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JMN-RL-171101-00
NOVEMBRO/2017
JMN + MINERAÇÃO S.A.
MINA MORRO DOS COELHOS
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
2 - CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA.......................................................................... 1
3 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ................................................................................. 1
4 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO ........................................................................................ 2
5 - FISIOGRAFIA E GEOMORFOLOGIA ........................................................................ 3
5.1 - Relevo ..................................................................................................................... 3
5.2 - Solo ......................................................................................................................... 3
5.3 - Vegetação ............................................................................................................... 4
5.4 - Drenagens ............................................................................................................... 5
6 - GEOLOGIA REGIONAL .............................................................................................. 5
7 - GEOLOGIA LOCAL ..................................................................................................... 7
7.1 - Litoestratigrafia ...................................................................................................... 7
7.2 - Geologia Estrutural ............................................................................................... 12
7.3 - Descrição Litológica Detalhada............................................................................ 13
8 - DIMENSIONAMENTO DA DRENAGEM DE MINA .............................................. 14
8.1 - Considerações preliminares .................................................................................. 14
8.2 - Estudo hidrológico ................................................................................................ 14
8.3 - Condições pluviométricas .................................................................................... 15
8.4 - Cálculo das vazões de projeto .............................................................................. 17
8.5 - Caracterização das bacias hidrográficas ............................................................... 18
8.6 - Estudos Hidráulicos .............................................................................................. 19
8.7 - Tipos de dispositivos de drenagem superficial considerados ............................... 20
8.8 - Resultados do dimensionamento da drenagem superficial ................................... 20
8.9 - Estruturas de contenção de sedimentos ................................................................ 21
8.10 - Volume para retenção de sedimentos ................................................................... 22
9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 23
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1: Vértices da poligonal ................................................................................................. 1
Figura 4.1: Localização rodoviária da área DNPM 833.340/2003. .............................................. 2
Figura 4.2: Relação da poligonal DNPM e municípios. ............................................................... 2
)LJXUD *HRPRUIRORJLD GD UHJLmR HP ´PDUHV GH PRUUR´ FRP GHVWDTXH SDUD D FULVWD UHWD
(linha verde) que marcam a área mineralizada com direção principal leste-oeste. .............. 3
Figura 5.2: Ponto distante 1 km da área, onde há voçoroca no ponto de maior espessura do
saprolito gnáissico. ............................................................................................................... 4
Figura 5.3: Exemplos da relação entre a mata nativa e os pastos, predominante na região. À
esquerda, pastos com ilha de mata nativa e à direita pasto pobre (devido ao solo arenoso)
com uma ilha de plantação de eucalíptos. ............................................................................ 4
Figura 5.4: Principais drenagens da área. ..................................................................................... 5
Figura 6.1: Encarte tectônico do oeste do Quadrilátero Ferrífero, modificado de MACHADO
FILHO, 1983. ....................................................................................................................... 6
Figura 6.2: Mapa regional da CPRM apresentando as principais unidades litoestratigráficas em
escala de 1:100.000, modificado de SILVA, 2013. .............................................................. 7
Figura 7.1: Modelo do empilhamento estratigráfico da área. ....................................................... 8
Figura 7.2: Exemplo do empilhamento das camadas. .................................................................. 8
Figura 7.3: Camada ou leito coluvionar no topo do morro dos coelhos ± rico em blocos de
hematita em matriz quartzosa. .............................................................................................. 9
Figura 7.4: Formação ferrífera bandada ± IF. ............................................................................... 9
Figura 7.5: Formação ferrífera bandada mais hidratada ± IFH. ................................................. 10
Figura 7.6: Camada de HE maciça no centro e com fraturamento mais forte nas bordas mais
fraturadas. ........................................................................................................................... 11
Figura 7.7: Fácies maciça da camada de HE. ............................................................................. 11
Figura 7.8: Fácies mais granular................................................................................................. 11
Figura 8.1: Limite da área de influência definida para o estudo do coeficiente de escoamento
superficial da Mina Morro dos Coelhos. ............................................................................ 18
Figura 8.2: Bacias hidrográficas definidas no projeto técnico de drenagem superficial ............ 19
LISTA DE TABELAS
Tabela 8.1: Fator de Probabilidade (K) ± Ouro Preto-MG ......................................................... 15
Tabela 8.2: Precipitação de chuva (mm) ± Ouro Preto-MG ....................................................... 16
Tabela 8.3: Intensidade de chuva (mm/h) ± Ouro Preto-MG ..................................................... 17
Tabela 8.4: Cálculo das vazões de projeto das bacias de drenagem........................................... 17
Tabela 8.5: Tempos de concentração para as bacias de drenagem definidas para o projeto
técnico................................................................................................................................. 18
Tabela 8.6: Resultado do dimensionamento dos dispositivos de vertimento instalados nas sub-
bacias .................................................................................................................................. 21
Tabela 8.7: Taxas de geração específica de sedimentos ............................................................. 21
Tabela 8.8: Cálculo da geração de sedimentos no empreendimento .......................................... 22
Tabela 8.9: Capacidade da contenção de sedimentos das bacias de decantação escavadas. ...... 23
JMN + MINERAÇÃO S.A.
MINA MORRO DOS COELHOS
1 - INTRODUÇÃO
2 - CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
3 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
Poligonal Ativa
Ponto de Amarração: confluência do Córrego do Silva com o Córrego da Cachoeira
Latitude: ¶¶¶
Longitude: ¶¶¶
Vetor de Amarração-Distância do Primeiro Vértice: 1950 m Ângulo: ¶Quadrante: NE
Área da Poligonal: 700 ha Nº. de Vértices: 4
A jazida situa-se no município de Desterro de Entre Rios, no local conhecido como Morro dos
Coelhos, na Serra da Tapera, a cerca de 10 Km ao norte da sede municipal por estrada vicinal não
pavimentada e 5 Km em linha reta.
O acesso é feito a partir de Belo Horizonte pela BR-040, sentido Conselheiro Lafaiete até o
entroncamento com a BR-383 no distrito de Murtinho num trecho de 80 Km. Deste ponto segue-se
por mais 30 Km pela BR-383 até a cidade de Entre Rios de Minas. Daí, percorrendo-se mais 35 Km
pela MG-270 chega-se a Desterro de Entre Rios. Chega-se ao local da jazida por duas opções de
acesso, uma pelo seu lado noroeste, atravessando a cidade e saindo por uma estrada de terra que
passa pela antiga usina hidrelétrica, num percurso total de cerca de 10 Km. Outra, destinado para o
transporte pesado, no setor sudeste, seguindo-se por um acesso de pavimentação poliédrica, que liga
a rodovia MG-270 no km 28 sentido Passatempo, a uma estrada vicinal à direita, cerca de 1 Km
antes de chegar a Pereirinhas, distrito de Desterro, por um percurso de cerca de 14 Km até a mina,
sentido noroeste. A figura a 4.1 ilustra o trajeto até a cidade de Desterro de Entre Rios, partindo de
Belo Horizonte.
A área engloba dois municípios, Desterro de Entre Rios e Piracema, região centro sul de Minas
Gerais, como pode ser visto na figura 4.2.
5.1 - Relevo
A área é montanhosa, WtSLFRV ³PDUHV GH PRUUR´ FRQWURODGR SHOD VXD PDMRULWiULD JHRORJLD GH
granitóides (granitos e gnaisses) que controlam um relevo em morros arredondados, padrão de
drenagem dentrítico (fig. 5.1). Enquanto dentro da área o maior destaque do relevo se dá pela crista
reta de direção leste-oeste levemente sinuosa, por onde passa a estrade principal de acesso à mina.
5.2 - Solo
São identificados cinco tipos principais de solo dentro da área, sendo:
Solo residual saprolítico arenoargiloso proveniente das alterações dos gnaisses, de coloração
rosa e manchada em cinza e branco;
Solo residual arenoso e quartzoso proveniente da alteração dos quartzitos, de coloração branca
ou cinza a vermelho nas faixas mais ricas em ferro;
Solo detrítico arenoso coluvionar quartzoso proveniente da erosão dos quartzitos e deposição
deste em sedimentos tamanho areia média a fina, de coloração extremamente branca;
Solo detrítico ferruginoso coluvionar proveniente da erosão dos corpos de formação ferrífera e
deposição de clastos hematíticos e magnetíticos como camadas.
Solo orgânico, intercalado ao latosolo rico em ferro, que devido ao perfil erosivo desta área,
este tipo de solo é raso, menor que 1m.
(P DOJXQV ORFDLV p SRVVtYHO REVHUYDU ³YRoRURFDPHQWR´ GR VROR RQGH D HVSHVVXUD GR VDSUyOLWR p
maior que 10m e, provavelmente, o nível de água freática intercepta a erosão (fig. 5.2).
Figura 5.2: Ponto distante 1 km da área, onde há voçoroca no ponto de maior espessura do saprolito gnáissico.
5.3 - Vegetação
A vegetação dominante da região é a braquiária ou capim de pasto, devido à exploração
agropecuária da região. As florestas plantadas de eucalipto são organizadas em ilhas retangulares
dispersas em toda região, bem como existem plantações de pequeno porte como de hortaliças.
As áreas de mata nativa correspondem às regiões íngremes e em área de proteção permanente, como
matas ciliares, Figura 5.3.
Figura 5.3: Exemplos da relação entre a mata nativa e os pastos, predominante na região. À esquerda, pastos com ilha
de mata nativa e à direita pasto pobre (devido ao solo arenoso) com uma ilha de plantação de eucalíptos.
5.4 - Drenagens
O padrão de drenagem da área é dentrítico a retangular, como mostra a imagem da Figura 5.4.
Marcado pela junção e contorno dos morros arredondados. Na maior parte da área, as drenagens são
intermitentes, drenando o terreno em períodos chuvosos.
No sentido leste-oeste, como já observado anteriormente, há uma crista reta que é o divisor de águas
local, separando uma micro bacia ao sul do Morro do Coelhos da micro bacia do norte.
6 - GEOLOGIA REGIONAL
A Unidade Quartizítica mencionada como esparsas no CMCB (Fernandes & Carneiro, 2000), estão
relacionados com o principal interesse deste trabalho. Segundo os autores supracitados, a Unidade
Quartizítica aflora principalmente na cidade de Candeias, com um granada-sillimanita quartzito,
intrudido pela Unidade Gabronorítica, o quartzito apresenta foliação milonítica granuloblástica,
marcada pela sillimanita com direção NEE e SEE mergulhando 40-60° para SE e NE, com um
relacionamento estratigráfico não definido com os gnaisses da região.
O Complexo Metamórfico Campo Belo, localizado a oeste do Quadrilátero Ferrífero, a sudoeste do
Complexo Bonfim e a norte-noroeste do Complexo Metamórfico Arqueano Campo das Vertentes,
como mostra a figura 2.2, apresentado por Machado Filho et all. 1983, separado por uma zona de
cisalhamento transcorrente sinistral (Silva, 2013).
Figura 6.1: Encarte tectônico do oeste do Quadrilátero Ferrífero, modificado de MACHADO FILHO, 1983.
O maior detalhamento da geologia na região do Morro dos Coelhos está descrito, quase
exclusivamente, no mapeamento (fig. 2.3) da carta geológica SF.23-X-A-V - ENTRE-RIOS DE
MINAS, 1:100.000 da CPRM (SILVA, 2013). Ele relata ocorrência de ferro (Fe) sobre rochas
arqueanas cristalinas e supracrutais relacionadas ao Supergrupo Minas, mas distante 12 km a sul-
sudeste da área deste estudo.
No trabalho de Silva (2013) são apresentadas as principais litologias da região, da base para o topo:
Gnaisse Alberto Flores (A3af), que compreendem rochas da suíte TTG; Complexo Gnaissico
Piracema - Passa Tempo (A3pt), com leuco gnaisse esverdeado; Ortognaisse Desterro (A3de),
formado ortognaisse a biotita, anfibólio, piroxênio e granada eventual, coloração cinza, granulação
média foliado e eventualmente bandado, de composição granodiorítica a granítica; Suite Córrego
Figura 6.2: Mapa regional da CPRM apresentando as principais unidades litoestratigráficas em escala de 1:100.000,
modificado de SILVA, 2013.
Perobas (A4μp) composto por rochas gabróicas, muitas vezes intrusiva; Granito Alto Jacarandá
$ࢢDM IRUPDGR SRU JUDQLWRV FLQ]D IROLDGRV *UDQLWR 0LUDQGD $ࢢPL FRP JUDQLWRV
leucocráticos e tonalitos; Supergrupo Minas (PP12m), representado por quartzitos indivisos com
intercalações ferruginosas, podendo ser relacionados ao quartzitos superiores à Formação Cauê a
área do Quadrilátero Ferrífero, que está cerca de 12 km a sul-sudoeste da área deste estudo, como
mencionado anteriormente.
7 - GEOLOGIA LOCAL
7.1 - Litoestratigrafia
A geologia da área corresponde a um empilhamento estratigráfico (fig. 7.1) metaforizado na fácies
xisto verde, formada da base para o topo: pelo substrato cristalino gnáissico, Gnaisse Desterro,
conforme literatura; quartzitos puros a sericíticos, com passagens maciças quartzosas intercaladas,
de coloração branca a amarelada; camadas finas, menos que 10cm de argila, representando a fase
distal da deposição clástica na bacia; camada de formação ferrífera maciça de espessuras variáveis
(1 a 5m), rica em hematita e magnetita, provavelmente, marca a fase de deposição química,
relacionado à exalações vulcânicas submarinas e hidrotermalismo; sobre a camada maciça de ferro,
depositou-se, em contato erosivo, os sedimentos quartzo hematíticos / magnetítico de forma
estratificada, representando a formação ferrífera bandada; cobrindo grande área da poligonal, está a
cama de colúvio rico em clastos de minério de ferro, variando de arenoso a cascalhoso, dependendo
de sua fonte, FFB ou Hematita Maciça, respectivamente.
De forma ainda mais simplificada, temos três camadas de alto potencial econômico como minério
(fig. 7.2), na forma de:
HR: Hematita Rolada
IF: Itabirito Friável
HE: Hematita
As litologias HR e HE atualmente são lavradas, britada e classificada em produtos Lump Ore e
Hematitinha. O minério IF será necessário processo de concentração.
Figura 7.3: Camada ou leito coluvionar no topo do morro dos coelhos ± rico em blocos de hematita em matriz
quartzosa.
Itabiritos Friáveis - IF
Originalmente descrito com quartzito ferruginoso, esta formação ferrífera apresenta bandamento
rítmico quartzo-hematítico de origem sedimentar clástica (fig. 7.4), onde as bandas ferruginosas
descontínuas apresentam formato sigmoidal típico de deposição (alguns exemplos relictos da fácies
sedimentar). Porém, é possível identificar outra geração de minerais de magnetita, aparentemente
granuloblásticas e euédricos, sem orientação dentro de camadas puramente quartzosas, se
distinguindo as camadas clásticas.
Os grãos de quartzo se apresentam na forma de novos grãos, devido ao metamorfismo regional e
hidrotermalismo, com silicificação ou remobilização da sílica, por este motivo, a caracterização
sedimentar do quartzo fica comprometida, como por exemplo, amarrar a origem deltaica destes
sedimentos na gênese do depósito.
$ UHJLmR DSUHVHQWD XP SDGUmR JHRPRUIROyJLFR GH ³PDUHV GH PRUUR´ controlados por gnaisses. A
PLQDHVWiORFDOL]DGDQR0RUURGRV&RHOKRVPDLRUHOHYDomRGDUHJLmRTXHVHGHVWDFDSHOD³FULVWD´
alongada no sentido Leste-Oeste com leve sinuosidade. A topografia da área é definida por esta
crista alongada EW, possivelmente formada pela finalização do homoclinal com 25° de caimento
SDUD QRUWH IRUPDQGR D ³FXHVWD´ H XPD IRUWH HVFDUSD DR VXO JHUDQGR R ³KRJEDJ´ FRPR PRVWUD D
Figura 7.9.
O homoclinal é o resultado de um cavalgamento das camadas metassedimentares por sobre as
rochas gnáissicas do Complexo Metamórfico Campo Belo (CMCB), na fase rúptil ou rúptil-ductil
de vergência para Sul. Porém, este é interpretado por este autor, como último evento deformacional,
sendo, de forma mais completa, os seguintes eventos:
9 D1: Compressivo dúctil com vergência para oeste
9 D2: Compressivo dúctil com vergência para sul
9 D3: Compressivo rúptil com vergência para S-SW
9 D4: Distensivo rúptil norte-sul
O primeiro evento deformacional (D1) se caracteriza pela fase mais dúctil, com dobras simétricas
sinformes e antiformes, algumas cilíndricas, outras dobras horizontais com eixo NS e caimento para
norte, até um dobramento recumbente com caimento para norte, mais preservadas na região central.
O segundo evento (D2) inicia com uma fase dúctil de dobramentos formando sinformes e
antiformes mais abertos, cilíndricas, horizontais EW com inclinação do plano axial para norte-
nordeste, registrando o final da fase dúctil, onde inicia o cavalgamento sobre corpos gnáissicos por
falhas de baixo ângulo, em uma fase rúptil (D3) com rompimento das dobras em planos paralelos ao
plano axial de direção EW com mergulho para norte e nordeste.
O evento D3 foi, por fim, o mais importante economicamente, pois gera duplicação ou
multiplicação das camadas de HE e IF, possibilitando lavras em pequenas áreas com grande
quantidade de minério rico (HE), além de facilitar a exposição das camadas de HE.
Por fim, um evento distensivo (D4) provoca uma grande falha normal gerando escarpas fortemente
inclinadas voltadas para o sul, que marca a cumeeira do Morro dos Coelhos. Este mesmo evento se
caracteriza pela reativação de outras falhas de abatimento de direção NS, na forma de Host Graben,
observado em desníveis locais do terreno. Os fraturamentos também são desenvolvidos nesta última
fase distensiva.
De forma detalhada, as variações das fácies litológicas encontradas na Área e reconhecidas nos
afloramentos, cavas e testemunhos de sondagem, definem as seguintes litologias:
Aterro com poucos clastos de magnetita (AT);
Colúvios ricos em clastos de minério de ferro e quartzito (COL);
Argilas brancas a amarelas sem ou com baixo teor de minerais de ferro (AG);
Argilas Ferruginosas com susceptibilidade magnética forte (AGF);
Formação ferrífera granular magnética, com aglomerados de magnetita de 2mm ferro
cimentada ou cimentado com argila caulinítica, filoneana (FFGM);
Formação ferrífera maciça magnética, destacada pela compacidade maciça,
anteriormente0020definida como filoneana (FFMM);
Formação mangnesífera, na forma argilosa com raros nódulos de pirolusita (FMN);
Quartzito ferruginoso típico do topo do pacote estratigráfico, com assinatura de deposição
leque deltaico, estratificado plano paralelo com bandas de magnetita entre os estratos
quartzosos (QF);
Quartzito ferruginoso maciço ou silicificado, baixo grau de liberação (QFM);
Quartzo-sericita xisto ou quartzito sericítito friável, na base das formações ferríferas ou
filões (QSX);
Quartzitos puros, somente quartzo com pouquíssima sericita ou outro cimento (QT);
Gnaisse ou clorita-quartzo xisto com ou sem magnetita em finos veios (GN);
Veios de quartzo intrusivos (VQ).
8 - DIMENSIONAMENTO DA DRENAGEM DE MINA
ܲ=ݐܽ[ܭ+ܾ݈(݃1+ܿ])ݐ (1)
onde:
ܲ: precipitação máxima provável em mm;
ܭ: fator de probabilidade;
ܽ,ܾ,ܿ: valores constantes para cada posto meteorológico;
ݐ: duração da precipitação em horas.
O tempo de retorno, de uma forma mais simples, é o número médio de anos em que uma
precipitação, com certa intensidade, será igualado ou excedido. Para tempo de retorno igual a 1 ano,
em que K = 1, o trabalho feito por Pfafstetter apresenta parâmetros para a solução da equação e
cálculo da precipitação máxima, para diversos postos de observação pluviométrica (tab.1).
ߙ]ܶ[=ܭ+ߚ/ܶߛ (2)
onde:
ܶ: o tempo de recorrência em anos;
ߙ, ߚ: valores que dependem da duração da precipitação;
ߛ: valor constante para cada posto.
onde:
(C) denota o coeficiente adimensional de escoamento superficial de uma dada bacia de contribuição. Esse coeficiente
depende das características geológicas e condições de uso e ocupação do solo da bacia de contribuição e permite
determinar a chuva efetiva, ou seja, a parcela da chuva que se transformará em escoamento superficial. Nesse estudo,
foi adotado (C) igual a 0,60, para a área da mina, e 0,50 para as áreas que abrangem a parte do terreno natural;
(i) denota a intensidade da chuva de projeto, em mm/h. As chuvas de projeto, adotadas para 50 anos de tempo de
retorno, estão associadas à duração igual ao tempo de concentração da bacia de contribuição. Salienta-se que o tempo
de concentração foi determinado pela fórmula de Kirpich, que apresenta essa variável em função do comprimento e
declividade do talvegue principal da bacia de contribuição;
(AD) denota a área de drenagem da bacia de contribuição, em km²;
(Qproj) denota a vazão de projeto de um dado dispositivo de drenagem, em m³/s.
Figura 8.1: Limite da área de influência definida para o estudo do coeficiente de escoamento superficial da Mina Morro
dos Coelhos.
A área de influência hidrográfica possui, de acordo com levantamentos feitos, uma área total de
891.418 m², com desnível máximo de 140 m. Os comprimentos dos talvegues principais variam de
0,4 a 0,6 km, implicando uma declividade média de 0,28 m/m. No entanto, em função da execução
das bermas para a execução da lavra em flanco, as declividades médias são reduzidas
consideravelmente, de modo que a declividade média das bacias em estudo sejam inferiores à 0,10
m/m.
A partir desta área de influência hidrográfica, foram delimitadas as bacias de drenagem e
determinados as vazões de projeto, conforme apresentado no capitulo 8.4. Foram definidas 8 sub-
bacias de drenagem e os seus tempos de concentração foram calculados pela na formula de Kirpich
(4).
(4)
A tabela 8.5 apresenta o tempo de concentração calculado para cada uma das bacias conforme
apresentado na Figura 8.2.
Tabela 8.5: Tempos de concentração para as bacias de drenagem definidas para o projeto técnico
ƌĞĂ ŽŵƉƌŝŵĞŶƚŽ ŽƚĂŵĂŝŽƌ ŽƚĂŵĞŶŽƌ ĞƐŶŝǀĞů ƚĐΎ
^ƵďĂĐŝĂ
ŵϸ ,Ă ŵ ŵ ŵ ŵ ŵŝŶƵƚŽƐ
ϭ ϱϵϰϰϮ ϱ͘ϵϰ ϲϳϵ ϭϮϮϵ ϭϭϳϬ ϱϵ ϳ͘ϱϵ
Ϯ ϴϲϯϲϰ ϴ͘ϲϰ ϯϱϬ ϭϮϯϭ ϭϭϲϰ ϲϳ ϯ͘ϯϲ
ϯ ϲϮϳϳϱ ϲ͘Ϯϴ ϴϲϴ ϭϮϮϲ ϭϭϲϬ ϲϲ ϵ͘ϲϰ
ϰ ϴϬϬϯϭ ϴ͘ϬϬ ϭϮϰϵ ϭϮϳϬ ϭϮϮϱ ϰϱ ϭϳ͘Ϭϭ
ϱ Ϯϲϵϵϵϴ Ϯϳ͘ϬϬ ϭϳϯϲ ϭϯϬϬ ϭϭϴϬ ϭϮϬ ϭϳ͘Ϭϲ
ϲ ϭϭϰϯϯϳ ϭϭ͘ϰϯ ϵϯϮ ϭϮϴϱ ϭϭϳϱ ϭϭϬ ϴ͘ϲϬ
ϳ ϭϱϲϲϳϭ ϭϱ͘ϲϳ ϱϮϯ ϭϮϵϵ ϭϭϲϰ ϭϯϱ ϰ͘Ϭϴ
ϴ ϭϯϮϰϴ ϭ͘ϯϮ ϭϮϱϭ ϭϮϲϮ ϭϮϮϮ ϰϬ ϭϳ͘ϴϱ
ϵ ϰϰϴϮϵ ϰ͘ϰϴ ϱϮϮ ϭϮϯϭ ϭϭϵϲ ϯϱ ϲ͘ϴϰ
ϭϬ ϳϭϳϬϱ ϳ͘ϭϳ ϰϱϴ ϭϭϴϬ ϭϭϱϭ Ϯϵ ϲ͘ϯϭ
10
07
05 08
01 03 06
02
09
04
onde:
(n) denota o coeficiente de rugosidade de Manning. Esse coeficiente depende do revestimento da calha de cada um dos
dispositivos de drenagem propostos. Para os dispositivos de drenagem com acabamento em concreto liso, o (n) utilizado
foi igual a 0,015, porém, para as descidas de água em tubos de PVC adotou-se (n) igual a 0,010.
(A) denota a área molhada da seção transversal de um dado dispositivo de drenagem, em m². Adotou-se o critério de
borda livre equivalente a 20% da altura dos dispositivos;
(2p) denota o perímetro molhado de um dado dispositivo de drenagem, em m. Alerta-se novamente para o critério de
borda livre supracitado;
(I) denota a declividade de fundo de um dado dispositivo de drenagem, em m/m. Ressalta-se que os dispositivos de
drenagem tiveram suas declividades mínimas de fundo iguais a 3,0%. Para as descidas de água projetadas por tubos de
PVC adotou-se no dimensionamento hidráulico a declividade de 3,0 %, referente à declividade mínima associada ao
trecho de influência das bermas.
(Qadm) denota a vazão admissível em um dado dispositivo de drenagem, em m³/s.
8.7 - Tipos de dispositivos de drenagem superficial considerados
A escolha do tipo de revestimento dos dispositivos de drenagem superficial definidos no presente
projeto foi baseada na experiência da JMN em drenagens de outras estruturas e, ainda, com base nas
inclinações do terreno natural.
Nesse contexto, foram adotados os seguintes tipos de dispositivos no Projeto Técnico:
CMC: Canaleta meia cana pré-moldada, em concreto, para os trechos dos acessos principais, cuja função
hidráulica é conduzir os escoamentos superficiais provenientes nos acessos de alta declividade até as bacias de
dissipação de velocidade, direcionadas para as descidas de água;
CRC: Canal retangular em concreto, para o vertimento final das drenagens das bacias de drenagem definidas com
maior área de contribuição ou maior vazão de escoamento.
CCC: Canal circular em concreto, para o vertimento final das drenagens das bacias de drenagem definidas com
maior área de contribuição ou maior vazão de escoamento em que foi necessário a travessia sob estrada vicinal;
DAT: Descida de água em tubos de PVC, com diâmetro de 300 mm, para o vertimento final das drenagens das
bacias de drenagem definidas com menor área de contribuição ou menor vazão de escoamento.
Para o dimensionamento da vazão admissível, foi utilizada a equação da continuidade, por Manning:
(6) (7)
Tabela 8.6: Resultado do dimensionamento dos dispositivos de vertimento instalados nas sub-bacias
dĂdžĂĚĞŐĞƌĂĕĆŽĚĞƐĞĚŝŵĞŶƚŽƐ
dŝƉŽůŽŐŝĂĚĂĄƌĞĂ
ŵϹͬŚĂ͘ĂŶŽ
&ůŽƌĞƐƚĂĞŶƐĂ ϯϬ
WĂƐƚĂŐĞŶƐƉŽďƌĞƐ ϭϬϬ
^ŽůŽĞdžƉŽƐƚŽ ϯϬϬ
WŝůŚĂĚĞƐƚĠƌŝů ϲϬϬ
Conforme pode ser observado na Tabela 8.9, os volumes úteis das bacias de contenção de
sedimentos, escavadas para a dissipação da velocidade de fluxo superficial e para a contenção de
sedimentos na faixa das areias médias, atendem de forma suficiente para suportar a geração de
sedimentos de todo o período chuvoso.
De qualquer forma, o projeto técnico estabelece que inspeções de rotina devem ser feitas após os
eventos de chuva de alta intensidade, com o intuito de avaliar a evolução do processo de
assoreamento e a necessidade de manutenção e limpeza.
9 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos hidrológicos e hidráulicos desenvolvidos para o Projeto Técnico da Mina Morro dos
Coelhos, tiveram como objetivo subsidiar o dimensionamento dos dispositivos de drenagem
superficial e estruturas de contenção de sedimentos, de acordo com as premissas, critérios de
projeto e metodologias descritas no presente documento.
O projeto técnico apresenta e consolida as atividades desenvolvidas pela JMN para a adequação às
medidas de controle de erosão, determinando o coeficiente de escoamento superficial e o
dimensionamento dos sistemas de drenagem superficial, bem como a planta planialtimétrica
georreferenciada do sistema de drenagem, contendo as linhas de fluxo de drenagem, as leiras e
bacias escavadas para a contenção dos sedimentos.
À medida em que as atividades de lavra avançam, alteram significativamente o relevo e as direções
de fluxo e, desta forma, as atividades de dimensionamento, execução, monitoramento e limpeza são
parte da rotina da operação de mina e serão desenvolvidas concomitantemente com a execução e o
desenvolvimento da lavra, num processo de melhoria contínua para manter o compromisso com a
preservação ambiental.