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- Primeira fala:
Bom dia pessoal, Sou o Douglas Kodi, sou ator, mascareiro, e pesquisador,
mestre e doutorando pela UDESC, tenho como principal tema de pesquisa, a
Commedia dell’arte e sua prática.
Abro minha fala expondo que: é a primeira vez que participo da ABRECE e
fiquei muito na dúvida sobre qual GT eu deveria me inscrever, por fim, optei por
este, pois um dos principais escopos de minha pesquisa dentro da Commedia
dell’arte é a dramaturgia que por consequência, está atrelada a atuação, enfim,
optei pela tradição e contemporaneidade no título do GT, que eu acho que
seriam as palavras-chave com maior ligação a minha pesquisa.
Como introdução a tudo, vou exibir o vídeo de uma curta cena, o texto que
utilizo na cena foi escrito por um anônimo no século XVII.
https://www.youtube.com/watch?
v=4Eeac13kZus&ab_channel=DouglasKodiS.T.
Vou ao escopo da minha pesquisa que parte deste trecho que foi montado
durante essa obra, ainda inacabada, O Manual mínimo da Commedia dell’arte.
Em que foi montado um texto teatral de um anônimo do século XVII, o texto de
um anônimo do século XVII montado no século XXI. Isso é Commedia
dell’arte? Ou o que é Commedia dell’arte?
Para isso, é levado em conta de que A Commedia dell’arte, nome que vem
depois do fim do fenômeno teatral, não existiu de maneira monolítica, sempre
igual a si mesmo no período de existência, ao invés de um quid específico que
define tal teatralidade, encontramos aqui, um espaço de experimentação
cênica, ou como define Betti Rabetti, de mecanismo tão perigosos quanto
inovadores, de um mercado de venda de peças e produção de espetáculo que
até então, nunca visto na história do teatro.
Agora temos outra ponta desta corda remendada. O que é Commedia dell’arte
hoje?
Seria necessário pegar um termo europeu para valutar? Seria para valutar ou
seria um categorizador, a que ponto isso pode influenciar na dramaturgia, na
cena, na atuação?
A últma questão que lanço: Quando um autor, para nós, um anônimo, quando
esse autor, escreve um texto no século XVII, será que ele imagina sua obra
estudada e montada três séculos depois?
O anonimato presente nessa dramaturgia me leva seguinte conclusão, não
existe um só dono ou um grande nome da Commedia dell’arte e isso a situa em
um centro nevrálgico de sua tradição e sua reinvenção na contemporaneidade,
pois ela vive e um ritornelo, para usar um termo deleuzeano, da repetição de si
mesma, de idas e vindas entre passado e futuro para buscar sua repetição e
em cada repetição uma nova variação.