EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA DE
FAMÍLIA DA COMARCA DE _____________ - ___.
Processo nº____________
(Nome, prenome, estado civil, profissão, CPF ou CNPJ, e-
mail, endereço –(art. 319, II do CPC/2015), por seu procurador infra firmado, com endereço profissional, sito à Rua _____________, ___, ___º andar, Cidade ____________, CEP _____________, _____________ - ___, onde recebe intimações e citações, vem respeitosamente à presença de V. Exa. apresentar:
CONTESTAÇÃO
à AÇÃO DE ALIMENTOS, movida por _____________, já
qualificada, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Primeiramente, o Requerido reitera os termos da
contestação apresentada na ação de Dissolução de União Estável autuada sob nº _____________.
Cumpre ressaltar que é inverídica a afirmação da
requerente no que diz respeito a sua dependência econômica em relação ao Requerido, eis que a mesma sempre trabalhou para ajudar no sustento da família, já que os rendimentos percebidos por ele eram insuficientes para mantença da mesma.
A requerente, à época em que surgiram os seus problemas
de saúde, trabalhava na empresa _____________ S/A, sendo que no momento encontra-se percebendo auxílio-doença junto ao INSS, no valor mensal de R$ _______ (_____________ reais).
Além do auxílio-doença, a Autora percebe a importância
mensal de R$ ______ (_____________ reais), referente ao aluguel do 2º piso edificado pelos litigantes sobre a casa da mãe da Requerente, valor este que é retido pela mesma desde a separação de fato do casal, como já mencionado na contestação à Ação de Dissolução de União Estável apensa.
Afirma a requerente que necessita de uso contínuo de
medicamentos, não tendo condições de arcar com os custos que o tratamento demanda.
Porém, o Requerido também encontra-se no auxílio-doença
por problemas de saúde, conforme documentos anexos.
O Requerido, como afirmado acima, percebe auxílio-doença
junto ao INSS. Referido auxílio importa no valor mensal aproximado de R$ _______ (_____________ reais).
Como o mesmo reside com os pais, contribui com o
pagamento mensal da conta de luz, alimentação, medicamentos utilizados por sua mãe, dentre outras despesas cotidianas. Despesas estas que importam a quantia mensal aproximada de R$ _______ (_____________ reais), conforme comprovantes anexos (Docs. 03 a 06). Além das despesas mencionadas acima, o Requerido ainda tem que honrar com o pagamento de empréstimos efetuados junto à cooperativa da empresa em que desenvolvia suas atividades, que importam no saldo devedor de R$ _______.
Salienta-se que tais empréstimos foram contraídos a fim de
auxiliar o Requerido na mantença de seu sustento.
Paga, ainda, à filha _____________, a título de pensão
alimentícia, o percentual provisório de 25% de seus rendimentos, o qual vem sendo pago desde o mês de dezembro/20__.
Isto significa dizer que resta ao Requerido,
aproximadamente R$ ______ (_____________ reais) por mês, isso sem que o mesmo efetue o pagamento dos empréstimos supra citados, pois do contrário teria que prejudicar seu próprio sustento para honrar com tal pagamento.
O Requerido, já em contestação apresentada nos autos da
ação de dissolução de união estável, apensa à presente, manifestou a concordância com o pagamento do percentual fixado a título de pensão alimentícia à filha, reconhecendo sua obrigação.
Desta forma, de acordo com todos os fatos e provas trazidos
com a presente contestação, afirma-se, mais uma vez, a intenção do Requerido em resolver de uma vez por todas a situação havida entre os litigantes, sem tumultuar o processo.
Enfatiza-se que as partes encontram-se na mesma situação
de fato, ou seja, ambos dependem do benefício denominado auxílio- doença para sua própria sobrevivência, visto que impossibilitados para o trabalho.
Como bem se sabe, o fato de estar submetido à
dependência de referido auxílio, por si só já traz ao dependente uma situação de total restrição, visto que trata-se de um percentual sobre os rendimentos que seriam auferidos pelo trabalhador em sua função.
Além disso, soma-se o fato da dependência de
medicamentos, cujos valores, na maioria das vezes, são muito elevados.
Realmente, vislumbra-se pelo atestado trazido aos autos
pela Requerente, portar a mesma doença grave, mas por outro lado, não pode ser o Requerido “penalizado” por tal situação, pois a fixação de alimentos à Requerente leva o mesmo ao prejuízo de sua própria subsistência.
Assim como a Requerente, o contestante também
necessitaria de amparo financeiro para sua recuperação e tratamento, porém, não tem a quem recorrer.
Sabe-se, como já mencionado na inicial pela Requerente,
que o dever de prestar alimentos é recíproco, conforme dispõe o art. 1.694 do CCB, abaixo transcrito:
"Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação." Ademais, os alimentos não podem ser exigidos quando a parte que os pede tem condições de prover o seu próprio sustento e mais, quando este pedido significar para o alimentante o prejuízo de seu próprio sustento, conforme art. 1695 do CCB, que a seguir se transcreve:
"Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento."
A situação acima narrada, após a fixação dos alimentos em
10% para a Requerente, transformou-se na realidade do Requerido, visto que não tem condições de despender tal valor, ônus este que lhe põe em risco as condições de manter seu sustento, sem se falar no problema de saúde que lhe acomete e suas consequências lógicas.
Sendo assim, conclui-se que é inaceitável a decisão que
fixou alimentos provisórios à Requerente, visto que tal decisão, mais uma vez salienta-se, acarreta prejuízo ao próprio sustento do Requerido.
Pelas razões expostas, é imperativo que seja julgada
improcedente a presente ação, revogando-se a decisão de fls. ___, que fixou alimentos provisórios à Requerente no percentual de 10% dos rendimentos do Requerido.
Diante do exposto, requer:
a) Seja a presente juntada aos autos para os fins de direito,
sendo ao final julgada totalmente improcedente a presente ação com relação às pretensões da Requerente, condenando-se a mesma ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios; b) Seja determinada a intervenção do representante do Ministério Público;
c) Protesta o Requerido em provar o alegado por todos os
meios de prova em direito admitidos;
d) Sejam deferidos os benefícios da Assistência Judiciária
Gratuita ao Requerido, sendo que o mesmo não tem condições de pagar custas processuais e honorários de advogado, sem prejuízo próprio, de conformidade com a declaração anexa.