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Faculdade Cenecista de Rondonópolis

Pós Graduação: Políticas Sociais

Módulo: Seguridade Social


Docente: Michel José Giraldes Portela
Discente: Suhilde Miranda de Lima

DIREITOS SOCIAIS E A VULGARIZAÇÃO DA NOÇÃO DE


DIREITOS FUNDAMENTAIS

Rondonópolis-MT
Agosto/2010
Faculdade Cenecista de Rondonópolis

Especialização em Políticas Sociais


Dicente: Suhilde Miranda de Lima

DIREITOS SOCIAIS E A VULGARIZAÇÃO DA NOÇÃO DE


DIREITOS FUNDAMENTAIS

Trabalho realizado como parte das


exigências mínimas sobre a disciplina
de Seguridade Social, docente Prof.
Michel José Giraldes Portela Pós
Graduação em Políticas Sociais da
Faculdade FACER.
Para se compreender um pouco sobre os Direitos Fundamentais é
necessário diferenciá-los dos Direitos Humanos que em certo sentido
trata-se dos direitos básicos do Ser humano, aquele que dá idéia de
liberdade de pensamento, de expressão e igualdade perante a lei.
Assim como a Declaração Universal dos Direitos Humanos preconiza
que: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade”.

Alguns estudiosos do Direito afirmam não haver nenhuma diferença


entre os Direitos Humanos e os Direitos Naturais, considerando como
Direitos Naturais aqueles atribuídos por Deus. Contudo ao se observar
a diversidade de culturas e suas visões específicas no que diz
respeito aos Direitos Humanos Universais, não se pode concluir que
todas as Declarações tenham a mesma nomenclatura e possam
abarcar todas as culturas em um mesmo argumento. Sabemos que
muitas declarações de direitos humanos emitidas por organizações
internacionais regionais, acentuam em maior ou menor grau o
aspecto cultural, assim como, dão mais importância a determinados
direitos. Desse modo não é possível prescrever um modelo
determinado e único a nível universal, uma vez que não se pode
desvincular as realidades históricas e culturais de cada nação, as
tradições, normas e valores de cada povo.

Conclui-se então que todo ser humano nasce com direitos inerentes a
si, sabendo que alguns deles são criados pelos ordenamentos
jurídicos, outros dependem da manifestação da vontade e ainda os
que são reconhecidos nas cartas legislativas. Nesse contexto
encontramos os Direitos Fundamentais que podem ser definidos
como um conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser
humano e que tem por finalidade básica o respeito à sua dignidade
por meio de proteção contra o arbítrio do poder estatal e o
estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da
personalidade humana. Alguns aspectos tais como: historicidade,
imprescritibilidade, universalidade, efetividade e concorrência são
algumas características inerentes aos Direitos Fundamentais.

A Constituição Federal de 1988 reconheceu, acolheu e ampliou os


valores dos Direitos Humanos, mas em toda nossa Carta Magna
permeia a garantia de direitos, que a princípio referem-se aos direitos
garantidos e protegidos pelo Estado, conforme descrito em seu Artigo
5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade”. Tais direitos constituem-se em Cláusulas
Pétreas, não podendo ser modificados por emendas constitucionais
ou coisas do gênero.

Para melhor entendimento, o grande jurista Rui Barbosa diferencia os


Direitos Fundamentais como de cunho Declaratório e as Garantias
Fundamentais como de cunho Assecuratório. Esta diferenciação
indica que os Direitos Declaratórios consistem em reconhecer no
plano jurídico a existência de uma prerrogativa fundamental do
cidadão. Já os Direitos Assecuratórios tem como propósito fornecer
mecanismos ou instrumentos para a proteção, reparação ou
reingresso em eventual Direito Fundamental violado.

Como exemplo de Direito Fundamental, temos a livre expressão


conforme art.5º, IX: “é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura
ou licença”. O Direito de resposta é Garantia Fundamental, conforme
art. 5º, V: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.

O simples fato de ligarmos nossa TV e assistirmos ao noticiário já nos


demonstra um acúmulo de Direitos Fundamentais. O apresentador do
telejornal exerce primeiramente seu direito de imagem, ao permitir
que todos lhe vejam. Após isso, ao narrar a notícia, o público utiliza
seu direito de prestar e receber informações. Por fim, ao comentar a
notícia, faz uso de seu direito de emitir opinião. Todos Direitos
Fundamentais.

Estamos nesse momento dentro de umas das mais controversas


discussões sobre garantias de direitos. Há projeto de igualdade de
gênero para as pessoas, não com base na diferença biológica, mas na
livre escolha da identidade sexual. Essa proliferação de novos direitos
acaba por se tornar num instrumento de luta política, religiosa ou
ideológica, podendo se transformar em um álibi para o
individualismo.

Entre os fatores que estão minando a essência da lei está a inflação


dos direitos humanos. Geralmente são formulados de maneira vaga e
se não pode haver certo controle sobre sua aplicação, acabam por
transformar-se em instrumentos para outros fins que se afastam dos
direitos fundamentais.

Um dos caminhos para devolver a noção de valor ao Direito está em


reconsiderar os conceitos de moral clássica. Nela, o direito não existe
sem a correspondente obrigação e uma obrigação só existe em
relação à uma determinada norma, uma regra geral. A moralidade de
uma ação não depende de seu efeito sobre os outros, exceto quando
tal efeito é diretamente procurado.

O fato de alguém se sentir ofendido ou discriminado não converte


minhas ações por si só em atos reprováveis. São necessárias outras
circunstancias que demonstrem que a minha maneira de agir violou
lei moral. Direito e moral não são idênticos, mas se o sistema jurídico
se move longe da moral, suas prescrições perdem a legitimidade e a
observância da lei se reduz a um mero cumprimento estóico das
normas.

Por outro lado a história não caminha dentro de parâmetros fixos.


Observamos de que nada adianta multiplicar textos que encerram
promessas vagas, cuja aplicação no âmbito jurídico deixa a desejar. O
freqüente desrespeito aos Direitos Humanos praticado por governos
gera a descrença na efetividade desses Direitos. Desse modo quando
se quer que a tortura acabe, quando se pede que os deficientes
sejam ouvidos, os homossexuais sejam respeitados, quando se
pleiteia pelos Direitos dos povos, quando se grita para que vigorem
princípios de justiça, luta-se pela dignidade humana. Portanto, a luta
pela dignidade humana é uma luta única e solidária, apenas assume
aspectos particulares em situações específicas.

Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?


id=4836&p=2, 20 julho 2010.

Disponível em: http://www.epm.sp.gov.br/Internas/ArtigosView.aspx?


ID=6544, 20 julho 2010.

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