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Laicidade
A Laicidade é a forma institucional que toma nas sociedades democráticas a relação política entre
o cidadão e o Estado, e entre os próprios cidadãos. No início, onde esse princípio foi aplicado, a
Laicidade permitiu instaurar a separação da sociedade civil e das religiões, não exercendo o
Estado qualquer poder religioso e as igrejas qualquer poder político.
Para garantir simultaneamente a liberdade de todos e a liberdade de cada um, a Laicidade
distingue e separa o domínio público, onde se exerce a cidadania, e o domínio privado, onde se
exercem as liberdades individuais (de pensamento, de consciência, de convicção) e onde
coexistem as diferenças (biológicas, sociais, culturais). Pertencendo a todos, o espaço público é
indivísivel: nenhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impôr as suas convicções aos outros.
Simétricamente, o Estado laico proíbe-se de intervir nas formas de organização colectivas
(partidos, igrejas, associações etc.) às quais qualquer cidadão pode aderir e que relevam do
direito privado.
A Laicidade garante a todo o indivíduo o direito de adoptar uma convicção, de mudar de
convicção, e de não adoptar por nenhuma.
Laicismo
É um princípio uma ideologia de matriz claramente humanista que, ao valorizar as dimensões
mais universais do ser humano, entendido na sua individualidade plural, tem um sentido contrário
ao etnicismo ou, melhor, aos etnicismos, regionalismos, nacionalismos, etc. Que, acima de tudo,
valorizam as diferenças e os particularismos por que se podem afirmar os diferentes grupos
humanos.
Religião Civil
A religião civil não é uma religião propriamente dita, pois não possui templos nem estrutura de
poder. Ela é um corpo doutrinário comum às religiões históricas e tem por fim viabilizar a
coexistência pacífica entre crentes de diversas opiniões teológicas no Estado.
Como afirma Rousseau, "importa ao Estado que cada cidadão tenha uma religião que o faça
amar seus deveres; os dogmas dessa religião, porém, não interessam nem ao Estado nem a seus
membros, a não ser enquanto se ligam à moral e aos deveres que aquele que a professa é
obrigado a obedecer em relação a outrem".
Ao mesmo tempo, a religião civil assegura a adesão dos cidadãos ao pacto valendo-se do fato de
todo o povo ser movido por sentimentos religiosos. E tudo se passa como se, da própria doença
(a credulidade em um Estado puramente civil) Rousseau extraísse esse remédio chamado
"religião civil" para manter vivo o corpo político.