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PROBLEMAS

. . . S O L UNOTÍCIAS
Ç ÕE...
ES

Torno CNC "matava peça" após usinar algumas


dezenas de peças
Paulo César de Carvalho
ste problema ocorreu em uma grande empresa serviço (Eng. Gilberto Coster) verificou que o siste-
E metalúrgica do interior de São Paulo. O proble-
ma aparecia quando o torno CNC, após usinar algu-
ma de fixação da ferramenta era a única diferença
entre as máquinas. Solicitamos ao cliente que mu-
mas dezenas de peças, provocava um “risco” na dasse o sistema de fixação da ferramenta para o
peça quando estava executando um desbaste. Não mesmo que era utilizado nas outras máquinas.
havia uma lógica no problema, uma vez que, a cada Resultado: O problema não ocorreu mais.
hora ele ocorria em uma fase diferente da usinagem
da peça e o intervalo entre problemas variava mui- CONCLUSÃO
to. Após serem descartadas todas as possibilida-
des de problemas no hardware do CNC e do siste- O CNC considera a posição do eixo para seus
ma de medição, começamos um processo de ten- movimentos e também que a ferramenta não se move
tativas: em relação ao sistema de fixação. O problema ocor-
ria porque durante a usinagem a ferramenta se movi-
1 ª tentativa: mentava em relação ao suporte de fixação provo-
Pensei em problemas de EMI e fizemos um tes- cando o “risco” na peça. Esse movimento não é me-
te modificando o caminho dos cabos de medição, dido pelo CNC que, portanto, não sabe da ocorrência
afastando os cabos de possíveis fontes de EMI. do problema. Na figura a seguir, está ilustrado o pro-
Resultado: O problema voltou a ocorrer e a pres- blema.
são do cliente aumentou, pois as peças eram para
exportação e o prazo de entrega era fator funda-
mental.

2ª tentativa:
Como o aterramento da máquina não estava bem
feito, decidi melhorar o aterramento. Foi feito novo
aterramento e refizemos os testes.
Resultado: O problema voltou a surgir e pela
freqüência aleatória do mesmo constatei que o
aterramento não havia colaborado para a solução
do problema.

3a Tentativa:
Na fábrica do cliente havia outros comandos nu-
méricos e observando as outras máquinas e fazen-
do comparações entre ambas, meu colega neste

MECATRÔNICA ATUAL Nº 6 - OUTUBRO/2002 5


...SOLUÇÕES

Sistema de lubrificação inoperante no


torno CNC Romi 20RV
Alexandre Capelli
torno 20RV, assim como outros da mesma li- na” (via IHM) de diagnósticos e constatei que o
O nha, possui um sistema de autolubrificação
das guias lineares e dos fusos de esferas.
CNC estava enviando o sinal.
Como o CNC, aparentemente, estava OK, li-
Nesse modelo, o CNC envia um sinal ordenan- guei a bomba diretamente à rede. Ela funcionou
do o acionamento da bomba de lubrificação. Esse perfeitamente.
sinal passa por uma placa I/O, e ativa um relé O único elo, portanto, que restava entre essas
que liga o motor da bomba diretamente a rede partes era o interface I/O. Uma vez trocada, o equi-
elétrica. pamento voltou a operar normalmente.
Como o sistema não operava, entrei na “pági- Vide figura abaixo:

O cliente alega que em uma máquina, ao fazer um determinado


movimento esporádico, a rede Interbus cai e com isso a
máquina pára
Juliano Matias
o chegar no cliente constatei o fato, isto é, eu vi do com isso que a rede perdesse o sinal de comu-
A acontecer o problema descrito após algumas ten-
tativas, e o problema era exatamente o relatado.
nicação.
Isso ocorreu porque o cabo foi especificado erra-
A partir de então, comecei a análise do proble- damente pelo fabricante do equipamento, pois para
ma colocando o notebook com o software de diag- trabalhar em uma lagarta teria que ter sido colocado
nóstico para a rede Interbus na placa controladora o cabo flexível ao invés do standard.
da rede no CLP S5-115U 945 da Siemens, e pedi
para o operador repetir o movimento* no qual a rede SOLUÇÃO ADOTADA
parava. Com ajuda do software de diagnóstico veri-
fiquei qual era o o módulo que entrava em falha e o Como a máquina precisava funcionar, e não tí-
real motivo da falha. O motivo da falha indicado pelo nhamos o cabo com a metragem disponível na hora,
software era a suspensão dos dados de transmis- colocamos um outro cabo similar temporariamente
são para a rede Interbus que chegava até o módulo por fora da lagarta, tomando o cuidado para que o
em que dava o erro. cabo não se rompesse durante a movimentação da
O percurso deste cabo era feito através de uma mesma. E a empresa providenciou a compra de um
lagarta. Desconectei as duas pontas do cabo e novo.
movimentamos a máquina manualmente medin- * Sempre quando for realizar a manutenção em
do com um multímetro a condutividade dos fios alguma máquina ou processo que você não conhe-
do cabo, sendo que a medição era entre todos os ça, nunca faça algum tipo de ajuste, parametrização
fios e entre os fios e a blindagem do cabo. Ao na máquina ou até mesmo sua operação (no nosso
movimentar a máquina algumas vezes, constatei caso movimentos manuais), pois a responsabilida-
que o fio DI entrava em curto com o terra fazen- de no caso de algum dano será sempre sua.

6 MECATRÔNICA ATUAL Nº 6 - OUTUBRO/2002

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