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Lei Orgânica do Município de Alegrete-RS

PREÂMBULO

Sob a proteção de Deus, nós vereadores, representantes do povo alegretense,


promulgamos esta Lei Orgânica do Município de Alegrete, evocando o passado
histórico da instalação no ano de 1842 da Assembléia Geral Constituinte e Legislativa
da República Rio-Grandense, com sede em Alegrete, inspirados na necessidade de
aperfeiçoamento da comunidade, de forma participativa e democrática, com a
consciência voltada para os deveres e direitos do povo, com igual espírito indômito e
ideal libertário que valorizam o povo gaúcho, observando a constitucionalidade das leis,
afirmando o compromisso de convivência harmoniosa com os poderes constituídos, a
integração com os povos latino americanos, e a fraternidade entre os homens.

TÍTULO I
LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º O Município de Alegrete, pessoa jurídica de direito público interno, parte


integrante da República Federativa do Brasil e do Estado Rio Grande do Sul, no pleno
uso de sua autonomia política, administrativa e financeira, reger-se-á por esta Lei
Orgânica e demais leis que adotar, respeitados os princípios estabelecidos nas
Constituições Federal e Estadual.

Art. 2º A soberania popular será exercida por sufrágio universal e pelo voto secreto e
direto com igual valor para todos e, nos termos desta lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 3º É mantido o atual território do Município.

Art. 4º São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e


o Executivo.

Parágrafo Único - É vedada a qualquer dos poderes delegar atribuições e ao cidadão


investido em um deles, exercer função em outro, salvo nos casos previstos nesta Lei
Orgânica.

Art. 5º O dia 26 de outubro é a data magna do município.

Art. 6º Os símbolos do Município são: o Brasão, a Bandeira, o Hino e outros


estabelecidos em lei.

Art. 7º A autonomia do Município se expressa:

I - pela eleição direta dos Vereadores;

II - pela eleição direta do Prefeito e Vice-Prefeito;

III - pela administração própria no que respeite ao interesse local.

Art. 8º O Município promoverá vida digna aos seus habitantes e será administrado com
base nos seguintes compromissos fundamentais:

I - transparência pública de seus atos;

II - moralidade administrativa;

III - participação popular nas decisões;

IV - descentralização político-administrativa;

V - prestação integrada dos serviços públicos.

Art. 9º Ao Município compete, privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições:

I - elaborar o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual,


estimando a receita e fixando a despesa, com base no planejamento adequado;

II - instituir e arrecadar tributos de sua competência, fixar e cobrar tarifas e preços


públicos, com a obrigação de prestar contas e publicar balancete nos prazos fixados em
lei;

III - dispor sobre a administração, utilização e alienação de seus bens;

IV - adquirir bens e serviços, inclusive mediante desapropriação, por necessidade,


utilidade pública ou por interesse social;

V - organizar e prestar diretamente ou conceder e permitir, através de licitação, os


serviços públicos de interesse local e os que possuem caráter essencial;

VI - organizar os quadros e estabelecer o regime jurídico de seus servidores;

VII - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, de Saneamento Básico, e de


Proteção Ambiental, integrados;
VIII - promover o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle
de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arruamento e de zoneamento


urbano, bem como diretrizes urbanísticas convenientes à ordenação de seu território;

X - estabelecer normas de prevenção e controle de ruídos, da poluição do meio


ambiente, do espaço aéreo e das águas;

XI - regulamentar a utilização dos logradouros públicos, sinalizando as faixas de


rolamento e zonas de silêncio e conceder e permitir os serviços de transporte coletivos,
táxis e outros, fixando tarifas e itinerários atendendo a necessidade de locomoção de
deficientes físicos;

XII - disciplinar o trânsito local, sinalizando as vias urbanas e estradas municipais,


instituindo penalidades e dispondo sobre a arrecadação de multas, especialmente as
relativas ao trânsito urbano;

XIII - disciplinar os serviços de carga e descarga, especialmente de cargas tóxicas e a


fixação de tonelagem máxima permitida;

XIV - estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de seus serviços;

XV - disciplinar a limpeza dos logradouros públicos, a remoção do lixo domiciliar e


detritos de qualquer natureza e dispor sobre a prevenção de incêndio;

XVI - licenciar para funcionamento os estabelecimentos industriais, comerciais, de


serviços e similares, mediante expedição de alvará de localização;

XVII - suspender ou cassar os alvarás de licença de estabelecimentos que se tornarem


danosos à saúde, à higiene, ao bem-estar público, ao sossego, à segurança, ao meio
ambiente, ao bem estar público ou aos bons costumes;

XVIII - fixar os feriados municipais, bem como o horário de funcionamento de


estabelecimentos comerciais, industriais, bancários, de prestação de serviço e outros;

XIX - legislar sobre serviços funerários e cemitérios, fiscalizando os que pertencerem a


entidades populares;

XX - regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes,


anúncios, emblemas e quaisquer outros meios de publicidade e propaganda;

XXI - regulamentar, autorizar e fiscalizar as competições esportivas, os espetáculos e os


divertimentos públicos;

XXII - legislar sobre apreensão e depósito de semoventes, mercadorias e móveis em


geral, no caso de transgressão de lei e demais atos municipais, bem como sobre a forma
e condições de venda das coisas e bens apreendidos;
XXIII - legislar sobre serviços públicos e regulamentar os processos de instalação,
distribuição e consumo de água, gás, energia elétrica e todos os demais serviços de uso
coletivo;

XXIV - fiscalizar pesos e medidas, bem como aferir instrumentos e aparelhos


destinados à pesagem e medição;

XXV - criar, organizar e suprimir distritos e bairros, consultados os munícipes e


observada a legislação pertinente;

XXVI - participar de entidade que congregue outros Municípios integrados à região, na


forma estabelecida pela lei;

XXVII - prestar, com a cooperação técnica financeira da União e do Estado, serviços de


atendimento à saúde da população;

XXVIII - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,


programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental;

XXIX - legislar sobre fiscalização as infrações de trânsito no Município.

Art. 10. Compete ao Município, no exercício de sua autonomia:

I - organizar-se administrativamente, observadas as legislações federal e estadual;

II - organizar-se juridicamente, estabelecer suas leis, expedir decretos e atos relativos


aos assuntos de seu particular interesse, ou supletivamente a eles;

III - zelar pela saúde, meio ambiente, higiene, segurança e assistência pública;

IV - promover o ensino, a educação e a cultura;

V - estimular o melhor aproveitamento da terra, bem como as defesas contra as formas


de exaustão do solo;

VI - abrir e conservar estradas e caminhos e determinar a execução de serviços públicos;

VII - promover a defesa sanitária e a conservação do solo;

VIII - auxiliar as autoridades sanitárias na fiscalização de gêneros alimentícios desde a


sua produção até a distribuição ao consumidor final;

IX - amparar a maternidade, a infância e os desvalidos, coordenando-os, orientando os


serviços no âmbito do Município;

X - estimular a prática desportiva;

XI - realizar e incentivar a construção de casa própria de caráter popular;

XII - incentivar e proteger o comércio, a indústria, a agricultura, o turismo e outras


atividades com objetivo social;

XIII - proteger os documentos, as obras, e outros bens de valor histórico, artístico e


cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

XIV - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e


exploração de recursos hídricos e minerais em seu território.

Art. 11. O Município pode celebrar convênios com a União, o Estado e outros
Municípios, mediante autorização da Câmara Municipal, para a execução de serviços,
obras e decisões, bem como para de encargos destas esferas.

§ 1º O Município participará de organismos públicos que contribuam para integrar a


organização, o planejamento e a execução de função pública de interesse comum.

§ 2º Pode ainda o Município, através de convênios ou consórcios com outros


Municípios da mesma comunidade sócio-econômica, criar entidades intermunicipais
para a realização de obras, atividades ou serviços específicos de interesse comum,
devendo ser aprovados por lei dos Municípios que deles participarem.

§ 3º É permitido delegar, entre o Estado e o Município, também por convênio, os


serviços de competência concorrente, assegurados os recursos necessários.

Art. 12. Compete ao Município suplementar a legislação federal e estadual no que


couber e naquilo que disser interesse.

CAPITULO II
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do


Município, visando a promoção do bem público e a prestação de serviços a comunidade
e aos indivíduos que a compõem, observará os princípios da legalidade, da moralidade,
da impessoalidade, da publicidade o seguinte:

I - os cargos e funções pública, criado por lei em número e com atribuições e


remuneração certos, são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos
legais;

II - os investidos em cargos eletivos e de funções de provimento em comissão, ao


assumi-los e deixá-los, devem declarar os bens que compõem seu patrimônio;

III - a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços


disponíveis e seus beneficiários ou destinatários;

IV - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por tempo determinado, para


atender as necessidades temporária de excepcional interesse público;

V - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras


de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras e serviços e as campanhas dos órgãos e


entidades da administração pública, ainda que não custeados diretamente por esta,
deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, nelas não podendo
constatar símbolos, expressões, nomes ou imagens que caracterizem a promoção pessoal
de autoridade ou servidores públicos.

§ 2º A ação político-administrativa do Município será acompanhada e avaliada, através


de mecanismos estáveis, por Conselhos Populares, na forma da lei.

Art. 14. A investidura em cargos ou emprego público assim como a admissão de


empregados na administração indireta dependerão de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos de
provimento em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

CAPITULO II
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. A Administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do


Município, visando a promoção do bem público e a prestação de serviços a comunidade
e aos indivíduos que a compõem, observará os princípios da legalidade, da moralidade,
da impessoalidade, da publicidade o seguinte:

I - os cargos e funções pública, criado por lei em número e com atribuições e


remuneração certos, são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos
legais;

II - os investidos em cargos eletivos e de funções de provimento em comissão, ao


assumi-los e deixá-los, devem declarar os bens que compõem seu patrimônio;

III - a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços


disponíveis e seus beneficiários ou destinatários;

IV - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por tempo determinado, para


atender as necessidades temporária de excepcional interesse público;

V - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras


de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras e serviços e as campanhas dos órgãos e


entidades da administração pública, ainda que não custeados diretamente por esta,
deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, nelas não podendo
constatar símbolos, expressões, nomes ou imagens que caracterizem a promoção pessoal
de autoridade ou servidores públicos.

§ 2º A ação político-administrativa do Município será acompanhada e avaliada, através


de mecanismos estáveis, por Conselhos Populares, na forma da lei.

Art. 14. A investidura em cargos ou emprego público assim como a admissão de


empregados na administração indireta dependerão de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos de
provimento em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 1º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos


exigidos para o exercício do cargo.

§ 2º Os pontos correspondentes aos títulos não poderão somar mais de vinte e cinco por
cento do total dos pontos do concurso.

§ 3º A não observância do disposto neste artigo acarretará a nulidade do ato e a punição


da autoridade responsável.

Art. 15. Integram a administração indireta as autarquias, empresas públicas e fundações


instituídas ou mantidas pelo Município.

§ 1º Às empresas públicas aplicam-se as normas pertinentes às sociedades de economia


mista.

§ 2º As fundações públicas ou de direito público instituídas pelo Município são


equiparadas às autarquias, regendo-se por todas as normas a estas aplicáveis.

Art. 16. Dependem de lei específica:

I - a criação, extinção, fusão, incorporação ou cisão de qualquer entidade da


administração indireta;

II - alienação do controle acionário de sociedade de economia mista.

Art. 17. Todas as pessoas tem direito, independentemente do pagamento de qualquer


natureza, à informação sobre o que consta a seu respeito, a qualquer título, nos registros
ou bancos de dados das entidades governamentais ou de caráter público.

§ 1º Os registros e bancos de dados não poderão conter informações referente a


convicção política, filosófica ou religiosa.

§ 2º Qualquer pessoa poderá exigir, por via administrativa, em processo sigiloso ou não,
a retificação ou atualização das informações a seu respeito e de seus dependentes.

Art. 18. A contabilidade do Município obedecerá, na organização do seu sistema


administrativo, informativo e nos seus procedimentos, aos princípios fundamentais da
contabilidade e as normas estabelecidas na legislação.
Art. 18. Será publicado pelo Município, em observância aos princípios estabelecidos no
art. 13, além de outros atos, o seguinte:

I - as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgãos da


administração direta e indireta;

II - mensalmente:

a) o resumo da folha de pagamento do pessoal da administração direta, indireta e a


contribuição do Município para despesas com pessoal de cada uma das entidades da
administração indireta, especificando-se as parcela correspondentes ativos, inativos e
pensionistas, e os valores retidos a título de imposto sobre a renda e proventos de
qualquer natureza e de contribuições previdenciárias;
b) o balancete econômico-financeiro, referente ao mês anterior do órgão de previdência
do município. (condicional a criação da Previdência Municipal)

III - anualmente relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo


município na área de comunicação, propaganda e publicidade.

IV - no primeiro dia útil dos meses de fevereiro e agosto, o quadro de pessoal dos
órgãos e entidades da administração relativo ao último dia do semestre civil anterior,
relacionando também o número de admitido e excluídos no mesmo período, distribuídos
por faixa de remuneração, e quadro demonstrativo dos empregados contratados, bem
como o percentual global médio de comprometimento da arrecadação, com a folha de
pagamento verificado no exercício imediatamente anterior;

V - a súmula dos contratos firmados pelo poder público municipal.

Art. 19. A publicação das leis e atos municipais far-se-á no órgão da imprensa oficial e
por fixação na sede da Prefeitura e da Câmara Municipal.

Art. 20. À administração pública é vedada a contratação de empresas que adotem


práticas discriminatórias na admissão de mão-de-obra, que não atendam às normas
relativas à saúde, a segurança do trabalho, a proteção do meio ambiente e que veiculem
propaganda discriminatória.

Art. 21. Os servidores públicos e empregados da administração direta e indireta, quando


assumirem cargo eletivo público, não poderão ser demitidos no período de registro de
sua candidatura até um ano depois do término do mandato, nem ser transferidos do local
de trabalho sem o seu consentimento.

Parágrafo Único - Se o funcionário licenciar-se para exercício do mandato, o órgão


empregador recolherá mensalmente as obrigações sociais e garantirá ao servidor ou
empregado os serviços médicos e previdenciários dos quais era beneficiário antes de se
eleger.

Art. 22. É assegurado:

I - aos sindicatos e associações dos servidores da administração:


a) participar das decisões de interesse da categoria;
b) descontar em folha de pagamento as mensalidades de seus associados e demais
parcelas, a favor da entidade, desde que aprovadas em assembléia geral;
c) eleger delegado sindical.

II - aos representantes das entidades mencionadas no inciso anterior, nos casos previstos
em lei, o desempenho, com dispensa de suas atividades funcionais, de mandato em
diretoria executiva de confederações, federação de servidores públicos, sem qualquer
prejuízo para sua situação funcional ou remuneratória, exceto promoção por
merecimento;

III - aos servidores públicos e empregados da administração indireta, estabilidade a


partir do registro da candidatura até um ano após o término do mandato sindical, salvo
demissão precedida de processo administrativo disciplinar ou judicial.

§ 1º Ao Município é vedado qualquer ato de discriminação sindical em relação a seus


servidores e empregados, bem como influência nas respectivas organizações.

§ 2º O órgão municipal encarregado da formulação da política salarial contará com a


participação paritária de representantes dos servidores públicos e empregados da
administração pública, na forma da lei.

SEÇÃO II
DOS BENS PATRIMONIAIS

Art. 23. São bens os que constituem o patrimônio municipal os bens imóveis, móveis e
semoventes, e os direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Município.

Parágrafo Único - Os bens municipais devem ser cadastrados, com identificação e


numeração respectivas, mantendo-se livro de tombo com a relação descritiva dos bens
imóveis.

Art. 24. O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante concessão,
permissão ou autorização conforme o interesse público coletivo ou social, nas seguintes
condições:

I - a concessão de direito real de uso de bens dominiais para uso especial far-se-á
mediante contrato, sob pena de nulidade do ato, e será sempre precedida de
concorrência pública;

II - a concessão de direito real de uso de bens de uso comum somente poderá ser
outorgada mediante lei e para finalidade de habitação e educação ou assistência social;

III - a permissão será feita por decreto;

IV - a autorização será feita, por decreto, pelo prazo máximo de noventa dias.
Parágrafo Único - Em qualquer hipótese o Poder Público promoverá ampla discussão
com a comunidade local.

Art. 25. O Município poderá ceder a particulares, para serviços de caráter transitório,
máquinas e operadores do Município, desde que os serviços da municipalidade não
sofram prejuízo e o interessado recolha, previamente, a remuneração arbitrada e assine
termo de responsabilidade pela conservação e devolução dos bens cedidos.

Art. 26. A concessão administrativa dos bens municipais, de uso especial e dominiais
dependerá de lei e de licitação que se fará mediante contrato e por prazo determinado
sob pena de nulidade do ato.

Art. 27. A alienação de bens municipais, subordinada à existência de interesse público


devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e obedecerá o seguinte:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e concorrência pública,


dispensada esta nos casos de permuta;

II - quando móveis, dependerá de licitação ou concorrência pública, dispensada esta nos


casos de doação e permuta, que será permitida somente quando houver interesse social.

SEÇÃO III
DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Art. 28. As obras e serviços públicos municipais serão executadas pela Prefeitura
Municipal, direta ou por administração indireta, em conformidade com a legislação
federal, estadual e municipal.

Art. 29. Nenhuma obra pública e serviços do Município, salvo os casos de extrema
urgência, devidamente justificados, poderá ter seu início realizado sem que conste:

I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e oportunidade para o interesse


público;

II - o respectivo projeto;

III - o orçamento do seu custo;

IV - a indicação dos recursos financeiros para o atendimento das respectivas despesas;

V - os prazos para seu início e conclusão, acompanhados da respectiva justificação.

Art. 30. A concessão ou a permissão de serviço público somente será efetivada com
autorização da Câmara Municipal e mediante contrato precedido de licitação.

Parágrafo Único - Os serviços concedidos ou permitidos ficarão sempre sujeitos à


regulamentação e à fiscalização municipal cabendo a aprovação da Câmara Municipal
as tarifas respectivas, bem como as suas majorações.
Art. 31. Os preços dos serviços públicos e de utilidade pública serão fixados pelo
Prefeito, nos termos da lei.

Art. 32. Os usuários estarão representados nas empresas públicas municipais prestadoras
de serviços na forma que dispuser a legislação vigente, assegurando-se sua participação
em decisões relativas:

I - a planos e programas de expansão de serviço;

II - a revisão da base de cálculo dos custos operacionais;

III - a política tarifária;

IV - a nível de atendimento da população em termos de qualidade e quantidade;

V - a mecanismos para atendimento de pedidos e reclamações dos usuários, inclusive


para apuração de danos causados a terceiros.

Art. 33. As entidades prestadoras de serviços públicos serão obrigadas, pelo menos uma
vez por ano, a dar ampla divulgação de suas atividades, informando, em especial, sobre
planos de expansão, aplicação de recursos financeiros e realização de programas de
trabalho.

Art. 34. Os serviços públicos de competência do Município, concedidos ou permitidos,


serão disciplinados e organizados mediante lei que disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o


caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de
caducidade, fiscalização, rescisão e de concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - as normas que possam comprovar a eficácia no atendimento de interesse público,


bem como permitir a fiscalização pelo Município de modo a manter o serviço contínuo,
adequado e acessível;

IV - a política tarifária;

V - a obrigação de manter o serviço adequado.

Art. 35. Nenhuma obra iniciada pelo Município que já tenha vinte e cinco por cento de
seu total em andamento, poderá ser interrompida ou abandonada, em detrimento de
outras obras.

Art. 36. O Município retomará, sem indenização, os serviços concedidos ou permitidos,


desde que executados em desconformidade com a lei, ato ou contrato, bem como
aqueles que se revelarem insuficientes para o atendimento aos usuários.
SEÇÃO IV
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS

Art. 37. São direitos dos servidores públicos do Município, além de outros previstos nas
Constituições Federal, Estadual, nesta Lei Orgânica e nas leis:

I - vencimento básico ou salário básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela
União para os trabalhadores urbanos e rurais;

II - irredutibilidade de vencimentos ou salários;

III - décimo terceiro salário ou vencimento igual à remuneração integral ou no valor dos
proventos de aposentadoria;

IV - remuneração do trabalho noturno superior ao diurno;

V - salário-família ou abono familiar para seus dependentes;

VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme estabelecido em
lei;

VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII - remuneração do serviço extraordinário, superior, no mínimo em cinqüenta por


cento à do normal;

IX - participação de representante sindical nas comissões de sindicância e inquérito que


apurem falta funcional;

X - livre acesso à associação sindical;

XI - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a
remuneração normal, e pagamento antecipado;

XII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remuneração, com a duração de


cento e vinte dias;

XIII - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XIV - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;

XV - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres e perigosas, na


forma da lei;

XVI - proibição de diferenças de remuneração, de exercício de funções e de critério de


admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XVII - auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor
em atividade para o seu local de trabalho, nos termos da legislação federal.

Parágrafo Único - O adicional de remuneração de que trata o inciso XV deverá ser


calculado exclusivamente com base nas características do trabalho e na área e grau de
exposição ao risco, na forma da lei;

Art. 38. O regime jurídico dos servidores públicos do Município será único e
estabelecido em estatuto, através de lei complementar, observados os princípios e as
normas da Constituição Federal e desta Lei Orgânica.

Art. 39. Lei Complementar estabelecerá os critérios objetivos de classificação de cargos


públicos dos Poderes, de modo a garantir a isonomia de vencimentos.

§ 1º Os planos de carreira preverão também:

I - as vantagens de caráter individual;

II - as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III - os limites máximo e mínimo de remuneração e a relação entre estes limites, sendo
aquele o valor estabelecido de acordo com o artigo 37, inciso XI, da Constituição
Federal.

§ 2º As carreiras, em qualquer dos poderes, serão organizadas de modo a favorecer o


acesso generalizado aos cargos públicos.

§ 3º As promoções de grau a grau, nos casos organizados em carreira, obedecerão os


critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, e a lei estabelecerá normas que
assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no


respectivo quadro, não comportar a organização em carreira.

§ 5º Aos cargos isolados aplicar-se-á o disposto no caput.

Art. 40. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e
com atribuições definidas de chefia, assistência ou assessoramento, são de livre
nomeação e exoneração, observados os requisitos gerais de provimento em cargos
municipais.

§ 1º Os cargos em comissão não serão organizados em carreira.

§ 2º A lei poderá estabelecer, a par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade,


habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargo em comissão.

Art. 41. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos
pagos pelo Poder Executivo.

§ 1º A revisão geral de remuneração dos servidores públicos, ativos e inativos, e dos


pensionistas far-se-á sempre na mesma data e nos mesmos índices.

§ 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao
necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3º As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os


servidores municipais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao
número e às condições de aquisição, na forma da lei.

§ 4º A lei assegurará ao servidor que, por um quinquênio completo, não houver


interrompido a prestação de serviço ao Município e revelar assiduidade, licença prêmio
de três meses, que pode ser convertida em tempo dobrado de serviço, para os efeitos
nela previsto.

§ 5º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação


de equivalência superior à remuneração fixada para os cargos ou funções de confiança
criados em lei.

§ 6º É vedada a participação dos servidores públicos no produto de arrecadação de


multas, inclusive da dívida ativa.

Art. 42. Os servidores municipais somente serão indicados para participarem em cursos
especializados ou capacitação técnica profissional no Município, Estado, no País ou no
exterior, com custos para o poder público, quando houver correlação entre o conteúdo
programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Parágrafo Único - Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de cursos


que não guarde correlação direta e imediata com as atribuições do cargo exercido.

Art. 43. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Município


será realizada até o último dia útil do mês do trabalho prestado.

Parágrafo Único - O pagamento da gratificação natalina, também denominada décimo


terceiro salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro.

Art. 44. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para
com os seus servidores nativos e inativos ou pensionistas, não cumpridas até o último
dia do mês da aquisição do direito, deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos
índices aplicados para a realização geral da remuneração os servidores públicos do
Município.

Art. 45. O tempo de serviço público federal, estadual e municipal prestado à


administração pública direta e indireta, inclusive fundações públicas, será computado
integralmente para fins de gratificações e adicionais por tempo de serviço,
aposentadoria e disponibilidade.

Parágrafo Único - O tempo em que o servidor houver exercido atividade em caráter de


cedência para órgão público ou privado será computado como de efetivo serviço
municipal.
Art. 46. O servidor público será aposentado:

I - por invalidez permanente, tendo os proventos integrais, quando decorrente de


acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável,
especificadas em lei, e proporcionais nos demais casos;

II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao


tempo de serviço;

III - voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos
integrais;
b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e
cinco, se professora, com proventos integrais;
c) os trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos
proporcionais a esse tempo;
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de serviço;

§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, alíneas a e


c, no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insalubres e perigosas.

§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria, em cargos ou empregos temporários.

§ 3º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma


data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo
também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação
ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 4º Na contagem do tempo para a aposentadoria do servidor, aos trinta e cinco anos de


serviço, e da servidora aos trinta, o período de exercício de atividades que assegurem
direito a aposentadoria especial será acrescido de um sexto e de um quinto,
respectivamente.

Art. 47. O professor ou professora que trabalhem no atendimento de excepcionais


poderá, a pedido, após vinte e cinco anos ou vinte anos, respectivamente, de efetivo
exercício de regência de classe, completar seu tempo de serviço em outras atividades
pedagógicas no ensino público municipal, as quais serão consideradas como efetiva
regência.

Parágrafo Único - A gratificação concedida ao servidor público municipal designado


exclusivamente para exercer atividades no atendimento aos deficientes, superdotados ou
talentosos, será incorporada aos vencimentos após percebida por cinco anos
consecutivos ou dez intercalados.

Art. 48. Os professores que atuarem nas classes da unidocência, à partir da pré-escola,
terão uma gratificação equivalente a cinqüenta por cento a mais do seu salário básico.
Art. 49. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o recebimento da
aposentadoria, o servidor público será considerado em licença especial, podendo
afastar-se do serviço, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

Parágrafo Único - No período da licença de que trata este artigo, o servidor terá direito à
totalidade da remuneração, computando-se o tempo como de efetivo exercício para
todos os efeitos legais.

Art. 50. O Município conveniará com órgão ou entidade estadual de previdência e


assistência médica, odontológica e hospitalar para seus servidores e dependentes,
mediante contribuição, nos termos da lei.

Art. 51. Ao servidor público quando adotante ficam estendidos os direitos que assistem
ao pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 52. É assegurado aos servidores da administração municipal o atendimento gratuito


de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escola, na forma da
lei.

Art. 53. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas
fornecedoras ou prestadoras de serviço ou que realizem qualquer modalidade de
contrato com o Município, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 54. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato


praticado no exercício regular de suas funções terá a assistência jurídica pelo Município.

Art. 55. É assegurada para a aposentadoria a contagem recíproca do tempo de


contribuição previdenciária na atividade privada, mediante certidão expedida pela
Previdência Social Nacional.

Art. 56. São estáveis, após dois anos de exercício, os servidores nomeados por concurso.

TITULO III
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 57. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal, composta de vinte e um
vereadores, eleitos na forma da constitucional, para cada legislatura, entre os cidadãos
no exercício dos direitos políticos, pelo voto direto e secreto.

Art. 58. A Câmara Municipal, anualmente e independente de convocação, reunir-se-á


em sua sede, anualmente, de 1º de março a 10 de julho e de 1º de agosto a 15 de
dezembro, salvo prorrogação, ou convocação extraordinária.
§ 1º A convocação extraordinária da Câmara Municipal caberá:

I - ao Prefeito Municipal;

II - ao Presidente da Câmara Municipal;

III - à maioria de seus membros.

§ 2º Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal deliberará,


exclusivamente, sobre a matéria da convocação.

§ 3º Nas situações previstas no § 1º deste artigo a sessão legislativa extraordinária


ocorrerá sem ônus adicional para o Município.

Art. 59. No primeiro ano de cada legislatura, cuja duração coincide com a do mandato
do Vereador, a Câmara Municipal reunir-se-á, no dia estabelecido em lei, para dar posse
aos Vereadores, ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, eleger sua Mesa, a Comissão
Representativa e as Comissões Permanentes, e para indicarem as Lideranças de
Bancada, entrando, após, em recesso.

Art. 60. A Câmara Municipal, sempre que o Prefeito manifestar propósito de expor
pessoalmente assuntos de interesse público, recebê-lo-á em sessão previamente
marcada.

Art. 61. A Câmara ou suas Comissões, a requerimento da maioria de seus membros


poderá convocar secretários municipais, titulares de autarquia ou das instituições
autônomas de que o Município participa, para comparecerem perante ela a fim de
prestar informações sobre o assunto previamente designado e constante da convocação.

§ 1º Formalizada a convocação, o Secretário e os titulares dos cargos citados terão o


prazo máximo de quinze dias para o seu comparecimento.

§ 2º Por deliberação do Plenário, quando se tratar de assunto de caráter urgente, o prazo


aludido no parágrafo anterior será de oito dias.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL

Art. 62. Compete à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas as
matérias de competência do Município, especialmente sobre:

I - sistema tributário: arrecadação e distribuição de rendas, instituição de tributos e


fixação de alíquotas, isenções e anistias fiscais e de débitos;

II - matéria orçamentária, plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,


operações de crédito e dívida pública;
III - planejamento urbano: planos diretores, em especial planejamento e controle do
parcelamento, uso e ocupação do solo;

IV - organização do território municipal: criação, organização e supressão de distritos e


delimitação do perímetro urbano;

V - bens imóveis municipais: concessão de uso, retomada de bens cedidos às


instituições filantrópicas e de utilidade pública, com a finalidade da prática de
programas de relevante interesse social, alienação e aquisição, salvo quando se tratar de
doação, sem encargo, ao Município.

VI - auxílios e subvenções a terceiros;

VII - convênios, contratos e atos assemelhados com entidades públicas ou particulares;

VIII - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas e


fixação da respectiva remuneração de servidores do Município, observados os
parâmetros da lei de diretrizes orçamentárias;

IX - denominação de próprios municipais, vias e logradouros públicos;

X - legislar sobre serviços de água e esgoto;

XI - concessão e permissão de serviços públicos;

XII - criação, estruturação e atribuição das secretarias e órgãos da Administração


Municipal;

XIII - planos e programas municipais de desenvolvimento.

Art. 63. Compete exclusivamente à Câmara Municipal, além de outras atribuições


previstas nesta Lei Orgânica:

I - receber o compromisso do Prefeito e ao Vice-Prefeito do Município, dar-lhes posse,


conceder-lhes licença e receber sua renúncia;

II - autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a afastar-se do Município por mais dez dias;

III - julgar, anualmente, as contas prestadas por sua Mesa e pelo Prefeito;

XXIII - mudar temporariamente sua sede, bem como o local de reunião de comissões;

XXIV - receber renúncia de Vereador;

XXV - apreciar vetos;

XXVI - administrar os bens móveis e imóveis utilizados em seus serviços.

Art. 64. A Câmara Municipal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar


Secretários Municipais ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados ao
Prefeito Municipal para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
previamente determinado, importando em crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada.

§ 1º Os Secretários Municipais poderão comparecer à Câmara Municipal, ou a qualquer


de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa, para expor
assunto de relevância de sua Secretaria.

§ 2º A Mesa poderá encaminhar pedidos escritos de informação a Secretários


Municipais ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em
crime de responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de quinze dias, bem
como a prestação de informações falsas.

SEÇÃO III
DA MESA

Art. 65. Compete a Mesa representar a Câmara Municipal, ativa e passivamente, judicial
e extrajudicialmente, além de outras atribuições do Regimento Interno.

SEÇÃO IV
DOS VEREADORES

Art. 66. Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício
do mandato e na circunscrição do Município.

Parágrafo Único - Os vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que
lhes confiaram ou deles receberem informações.

Art. 67. O vereador não pode:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público,
salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar e exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os que sejam
demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior.

II - desde a posse:

a) ser proprietário, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente


de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas
no inciso I, a;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, a;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 68. Importa em perda do mandato:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões da
Casa, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado nos delitos que
impeçam o acesso à função pública;

VII - que fixar residência fora do Município.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI a perda do mandato será decidia pela Câmara
Municipal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de
partido político representado na Casa, assegurada ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III, IV,V e VII, a perda será declarada pela Mesa,
de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membro, ou de partido político
representado na Casa, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do


mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais
de que tratam os §§ 2º e 3º.

Art. 69. Não perderá o mandato o Vereador:

I - investido no cargo de Secretário Municipal, Procurador Geral do Município, bem


como em cargos equivalentes em âmbito estadual ou federal;

II - licenciado pela Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte
dias por sessão legislativa;

III - a Vereadora gestante licenciada pela Câmara, pelo prazo de cento e vinte dias, sem
prejuízo de remuneração.

Parágrafo Único - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em


funções previstas neste artigo ou de licença superior a quinze dias.

Art. 70. Os Vereadores têm livre acesso aos órgãos da administração direta e indireta do
Município, mesmo sem prévio aviso, sendo-lhes devidas todas as informações
necessárias.

Art. 71. O vereador que, sem justo motivo e não estando no gozo de licença, deixar de
comparecer às sessões da Câmara Municipal terá descontado 1/8 avos de seu subsídio
por sessão.

SEÇÃO V
DAS COMISSÕES

Art. 72. A Câmara Municipal terá Comissões Permanentes e Especiais, constituídas na


forma e com as atribuições definidas nesta Lei Orgânica, no Regimento Interno ou no
ato de que resultar sua criação.

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento


Interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro da Câmara Municipal ou a
percepção de vantagens indevidas.

§ 2º As comissões, em razão da matéria de sua competência, cabem, entre outras


definidas no Regimento, as seguintes atribuições:

I - realizar audiências públicas, com entidades da sociedade civil;

II - convocar secretários municipais e dirigentes de órgãos da administração ou qualquer


servidor público para prestar informações sobre assuntos de sua atividade ou
atribuições;

III - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra


atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

V - apreciar programas de obras, planos municipais, distrital e setorial de


desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;

VI - emitir parecer sobre matéria de competência.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação


próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno, serão
criadas mediante requerimento de um terço dos Vereadores, para apuração de fato
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade cível ou criminal dos
infratores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão Representativa da Câmara Municipal,


eleita na última Sessão Ordinária do período Legislativo, com atribuições definidas no
Regimento Interno, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade
da representação partidos ou blocos parlamentares.
§ 5º O Poder Legislativo poderá credenciar entidade civis, representativa de
seguimentos sociais, legalmente constituídas, para participar em atividades das
comissões permanentes, com direito a voz.

SEÇÃO VI
DO PROCESSO LEGISLATIVO

SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 73. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emenda à Lei Orgânica;

II - Leis Complementares;

III - emendas à Constituição Estadual;

IV - Leis Ordinárias;

V - Decretos Legislativos;

VI - Resoluções.

SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À LEI ORGÂNICA

Art. 74. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos Vereadores;

II - do Prefeito Municipal;

III - de iniciativa popular.

§ 1º A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de intervenção estadual ou


federal no Município, estado de defesa ou estado de sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada


quando obtiver, em ambos, o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.

§ 3º A emenda a Lei Orgânica será promulgada pela Mesa da Câmara Municipal, com
respectivo número de ordem.

§ 4º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não


poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

SUBSEÇÃO III
DAS EMENDAS À CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

Art. 75. A iniciativa das emendas à Constituição Estadual cabe a qualquer membro da
Câmara Municipal e aos cidadãos, nos casos e na forma previstos na nesta Lei Orgânica.

Parágrafo Único - As emendas à Constituição Estadual serão aprovas por maioria


simples dos Vereadores.

SUBSEÇÃO IV
DAS LEIS

Art. 75. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
comissão da Câmara Municipal, à Mesa, ao Prefeito Municipal e aos cidadãos, na forma
e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.

Art. 76. Compete, privativamente, ao Prefeito Municipal a iniciativa das leis que versem
sobre:

I - criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos da


administração;

II - organização administrativa, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e


pessoal da administração Municipal;

III - servidores do Município, seu regime jurídico, planos de carreira, provimento de


cargos, estabilidade e aposentadoria;

IV - criação, estruturação e atribuições das Secretarias e órgãos da administração


pública.

Art. 77. O Projeto de Lei que implique em despesa deverá constar a indicação das fontes
de recursos:

Parágrafo Único - Não será admitido aumento de despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa privada do Prefeito, ressalvadas o disposto no art. 122, § 3º.

II - nos projetos de organização da Câmara Municipal.

Art. 78. Nos projetos de sua iniciativa o Prefeito poderá solicitar à Câmara Municipal
que os aprecie em regime de urgência.

§ 1º Recebida, em qualquer fase, a solicitação do Prefeito, a Câmara Municipal terá


trinta dias para apreciação do projeto de que trata o pedido.

§ 2º Não havendo deliberação sobre a proposição, será esta incluída na ordem do dia,
sobrestando-se a deliberação de quanto aos demais assuntos, para que ultime a votação.

§ 3º Os prazos do § 1º não correm nos períodos de recesso da Câmara Municipal, nem


se aplicam aos projetos de código.

Art. 79. Serão objeto de lei complementar os códigos, o estatuto dos funcionários
públicos, as leis dos planos diretores, bem como outras matérias previstas nesta Lei.

Parágrafo Único - Dos Projetos de códigos e respectivas exposições de motivos, antes


de submetidos à discussão da Câmara Municipal, será dada divulgação mais ampla
possível.

Art. 80. O Projeto de Lei, se aprovado, será enviado ao Prefeito, que, aquiescendo, o
sancionará.

§ 1º Se o Prefeito considerar o Projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, ou


contrário ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas,
ao Presidente da Câmara Municipal os motivo do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso


ou de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito Municipal implicará em


sanção.

§ 4º O veto será apreciado no prazo de trinta dias, a contar de seu recebimento, só


podendo ser rejeitado pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.

§ 5º Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado, para promulgação, ao Prefeito


Municipal.

§ 6º Esgotado, sem deliberação o prazo previsto no § 4º, o veto será colocado na ordem
do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito
Municipal, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente da Câmara a promulgará, e, se este não
o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente, obrigatoriamente fazê-lo.

§ 8º A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou modificada pela Câmara.

Art. 81. A matéria constante de projeto de Lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria dos
membros da Câmara Municipal ou mediante a subscrição de cinco por cento do
eleitorado do Município, bairro ou comunidade rural, conforme o interesse e
abrangência da proposta.
Art. 82. A elaboração das resoluções e decretos legislativos obedecerá ao disposto no
Regimento Interno da Câmara Municipal.

Art. 83. As leis vigorarão a partir do décimo dia da sua publicação oficial, salvo se, para
tanto, estabelecerem outro prazo.

SEÇÃO VII
DO PLENÁRIO E DAS DELIBERAÇÕES

Art. 84. Todos os atos da Mesa, da Presidência e das comissões estão sujeitos à decisão
do Plenário, desde que haja recurso a este.

Art. 85. Transcorridos trinta dias do recebimento de qualquer proposições em


tramitação na Câmara Municipal, seu Presidente, a requerimento de qualquer Vereador,
mandará incluí-las na ordem do dia, para ser discutida e votada, independentemente de
parecer.

Parágrafo Único - A proposição somente será retirada da ordem do dia se o autor


desistir do requerimento.

Art. 86. As deliberações da Casa e de suas Comissões, salvo disposição em contrário


nesta Lei Orgânica, serão tomadas por maioria de votos, individuais e intransferíveis,
público, presente a maioria de seus membros.

§ 1º Dependerá de voto favorável da maioria absoluta dos membros da Câmara


Municipal a aprovação das seguintes matérias:

I - lei complementares;

II - seu Regimento;

III - criação de cargos, funções ou empregos públicos, aumento de remuneração,


vantagens, estabilidade e aposentadoria dos servidores;

IV - alteração da denominação de próprios, vias e logradouros públicos;

V - obtenção de empréstimo de particular;

VI - concessão de serviços públicos;

VII - concessão de direito real de uso;

VIII - alienação de bens imóveis;

IX - aquisição de bens imóveis por doação com encargo.

§ 2º Dependerá de voto favorável de dois terços dos membros da Câmara Municipal a


aprovação das seguintes matérias:
I - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas;

II - cassação do mandato do Prefeito ou do Vice-Prefeito e destituição de componentes


da Mesa;

III - alteração dos limites do Município;

VI - concessão de títulos de cidadão honorário do Município.

§ 3º Serão obrigatoriamente público, nos seguintes casos:

I - eleição da mesa;

II - deliberação sobre as contas do Prefeito e da Mesa;

III - julgamento do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores.

§ 4º O voto será secreto nas deliberações sobre o veto.

Art. 87. O Presidente da Câmara Municipal, ou seu substituto, só terá voto na eleição da
Mesa ou em matérias que exigirem, para sua aprovação:

a) maioria absoluta;
b) dois terços dos membros da Câmara Municipal;
c) o voto de desempate.

Art. 88. Nos cento e oitenta dias que antecedem o término do mandato do Prefeito, é
vedada a apreciação de projeto de lei que importe:

I - alienação gratuita de bens municipais;

II - aumento salarial acima dos índices inflacionários;

III - renúncia de arrecadação.

SEÇÃO VIII
DA INICIATIVA POPULAR

Art. 89. A iniciativa popular no processo legislativo será exercida pela apresentação de:

I - de projeto de lei;

II - proposta de emenda à Lei Orgânica;

III - emenda a projeto de lei orçamentária, de lei de diretrizes orçamentárias e de lei de


plano plurianual, conforme disciplinado no art. 122, § 6º.
§ 1º A iniciativa popular, nos casos dos incisos I, II e III será tomada por, no mínimo,
cinco por cento do eleitorado que tenha votado nas últimas eleições gerais do
Município.

§ 2º Quando se tratar de interesse específico no âmbito de Bairro ou distrito, a iniciativa


popular poderá ser tomada por cinco por cento dos eleitores inscritos ali domiciliados.

§ 3º A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se, para o seu recebimento pela
Câmara, a identificação dos assinantes, mediante indicação do número do respectivo
título eleitoral, bem como a certidão expedida pelo órgão eleitoral competente, contendo
a informação do número total de eleitores do Município.

§ 4º Recebido o requerimento, a Câmara Municipal verificará o cumprimento dos


requisitos previstos no § 1º, dando-lhe tramitação idêntica à dos demais projetos.

§ 5º Os projetos de iniciativa popular, quando rejeitados pela Câmara Municipal, serão


submetidos a referendo popular se, no prazo de cento e vinte dias, dez por cento do
eleitorado que tenha votado nas últimas eleições gerais do Município o requerer.

§ 6º Os resultados das consultas referendarias serão promulgados pelo Presidente da


Câmara Municipal.

Art. 90. A Câmara Municipal poderá promover consultas referendarias e plebiscitarias


sobre atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo e sobre matéria legislativa
sancionada ou vetada.

Parágrafo Único - As condutas referendarias e plebiscitarias serão formuladas em


termos de aprovação ou rejeição dos atos, autorizações ou concessões do Poder
Executivo, bem como do teor da matéria legislativa.

SEÇÃO IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 91. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do


Município e dos órgãos da administração e de quaisquer entidades constituídas ou
mantidas pelo Município, quanto à legalidade, legitimidade, moralidade, publicidade,
eficiência, eficácia, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas,
será exercida pela Câmara de Vereadores, mediante controle externo, pelo sistema de
controle interno de cada um dos poderes, observando a legislação federal e estadual,
bem como pelos conselhos populares.

Parágrafo Único - Prestará contas qualquer pessoa física, jurídica ou entidade que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos pelos
quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
pecuniária.

Art. 92. O controle externo, a cargo da Câmara Municipal, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas do Estado, ao qual não será negada qualquer informação a
pretexto de sigilo.

§ 1º A Mesa ou as Comissões da Câmara Municipal poderão requisitar, em caráter


reservado, informações sobre inspeções realizadas pelo Tribunal de Contas, ainda que
as conclusões não tenham sido julgadas ou aprovadas.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na


forma da lei denunciar irregularidades ou ilegalidades de que tenha conhecimento,
vedado o anonimato.

Art. 93. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada, sistema de


controle interno, com as atribuições estabelecidas no art. 74 Constituição Federal,
adaptadas ao Município.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

SEÇÃO I
DO PREFEITO E DO VICE- PREFEITO

Art. 94. O poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelo Vice-Prefeito, pelos
Secretários do Município e os demais responsáveis pelos órgãos da administração.

Art. 95. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1º de janeiro subsequente à


eleição, em sessão solene da Câmara Municipal, ocasião em que prestarão o seguinte
compromisso: "Prometo manter, defender e cumprir a Constituição Federal, a Estadual e
a Lei Orgânica Municipal, observar as leis e promover o bem comum do povo
Alegretense".

§ 1º Se, decorridos dez dias da data da fixada para a posse o Prefeito e Vice-Prefeito,
salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago
pela Câmara Municipal.

Art. 96. O Vice-Prefeito exercerá as funções de Prefeito nos casos de impedimento


deste, bem como as funções que lhe forem conferidas em lei ou delegadas pelo titular, e
suceder-lhe-á em caso de vaga.

§ 1º Em caso de impedimento simultâneo do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou de vacância


de ambos os cargos, serão sucessivamente chamados a exercer o cargo de Prefeito o
Presidente e o 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal.

§ 2º Em caso de vacância de ambos os cargos, far-se-á nova eleição noventa dias depois
de aberta a segunda vaga, e os eleitos completarão os períodos de seus antecessores,
salvo se a segunda vaga ocorrer a menos de um ano do término do quadriênio, caso em
que se continuará observando o disposto no parágrafo anterior.

Art. 97. O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão, sem licença da Câmara Municipal,
ausentar-se do município por mais de quinze dias, nem do Estado, por mais de oito dias,
sob pena de perda do cargo.

Art. 98. O Prefeito e o Vice-Prefeito poderão licenciar-se:

I - quando em serviço ou em missão de representação do Município;

II - quando impossibilitado do exercício do cargo por motivo de doença devidamente


comprovada, ou em licença gestante, ou em licença paternidade;

III - para tratar de assunto de interesse particular, sem remuneração, por período de até
sessenta dias por ano.

§ 1º No caso do inciso I o pedido de licença, amplamente fundamentado, indicará,


especialmente, os motivos da viagem o roteiro e a previsão dos gastos.

§ 2º O Prefeito licenciado nos casos dos incisos I e II receberá a remuneração integral.

Art. 99. Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, I, IV, e V da Constituição Federal.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Art. 100. Compete ao Prefeito, privativamente:

I - nomear e exonerar os secretários municipais;

II - exercer, com o auxilio dos Secretários Municipais, a direção superior da


administração municipal;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e


regulamentos para sua fiel execução;

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI - dispor sobre a estrutura, a organização e o funcionamento da administração


municipal;

VII - prover e extinguir os cargos do Poder, na forma da lei;

VIII - expor, em mensagem que remeterá à Câmara Municipal por ocasião da abertura
da sessão anual, a situação do Município e os planos do Governo;

IX - prestar, por escrito, dentro de quinze dias, prorrogáveis, justificadamente, por mais
sete dias, as informações solicitadas pela Câmara Municipal, comissões municipais ou
entidades representativas do Município referentes aos negócios e serviços a cargo do
Poder Executivo;

X - apresentar anualmente relatório sobre o estado das obras e serviços à Câmara


Municipal;

XI - enviar à Câmara Municipal os projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes


orçamentárias e dos orçamentos anuais, previstos nesta Lei Orgânica;

XII - prestar à Câmara Municipal, até 15 de abril de cada ano, as contas referentes ao
exercício anterior e remete-las ao Tribunal de Contas do Estado;

XIII - decretar desapropriação por utilidade ou necessidade pública, ou o interesse


social;

XIV - representar o Município;

XV - contrair empréstimos e realizar operações de crédito, mediante prévia autorização


da Câmara Municipal;

XVI - administrar os bens e as rendas municipais, e promover o lançamento, a


fiscalização e a arrecadação dos tributos;

XVII - propor o arrendamento, o aforamento ou a alienação próprios municipais


mediante prévia autorização da Câmara Municipal;

XVIII - conferir condecorações honoríficas;

XIX - propor convênios, ajustes e contratos de interesse do Município;

XX - propor a divisão administrativa do Município, de acordo com a lei;

XXI - decretar estado de emergência ou de calamidade pública;

XXII - propor ação direta de inconstitucionalidade;

XXIII - indicar entidades civis sem fins lucrativos para tarefas de fiscalização, a serem
exercidas em conjunto com órgãos públicos municipais, os quais não se eximem de suas
atribuições de fiscalização;

XXIV - manifestar-se, dentro de quinze dias, prorrogáveis, justificadamente, por mais


sete dias, quanto a viabilidade de atendimento de proposição solicitada pela Câmara
Municipal através de pedido de Indicação;

XXV - colocar à disposição da Câmara Municipal, dentro de quinze dias de sua


requisição, as quantias que devem ser despendidas de uma só vez, e até o dia trinta de
cada mês a parcela correspondente ao duodécimo de sua dotação orçamentária.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO

Art. 101. São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito Municipal que atentem
contra a Lei Orgânica, as Constituições Federal e Estadual e, especialmente, contra:

I - a existência do Município;

II - o livre exercício da Câmara Municipal;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a probidade na administração;

V - a lei orçamentária;

VI - o cumprimento das leis e decisões judiciais.

Art. 102. Admitida a acusação contra o Prefeito Municipal, pelo voto de dois terços dos
Vereadores, será ele submetido a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado,
nas infrações penais comuns, ou perante a Câmara Municipal, nos crimes de
responsabilidade.

§ 1º O Prefeito ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Tribunal


de Justiça do Estado;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela Câmara


Municipal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Prefeito, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º O Prefeito Municipal, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado


por atos estranhos ao exercício de suas funções.

SEÇÃO IV
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS

Art. 103. Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte
e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo Único - Compete ao Secretário Municipal, além de outras atribuições


estabelecidas nesta Lei Orgânica e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração municipal na área de sua competência;
II - referendar os atos e decretos assinados pelo Prefeito Municipal relativos aos
assuntos da respectiva Secretaria;

III - expedir instruções para a execução de lei, decretos e regulamentos;

IV - apresentar ao Prefeito Municipal relatório anual de sua gestão na Secretaria;

V - praticar atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Prefeito Municipal;

VI - comparecer à Câmara Municipal nos casos previstos nesta Lei Orgânica, a fim de
prestar informações ou esclarecimentos a respeito de assuntos compreendidos na área da
respectiva Secretaria, sob pena de responsabilidade.

Art. 104. No impedimento do Secretário Municipal, suas atribuições serão


desempenhadas por servidor da Pasta, designado pelo Prefeito, ocorrendo o mesmo na
vacância do cargo, até a nomeação do novo titular.

Art. 105. Os Secretários Municipais não poderão:

I - desde a nomeação:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público ou, mesmo de
direito privado, integrante da administração indireta ou concessionário ou
permissionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;
b) aceitar ou exercer qualquer cargo, função ou emprego, remunerado ou não, nas
entidades constantes na alínea a.

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente


de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) aceitar ou exercer qualquer cargo, função ou emprego, remunerado ou não, em
qualquer empresa comercial ou industrial, ou em corporação ou fundação que goze de
favor do Poder Público;
c) exercer qualquer outro cargo público ou desempenhar mandato público eletivo.

§ 1º O disposto no inciso I, alínea b, não abrange a posse em cargo público conseqüente


de aprovação em concurso público.

§ 2º Desde a posse, os Secretários Municipais detentores de mandato eletivo afastar-se-


ão de seu exercício, podendo os Vereadores optar por sua remuneração.

Art. 106. Os Secretários Municipais incorrerão em crimes de responsabilidade nas


hipóteses referidas no art.87.

Art. 107. A lei disporá sobre a criação, a estruturação e atribuições das Secretarias.
SEÇÃO V
DOS SUB-PREFEITOS

Art. 108. Os subprefeitos serão os responsáveis pela administração dos distritos de sua
competência, atuando como representantes do Prefeito nessas localidades, de acordo
com as diretrizes programáticas do governo municipal.

SEÇÃO VI
DOS CONSELHOS MUNICIPAIS

Art. 109. Os conselhos municipais são órgãos de participação direta da comunidade na


administração pública, tendo por finalidade propor, fiscalizar e deliberar matérias
referentes a cada setor da administração, nos termos da lei complementar.

Parágrafo Único - Os Conselhos Municipais são compostos por número ímpar de


membros, observada a representatividade das entidades comunitárias de moradores,
entidades de classe e da administração municipal.

SEÇÃO VII
DOS CONSELHOS POPULARES

Art. 110. O Poder Público reconhecerá a existência de conselhos populares regionais,


autônomos, não subordinados à administração municipal.

Parágrafo Único - Os conselhos populares são instâncias regionais a partir de discussão


e elaboração de políticas municipais, formados a partir de entidades representativas de
todos os segmentos sociais da região.

TÍTULO IV
DAS FINANÇAS, DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 111. O sistema tributário do Município é regido pelo disposto nas Constituições
Federal e Estadual, nesta Lei Orgânica e em leis complementares e ordinárias.

Parágrafo Único - O sistema tributário a que se refere o caput, compreende os seguintes


tributos;
I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou


potencial de serviços públicos específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou
postos à sua disposição;

III - contribuição de melhorias, decorrentes de obras públicas.

SEÇÃO II
DOS IMPOSTOS

Art. 112. Compete ao Município instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana, progressivamente, nos termos da lei


complementar;

II - transmissão intervivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar.

Parágrafo Único - Pertencem ainda ao Município a participação no produto da


arrecadação dos tributos federais e estaduais previstos na Constituição Federal e outros
recursos adicionais que lhe sejam conferidos.

Art. 113. A pessoa física ou jurídica com infração não regularizada a qualquer
dispositivo legal do Município não poderá receber benefício ou incentivo fiscal.

Parágrafo Único - Não se aplica o disposto no "caput" deste artigo nos casos de
benefício fiscal concedido a pessoas físicas, para o Imposto Sobre a Propriedade Predial
e Territorial Urbana, em que renda, provento ou pensão sejam requisitos.

Art. 114. São inaplicáveis quaisquer disposição legais excludentes ou limitativas do


direito de fiscalizar pessoas ou entidades vinculadas, direta ou indiretamente, ao fato
gerador dos tributos municipais.

Parágrafo Único - O Município poderá firmar convênios com a União e o Estado,


ficando incumbindo de prestar informações e coligir dados, em especial os relacionados
com o trânsito de mercadorias ou produtos, com vista a resguardar o efetivo ingresso de
tributos nos quais tenham participação.

Art. 115. A lei estabelecerá as alíquotas relativas aos impostos e aos valores das taxas e
contribuições de melhoria, estabelecendo os critérios de sua cobrança.

SEÇÃO III
DAS LIMITAÇÃO DO PODER DE TRIBUTAR

Art. 116. Sempre que houver discrepância, em percentual a ser fixado em lei
complementar, entre períodos consecutivos de medição dos serviços cobertos por taxas
ou tarifas, cabe ao Município o ônus de comprovar que o serviço foi efetivamente
prestado ou colocado à disposição do usuário, inclusive quanto à correção das medidas.

Art. 117. A concessão de isenção, anistia, remissão ou qualquer outro benefício ou


incentivos fiscais, bem como de dilatação de prazos de pagamento de tributo e isenção
de tarifas só será feita mediante autorização legislativa.

§ 1º O Poder Legislativo, deve avaliar a cada legislatura os efeitos de disposição legal


que conceda anistia, remissão, isenção ou qualquer outro tipo de benefício ou incentivo
que envolva matéria tributária.

§ 2º Os direitos deferidos neste artigo terão por princípio a transferência da concessão,


devendo a Câmara Municipal publicar periodicamente a relação de beneficiários de
incentivos, respectivos montantes, a justificação do ato concessivo e o prazo do
benefício.

§ 3º Os benefícios a que se refere este artigo, excluídas as imunidades, serão concedidos


por prazo determinado.

§ 4º Ficam estendidas, às entidades de cultura, recreativas, de lazer e esportivas, sem


fins lucrativos, as imunidades consagradas no art. 150, VI,C, da Constituição Federal.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 118. Lei Complementar disporá sobre as finanças públicas municipais, observados
os princípios estabelecidos nas Constituições Federal e Estadual e em leis
complementares federal e estadual.

Art. 119. As rendas e disponibilidades de caixa da administração direta e indireta do


Município serão depositados em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei.

Art. 120. Será assegurado ao Município, sempre que ocorrer suprimento de recursos a
terceiros por forma de convênios, o controle de sua aplicação nas finalidades a que se
destinam.

SEÇÃO II
DOS ORÇAMENTOS
Art. 121. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o Plano Plurianual;

II - as Diretrizes Orçamentárias;

III - os Orçamentos Anuais.

§ 1º Fica garantida a participação da comunidade, à partir das regiões do Município, nas


etapas de elaboração, definição e acompanhamento da execução do plano plurianual,
diretrizes orçamentárias e do orçamento anual.

§ 2º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, dos programas da
administração pública municipal direta e indireta para as despesas de capital e outras
delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 3º O plano plurianual será elaborado em consonância com o plano global de


desenvolvimento econômico e social do Município, podendo ser revisado quando
necessário.

§ 4º A Lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre
as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação financeira
oficial de fomento.

§ 5º Os planos e programas municipais, regionais e setoriais previstos nesta Lei


Orgânica serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pela
Câmara Municipal.

§ 6º A Lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento geral da administração direta compreendendo as receitas e despesas dos


Poderes do Município, seus órgãos e fundos;

II - os orçamentos das autarquias municipais;

III - os orçamentos das fundações municipais.

§ 7º O orçamento geral da administração direta será acompanhado:

I - do demonstrativo do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções,


anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária, tarifária e
creditícia;

II - do demonstrativo de todas as despesas realizadas mensalmente no primeiro semestre


do exercício da elaboração da proposta orçamentária.
§ 8º As leis orçamentárias incluirão obrigatoriamente na previsão da receita e de sua
aplicação todos os recursos de transferências, inclusive os oriundos de convênios com
outras esferas de governo e os destinados a fundos especiais.

§ 9º As despesas com publicidade de quaisquer órgãos da administração direta e indireta


deverão ser objeto de dotação orçamentária específica, com denominação publicidade,
de cada órgão, fundo, empresa ou subdivisão administrativa dos Poderes, a qual não
pode ser complementada ou suplementada senão através de lei específica.

§ 10 Os orçamentos anuais e a lei de diretrizes orçamentárias, compatibilizados com o


plano plurianual, deverão ser regionalizados e terão, entre suas finalidades, a de reduzir
desigualdades sociais e regionais.

§ 11 A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à


fixação da despesa, excluindo-se da proibição:

I - a autorização para a abertura de créditos suplementes;

II - a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos


termos da lei;

III - a forma de aplicação do superávit ou o modo de cobrir o déficit.

§ 12 Cabe a lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a


organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias da lei orçamentária
anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e


indireta, bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

Art. 122. O Poder Executivo publicará, até o trigésimo dia após o encerramento de cada
mês, relatório resumido da execução orçamentária, bem como apresentará ao Poder
Legislativo, trimestralmente, o comportamento das finanças públicas e da evolução da
dívida pública, devendo constar do demonstrativo correspondente aos trimestres civis
do ano:

I - as receitas, despesas e a evolução da dívida pública da administração municipal


constante do seu orçamento, em seus valores mensais;

II - os valores realizados desde o início do exercício até o último mês do trimestre


objeto de análise financeira;

III - a comparação mensal entre os valores do inciso anterior com os correspondentes


previstos no orçamento já atualizado por suas alterações;

IV - as previsões atualizadas dos seus valores até o final do exercício financeiro.


Parágrafo Único - O governo municipal e as instituições integrantes da administração
municipal encaminharão a Câmara Municipal, bimestralmente, demonstrativo do
trabalho de seu fluxo de caixa.

Art. 123. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias, os orçamentos anuais e aos


créditos adicionais, constarão de projeto de lei encaminhados ao Poder Legislativo.

§ 1º Caberá à Comissão de Finanças e Orçamento, dentre outras atribuições previstas no


Regimento:

I - examinar projetos referidos neste artigo e as contas apresentadas anualmente pelo


Prefeito Municipal, emitindo parecer;

II - examinar os planos e programas municipais, regionais e setoriais previstos nesta Lei


Orgânica, emitindo parecer, e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,
sem prejuízo da atuação das demais comissões da Câmara Municipal, criadas de acordo
com esta Lei Orgânica;

III - Emitir parecer sobre projetos de lei ordinária ou complementar, inclusive suas
emendas, que tratem de matéria financeira.

§ 2º As emendas serão apresentadas na comissão, que sobre elas emitirá parecer, e


apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem


somente podem ser aprovadas quando:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de


despesas, excluídos os que indicam sobre:

a) dotação para pessoal e seus encargos;


b) serviço de dívida.

III - sejam relacionadas com:

a) a correção de erros ou omissões;


b) os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não serão aprovadas


quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º O Executivo Municipal poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor


modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação,
na Comissão de Finanças e Orçamento, da parte cuja alteração se propõe.

§ 6º Durante o período de pauta regimental, poderão ser apresentadas emendas


populares aos projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual, desde que firmadas por, no mínimo, cem eleitores ou encaminhadas
ou encaminhadas por duas entidades representativas da sociedade.

§ 7º O Poder Legislativo dará conhecimento, a toda instituição e pessoa interessada, dos


projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual,
franqueando-os ao público, no mínimo quinze dias antes de submetê-los à apreciação do
Plenário.

§ 8º Os Projetos de lei sobre o plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos


anuais serão enviados pelo Prefeito Municipal ao Poder Legislativo nos seguintes
prazos:

I - o projeto de lei do plano plurianual até 30 de março do primeiro ano do mandato do


Prefeito;

II - o projeto das diretrizes orçamentárias anualmente, até 15 de maio;

III - o projeto de lei do orçamento anual até 15 de outubro de cada ano.

§ 9º Os projetos de lei de que trata o parágrafo anterior deverão ser encaminhados, para
sanção, nos seguintes prazos:

I - O projeto de lei do plano plurianual até 15 de julho do primeiro ano do mandato do


Prefeito, e o projeto de lei das diretrizes orçamentárias até 15 de julho de cada ano;

II - os projetos de lei dos orçamentos anuais até de 15 dezembro de cada ano.

§ 10 Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariem o


disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 11 Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do Projeto de lei


orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.

Art. 124. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídas na lei orçamentária anual;

II - A realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os


créditos orçamentários originais ou adicionais;

III - a realização de operações de crédito, salvo por antecipação de receita, que excedam
o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovadas pela Poder Legislativo
por maioria absoluta;

IV - a vincularão de receita de impostos e de transferências oriundas de impostos


federais e estaduais a órgãos, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da
arrecadação dos impostos, a destinação de recursos para a manutenção e
desenvolvimento do ensino e da pesquisa científica e tecnológica, bem como a
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação da receita;

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e


sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para o outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento


fiscal e da seguridade social, para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresa,
fundações e fundos especiais;

IX - a instituição de fundos especiais de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa;

X - a concessão de subvenções ou auxílios financeiros do Poder Público à pessoa


jurídica de direito privado com fins lucrativos;

XI - dotações orçamentárias, para fins de distribuição de auxílios e subvenções a


entidades, exceto àquelas reconhecidas como de utilidade pública;

XII - os empenhos, nos últimos três meses de mandato do Prefeito, maiores do que o
duodécimo da despesa prevista no orçamento em vigor, acrescido dos créditos
adicionais autorizados no exercício, salvo as dotações destinadas ao pagamento da folha
de pessoal e dos encargos sociais dela decorrentes.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser


iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob
pena de crime de responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em


que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro
meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

Art. 125. A abertura de créditos adicionais extraordinários somente será admitida para
atender as despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de relevância e
urgência, como as decorrentes de calamidade pública, devendo submetê-los, no prazo de
dez dias, à Câmara Municipal, que estando em recesso, será convocada
extraordinariamente.

Parágrafo Único - A medida perderá sua eficácia desde a edição se não for convertida
em lei no prazo de vinte dias a contar da data de sua publicação, devendo a Câmara
Municipal disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.

Art. 126. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os


créditos suplementares e especiais, destinados à Câmara Municipal serão entregues até o
dia 10 de cada mês, em quotas correspondentes a um duodécimo.
Art. 127. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei federal.

Parágrafo Único - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a


criação de cargos ou alteração da estrutura de carreiras, bem como a admissão de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta,
só poderão se feitas:

a) se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de


despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
b) se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias.

TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 128. Os interesses da iniciativa privada não podem sobrepor-se ao da coletividade.

Art. 129. Na organização de sua economia em cumprimento aos princípios adotados nas
Constituições Federal e Estadual, o Município zelará pelos seguintes princípios:

I - promoção do bem estar do homem como fim essencial da produção e do


desenvolvimento econômico;

II - valorização econômica e social do trabalho e do trabalhador associada a uma


política de expansão das oportunidades de emprego e de humanização do processo
social de produção com a defesa dos interesses do povo;

III - integração das economias regionais;

IV - planificação do desenvolvimento determinante para o setor público e indicativo


para o setor privado;

V - integração e descentralização das ações públicas setoriais;

VI - proteção da natureza e ordenação territorial;

VII - integração dos estudos na região fronteira-oeste em programas conjuntos;

VIII - promover, através de órgão especial, a nível de secretaria, o planejamento e o


desenvolvimento industrial do município.

Art. 130. A intervenção do Município no domínio econômico dar-se-á por meios


previstos em lei, para orientar e estimular a produção, corrigir distorções da atividade
econômica e prevenir abusos de poder econômico.
Parágrafo Único - No caso de paralisação da produção por decisão patronal pode o
Município tendo em vista o direito da população ao serviço ou produto, intervir em
determinada indústria ou atividade, respeitada a legislação federal e os direitos dos
trabalhadores.

Art. 131. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo Único - A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias ou permissionárias o caráter especial do seu


contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - a política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviços adequados.

Art. 132. O Município instituirá incentivos ao investimento e à fixação de atividade


econômica objetivando desenvolver suas potencialidades municipais.

Parágrafo Único - Os incentivos serão concedidos preferencialmente:

I - às formas associativas e cooperativas;

II - às pequenas e micro empresas econômicas;

III - às empresas que em seus estatutos estabeleçam a participação:

a) dos trabalhadores em lucros;


b) aos empregados mediante eleição diretas por estes em sua direção.

Art. 133. O Município manterá programas permanentes de prevenção e socorro nos


casos de calamidade pública em que a população tenha ameaçado os seus recursos,
meios de abastecimento ou de sobrevivência.

§ 1º O Município constituirá fundo contábil, para organizar sistemas e programas


permanentes, que previnam contra os casos de calamidade pública.

§ 2º Lei Complementar disporá sobre o sistema municipal de Defesa Civil, a decretação


e o reconhecimento do estado de calamidade pública, bem como sobre a aplicação dos
recursos destinados a atender às despesas extraordinárias decorrentes.

Art. 134. O Município revogará as doações a instituições particulares se o donatário lhes


der destinação diversa da ajustada em contrato quando, transcorridos três anos, não tiver
dado cumprimento ao fim estabelecido no ato de doação.
CAPÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO URBANO E RURAL

SEÇÃO I
DO POLÍTICA E REFORMA URBANA

Art. 135. A política de desenvolvimento urbano, conforme diretrizes fixadas no Plano


Diretor de Desenvolvimento Integrado, tem como objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes
visando a:

I - melhorar a qualidade de vida na cidade;

II - promover a definição e a realização da função social da sociedade urbana;

III - promover a ordenação territorial, integrando as diversas atividades e funções


urbanas;

IV - prevenir e corrigir as distorções do crescimento urbano;

V - promover a recuperação das favelas, sua integração e articulação com a malha


urbana;

VI - integrar as atividades urbanas e rurais;

VII - distribuir os benefícios e encargos do processo de desenvolvimento da cidade,


inibindo a especulação imobiliária e a excessiva concentração urbana;

VIII - impedir as agressões ao meio ambiente estimulando ações preventivas e


corretivas;

IX - promover a integração, racionalização e otimização da infra-estrutura urbana


básica, priorizando os alongamentos de maior densidade populacional e as populações
de menor renda;

X - preservar os sítios, as edificações e os monumentos de valor históricos, artístico e


cultural;

XI - promover o desenvolvimento econômico;

Art. 136. São instrumentos do desenvolvimento urbano, a serem definidos em lei:

I - os planos Diretores;

II - o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano;

III - o plano plurianual de investimentos, a lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento


anual;
IV - o sistema cartográfico municipal e a atualização permanente do cadastro de
imóveis;

V - os conselhos municipais;

VI - os códigos municipais;

VII - o solo criado;

VIII - a regionalização e descentralização administrativa;

IX - os planos e projetos de iniciativa da comunidade.

Art. 137. Para assegurar as funções sociais da cidade e da propriedade, o Poder Público
promoverá e exigirá do proprietário, conforme a legislação, a adoção de medidas que
visem a direcionar a propriedade de forma a assegurar:

I - a democratização do uso, ocupação e posse do solo urbano;

II - a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

III - a adequação do direito de construir às normas urbanísticas;

IV - meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso comum do povo,


essencial à sadia qualidade de vida, preservando e restaurando os processos ecológicos,
provendo o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, e controlando a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a qualidade de vida.

Art. 138. Para os fins previstos no artigo anterior o Município usará os seguintes
instrumentos:

I - tributários e financeiros:

a) Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo;


b) taxas diferenciadas por zona, segundo os serviços públicos;
c) contribuição de melhoria;
d) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
e) fundos especiais;

II - jurídicos:

a) discriminação de terras públicas;


b) desapropriação por interesse social ou utilidade pública;
c) parcelamento ou edificação compulsórios;
d) servidão administrativa;
e) restrição administrativa;
f) inventários, registros e tombamentos de imóveis;
g) declaração de área de preservação ou proteção ambiental;
h) medidas previstas no art. 182, § 4º, da Constituição Federal;
i) concessão do direito real de uso;
j) usucapião especial, nos termos do art.183 da Constituição Federal;
k) solo criado.

III - administrativos:

a) reserva de áreas para utilização pública;


b) licença para construir;
c) autorização para parcelamento do solo;
d) regularização fundiária.

IV - políticos:

a) planejamento urbano;
b) participação popular.

V - outros previstos em lei.

Art. 139. O Município elaborará o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado nos


limites da competência municipal, das funções da vida coletiva, abrangendo habitação,
trabalho, circulação e recreação, e considerando em conjunto os aspectos físicos,
econômicos, sociais, históricos, culturais e administrativos, nos seguintes termos:

I - no tocante ao aspecto físico territorial, o plano deverá conter disposições sobre o


sistema viário urbano e rural, o zoneamento urbano, o loteamento urbano ou para fins
urbanos, a edificação e os serviços públicos locais;

II - no que se refere ao aspecto econômico, o plano deverá inscrever disposições sobre


desenvolvimento econômico e integração da economia municipal à regional;

III - no referente ao aspecto social, deverá o plano conter normas de promoção social da
comunidade e condições de bem estar da população;

IV - no referente ao aspecto histórico e cultural, deverá o plano conter normas que


possibilitem a preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro;

V - no que respeita o aspecto administrativo, deverá o plano consignar normas de


organização institucional que possibilitem a permanente planificação diferenciada das
atividades públicas municipais e sua integração no plano estadual e nacional.

Parágrafo Único - As normas municipais de edificação, zoneamento ou loteamento, ou


para fins urbanos atenderão as peculiaridades locais e legislação federal e estadual
pertinentes.

Art. 140. A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado deverá


compreender as seguintes fases com extensão e profundidade, respeitadas as
peculiaridades do município.

I - estudo preliminar abrangendo:


a) estudo preliminar de desenvolvimento;
b) avaliação das condições da administração.

II - diagnóstico:

a) do desenvolvimento econômico e social;


b) da organização territorial;
c) das atividades fim da prefeitura;
d) da organização administrativa e das atividades meio da prefeitura.

III - definição de diretrizes, compreendendo:

a) a política de desenvolvimento;
b) diretrizes de desenvolvimento econômico e social;
c) diretrizes de organização territorial.

IV - instrumentação incluindo:

a) instrumento legal do plano;


b) programas relativos as atividades-fim;
c) programas relativos as atividades-meio;
d) programas dependentes da cooperação de outras entidades públicas.

SEÇÃO II
DA HABITAÇÃO

Art. 141. O Município, em convênio com o Estado e com a União, estabelecerá


programas destinados a facilitar o acesso da população à habitação, como condição
essencial à qualidade de vida e ao desenvolvimento.

§ 1º Os programas de interesse social serão promovidos e executados com a


participação da sociedade de acordo com as diretrizes do Plano Diretor de
Desenvolvimento Integrado, através do Conselho Municipal de Habitação e objetivarão
prioritariamente:

I - a regularizar, organizar e equipar as áreas habitacionais irregulares formadas


espontaneamente, dando prioridade às necessidades sociais de seus habitantes;

II - a dotação de infra-estrutura básica e de equipamentos sociais para implantação de


empreendimentos habitacionais de carentes, estabelecidos no plano diretor de
desenvolvimento integrado;

III - a implantação de empreendimentos habitacionais;

IV - participação, com terra urbanizada inalienável pertencente ao Município, na oferta


e cessão de espaço edificável a cooperativas habitacionais ou outras formas de
organizações congêneres, comprovadamente carentes, conforme a lei;
V - a criação de bancos de materiais usados e olarias municipais para a construção de
habitações populares.

Art. 142. A execução de programas habitacionais, será de responsabilidade do


município, que:

I - administrará a produção habitacional;

II - estimulará novos sistemas construtivos, na busca de alternativas tecnológicas de


baixo custo, sem prejuízo da qualidade e segurança;

III - incentivará a construção de moradias populares realizadas pelos próprios


interessados, por cooperativas habitacionais, principalmente as organizadas por
associações de moradores e sindicatos de trabalhadores e outra modalidades de
associações voluntária, dirigidas pelos próprios interessados, como formas de
incremento à execução de programas de construção habitacional e melhoria ou
expansão de infra-estrutura e equipamentos urbanos em conjunto e loteamentos
residenciais já existentes;

IV - instituirá programa de assistência técnica gratuita no projeto e construção de


moradias para famílias de baixa renda.

Art. 143. Nas ações coletivas com fins de regularização fundiária, o município
propiciará, aos pretendentes, formas de apoio técnico e jurídico necessário.

SEÇÃO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E DO ABASTECIMENTO

Art. 144. O Município, dentro dos princípios de sua organização econômica, e nos
limites de sua competência, planejará e executará política de incentivo à produção
agropecuária, com os seguintes objetivos:

I - desenvolvimento da propriedade em todas as suas potencialidades, a partir da


vocação e da capacidade de uso do solo, levando em conta a proteção ao meio ambiente;

II - a participação em programas de recuperação e conservação do solo, de


reflorestamento, de irrigação, de aproveitamento de recursos hídricos e de recursos
naturais;

III - estimular o fomento da produção agropecuária, a organização do abastecimento


alimentar e o incentivo à produção de alimentos, de consumo interno e armazenagem;

IV - o incentivo à agro-indústria;

V - o incentivo ao cooperativismo, ao sindicalismo e ao associativismo;

VI - a implantação de cinturões verdes na periferia urbana.


Art. 145. O Município, juntamente com o Estado e a União, manterá serviços de
extensão rural, de assistência técnica e de pesquisa e tecnologia agropecuária,
dispensando cuidados especiais aos pequenos e médios produtores, bem como as suas
associações e cooperativas.

Art. 146. Fica criado o Fundo de Apoio Municipal ao Desenvolvimento dos Pequenos
Estabelecimentos Rurais, destinado ao financiamento de programas de infra-estrutura, à
preservação dos recursos naturais, à pequena moradia, visando a elevação da qualidade
dos padrões social e econômico do meio rural, na propriedade.

Art. 147. O Município, através do Conselho Municipal de Agropecuária, regulamentado


por lei, estabelecerá os critérios para a aplicação de projetos e recursos, além da
fiscalização.

Art. 148. O Município, como incentivo ao desenvolvimento agrícola, priorizará a


conservação e ampliação da rede de estradas vicinais, de eletrificação e telefonia rurais,
bem como de escolas, ambulatórios e outros serviços que propiciem a permanência do
homem no meio rural.

CAPÍTULO III
TRANSPORTE COLETIVO E DO TRÂNSITO

Art. 149. O Município estabelecerá política de transporte público de passageiros, para a


organização, o planejamento e a execução deste serviço essencial, devendo ser
estruturado de acordo com os seguintes princípios:

Parágrafo Único - A política de transporte público de passageiros deverá ser


compatibilizada com os objetivos das políticas de desenvolvimento integrado do
município, e visará:

I - atendimento a toda a população assegurando o acesso da população aos locais de


emprego e consumo, de educação e saúde, e de lazer e cultura, bem como outros fins
econômicos e sociais essenciais;

II - otimizar os serviços, para a melhoria da qualidade de vida da população;

III - redução da poluição ambiental em todas as suas formas e minimizar os níveis de


interferência no meio ambiente;

IV - qualidade do serviço prestado à toda a população segundo critérios estabelecidos


pelo Poder Público;

V - desenvolvimento pleno de todas as tecnologias disponíveis, que se adaptem às


características da cidade;

VI - integração entre os diferentes meios de transporte e implantação dos equipamentos


de apoio.
Art. 150. O Município verificará, sempre que necessário, a necessidade de extensão de
novas linhas para atendimento da população e abrirá concorrência pública para suprir
tais necessidades.

Parágrafo Único - Terão prioridade no atendimento:

I - os bairros mais distantes do centro;

II - população de baixa renda;

III - áreas escolares e zonas de desenvolvimento industrial, levando-se em conta a


proporcionalidade da mão de obra empregada;

IV - população da zona rural.

Art. 151. O Executivo Municipal definirá, segundo o critério do plano diretor integrado,
a freqüência e o percurso do transporte coletivo local.

Parágrafo Único - Devido ao aspecto geográfico, do perímetro urbano do Município, a


ligação entre os bairros, prioritariamente, deverá ser transversal.

Art. 152. O Poder Público Municipal só permitirá a entrada em circulação de veículos


de transporte coletivo que estejam adaptados para o livre acesso e circulação das
pessoas portadoras de deficiência física e motora.

CAPITULO V
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL

Art. 153 São objetivos gerais do planejamento do desenvolvimento, em consonância


com os princípios da ordem econômica e a legislação vigente:

I - incentivar a participação comunitária no processo de planejamento;

II - promover a ordenação do crescimento do Município em seus aspectos físicos,


econômicos, sociais, culturais e administrativos;

III - aproveitar plenamente os recursos administrativos, financeiros, naturais, culturais e


comunitários;

IV - atender as necessidades e carências básicas da população quanto as funções de


habitação, trabalho, lazer e cultura, circulação, saúde, abastecimento e convívio com a
natureza, promovendo a melhoria da qualidade de vida da população;

V - proteger o meio ambiente e preservar o patrimônio paisagístico e cultural do


Município;

VI - integrar a ação municipal com a dos órgãos e entidades internacionais, federais,


estaduais, regionais;

VII - ordenar o uso e ocupação do solo em consonância com a função social da


propriedade;

VIII - estimular a permanência do homem no campo e o desenvolvimento social e


econômico sustentável.

§ 1º - O Poder Executivo fica obrigado, na forma da lei, a introduzir critérios ecológicos


em todos os níveis de seu planejamento político, econômico, social e de incentivo a
modernização tecnológica.

§ 2º - O Município, dentro de seus planos de desenvolvimento e de obras, priorizará a


utilização de fontes de energia alternativa não poluente, bem como de tecnologias
poupadoras de energia.

Art. 154. O planejamento das atividades do governo municipal far-se-á através do plano
global de desenvolvimento municipal, em consonância com plano diretor de
desenvolvimento integrado e as leis orçamentárias.

Art. 155. O Município, por iniciativa própria, ou com a colaboração do Estado,


providenciará o estabelecimento de um sistema estatístico, cartográfico e de geologia,
que servirá como base para o planejamento.

Art. 156. O município submeterá à apreciação das associações antes de encaminhá-lo à


Câmara Municipal, os projetos de Lei do Plano Plurianual, do Orçamento anual e do
Plano Diretor, a fim de receber sugestões quanto à oportunidade e o restabelecimento
das prioridades das medidas propostas.

Parágrafo Único - Os projetos de que tratas este artigo ficarão à disposição das
associações durante dez dias antes da sua remessa à Câmara Municipal.

TÍTULO VI
DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 157. A Ordem Social, pela qual o Município é responsável, tem como base o
primado do trabalho e por objetivo o bem estar e a justiça social.

Art. 158. A ordem social é garantida por um conjunto de ações do Município em


convênio com o Estado, a União e com a participação da sociedade destinada a tornar
efetivo os direitos ao trabalho, à educação, à cultura, ao desporto, ao lazer, à saúde, à
habitação e à assistência social, asseguradas ao indivíduo pela Constituição Federal,
guardadas as peculiaridades locais.

§ 1º Será estimulada e valorizada a participação da população através de organizações


representativas, na integração e controle da execução das ações mencionadas neste
artigo.

§ 2º Os projetos de cunho comunitário terão preferência nos financiamentos públicos e


nos incentivos fiscais além de outros.

Art. 159. O Município prestará assistência social visando, entre outros, aos seguintes
objetivos:

I - proteção à família, a maternidade, a infância, à adolescência e à velhice;

II - amparo aos carentes e desassistidos;

III - promoção da integração no mercado de trabalho;

IV - habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e promoção de sua


integração na vida social e comunitária.

Art. 160. A lei definirá a participação do Município nos programas municipais relativo a
emprego, a acidentes do trabalho e outros que assegurem o exercício dos direitos
laboriais previstos na Constituição Federal.

Art. 161. O Município implementará política especial de proteção e atendimento aos


deficientes, visando a integrá-los socialmente.

§ 1º Os logradouros e edifícios públicos serão adaptados para permitir o livre acesso aos
deficientes físicos.

§ 2º Os funcionários municipais que tiverem filhos portadores de deficiência física,


sensorial ou mental comprovada a presença imprescindível dos pais estes terão suas
jornadas de trabalho reduzidas, sem prejuízo de vencimento ou vantagem.

§ 3º O serviço público municipal destinará, no mínimo, dois por cento das vagas dos
cargos de provimento efetivo para serem preenchidos através de concurso, por
deficientes físicos ou sensoriais considerados aptos ao seu exercício.

§ 4º Os empresários que empregarem deficientes físicos terão uma redução nos


impostos municipais a ser fixada em lei complementar.

§ 5º O Executivo Municipal manterá um programa de prevenção da excepcionalidade


com técnicos que orientem as famílias, especialmente as de baixa renda e que tenham
filhos excepcionais.

Art. 162. O Município deverá construir creches nos bairros populares para atender as
famílias de baixa renda, com recursos próprios ou em convênios com órgãos do Estado
ou da União.

CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
SEÇÃO I
DA EDUCAÇÃO

Art. 163. A educação, direito de todos e dever do município e da família, baseada na


justiça social, na democracia e no respeito aos direitos humanos, meio ambiente e
valores culturais visa ao desenvolvimento do educando como pessoa e a sua
qualificação para o trabalho e o exercício da cidadania, com consciência social e crítica.

Art. 164. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições


publicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais do ensino;

VI - gestão demográfica do ensino público;

VII - garantia do padrão de qualidade.

Art. 165. É dever do Município, com a participação do Estado e da União:

I - garantir ao ensino fundamental, público, obrigatório e gratuito, inclusive para os que


não tiveram acesso a ele na idade própria;

II - prestar de atendimento educacional, aos portadores de deficiências e aos


superdotados;

III - apoiar a progressiva expansão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

IV - manter a quantidade necessária de:

a) creches;
b) escolas de ensino fundamental completo com atendimento ao pré-escolar.

V - oferecer ensino noturno regular adequado às condições do educando;

VI - manter cursos profissionalizantes abertos à comunidade em geral;

VII - prover meios para que, optativamente, seja oferecido horário integral aos alunos
de ensino fundamental;

VIII - incentivar a publicação de obras e pesquisas no campo da educação.


Art. 166. O Município aplicará no exercício financeiro, no mínimo trinta e cinco por
cento da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências
da manutenção e desenvolvimento do ensino público.

Parágrafo Único - É vedada às escolas públicas a cobrança de taxas ou contribuições a


qualquer título.

Art. 167. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 1º O não oferecimento de ensino obrigatório e gratuito ou a sua oferta irregular, pelo


Poder Público, importam responsabilidade da autoridade competente.

§ 2º Compete ao Município, articulado com o Estado e a União, recensear os educandos


para o ensino fundamental, fazendo-lhes a chamada anualmente.

§ 3º Transcorridos dez dias úteis do pedido de vaga, incorrerá em responsabilidade


administrativa a autoridade municipal competente que não garantir, ao interessado,
devidamente habilitado, o acesso a escola fundamental.

§ 4º A comprovação do cumprimento do dever de freqüência obrigatória dos alunos de


ensino fundamental será feita por meio de instrumentos apropriados, regulados em lei.

Art. 168. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser
dirigido às escolas comunitárias confessionais ou filantrópicas, definidas em lei que:

I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em


educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou


confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

Art. 169. Anualmente o Poder Executivo publicará relatório da execução financeira da


despesa em educação, por fonte de recurso, discriminando os gastos mensais.

§ 1º Será fornecido ao Conselho Municipal de Educação, semestralmente, relatório de


execução financeira da despesa em educação, discriminando os gastos mensais, em
especial os aplicados na construção, reformas, manutenção ou conservação das escolas,
as fontes e critérios de distribuição de recursos e nos estabelecimentos e instituições
beneficiadas.

§ 2º A autoridade competente será responsabilizada pelo não cumprimento no disposto


nesse artigo.

Art. 170. Conselho Municipal de Educação, órgão consultivo, normativo, fiscalizador e


deliberativo do sistema municipal de ensino, terá autonomia administrativa e dotação
orçamentária própria, com as demais atribuições, composição e regulamento regulados
por lei.

§ 1º Na composição do Conselho Municipal de Educação, um terço dos membros será


de livre escolha do Prefeito Municipal, cabendo as entidades da comunidade escolar
indicar os demais.

§ 2º O Municipal poderá receber delegação de atribuição, através de convênio, do


Conselho Estadual de Educação.

Art. 171. A lei estabelecerá plano municipal de educação, de duração plurianual, em


consonância com os planos nacional e estadual de educação, visando à articulação e ao
desenvolvimento do ensino nos diversos níveis, e à integração das ações desenvolvidas
pelo Poder Público que conduzam à:

I - alfabetização;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica.

Art. 172. O Conselho Municipal de Educação assegurará ao sistema municipal de


ensino flexibilidade técnico-pedagógico-administrativo, para o atendimento das
peculiaridades sócio culturais, econômicas ou outras específicas da comunidade.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários


normais das escolas públicas do ensino fundamental e médio.

§ 2º Será estimulado o pluralismo de idiomas nas escolas, na medida em que atenda a


uma demanda significativa de grupos interessados ou de origens étnicas diferentes.

Art. 173. É assegurado o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal, garantida


a valorização da qualificação e da titulação profissional do magistério, independente do
nível escolar em que atuem, mediante a fixação de piso salarial.

Parágrafo Único - Na organização do sistema municipal de ensino, serão considerados


profissionais do magistério público municipal os professores e os especialistas da
educação.

Art. 174. O Município promoverá:

I - política com vista à formação profissional nas áreas do ensino público municipal em
que houver carência de professores;

II - cursos de atualização e aperfeiçoamento aos seus professores e especialistas nas


áreas em que estes atuarem, e em que houver necessidade;

III - política especial para a formação, em nível médio, de professores das séries iniciais
de seu ensino fundamental.
§ 1º Para a implementação do disposto nos incisos I e II, o Município poderá celebrar
convênio com instituições.

§ 2º O estágio relacionado com a formação mencionada no inciso III será remunerado,


na forma da lei.

Art. 175. É assegurado aos pais, professores, alunos e funcionários organizarem-se em


todos os estabelecimentos de ensino através de associações, grêmios ou outras formas.

Parágrafo Único - Será responsabilizada a autoridade educacional que embaraçar ou


impedir a organização ou o funcionamento das entidades referidas neste artigo.

Art. 176. As escolas públicas municipais contarão com conselhos escolares constituídos
pela direção da escola e por representantes dos seguimentos da comunidade escolar, na
forma da lei.

§ 1º Os diretores das escolas públicas municipais serão escolhidos mediante eleição


direta e uninominal pela comunidade escolar, na forma da lei.

§ 2º Os estabelecimentos públicos de ensino estarão à disposição da comunidade através


de programações organizadas em comum.

Art. 177. O Município, com a participação da comunidade escolar, desenvolverá


programa de transporte escolar rural que assegurem os recursos financeiros
indispensáveis para garantir o acesso de todos os alunos à escola, conforme dispuser a
legislação.

Art. 178. O Município implantará, na sua rede municipal de ensino, no mínimo uma
escola com cursos profissionalizantes.

SEÇÃO II
CULTURA

Art. 179. O Município, através de órgão específico, estimulará a cultura em suas


múltiplas manifestações, garantindo o pleno e efetivo exercício dos respectivos direitos
culturais e o acesso a suas fontes em nível nacional e regional, apoiando e incentivando
a produção, a valorização e a difusão das manifestações culturais.

Parágrafo Único - É dever do Município proteger e estimular as manifestações culturais


dos diferentes grupos étnicos formadores da sociedade alegretense.

Art. 180. Constituem direitos culturais garantidos pelo Município:

I - liberdade de criação e expressões artísticas;

II - acesso à educação artística e ao desenvolvimento da criatividade, principalmente


nos estabelecimentos de ensino, nas escolas de arte, nos centros culturais e espaços de
associações de bairros;
III - amplo aceso a todas as formas de expressão cultural;

IV - apoio e incentivo à produção, difusão e circulação dos bens culturais;

V - acesso ao patrimônio cultural do Município;

VI - as feiras de artesanato e de artes plásticas e os espaços de livre expressão artística-


popular.

Art. 181. O Município, com a colaboração da comunidade, protegerá o patrimônio


cultural e histórico por meio de inventários, registros, vigilância, tombamentos,
desapropriações e outras formas de acautelamento e preservação.

§ 1º Os proprietários de bens de qualquer natureza tombados pelo Estado receberão


incentivos para preservá-los e conservá-los conforme definido em lei.

§ 2º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos na forma da lei.

§ 3º As instituições públicas municipais ocuparão preferencialmente prédios tombados,


desde que não haja ofensa a sua preservação.

Art. 182. O Poder Público Municipal manterá atualizado o cadastro das obras de arte e
do acervo cultural, público e privado existente no Município de Alegrete.

Parágrafo Único - O plano diretor de desenvolvimento integrado disporá,


necessariamente, sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural.

Art. 183. As entidades da administração descentralizada do Município sujeitas a tributos


federais, quando a lei facultar a destinação de parte destes a título de incentivo fiscal,
deverão aplicá-los nas instituições dos diversos segmentos da produção cultural
vinculados ao órgão municipal responsável pela cultura, sob pena de responsabilidade,
sem prejuízo da dotação orçamentária à cultura.

Art. 184. O sistema municipal de cultura e lazer visa a integração da política cultural do
Município e tem por função:

I - estabelecer diretrizes operacionais e prioridades para o desenvolvimento cultural do


Município;

II - integrar ações governamentais na área das artes e do lazer cultural.

Art. 185. Os recursos destinados à cultura serão democraticamente aplicados dentro de


uma visão social abrangente, valorizando as manifestações autênticas de cultura
popular, a par da universalização da cultura erudita.

SEÇÃO III
DO DESPORTO
Art. 186. É dever do município fomentar e amparar o desporto, o lazer e a recreação,
como direito de todos, mediante:

I - a promoção prioritária do desporto educacional, amador e profissional, em termos de


recursos humanos, financeiros e materiais, em suas atividades meio e fim;

II - a dotação de instalações esportivas e recreativas para as instituições escolares


públicas e amadorísticas;

III - o incentivo à pesquisa no campo da educação física, do desporto, do lazer e da


recreação;

IV - a garantia de condições para a prática de educação física, do lazer e do esporte ao


deficiente físico, sensorial e mental.

Parágrafo Único - Os estabelecimentos especializados em atividades de educação física,


esporte e recreação ficam sujeitos a registro, supervisão e orientação normativa do
Município, na forma da lei.

Art. 187. Compete ao Município legislar sobre a utilização das áreas de recreação e
lazer, e sobre a demarcação dos locais destinados ao repouso, à pesca profissional ou
amadora e ao desporto em geral nos rios e lagoas do Município.

Art. 188. O desporto e o lazer serão supervisionados, por órgão competente, visando a:

I - cumprir diretrizes e prioridades para crescimento e agilização do desporto no


Município;

II - estimular a execução dos projetos esportivos

III - coordenar e acompanhar as atividades esportivas comunitárias;

IV - emitir pareceres sobre questões de esporte e lazer.

Art. 189. As áreas de lazer do Município são intocáveis, não podendo ser cedidas,
vendidas, emprestadas ou alugadas sob qualquer pretexto, ficando proibida sua
utilização para outro fim.

CAPÍTULO III
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 190. O Município promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa


e a capacitação tecnológica, destinando recursos orçamentários próprios e estabelecendo
convênios com órgãos públicos e privados.

Art. 191. O Município apoiará e estimulará as empresas e entidades que investirem em


pesquisa e desenvolvimento tecnológico e na formação e aperfeiçoamento de recursos
humanos.

Art. 192. Incumbe ao Poder Executivo manter banco de dados com estatísticas,
diagnóstico físico, territorial e outras informações relativas às atividades comerciais,
industriais e de serviços, destinando-se a servir de suporte para as ações de
planejamento e desenvolvimento tecnológico.

CAPÍTULO IV
DO TURISMO

Art. 193. O Município instituirá política de turismo e definirá as diretrizes a observar


nas ações públicas e privadas, com vistas a promover e incentivar o turismo como fator
de desenvolvimento social e econômico.

§ 1º Para o cumprimento do disposto neste artigo, cabe ao Poder Executivo, através de


órgão específico, promover:

I - o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens naturais e


culturais de interesse turístico;

II - a infra-estrutura básica necessária à prática do turismo, apoiando e realizando os


investimentos na produção, criação e qualificação dos empreendimentos, equipamentos
e instalações ou serviços turísticos através de linhas de crédito especiais e incentivos;

III - implantação de ações que visem ao permanente controle de qualidade dos bens e
serviços turísticos;

IV - medidas específicas para o desenvolvimento dos recursos humanos para o setor;

V - elaboração sistemática de pesquisa sobre oferta e demanda turística, com análise dos
fatores de oscilação do mercado;

VI - fomento ao intercâmbio permanente com outros municípios, estados e com o


exterior, em especial com os países do Prata, visando ao fortalecimento do espírito de
fraternidade e aumento do fluxo turístico nos dois sentidos, bem como à elevação da
média de permanência do turista em território do Município;

VII - construção de albergues populares.

§ 2º As iniciativas previstas neste artigo estender-se-ão aos pequenos proprietários


rurais, localizados em regiões demarcadas em lei, como forma de viabilizar alternativas
econômicas que estimulem sua permanência no meio rural.

CAPÍTULO VI
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 194. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sobre
qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observando o
disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço a plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo, empresa e o órgão de comunicação social,
observado o disposto no artigo 5º, inciso IV, V, X, XIII e XIV da Constituição Federal.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística.

§ 3ºA publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de


autoridade.

CAPÍTULO VII
DA SAÚDE E DO SANEAMENTO

SEÇÃO I
DA SAÚDE

Art. 195. A saúde é direito de todos e dever do Município, em convênio com o Estado e
com a União, através de sua promoção, proteção e recuperação.

Parágrafo Único - O dever do Município, garantido por adequada política social e


econômica, não exclui o do indivíduo, da família e de instituições e empresas que
produzam riscos ou danos à saúde individual ou da coletividade.

Art. 196. As ações e serviços públicos de saúde no Município são promovidos pela
Secretaria Municipal de Saúde, através do Sistema Único de Saúde - SUS- observadas
as seguintes diretrizes:

I - descentralizada e com direção do Município;

II - integralidade na prestação de ações preventivas, curativas e reabilitadoras,


adequadas às diversas realidades epidemiológicas;

III - universalização e equidade em todos os níveis de atenção à saúde para a população


urbana e rural;

IV - participação, com poder decisório, das entidades populares representativas de


usuários e trabalhadores da saúde, na formulação, gestão, controle e fiscalização das
políticas de saúde.

Art. 197. Ao sistema único de saúde, no âmbito do município, além de suas atribuições
inerentes, incumbe, na forma de lei:

I - coordenar e integrar as ações e serviços municipais e estaduais de saúde individual e


coletiva;
II - definir as prioridades e estratégias locais de promoção de saúde;

III - regulamentar, controlar e fiscalizar as ações e serviços públicos de saúde;

IV - controlar e fiscalizar qualquer atividade e serviço que comporte risco à saúde, à


segurança ou ao bem-estar físico e psíquico do indivíduo e da coletividade, bem como
ao meio ambiente;

V - fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico, tecnológico e de


recursos humanos no desenvolvimento da área de saúde;

VI - estimular a formação da consciência pública voltada a preservação da saúde e do


meio ambiente;

VII - realizar a vigilância sanitária, epidemiológica, toxicológica e farmacológica;

VIII - garantir a formação e funcionamento de serviços públicos de saúde, inclusive


hospitalares e ambulatoriais, visando atender às necessidades municipais;

IX - estabelecer normas, critérios e padrões de coleta, processamento, armazenamento e


transfusão de sangue humano e seus derivados garantindo a qualidade destes produtos
durante todo processo, vedado qualquer título de comercialização, estimulando a doação
e propiciando informações e acompanhamento aos doadores;

X - organizar, controlar e fiscalizar a produção e distribuição dos insumos


farmacêuticos, medicamentos e correlatos, imunobiológicos, produtos biotecnológicos,
odontológicos e químicos essenciais às ações de saúde, materiais de acondicionamento e
embalagem, equipamentos e outros meios de prevenção, tratamento e diagnóstico,
promovendo o desenvolvimento de novas tecnologias e priorizando as necessidades do
município;

XI - desenvolver ações específicas de prevenção contra deficiências, bem como a


recuperação e habilitação dos portadores de deficiências referidas no Capítulo IX.

XII - supletivamente à ação federal estabelecer critérios, normas, padrões de controle e


fiscalização dos procedimentos relativos a:

a) remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa


ou tratamento, vedada a sua comercialização;
b) transporte, armazenamento, manuseio, e destino final de produtos tóxicos e
radioativos, bem como de equipamentos que geram radiação ionizante ou utilizam
material radioativo.

XIII - em complementação à atividade federal e estadual, regulamentar, controlar e


fiscalizar os alimentos, da fonte de produção até o consumidor;

XIV - propiciar recursos educacionais e os meios de científicos que assegurem o direito


ao planejamento familiar, de acordo com a livre decisão do casal;

XV - em cumprimento à legislação referente à salubridade e segurança dos ambientes


de trabalho, promover e fiscalizar as ações em benefício da saúde integral do
trabalhador rural e urbano;

XVI - promover a integração das ações de saúde escolar ao SUS;

XVII - prestar assistência clínica-ginecológica, que consiste na identificação,


diagnóstico e tratamento das patologias sistêmicas e do aparelho reprodutivo, inclusive
a prevenção do câncer de colo uterino e da mama;

XVIII - assistência à saúde oral.

Parágrafo Único - Lei complementar disporá sobre a organização, financiamento,


controle e gestão do Sistema Único de Saúde no âmbito do Município.

Art. 198. O Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, será financiado, dentre
outros, com recursos de seguridade social da União, do Estado e do Município.

Art. 199. A transferência dos recursos financeiros ao Município destina-se ao custeio de


serviços e investimentos na área da saúde, vedada sua utilização para outras finalidades.

Art. 200. O Município concederá estímulos especiais em favor da saúde, na forma da


lei, às pessoas físicas com capacidade civil plena que doarem órgãos passíveis de
transplante quando da sua morte.

SEÇÃO II
DO SANEAMENTO BÁSICO

Art. 201. O saneamento básico é ação de saúde e serviço público essencial, implicando
seu direito garantia inalienável ao cidadão.

§ 1º O saneamento básico compreende a captação, o tratamento e a distribuição de água


potável, a coleta, o tratamento e disposição final de esgotos cloacais e do lixo, bem
como a drenagem urbana.

§ 2º É dever do Município, com a participação do Estado e da União, a extensão


progressiva do saneamento básico a toda a população urbana e rural, como condição
básica de qualidade de vida, da proteção ambiental e do desenvolvimento social.

§ 3º A lei disporá sobre o controle, a fiscalização, o processamento e a destinação do


lixo dos resíduos urbanos, industriais, hospitalares e laboratoriais de pesquisa, de
análises clínicas e assemelhados.

Art. 202. O Município de forma integrada ao Sistema Único de Saúde, formulará a


política e o planejamento da execução das ações de saneamento básico, respeitadas as
diretrizes municipais quanto ao meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento
urbano.

§ 1º O município manterá o seu sistema próprio de saneamento.


§ 2º No distrito industrial, o arroio Capivari será tratado e reciclado de forma integrada
pelas empresas através de condomínio de tratamento de resíduos.

Art. 203. O Município manterá órgão técnico normativo de serviços de saneamento


básico para, entre outras atribuições, exigir da concessionária que:

I - preste serviços público de água e esgoto a toda a população;

II - integre os sistemas locais de saneamento básico;

III - execute as políticas ditadas em nível federal e estadual estabelecidas para o setor,
garantindo os benefícios do saneamento básico à totalidade da população,
compatibilizando o planejamento municipal com o do órgão gestor das bacias
hidrográficas em que estiver parcial ou totalmente inserido.

Art. 204. A conservação e proteção das águas superficiais e subterrâneas são tarefas do
Município, em ação conjunta com o Estado.

Parágrafo Único - No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas, é prioritário


o abastecimento à população.

Art. 205. O Município adotará a coleta seletiva e reciclagem de materiais como forma
de tratamento dos resíduos sólidos domiciliares e de limpeza urbana, sendo que o
material residual deverá ser acondicionado de maneira a minimizar, ao máximo, o
impacto ambiental, em locais especialmente indicados pelos planos diretores de
desenvolvimento integrado, de saneamento básico e de proteção ambiental.

Art. 206. O Poder Público desenvolverá programas de informação, através da educação


formal e informal, sobre materiais recicláveis e sobre matérias biodegradáveis.

Art. 207. São proibidos os depósitos de materiais orgânicos e inorgânicos, bem como a
destinação de resíduos sólidos ou líquidos em locais não apropriados para tal.

Parágrafo Único - O Município apoiará a construção de centrais de materiais


descontaminados.

CAPÍTULO VIII
MEIO AMBIENTE

Art. 208. O meio ambiente é bem de uso comum do povo, e a manutenção de seu
equilíbrio é essencial à sadia qualidade de vida.

§ 1º A tutela do meio ambiente é exercida por todos os órgãos do Município.

§ 2º O causador da poluição ou dano ambiental será responsabilizado e deverá assumir


ou ressarcir ao município, se for o caso, todos os custos financeiros, imediatos ou
futuros, decorrentes do saneamento do dano.
Art. 209. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se
ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para
as presentes e futuras gerações, cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de
medidas nesse sentido.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, o Município desenvolverá ações


permanentes de proteção, restauração e fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhe,
primordialmente:

I - prevenir, combater e controlar a poluição e a erosão em qualquer de suas formas;

II - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, obras e monumentos


artísticos, históricos e naturais, e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas, definindo em lei os espaços territoriais a serem protegidos;

III - fiscalizar e normatizar a produção, o armazenamento, o transporte, o uso e o


destino final de produtos, embalagens e substâncias potencialmente perigosas à saúde e
aos recursos naturais;

IV - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização


pública para a proteção do meio ambiente;

V - exigir estudo de impacto ambiental com alternativas de localização para a operação


de obras ou atividades públicas ou privadas que possam causar degradação ou
transformação no meio ambiente, dando a esse estudo a indispensável publicidade;

VI - preservar e restaurar a diversidade e a integridade do patrimônio genético contido


em seu território, fiscalizando as entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de
material genético;

VII - proteger a flora, a fauna e a paisagem natural, vedadas as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica e paisagística, provoquem extinção de espécie ou
submetam os animais a crueldade;

VIII - definir critérios ecológicos em todos os níveis de planejamento político, social e


econômico;

IX - incentivar e auxiliar tecnicamente os movimentos comunitários e entidades de


caráter cultural, científico e educacional com finalidades ecológicas;

X - promover o manejo ecológico dos solos, respeitando sua vocação quanto à


capacidade de uso;

XI - fomentar a conservação das matas, o florestamento ecológico e a Área de


Preservação Ambiental do Ibirapuitã, na forma da lei;

XII - incentivar e promover a recuperação das margens do rio Ibirapuitã e de outros


corpos d`água, e das encostas sujeitas a erosão;
XIII - incentivar os métodos naturais para combater as pragas nas atividades agrícolas.

§ 2º As pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que exerçam atividades


consideradas poluidoras ou potencialmente poluidoras são responsáveis, direta ou
indiretamente, pelo acondicionamento, coleta, tratamento e destinação final dos resíduos
por elas produzidos.

§ 3º O Município, respeitando o direito de propriedade, poderá executar levantamentos,


estudos, projetos e pesquisas necessários ao conhecimento do meio físico, assegurando
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

Art. 210. A lei disporá sobre a organização do sistema municipal de proteção ambiental,
através do plano diretor de proteção ambiental, que terá como atribuições a elaboração,
implementação, execução e controle da política ambiental do Município.

Art. 211. É vedada a produção, o transporte, a comercialização e o uso de


medicamentos, biocidas, agrotóxicos ou produtos químicos e biológicos, cujo emprego
tenha sido comprovado como nocivo em qualquer parte do território nacional por razões
toxicológicas, farmacológicas ou de degradação ambiental.

Art. 212. Quaisquer empreendimentos de alto potencial poluente, bem como de


quaisquer obras de grande porte que possam causar dano à vida ou alterar significativa
ou irreversivelmente o ambiente, dependerá da autorização de órgão ambiental, da
aprovação da Câmara Municipal e de concordância da população manifestada por
plebiscito convocado na forma da lei.

Art. 213. É vedado, em todo o território municipal, o transporte e o depósito ou


qualquer outra forma de disposição de resíduos que tenha sua origem na utilização de
energia nuclear e de resíduos tóxicos ou radio ativos, quando provenientes de outros
municípios, estados ou países.

Art. 214. As áreas verdes, praças, parques, jardins, unidades de conservação e reservas
ecológicas municipais são patrimônio público inalienável.

Art. 215. O Município deverá implantar e manter áreas verdes, de preservação


permanente, perseguindo proporção nunca inferior a quinze metros quadrados por
habitantes.

Art. 216. A lei criará incentivos especiais para a preservação das áreas de interesse
ecológico em propriedades privadas.

Art. 217. O Município, através de órgão específico, elaborará política de assistência


técnica aos proprietários rurais de terras em áreas de risco de desertificação.

Art. 218. Fica instituído o Sistema Municipal de Recursos Hídricos integrado ao sistema
estadual e nacional de gerenciamento desses recursos, adotando a bacia hidrográfica do
rio Ibicuí como unidade básica de planejamento e gestão, observados os aspectos de uso
e ocupação do solo, com vista a promover:

I - a melhoria de qualidade dos recursos hídricos da região;


II - o regular abastecimento de água a população urbana e rural, as indústrias e aos
estabelecimentos agrícolas.

Art. 211. É vedada a produção, o transporte, a comercialização e o uso de


medicamentos, biocidas, agrotóxicos ou produtos químicos e biológicos, cujo emprego
tenha sido comprovado como nocivo em qualquer parte do território nacional por razões
toxicológicas, farmacológicas ou de degradação ambiental.

§ 1º O sistema de que trata este artigo compreende critérios de outorga de uso, o


respectivo acompanhamento, fiscalização e tarifação, de modo a proteger e controlar as
águas superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, assim como
racionalizar e compatibilizar os usos, inclusive quanto a construção de reservatórios,
barragens e a usinas elétrica ou termoelétrica.

§ 2º No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas será considerado de


absoluta prioridade o abastecimento da população.

§ 3º Os recursos arrecadados pela utilização da água deverão ser destinados a obras e a


gestão dos recursos hídricos na própria bacia, garantindo sua conservação e a dos
recursos ambientais, com prioridade para as ações preventivas.

CAPÍTULO IX
DA ASSISTÊNCIA E DA AÇÃO COMUNITÁRIA

SEÇÃO I
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO

Art. 219. O Município desenvolverá política e programa de assistência social e proteção


à criança, ao adolescente e ao idoso, portadores ou não de deficiências, com a
participação de entidades civis, obedecendo aos seguintes preceitos:

I - aplicação, na assistência materno-infantil de percentual mínimo, fixado em lei, dos


recursos públicos destinados à saúde;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao


adolescente dependentes de entorpecentes e drogas afins;

III - criação de programas de prevenção, de integração social, de preparo para o


trabalho, de acesso facilitado aos bens e serviço e à escola, e de atendimento
especializado para crianças e adolescentes portadores de deficiência física, sensorial,
mental ou múltipla;

IV - exigência obrigatória de existência de quadro técnico responsável em todos os


órgãos com atuação nesses programas;

V - execução de programas que priorizem o atendimento no ambiente familiar e


comunitário;
VI - criação de incentivos fiscais e creditícios às pessoas físicas ou jurídicas que
participarem da execução dos programas;

VII - atenção especial às crianças e adolescentes em estado de miserabilidade


explorados sexualmente, doentes mentais, órfãos, abandonados e vítimas de violência.

§ 1º A coordenação, o acompanhamento e a fiscalização dos programas a que se refere


este artigo caberão a conselhos comunitário cuja organização, composição,
funcionamento e atribuições, serão disciplinados em lei, assegurada a participação de
representantes de órgãos públicos e de segmentos da sociedade civil organizada.

§ 2º O Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, como determina a legislação


Federal, além de outras atribuições denúncias referentes à violência praticada contra
crianças e adolescentes, bem como sob a responsabilidade pelo encaminhamento e
acompanhamento das respectivas providências cabíveis.(Ver Lei Federal e Municipal
que criou o Conselho)

Art. 220. Compete ao Município:

I - dar prioridade às pessoas com menos de quatorze, mais de sessenta anos em todos os
programas de natureza social, de que comprovada a insuficiência de meios materiais;

II - prestar assistência social especial às vítimas de violência de âmbito familiar,


inclusive através de atendimento jurídico e assistência social à família;

III - prestar assistência à criança e ao adolescente abandonado, proporcionando os meios


adequados a sua manutenção, educação, encaminhamento a emprego e integração na
sociedade;

IV - estabelecer programas de assistência aos idosos, portadores ou não de deficiências


com o objetivo de proporcionar-lhe segurança econômica, defesa da dignidade e bem
estar, prevenção de doenças, integração e participação ativa na comunidade;

V - manter casas-albergue para idosos, mendigos, crianças e adolescentes abandonados,


portadores ou não de deficiências, sem lar ou família, aos quais se darão as condições de
bem estar e dignidade humana.

Art. 221. É assegurada a gratuidade no transporte coletivo municipal aos maiores de


sessenta e cinco anos e aos deficientes comprovadamente carentes.

SEÇÃO II
DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 222. O Município promoverá ação sistemática de proteção ao consumidor, de modo


a garantir-lhe a segurança e a saúde, e a defesa de seus interesses econômicos.

Art. 223. A ação referida no artigo anterior será planejada e executada pelo Poder
Executivo, com a participação de entidades representativas do Consumidor, de
empresários e trabalhadores, visando, especialmente, aos seguintes objetivos:

I - instituir o sistema municipal de defesa do consumidor;

II - estimular as cooperativas ou outras formas de associativismo de consumo;

III - propiciar meios que possibilitem ao consumidor o exercício do direito à


informação, à escolha, à defesa de seus interesses econômicos, à segurança e à saúde, e
que facilitem o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vista à prevenção e
reparação de danos individuais e coletivos;

IV - incentivar a formação de consciência pública voltada para a defesa dos interesses


do consumidor;

V - fiscalizar a qualidade de bens e serviços, assim como seus preços, pesos e medidas,
observadas a competência do Estado e da União.

DISPOSIÇÃO FINAL

Art. 224. Esta Lei Orgânica e o ato das Disposições Transitórias, depois de assinados
pelos Vereadores, serão promulgados simultaneamente pela Mesa da Câmara Municipal
de Alegrete e entrarão em vigor na data de sua promulgação.

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 225 Depois de cento e vinte dias da promulgação desta Lei Orgânica, o Poder
Executivo enviará à Câmara Municipal, Projeto de Lei disciplinando e reorganizando o
transporte e a fiscalização do trânsito do município.

Art. 149. sob o regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação.

Parágrafo Único - A concessão ou permissão atenderá:

I - prazo máximo de dez anos;

II - a qualquer momento, mesmo durante a vigência deste prazo, o Poder Público


convocará nova licitação;

III - desde que requerida pelo percentual de cinco por cento dos eleitores do Município
servido pela concessionária.

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