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06/04/2021 15:43 - Valter: RELATÓRIO DE PUBLICAÇÕES

PUBLICAÇÃO: 1 de 2

Data Disponibilização:: 06/04/2021 Data Publicação:: 07/04/2021


Jornal: DJ São Paulo
Tribunal: DJSP - CADERNO 3 JUDICIAL 1ª INST NCIA CAPITAL. II – Santo Amaro e
Ibirapuera
Local: 3ª Vara Cível -
Página: 02985
Processo: 1020325-75.2020.8.26.0002

EDITAL DE INTIMACAO DE
ADVOGADOS RELACAO N 0488/2021
Processo 1020325-75.2020.8.26.0002 - Imissao na Posse - Imissao - Adriana Borges
dos Santos - Carlos Alberto Alves - Juiz(a) de Direito: Dr(a). CLAUDIO SALVETTI D
ANGELO Vistos. Cuidam os autos de Acao de Imissao na posse movida por ADRIANA
BORGES DOS SANTOS contra CARLOS ALBERTO ALVES, ambos qualificados na inicial. A
requerente relatou ser proprietaria do imovel localizacao a Rua Antonio de Pina,
533B, bairro Parque Maria Alice, Sao Paulo/SP, e que Carlos atuou como
intermediador na compra do imovel porque conhecia o vendedor. Acrescentou ter
concordado que os recibos de compra e venda - 20 prestacoes de R$ 1.000,00, uma
parcela de R$ 5.000,00 e uma parcela de R$ 15.000,00 - e o respectivo contrato de
transacao fossem emitidos em nome do requerido Carlos para "facilitar o tramite da
negociacao". Os pagamentos eram feitos por Adriana, que entregava os valores para
Carlos, que por sua vez os transferia ao vendedor. Como estivesse vago o imovel, a
requerente entabulou contrato verbal para alugar o bem ao requerido para que este
estabelecesse um templo religioso no local. Tempos depois, a requerente resolveu
vender o imovel e deu preferencia a Carlos, notificando-o. Como ele nao se
manifestasse, enviou nova notificacao para que ele, entao, desocupasse o imovel.
Enquanto isso, providenciou a venda, estabelecendo contatos com interessados ate
que efetivou a venda, vindo inclusive a receber um valor de entrada (que afirma ja
ter sido gasto). O imovel nao foi desocupado ate o momento. Diante da narrativa,
pretende a requerente ser imitida na posse do bem e, para tanto, pediu tambem a
concessao da tutela antecipada para compelir o requerido a desocupar o bem. A
apreciacao da tutela foi postergada para depois do contraditorio (fls. 40). A
gratuidade foi concedida a requerente (fls. 54). O requerido contestou as fls.
59/74, aduzindo, preliminarmente, ausencia de condicao da acao, impugnando o valor
da causa e invocando sua ilegitimidade para a causa. No merito, sustentou, em suma,
que a Igreja Evangelica Assembleia do Reino de Deus alugava o imovel de Paulo
Roberto Pinheiro no periodo de 10/11/2008 a 10/11/2013. Quando do falecimento de
Paulo, sua entao companheira, Ivonete, recebeu a doacao do imovel em comento e
posteriormente lhe vendeu. O requerido, tempos depois, doou o imovel a aludida
Igreja. A requerente, Adriana, seria proprietaria somente do andar superior do
imovel, que era justamente o objeto do contrato de compra e venda. Negou a
existencia de qualquer contrato de locacao, ainda que verbal, e que a requerida
vendeu o que nao lhe pertencia. Pediu a improcedencia dos pedidos iniciais. Replica
pela requerente as fls. 215/220. O requerido pediu prova testemunhal (fls.
213/214). Comprovado o deposito de midia em cartorio (fls. 223), sobre a qual se
manifestou o requerido as fls. 227/228 pedindo prova pericial sobre as gravacoes
juntadas. Determinada a vinda da matricula atualizada do bem (fls. 230) mediante
oficio ao cartorio de registro de imoveis respectivo, que respondeu com o documento
de fls. 233. O requerido manifestou-se sobre a certidao as fls. 236/237 insistindo
na posse pacifica da igreja sobre o bem. A requerente peticionou as fls. 238/242 e
a decisao de fls. 243/245 pediu esclarecimentos as partes, manifestando-se
laconicamente o requerido as fls. 248 e a requerente, com riqueza de detalhes e de
modo cooperativo, as fls. 249/257. Eis o relatorio. Fundamento e decido. O feito
comporta julgamento antecipado, na forma do artigo 355, inciso I, CPC, pois a
questao controvertida e meramente de direito. Desnecessaria a designacao de
audiencia de instrucao porque os documentos necessarios para prova da pretensao da
requerente ja estao nos autos ou deveriam estar. A verdade e que o pedido da
requerente nao tem como prosperar. A inicial da requerente demonstra que as partes
mantiveram diversos negocios juridicos entre si e, da analise dos autos, deduz-se
que a requerente nao foi ressarcida em um dos emprestimos feitos ao requerido,
conforme por ela afirmado, e pretende a imissao na posse de um imovel cuja
propriedade nao estou bem provada, tudo como forma de compensar parcialmente por um
eventual e possivel inadimplemento dos mutuos celebrados, ja que as partes tem
relacao de parentesco. Com efeito, da narrativa de fls. 11, em que a requerente
revela os negocios juridicos entabulados entre as partes, depreende-se que a
requerente de fato entregou valores ao requerido, e que possivelmente tenha sido em
razao da compra do imovel objeto dos autos, mas nao e possivel concluir com
absoluta certeza. Isto porque, em primeiro lugar, a sucessao de compra e venda
envolvendo o mesmo imovel torna duvidosa a compra por Adriana. Do que se pode
concluir da leitura dos documentos acostados, o imovel foi dado em locacao por
Paulo Roberto Pinheiro a Igreja Evangelica Assembleia de Deus do Avivamento (fls.
83/84) em 10/11/2008, com termino previsto para 10/11/2013. Pouco antes, contudo,
Carlos Alberto Alves teria comprado o terreno de Ivonete Pereira de Souza (fls.
89/91), em 10/05/2013. Em 13/02/2015, contudo, Adriana Borges dos Santos, autora,
comprou o bem de Carlos em 13/02/2015 (fls. 17/19). Em 22/11/2016, porem, Carlos
doou o imovel para a Igreja Evangelica Assembleia de Deus do Avivamento (fls. 92).
Nao ha duvida que no local esta instalada um templo de igreja evangelica,
eventualmente fechado em razao da pandemia de Covid-19. Contudo, note-se que os
comprovantes de compra de materiais de construcao juntados as fls. 130/178 datam de
2014 e 2015, inclusive maio de 2015 (fls. 140) conforme diversas notas de materiais
de construcao acostadas as atestam, e o suposto contrato com Adriana data de
13/02/2015. Se Carlos estava a frente da reforma (fls. 175 e 178) e se ele e pastor
na referida igreja (fls. 114, por exemplo), nao faria sentido alienar o imovel a
Adriana. E nao so: se Carlos alienou o imovel em 13/02/2015 a Adriana, como poderia
ele ter doado o mesmo bem a igreja se ja nao tinha o dominio sobre ele? Por fim,
relata a requerente Adriana que colocou o bem a venda, recebeu parte do pagamento e
inclusive tais valores ja foram gastos (a requerente ja utilizou o dinheiro
recebido, fls. 07), fato que nao pode ser imputado ao requerido, evidentemente,
pois cabe ao vendedor tomar as cautelas de praxe na alienacao do bem. Em segundo
lugar, contudo, cumpre observar que, conforme disposto no instrumento contratual,
as fls. 17 dos autos, o imovel objeto do contrato nao e o salao onde instalada a
igreja, mas o primeiro andar do salao, literalmente: As partes acima identificadas
tem, entre si, jutas e acertadas, o presente Contrato de Compra e Venda do Primeiro
Andar do Salao de Numero 39 a vista, que se regera pelas clausulas seguintes e
pelas condicoes descritas no presente. Curioso que, em verdade, nao existe nada
acima do salao referido no contrato, isto e, nao existe primeiro andar, como se
pode ver no Google Street View e como as partes informaram em manifestacao as fls.
248 e 249/257. Desta forma, a documentacao fornecida pela requerente e seus
proprios argumentos dao conta de que nao havia intencao dela, Adriana, em adquirir
propriamente o imovel, tanto que nao se preocupou em leva-lo a registro, de tudo se
concluindo que ela apenas mutuou um valor com seu cunhado, Carlos, ora requerido,
simulando a existencia da compra e venda. Pelo exposto, nao me convenco dos
argumentos e provas deduzidos pela requerente e, ademais, as provas do requerido
afastam sua argumentacao, nos termos do artigo 373, II, CPC. Pelas razoes expostas,
JULGO IMPROCEDENTES os pedidos iniciais e condeno a requerente ao pagamento das
despesas e custas processuais, alem de honorarios advocaticios de 10% do valor
atualizado da causa, com fundamento no artigo 85, §2º, CPC, observada eventual
condicao suspensiva de exigibilidade (artigo 98, §3º, CPC). Decorrido o transito em
julgado e nada sendo requerido em 15 dias, ao arquivo. R.P.I.C. Sao Paulo, 30 de
marco de 2021. CLAUDIO SALVETTI D ANGELO Juiz de Direito - ADV: ANDREA DOS SANTOS
XAVIER (OAB 222800/SP), DULCINEIA COSTA SAMPAIO (OAB 370900/SP)

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Data Disponibilização:: 06/04/2021 Data Publicação:: 07/04/2021


Jornal: DJ São Paulo
Tribunal: DJSP - CADERNO 3 JUDICIAL 1ª INST NCIA CAPITAL. II – Santo Amaro e
Ibirapuera
Local: 3ª Vara Cível -
Página: 02986
Processo: 1020325-75.2020.8.26.0002

EDITAL DE INTIMACAO DE
ADVOGADOS RELACAO N 0488/2021
Processo 1020325-75.2020.8.26.0002 - Imissao na Posse - Imissao - Adriana Borges
dos Santos - Carlos Alberto Alves
- Vistos. Decido em separado. - ADV: ANDREA DOS SANTOS XAVIER (OAB 222800/SP),
DULCINEIA COSTA SAMPAIO (OAB 370900/SP)

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21/04/2021 14:24 - Valter: <Arquivo de mídia oculto>

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