Você está na página 1de 4

As variáveis macroeconômicas afetam o cotidiano de todas as pessoas, pois

estão inter-relacionadas. Com a chegada do PT ao poder com o Lula em 2002


houve um grande temor do Mercado sobre quais seriam as conseqüências da
política econômica sobre estas variáveis.
Este temor se deu pelo fato do PT ser, historicamente, contra a quase tudo
que havia sido feito pelo governo FHC, mesmo que a política econômica do governo
FHC tenha garantido a estabilidade da moeda e o controle da inflação, o PT se
posicionava contra tudo, daí a origem do grande temor que houve quando o Lula foi
eleito presidente do Brasil.
O Lula foi eleito pelo anseio da população em ver mudanças na esfera social
e quando o ele chega ao poder ele entende que não pode perder a estabilidade da
moeda, pois somente assim conseguira condições de viabilidade para avançar com
seus objetivos.
Ao ouvir os anseios da população ele conseguiu equilibrar seus objetivos na
esfera social com a defesa da estabilidade econômica. Abriu mão da essência
radicalista do PT e se aproveitou daquilo que estava dando certo no Governo FHC.
Começou montando uma equipe econômica considerada de altíssima qualificação e
com credibilidade internacional para levar adiante uma Política Econômica
comprometida com o Tripé Macroeconômico: Responsabilidade Fiscal, Metas para a
Inflação e Câmbio Flutuante. Estas atitudes deram credibilidade ao Governo e em
Julho de 2003 o Brasil já apresentou sinais de crescimento.
O Governo Lula aproveitou-se também de uma situação internacional
extremamente favorável no campo econômico. Tudo contribuiu favoravelmente para
que o Governo Lula tivesse êxito na sua Política Econômica e implementasse seus
programas sociais, pois o crescimento econômico trouxe aumento da arrecadação
de impostos e o Governo Lula atingiu seu ápice com crescimento econômico, queda
do desemprego, superávit primário, balança comercial positiva e controle da
inflação. A obsessão do Governo Lula era a inclusão Social através dos Programas
Sociais e aumento real do salário mínimo, o que garantiria uma melhor redistribuição
de renda e com todas as condições favoráveis ele alcançou o que queria e teve
muito sucesso nisso.
A força da Política Econômica do Governo Lula foi testada na crise
econômica mundial de 2008 e conseguiu suportar muito bem. O Banco Central
Brasileiro agiu imediatamente para conter a crise, liberando o depósito compulsório
para irrigar a economia com recursos, as reservas internacionais foram utilizadas
para financiar bancos, empresas exportadoras e importadoras brasileiras. Essas
foram algumas das políticas Keynesianas adotadas pelo Governo para incentivar a
economia através do incentivo do aumento do consumo pelo aumento do crédito,
aumento do gasto público, diminuindo o superávit primário, diminuição dos juros e
incentivos fiscais. Isso fez com que a demanda aumentasse e a economia voltasse a
crescer.
Porém, esse intervencionismo na economia, que num primeiro momento se
mostrou necessário para o combate aos efeitos da crise econômica internacional,
ganhou o status de política econômica permanente na equipe econômica do
segundo mandato do governo Lula. Um momento que era favorável para diversas
reformas estruturais, que permitiria uma política econômica voltada para a defesa
dos pilares macroeconômicos, deixou de ser aproveitado. Estas reformas poderiam
garantir condições para uma retomada do crescimento econômico sustentável.
Mesmo esta nova política econômica apresentando sinais de desgaste e
ineficiência ela permaneceu e se consolidou definitivamente no Governo Dilma, que
sucedeu o Governo Lula na presidência do Brasil.
Não houve domínio do macroambiente econômico pela equipe econômica
do Governo Dilma e o intervencionismo na economia por parte do Governo deixa de
ser um remédio para se tornar a própria doença, pois houve um abandono gradual
dos mecanismos de estabilização, em especial a defesa do Tripé Macroeconômico.
É papel do Governo zelar pelo bem estar e interesses da comunidade em
geral, pensar como um todo e não individualizar preocupações sem critérios claros e
com objetivos do bem geral. No Governo Dilma os interesses da comunidade em
geral foram postos de lado, pois houve uma total falta de diálogo entre a classe
empresarial e a equipe econômica do governo.
O Governo Dilma passou a assumir o papel de grande interventor da
economia, o que se provou ser desastroso. Isto gerou um clima de incerteza sobre o
futuro do Brasil e fez com que fosse gerado um muita desconfiança no mercado
brasileiro, o que trouxe falta de investimentos privados e, conseqüentemente,
retração da economia. Diante do cenário de falta de investimento privado, o Estado
não tendo mais condições financeiras para ocupar o papel de grande investidor,
tenta estimular estes investimentos através de um programa de concessões, PAC 2,

2
para que a iniciativa privada assumisse este papel, porém não houve o resultado
esperado e a crise econômica se agrava.
O governo Dilma se equivocou e não buscou o equilíbrio que deve haver
entre as principais funções do setor público.
Como reguladora, falhou ao usar esta prerrogativa para represar tarifas
públicas em prejuízo as empresas estatais, que tem capital aberto e,
consequentemente, prejudicar acionistas, com intuito de segurar a inflação.
Como provedora de bens e serviços, diante da escassez de recursos,
serviços essenciais ao bem estar da população deixaram de ser prioridade no
governo, elevando a precariedade dos serviços públicos de saúde, segurança,
transporte e educação.
O único considerável avanço do Governo PT foi o caráter
REDISTRIBUTIVO da renda, foi sem dúvida a bandeira do governo, defendida
até as ultimas consequências.
Na função ESTABILIZADORA está a maior falha do Governo Dilma, a
defesa de uma política econômica baseada em investimentos do Governo e
manutenção do estímulo de consumo baseado no crédito facilitado ou o
favorecimento a setores da economia que não agregavam substancialmente
valor a uma economia cambaleante não surtiram o efeito desejado e os
agregados econômicos começaram a entrar em colapso, sendo que a taxa de
desemprego elevou-se exponencialmente, o nível de produção caiu aos níveis
mais baixos da história e o fantasma da inflação voltou a assombrar o Brasil.
Para ajudar no entendimento do que levou ao fracasso do Governo no
campo econômico podemos analisar como fizeram usos equivocados de alguns dos
instrumentos utilizados para proporcionar o bom funcionamento da economia:
 Política Monetária: nesse campo destaca-se que o Governo Dilma
abaixou a Taxa de Juros num primeiro momento, mas sem bases sólidas para isso.
Seu intuito era estimular o consumo e assim elevar os níveis de produção. Mas não
havia condições para isso, pois a economia mundial estava desaquecida e o
mercado interno já não estava mais suportando o nível de endividamento a que se
submeteu. Esta atitude trouxe um aumento na inflação e obrigou o governo a elevar
a taxa de juros a um nível extremamente alto, o que aumentou ainda mais a

3
recessão, castigando toda a economia, com efeitos extremamente nocivos ainda
sentidos.
 POLÍTICA FISCAL: do Governo Dilma, não foi feliz quanto aos dois
principais objetivos da mesma: crescimento econômico e combate a elevação do
desemprego.
O Governo Dilma usou os instrumentos da Política Fiscal para manipular
dados econômicos e passar uma imagem de relativa estabilidade das contas do
Governo e assim poder continuar tentando impulsionar uma economia a beira do
colapso a um nível mais aceitável, porém, como já se sabe, fracassou.
Enquanto a receitas do Governo estavam em queda vertiginosa, os gastos
do governo não pararam de crescer. Transferências sociais, subsídios a setores que
pouco podia contribuir com o crescimento econômico e um contínuo aumento nos
investimentos em projetos de infraestruturas questionáveis não pararam.
É como se o Governo não quisesse aceitar abrir mão de suas convicções
econômicas, mesmo diante de um cenário que beirava o caos. O prejuízo afetou a
todos os brasileiros.
Quando o caos se manifestou na economia, o Governo começou a
manipulação dos entes econômicos que estavam sob sua chancela para tentar
“cobrir” o déficit no orçamento, ou, no caso, seria mais apropriado usar o termo
“encobrir” e isso se fez através da chamada Contabilidade Criativa.
O Governo Dilma tentou usar uma politica expansiva para alcançar os
resultados que traria equilíbrio à economia, como a inflação controlada, baixa taxa
de desemprego aliado a um crescimento econômico consistente. Mas se equivocou
quanto à manutenção de ilusões econômicas quando o cenário se tornou
desfavorável e quando percebeu que sua política econômica estava se tornando
insustentável, o que poderia prejudicar sua reeleição. Começou a se valer da
chamada “Contabilidade Criativa” para maquiar seu fracasso no âmbito econômico e
só conseguiu postergar o conhecimento dos detalhes que já afetavam a vida prática
de todos os brasileiros. Tudo isso fez com que o Brasil retrocedesse em muitos
avanços econômicos que levaram décadas para serem conquistados: crescimento
econômico, estabilidade do nível de preços e uma melhor distribuição de renda.
Restou ao povo brasileiro fazer o que fez desde o início de sua história:
levantar a cabeça e continuar trabalhando, pois afinal o brasileiro não desiste nunca.
4

Você também pode gostar