Você está na página 1de 7

08/10/2010

Estrutura, Propriedades, Processamento e Desempenho são os


quatro componentes da disciplina ciência e engenharia de materiais

MAM0411
Ciência dos Materiais

Tema 6

Difusão

Profa.. María Cristina Moré Farias


Profa

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais

A estrutura dos materiais é subdividida em vários


níveis
Estrutura do Átomo
Estrutura Modelos Atômicos
Configuração Eletrônica
Tabela Periódica

Forças e Energias de Ligação


Estrutura Sub-
Sub-atômica Ligações Interatômicas
Estruturas Cristalinas (redes; sistemas)
Pontos, direções e planos cristalográficos
Defeitos pontuais (lacunas, interstícios,
Estrutura Atômica impurezas), lineares (discordâncias)

Policristal
Defeitos interfaciais (contornos
de grãos, contornos de maclas
Microestrutura

Macroestrutura
Sólido
Defeitos
volumétricos (trincas,
poros)

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 3 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 4

1
08/10/2010

Conteúdo Objetivos

Difusão Sobre difusão nos metais

1. Difusão em Metais • Descrever os dois mecanismos de difusão

I. Mecanismos de Difusão • Distinguir entre difusão no regime estacionário e difusão no regime


não-estacionário
II. Difusão x Tempo – Primeira Lei de Fick

III. Fatores que Influenciam a Difusão • Aplicação (processo)

– Segunda Lei de Fick


IV. Caminhos Alternativos de Difusão
• Aplicação (processo)
2. Difusão em Cerâmicas • Solução para um sólido semi-infinito

3. Difusão em Polímeros • Calcular o coeficiente de difusão (material, temperatura)

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 5 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 6

Difusão Difusão
A Difusão é fenômeno de transporte de massa por movimentação atômica
O movimento dos átomos é necessário para muitos tratamentos dos materiais
(metais), de íons (cerâmicas iônicas) e de macromoléculas (polímeros) em etapas

• Ocorre no interior de sólidos, líquidos e gases • Aplicações da difusão

– Tratamento térmico dos metais


• Os átomos se movimentam de forma previsível, tentando eliminar diferenças de
– Fabricação de cerâmicas
concentração e de produzir uma composição homogênea e uniforme
– Filtros para purificação de gases

• Os átomos são redistribuídos dentro da microestrutura do material, – Solidificação de materiais

acrescentados a partir do ambiente ou descarregados para o ambiente – Fabricação de transistores

– Fabricação de células de combustíveis

– Condutividade elétrica de cerâmicas

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 7 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 8

2
08/10/2010

Interdifusão Condições para a difusão


Difusão nos Metais Mecanismos de Difusão Difusão por Lacunas
Autodifusão Difusão Intersticial

A difusão nos metais pode ocorrer em átomos de metais puros (autodifusão) ou Do ponto de vista atômico, a difusão consiste na migração passo a passo de
de metais diferentes (interdifusão ou difusão de impurezas) átomos de determinadas posições da rede cristalina para outras

• Condições para a ocorrência de difusão


“Par de difusão” Cu – Ni
Taqu < Tf
Tref = Tamb 1) Existência de um sítio adjacente vazio

2) O átomo deve possuir energia (vibracional) suficiente para


Interdifusão:
quebrar as ligações atômicas com seus vizinhos e causar
Átomos de um
metal se difundem
para o interior de alguma distorção na rede cristalina durante seu deslocamento
outro

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 9 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais

Condições para a difusão Condições para a difusão


Mecanismos de Difusão Difusão por Lacunas Mecanismos de Difusão Difusão por Lacunas
Difusão Intersticial Difusão Intersticial

A difusão por lacunas e a difusão intersticial são dois modelos dominantes para a A difusão por lacunas e a difusão intersticial são dois mecanismos dominantes
difusão em metais para a difusão em metais

• Difusão por Lacunas • Difusão Intersticial


– Necessita a existência de defeitos pontuais do tipo lacunas – Migração de átomos de uma posição intersticial para outra vizinha vazia
– A extensão da difusão por lacunas depende do número de lacunas presentes – Encontrado para interdifusão de átomos de impurezas pequenos o suficiente para se
– O aumento da temperatura, aumenta o a concentração de lacunas encaixar nas posições intersticiais (H, C, N, O)
– A direção resultante da difusão dos átomos é oposta à direção do movimento de lacunas – Maior probabilidade de ocorrência/ difusão por lacunas
• Átomos intersticiais são menores e, consequentemente, mais móveis
• Maior número de posições intersticiais vazias do que lacunas

Antes Depois

Migração de átomos Migração de lacunas

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 11 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 12

3
08/10/2010

Fluxo de Difusão Fluxo de Difusão


Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário
Difusão em Regime Não-estacionário Difusão em Regime Não-estacionário

A quantidade transportada de um elemento no interior de um outro é função Se o fluxo de difusão não variar ao longo do tempo, existe uma condição de
do tempo Regime Estacionário de Difusão

• Fluxo de difusão, J (velocidade da difusão) • Perfil de Concentração Difusão em Regime Estacionário


– Curva C vs. x (Primeira Lei de Fick):
– Massa (ou número de átomos) M que se difunde através e • Gradiente de Concentração Ex.: Difusão dos átomos de um gás
– Inclinação em um ponto específico da através de uma placa metálica
perpendicularmente por unidade de área (A ) por unidade de tempo curva
Perfil de Concentração
(t ) dC
M gradiente de concentração =
J= dx
kg/m2-s
At ∆C C A − CB
átomos/m2-s gradientede concentração = =
1 dM ∆x xA − xB
J=
A dt

Linear

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 14

Fluxo de Difusão Fluxo de Difusão


Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário
Difusão em Regime Não-estacionário Difusão em Regime Não-estacionário

Se o fluxo de difusão é proporcional ao gradiente de concentração, de acordo Se o fluxo de difusão e o gradiente de concentração em um ponto específico de um sólido
com a Primeira Lei de Fick, que representa o fluxo de difusão para a difusão em variarem ao longo do tempo, existe uma condição de Regime Não-estacionário de Difusão.
regime estacionário (unidirecional) Esta variação da concentração é representada por meio da Segunda Lei de Fick
• Difusão em Regime Não- Difusão em Regime Não-estacionário
• Primeira Lei de Fick estacionário (Segunda Lei de Fick):
Perfis de concentração tomados em
– resulta em um acúmulo ou esgotamento
três tempos diferentes, t1, t2 e t3
do componente que está difundido
dC •
J = −D Segunda Lei de Fick

dx ∂C ∂  ∂C 
= D 
∂t ∂x  ∂x 
Coeficiente de Difusão (ou difusividade) • Segunda Lei de Fick simplificada
– D independe da composição
Direção da difusão é
oposta ao gradiente de ∂C ∂ 2C
concentração =D 2
∂t ∂x

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 16

4
08/10/2010

Fluxo de Difusão Fluxo de Difusão


Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário
Difusão em Regime Não-estacionário Difusão em Regime Não-estacionário

Uma aplicação comum da Segunda Lei de Fick Simplificada para o Regime Não- Aplicação da Segunda Lei de Fick Simplificada para o Regime Não-estacionário de
estacionário de Difusão é a difusão do material em sólido semi-infinito Difusão: Difusão do material em sólido semi-infinito (cont.)

• Barra semi-infinita • Solução (considerando as condições de Difusão em Regime Não-estacionário


contorno) (Segunda Lei de Fick Simplificada):
Perfis de concentração em um instante
– Nenhum dos átomos que se difundem atinge a extremidade oposta da barra
C x − C0  x  de tempo específico
durante a difusão = 1 − erf  
l: comprimento C s − C0  2 Dt  Cx pode ser
l > 10 Dt x: profundidade determinado em
C0: concentração antes da difusão quaisquer t e x, sendo
• Condições de contorno Função Erro de Gauss
 x  C0, Cs e D conhecidos
Cs: concentração na superfície erf   (valores tabulados
– Para t = 0, C = C0 em 0 ≤ x ≤ ∞  2 Dt  para diferentes
valores de x
– Para t > 0, C = Cs em x = 0 (a concentração constante na superfície do sólido) 2 Dt
C = Cs em x = ∞ C0: concentração antes da difusão
Cs: concentração na superfície
Cx: concentração em uma profundidade x para t > 0

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 18

Fluxo de Difusão
Fatores que Influenciam a Espécie em Difusão
Difusão x Tempo Difusão em Regime Estacionário
Difusão em Regime Não-estacionário Difusão Temperatura

Aplicação da Segunda Lei de Fick Simplificada para o Regime Não-estacionário de A espécie em difusão, assim como o material hospedeiro, influencia o coeficiente
Difusão: Difusão do material em sólido semi-infinito (cont.) de difusão (D), que varia com o mecanismo de difusão (lacunas - autodifusão;
intersticial – interdifusão)

C x − C0  x 
= 1 − erf  
C s − C0  2 Dt 
Para Cx = C1

 x 
  = cons tan te
C1 − C0  2 Dt 
= cons tan te
C s − C0 x2
= cos n tan te
Dt

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 19 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais

5
08/10/2010

Fatores que Influenciam a Espécie em Difusão Fatores que Influenciam a Espécie em Difusão
Difusão Temperatura Difusão Temperatura

A temperatura exerce um grande efeito o coeficiente de difusão (D) Efeito da temperatura sobre o coeficiente de difusão, D (cont.)

Energia necessária para produzir


movimento 1 mol de átomos
 Q 
D = D0 exp − d 
 RT 
D0: constante pré-exponencial independente da temperatura (m2/s)
Qd: energia de ativação para a difusão (J/mol ou eV/átomo)
R: constante dos gases, 8,31 J/mol-K ou 8,62 x 10-5 eV/átomo-K
T: temperatura absoluta (K)

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 22

Fatores que Influenciam a Espécie em Difusão Fatores que Influenciam a Espécie em Difusão
Difusão Temperatura Difusão Temperatura

Efeito da temperatura sobre o coeficiente de difusão , D (cont.) Efeito da temperatura sobre o coeficiente de difusão , D (cont.)

Qd e D0 são
determinados
experimentalmente
 Q  y=b+mx
D = D0 exp  − d 
 RT  1
x=
Q 1 T
ln D = ln D0 − d   ou Q
Qdd
R T  m=−
2,3R
Q 1
log D = log D0 − d   y = log D00
2,3 R  T 

y = log D
Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 23 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais

6
08/10/2010

Caminhos Alternativos de Discordâncias Tratamento Térmico


Difusão Aplicações da Difusão
Contornos de Grão

A migração atômica também pode ocorrer ao longo de defeitos linear e Alumínio para Interconexões de Circuitos Integrados
interfaciais que são caminhos rápidos de difusão

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 26

Aplicações da Difusão Tratamento Térmico Bibliografia


Um exemplo de tratamento térmico envolvendo difusão é a carbonetação dos
aços, na qual a superfície é endurecida pela difusão dos átomos de carbono a
partir de um ambiente rico em carbono

• Callister, W.D.; “Ciência e Engenharia de Materiais: Uma


Introdução”. 7ed., 2002.
– Cap. 5 p. 81-97
– Cap. 12 p. 318
– Cap. 14 p. 374

Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 27 Profa. María Cristina Moré Farias MAM0411A Ciência dos Materiais 28

Você também pode gostar