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Índice

1 Introdução............................................................................................................................................2
2 Objectivos............................................................................................................................................3
2.1 Geral:...........................................................................................................................................3
2.2 Especifico:...................................................................................................................................3
3 A origem e o desenvolvimento da teoria centrada no cliente...............................................................4
4 Conceitos fundamentais da Abordagem Centrada na Pessoa...............................................................5
4.1 Método fenomenológico..............................................................................................................5
4.2 Tendência actualizante.................................................................................................................6
4.3 Não-directividade........................................................................................................................6
5 A Relação Terapeuta vs. Cliente..........................................................................................................7
6 Três questões levantadas por outros pontos de vista: transferência, diagnóstico, aplicabilidade..........8
6.1 Transferência...............................................................................................................................8
6.2 Diagnostico..................................................................................................................................8
6.3 Aplicabilidade..............................................................................................................................9
7 Aplicação da terapia centrada no cliente............................................................................................10
7.1 A terapia pelo jogo por Elaine Dorfman....................................................................................10
8 Conclusão..........................................................................................................................................11
9 Referências bibliográficas.................................................................................................................12

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1 Introdução
O presente trabalho abordará acerca do modelo centrado no paciente, que uma terapia que foi
profundamente influenciada pela psicologia, e se desenvolveu nos Estados Unidos, com a sua
capacidade para dar definições operacionais, para a mensuração objectiva, a insistência no
método científico e a necessidade de submeter todas as hipóteses a um processo objectivo de
verificação ou de refutação.

Dentro desde modelo falar-se-á de aspectos como o progresso da terapia, na qual se desenvolveu
em cinco fases, se debruçará também acerca da relação entre o terapeuta e cliente pois esta deve
ser de guinuidade onde o terapeuta precisa compartilhar seus sentimentos honestamente e
consequentemente ira modelar o comportamento do cliente, e o terapeuta pode ajudar a ensinar
o cliente a desenvolver algumas habilidades importantes.

Posteriormente se falará acerca dos problemas levantados por causa da transferência, do


diagnóstico e da aplicalidade.

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2 Objectivos

2.1 Geral:
 Compreender o Modelo Centrado no Cliente.

2.2 Especifico:
 Enunciar a origem e o desenvolvimento da teoria centrada no cliente;
 Explicar a relação terapeuta vs. Cliente;
 Descrever as três questões levantadas por outros pontos de vista;
 Indicar a aplicação da terapia centrada no cliente.

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3 A origem e o desenvolvimento da teoria centrada no cliente
A teoria centrada no cliente foi criada pelo psicólogo humanista Carl Roger 1940, ele era
considerado como um dos psicólogos mais influentes do século 20, pois acreditava que as
pessoas são fundamentalmente boas, e sugeriu também que as pessoas têm uma tendência
atualizante, ou um desejo de realizar seu potencial e se tornar as melhores pessoas que podem
ser.

Alguns dos princípios e técnicas da sua abordagem terapêutica, ao logo recebeu o nome de
aconselhamento não-directivo que tinha como objectivo a apresentação da prática dos
princípios, no campo do aconselhamento, que visavam liberar as capacidades integrativas do
indivíduo.( Lipkin, 1948)

Ele também descobriu que os clientes muitas vezes buscam os seus terapeutas para algum tipo de
orientação ou direcção. Eventualmente, a técnica veio a ser conhecida como terapia centrada no
cliente ou terapia centrada na pessoa. Hoje, a abordagem de Rogers para a terapia é muitas vezes
referida por qualquer um destes dois nomes, mas também é frequentemente conhecida
simplesmente como terapia Rogeriana.

Afirma-se que houveram alguns progressos que ocorreram ao longo dos anos, desde que idéias
de Roger foram formuladas pela primeira, a citar a seguir:

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 Desenvolvimento no âmbito da prática - Nessa fase, as atitudes do terapeuta privilegiam a
técnica da permissividade, através de uma postura de neutralidade em que o profissional
deveria intervir o mínimo possível (Holanda, 1998). Segundo Wood (1994), o
psicoterapeuta, ou conselheiro, que era termo mais utilizado nessa etapa, renuncia ao
papel de especialista, tornando mais pessoais as relações com o cliente e conduzindo a
sessão a partir da orientação ditada por este.
 Desenvolvimento de Várias Actividades – nesta fase percebeu-se que os princípios
básicos desse tipo de aconselhamento podiam ser aplicados a uma variedade de
actividades, tais como a ludo terapia com crianças e a terapia de grupo, com crianças ou
com adultos.
 Progresso na Investigação – aqui os avanços no campo da psicoterapia são demonstrados
de forma mais notável.
 Desenvolvimento de Programas de Formação
 Desenvolvimento da Teoria

4 Conceitos fundamentais da Abordagem Centrada na Pessoa

4.1 Método fenomenológico


Nesse método o papel do terapeuta será assim o de, a partir do ponto de vista fenomenal do
cliente, procurar a compreensão da consciência vivencial da experiência de si e do mundo.

Para tal, o terapeuta tentará ver através dos olhos da outra pessoa, perceber o mundo tal como
lhe aparece, aceder, pelo menos parcialmente, ao quadro de referencia interno da outra pessoa .
A empatia é, assim, o meio através do qual o terapeuta se pode aproximar de um tipo particular
de compreensão distinto de outros tipos de compreensão resultante s de enquadramentos
exteriores, tais como diagnósticos, ou julgamentos, ou esclarecimento de suposições.

Esta atitude do terapeuta é a base para o uso do termo centrado-no-cliente . É a experiência


global do indivíduo que constitui o foco da atenção do terapeuta. Não é uma mera etapa inicial
do processo destinada a fortalecer a relação, ou um instrumento para melhor identificar a raiz dos

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problemas, de forma a que o técnico possa então passar a dirigir o processo terapêutico da forma
por ele considerada como sendo a mais adequada à resolução das dificuldades do cliente.

4.2 Tendência actualizante


Para Rogers (2003) , para dadas determinadas condições, as pessoas fazem opções positivas e
construtivas, isto é, escolhem vias que contribuem para o seu desenvolvimento enquanto pessoas.

Afirma-se que a motivação para as opções tem origem na tendência actualizante, pois, todas as
motivações, necessidades ou impulsos, são uma expressão da tendência do organismo para a
actualização das suas capacidades e potencialidades.

A capacidade do ser humano de ter consciência de si próprio, de reflexão sobre as suas próprias
escolhas, vai marcar decisivamente os seus processos de actualização. A diferenciação da
estrutura do self, funcionando como um instrumento da tendência actualizante, vai abrir novas
vias para uma maior complexidade e autonomia do organismo na relação que estabelece com o
meio. Uma das possibilidades adquiridas consiste na faculdade de conhecer e avaliar o seu
próprio funcionamento e, em certas condições, reestruturar-se de forma a melhor realizar as
potencialidades de actualização do organismo.

E assim, juntamente com o sistema motivacional, o ser humano vai caracterizar- s e por possuir
o poder de se auto-regular, isto é, em função da avaliação da sua experiência, será capaz de
modificar a sua própria estrutura interna (o seu self) para atingir os seus fins.

4.3 Não-directividade
A tendência actualizante e sistema de avaliação da experiência , explicam que o indivíduo tem o
poder de se dirigir a si mesmo e também o poder de reorganizar a sua concepção de self, se esta
estiver afastada da experiência total do organismo.

A atitude não-directiva encontra aqui o seu fundamento teórico. Ao terapeuta cabe apenas criar
as condições para que, através daquela relação particular, o indivíduo possa reorganizar-se e
reencontrar a sua própria direcção. O poder que lhe é atribuído, e a inerente responsabilização
pelo seu próprio processo de mudança, representam um estímulo à sua autonomia.

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5 A Relação Terapeuta vs. Cliente
Para o progresso do processo terapêutico deve olhar cada caso como particular e não depende
somente da personalidade do terapeuta , nem das suas praticas e atitudes, mas sim da maneira
como o terapeuta e o cliente se relacionam, e desse modo o cliente aprende a entrevista e verifica
se haverá resolução do conflito, a reorganização, o desenvolvimento, a integração de todos
elementos abrangidos na terapia.

Uma parte importante no processamento da terapia centrada na pessoa é que, no consultório do


psicólogo, a satisfação do paciente inclui a sociabilidade, a necessidade de estar com outros seres
humanos e o desejo de conhecer e ser conhecido. Profissional e paciente estabelecem uma
relação equilibrada de confiança mútua. Portanto, a teoria se distancia da ideia do terapeuta em
posição de detentor de saber e que analisa o outro a partir do seu próprio ponto de vista. Rogers
(1974)

Segundo Rogers, os princípios a serem adoptados por um profissional que adopta a terapia
centrada na pessoa são:

 Congruência: Ser congruente significa ser real e genuíno, ou seja, vivenciar livremente
os sentimentos e atitudes que estão fluindo no momento;
 Consideração positiva incondicional: A experiência de consideração positiva
incondicional em relação a outra pessoa significa aceitar calorosamente cada aspecto da
sua existência. Portanto, não se deve colocar condições para a aceitação ou para a
apreciação dela. Ela implica um cuidado não-possessivo, apreciando o outro como uma
pessoa individualizada e que possui seus próprios sentimentos, experiências e vontades.
 Compreensão empática: Adoptar a empatia significa perceber o quadro interno do
paciente como se fosse o seu próprio, com os seus significados e componentes
emocionais.

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6 Três questões levantadas por outros pontos de vista: transferência, diagnóstico,
aplicabilidade

6.1 Transferência
Primeiramente define-se transferência como as projecções relacionadas a reacções emocionais do
paciente dirigidas ao terapeuta.

Na terapia centrada no cliente é correcto afirmar que pode-se encontrar atitudes de transferência
nítida ocorrem numa minoria relativamente pequena de casos, mas algumas dessas atitudes
verificam-se em certo grau na maior parte dos casos. Em relação a um grande número de
clientes, as atitudes para com o terapeuta são moderadas e de natureza real, mais do que
transferencial.

Na primeira entrevista com o terapeuta, e consequentemente pode sentir-se aborrecido com as


primeiras entrevistas, porque não recebeu a orientação que esperava. Por outro lado pode sentir
uma relação mais calorosa, à medida que trabalha nas suas próprias atitudes, deixa a terapia com
um sentimento de gratidão para com o terapeuta por lhe ter concedido a oportunidade de
trabalhar as coisas por si mesmo, mas não é uma gratidão excessiva ou de dependência, e o
cliente pode encontrar o terapeuta em situações sociais ou profissionais, durante ou após a
terapia, com pouco afecto, para além do que está normalmente envolvido na realidade imediata
da sua relação.

Por outra há muitos casos em que os clientes manifestam atitudes emocionais muito intensas que
são dirigidas ao terapeuta. Pode ser um desejo de dependência, acompanhado por uma profunda
afeição. Contudo pode-se s dizer então que as atitudes de transferência existem em vários graus,
num número considerável de casos tratados pelos terapeutas centrados no cliente, sendo
semelhantes em todos os terapeutas, porque todos enfrentam atitudes idênticas. A diferença surge
no que lhes sucede.

6.2 Diagnostico
Afirma-se que o todo comportamento tem uma causa, e a causa psicológica do comportamento é
uma determinada percepção ou maneira de percepcionar, no entanto o cliente é o único que tem a
possibilidade de conhecer plenamente a dinâmica do seu comportamento e das suas percepções.

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Segundo, Fenichel (56, p. 32) o critério final da correcção, de qualquer interpretação
psicanalítica é a reacção do paciente depois de um certo tempo. Se a longo prazo uma
interpretação não é experimentada pelo paciente como significativa e verdadeira, então não é
correcta. Portanto quem finalmente diagnostica, quer em psicanálise quer na terapia centrada no
cliente, é o cliente ou paciente.

Comunicar ao cliente acerca do seu problema não ajudaria, pois pode dirigir atenção do cliente
para determinadas zonas tanto podia provocar resistência como levar a uma consideração não
defensiva.

A terapia é, fundamentalmente, a experiência dos desajustamentos nos modos anteriores de


percepcionar, a experiência de novas percepções mais adequadas e o reconhecimento de relações
significativas entre percepções.

Num sentido muito rigoroso e significativo, a terapia é diagnóstico, e este diagnóstico é um


processo que se desenvolve mais na experiência do cliente do que na inteligência do clínico. É
desta forma que o terapeuta centrado no cliente tem confiança na eficácia do diagnóstico.
Poderíamos dizer que a psicoterapia de qualquer orientação está completa, ou quase completa,
quando o diagnóstico da dinâmica é experimentado e aceite pelo cliente. Poder-se-ia dizer que na
terapia centrada no cliente, o objectivo do terapeuta é oferecer as condições para que o cliente
seja capaz de fazer, de experienciar e de aceitar o diagnóstico dos aspectos psicogenéticos da sua
desadaptação.

6.3 Aplicabilidade
Acredita-se que a terapia centrada no cliente é aplicável a determinados grupos e não a outros,
pois não há vantagem em estabelecer limites dogmáticos para o uso da terapia, porque há certos
indivíduos que não correspondem, ou para os quais a terapia centrada no cliente é
contraindicada, só a acumulação de experiência e de investigações permitirão identificar quais
são.

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7 Aplicação da terapia centrada no cliente

7.1 A terapia pelo jogo por Elaine Dorfman


A terapia pelo jogo, tal como o aconselhamento centrado no cliente, baseia-se na hipótese
fundamental da capacidade do indivíduo para se desenvolver e auto-conduzir. O trabalho do
terapeuta, no âmbito desta orientação é uma tentativa para comprovar a validade dessa hipótese
em diferentes condições. Assim, aplicou-se a terapia a crianças que apresentavam problemas,
sintomas e tipos de personalidade da mais variada ordem. Por vezes, aplicava-se a terapia a pais
e filhos; outras vezes, apenas aos filhos. Em cada uma dessas situações registaram-se todos os
graus de êxito e de fracasso. A hipótese centrada no cliente, com o alargar da experiência a
outros campos, pode ser, como qualquer outra, defendida, modificada ou refutada.

Pode dizer-se que essa abordagem terapêutica assente, essencialmente, na capacidade que o
cliente tem em fazer um uso construtivo de si mesmo, e pode ser aplicável às crianças. Neste
campo, pois considera-se que as crianças estão, mais do que os adultos, a serem aplicados pois,
estas têm muito mais capacidade para lidar consigo mesmas e com as suas relações interpessoais
do que habitualmente se lhes atribui. Uma relação que permite à criança sentir-se autenticamente
aceite e respeitada, apesar dos seus erros, parece ajudar essa capacidade latente a manifestar-se.

No método da terapia pelo jogo, a criança tem oportunidade de utilizar, à sua maneira, um
espaço de tempo particular, dentro de vastos limites e em pequeno número. A criança tem à sua
disposição materiais de jogo que se prestam como meios de expressão das suas necessidades,
mas podendo se quiser, pô-los de lado . A convicção do terapeuta é que a decisão da criança de
fazer, ou não fazer, determinada coisa é mais benéfica do que a sua realização efectiva.
Ampliam-se ao máximo as oportunidades de uma auto-direcção responsável da criança, de
acordo com a teoria de que a sessão terapêutica é um bom lugar para começar a praticá-la.

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8 Conclusão
Em suma, a terapia centrada no cliente acentua uma visão do Homem como um ser
essencialmente livre e com o poder de reagir activamente às situações que o constrangem na sua
auto- determinação, que tentam abafar a sua individualidade prendendo-o a esquema rígidos de
comportamento e de pensamento, ou seja que restringem a sua evolução e crescimento pessoal.

A relação terapêutica que se estabelece, além das técnicas ou instrumentos que utiliza, o
terapeuta define-se pelas atitudes que transporta para a relação e que constituem o verdadeiro
factor impulsionador da mudança. Tendo em conta os princípios que justificam e dão sentido a
tais atitudes, elas não são concebíveis na ausência de uma participação pessoalizada do terapeuta
na relação. O genuíno interesse e valorização da pessoa e da experiência do cliente, a confiança
na sua capacidade em superar as incongruência, o respeito pelo seu direito de ser livre em
qualquer escolha que faça, não são susceptíveis de s e rem reduzidas a fórmulas prontas a aplicar
de forma mecânica e impessoal. A autenticidade do terapeuta é fundamental numa relação que é,
deste modo, sobretudo humana.

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9 Referências bibliográficas
Fenichel, Otto, The Psychoanalitic Theory of Neuroses, Nova Iorque, W. Norton, 1945.

Lipkin, S., The client evaluates nondirective psychotherapy, J. Consult. Psychol., 1948, 12, pp.
137-146.

Rogers, Carl R., Clinical Treatment of the Problem Child, Nova Iorque, Houghton Mifflin, 1939.

Rogers, Carl R., The clinical psychologist‘s approach to personality problems, The Family,
l937, 18, pp. 233-243.

Rogers, Carl R., Counseling and Psychotherapy, Boston, Houghton Mifflin, 1942.

Rogers, Carl R., Current trends in psychotherapy, capítulo V in Wayne Dennis, ed., Current
Trends in Psychology, Pittsburgh, Press, 1947, pp. 109-137

Rogers, C. R. Some observations on the org anization of personality. Consultado em Março,


2003

Rogers, C. R. A terapia centrada no paciente. Lisboa : Moraes Editores. 1974.

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