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Introdução
A força que os comerciantes e artesãos ganharam fez nascer uma nova classe
social que se encontrava nos burgos: a burguesia. Sendo assim, o aumento dos
burgueses culminou em reivindicações para a volta à centralização do poder nas mãos
do Rei, pois os mesmos buscavam garantias para o comércio, como: exército nacional,
unificação de moedas, parâmetros de pesos e medidas, diminuição dos impostos,
melhorias nos transportes e comunicações. Tal apoio aos reis culminou com a formação
dos Estados Absolutistas, fortalecimento da burguesia e o favorecimento de condições
aptas ao desenvolvimento do capitalismo2.
2
Ainda pode-se dizer que a grande mudança trazida pelo capitalismo ocorreu com
a divisão do trabalho nas fábricas, impulsionada pelo êxodo rural, pois a miséria nessa
época no campo aumentava rapidamente. Os camponeses abandonaram o campo para
morar nas cidades e lá encontrar um emprego no qual pudessem vender a força de
trabalho em troca de um salário. Dessa forma, foi retirada do trabalhador a possibilidade
de produção de seus bens de consumo, como alimentos, roupas e ferramentas 5, por este
se encontrar desprovido de qualquer instrumento que lhe possibilitasse a produção.
5
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. In: MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos e
outros textos escolhidos. 5ª Edição. São Paulo: Nova Cultural, coleção Os Pensadores, 1991.p.26.
6
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da
moderna administração das organizações - 7. ed. rev. e atual. - Rio de Janeiro: Elsevier, 200.p.277.
7
WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasília: UNB, 200, p. 325
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marco teórico os apontamentos marxistas, os quais se dirigem às relações de
propriedade, burguesia, proletariado, meios de produção, luta de classes e alienação do
trabalhador.
Por outro lado, para que haja dominação é necessário que o poder de mando
encontre validade em seus súditos, ou seja, deve haver obediência às regras, pois caso
contrário não se estaria diante de uma autoridade racional.
4
Como característica do poder hierárquico a relação de subordinação ganha
relevo à medida que a estrutura do funcionalismo público estabelece quais são as
prerrogativas de cada órgão, pois nenhum cargo pode permanecer sem controle ou
supervisão.
10
MERTON, Robert K. Sociologia: Teoria e Estrutura. Tradução de Miguel Maillet. São Paulo: Mestre Jou,
1970, p. 280
11
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. In: MARX, K. Manuscritos econômico-filosóficos e
outros textos escolhidos. 5ª Edição. São Paulo: Nova Cultural, coleção Os Pensadores, 1991, p.27
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limitar a esfera de atuação e espontaneidade pessoal do funcionário. Dessa forma,
perde-se o objetivo central na prestação do serviço público, ou seja, a sua eficiência e há
a transformação das repartições públicas em ambientes ineficazes onde trabalham
pessoas disciplinadas por uma rotina que pelo decurso do tempo as incapacita de
compreenderem a razão de seus trabalhos.
Dessa maneira, não há distinção entre o trabalhador braçal de uma indústria para
o funcionário público de uma repartição, pois ambos se encontram desprovidos das
ferramentas imprescindíveis para a produção do objeto que não lhes pertence. O que se
reconhece em ambos é a sujeição necessária advinda do sistema capitalista para o
pagamento de salário, pois é em troca deste que o trabalhador se sujeita à disciplina e à
hierarquia impostas.
12
MERTON, Robert K. Sociologia: Teoria e Estrutura. Tradução de Miguel Maillet. São Paulo: Mestre Jou, 1970, p.273
13
Ibidem, p. 275
14
Ibidem, p. 274
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Já Dewey observou o fenômeno denominado de “psicose ocupacional 15” que
deriva da pressão exercida sobre o indivíduo em razão do cargo que ele ocupa, este é
pressionado a agir em estrita conformidade aos regulamentos para que atue de maneira
metódica, prudente e disciplinada. Essa ênfase à disciplina e aos métodos pode implicar
no apego excessivo à forma em detrimento do conteúdo.
A realização metódica das tarefas passa a ter uma significação simbólica para o
trabalhador que não chega a perceber a inadequação de seu ofício, o que o transforma
em um trabalhador alienado.
Poder Hierárquico
15
Ibidem, p. 275
16
CRETELLA JUNIOR. José. Curso de Direito Administrativo. Rio de janeiro: Editora forense, 1991.p.70
17
MERTON, Robert K. Sociologia: Teoria e Estrutura. Tradução de Miguel Maillet. São Paulo: Mestre Jou, 1970, p.275
18
WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasília: UNB, 2004, p. 207.
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domina todo o Direito Administrativo e deveria ser aplicado, ainda mesmo que nenhum
texto legal o consagrasse19”.
19
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 16ª ed. atual. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1991, p. 105
20
DI PIETRO DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17ª ed., São Paulo: Atlas, 2005, p.92
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Ainda segundo Mário Masagão, a hierarquia no direito público é uma
ralação estabelecida entre órgãos de forma necessária e permanente, onde há
coordenação e subordinação de uns aos outros e graduação de competência de cada
um21. Cumpre observar que nos poderes Judiciário e Legislativo não existe hierarquia
em relação à coordenação e subordinação no exercício das funções institucionais,
principalmente porque há independência entre as instâncias judiciais e entre as casas do
Congresso Nacional.
Poder disciplinar
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Conclusão
Bibliografia:
10
BARROS JUNIOR, Carlos. Do poder disciplinar na administração pública. São
Paulo: Edita Revista dos Tribunais, 1972.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17ª ed., São Paulo: Atlas,
2005.
LUZ, Egberto Maia. Direito Administrativo disciplinar. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 1994.
MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Martin Claret, 2005.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 16ª ed. atual. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1991.
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