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CENTRO UNIVERSITÁRIO TABOSA DE ALMEIDA (ASCES-

UNITA)

Nome: Thales Silva de Oliveira.


Relações Internacionais
8º Período
Migrações e Populações Deslocadas
Prof. Mariana Nóbrega
Turno: Manhã

Data: 21/08/2017

Texto/Autor(a): FARIA, Maria Rita Fontes. A Europa – séc. XVI a XIX; e, Os EUA –
séc. XIX; I GM; o período entre-guerras; a LN. A questão dos refugiados alemães de
origem judaica”. In. Migrações internacionais no plano multilateral: reflexões para a
política externa brasileira. Cap. 3. 2015.

RESUMO CRÍTICO

Maria Faria (2015) tenta promover, através de seu texto, uma reconstrução
histórica dos diversos fatores que foram transformando as políticas de migrações ao
longo do tempo, iniciando assim, um apanhado desde o período do século XVI,
destacando-se as questões de então já construídas sob a égide do Estado Moderno.
Logo ao início, é ressaltado como um dos primeiros momentos históricos onde a
pauta de migração teria sido elevada a um debate político a expansão marítima das
metrópoles europeias através da colonização, no caso principalmente em direção as
colônias, logo posteriormente, é destacado o momento da Revolução Industrial, como
um momento histórico em que, por uma grande modificação nos espaços europeus que
resultaram em um maior crescimento da população urbana e da pobreza, houveram
grandes migrações entre os países deste continente de pessoas em busca de melhores
condições socioeconômicas.
No entanto, o principal enfoque do texto é a tentativa da concepção de um
paradigma de como foram sendo construídas as polítcas relacionadas a pauta migratória
ao longo da história, destacando-se momentos em que os fluxos migratórios foram mais
livres até momentos em que foram mais restritos e de como estas práticas
correspondiam aos interesses estatais, assim como também de suas estratégias de
segurança. Essa perspectiva é ressaltada durante o texto que per se e criticamente, tem
um enfoque histórico bastante focado na Europa, mesmo que este se proponha pensar o
contexto brasileiro, talvez por se manifestar como uma análise material e que se mantém
sobre quais são os elementos relacionais concretos que ainda perduram na construção
das políticas migratórias atuais.
De qualquer forma, o texto procura fazer alguns rebuscamentos de como certos
processos extremamente atuais estão relacionados historicamente com a construção
histórica dessas políticas e de como, principalmente após as grandes guerras, a pauta
migratória passou a ser securitizada, passando para um âmbito extremamente ligado aos
interesses de manutenção de um suposto status quo e soberania estatais. É assim então
destacado como estas problemáticas mesmo sendo elevadas ao âmbito da alta política
também se manifestam diretamente nos espaços sociais ocupados pelas populações em
geral e em como vão ser vivenciadas as experiências estrangeiras de acordo com os
interesses do país de onde você está, as práticas sociabilizadas no mesmo, assim como
os impactos representativos do lugar de onde o imigrante veio, assim como em qual
condição.
O texto tenta pincelar bem então como foi se dando essa ação securitizadora da
pauta migratória durante a história do Estado Moderno e de como essa vai fazendo-se
manter suas lógicas. É então, no pós primeira-guerra, por exemplo que foram surgindo
algumas codificações internacionais que começaram a levantar ainda mais a pauta
migratória como uma pauta política de dever dos Estados, com grande impacto
geracional da Liga das Nações, mesmo que esta tenha falhado em boa parte de sua
missão institucional, assim como na criação das primeiras definições políticas que
viriam a delimitar refugiados, por exemplo.
É importante então, salientar a importância do texto em trazer os elementos
históricos que constroem algo como uma definição materializada de migrante – em suas
diversas categorias – definição esta que em muito influi em diversos termos que vão
além da vida política e alcançando o nível de sociabilidade dos indivíduos,
principalmente quando se e demonstrado os processos de securitização das migrações,
dos migrantes e daqueles que foram construídos sobre essa égide de manutenção do
status quo do Estado Moderno, durante os próprios processos de construção e crises
conflituosas do mesmo, ao longo da história.

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