Hydra e Angelina se ela recriariam a cena por alguns nicles,
outros perguntavam quem ganhara. Fred e Jorge não ajudavam fazendo piadas sobre o
assunto e narrando o ocorrido para os outros alunos, inclusive Peter, que foi até a
mesa perguntar se estava tudo bem.

- Eu não acredito que vocês fizeram isso – Dizia Olívio.

- Eu não tive culpa...

- Claro que teve, você podia ter parado, não podia?

Hydra olhava com uma cara tão feia para Olívio que ele decidiu apenas ficar calado e
continuar comendo.

Angelina estava na outra ponta da mesa, sentada com Alícia e Katie, que tinham
primeiro vindo falar com Hydra e pedir desculpas por se afastarem.

- Tudo bem, acho que ela precisa de amigos agora – Respondeu Hydra.

- Ainda acho tudo ridículo... – Disse Olívio e mais uma vez Hydra olhou feio para ele,
antes de ele ficar quieto novamente.

A detenção foi decidida no final do mesmo dia, Hydra e Angelina teriam que ajudar
Flich a limpar o castelo, sem usar magia, naquela mesma noite.

- Sem magia, professora? Isso vai levar séculos, eu nunca fiz isso antes! – Reclamou
Hydra.

- Pensasse nisso antes de aprontar, Srta. Malfoy – Disse a Professora, com os lábios
apertados de raiva.
- Mas eu não comecei nada... - Falou Hydra baixinho.

O trabalho foi muito pior do que Hydra pensava, o zelador fazia as duas esfregarem os
mesmos cantos da sala de poções o tempo inteiro, depois tiveram que varrer e
esfregar o chão dos corredores, o tempo todo, zelador parecia tirar proveito e ficar
feliz com a situação, o que só deixava Hydra mais irritada ainda.

Já passavam da uma da manhã quando elas finalmente foram liberadas para dormir e
assim Hydra fez, caindo na cama exausta, sem nem olhar direito para os lados.
CAPÍTULO 17

O TÉRMINO

Na semana seguinte, a escola parecia ter esquecido um pouco da briga das meninas, já
que voltaram a falar dos ataques e de como era chato ser escoltado para todos os
lugares.

Olívio e Hydra continuavam da mesma maneira irritante dos últimos tempos, mal se
falavam, apenas ficavam um ao lado do outro.

Em uma noite, enquanto estudava na sala comunal, Hydra reparou que, depois de
algum tempo a sala se esvaziou consideravelmente de modo que perto de Hydra só
restou Olívio que, como sempre, escrevia táticas de quadribol em um pergaminho, ele
parece nunca ter desistido de um milagre que traria a temporada de volta para a
escola. Depois de ter finalmente ter terminado todo seu dever de casa, Hydra o olhou
impaciente:

- Olívio, você já reparou que não nos falamos direito já tem meses? –Hydra tentava
não mostrar a impaciência e medo que sentia. Olívio colocou de lado seu pergaminho
e falou com uma voz triste:

- Você tem razão, eu não tenho sido uma boa companhia, na verdade eu não tenho
sido um bom nada, muito menos namorado...

- Tudo bem, eu entendo o que está passando... – Mentia Hydra, seu coração batia
muito forte, parecia sentir que algo ruim estava acontecendo.

- Não, você não entende e nem tem que entender, não é justo com você, não é justo
com ninguém, mas eu não consigo mentir e nem fingir que estou bem. – Dizia ele com
a voz nervosa e séria.

- Eu sei que o quadribol é tudo para você e que está sendo horrível não conseguir a
taça finalmente esse ano. – A voz de Hydra parecia um pouco desesperada, no final
das contas, seu sentimento por Olívio ainda era forte, já que se sentia com medo das
palavras que ele diria a seguir.
- Sim, exatamente, quadribol é muito importante para mim e foi um erro não ter
percebido isso antes e ter deixado você se machucar... – Ele fez uma pausa e parecia
engolir a seco as palavras, os olhos de Hydra nesse momento já estavam cheios de
lágrimas. – Nós não podemos mais continuar assim, eu gostou muito de você, eu te
amo na verdade, acho que vou sempre te amar, acredite nisso, você foi a primeira
namorada de verdade e não poderia ter sido melhor, mas não podemos mais
continuar namorando, para o seu próprio bem, não é justo com você, Hydra, eu nunca
vou poder ser o namorado que você merece...

Foi como se Olívio tivesse atravessado um punhal em seu peito, Hydra sentiu lágrimas
em seu rosto, mas tentou desesperadamente não soluçar na frente de Olívio.

- Não é verdade Olívio, eu te amo, você é bom para mim sim! – Dizia com a voz de
choro, ela notou que os olhos de Olívio também estavam avermelhados.

- É o melhor para os dois, eu sei que agora não, mas com o tempo provavelmente você
vai ver, quem sabe um dia, quem sabe em outro momento... mas agora nós
precisamos disso, Hydra.– Hydra queria implorar para que ele não falasse mais, cada
palavra era como se outra punhalada fosse dada, fechou os olhos por alguns segundos
para fazer com que as lágrimas parassem de cair.

- Por favor Olívio, não faça isso... – Foi a única coisa que conseguiu dizer.

- Você foi maravilhosa comigo, sempre foi, eu sinto muito por tudo que fiz... – Olívio
deu um beijo em sua bocheca, Hydra não sabia quanto tempo iria aguentar sem
soluçar desesperadamente.

- Por que você está fazendo isso? Foi algo que eu fiz? – Perguntava ela, com as
lágrimas caindo cada vez mais rápido de seu rosto.

- Não, mas é claro que não! O problema sou eu, apenas eu, eu não sou bom pra você
Hydra, eu sei que no fundo, você sabe disso... – Olívio limpava as lágrimas dos olhos de
Hydra, o que fazia com que ela se sentisse ainda pior.

- Não é verdade...

- É sim, Hydra, olha, você pode não ver agora, mas eu sei que vai e eu quero continuar
seu amigo, eu realmente quero...
- Olívio, me deixa sozinha, por favor...

Olívio suspirou, mas concordou e deu um novo beijo em sua bochecha fria das
lágrimas que ele secou, depois subiu, sumindo pela escada em caracol que levava para
o quarto dos meninos.

A sala já estava completamente vazia, então logo que Olívio subiu, Hydra chorou
descontroladamente, soluçando pelo que pareciam horas. Pensava em todos os
momentos que tiveram juntos, em tudo que não existiria mais, sentiu uma vontade de
sumir, de que tudo aquilo fosse apenas um sonho ruim e não fosse real, que ela
acordaria e teria Olívio, sorridente, apaixonado, de novo ao lado dela.

Hydra percebeu que usava a pulseira de Olívio, o que fez com que ela chorasse mais
ainda, já que o pingente estava deixando sua pele quente, o que significava que Olívio
estava pensando nela, ela teve um pequeno ataque de tristeza e choro, tentando tirar
a pulseira desesperadamente, finalmente a retirou e colocou no bolso de sua veste,
seus olhos já ardiam de tanto chorar e ela sentia seu rosto inchado quando acabou
pegando no sono aonde estava.

Na manhã seguinte, foi acordada por Alicia, que a sacudia.

- Hydra, está tudo bem? Você dormiu aqui? Eu não vi você na sua cama hoje e achei
que tinha descido mais cedo.

Hydra sentia uma dor enorme em sua cabeça e na coluna, tinha dormido sentada na
poltrona em uma posição extremamente desconfortável.

- Meu Deus, o que houve com você Hydra? Você está péssima... – Alicia disse
espantada.

Hydra levantou correndo e procurou um espelho mais perto, seu rosto estava inchado
e seus olhos ainda pareciam vermelhos, além de seu cabelo estar em pé e
embaraçado, mesmo triste, Hydra continuava vaidosa e pensar que os alunos que
estavam chegando na sala haviam visto ela desse jeito a deixou apavorada.

- Eu converso com você daqui a pouco Alicia... - E saiu correndo para o quarto,
deixando Alicia parada em frente a poltrona, completamente confusa.
Hydra subiu e tentou se ajeitar da melhor maneira possível, sabia que logo um
professor apareceria para acompanharem os alunos até suas salas de aula, ao entrar
no quarto deu de cara com Angelina que a lançou um olhar assustado, parecia querer
falar algo mas desistiu e desceu.

- Hydra, o que houve? – Perguntaram Jeniffer, Rita e Laura.

- Eu... eu dormi estudando na sala comunal... – Mentiu Hydra, tentando não pensar no
que havia ocorrido e chorar de novo.

- É mentira, seus olhos estão vermelhos, você andou chorando? – Perguntou Rita.

- Eu... Hydra começou a chorar novamente, Alícia aparecera no quarto e as quatro


meninas colocaram Hydra sentada na cama, enquanto ela explicava o que tinha
acontecido.

- Ah, eu sinto muito Hydra – Disse Alícia, dando tapinhas em seu ombro.

- Eu também, Oívio éum cara legal, mas você é uma gata, pode arranjar coisa muito
melhor! – Disse Rita.

- Com certeza, tem muito cara afim de você... - Disse Jeniffer.

Elas não entendiam direito que ela não queria outros caras, nem melhores e nem
piores, apenas Olívio...

Depois de alguns minutos, Hydra se levantou da cama, controlando o choro e secando


as lágrimas, se arrumando para as aulas que começariam em breve, ela desceu para a
sala comunal já cheia, acompanhada de Jeniffer, Rita e Laura, Alícia tinha descido um
pouco antes.

Hydra tinha tomado uma de suas poções que modela o cabelo e se maquiado da
melhor maneira possível, ainda se sentia como se tivesse levado várias punhaladas no
peito e agradeceu por não ver Olívio na sala comunal quando desceu, apesar de saber
que não poderia evitá-lo por muito tempo.

- O que houve com você? A Alicia disse que você dormiu aqui embaixo hoje. –
Perguntou Fred preocupado quando ela chegou perto.
- Eu estava fazendo a lição e acabei pegando no sono, foi só isso... – Hydra não queria
mentir para os amigos (Jorge e Lino, Katie e até mesmo Angelina também estavam
perto e ouvindo) mas sentia que se falasse a verdade iria voltar a chorar tudo de novo.

- Tem certeza que foi só isso? – Perguntou Jorge, ele parecia ler a sua mente, o que a
assustou um pouco.

- Tenho, claro, foi só isso... – Hydra tentava manter a voz firme, mas sentia que iria
chorar a qualquer momento o que piorou consideravelmente ao ouvir a voz de Olívio
que estava parado atrás dela.

- Tudo bem Hydra? – Antes que pudesse virar ou responder, como que por milagre a
Professora Minerva apareceu para levá-los até a sala de aula e Hydra saiu apressada
sem olhar para trás.

Ao chegar na sala procurou se sentar rapidamente e para sua surpresa Angelina


acompanhou Alicia e sentou ao seu lado, apesar de não trocar nenhuma palavra ainda
com Hydra.

- Hydra, você está bem mesmo? Tem certeza? – Perguntou Alicia.

- Não, não está tudo bem, mas pelo amor de Deus não me pergunta isso agora ou eu
não vou conseguir não parar de chorar... – Hydra falou tudo rápido e sentiu que uma
lágrima já corria sem seu rosto, fez muita força para que outras não acompanhassem.
Angelina a olhou triste mas não disse nada e Alicia também não, parecia que ambas
entenderam o pedido de Hydra apesar de Angelina ter um olhar angustiado de quem
queria falar algo e não podia.

As aulas da manhã passaram como um borrão para Hydra, ela não conseguiu prestar
atenção em nada e nem fazer nenhuma anotação. Alicia e Angelina parece terem
conversado com Fred, Lino e Jorge já que nenhum deles fez perguntas para Hydra pelo
resto da manhã. Na hora do almoço, ela sentiu de novo uma pontada no estômago, ao
ver que Olívio se sentou distante, ao lado de alguns amigos do sexto ano.

- Você pode contar agora por favor o que houve? – Pediu Jorge sem jeito.

- O Olívo terminou comigo ontem a noite, foi isso, foi só isso... – Hydra parecia querer
se convencer de que tudo estava bem, mas sentia seus olhos úmidos novamente.
- O que? Ele terminou com você? – Angelina quase gritou a pergunta assustada e
Hydra percebeu que seus amigos a olhavam atentos, com medo de uma nova briga
começar.

- É, terminou, ele disse que era melhor assim, não é nada demais. – Mentia Hydra
novamente sem conseguir encarar nenhum deles e olhando fixamente para o prato na
sua frente.

- Conta o que aconteceu de verdade, não é nada demais... Para de mentir para a
gente! – Disse Fred sério.

Hydra decidiu contar tudo em todos detalhes, chorou discretamente uma três vezes
enquanto contava, sua vaidade não permitia que chorasse muito na frente dos outros,
no final, se sentia tão cansada que parecia ter corrido uma maratona.

- Eu não acredito! – Angelina parecia decepcionada – Ele terminou com você? Você
não largou ele por aquele menino da Corvinal?

- Não Angelina! E ele tem nome, é Peter, eu te disse que ele é meu amigo.

- Hydra eu... eu sinto muito, eu não deveria ter brigado com você, essas semanas sem
falar com você foram horríveis, me desculpa por favor –Angelina parecia um pouco
desesperada. Hydra ficou com lágrimas nos olhos mais uma vez, sentiu tanta falta de
Angelina nas últimas semanas que não conseguia acreditar que finalmente tinha a
amiga de voita, segurou em sua mão e disse para esquecer que brigaram.

- Já era hora! – Brincou Fred.

- Acho que vou chorar... – Disse Jorge fingindo cair em prantos. Os gêmeos sabiam
como fazer Hydra sorrir, mesmo se sentindo ainda arrasada.

Peter não foi na mesa deles naquele dia, mas prestava atenção atentamente da mesa
da Corvinal. Hydra achou bom, não queria repetir a história para mais ninguém.

A menina se sentiu um pouco melhor durante as aulas da tarde e até conseguiu sorrir
verdadeiramente no jantar enquanto Fred e Jorge contavam a história de como quase
colocaram fogo nos cabelos de sua mãe uma vez quando tinham onze anos, Olívio se
sentou novamente distante com seus amigos do sexto ano, mas lançava olhares para
eles a todo momento.

Na sala comunal de noite, Hydra copiava toda a matéria que não prestou anteção nas
aulas de manhã das anotações de Angelina, quando Olívio sentou ao seu lado. Fred,
Jorge, Angelina, Kate e Alicia, todos fingiram não prestar atenção, mas ela sabia que
não era verdade.

- Hydra, eu queria falar com você hoje no almoço e no jantar, mas achei melhor te
deixar em paz. – Dizia ele calmo – Mas será que podemos conversar agora?

Na verdade não existia nada que Hydra quisesse fazer menos naquele momento,
preferia até mesmo cinco horas seguidas de aulas com Lockhart falando sobre como
atingiu o tom maravilhosamente branco de seu sorriso que aquilo, mas concordou e
colocou sua pena e pergaminhos na mesa a sua frente.

- Claro, pode falar... – Seu coração mais uma vez batia vigorosamente, uma parte de si
desejava que ele falasse que mudou de ideia e que nunca deveria ter terminado com
ela, mas outra dizia que aquilo não era possível.

- Eu queria mais uma vez pedir desculpas por tudo, eu não sei se deveria ter terminado
tudo daquela forma, mas você também deve sentir que é melhor assim.- Dizia ele com
cautela, Hydra mais uma vez se esforçava para não chorar.

- Sim, você tem razão, foi melhor assim, eu entendo... – Ela acha que parecia
convivente, mas não devia ser verdade, estar já que Jorge se intrometeu dizendo:

- Olívio, talvez fosse melhor que você desse um tempo para ela, sabe como é, para
digerir tudo... – Jorge pouquíssimas vezes parecia tão sério, Olívio sentiu isso já que
concordou, se desculpou mais uma vez e saiu sem graça em direção a uma poltrona
distante.

- Obrigada... – Disse Hydra e Jorge a abraçou e beijou o topo da sua cabeça sem dizer
nenhuma palavra.

Logo depois, Hydra subiu com Angelina e Alicia para o quarto, seu corpo ainda doía da
desconfortável noite anterior.
- Foi melhor mesmo Hydra, você não conversavam mais, o Olívio estava vidrado
demais em quadribol para namorar – Dizia Alicia tentando animá-la.

- É verdade Hydra e eu deveria ter percebido isso antes e te apoiado, me desculpa mais
uma vez... – Dizia Angelina triste.

- Chega de desculpas, já está tudo esquecido – Sorriu Hydra e as três amigas se


abraçaram. Era tão bom ter suas amigas novamente, todas juntas, por um segundo
Hydra se esqueceu de toda tristeza que sentia.

Os dias seguintes pareciam melhorar seu humor, apesar do clima constante de pânico
na escola ainda continuar. Olívio ouviu o conselho de Jorge e ficou afastado de Hydra,
sempre se sentando com seus amigos, a notícia de seu término com Hydra parece ter
corrido a escola, já que vários meninos vinham até a mesa dizer a Hydra que adorariam
consolar a sua dor o que fazia Jorge e Fred rirem e fazer várias piadas.

- Por favor não comecem aquelas apostas idiotas! – Disse Hydra uma manhã no salão
principal.

- Esses meninos não tem o mínimo respeito, só tem alguns dias que você e Olívio
terminaram e eles já ficam te rodeando. – Dizia Angelina irritada.

- Falando em rodear.... – Logo Hydra percebeu sobre o que Fred falava já que viu Peter
sentando a seu lado na mesa da Grifinória.

- Oi Hydra, eu não quis vir falar com você antes, é verdade que você e
Olívio terminaram? – Angelina que parecia não gostar de jeito nenhum de Peter
revirou os olhos, Fred, Jorge e Alicia soltaram uma baixa risadinha e Peter parecia
corar.

- É verdade sim Peter. – Dizia Hydra também sem graça.

- Eu sinto muito, de verdade, se precisar de um amigo, conte comigo... – Disse


sorrindo.

- Muito obrigada Peter, é muito gentil da sua parte, mas está tudo bem. – Apesar de
gostar da companhia de Peter, Hydra queria que ele saísse dali, tinha medo que Olívio
estivesse olhando a cena por algum motivo.
- Que bom, fico feliz. – Peter parece ter percebido o desconforto de Hydra porque logo
completou – Eu vou voltar para a minha mesa agora, qualquer coisa você sabe onde
me encontrar. – Deu um sorriso e se levantou. Hydra notou que na mesa da Corvinal,
Amee Goat tinha uma expressão de ódio assassino assustadora.

- Ele não perde tempo! – Reclamou Angelina.

- Ele só quis ser gentil Angelina, ele é só um amigo.

Hydra olhou discretamente para onde Olívio estava, mas ele continuava conversando
com alguns colegas de turma, Hydra sentia uma pontada de dor de pensar que ele
parecia mais feliz agora do que quando estava com ela.

Os meninos realmente não desistiam, enquanto esperavam o professor de Trato de


Criaturas Mágicas os levarem para dentro do castelo, o sétimo ano da Sonserina
vinham na direção deles, junto com o Professor Lockhart.

- Ora, ora, se não é a mais nova solteira de Hogwarts! – Dizia Flint, rodeando Hydra e
fazendo seus outros amigos idiotas rirem.

- O que você quer? – Perguntou Hydra, Fred, Jorge, Angelina, Alícia e Lino se
aproximaram da menina.

- Nada, apenas saber se você está bem e... ee precisa de um ombro amigo, ou quem
sabe...

Os alunos da Sonserina riam em gargalhadas, Fred e Jorge estavam prontos para sacar
as varinhas quando o Professor interrompeu eles.

- Alunos do quarto ano, me sigam por favor.

Hydra apenas olhou feio para Flint antes de prosseguir.

- Eu preferia me consolar com um ogro do que com você.

Os alunos da Sonserina riam agora de Flint, que olhava mal humorado para Hydra.

- Isso é o que veremos! – Gritou ele, antes de desaparecer de vista.


- Esse garoto poderia ser mais idiota? – Perguntou Angelina, ao lado de Hydra.

- Não, acho que não é possível, ele já atingiu todo o nível possível para mim pelo
menos. – Disse Hydra.

- Eu não sei como você aguenta, eu já teria jogado uma azaração nele a muito tempo!.
– Reclamou Jorge.

- Eu sei, eu deveria ter feito isso mesmo, sinceramente, tenho sido até muito paciente
com esse idiota.

Os amigos, seguiram o Professor até a sala de Transfiguração, aonde McGonagall, que


nos últimos tempos parecia o tempo todo preocupada com algo, esperava por eles.

- Muito bem, todos sentados, por favor – Disse a Professora.

Hydra sempre se animava em ver Angelina sentada ao seu lado novamente, no lugar
de sempre.

- Muito bem, hoje, as provas finais estão chegando, espero que todos estejam se
preparando e...

- Professora – Disse Rita, com a mão levantada.

- Sim, Srta. Orance? – Minerva disse, apertando os lábios, de forma bem discreta.

- Hogwarts vai realmente fechar? Se sim, do que adianta estudarmos tanto se não
vamos ter exames?

Os lábios da Professora agora se apertavam de forma mais evidente, os alunos


seguravam o fôlego coletivamente, todos com medo da bronca que McGonagall daria
na meninas.

- Senhorita Orance, por acaso a senhorita precisa de motivos para estudar além do
saber? Hogwarts, infelizmente ainda não sabemos se irá fechar ou não, tudo
dependerá, mas não quer ouvir desculpas para a falta de estudo. – McGonagall, para a
surpresa de todos, não gritou, permaneceu de certa forma, até mesmo calma, mas
olhava com um certo desprezo assustador para Rita, que agora se encolhia em seu
lugar perto de Jeniffer.

- Okay, agora, por favor, vamos começar a nossa lição... – Ela olhou atenta pra toda
turma, que permanecia em silêncio – quem se lembra do feitiço Engorgio?

Várias mãos se levantaram, Minerva escolheu a de Brian Levinski.

- É o feitiço para aumentar o tamanho do alvo que está sendo direcionado. – Disse o
rapaz, se sentindo orgulhoso.

- Muito bem... – A Professora continuava a explicar sobre o feitiço, mas Hydra se


distraiu com a conversa atrás de sua mesa, vinda da mesa de Lino, Fred e Jorge.

- É, funciona meio mal, não é muito bom não, não recomendo. – Dizia a voz de Fred.

- Mas você já tentou, então? – Perguntava Lino.

- Sim, passei dois dias na ala hospitalar, foi horrível e bem constrangedor... – Dizia Fred
com a voz meio sem graça.

- Agora, hoje, vamos aprender o feitiço Reducto, alguém sabe seu efeito?

Hydra, que foi trazida novamente para a realidade da aula, levantou a mão
imediatamente.

- Senhorita Malfoy?

- Faz com que um objeto diminua consideravelmente. – Respondeu Hydra.

- Muito bem, Srta. Malfoy, cinco pontos para a Grifinória...

Durante a aula, os alunos tiveram que aumentar e reduzir objetos que a Professora
Minerva colocava na frente deles, era relativamente fácil, apesar de que achar o
tamanho ideal, não fosse tão fácil assim. Os gêmeos aumentaram um sapato até
conseguirem caber dentro, o que fez a Professora tirar dez pontos deles.
Na hora do almoço, Flint e os amigos fizeram algumas gracinhas enquanto Hydra
passava pela mesa da Sonserina, o que fez com que ela discretamente mandasse uma
azaração na direção do rapaz que fez sua língua inchar, por sorte, nenhum professor
viu e ele saiu correndo para a ala hospitalar.

- Boa, Malfoy – Disse Fred, quase chorando de rir com Jorge e Lino na mesa da
Grifinória.

- Finalmente! Ele estava merecendo! – Disse Jorge.

- Shiu, os professores não podem saber. – Disse Hydra, sentando ao lado de Jorge e
olhando para a mesa dos professores, que pareciam não ter visto nada.

- Eles não vão, relaxa – Disse Fred.

- Mas que foi boa, a isso foi... – Disse Jorge, voltando a gargalhar com os meninos e
fazendo Hydra rir também.
CAPÍTULO 18

O FIM DO HERDEIRO

Passado alguns dias, a dor de perder Olívio parecia melhorar um pouco, Hydra passou
até mesmo a se sentir um pouquinho livre de algo que não estava certo, apesar de
ainda sentir muita falta do menino, que evitava falar com Hydra, desde o pedido de
Jorge.

Sua mãe ficou sabendo do término (Hydra ainda precisava descobrir como, talvez
Draco, ou seria o tal espião ainda?) e em uma manhã enquanto tomava café, Hydra
recebeu uma carta via coruja:

"Querida Hydra,

Eu estou feliz e satisfeira de saber que seu romance absurdo com aquele meio sangue
finalmente acabou, você deveria saber melhor do que se envolver com esse tipo de
gente, mas sua idade é complicada e cheia de erros, irá nos agradecer por cuidar do
seu nome e reputação quando for mais velha.

Por outro lado, estou desgostosa de saber que você e seu irmão não estão se falando,
com certeza influência dos Weasleys, a escória com quem anda em Hogwarts, mas sem
preocupações, tudo isso será resolvido quando voltar para casa.

Com amor,

Mamãe."

Lúcio então nunca contou para Narcisa o que aconteceu na noite em que esteve em
Hogwarts, mas isso era algo que Hydra já esperava, coragem nunca foi o ponto forte
de seu pai, ia se livrar da carta antes que Fred e Jorge lessem o sobrenome deles junto
com a palavra escória, mas antes releu uma parte que a fez sentir uma pontada no
coração:

"você e seu irmão não estão se falando"


Era verdade, muitas semanas se passaram desde que Hydra decidiu não falar mais com
seu irmão e isso doía profundamente, por mais que ainda estivesse magoada, Draco
sempre foi alguém a quem ela amava muito e não queria mais prolongar essa briga.

Hydra se levantou da mesa da Grifinória sem dizer nada aos amigos e se dirigiu para a
mesa da Sonserina, onde parou atrás de Draco que como sempre que isso acontecia,
olhava chocado.

- Eu posso sentar aqui com você um minuto? – Peguntou Hydra, ela não queria fazer
aquilo ali no salão principal, mas sabia que encontrá-lo em outro lugar seria impossível
com todos os professores acompanhando todos os passos dos alunos fora de suas
salas comunais.

- Tu... Tudo bem – Gaguejou Draco, assustado e mandou Goyle dar espaço para que
Hydra pudesse sentar, várias pessoas na mesa da Sonserina a olhavam com desdém e
algumas interessadas no assunto.

- Draco, eu não estou feliz com você, eu acho que nunca entender o porquê de você
não me defendeu, mas eu não quero mais continuar brigada... – Disse Hydra de uma
vez com a voz séria, Draco olhava espantado sem saber o que dizer.

- O papai não queria fazer o que fez, ele estava nervoso, eu sei que você não entende,
mas é verdade! – Draco nervoso e Hydra fez um grande esforço para não ficar
novamente com raiva, Draco era fruto de grande manipulação da parte de Lúcio e ela
sabia disso, ele não tem culpa, ela achava pelo menos, um dia quem sabe ele
entenderia isso.

- Tudo bem Draco, eu sei que é isso que você acredita, apesar de não ser bem verdade
isso e ter muito mais história do que você imagina, mas prefiro não discutir isso nunca
mais com você.

- Ok, eu fico feliz que você tenha voltado a falar comigo. – Disse Draco e Hydra sentiu
lágrimas nos olhos.

- Eu sei, eu também estou.– Hydra abraçou Draco que a afastou rapidamente.

- Para Hydra, aqui não, o que vão pensar de mim? – Disse ele rapidamente.
- Tudo bem, tudo bem. - Disse ela rindo, ela sempre se divertia em como seu irmão
tentava parecer sério.

Depois disso ela se despediu e voltou para a mesa da Grifinória.

- O que foi isso? – Perguntou Fred sério.

- Ele pode ter todos os defeitos Fred, mas é meu irmão, eu não posso ficar sem falar
com ele – Disse e ao ver que Fred estava pronto para falar mais alguma coisa sobre o
assunto o cortou – Eu não quero falar sobre isso, okay?

Fred concordou e mudou de assunto.

- Vocês acham que vamos ter prova final mesmo?

- Sim, eu acho que sim, vocês deveriam estar estudando... – Disse Hydra.

- Nós estamos... – Acrescentou Jorge.

- Quando? – Perguntou Hydra, rindo enquanto comia seu cereal.

- Quando você não está vendo – Respondeu rindo.

A aula de defesa conta as artes das trevas continuava tediosa como sempre, na
verdade, era quase tão ruim quanto as de História da magia, aonde Hydra apenas
ouvia um Professor fantasma ler tediosamente sobre o mundo da magia.

- Espero que todos estejam em dia com a leitura dos meus livros, as provas finais estão
chegando, daqui há uma semana para ser mais exato – Disse ele depois de apresentar
mais um pedaço de um dos seus muitos livros.

- Provas finais? Mas como vamos estudar com um assassino a solta? – Perguntou Rita.

- Que bobagem... – Disse ele rindo - O perigo passou! O culpado foi levado embora..

- Que culpado? – Exclamou Fred surpreso.


- O Ministro da Magia não teria levado Hagrid se não estivesse totalmente convencido
de que era culpado — disse Lockhart em um tom convencido, como se estivesse
explicando algo óbvio que ninguém entendia porque eram burros demais.

- O Hagrid não é culpado, o ministério está errado! – Disse Hydra, que ainda não se
recuperara do choque de saber que, além de Dumbledore, Hagrid também tinha saído
do castelo, mas esse último para Azkaban, com a voz de tão séria que todos a olharam
espantados. Lockhart levou alguns segundos para responder com um sorriso falso e
sem graça.

- Eu sei do que falo, Senhorita Malfoy.

Hydra sentiu tanta raiva que não prestou mais atenção no resto da aula de Lockhart.

- Que tremendo imbecil! – Disse Jorge baixo enquanto Lockhart os levavam até a aula
de História da Magia (dois tempos de grande tédio).

- Eu não sei como eu consegui admirar ele no começo do ano, acho que é todo aquele
sorriso branco e tal...– Disse Hydra.

A sala comunal da Grifinória estava mais cheia do que o normal, depois das seis,
ninguém podia mais circular pelo castelo, então todos passavem seu tempo ali.

Hydra se dedicava totalmente a estudar para as provas finais, sempre se preocupou


muito com suas notas, especialmente de poções, até mesmo Fred e Jorge pareciam
preocupados.

- Finalmente! – Comentou Hydra, quando viu os meninos estudando ao lado dela.

- Não sei do que você está falando... – Disse Fred.

Três dias antes do primeiro exame, a Profª. McGonagall deu outro aviso no café da
manhã.

- Tenho boas notícias — disse, e os alunos no Salão, ao invés de se calarem, desataram


a falar.

- Dumbledore vai voltar! — exclamaram de alegria vários alunos.


- Apanharam o herdeiro de Slytherin — gritou, esganiçada, uma menina na mesa da
Corvinal.

- Os jogos de quadribol vão recomeçar! — berrou Olívio excitado.

Hydra sentiu uma pontada de dor ao ouvir isso, Olívio realmente amava quadribol mais
do que qualquer coisa e ela odiava saber disso.

Quando o vozerio diminuiu, a professora disse:

- A Profª. Sprout me informou que finalmente as mandrágoras estão prontas para


serem colhidas. Hoje à noite, poderemos ressuscitar os alunos que foram petrificados.
Não será preciso lembrar a todos que um deles talvez possa nos dizer quem ou o que
os atacou. Tenho esperanças que este ano tenebroso terminará com a captura do
culpado.

Houve uma explosão de vivas. Hydra se sentia profundamente aliviada de não ter que
mudar de escola novamente, apesar de ter se perguntado seriamente se isso não seria
a melhor coisa no momento, não suportava mais ver Olívio na sala da Grifinória,
parecendo mais leve agora do que quando estava com ela.

O clima na escola finalmente era de alegria e alivio.

As aulas não tiveram quase matéria nova, os Professores também pareciam felizes
com o ocorrido.

- Você acha que vão pegar o herdeiro mesmo? – Perguntava Angelina, durante a aula
de Feitiços, a qual o Professor apenas deixou os alunos conversando.

- Eu acho que sim, não tem o porquê não...

Os amigos conversavam e se divertiam, até que, um pouco depois, ecoando pelos


corredores, ouviram a voz da Profª. McGonagall, magicamente amplificada.

"Todos os alunos voltem imediatamente aos dormitórios de suas casas". "Todos os


professores voltem à sala de professores. Imediatamente, por favor".
- Meu Deus, o que aconteceu agora? – Perguntou Angelina com uma expressão de
pânico enquanto eram levados de volta para a torre da Grifinória por Percy – Não pode
ser um outro ataque, pode? Não agora que tudo ia finalmente voltar ao normal!

- Eu não sei, eu espero que não... – Respondeu Hydra, se sentindo na verdade tão
assustada quanto a amiga naquele momento.

A sala comunal estava pequena, de tantos alunos, todos assustados, andavam de um


lado para o outro e se perguntavam o que teria acontecido, Hydra estava sentada em
uma poltrona com os olhos fixos no chão pensando que depois de se sentir tão segura,
novamente sentia o pânico de que algo horrível poderia ter acontecido.

Depois do que pareceram horas, finalmente a Professora Minerva apareceu pelo


buraco do retrato que levava para a sala comunal, a sala imediatamente ficou em
silêncio e todos olhavam atentos, o coração de Hydra parecia que iria explodir a
qualquer momento de tão forte que batia.

- Eu lamento muito informar que mais um ataque aconteceu – Disse Minerva com os
olhos sérios e os lábios finos de preocupação. Centenas de vozes apavoradas surgiram,
todos se perguntando como teria acontecido.

- Quem foi atacado? – Gritou um menino do sexto ano depois que a Professora
Minvera pediu silêncio.

- Infelizmente uma aluna foi levada para dentro da câmara secreta, mas posso garantir
que todas as providências estão sendo tomadas para seu resgate – Mais vozes de
pânico surgira e novamente foi pedido silêncio – Infelizmente nossa escola terá que ser
fechada, peço que arrumem suas coisas imediatamente, o expresso de Hogwarts irá
partir amanhã de manhã para levar-los as suas casas.

- Quem é a aluna? – Gritou Fred impaciente.

- Gina Weasley... – Disse Minerva sem jeito e com os lábios ainda mais finos.

Hydra olhava para o amigo de boca aberta, não podia ser verdade, não a meiga
menina de cabelos ruivo que conhecera no primeiro dia em Hogwarts, Fred, Jorge,
Rony e Percy pareciam chocados demais para falar. Depois de muita gritaria, a
professora Minerva se retirou.

A sala comunal continuou muito cheia pelo que parecia a mais longa tarde de todas, ao
longo da sala, muitos choravam e se despediam emocionados, Hydra se sentou em um
canto com Fred, Jorge, Rony, Harry, Angelina, Kate, Alicia e Lino e por muito tempo
foram incapazes de falar qualquer coisa. Ela tentou consolar Jorge, Fred e Rony sem
sucesso, não sabia como agir ou o que falar para fazer a situação um pouco melhor,
achava que não existia nada, na verdade. Percy não estava presente. Fora despachar
uma coruja para o Sr. e a Sra. Weasley, depois trancou-se no dormitório.

Depois de um tempo, próximo ao pôr-do-sol, Fred e Jorge foram se deitar, porque não
conseguiam continuar sentados.

- Nos falamos amanhã – Disse Fred, se afastando tristemente.

Harry e Rony se afastaram para um canto.

- Eu vou sentir falta de vocês... – Disse Angelina chorando e todos concordaram.

- Eu não consigo imaginar sair agora de Hogwarts, não depois de ter conhecido todos
vocês! – Dizia Hydra com lágrimas correndo pela face.

- Pelo menos você tem amigos em outra escola, vai poder voltar a ficar com eles –
Disse Lino, que também estava muito preocupado pelos amigos.

- Eu por muito tempo desejei isso, mas não agora...

Angelina voltou a chorar forte e Hydra a consolou dizendo que sempre manteriam
contato.

Depois de um tempo, enquanto todos de novo se calaram, Olívio se sentou na poltrona


perto da de Hydra.

- Eu queria dizer que todos vocês... – Ele parecia não conseguir continuar – vocês
foram um time maravilhoso e amigos maravilhosos, eu vou sentir falta de cada um de
vocês. – Angelina pareceu chorar mais ainda nessa hora.
- Nós também Olívio, você foi um capitão maravilhoso. – Disse Alicia e Kate concordou.

Hydra não conseguia olhar para Olívio naquele momento, ficou completamente
calada, olhando para os seus próprios sapatos.

- Você foi algo maravilhoso que me aconteceu esse ano, Hydra! – Disse ele com voz de
choro baixinho para ela - Eu sei que eu não fui um namorado ideal e que não
acabamos tão bem, mas eu vou sempre lembrar e agradecer por tudo que nos
aconteceu esse ano.

Hydra não aguentou e desabou em um longo e profundo choro, Olívio tentou consolar
a menina, mas depois de não conseguir, saiu para arrumar suas coisas.

Nenhum dos amigos sabia o que fazer ou pensar, então, subiram para arrumar suas
coisas, enquanto guardava seus pertences no quarto, Angelina ainda chorava e Hydra
só pensava no que Fred e Jorge estariam passando, se fosse Draco, ela também estaria
sofrendo muito.

- Eu não acredito que isso está acontecendo – Dizia Jeniffer, também arrumando as
suas coisas e chorando.

- Eu tinha tantas esperanças... – Completou Rita.

- Eu não quero ir embora! - Choravam as duas amigas, se abraçando.

Hydra ficou muito tempo pensando no que poderia acontecer, deitada em sua cama,
até adormecer completamente.

Como em um sonho, Hydra acordou assustada com a voz da Professora Minerva


ecoando forte e magicamente ampliada.

- TODOS OS ALUNOS PARA O SALÃO PRINCIPAL IMEDIATAMENTE! – Nenhuma das


meninas sabia o que pensar, a voz de Minerva parecia feliz, sem querer perder tempo,
elas desceram, ainda de pijama, para o salão principal, lá, encontraram centenas de
alunos, todos de pijamas esperando ansiosos para saber o que acontecera.
- O HERDEIRO FOI PEGO, GINA WEASLEY FOI RESGATADA, HOGWARTS NÃO IRÁ
FECHAR! – Gritou a Professora McGonagalll, com uma felicidade que Hydra nunca
imaginaria ouvir em sua voz.

A comemoração e gritaria foi tão forte como nunca viu igual, ela se beliscava para
saber se não estava sonhando e todos pulavam e gritavam felizes. Ninguém parecia se
preocupar em querer saber como tudo tinha acontecido, só queriam comemorar e
acreditar que finalmente o pesadelo acabou!

- Nós não vamos nos separar, não é maravilhoso? – Gritou Angelina abraçando e
pulando em cima de Hydra, Alicia e Katie que também gritavam e pulavam em círculo.

Hydra avistou Fred e Jorge e pulou no pescoço dos dois.

- Eu estou tão feliz que a Gina está bem, eu fiquei tão preocupada. – Disse ela para os
gêmeos que sorriam.

- Nós também, acredite! Eu não acredito que isso tudo acabou! – Disse Fred.

Hydra olhou e viu Hermione, finalmente de volta ao normal e mais uma vez correu e
abraçou a menina.

- Estou tão feliz que você esteja de volta! – Disse alegremente soltando-a.

- Eu também! – Disse Hermione sem jeito.

Ao longo da comemoração, histórias de que foram Rony Weasley e Harry Potter que
salvaram Gina e capturaram o herdeiro de Sonserina surgiam por todos os cantos.

- Eu não consigo acreditar como aqueles meninos tem coragem! – Dizia Hydra
animada.

Foi uma festa para entrar para a história, Harry e Rony chegaram pouco depois, sendo
recepcionados e abraçados por muitos.

- Eu sinceramente não consigo acreditar que em menos de vinte e quatro horas fomos
do inferno ao céu – Dizia Hydra, enrolada em seu robe branco de seda, cobrindo o
pijama e comendo um pouco do banquete que era oferecido.
- Sim, é tão estranho – Disse Angelina.

- É mais estranho ainda não ter feito nada, sabe? Só ouvir o que aconteceu de alguém
– Completou Hydra.

- Foi a mesma coisa ano passado, com a pedra filosofal, acho que desde que o Harry
Potter entrou, Hogwarts nunca mais foi a mesma – Disse Lino, entrando na conversa.

- Não que isso seja uma coisa ruim... – Completou Jorge.

- Sim, estávamos precisando de um pouco de animação aqui nesse lugar. –Disse Lino.

- É, vocês pelo visto tem bastante animação! – Comentou Hydra rindo.

A comemoração durou a noite inteira. Hagrid apareceu às três e meia, falando


animadamente com Rony e Harry.

- Tenho alguns anúncios para fazer – Disse McGonagall, levantando do seu lugar na
mesa dos professores, todos pararam de comer nervosos e olharam atentamente para
a Professora.

- Devido aos eventos de hoje e por grandes serviços prestados para a nossa escola,
Rony Weasley e Harry Potter ganharam juntos, quatrocentos pontos para a Grifinória.

A mesa da casa gritava em festa, comemorando, dando socos no ar e se divertindo


com as caras de raiva da mesa da Sonserina, com esses pontos, a casa garantia, assim,
a posse da Copa da Casa pelo segundo ano consecutivo.

- E no demais... – Continuou a Professora, esperando o silêncio dos alunos da sua casa


– Anuncio que como um presente da escola, todos os exames estão cancelados.

Todos gritaram, o salão inteiro pulava e comemorava a melhor notícia que poderiam
ter recebido em todos os anos, finalmente estavam livres de verdade, sem provas, só
precisavam relaxar, sentar e curtir o final do semestre em paz.

Outra notícia maravilhosa foi ver Dumbledore de volta na mesa dos professores como
diretor de Hogwarts e durante a noite ele anunciou que o Professor Lockhart não
poderia voltar no ano seguinte porque precisava se afastar para recuperar a memória.
Muitos professores participaram dos aplausos que saudaram esta última noticia.

- Finalmente, finalmente! – Gritavam Fred e Jorge.

- Será que vamos ter um Professor decente ano que vem? – Perguntou Lino.

- Eu espero que sim, estamos precisando de verdade... – Dizia Hydra, participando da


comemoração.

Hydra notou, depois que todos se acalmaram, que Olívio falava alegremente com seus
alunos do sexto ano, certamente animado com a volta do quadribol no ano seguinte.

- Por que você não vai falar com ele? – Perguntou Jorge, fazendo Hydra se
envergonhar ao perceber que ele percebeu que ela encarava o ex namorado.

- Porque, apesar de tudo, apesar de eu sentir muitas saudades dele, apesar de doer um
pouco por ele ter terminado comigo, eu sei que os motivos dele foram certos, eu
realmente sei e eu acho que foi melhor assim mesmo, nós já não estávamos mais
dando certo juntos já tinha um tempo antes de ele terminar...

- Então, eu posso pegar a lista...

- SEM LISTA DE APOSTAS!!! – Interrompeu Hydra.

- Okay, Okay, foi só uma sugestão – Disse Jorge levantando as mãos.

Dumbledore, depois do sol estar quase aparecendo, sugeriu que todos os alunos
fossem para a cama, o que foi bem aceito pelos rostos exaustos ao longo das fileiras
das casas.

Hydra nunca esqueceria a noite mágica que teve, subiu falando alto e rindo com os
amigos, todos se perguntando o que teria acontecido com Lockhart e animados com a
possibilidade de um final de semestre maravilhoso.

- Eu espero que ele não tenha se machucado de verdade – Disse Hydra, enquanto
subiam, todos seguindo Percy e os outros monitores.
Os amigos não ficaram na sala comunal, todos subiram direto para os seus quartos,
estavam animados, porém, exaustos demais para ficar ali conversando (apesar de ter
sido o que muitos alunos fizeram).

No quarto, Laura, Jeniffer e Rita riam e conversavam, cada uma tirando as coisas de
suas malas.

- Vamos ficar! – Gritava Jeniffer, pulando de um lado para o outro.

Hydra recolocou seus porta retratos aonde pertenciam (tirando o dela com Olívio, essa
ela deixou no fundo do baú) e ainda comemorou com as meninas, mostrando algumas
músicas trouxas e bruxas de sua coleção até muito depois do sol nascer.

- Eu acho que se não formos dormir agora, não vamos nunca. – Disse Hydra, vendo no
relógio que já eram mais de sete da manhã.

- Eu voto no não agora! – Disse Rita, rindo, de longe era a mais animada das seis.

- A pobre da Angelina já até dormiu – Apontou Jeniffer para a cama aonde a menina
dormia profundamente, de barriga para cima.

- Vamos fazer o mesmo então...

Foi fácil e gostoso dormir naquele dia, todas ainda sorriam em suas camas,
comemorando agora caladas, pensando no que iriam viver agora e principalmente,
pensando que não teriam que dar adeus para aquele lugar que chamavam de casa...
CAPÍTULO 19

ATÉ LOGO HOGWARTS

Os dias seguintes foram de imensa alegria, ao longo do último trimetre, todas as aulas
voltaram normalmente, com exceção da de defesa contra as artes das trevas (mais
motivo de alegria).

Hydra recebeu uma carta de sua mãe arrasada afirmando que Lúcio não era mais
conselheiro de Hogwarts e Hary lhe contou a história do diário de Tom Ridley e de
como seu pai havia deixado com Gina para que ela trouxesse para a escola e por fim
contando sobre como ajudou Doby a ser liberto. Hydra sentiu uma vergonha maior do
que qualquer outra que sentiu em sua vida, vergonha pelo monstro que seu pai era,
vergonha por nunca ter pensado em libertar Dobby.

- Me desculpe Harry, eu não sabia... – Disse ela com voz de choro, olhando para o
rapaz, uma noite na sala comunal, depois de ele contar tudo o que aconteceu.

- Não foi sua culpa, foi culpa do seu pai, eu acredito que você não sabia de nada. –
Disse ele.

- Obrigada pelo que você fez pelo pobre do Dobby, eu não acredito que nunca tinha
pensado nisso antes, era lógico que ele queria ser libertado, quem não iria querer? Até
eu quero! – Disse se sentindo ainda mais envergonhada.

- Hydra, talvez você devesse ficar mais atenta ao que acontece na sua casa. – Harry
não disse isso de forma grosseira, mas foi como um tapa na cara, realmente Hydra
precisava ficar mais atenta, seu pai era mais perigoso do que jamais imaginara, decidiu
que naquelas férias, por mais torturante que lhe parecesse, iria ficar em casa, de olho
nos passos de Lúcio.

- Eu sei, eu realmente nunca me importei no que acontecia ali dentro...

- Eu sei, eu imagino e até te entendendo na verdade, mas já que você está lá dentro,
talvez consiga pelo menos evitar algumas coisas, quem sabe...

A menina ficou sentada na poltrona, pensativa, envergonhada, por muito tempo, até
Olívio a chamar.
- Eu acho que você provavelmente vai querer isso de volta – Disse ele, com a Nimbus
2001 que Hydra deu de presente para ele no Natal nas mãos.

- Você está de brincadeira, não é? – Perguntou a menina, olhando com raiva para ele.

- Não, eu... eusó achei que...

- Que seria legal me devolver um presente que eu comprei para você com todo o
carinho? – Perguntou ela, ainda incrédula do que estava acontecendo.

- Não é isso... Hydra, não, não é isso, eu só... eu só achei que você... – O rapaz parecia
cada vez mais sem graça e vermelho.

- Eu sei o que você pensou, Oívio, deixa pra lá, acho que estou nervosa com tudo isso
ainda... mas não, eu não quero de volta. – disse Hydra, tentando acalmar a voz – é sua,
pode ficar, jogar fora, tacar fogo, o que você quiser! Foi um presente que independe
de eu estar namorando com você ou não.

- Eu sei, muito obrigada, eu vou... eu vou sempre lembrar de você com ela.

Era estranho, uma parte de Hydra queria chorar, abraçar Olívio, o beijar talvez... mas
outra, apenas queria que ele fosse embora, definitivamente as coisas já não eram as
mesmas.

Durante as aulas de Poção, Snape continuava rígido como sempre, mesmo com as
provas canceladas (segundo ele não era desculpa para moleza) mas ao fim de uma
aula, Hydra se surpreendeu com o pedido para que ela ficasse mais um pouco.

- Senhorita Malfoy, sua aptidão para poções, apesar de sua casa, não deixou de ser
notada. – Falou ele de forma muito séria e fria como sempre.

- Obrigada Prof. Snape, o senhor é um ótimo professor.

- Talvez seja o seu sangue, seus antepassados da Sonserina... – continuou ele sem falar
nada sobre o elogio de Hydra – sempre achei que está na casa errada, pois bem,
espero ver mais desse talento no ano que vem.
Hydra viu que de seu jeito ríspido, Snape tentava elogiá-la, decidiu ter coragem e
pedir.

- Professor Snape, eu queria aulas extras, aulas avançadas de poções ano que vem, eu
quero ser uma mestre de poções e eu gostaria muito de ter o senhor como mentor... –
Hydra falou rápido e prendeu a respíração nervosa esperando a resposta de Snape,
que continuou com o mesmo olhar frio de sempre e demorou alguns segundos para
falar.

- Eu não aceito nada menos que dedicação integral de qualquer um que queira ser
instruído por mim – Respondeu ele, Hydra ficou sem entender se isso era um sim ou
um não, então decidiu perguntar.

- Isso é um sim? – Perguntou ela esperançosa.

- Nos vemos no próximo ano, senhorita Malfoy... – Snape disse e saiu, Hydra decidiu
encarar isso como um sim e saiu muito contente da aula.

- Você está contente por que vai ter aula extras com o Professor Snape? – Perguntou
Fred, muito espantado no almoço, depois que Hydra contou para ele o que aconteceu
– Acho melhor você passar na ala hospitalar urgente, deve ter sido atingida por alguma
maldição perversa.

Hydra riu e respondeu que estava sim muito feliz com aquilo.

- Eu sinceramente não consigo te entender, você deve ter sido atingida por um balaço
quando era criança. – Disse Jorge.

Depois das aulas, antes do jantar subindo para a torre da Grifinória foi surpreendida
por Peter, que a parou no corredor.

- Hydra, ai está você – Disse ele parecendo cansado, como se tivesse corrido muito.

- Oi Peter, o que houve? – Perguntou Hydra, se virando para o garoto.

- Amanhã nós vamos embora e eu só vou te ver ano que vem, eu não podia esperar
tanto tempo... – Disse ainda ofegante.
- Tanto tempo para que? – Hydra arregalou os olhos espantada.

- Você realmente não sabe? Não notou nada? – Perguntou surpreso.

- O que, Peter? Você está me assustando... – Disse Hydra impaciente.

- Eu sou completamente apaixonado por você, sempre fui, acho que desde o primeiro
dia que te vi na sua seleção, nunca torci tanto para alguém entrar na Corvinal, mas
mesmo depois de não ter entrado, eu esperei, não quis falar nada enquanto você
namorada o Olívio, até mandei aquele cartão de dia dos namorados, mas... – Ele disse
tudo sem parar para respirar e Hydra olhava ainda muito espantada.

- Que cartão? – Perguntou ela, com a boca aberta de espanto.

- O que eu mandei, você sabe, Esbarro... – Disse ele parecendo fazer toda a situação
ser muito óbvia e realmente parando para pensar, era! Como ela não percebeu isso
antes? – Hydra? – Perguntou ele vendo que demorava para responder.

- Eu não sei o que dizer, eu terminei com o Olívio não tem muito tempo... – Disse,
pensando que na verdade já faziam quase dois meses, mas com todos os
acontecimentos parecia bem menos – eu preciso de um tempo para pensar em tudo
isso...

- Tudo bem... – Ele parecia desanimado – eu entendo de verdade, mas saiba que eu
vou estar sempre aqui.

Peter ia saindo cabisbaixo quando Hydra gritou:

- Semestre que vem, talvez, eu já possa ter superado tudo... – ela sorria, realmente
Peter balançava seu coração ainda mais quando sorria daquele jeito que estava
fazendo agora mostrando os dentes maravilhosamente brancos e com o vento
balançando seus cabelos compridos.

- Semestre que vem... – Disse ele sorrindo e indo embora.

Mais cedo do que podia imaginar, chegou à hora de voltar para casa no Expresso de
Hogwarts, Hydra se dividiu entre a cabine com Angelina, Alicia, Kate e Lino e se
apertando na cabine com Fred, Jorge, Rony, Harry, Hermione e Gina onde jogava snaps
explosivos, queimaram os últimos fogos Filibusteiro de Fred e Jorge e treinaram como
desarmar uns aos outros com feitiços.

- Hydra, venha nos visitar esse verão, tenho certeza que mamãe e papai vão amar te
conhecer – Disse Jorge.

- Eu vou tentar, prometo, quero muito conhecer a famosa Toca. – Disse Hydra rindo e
logo depois desarmou Jorge.

Estavam quase chegando a King's Cross quando Harry perguntou algo para Gina.

- Gina... Que foi que você viu Percy fazendo, que ele não queria que contasse a todo
mundo?

- Ah, aquilo — disse Gina entre risinhos. — Bom... Percy tem uma namorada.

Fred deixou cair uma pilha de livros na cabeça de Jorge.

- É aquela monitora da Corvinal, Penelope Clearwatet. Foi para ela que esteve
escrevendo o verão todo. Eles têm se encontrado escondido por toda a escola. Um dia
eu peguei os dois se beijando numa sala vazia. Ele ficou tão perturbado quando ela
foi... Sabe, atacada. Vocês não vão caçoar dele, vão? — acrescentou ansiosa.

- Eu nem sonharia — respondeu Fred, que parecia um menino cujo aniversário tivesse
chegado mais cedo.

- De jeito nenhum — disse Jorge, abafando o riso.

O Expresso de Hogwarts reduziu a velocidade e finalmente parou, Hydra se retirou e se


despediu fortemente de Fred e Jorge, prometendo escrever para eles e tentar visitá-
los e logo depois foi se despedir do resto de seus amigos.

- Me escreva, por favor! – Disse Angelina dando um forte abraço em Hydra.

- Sim e você também para mim, ok?

Enquanto saia do vagão, foi parada por Pucey, que falava com Hydra depois de meses
sem a olhar direito.
- Ei, Malfoy, planos para o verão? – Perguntou ele, de maneira casual, como se aquela
situação fosse completamente normal.

- Por que você está falando comigo? – Perguntou Hydra secamente.

- Ué, não era para eu falar? – Debochou o rapaz.

- Depois de meses?

- Eu andei pensando, eu acho que já está na hora de ficarmos juntos, não acha? –
Pucey colocou Hydra contra a parede e chegou perto de onde ela estava.

- Do que você está falando? – Perguntou a menina, assustada, tentando se libertar


daquela situação.

- Você sabe, Hydra, não se faça de boba! Teve aquele beijo no começo do ano e eu...
bem... eu... – Disse ele, um pouco mais raivoso, encurralando Hydra em um canto.

- Adrian, me deixa...

- Sua mãe disse...

- MINHA MÃE O QUE? – Perguntou Hydra, olhando sem acreditar para o rapaz que
agora se afastava um pouco.

- Nada, ela...

- Você andou falando com a minha mãe? É você o informante dela, não é? – Agora
Hydra crescia para cima do rapaz, o deixando intimidado.

- Não sei do que... nós nos falamos no seu aniversário...

- Sai daqui, sério, sai! E não fala novamente comigo, por favor! – Disse Hydra se
afastando e o deixado parado e sozinho no corredor.

Hydra procurou Draco e logo depois os dois foram encontrar seus pais que esperavam
com o mesmo olhar de constante nojo de tudo de sempre. Hydra não queria imaginar
o verão que lhe aguardava, só queria pensar que logo estaria de volta em Hogwarts, só
assim poderia aguentar o que viria a enfrentar.

- Senti tanta saudades! – Disse Narcisa abraçando os filhos.

Para evitar uma cena na estação, Hydra decidiu que iria falar sobre Pocey com ela em
casa.

- Vamos para casa – Disse Lúcio secamente.

E juntos seguiram para o local que Hydra mais detestava no mundo, seria um longo
verão...

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