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Teste 3 – Economia Agrária – Samuel Lima Morais

1-
Com o avanço do estudo da economia agrária, é possível compreender
que essa categoria possui formas de medida de produtividade divergentes da
maioria dos outros setores subsequentes. Ao analisar a eficiência técnica, o
denominador comum no setor primário é um fator físico e não
necessariamente por capital invertido: a área plantada; ceteris paribus:
Et= y/Land; Produção/área plantada
Observa-se, no entanto, que há limitações expressas na análise que
este índice pode fornecer, como a variação de produtividade média
relacionada a cada tipo de produto, ou ao tamanho da área de cultivo, que
também é fator determinante ao analisar uma sequência de áreas de
produção agropecuária.
Já em relação a eficiência econômica, o índice analisado é o de
Produtividade Total do Fatores (PTF). Esta equação representa uma razão
entre toda a produção e todos os insumos:
Py = pX.
Sendo o produto distinguido entre: lavouras permanentes, lavouras
temporárias, produção animal, abates de animais.
E sendo o insumo distinguido entre: terra (lavouras, pastagens),
trabalho (ocupação da mão de obra) e capital (maquinários, defensivos
agrícolas e fertilizantes).
Conclui-se uma equação, cuja variação da PTF é representada pela
diferença entre a variação dos produtos e variação dos insumos:

Esta equação gera uma curva logarítmica de concavidade positiva, que é


deslocada para cima, caso aumente a diferença dentre a variação de produtos
e insumos, ou deslocada para baixo, caso diminua a diferença dentre a
variação de produtos e insumos.

2- Sistema de Roça e Queima (shiftying cultivation):


Iniciada a produção de alimentos no Neolítico, o cenário mundial era
bem diferente, havia terra abundante e pouca mão de obra. O desenvolvimento
de novas tecnologias para a época viabilizou a geração de excedentes a partir
das ferramentas criadas pelo homem. Dessa forma, os humanos se dedicaram
ao plantio e a domesticação de animais. Esse modelo inovador permitiu que o
ser humano viesse a se tornar sedentário e capaz de viver em comunidade,
tendo o início da divisão do trabalho dentre os agricultores e os artesões, que
tinham por responsabilidade inventar e compor tais ferramentas capazes de
sustentar a caça, criação de animais e o cultivo agrícola. Este último tinha como
base a reposição da fertilidade do solo via as cinzas da queima de vegetais que
não possuiriam função social, além de utilizarem o método de rotação de terras
plantadas, permitindo que houvesse um período de descanso entre safras.
Por fim, esse sistema não foi necessariamente disseminado por todas as
civilizações existentes, porém há provas de que essa organização se espalhou
geograficamente por todos os continentes, em diversas identidades sociais.

Sistema de rotações de cultura:


Nesta nova adaptação do sistema de produção agrícola humana, a
abordagem se inverte, pois nesse momento, na Índia, há um aumento
expressivo populacional, então há pela primeira vez escassez de terra dentre a
humanidade, e consequentemente a necessidade de utilização de capital, ainda
que bastante reduzido pros dias atuais.
O modelo não substituiu muitas das abordagens anteriormente já atribuídas ao
cultivo, porém há a necessidade de adquirir novas capacidades técnicas capazes
de ampliar a produtividade natural do solo. Uma das abordagens foi a rotação
trienal consistia-se em dividir um campo em três partes, assim usando duas
para cultivar, enquanto a outra estava em processo de fertilização (diferente da
ideia anterior, em que o solo descansaria naturalmente, há a pressuposição do
trabalho do solo com leguminosas), a utilização de esterco (também com altas
taxas de nitrogênio), forragens, irrigação, ferramentas forjadas a ferro e fogo e,
por fim, o arado profundo. Esse segundo sistema tornou capaz a ampliação da
divisão do trabalho e a urbanização dessas civilizações, que agora possuíam
necessidade da aplicação de equivalentes gerais para as trocas econômicas.
Sistema monocultor:
Este último sistema se torna factível, uma vez que as Américas foram
conquistadas, pois anteriormente a isso havia falta de moeda (um dos motivos
para a descentralização do Império Romano do Ocidente, à época), um dos
recursos que passa a ser abundante, por conta da extração mineral nas
américas, além da descoberta de novas terras naturalmente mais produtivas e
novos produtos agrícolas possíveis a serem explorados economicamente.
Dessa forma, a divisão do trabalho se torna internacional e ultramarina,
tendo a Europa como fornecedora de produtos industriais e capital (inversão,
empréstimos, etc), que dependiam da produção agrária nas colônias de caráter
monocultor.
O sistema anterior, conforme os milênios foi se tornando mais
equilibrado na relação mão de obra, capital e terras agricultáveis. Porém, a
partir do capitalismo, houve o cercamento dos campos, impulsionando um
novo modelo de civilização urbana, que demandava essa mão de obra
excedente nos campos europeus, principalmente. Sendo assim, a relação voltou
a se desequilibrar, tendo agora como fator extensivo a utilização de capital para
compensar a diminuição consistente do tempo de pousio, em virtude da
ampliação populacional no mundo.
A abordagem induz a ampliação da aplicação de estrume orgânico e
fertilizantes para compensar a diminuição da fertilidade do solo por período,
além de investimentos em mecanização. As novas tecnologias consistiam em
instrumentos como tratores, fertilizantes químicos, sementes transgênicas.
Fatores de inovações estes que só se tornaram possível via avanços dos sistemas
de crédito ao longo dos últimos milênios e mais especificamente, dos últimos
séculos capitalistas.

3-
A abordagem direta de micro-regiões possui como objetivo identificar
quais são os diferenciais de produção da área analisada, em relação à “média”
agrícola (visão global do objeto de estudo), com o propósito de caracterizar
certa homogeneidade no espaço rural estudado. Dessa forma, há possibilidade
de relacionar o que é universal na economia agrária e o que é específico de cada
região a partir de um estudo histórico, que possibilita observar a trajetória do
capital, seja entre produtores específicos, ou a união da comunidade agrária ali
representada.
Tais fatores viabilizam a criação de modelos agro econômicos, que
caracterizarão os critérios de otimização no micro espaço em questão. Sendo
assim, um dos principais fatores a serem determinantes quando o estudo está
em vigência são as entrevistas históricas, normalmente realizadas com as
pessoas de maior longevidade de relacionamento com processo agrícola da
região. Tais indivíduos são incumbidos de argumento de autoridade, quando
são realizados os levantamentos dos fatos ecológicos, socioeconômicos e
tecnológicos.

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