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Jean Jacques Rousseau

Nascido em Genebra em 1772, Suíça, o filósofo teve sua vida conturbada desde seu nascimento, Orfão por
parte de mãe e seu pai era um relojoeiro. A tese defendida por Rosseau o diferencia de seus antecessores, porém
pode ser encarada como uma releitura dos mesmos, no que tange à diferenciação contra Hobbes, Rosseau defende
que no estado de natureza os homens seriam bons e honestos, viveriam em paz, no momento em que surgisse a
sociedade, seriam criadas as diferenças a partir da divisão do trabalho e da propriedade privada, o que geraria o “
caos “, corrompendo-os, dessa forma o Estado surgiria como forma de diminuir as desigualdades e promover certa
liberdade conferida no estado de natureza.

Ao repensar e realizar a releitura de seus antecessores, o filósofo contratualista divergia no referente à


soberania do Estado, ele encarava a mesma como na realidade a soberania do povo, pois o exercício daquela tem
como objetivo e pertencimento a essa. Rosseau aborda o pacto social como uma necessidade para a vida humana, e
articula esta com a história do desenvolvimento da humanidade, na qual os indivíduos devem realizar uma
cooperação abstendo-se de suas forças naturas em prol de um bem maior que seria a vida em comunidade, o que já
foi abordado há muito tempo com os antigos filósofos, sendo o bem da comunidade maior que o bem individual, e
legitima a necessidade do contrato social na abordagem de que ao passo que o indivíduo perde certa parte de sua
liberdade natural, ele ganha a liberdade civil.

Seguindo essa lógica, tem-se a ideia de que o povo determina o poder, e é isso que promove a legitimidade o
Estado, ao passo que o contrato social é a ferramenta para mediar a problemática entre a liberdade natural do
homem, presente no estado de natureza e a vida em sociedade, pois ele deve defender os indivíduos e bens dos
mesmos contra todas as forças naturais, e estes devem cooperar para a manutenção desse objetivo prevalecendo a
soberania da vontade coletiva, não individual, reafirmando a liberdade e os direitos de todos. A lei seria a entidade
que garantiria a liberdade e a autonomia dos cidadãos sendo formulada a partir da soberania popular abordada
pelo filósofo.

Para Rosseau, a vida em sociedade pode ser edificante para o homem, mas ao mesmo tempo pode gerar
desenvolvimentos retardantes ao ser, sendo essa abordagem um dos pontos que o difere dos pensamentos de seus
antecessores, por exemplo no fato da abordagem sobre a desigualdade social, fato negativo da vida em sociedade,
o filósofo enxerga esse fato como inerente à vida em sociedade, o que os outros tinham como consequência do
estado natural. Retomando também certas abordagens já feitas por antigos filósofos como Tomás de Aquino no que
tange à legitimidade de um governo onde um governo ilegítimo aquele que não se volta para seu objetivo que é
exercer a soberania do povo, é digno de ser desconsiderado e o povo deve se voltar contra seu exercício,
pensamento que o levou a ser referência para diversos ideais revolucionários emergentes.

Portanto, o caráter antagônico ao considerar que certos problemas sociais como a desigualdade não é algo
natural, que seria imutável não existindo possibilidade de ser transformado ou alterado, e compreendendo esses
problemas como fatos decorrentes da vida em sociedade, transformando-os em algo tangível e capaz de ser
alterado e combatido conferiu às teorias desse filósofo grande visibilidade naquele período de queda do
absolutismo, alimentando diversas perspectivas de transformação, evidenciando-se principalmente no fato de que
foi-lhe conferido o título de patrono da Revolução Francesa, por seu caráter voraz de defesa da soberania do povo
em detrimento às monarquias absolutistas.

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