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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Campus Rio Paranaíba


Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas
Bacharelado em Engenharia de Produção
Disciplina: ENP 342 – Projeto de Trabalho
Professor: Samuel Borges Barbosa

Estudo do Processamento de Pedidos da empresa Rações Geraleite

Gustavo Henrique de Oliveira Silveira - 3522


Jhennifer Garcia Felício - 3549
Marco Tulio Silva Vicente - 3540
Nathany Gracelle Hermes - 3548
Nícolas Soares Oliveira - 3512

RIO PARANAÍBA, MG

2018

1. Introdução
Devido ao recente aumento da fabricação de insumos e da suplementação animal, o setor
industrial de alimentação para animais tem expandido no Brasil e obtendo um papel importante
para economia do país e para o setor agropecuário (COSTA, 2014). Segundo o Sindicato
Nacional da Indústria de Alimentação Animal (SINDIRAÇÕES), em 2017, o mercado teve um
crescimento de 2%, totalizando uma produção de mais de 71 milhões de toneladas de ração
animal. A previsão para 2018 é que o mercado tenha um crescimento semelhante ao ano anterior.

Apesar do papel importante para economia brasileira, a cadeia produtiva, em muitas


vezes, apresenta problemas como, descarte de lotes de grãos, perdas no armazenamento e até
mesmo contaminação de animais (CORADI; FILHO; MELO, 2009). Segundo Alves (2003),
para as empresas produtoras de rações que querem se destacar no mercado é fundamental
fiscalizar e controlar todo o processo produtivo, analisando cada etapa e dessa forma, evitando
qualquer tipo de problema ou falha que afete a qualidade do produto final.

As empresas que atuam no ramo de processamento de rações para nutrição animal, como
qualquer empresa de agroindústria, possuem diversos fatores que podem afetar a compra e venda
dos produtos, tendo pontos de sazonalidades que devem ser levados em consideração para
atender o mercado de forma rápida e conseguir uma produção eficiente. Pode-se ressaltar ainda
que devido aos fatores de sazonalidade as empresas, deste setor em destaque, precisam ter seu
planejamento e controle bem alinhado a produção, visto que a produção não deve exceder a
demanda, dado que não é viável que o produto produzido fique muito tempo estocado, e também
não deve ser menor que a demanda, para não gerar pedidos pendentes. (TOSO; MORABITO,
2005, p.204).

O objetivo principal das empresas fabricantes de alimentos para animais é ter sua
produção atrelada ao custo-benefício, ou seja, o processo produtivo deve entregar ao cliente um
produto de qualidade e ao mesmo tempo em que gere lucro de forma eficiente (OLIVEIRA;
NOVAES; SOUZA; SALLES; SANTO; JUNIOR, 2012). Dessa forma, este estudo tem como
finalidade analisar o processo de trabalho de uma empresa do ramo de rações do Alto Paranaíba
no setor de pedidos visando propor melhorias e a implantação de um novo modelo na área para
aumentar a produtividade.

2. Caracterização da Empresa
A empresa Rações Geraleite foi fundada em 1995, na região do Alto Paranaíba, no
município de São Gotardo. Atua há mais de 20 anos no ramo agroindustrial, possuindo uma
grande capacidade de produção de ração. Além disso, a corporação inclui a prestação de serviços
de assistência aos seus clientes e também o comércio de artigos veterinários. Trouxe inovações
no que tange a rações de qualidade, no ápice do crescimento do agronegócio no Triângulo
Mineiro.
Atualmente a empresa é a maior indústria do ramo local, contendo um quadro de 120
funcionários diretos e mais de 1.100 clientes e parceiros que acreditam e valorizam os serviços
oferecidos pela organização. Atuante em todo o Alto Paranaíba e Noroeste do estado de Minas
Gerais, a indústria está entre uma das maiores produtoras de ração do estado. Abrange a
produção de rações e a comercialização da mesma e de ingredientes e produtos veterinários em
geral.
Para atingir as exigências de qualidade do segmento alimentício animal impostas pelo
MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a empresa exerce fielmente as
boas práticas de fabricação (BPF), desse modo é garantido a qualidade do produto fabricado que
será entregue ao produtor rural. Hoje, a empresa possui um moderno sistema de produção, sendo
a maioria deste sistema, automatizado.
No ano de 2016, após a fusão das empresas Rações São Gotardo e Rações Geraleite,
muitas mudanças ocorreram principalmente no ambiente interno da organização. Os processos
desempenhados, bem como a estrutura da empresa, foram restabelecidos, a fim de que se possa
garantir ainda mais a qualidade dos produtos e serviços prestados. Houve também uma expansão
do espaço físico local, o que possibilitou maior reorganização da empresa, e ampliação das
plantas fabris.

3. Processo de Trabalho Macro

O processo de trabalho macro desenvolvido pela empresa é composto por


aproximadamente 5 setores distintos, sendo eles: setor de vendas, logística, produção,
armazenagem e expedição. Em cada um desses setores da cadeia produtiva existem diversos
processos de transformações, sejam eles transformações de informações ou até mesmo de
matéria-prima em produto acabado. O processo macro da empresa é descrito no fluxograma a
seguir:
(FLUXOGRAMA)

Inicialmente tem-se a entrada de pedidos através das vendas comerciais, realizadas pelos
vendedores da firma e também por meio de chamadas telefônicas advindas dos clientes. Em
consequência, é efetuado o pedido, que é direcionado ao setor logístico. Neste setor, os pedidos
são analisados e servem para subsidiar o estudo das rotas e montagem de cargas, da frota de
caminhões, destinando o pedido solicitado à entrega.
Após o processo logístico, há uma transformação da informação do pedido, na qual ela é
consolidada e ao chegar ao setor produtivo, torna-se uma ordem de produção. Antes de proceder-
se com a produção do pedido, é necessário a verificação se há o produto solicitado em estoque.
Em caso afirmativo, o pedido é direcionado diretamente para o setor de expedição, na qual os
caminhões são carregados e retirados para entrega. Caso contrário, deve-se conduzir a produção
do pedido.
Para ocorrer a produção, deve-se averiguar se não há nenhuma produção em andamento.
Caso haja, é processado uma nova “setagem” de produção, na qual o colaborador responsável
pela produção, programa o sistema produtivo, para produzir a ração do pedido, ao término do
produto que está sendo fabricado. Caso não exista produção em andamento, efetua-se a
configuração necessária do sistema para iniciar a produção do pedido.
Finalizada a produção, a mercadoria é destinada ao setor de armazenamento. A ração fica
alocada neste setor, até que possa ser descarregada por um dos caminhões da frota. Em seguida,
procede-se com a expedição do pedido e destina-se à entrega do produto ao cliente.
O processo macro aqui presente, focaliza seus estudos principalmente nos processos
relacionados a produção. Existem na empresa outros setores de suma importância para seu
desenvolvimento, e que também apresentam processos relevantes para a configuração da
empresa, tais como os setores de contabilidade, loja veterinária, corporativo, tecnologia da
informação (TI), recursos humanos (RH), controle de qualidade, serviços de limpeza, entre
outros.

4. Processo de Trabalho Específico

4.1 Seleção do Processo


Para selecionar o processo de trabalho, foi realizada uma visita até a empresa para a
obtenção de dados e insights com relação ao que a empresa propõe realizar e como ela efetua as
suas atividades. Dentre as atividades observadas, foi selecionado para análise a interface entre os
pedidos e a produção. Durante a visita, foi ponderado que há uma demora para que os pedidos
saiam da Logística e cheguem até os operadores responsáveis pelas duas estações de produção.
Esse tempo de espera pode acarretar em ociosidade nas linhas, impossibilitando a produção
contínua das rações. Sendo assim, identificou-se uma oportunidade de melhoria para tal
processo, visando o aprimoramento da produção e não ocorrência de desperdícios

4.2 Identificação das Fases e Etapas do Processo

Segundo Lambert (2008), um processo de negócio pode ser dito como um conjunto de
atividades com resultados específicos para o cliente, na qual é utilizado para estruturar as
atividades entre os membros de uma cadeia de suprimentos. Um dos processos-chave presentes
na cadeia de suprimentos de um negócio, que merece maior destaque, é a gestão de atendimento
de pedidos (LAMBERT, COOPER e PAGH, 1998). Segundo Pereira (2012), todos os processos-
chave desempenhados possuem sub-processos estratégicos e operacionais.
Para melhor esclarecer e descrever todas as atividades integradas ao processo de
atendimento de pedido ideal, Croxton (2003) desenvolveu um esquema que possa demonstrar
claramente os passos operacionais a serem seguidos:

Figura 1 - Sub-processos operacionais da gestão de atendimento de pedidos


Fonte: Croxton (2003, p. 27)

Na empresa estudada, relatou-se que o processo de gerenciamento interno dos pedidos


realizados, é composto por nove etapas: visitas às fazendas, entrada de pedidos, efetuamento dos
pedidos, envio de informação de pedido, atendimento da logística, documentalização de pedidos,
definição de rotas de transporte, envio dos pedidos ao setor produtivo e por fim a produção do
pedido. (FLUXOGRAMA MICRO AQUI)
Inicialmente, a equipe comercial de vendas realiza visitas às fazendas já consumidoras e
potenciais clientes a fim de que possam prestar assistência aos que já são clientes, e possam
efetivar novos pedidos. Em seguida, ocorre a entrada de pedidos, que podem ser advindos das
vendas comerciais ou diretamente através de chamadas telefônicas ao estabelecimento. Dessa
forma, após toda a coleta de informações, é efetuado e processado o pedido.
Na quarta etapa, de acordo com os gestores da logística, quando os pedidos ocorrem por
meio das vendas comerciais, são repassados para o setor, por intermédio de comunicação digital,
via e-mail. O tempo limite para envio dos pedidos coletados pelos vendedores para o setor
logístico, é dado até as 13:00 h. Até esse horário, os vendedores podem efetuar pedidos no
período da tarde do dia antecedente e no período da manhã do dia atual. Ou seja, assim há uma
conciliação de pedidos, de períodos subsequentes (tarde anterior e manhã atual).
Com a chegada dos pedidos ao setor logístico, eles são analisados e coletados de modo
digital, para que assim possam destinar os pedidos a próxima etapa do processo. Em seguida, os
pedidos são utilizados para nortear a definição das rotas a serem cursadas pelo setor de
transporte, a fim de que se possa realizar a entrega dos pedidos de maneira mais eficiente e
econômica possível.
A fase de determinação dos percursos para cada caminhão da frota de transporte, é
realizada com antecedência em função da montagem de cargas específicas para cada caminhão.
Essa etapa é realizada, para melhor otimizar as distâncias percorridas pelos condutores, uma vez
que as cargas a serem entregues em locais que são próximos, são aglutinadas em um mesmo
veículo.
Logo após a definição das rotas, procede-se com o detalhamento dos pedidos efetuados
para o setor produtivo. Esse detalhamento, é realizado de modo manuscrito em uma folha
comum, na qual os operadores de produção coletam no setor logístico . De acordo com os
gestores, o tempo gasto para a chegada dos pedidos no setor de produção, é entre duas a cinco
horas. Assim, é possível alcançar a última etapa do processo em estudo, a fase de produção em si
dos pedidos solicitados.

4.3 Análise do Processo de Trabalho Atual


Para realização da análise do processo foram realizadas entrevistas com os gestores da
empresa, também como, visitas no local para que fosse possível criticar o processo analisado,
além disso, contamos com o apoio da ferramenta brainstorming onde o grupo de estudo destacou
possíveis pontos de falhas dentro do processo gerencial de pedido que corresponde ao primeiro
elo da cadeia produtiva. Segundo Gonçalvez (2000, p.7), os processos gerenciais e
administrativos servem de auxílio para os demais processos de toda a cadeia, ademais a
qualidade na prestação de serviço ao cliente é extremamente importante e geram resultados
significativos dentro da organização.
Utilizou-se também fontes secundárias como consultas em relatórios gerenciais para
analisar o tempo de cada processo e verificar em qual elo da cadeia tem-se o maior gargalo da
empresa. Assim, verificou-se que a empresa conta com estoque das cinco rações mais vendidas,
que são conhecidas como “Top Five”, entretanto a capacidade dos silos é baixa e não se tem
produtos para atender a demanda por muitos dias, fazendo com que a ração produzida seja
liberada para entrega em um curto prazo. Por consequência, a empresa produz para atender a
demanda atual sem planejar os dias subsequentes, acarretando assim em uma falta de previsão de
demanda que poderia auxiliar nas tomadas de decisão e em uma produção planejada.
Outro fator que deve ser levado em pauta é que a empresa normalmente recebe os pedidos
de seus produtos para ser entregues no dia posterior, ou seja, eles produzem hoje para entregar o
pedido até o outro dia, dado que frequentemente os pedidos são requeridos quase que de
imediato com tempo curto para entrega. Com isso, percebe-se que o problema está no começo da
cadeia, onde os pedidos são feitos sem nenhuma antecedência para que a empresa possa planejar
sua produção e assim conseguir produzir maior quantidade do produto solicitado, sendo que os
produtos são produzidos por ordem de pedido, independente se a mesma ração seja produzida
três vezes ao dia. Neste ponto, infere-se que o ponto de melhoria se encontra na cultura da
empresa, onde os clientes estão acostumados a realizar seus pedidos sem nenhum prazo de
antecedência.
Manter a confiabilidade dos produtos atendendo o cliente quando solicitado e ainda
respeitando os prazos de entrega definido pelo cliente é extremamente importante e determina o
foco da empresa estudada. Para que isso ocorra, é necessário desenvolver estratégias e
alternativas para que os vendedores, que são a principal rede entre empresa-cliente, consigam
abordar os mesmos com intuito de aumentar os prazos para entrega para que a fábrica consiga se
planejar e assim diminuir custos.
Como citado no tópico 4.2, o processo de pedidos são gerados pelo setor de logística e
são passados para o departamento de produção manualmente, ou seja, todos os pedidos que
devem ser produzido no dia, por ordem de solicitação, são escritos em uma folha e o funcionário
da produção fica responsável por buscá-lo no começo do dia. Entretanto, vê-se uma margem para
erro e falha no fluxo de informação, dado que é importante que a empresa tenha todos os pedidos
e troca de informação precisas e arquivada para possíveis erros e verificações.
De modo geral, ao realizar a observação e análise dos processos, identificou-se que os
principais pontos de melhorias são: os clientes não realizarem seus pedidos com antecedência,
acarretando assim falta de planejamento de produção, pois não é possível prever a demanda e
como será produzido as rações em um dado dia. Portanto, é de extrema importância que a
empresa consiga desenvolver método para modificar os prazos de entrega para assim, ajustar seu
cronograma de rotas e prevê seu ciclo de produção.
Além disso, a falta de automatização dos pedidos que é transferido do setor logístico para
o setor de produção, dificulta a troca de informação e pode acarretar em desperdício de tempo.
Dessa forma, é importante desenvolver alternativas para que a produção consiga atingir seu
máximo de acordo com os volumes requisitados pelos clientes, administrando o estoque de
produto acabado para que atenda o cliente com antecedência e paralelamente consiga produzir de
forma eficiente.

4.4 Proposta do Novo Processo de Trabalho

De modo a visualizar um melhor ritmo na cadeia produtiva, bem como a redução de


tempo e ociosidade, propõe-se como mote principal de melhoria no processo a automatização
dos pedidos. Tal ação seria realizada de modo a otimizar o estabelecimento das rotas de acordo
com a chegada dos pedidos, através da implementação de um sistema onde os vendedores
possam enviar seus pedidos e o mesmo distribua as rotas automaticamente. Após essa
distribuição, a Logística enviaria os pedidos para os operadores de produção via sistema.

Outra sugestão possível seria a criação de um posto de trabalho exclusivo de atendimento


e assessoramento ao cliente para que a empresa tenha um controle do estoque do seu cliente
final, podendo assim designar um funcionário para o atendimento local. Sendo assim, seria mais
fácil de prever a demanda e o estoque da empresa, possibilitando o atendimento mais rápido das
necessidades do cliente.

Por fim, sugere-se o agrupamento de pedidos. Atualmente, a produção trabalha pedido a


pedido, sendo que a mesma ração pode estar tanto no primeiro quanto no terceiro pedido, por
exemplo. Com o agrupamento, as linhas podem utilizar de sua capacidade total para produzir
uma quantidade maior de determinada ração, para que depois possam ser distribuídas nos
respectivos pedidos.

4.5 Implementação do Novo Processo de Trabalho

O novo processo de trabalho sugerido para empresa não afetará radicalmente a cultura da
mesma, já que sua implantação não é de forma complexa e não mudará de forma expressiva o
ritmo de trabalho. Apesar do investimento que será necessário, todas as propostas foram a fim de
colaborar para o aumento da produtividade e para redução de tempo das atividades da fábrica. As
fases para implementação do novo processo de trabalho são:

● Listagem dos recursos necessários: qual será o sistema utilizado, o que será
necessário para o novo posto de trabalho de assessoramento de pedidos, entre
outros;
● Levantamento financeiro: qual será o custo de cada recurso e implantação;
● Estudo de viabilidade: análise do custo-benefício das novas implementações, se
há espaço no layout da empresa para o novo posto de trabalho, etc.;
● Realização das mudanças propostas;
● Treinamento dos funcionários de acordo com as novas práticas;
● Análise comparativa se os novos métodos aplicados foram efetivos.

Caso a proposta do novo processo de trabalho seja aceita e efetivada a principal


resistência que pode ocorrer é não aceitação e dificuldade por parte dos funcionários em se
adaptar às mudanças. Por isso é de extrema importância que os gestores façam um treinamento
detalhado, mostrando como se deve proceder nas atividades e funcionamento das mesmas.

4.6 Controle do Novo Processo de Trabalho


Para que as propostas de melhoria sejam efetivas é necessário ter um controle de todo o
processo, baseando-se em dados para a verificação das mudanças e das novas metodologias
implementadas. Assim, a empresa deverá basear-se em indicadores de desempenho que deverão
acompanhar o processo de mudança da empresa, portanto, o primeiro indicador diz respeito à
quantidade de chamadas telefônicas recebidas pelo novo posto de trabalho, que é responsável
exclusivamente pelo atendimento de pedidos dos clientes e assessoramento dos mesmos, este
indicador conseguirá mensurar se o setor criado está se consolidando e gerando resultados, tanto
para satisfação dos clientes, quanto para a previsão de demanda e planejamento da própria
empresa.
Com intuito de identificar se os pedidos estão atendendo a solicitação e a satisfação do
cliente, no quesito entrega, o controle do processo terá como indicador o On-Time & In-Full
(OTIF), onde o mesmo se baseia em pedidos atendidos, gerando como resultado o status de
“Atendeu” e “Não Atendeu”, entretanto, para se obter o status de “Atendeu” os requisitos do
cliente terá que ser totalmente atendido sem nenhuma reclamação. Portanto, o indicador será
calculado da seguinte forma: o On-time medirá a pontualidade do pedido e o In-Full medirá se
os atributos específicos do produto solicitado pelo cliente está completo. Com isso, realiza-se o
cálculo abaixo:

Nº de entregas OTIF=(Número de pedidos On-Time x Número de pedidos In-Full) (1)

OTIF = (Número de entregas OTIF/ Número de entregas) x 100% (2)

Ao atingir o valor de 100%, a empresa estará atendendo as entregas no prazo e com


qualidade/especificações de serviço solicitado. Este indicador deverá ser desdobrado dentro de
todo setor logístico, a fim de obter uma visão externa que provém do cliente, quanto do processo
de produção que é interno a empresa. Com isso percebe-se que este KPI (Key Performance
Indicator) consegue de forma eficiente, gerar satisfação do cliente, gerar melhorias no processo e
melhorar a sincronia entre produção e entrega.

5. Considerações Finais
O presente trabalho cumpriu-se com o seu objetivo de se estudar o Processamento de
Pedidos em uma empresa do setor de Rações na Região do Alto Paranaíba. Neste estudo pode-
ser feito a visita à Rações Geraleite, sediada em São Gotardo - MG, onde foi possível se observar
além do processo produtivo o fluxo de informações e como se dava a comunicação interna. Desta
forma, identificou-se oportunidades de melhoria no processo de processamento de pedidos, onde
se é esperado aumentar a produtividade a partir da automatização, da criação de um novo posto
de trabalho e/ou do agrupamento dos pedidos, além de reduzir desperdícios ocasionados pela
falta de planejamento e/ou pelos pedidos que foram processados erroneamente.

É importante ressaltar que havia a formalização do processamento de pedidos por parte


da Empresa e ainda assim havia problemas relacionados a condição de pedidos dos clientes e
encaminhamento destes pedidos. Logo, apesar da formalização não havia eficiência ou ainda
eficácia para o processo. Assim foi feita a seleção do processo, a identificação de suas fases e
etapas, a análise do processo de trabalho e a proposta do novo processo, seguindo de sugestão de
implementação da proposta bem como formas de controle.

Faz parte das lições aprendidas o entendimento que o fluxo de informações e suas
transformações é tão importante quanto o fluxo e transformação de materiais. Não é possível o
funcionamento pleno da produção apenas pela parte operacional e tangível, é necessário saber o
valor dos processos intangíveis, sendo relacionados às partes administrativas e estratégicas.
Somente com a integração entre as partes citadas, a partir de uma visão holística, é possível obter
eficiência para o processo produtivo.

Pode-se comparar o processo de trabalho atual com o novo processo de trabalho


qualitativamente, apenas fazendo inferências sobre as mudanças para a produtividade da
empresa, pois como ainda não foi implementado a proposta não é possível a comparação
quantitativa por ausência de dados mensuráveis. Como já comentado, é esperado o aumento da
produtividade e redução de desperdícios. Assim, sugere-se para trabalhos futuros a
implementação da proposta do novo processo de trabalho, assim como a comparação em relação
ao antigo processo para que seja possível se determinar a efetividade da mudança.

Referências Bibliográfias
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